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FILO - 2

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FILOSOFIA - 2 
 
 
 Três concepções de verdade: 
 Aletheia – verdade grega / Veritas – romana ou latina e emunáh – judaica. 
 Vem do substantivo lêto – primeira pessoa do singular do verbo esquecer. 
 A + letheia = rememoramento. 
 Aletheia é tirar o véu, o pensamento está encoberto, o conhecimento está encoberto, 
e não se sabe o que realmente é. Daí tem que descobrir (tirar o véu). 
 Temos a dimensão da realidade, da linguagem e do ego. 
 Um verdadeiro diamante significa que ele une todas as propriedades (características) 
de um diamante, essa é a verdade da realidade. Caso contrário ele teria a aparência, o 
que o tornaria falso. 
 A aletheia pode apresentar-se na esfera do real, chama-se ontológica ou metafísica. 
 Pode-se ter uma verdadeira concepção mental de um item que é falso. 
 O erro (ou aberração) pode estar na esfera da realidade. Que pode ser dos sentidos ou 
da aparência do objeto. 
 O erro está na possibilidade de construir uma representação mental. Ex: pessoa 
daltônica que enxerga o pincel vermelho como se fosse marrom. Há um erro no 
instrumento da sensibilidade que o impede de ver a cor vermelha, é uma 
representação mental falsa. 
 Ego = pensamento. 
 Tem uma representação mental falsa. Ex: o homem que sentia a bola na mão sem tê-la 
mais. 
 Pode ter uma falsa representação mental de uma realidade verdadeira. Ex: o homem 
que tinha as pernas, mas na sua representação mental ele não tinha mais. 
 Quando falamos de ego estamos falando da alethéia do pensamento (epistemológica). 
 Os empiristas (positivistas) são a fonte do conhecimento. Dois sentidos podem ser 
enganados. Mesmo o conjunto de todos os sentidos podem nos enganar. Não só dos 
objetos externos a ego como também a existência do nosso próprio corpo. 
 Um só observador não é suficiente pra dizer se a representação mental é a realidade. 
 Idissicrazia: são observações de um determinado indivíduo. Cada um tem uma forma 
particular para uma determinada coisa que muitos fazem de forma semelhante. Ex: 
amarrar o cadarço. 
 Hábito: é sempre coletivo. Quando vários observadores dizem algo a respeito de uma 
mesma coisa. Nós geramos um conhecimento habitual. 
 Aletheia é a lógica. 
 O homem não vive no caos, ele cria explicações, senso comum. 
 Ex: onde há fumaça, há fogo. 
 F – fenômeno. O – observadores. T – tempo. C – contexto. 
F 
C1 
C2 
C3 
O1 
O2 
O3 
T1 
T2 
HÁBITO 
SENSO 
COMUM 
O OBSERVADOR 
É ESSENCIAL 
CIÊNCIA 
 
 A ciência vai criar um método para ver se suas afirmações são verdadeiras ou falsas. 
 A ciência se opõe ao hábito. 
 Regras do método: sempre sai do mais complicado para o mais simples. 
 1- ideias claras, ideal cartesiano. Clareza total. Claras e distintas. Não pode confundir 
com nenhum outro conceito. Parte do desconhecido para o conhecido. 
 2- vai pegar o problema (confuso, complexo) e vai analisar, quebrar, tantas vezes 
quantas forem necessárias. Até chegar a ideias claras e distintas. 
 3- repetir quantas vezes forem necessárias as regras anteriores para eliminar a dúvida, 
pode pedir a revisão. Ou diminui drasticamente a dúvidas. 
 A comunidade de observadores pode errar. Podemos desconfiar do nosso constructo 
mental. 
 Um cálculo matemático pode vale em um campo e em outro não. 
 A verdadeira realidade é o próprio pensamento. “Cogito ergu sum” – Descartes 
 Solipisismo – deixá-lo sozinho em si mesmo. Só sobrou o ego. O ego é a realidade. 
Descartes era realista. 
 Não se pode conhecer nada (ceticismo). Ou seja, nada é cognoscível. Ao menos algo é 
cognoscível. Qual é a conclusão? Algo é cognoscível (contradição lógica). É dedutiva. 
Essa regra é o argumento do absurdo (é a contradição). Argumentum adsudum. Tudo 
ou nada. Basta encontrar um que seja. 
 Deus criou o mundo e o homem. O homem pensa só nesse, mas tem conhecimento da 
existência do mundo. 
 Santo Anselmo tem dois argumentos. 1- ontológico e 2- da perfeição. 
 Podemos pensar a perfeição, mas nosso pensamento não é perfeito. 
 Nosso conhecimento de mundo se baseia nos sentidos, por isso não é perfeito. E 
também porque tem começo e fim, se fosse perfeito seria eterno. 
 O pensamento reflexivo é eterno, portanto perfeito. 
 Nosso pensamento, por conclusão, regra de necessidade, não é origem de perfeição. 
Não pode criar a perfeição porque é imperfeito. 
 A verdade deve estar para além do pensamento, ou seja, no mundo, que também não 
é perfeito, porque todo mundo da physis é composto de entes empíricos que não são 
perfeitos, tornando o mundo imperfeito. ORA, AÍ É QUE ESTÁ! O mundo externo ao 
homem não é a causa da perfeição. 
 A perfeição está para além do homem e para além do mundo, tem que estar além da 
verdade, é metaphysis. 
 A perfeição existe para e por si mesma. É imutável (atemporal e aespacial), eterna, 
necessária, absoluta e individual (qualidades de entes ideais) – o que é, para Santo 
Anselmo a prova da existência de Deus, sendo a própria perfeição. 
 Gaudilio disparou críticas sobre santo Anselmo, afirmando que, não necessariamente 
precisa existir só porque pode-se pensar. 
 Dogmáticos – erraram porque buscaram critérios por aceitação. 
 Céticos – todos aqueles que questionam 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOGMÁTICO 
CÉTICO 
DOGMA 
PROVA 
CRITÉRIO 
RELATIVISMO 
I. KANT 
CRÍTICA DA 
RAZÃO PURA 
 A razão (paciente) deve ser criticada para torná-la pura (absoluta – fim). 
 Crítica é o processo da purificação. Crítica -> krísis (purificação) <- krisólis (ouro) 
 Kant estava pensando no ourives que molda o ouro. PROCESSO - Pega a pepita que é 
impura e purifica, tornando-a ouro puro. Ou seja, analisando a razão ao fogo, retira-se 
as impurezas/incertezas e torna-se pura. 
 O agente da purificação da razão é a própria razão, por não ser escrava de Deus nem 
dos sentidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Todo conhecimento empírico surge de fenômenos, os sentidos são Genesis. 
 O sentido é somente capta. 
 Quando o pensamento vê a impressão, o ego toma conhecimento do objeto. 
 Ego empírico – estrutura da razão que está relacionado aos sentidos e governa os 
entes. 
 A partir da relatividade é necessário que exista uma estrutura que estabelece uma 
unidade de conhecimento. Que não pode ser o ego empírico, é além do ego empírico. 
É o ego transcendental. 
 Sentidos e ego empírico só nos dão relatividade. 
 Kant – transcendental: condição comum, mas não é individual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ego empírico é imanente. 
 Ego transcendental é relevante, necessário. 
 Sentidos – gênese 
 Razão – arkhe 
 A razão é númeno, não é fenômeno. 
 VERITAS: autenticidade – condição de autêntico. Não é a verdade com relação a 
realidade, se relaciona com a linguagem. É a verdade do que se diz, tem o foco na 
linguagem. 
 Aletheia – relacionada à physis. 
 Rc – representação mental correta. 
 
 
 
CRÍTICA DA 
RAZÃO PURA 
SUPREMO 
LEGISLADOR 
TRIBUNAL 
CONHECIMENTO 
AÇÃO 
SENSIBILIDADE 
PHYSIS 
MORAL 
JURÍDICA 
transcendental 
METAFÍSICO 
EPISTEMOLÓGICO 
METAFÍSICO 
PERTENCE A UM 
DETERMINADO SISTEMA 
Linguagem Ego falante Ego ouvinte 
Realidade 
Rc Rc 
 Dois irmãos, Pedro e André (época da ditadura militar). Eram líderes de uma célula 
terrorista. Regra: para facilitar as panfletagens têm uma casa que é a célula na asa 
norte e outra em GO (estratagema para enganar a polícia). Se alguém do grupo fosse 
preso deve dizer que a célula se reúne em GO para dar tempo do outro fugir. André 
não aguenta a tortura e entrega o povo na Asa Norte, mas Pedro já mudou todos para 
GO (porque já sabia da fraqueza do irmão). 
 Se não houver ligação entre linguagem e realidade é falso (na esfera da alethea), mas 
não pode ser verás (na esfera verita)A relação entre a linguagem e a realidade é a alethea 
 A relação da representação da realidade com os egos é a verita 
 Quando mente, tem-se a verdadeira representação mental, mas te a intenção de 
causar no ego ouvinte uma representação incorreta. 
 Toda mentira é dolosa. Tem-se a intenção de causar uma representação incorreta no 
ouvinte. 
 A enunciação do enunciado está em desconformidade com a representação mental 
correta. 
 Alethea é V ou F (lógico). 
 Veritas – veracidade (expressão de valor da autenticidade) e mentira (expressão de 
valor da inautenticidade). E também incorreta (quando o ego falante tem uma 
representação mental incorreta, ele é equívoco). 
 Engano – é quando não há a intenção de se criar a representação mental incorreta. O 
ego falante tem uma representação incorreta, que até equivale à realidade e cria no 
ego ouvinte uma representação incorreta também. Há culpa, mas não há dolo, por isso 
é um engano, um equívoco. 
 Mentira – é uma totalidade e é mentiroso. 
 Omissão – há relação com a representação mental, ela é incompleta, não é 
completamente correta. 
 Quando omite, cria os mesmos resultados de quando mente. 
 Na esfera política, para Platão, a mentira é aceitável. Para Kant é inaceitável em 
qualquer circunstância, em qualquer esfera. “Mentira senhorial”. 
 O falso testemunho está no domínio da veritas. 
 E o juiz analisa o falso testemunho pela alethea. 
 Pega a mentira confrontando o enunciado com a realidade (que é alethea) 
 Se conseguir substituir verdade por veras ou veracidade, é veritha. No caso de 
testemunhas e peritos só falarem a verdade, não pode ser substituído por 
representação mental correta ou incorreta. 
 Substitui falso por mentiroso – esfera da veritha. Se não conseguir substituir, é porque 
trata-se da esfera da alethea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veritas 
Nomos 
Definição 
Taxonomia 
Sv V Ov 
Sr Cv 
Deôntico 
Estético 
Religioso 
Dever ser 
Dever agir 
Êthos 
Éthos 
moral 
político 
jurídico 
Dever ser 
Ser Êthos 
Oblíquo 
Deônticas 
Estéticas 
Religiosas 
Regras sociedade 
diretrizes 
comportamento 
Êthos 
 Valor tem que ser atribuído por algo ou por alguém, esse é o sujeito de valoração. 
 Per allio = por outro. 
 Não confundir justificativa (lógico) com motivação (psicológico), que é valorativo. Não 
matar a mãe porque é a mãe é uma motivação e não uma justificativa. 
 O que pode ser valorado? O objeto de valoração – qualquer ente, seja da esfera do 
nomos ou da esfera da physis. Pode valorar Deus, conhecimento, pincel, entes de tipo 
ideal, entes de tipo empírico. 
 Sujeito de valoração somente pode ser o ser humano. 
 Nós valoramos e hierarquizamos esses valores (damos maior importância para uns que 
para outros). 
 Escolhas, na valoração, dependem de hierarquia. 
 Anomia – não consegue escolher porque não há hierarquia, não tem valoração de 
gosto, por exemplo. 
 Valorar não é somente atribuir, mas também hierarquizar esses valores de acordo com 
maior ou menos importância para si. 
 Valoração é intrínseca ao sujeito, portanto subjetivo. 
 SR = sujeito de reação. Que reage à valoração. Todos seres humanos são os tipos de 
sujeito, tanto de valoração quanto de reação. 
 Empática – concorda com a valoração 
 Antipática – não aceita a hierarquia de determinado valor para determinado objeto. 
 Apática – neutra, totalmente indiferente. 
 Tudo depende de um contexto: chamado de contexto de valoração (CV), que envolve 
condições geográficas, jurídicas, temporais... (plano epistemológico). 
 Êthos = caráter. 
 Ex: pincel que é achado daqui a 10 mil anos, ele não vai deixar de ter o êthos no 
museu, mas não terá o éthos. Ele ainda será pincel para escrever, mas não mais o fará. 
 Valor moral = todo valor moral é subjetivo (justiça), estabelecido pela heteronomia do 
sujeito de valoração. Totalmente dependente do sujeito valorativo. Intrinsecamente 
relativos ao sujeito que valora. 
 Valor político = depende do sujeito que valora. São valores públicos. 
 Valor jurídico = também são públicos, mas são heterônomos. São estabelecidos pelo 
próprio estado como sujeito de valoração, não dependem do cidadão. As leis 
protegem todos os valores listados. ATENÇÃO – há valores estritamente jurídicos, ou 
seja, fora da nómos jurídica não existem. Nasceram na esfera jurídica. Por exemplo: 
princípio do contraditório, garantias processuais. 
 Valor estético = nunca vai ter o dever agir no valor estético. Valores estéticos são 
valores de contemplação. Basta a contemplação da imagem, logo são só valores de 
dever ser. 
 Valor religioso = valor de ser. Piedade não é um valor do tipo moral, e sim religioso, é a 
reverência absoluta à divindade. É um conceito subdeterminado pelo valor moral na 
condição de ação. A fé é o principal valor religioso. 
 Sociedade é um conceito contemporâneo ( o professor vai usar comunidade política). É 
um conjunto ou uma associação de determinados sujeitos de valoração dentro de um 
contexto histórico, que possuem entre si relações que vão ser determinadas a partir da 
regra de comportamento. A sociedade se funde à estrutura valorativa mais às regras 
que determinam o comportamento. Não há sociedade sem regras. Critério e objetivo. 
Diretriz (são de influencia geral, indicam o caminho, mas não há definições) é 
subjetiva. 
 Regras também são objetos de valoração! O núcleo veritas das regras são os valores. 
 Não são os valores que determinam o comportamento, são as regras. 
 ANEXAR FOLHA DE EMPIRISMO E UTILITARISMO 
 
 
 
 
 PLATÃO 
 A justiça só pode existir como ente ideal no mundo das ideias. 
 As justiças mundanas são imperfeições, são reflexos das “conversas”. 
 Essa justiça ideal rege o mundo da physis, já no nómos o homem é livre, tem a 
liberdade, por isso é desarmônico o mundo. 
 A justiça é a única virtude que rege toda a realidade (physis e nómos), é a virtude mais 
importante, pois se estabelece também na política, além da moral. 
 O único modo de se ter uma verdadeira cidade é que seja harmoniosa. E como o 
cidadão pode contribuir para essa harmonia? Com todos os talentos que o homem 
possui e já nascem com ele. Quais são os talentos? Alguns são produtores (padeiros, 
pedreiros...) e como eles atingem a perfeição? Sendo produtores, exercendo seus 
talentos. 
 Todas as pessoas possuem as 5 virtudes, porém sempre uma se destaca, no caso dos 
produtores é a magnanimidade, onde eles sabem que tudo o que eles produzem não 
será para eles mesmos e sim para outros homens. 
 Os produtores também gerenciam a produção. 
 Deve existir guerreiros profissionais, um exército para proteger seus produtores, tem 
que existir então uma classe de produtores. 
 Além de ser entre as classes, a harmonia também se dá dentro das classes. 
 Na classe dos guerreiros, não existe família, todos são irmãos. 
 O produtor tem a propriedade, está preso aos bens. Já o guerreiro não está preso a 
nenhum bem, tudo é de todos. 
 O produtor tem o domínio da riqueza e por isso não pode dar o governo a ele, pois ele 
vai querer ainda mais riquezas, virando então tirania. 
 Não pode dar o governo aos guerreiros, pois os mesmo só pensam em guerra, e não há 
justiça em tempos de guerra. 
 Deve-se dar o governo a quem NÃO quer governar, porque ele não quer poder, essa 
pessoa é sábia, possui todas as virtudes em igualdade. 
 Então está sobre o filósofo o governo da polis, pois ele sabe o que é verdadeira justiça 
(harmonia), criando lei justas e sabendo aplicá-las. 
 O governo se dá como expressão da justiça e da paz. 
 Harmonia pré-estabelecida entre as classes, todos funcionando para o bem de todos é 
a chamada justiça no sentido político.Então o direito é da coletividade, e as obrigações são dos individuais, tem-se então 
uma inversão do modelo utilitarista. 
 O governante também não tem o direito, ele tem a obrigação de governar com justiça. 
 Não necessariamente filho de guerreiro, será guerreiro. É uma questão de talento, não 
de família. 
 A educação que permite saber quem é quem e em qual classe que está, o sábio, 
detentor do conhecimento verdadeiro, que irá educar. 
 No momento em que o conhecimento avança, as crianças não irão mais conseguir 
acompanhar essas ciências superiores: geometria, música, matemática avançada, arte 
da guerra. Então todas as minorias que não conseguiram passar para esse nível de 
guerreiro, serão produtores, se eles passaram por esse outro estágio, irá conhecer o 
verdadeiro conhecimento, se ele não passar será guerreiro, se ele passar será sábio, o 
governante. Por isso que colocar o governo nas mãos do povo (democracia) é um erro, 
pois o povo vai querer o poder e vai criar leis para se manter nele, confundindo seus 
interesses pessoais com o da pátria. 
 Um conhecimento que não pode ser aplicado na práxis não é um conhecimento. 
 Concorda com os utilitaristas no ponto de que para governar tem que ter o mérito. 
 Nada adianta um conhecimento que não pode ser aplicado 
 Na práxis pode se avaliar se o sábio pode ou não governar, se o conhecimento dele 
está regulado na práxis, então ele está apto a governar. 
 Não existe hierarquia entre as funções/classes, cada uma exerce seu papel, onde 
nenhuma é mais importante do que a outra, e sim cada um exercendo seu talento 
funcionando em uma harmonia perfeita. 
 Os guerreiros e os produtores não têm condições de entenderem os mecanismos de 
governo e por isso, por não terem conhecimento, os governantes também não 
precisam falar o que acontece no governo, então o governante tem a licença para 
mentir (mentira senhorial). 
 Como o povo (guerreiros e produtores) não tem o conhecimento para entender o 
governo o governante pode mentir para não ocorrer uma guerra civil. 
 A mentira senhorial é um instrumento muito importante para o governo. 
 A verdade é uma das cinco virtudes, então o governante é imoral? Sim, porque a 
mentira senhorial é política e não moral, ele não está mentindo para o seu interesse 
(moralidade) e sim para o interesse da polis (politicidade). 
 J. S. Mill resolve essa polêmica assim: deve-se dar o conhecimento ao povo para que o 
governante possa ser transparente. 
 A crítica para Platão é que sua educação deveria libertar o indivíduo e não o limitar. 
 Justiça sendo discutida com Sócrates, como sendo = fazer o bem aos amigos e o mal 
para os inimigos. Sócrates perguntou quem é o amigo e quem é o inimigo. 
 Na guerra esse conceito de justiça não existe, porque pode-se não saber quem é o 
inimigo, ou o amigo pode virar seu inimigo. 
 Então, para Platão, não existe justiça na guerra. 
 Céfalo acredita que justiça é dar a cada um o que é seu de direito, a crítica a esse 
conceito é que depende do contexto, e a justiça não é retribuição. 
 Trasímaco – justiça é a conveniência do mais forte. A lei determina o que é justo, a lei é 
do mais forte, logo a justiça é do mais forte. Estabeleceu o primeiro conceito político 
de justiça, sem estar ligado ao campo da moralidade. Sócrates critica esse conceito, 
pois levaria à tirania. 
 Platão discorda desse conceito, pois quando se usa a força, perde-se a racionalidade. 
 A república platônica é uma república sem a força. 
 Platão desvincula a justiça da força. 
 Como pode se justificar a força pelo direito? Platão não quer justificar a força pela 
força, para ele a força prevê o caos (tudo o que está em desarmonia). Leis que geram a 
força são injustas, por isso rejeita a tesa de Trasímaco. 
 Para Platão a justiça é harmonia. 
 Essa república nunca existiu e nem pode nunca existir, mas se o fizer será a polis 
perfeita. 
 ARISTÓTELES 
 Primeira coisa é analisar o homem, com isso afirma que o mesmo tem corpo e alma 
(que anima o corpo). 
 Se o homem vai produzir a polis, então a mesma é fruto da alma. 
 A alma possui função. 
 Todos os seres vivos têm alma, porque eles se movimentam. 
 Aristóteles atuou em todas as áreas, enquanto que Platão só atuou na matemática. 
 As plantas possuem alma vegetativa (responsável pelas funções básicas). 
 A alma sensitiva é responsável pelo sentimento, as plantas não a possuem. 
 O homem é o único animal racional, só ele possui a alma racional. 
 O bem é o fim de uma ação. 
 A felicidade é um estado ao qual o bem foi atingido. 
 O medo está na base da ação, na sua gênese, então uma ação não pode ter como fim o 
medo. Ele não pode ser um critério, pois pode paralisar. 
 O medo é uma paixão, as paixões são irracionais. 
 A paixão é uma condição animal, da natureza animal. 
 No momento que você deixa a paixão controlar a ação, no final não vai ser o bem, e 
sim o egoísmo que vai causar o mal. 
 Paixões: fome, medo, sono... 
 Egoísmo é quando as paixões são deixadas livres para atingir o bem, elas devem ser 
controladas pela razão. 
 Toda ação racional sempre visa um bem ALTRUÍSTA (que é diferente de egoísta). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Virtude pertence ao éthos, são da estrutura da razão 
 Para que a ação humana não caia no mal político deve-se ter as virtudes. 
 A vontade executa a ação e não a razão que executa a ação. 
 Tanto as paixões quanto as virtudes sozinhas não executam as ações. 
 A vontade que determina se a vontade é moral ou imoral. 
 A vontade é o terceiro elemento da alma humana, só os homes a possuem. 
 O modelo de Platão é problemático, porque a teoria é totalmente abstrata e não tem a 
ver com o dia a dia do homem, seu contexto também é subjetivo. O erro, segundo 
Aristóteles, está em criar o próprio contexto. 
 Felicidade é um estado de todo aquele que atinge um bem sendo ele o bem altruísta 
ou o bem egoísta. 
 O contexto de valoração tem que se estabelecer na ação. 
 O contexto faz com que uma ação em um determinado contexto seja corajosa ou 
temerosa. 
 Para saber se a ação é moral ou imoral, tem que levar em conta todas as questões e 
também o contexto. (quem é, o que faz, porque...) 
 A virtude é o meio termo, entre o vício de excesso e a carência. 
 Ex: virtude – coragem. Vício de carência – temeridade. Vício de excesso – covardia. 
 Esse modelo de Aristóteles é subjetivo, porém pode ser aplicado na vida cotidiana do 
homem, efetivamente no modelo de Platão. 
 As virtudes são a gênese da ação e o bem é fim. 
Razão 
Paixões 
Ação Bem 
Altruísta 
Felicidade 
Egoísta Éthos 
 É preciso ter uma argumentação válida (racional) para justificar a ação. 
 Estabelece outra virtude: dianótica (transpassar o pensamento) 
 Sophrosyne vai dizer se a pessoa tem ou não que agir, ele é o bom conselheiro, se diz 
em um determinado contexto, qual virtude deve ser usada para controlar as paixões e 
atingir o bem. 
 O homem que busca o governo para seu interesse é tirano, assim como Platão afirma. 
 Democracia como Platão afirma, maior bem possível para a maioria das pessoas. 
 Polis perfeita = um homem (sábio, justo, que tem as virtudes) pensando no bem de 
todos, a monarquia, no caso. 
 Os governantes estão sempre adequando suas ações aos vícios e não às virtudes. 
 Aristocracia = um grupo pequeno de homens justos governando para o bem de todos, 
corresponde à república de Platão. 
 Politeia = é a democracia dele, onde um grupo grande de pessoas governam para o 
bem de todos. 
 Aristóteles  politeia  o fim de toda ação moral é o bem comum, o bem de todos 
 A maioria dos homens sábios (dentro da classe de homens sábios que tem dentro da 
classe de homens) tem o governo. É o melhor modelo práxico. 
 O modelo não é econômico e sim de perfectibilidade(cada nível da polis é perfeito, 
porém comparado com o seu superior será imperfeito). 
 Os homens se juntam em família para poder se sustentar – Platão. 
 A família é imperfeita para atingir o fim (bem comum). 
 Clã – associação das famílias produzindo tido o que podem para sua sobrevivência. 
 O clã é mais perfeito do que a família, porém não tem autonomia política e econômica. 
 A vila é a junção dos clãs, tem autonomia econômica, mas não tem autonomia política. 
 Primeira classe: família 
 Segunda classe: clã 
 Terceira classe: vila 
 Quarta classe: polis. 
 As vilas se reúnem e formam a polis que possuiu tanto autonomia política quanto 
econômica. 
 Afirma que a única polis que existiu foi dos gregos devido à localização geográfica e à 
cultura. 
 A polis é capaz de criar suas próprias leis e julga-las. 
 Mesmo assim as polis gregas ainda eram injustas. 
 A noção de justiça de Platão era problemática, segundo Aristóteles a justiça não pode 
ser harmonia e sim equilíbrio. 
 Uma sociedade justa, é uma sociedade equilibrada 
 Todo o sistema da polis é mantido pela maior justiça, que mantém o equilíbrio da 
norma. 
 Está estabelecida no princípio da equidade “tratar os iguais com igualdade e os 
desiguais com desigualdades, na medida de suas desigualdades.” 
 No momento que tem um desequilíbrio a justiça corretiva entra para reestabelecer o 
equilíbrio. 
 As leis são justas porque são criadas por homens racionais e justos que visam manter o 
equilíbrio. 
 O governante é o homem bom, virtuoso, que visa o bem comum. 
 Não concorda com a teoria do pré-conhecimento de Platão. 
 Acredita que o conhecimento é adquirido e não nascemos com ele. 
 O governante tem que saber administrar, ser sábio e abastado (rico). 
 A maioria dos sábios que sabem administrar seus clãs, serão os governantes da vila. 
 A polis é governada pela maioria de homens sábios que sabem administrar. 
 Impostos não são justos porque uma pessoa pobre não tem condições de manter o 
Estado, quebra o princípio da equidade. 
 O governante tem que administrar seu dinheiro para prosperar e manter a polis, ou 
seja, não são os pobres ou ricos que mantêm o Estado, e sim o governante com seu 
próprio dinheiro. 
 Não tem o individualismo dos utilitaristas nem a coletividade de Platão. 
 Tem o organicismo = todo o sistema funciona como um organismo, essa é a teoria de 
Aristóteles. Em que tanto o Estado quanto o cidadão possuem direitos e deveres.

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