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I- IDENTIFICAÇAO DA DISCIPLINA
	NOME (DISCIPLINA): 
	PROFESSOR: Mestrando Manoel D. Fernandes Braga
Email: fernandes_direito@yahoo.com.br
	AULA: – Periodo: 6/7° - Ano: 2013.1 
HORÁRIO: 19h:15min às 20h:30min 
	CURSO: Bacharelado em Direito
REVOGAÇÃO, LIBERDADE PROVISÓRIA E RELAXAMENTO
I - REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA 
1. Cabimento 
De acordo com o art. 316 do CPP, o juiz poderá revogar a prisão preventiva quando há falta de motivo para que a mesma subsista, portanto, a decisão que decreta ou denega a prisão preventiva é lastreada na cláusula rebus sic stantibus, ou seja, dura enquanto durar o estado das coisas. Assim, mantida a situação fática e jurídica que ensejou a decretação da prisão preventiva, a mesma deverá ser mantida. Em contrário senso, se não houver mais os motivos que ensejaram a decretação da medida cautelar, o juiz, de forma fundamentada, irá revogar a prisão preventiva, o que poderá ser feito de ofício ou a requerimento. Veja também, neste sentido, a nova redação do art. 282 do CPP: 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
Consequentemente, se uma prisão preventiva foi legalmente decretada, porém seus motivos desapareceram, deverá a mesma ser revogada pelo juiz, sendo possível ao preso, através do seu advogado, postular a REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA. 
Para tanto, deverá sustentar o desaparecimento dos motivos que justificavam a prisão, pleiteando, ao final, sua revogação, com a expedição do competente alvará de soltura. Após a reforma implementada pela Lei 12.403/2011, o juiz poderá, ao revogar a prisão preventiva, aplicar uma das medidas cautelares não prisionais previstas no art. 319 do CPP. 
1.1. A revogação da prisão temporária
Da mesma forma que na preventiva, quando decretada uma prisão temporária (Lei 7.960/89) legal, é possível que, antes do fim do prazo estabelecido em lei, os motivos que antes a justificavam venham a desaparecer. Neste caso, perfeitamente cabível sua revogação, de ofício ou a requerimento. Contudo, já que nos encontramos em fase de inquérito (a prisão temporária não pode ocorrer durante o processo, somente em fase pré-processual) e a ação penal ainda não foi intentada, não há que se falar na aplicação das medidas do art. 319 do CPP. Assim, o advogado deverá sustentar o desaparecimento dos motivos que justificavam a prisão temporária, pleiteando, ao final, sua revogação, com a expedição do competente alvará de soltura. A estrutura da revogação da temporária é semelhante a da revogação da preventiva. 
ATENÇÃO! 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO DEPENDE DE UMA PRISÃO PREVENTIVA OU UMA PRISÃO TEMPORÁRIA LEGALMENTE DECRETADA! 
Se a prisão for ilegal, a hipótese será de habeas corpus! 
II - LIBERDADE PROVISÓRIA 
2. Cabimento 
A liberdade provisória é a medida cabível nas hipóteses de flagrante lícito, tanto na materialidade quanto na formalidade, devendo-se demonstrar que não existe a necessidade de se manter o agente encarcerado. Existem algumas formas de se demonstrar a desnecessidade de manutenção da prisão do agente, o que será devidamente analisado a seguir. Antes de mencioná-las, é importante observar as seguintes dicas: 
DICAS ! 
1ª) A liberdade provisória somente é possível em casos de flagrantes legais, portanto, ao pleitear a medida, o requerente está admitindo a legalidade do flagrante. O advogado simplesmente não questiona a legalidade do flagrante, em decorrência, não se discute em preliminar a ilegalidade da prisão no pedido de liberdade provisória. 
2ª) A liberdade provisória tem por objetivo a restituição do preso ao status de liberdade, uma vez que ausentes os pressupostos da prisão preventiva. 
3o) Assegura a Constituição Federal que “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança” (art. 5o, LXVI, da CRFB/88). 
2.1. Formas de se demonstrar a desnecessidade da manutenção da prisão em flagrante 
a) Ausência dos requisitos que autorizam a prisão preventiva. 
Uma das formas de se demonstrar a desnecessidade da manutenção da prisão em flagrante é esclarecer que não estão presentes, no caso concreto, os requisitos autorizadores da prisão preventiva, previstos nos artigos 312 e 313 doCPP, sendo cabível o pedido de liberdade provisória COM ou SEM fiança nos termos do art. 321 e seguintes do CPP. 
Ressalte-se que, se qualquer dos motivos autorizadores da prisão preventiva estiver presente, a liberdade provisória não será concedida, a qualquer título, motivo pelo qual, para o reconhecimento e a elaboração a peça processual da liberdade provisória, é de suma importância ter um conhecimento mais aprofundado sobre a prisão preventiva, modalidade de prisão cautelar. 
Vale transcrever os artigos relacionados aos requisitos que autorizam a prisão preventiva previstos no CPP: 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada. 
Cabe neste momento relembrar a fórmula para o cabimento da preventiva: 
PP = 2p + 1f + 1ca
Sendo: 
PP= prisão preventiva; 
p= pressupostos = prova da existência do crime e indício suficiente de autoria (fumus comissi delicti) – art. 312 do CPP; 
f= fundamentos = garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal (periculum in mora) – art. 312 do CPP; 
ca= condições de admissibilidade = hipóteses de cabimento da preventiva - art. 313 do CPP. 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
Assim, para que uma prisão preventiva seja decretada, devem estar presentes o fumus comissi delicti (prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria) e o periculum libertatis (garantia da ordem pública ou garantia da ordem econômica ou conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal). 
Além disso, deve haver previsão legal de prisão para aquele caso concreto, ao que chamamos legalidade ou condições de admissibilidade. Deve-se observar os Art. 312 e o 313 do CPP que dão os critérios objetivos autorizadores da prisão preventiva. 
São estes os critérios a serem analisados pelo juiz quando toma ciência do flagrante, já que, com a reforma implementada pela Lei 12.403/2011, não é mais possível a manutenção da prisão em flagrante após a ciência formal do juízo. Assim, ao receber os autos do flagrante, o juiz deve atentar para o que dispõe o art. 310 do CPP, com a atual redação: 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ou II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
Na liberdade provisória a discussão é, portanto, de mérito, e deve-se demonstrar que não estão presentes os requisitos objetivos e subjetivos da prisão preventiva, devendo ser pleiteada até o momento em que o juiz toma ciência e decide conforme art. 310 supra. 
Repare que o juiz deve, de acordo com o atual art. 310 do CPP, manifestar-se de ofício acerca da concessão do benefício, mas nada impede que seja o mesmo, antes daquele momento, provocado pelo advogado. Entretanto, se não houver pedido de liberdade provisória em momento anterior, nem o juiz a conceder de ofício, ou seja, se após ciência do flagrante, o juiz mantiver o preso ― em flagrante, sem conceder a liberdade, relaxar a prisão ou converter o flagrante em preventiva, a prisão passa a ser prisão ilegal, e, a partir daí, a solução seria impetrar o habeas corpus no tribunal, já que o juiz, agindo em desconformidade com a lei, passa a se configurar como autoridade coatora. 
Hoje, portanto, em razão da nova lei, quando o juiz for analisar o flagrante inicial, terá que decidir se deve conceder a liberdade provisória ou se modifica esse flagrante pela prisão preventiva, fundamentando-a no art. 312 do CPP, ou ainda se há a possibilidade de aplicação de outra medida cautelar diversa da prisão (art. 319 do CPP). 
Ou seja, o juiz agora tem que fundamentar mais as suas decisões, não sendo possível a manutenção do flagrante após a ciência formal do juiz. O flagrante legal tem, então, natureza de uma pré-cautelar, já que haverá necessariamente a sua conversão em uma outra cautelar, seja ela a preventiva, seja uma das cautelares não prisionais previstas nos arts. 319 e 320 do CPP:
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica. §§ 1o, 2o e 3o (revogados) § 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 
Lembre-se: Medidas de contracautela – Nada mais são que medidas cautelares que visam atacar uma cautela já decretada pelo juízo. As medidas de contracautela ou cautelares de liberdade são endereçadas ao juízo processante, o que as diferencia da ação autônoma de impugnação de Habeas Corpus. 
São medidas de contracautela ou cautelares de liberdade o relaxamento de prisão, visto no capítulo anterior, a liberdade provisória e a revogação da preventiva, que hoje pode ser aplicada também à prisão temporária. Veja novamente o quadro abaixo:
Como já foi dito acima a prisão preventiva possui a seguinte fórmula PP = 2P + 1f + 1Ca, que pode ser explicada da seguinte forma: Pressupostos - a lei exige prova da materialidade do crime, ou seja, no que se refere a materialidade deve-se ter a certeza de que ela foi demonstrada mediante prova. Além disso, a lei exige a existência de indícios suficientes da autoria, isto é, deve-se demonstrar indicativos de que o sujeito é o autor ou participou do crime, não sendo exigida prova cabal em relação a este segundo pressuposto.
Contudo, devem estar presentes estes dois pressupostos para que seja viável a decretação da prisão preventiva, conforme interpretação extraída do Art. 312, do CPP. 
Fundamentos – existem quatro fundamentos, devendo haver pelo menos um para que seja viável a decretação da prisão preventiva. 
Os fundamentos da prisão preventiva pode ser explicados da seguinte forma:

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