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ESTADO NOVO

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OLIVEIRA, Lúcia Lippi; VELLOSO, Mônica Pimenta; GOMES, Ângela Maria de Castro. Estado Novo: ideologia poder. Rio Janeiro: Zahar Ed., 1982. 166 p. (Política e Sociedade)
Érica Gabriela F. de Menezes
Samyres da Silva Vieira
RESUMO
O texto inicia com o trabalho da socióloga Lúcia Lippi Oliveira abordando o trajeto do regime e a defesa do Estado Novo com diferentes propostas defendida por Almir de Andrade que acreditava que só com as relações sociais contribuiriam para o desenvolvimento da política através do “darwinismo social”. Azevedo Amaral apoia o autoritarismo e o New Deal como percursor para o progresso nacional brasileiro. Em seguida a historiadora Mônica Pimenta Velloso foca na importância da mídia para na publicidade política. 
Palavras - Chaves: República, politica, relações sociais.
No cap. I - Tradição e Política: O pensamento de Almir de Andrade, Lúcia Lippi Oliveira explica o Estado Novo no governo de Vargas, destacando a importância do autor Almir de Andrade como principal ideólogo e interprete do Estado Novo. O foco central era a defesa de um projeto centralizado para a política brasileira que seria um dos problemas enfrentados durante a República Velha. Sendo necessário combater o exagero do regionalismo e colocar em prática a autonomia estadual, essa ideia de “novo” vem associada as circunstâncias da realidade da época. Oliveira reflete nas propostas de Almir de Andrade que na cultura e na política existe um laço de fidelidade, relacionando a política com as tradições culturais brasileiras; onde a cultura aproxima a política da população, e a política orienta a cultura para o bem comum; baseando-se em caráteres histórico e da sociologia que seria “darwinismo social”, onde o homem se adapta ao seu meio através de traços culturais permitindo o fortalecimento da sociedade e a recuperação das tradições brasileiras. A autora cita que para Almir, o importante era a valorização do ser não é uma conquista do liberalismo, no entanto, é uma conquista da civilização e de sua evolução cultural humana. Colocando a necessidade de pensar sobre o futuro da cultura e sobre o sistema de transformação das sociedades, afirmando ser inviável viver ser renovar, sem conservar; sem inovar e interromper o novo, “não se pode interromper sem ferir a integridade da vida, sua continuidade evolutiva, suas bases de sustentação, sua fortaleza, sua espontaneidade” (Oliveira, pág. 37) e suas ideias são sempre voltados para a visão do Brasil com uma menção aos fenômenos sobre o “coronelato” e o “caudilhismo”, e ao “homem cordial” de Sérgio Buarque, que não seria a bondade do homem um privilégio, mas seu espirito de camaradagem. A autora analisa todos processos históricos estudados por Almir, o Império, a Primeira República, a Revolução de 30 e o novo regime de 37 ou “Estado Novo”, mostrando que seus ideais são incentivados através das tradições culturais. Já no cap. II – A autoridade de Política: O Pensamento de Azevedo Amaral Lúcia Lippi Oliveira procurou diferentes ideologias política voltado ao Estado Novo. O pensamento ideológico de Almir de Andrade era voltado para a valorização das tradições culturais brasileira, diferente de Azevedo Amaral que se apoia na ideia de revolução como algo novo, criador de uma nova ordem para legitimar e estabilizar o autoritarismo no comando do processo nas mutações da sociedade, nas propostas da indústria moderna e no New Deal norte-americano como forma de ação governamental. Suas ideais eram baseadas na filosofia política de desenvolvimento econômico, no evolucionismo, no racismo e no elitismo doutrinado para o regime. A autora incide sobre a analogia que Azevedo faz entre a sociedade e o organismo doente; seria então uma sociedade enferma que não se desenvolve conforme a naturalidade do progresso e passar do Estado político ao Estado Econômico. A revolução possibilitaria esse progresso acelerado esperado por Azevedo Amaral, propondo uma centralização do poder que só o governo é soberano e o pensamento conservador político econômico. A autora reflete sobre o diagrama de evolução proposto por Azevedo, que, no entanto, se sua metade harmonização entre instituições e realidade, é momentâneo, já que constantemente ocorrem novas transformações que desenvolve as mudanças. Nas pesquisas da autora Mônica Pimenta velloso nasce o tema do cap. III – Cultura e Poder Político: Uma configuração do Campo Intelectual onde a autora também foca na política nacional e o regime do Estado Novo, onde a ideologia ganha opressão na proporção que vai crescendo uma doutrina de “obrigação política” para a sociedade civil envolvendo vários setores sociais na política do Estado. A autora trabalha na ideia que as relações sociais contribuem para o desenvolvimento do Estado ampliando suas bases de sustentação nas categorias populares urbanas e que a Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foram meramente importantes na construção da imagem do Estado Novo. No conceito de cultura dado pela autora passa ser gerada em condições de organização política, O Estado cria estratégias culturais para conduzir e impedir seus julgamentos sobre o mundo e o grupo de comunidades. Com a ajuda da mídia em 1945 publica-se na (DIP) revista palavras do presidente da República e dos ministros de Estado depoimentos sobre a solidariedade com a “nova ordem” um estado-novista. O objetivo era conquistar a confiança popular através da estratégia discursiva, o Estado Novo seria centralizado ao alto poder político. Um grande quando de intelectuais colaboram nas publicações da revista, tanto na coleta bibliográfica como na construção de ideologias. Consistindo na massa de doutrinadores com poder de criticar os fundamentos do discurso oficial. Os intelectuais de renome do Estado Novo estavam presentes na revista “Cultura Política”. Tal revista tinha o intuito de refletir o caráter da incorporação dos intelectuais. Os intelectuais, que compunham essa revista são: Nelson Werneck Sodré, Gilberto Freire e Graciliano Ramos. Junto com esses intelectuais estavam presentes os ideólogos Francisco Campos, Azevedo Amaral, Almir de Andrade e Lourival Fontes. Em 1941, intelectuais como Almir de Andrade, Azevedo Amàral, Lourival, Fontes e Rosário Fusco foram de grande importância para a revista,quando a mesma tinha apenas um ano.
Além dos intelectuais, a revista também abria espaço para quem quisesse colaborar e expor sua visão sobre os problemas nacionais. Havia alguns intelectuais que eram considerados como médios, e para eles ficava a responsabilidade de produzir artigos. Já os grandes intelectuais eram responsáveis por transmitirem uma visão de mundo de um discurso autoritarista, e tal transmissão era importante, pois atingia os intelectuais médios. 
Os intelectuais da Ciência Política foram os responsáveis por contrapor o discurso dos ideólogos do Estado Novo. A revista também buscava recuperar o passado. A política passou a ter uma nova concepção, passou a ter um estatuto de cientificidade. A revista Cultura Política sentiu uma necessidade de um desenvolvimento e de uma conscientização política. A mesma foi considerada como a mais qualificada para aquele período. 
Para o Estado Novo, ser integrado à vida popular o faz ser considerado como “humano” de certa forma. No Brasil, em 1937, foi instaurado um regime , tal regime foi de extrema importância e um marco para a história do país, mesmo assim, esse ano não foi considerado como o começo de um novo início. Porém, os acontecimentos de 1937 possibilitou a realização de um projeto considerado revolucionário. 
A Revolução de 30 está entrelaçada com 1937, pois ambas possuem um mesmo processo revolucionário. A mesma é considerada como um movimento libertador, pois libertou o pais de uma experiência não tão agradável. A Revolução de 30 é um complemento da revolução de 1937.A Primeira Republica é vista como uma realidade bastante complicada. Junto com seu liberalismo, a Primeira Republica é considerada como um declínio para o país, e o mesmo se encontrava em uma situação de desgaste.A Revolução de 30 vem justamente para libertar o pais dessa situação. 1930 e 1937 foram os processos de revolução para a restauração do pais, para o retorno da realidade nacional.Antes da revolução de 30, o governo do pais não era um governo que representava o povo, era um governo representativo, mas para os representantes e com isso o povo era deixado de lado.
O golpe de novembro de 1937 permitiu a permanência de Getúlio Vargas no poder, a partir desse golpe, deu-se início ao Novo estado nacional. Esse Novo Estado Nacional tinha a finalidade de fazer com que o governo tirasse melhor proveito das riquezas do país e tivesse uma melhor representatividade com o seu povo. O projeto ideológico desse Novo Estado estava voltado para a legitimação da autoridade.
O Estado Novo inaugurou no Brasil uma experiência política até então única, onde foi formado um novo conceito de democracia. O Novo estado nacional tinha o intuito de criar um novo homem brasileiro, o transformando de um indivíduo para um cidadão. A renovação humana que o Estado propunha consistia na atribuição de um valor positivo ao trabalho. O cidadão passaria a ver o trabalho como foco principal de sua vida, pois ali seria seu meio de sobrevivência.
A nova democracia passou a se “preocupar” com a preservação da liberdade do cidadão. Mas na realidade, essa nova democracia se preocupa apenas com uma concepção de uma sociedade onde os cidadãos são vistos como desiguais. Essa nova democracia passou a ser vista como uma democracia autoritária. Essa nova democracia não aceitava aspectos políticos de uma democracia liberal e a mesma comportava apenas um partido, esse partido era o Estado. Os feitos do Novo Estado eram divulgados pela revista Cultura Política.
O Brasil passou por um momento revolucionário em relação ao trabalho. Mas durante muito tempo essa situação não foi tão boa assim. A pobreza predominava o pais e outros lugares do mundo. O trabalho era visto como uma forma civilizadora. O estado dava uma certa importância para a questão da moradia. Para o estado, a família deveria ter um amparo, a família era uma preocupação central.

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