Buscar

CASOS CLINICOS PSICOPATOLOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Relatos de casos clínicos 
I 
Nadine era uma menina de 15 anos cuja mãe a levou para uma avaliação psiquiátrica a 
fim de ajudá-la com a timidez que demonstrava há tempos. 
Embora Nadine inicialmente estivesse relutante em falar muito sobre si mesma, afirmou 
que se sentia constantemente tensa. Acrescentou que a ansiedade era “muito forte” há 
vários anos e que era frequentemente acompanhada por episódios de tontura e choro. De 
modo geral, não conseguia falar em nenhuma situação fora de casa ou durante as aulas. 
Recusava-se a sair de casa sozinha por medo de ser forçada a interagir com alguém. 
Ficava particularmente ansiosa na companhia de outros adolescentes, mas também 
havia se tornado “nervosa demais” para falar com vizinhos adultos que ela conhecia há 
anos. Disse que achava impossível entrar em uma lanchonete e fazer um pedido a um 
“estranho do outro lado do balcão” por medo de passar vexame. 
Também estava constantemente de prontidão, devido à necessidade de evitar a 
possibilidade de ser atacada, uma estratégia que realmente funcionava apenas quando 
estava sozinha em casa. 
Nadine tentou esconder sua ansiedade incapacitante dos pais, geralmente falando para 
eles que “simplesmente não tinha vontade” de sair. Sentindo-se aprisionada e 
incompetente, Nadine disse que contemplava o suicídio “o tempo todo”. 
Ela sempre havia sido “tímida” e alvo de gozações durante o recreio desde que havia 
iniciado o jardim de infância. As gozações viraram bullying manifesto quando ela 
chegou à 8º série. Durante dois anos difíceis, diariamente, os pares de Nadine se 
voltavam para ela “como uma alcateia de lobos rosnando”, chamando-a de “idiota”, 
“feia” e “louca”. Não raro, um deles a olhava nos olhos e dizia que seria melhor se ela 
se matasse. Uma menina (a líder da turma, que também havia sido sua amiga no 
primário) bateu nela uma vez, deixando-a com um olho roxo. Nadine não revidou. O 
evento foi testemunhado por um vizinho adulto que o relatou à mãe de Nadine. Quando 
a mãe a perguntou sobre o incidente, ela negou, afirmando que havia “caído” na rua. No 
entanto, mencionou para a mãe “casualmente” que gostaria de trocar de colégio, mas o 
modo como fez o comentário foi tão inusitado que, no momento, sua mãe simplesmente 
desaconselhou a mudança. Nadine continuou sofrendo, chorando até dormir na maioria 
das noites. 
Cheia de esperanças, Nadine foi transferida para uma escola de ensino médio 
especializada em artes. Embora o bullying tivesse parado, seus sintomas de ansiedade se 
agravaram. Ela se sentia ainda mais incapacitada de ir a locais públicos e cada vez mais 
envergonhada de sua incapacidade de desenvolver o tipo de independência típica de 
uma menina de 15 anos. Ela afirmou que havia começado a passar fins de semana 
inteiros “aprisionada” em casa e que tinha medo até mesmo de ir à praça local para ler 
sozinha. Tinha pesadelos todas as noites com os perpetradores do bullying de sua antiga 
escola. Sua preocupação com suicídio aumentou. 
Seus pais pensavam que ela naturalmente deixaria de ser tímida com a idade, buscando 
auxílio psiquiátrico somente depois de um professor perceber que sua ansiedade e seu 
isolamento social a estavam impedindo de participar das atividades extracurriculares e 
obter as notas necessárias para que fosse aceita em uma boa universidade. 
Nadine descreveu sua mãe como uma pessoa que fala alto, excitável, agressiva e “um 
pouco assustadora”. Seu pai era um advogado tributarista bem sucedido que passava 
muito tempo no trabalho. Descreveu-o como tímido em situações sociais (“ele é assim 
como eu”). Afirmou, ainda, que ela e o pai, às vezes, diziam brincando que o objetivo 
da noite era evitar que sua mãe ficasse furiosa, e acrescentou que “nunca quis ser 
parecida com a mãe”. 
II 
Maria, 25 anos, universitária, foi encaminhada para terapia cognitivo-comportamental 
após tentativa de suicídio por ingestão de medicamento antidepressivo. Na avaliação, 
apresentava os seguintes diagnósticos de Eixo I: fobia social generalizada e depressão 
maior atípica, com traços evitativos e obsessivos de personalidade e uso abusivo de 
álcool. Apesar do uso regular de medicamento por mais de um ano, não sentia melhora 
de seus sintomas de ansiedade social e depressivos, e por isso tentou o suicídio. 
Em sua história de vida, encontramos os seguintes dados relevantes: primogênita, 
nasceu de parto prematuro com baixo peso. Aos dois anos foi colocada num maternal e, 
até os quatro anos, chorava diariamente quando a mãe a deixava na escola. Desde 
pequena foi uma criança tímida, retraída e com dificuldades de relacionamento. Fez sua 
primeira psicoterapia aos sete anos por não se sentir “compreendida afetivamente”. O 
pai tinha história de depressão e agressividade com os filhos. A mãe era exigente, crítica 
e perfeccionista. Aos 13 anos, Maria começou a apresentar problemas de conduta na 
escola, repetência e uso abusivo de álcool. 
A paciente sempre se sentiu “diferente das outras pessoas”, “rejeitada por todos”, 
começando pelo pai, que a agredia sem motivos. Passou a usar álcool para “poder fazer 
as coisas que os outros jovens faziam, pois, do contrário, sentia-se fingindo”. Achava-se 
sempre “inferior aos outros, sem direito de abrir a boca para defender-se”, com uma 
sensação quase permanente de insatisfação e crítica consigo mesma. Apresentava 
vontade de “ser diferente, ir a festas, ter amigos”, mas considerava-se incapaz de tomar 
qualquer iniciativa, pois, em qualquer movimento que fizesse, sentia-se rejeitada e 
permanentemente avaliada de forma negativa por todos ao seu redor. Relatava ser 
incapaz de tomar um café na cafeteria, por temer que percebessem seu embaraço e 
ansiedade e julgassem-na muito diferente e anormal. Então, se isolava em todos os 
ambientes. Não fazia compras sozinha, pois “não tinha o direito de dizer não ao 
vendedor” no caso de experimentar uma roupa e não querer comprar. Apesar de 
frequentar a universidade, fazia-o com enorme sofrimento, sentindo-se torturada por não 
conseguir conviver com seus colegas e apresentando ansiedade antecipatória quase 
incapacitante nas vésperas das provas. Ao ser solicitada para tarefas de faculdade, tinha 
uma de duas posturas: ou evitava-as, por temer ser avaliada e considerada diferente, 
incompetente e inadequada, ou fazia-as de forma perfeita, para evitar possíveis críticas. 
 
III 
Maria Greco era uma mulher solteira de 23 anos que foi encaminhada para avaliação 
psiquiátrica por seu cardiologista. Nos dois meses anteriores, ela esteve no pronto-
socorro quatro vezes devido a queixas agudas de palpitações, falta de ar, sudorese, 
tremores e medo de que estava prestes a morrer. Cada um desses eventos teve início 
rápido. Os sintomas chegaram ao ápice em minutos, deixando-a assustada, exausta e 
totalmente convencida de que havia recém tido um ataque cardíaco. As avaliações 
médicas realizadas logo após esses episódios revelaram achados normais nos exames 
físicos, sinais vitais, resultados laboratoriais, exames toxicológicos e 
eletrocardiogramas. 
A paciente relatou um total de cinco ataques dessa natureza nos três meses anteriores, 
sendo que o pânico ocorrera no trabalho, em casa e enquanto estava dirigindo. Ela 
desenvolveu um medo persistente de ter outros ataques, o que a levou a tirar vários dias 
de folga, a evitar exercí- cios, dirigir e beber café́. Sua qualidade de sono decaiu, assim 
como seu humor. Passou a evitar relacionamentos sociais. Não aceitava a tranquilização 
oferecida por amigos e médicos, acreditando que os exames médicos resultavam 
negativos porque eram executados depois da resolução dos sintomas. Continuou a 
suspeitar que houvesse algo errado com seu coração e que, sem um diagnóstico preciso, 
morreria. Quando teve um ataque de pânico durante o sono, finalmente concordou em 
consultar com um psiquiatra. 
A sra. Greco negou históriade transtornos psiquiátricos anteriores, exceto uma 
ocorrência de ansiedade durante a infância que havia sido diagnosticada como “fobia da 
escola”. 
A mãe da paciente havia cometido suicídio por meio de overdose quatro anos antes, 
com quadro de depressão maior recorrente. Durante a avaliação, a paciente estava 
morando com o pai e dois irmãos mais novos. Havia se formado no ensino médio, 
trabalhava como telefonista e não estava namorando ninguém. Suas histórias familiar e 
social, fora o ocorrido, não acrescentaram nada relevante. 
Durante o exame, a aparência da paciente era a de uma jovem ansiosa, cooperativa e 
coerente. Ele negou depressão, mas parecia receosa e estava preocupada em ter uma 
doença cardíaca. Negou sintomas psicóticos, confusão e qualquer tipo de pensamento 
suicida. Sua cognição estava preservada, o insight era limitado e o julgamento era bom. 
IV 
Olaf Hendricks, um empresário de 51 anos, se apresentou ao consultório de um 
psiquiatra com a queixa de incapacidade de viajar de avião. Sua única filha havia recém 
dado à luz e, embora ele quisesse desesperadamente conhecer a primeira neta, não 
conseguia pegar um avião e atravessar o Atlântico para visitá-la. 
A ansiedade de voar do paciente havia começado três anos antes, quando estava em um 
avião que pousou durante uma tempestade de neve. Havia voado dois anos antes e 
relatou que chorou durante a decolagem e durante a aterrissagem. Outra incidência fora 
com a esposa no aeroporto, um ano antes da avaliação, para ir ao casamento da filha. 
Apesar de ter bebido uma quantidade significativa de álcool, o sr. Hendricks entrou em 
pânico e se recusou a entrar no avião. Depois dessa tentativa frustrada, começou a sentir 
uma ansiedade intensa só́ de pensar na possibilidade de voar, de modo que a ansiedade o 
levou a recusar uma promoção no trabalho e uma oferta de emprego de fora porque 
ambas exigiam viagens de negócios. 
O sr. Hendricks descreveu tristeza e arrependimento desde que percebeu sua limitação, 
mas negou outros sintomas neurovegetativos de depressão. Havia aumentado seu 
consumo de álcool para três copos de vinho todas as noites, a fim de “relaxar”. Negou 
história de complicações com álcool ou sintomas de abstinência. Também negou 
história familiar de problemas psiquiátricos. 
Negou ansiedade em outras situações, indicando que seus colegas o viam como um 
empresário arrojado e de sucesso que conseguia “facilmente” fazer discursos na frente 
de centenas de pessoas. Ao ser questionado especificamente, relatou que, na infância, 
ficava “petrificado” com medo da possibilidade de ser atacado por algum animal 
selvagem. Esse medo o levou a se recusar a viajar com a família para acampar ou 
mesmo a fazer caminhadas no campo. Já adulto, afirmou que não tinha medo de ser 
atacado por animais selvagens porque morava em uma cidade grande e, nas férias, 
viajava de trem para outras grandes áreas urbanas. 
V 
Peggy Isaac era uma auxiliar administrativa de 41 anos encaminhada para avaliação 
ambulatorial por seu clínico geral com a seguinte queixa principal: “Estou sempre 
nervosa”. Ela vivia sozinha e nunca havia casado nem tido filhos. Era a primeira vez 
que se consultava com um psiquiatra. 
A sra. Isaac estava vivendo com seu namorado, com o qual estava há muitos anos, até 
oito meses antes, quando ele interrompeu o relacionamento repentinamente para ficar 
com uma mulher mais jovem. Em seguida, a sra. Isaac começou a ficar angustiada com 
as tarefas cotidianas e com a possibilidade de cometer erros no trabalho. Sentia-se 
atipicamente tensa e cansada. Tinha dificuldades em se concentrar. Também começou a 
se preocupar excessivamente com dinheiro e, para economizar, mudou-se para um 
apartamento mais barato em um bairro menos agradável. Buscava apoio repetidamente 
dos colegas de escritório e da mãe. Parecia que ninguém conseguia ajudá-la, de modo 
que ela temia ser “um fardo”. 
Durante os três meses anteriores à avaliação, a sra. Isaac começou a evitar sair à noite, 
temendo que algo ruim acontecesse e não conseguisse ajuda. Mais recentemente, 
passara a evitar sair durante o dia também. Além disso, sentia-se “exposta e vulnerável” 
ao caminhar até a mercearia a três quadras de distância, então parou de fazer compras. 
Depois de descrever que havia descoberto como usar uma tele entrega de alimentos, 
acrescentou: “É ridículo. Sinceramente, acho que alguma coisa horrível vai acontecer 
nos corredores do mercado e ninguém vai me ajudar, então nem entro”. Quando está em 
seu apartamento, frequentemente relaxa e aprecia um bom livro ou um filme. 
A sra. Isaac afirmou que “sempre fui um pouco nervosa”. Durante grande parte de sua 
permanência no jardim de infância, chorava descontroladamente quando sua mãe 
tentava deixá-la na escola. Relatou ter se consultado com um orientador psicológico aos 
10 anos de idade, durante o divórcio dos pais, porque “minha mãe achava que eu estava 
carente demais”. Acrescentou que nunca gostou de ficar sozinha e tinha namorados 
constantemente (às vezes mais de um ao mesmo tempo) desde os 16 anos. Explicou: 
“Eu odiava estar solteira e sempre fui bonita, então nunca ficava sem namorado durante 
muito tempo”. Mesmo assim, até o rompimento recente, afirmou que sempre achava 
que estava “bem”. Era bem-sucedida no emprego, corria todos os dias, mantinha uma 
sólida rede de amizades e não tinha “queixas de verdade”. 
Durante a entrevista inicial, a sra. Isaac disse que havia ficado triste durante algumas 
semanas depois que o namorado a havia deixado, mas negou que tivesse se sentido sem 
valor, culpada, desesperançada, com anedonia ou suicida. Afirmou que seu peso 
continuava constante e seu sono estava bom. Negou mudanças psicomotoras. Descreveu 
ansiedade significativa, no entanto, com 28 pontos no Inventário de Ansiedade de Beck, 
o que indica ansiedade grave. 
 
 
 
 
Ler os estudos de caso em anexo e descrever as principais 
características diagnósticas apresentadas em cada caso. Individual, no 
caderno. 
Características diagnósticas: 
I. Se sentia constantemente tensa, acrescentou que a ansiedade era “muito forte” há 
vários anos e que era frequentemente acompanhada por episódios de tontura e 
choro. De modo geral, não conseguia falar em nenhuma situação fora de casa ou 
durante as aulas. Recusava-se a sair de casa sozinha por medo de ser forçada a interagir 
com alguém. Ficava particularmente ansiosa na companhia de outros adolescentes, mas 
também havia se tornado “nervosa demais” para falar com vizinhos adultos que ela 
conhecia há anos. Também estava constantemente de prontidão, devido à 
necessidade de evitar a possibilidade de ser atacada, uma estratégia que realmente 
funcionava apenas quando estava sozinha em casa. Agorafobia 
II. Na avaliação, apresentava os seguintes diagnósticos de Eixo I: fobia social 
generalizada e depressão maior atípica, com traços evitativos e obsessivos de 
personalidade e uso abusivo de álcool. Dados relevantes: primogênita, nasceu de parto 
prematuro com baixo peso. Aos dois anos foi colocada num maternal e, até os quatro 
anos, chorava diariamente quando a mãe a deixava na escola. Desde pequena foi uma 
criança tímida, retraída e com dificuldades de relacionamento. Fez sua primeira 
psicoterapia aos sete anos por não se sentir “compreendida afetivamente”. O pai tinha 
história de depressão e agressividade com os filhos. A mãe era exigente, crítica e 
perfeccionista. Aos 13 anos, Maria começou a apresentar problemas de conduta na 
escola, repetência e uso abusivo de álcool. A paciente sempre se sentiu “diferente das 
outras pessoas”, “rejeitada por todos”, começando pelo pai, que a agredia sem 
motivos. Passou a usar álcool para “poder fazer as coisas que os outros jovens faziam, 
pois, do contrário, sentia-se fingindo”. Achava-se sempre “inferioraos outros, sem 
direito de abrir a boca para defender-se”, com uma sensação quase permanente de 
insatisfação e crítica consigo mesma. Apresentava vontade de “ser diferente, ir a 
festas, ter amigos”, mas considerava-se incapaz de tomar qualquer iniciativa, pois, em 
qualquer movimento que fizesse, sentia-se rejeitada e permanentemente avaliada de 
forma negativa por todos ao seu redor. Ao ser solicitada para tarefas de faculdade, tinha 
uma de duas posturas: ou evitava-as, por temer ser avaliada e considerada diferente, 
incompetente e inadequada, ou fazia-as de forma perfeita, para evitar possíveis críticas. 
Fobia Social, Transtorno de Ansiedade generalizada 
III. Encaminhada para avaliação psiquiátrica por seu cardiologista. Nos dois meses 
anteriores, ela esteve no pronto-socorro quatro vezes devido a queixas agudas de 
palpitações, falta de ar, sudorese, tremores e medo de que estava prestes a morrer. 
Cada um desses eventos teve início rápido. Os sintomas chegaram ao ápice em 
minutos, deixando-a assustada, exausta e totalmente convencida de que havia 
recém tido um ataque cardíaco. As avaliações médicas realizadas logo após esses 
episódios revelaram achados normais nos exames físicos, sinais vitais, resultados 
laboratoriais, exames toxicológicos e eletrocardiogramas. A paciente relatou um total de 
cinco ataques dessa natureza nos três meses anteriores, sendo que o pânico ocorrera 
no trabalho, em casa e enquanto estava dirigindo. Ela desenvolveu um medo 
persistente de ter outros ataques, o que a levou a tirar vários dias de folga, a evitar 
exercí- cios, dirigir e beber café́. Sua qualidade de sono decaiu, assim como seu 
humor. Passou a evitar relacionamentos sociais. a aparência da paciente era a de uma 
jovem ansiosa, cooperativa e coerente. Ele negou depressão, mas parecia receosa e 
estava preocupada em ter uma doença cardíaca. Negou sintomas psicóticos, confusão e 
qualquer tipo de pensamento suicida. Sua cognição estava preservada, o insight era 
limitado e o julgamento era bom. Transtorno de Pânico 
IV. O paciente se apresentou ao consultório de um psiquiatra com a queixa de 
incapacidade de viajar de avião. A ansiedade de voar do paciente havia começado 
três anos antes, quando estava em um avião que pousou durante uma tempestade de 
neve. Havia voado dois anos antes e relatou que chorou durante a decolagem e 
durante a aterrissagem. Outra incidência fora com a esposa no aeroporto, um ano 
antes da avaliação, para ir ao casamento da filha. Apesar de ter bebido uma quantidade 
significativa de álcool, o sr. Hendricks entrou em pânico e se recusou a entrar no 
avião. Depois dessa tentativa frustrada, começou a sentir uma ansiedade intensa só́ 
de pensar na possibilidade de voar, de modo que a ansiedade o levou a recusar 
uma promoção no trabalho e uma oferta de emprego de fora porque ambas 
exigiam viagens de negócios. Negou outros sintomas neurovegetativos de 
depressão. Negou história de complicações com álcool ou sintomas de abstinência. 
Também negou história familiar de problemas psiquiátricos. Negou ansiedade em 
outras situações. Fobia específica 
V. Começou a ficar angustiada com as tarefas cotidianas e com a possibilidade de 
cometer erros no trabalho. Sentia-se atipicamente tensa e cansada. Tinha 
dificuldades em se concentrar. Também começou a se preocupar excessivamente com 
dinheiro e, para economizar, mudou-se para um apartamento mais barato em um bairro 
menos agradável. Buscava apoio repetidamente dos colegas de escritório e da mãe. 
Parecia que ninguém conseguia ajudá-la, de modo que ela temia ser “um fardo”. 
Durante os três meses anteriores à avaliação, a sra. Isaac começou a evitar sair à noite, 
temendo que algo ruim acontecesse e não conseguisse ajuda. Afirmou ainda: “acho que 
alguma coisa horrível vai acontecer nos corredores do mercado e ninguém vai me 
ajudar, então nem entro”. Durante a entrevista inicial, a sra. Isaac disse que havia 
ficado triste durante algumas semanas depois que o namorado a havia deixado, mas 
negou que tivesse se sentido sem valor, culpada, desesperanc ̧ada, com anedonia ou 
suicida. Afirmou que seu peso continuava constante e seu sono estava bom. Negou 
mudanc ̧as psicomotoras. Descreveu ansiedade significativa, no entanto, com 28 
pontos no Inventário de Ansiedade de Beck, o que indica ansiedade grave. 
Transtorno de Ansiedade generalizada

Continue navegando