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WEB AULA 2 DIREITO TRIBUTARIO 7º SEMESTRE

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Unidade 2
5. Limitações ao Poder de Tributar
As limitações ao poder de tributar estão previstas no inciso IV do artigo 150 da Constituição Federal, que menciona apenas a imunidade. Entretanto, existe também a isenção, prevista no artigo 175 do CTN, a qual será estudada neste tópico como hipótese de exclusão do crédito tributário. A importância deste tema está em esclarecer a confusão gerada entre os dois termos e demonstrar o que eles efetivamente significam.
Assim, a diferença entre imunidade e isenção é que nesta última existe a ocorrência do fato gerador. Mas, em síntese, todas liberam o contribuinte de efetuar o pagamento do tributo.
  Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
5.1 Imunidades Tributárias
Antes de falarmos de imunidade, precisamos resgatar a ideia de competência tributária, a qual está relacionada à competência legislativa que, por sua vez, define quem pode instituir, modificar, reduzir, majorar ou extinguir um tributo. Este preceito está ligado à competência atribuída constitucionalmente aos entes federativos, quais sejam: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, mas tem a finalidade de impedir que o fato gerador ocorra.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
Vamos agora analisar o inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal, que dispõe sobre as limitações ao poder de tributar, nos seguintes termos:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
 Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
 Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
Saiba Mais: Para saber mais sobre a imunidade tributária dos templos de qualquer culto, acesse: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
Observe que o dispositivo no citado inciso VI dispõe expressamente sobre impostos, o que deixa claro ser possível instituir as outras modalidades tributárias, como é o caso da taxa e da contribuição de melhoria.
Para nos aprofundarmos no tema, precisamos analisar algumas definições que esclarecem o que é imunidade tributária. Iniciemos pelo grande doutrinador Hugo de Brito Machado (2014, p. 285), que giza: “Imunidade é o obstáculo decorrente de regra da Constituição à incidência da regra jurídica de tributação”. Mas há também outra definição muito interessante do autor Alexandre Mazza (2015, p. 267), que preceitua: “Imunidades são normas constitucionais que limitam a competência tributária afastando a incidência de tributos sobre determinados itens ou pessoas”.  
Caro aluno, certamente você verificou que a referência está no fato de a própria Constituição afastar a possibilidade de o ente federativo instituir impostos sobre alguns itens ou pessoas, de forma que apenas a Constituição pode dispor sobre imunidades tributárias.
Se ainda não ficou claro para você o que é imunidade, vamos estabelecer uma analogia com a vacina, em que o texto constitucional impede qualquer tratativa do ente federativo de eventualmente instituir impostos sobre as pessoas ou itens elencados, deixando, portanto, os itens ou pessoas mencionados na redação do inciso imunes à incidência de impostos.
Neste sentido, é preciso que você saiba que o constituinte se confundiu em alguns momentos e, em vez de utilizar o termo imunidade, referiu-se à imunidade mas por meio de palavras como isenção ou não incidência. Portanto, existem outros dispositivos constitucionais que tratam de imunidade, mas por meio de outras terminologias.
Para reforçar esta alegação, é preciso nos atermos ao julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proferida em 2000, que giza:
STF: “Isenção prevista na Constituição imunidade é, conforme entendimento já firmado por esta Corte” ADIMC 2018, DJ 15/06/2000, voto do Ministro Relator Moreira Alves.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
Sobre este fato é importante que tenhamos em mente que a interpretação sempre deve ser ampliativa. Isto porque a imunidade é tida como cláusula pétrea, que significa cláusula de pedra da Constituição, que não pode ser suprimida. Portanto, não pode ser alvo de emenda constitucional tendente a aboli-la, razão pela qual é irrevogável.
É interessante considerarmos que as imunidades previstas no inciso IV do artigo 150 da CF são as chamadas imunidades gerais, já que afastam todos os impostos que poderiam incidir sobre os objetos ou pessoas. Entretanto, também existem as chamadas imunidades específicas, que, como o próprio nome já diz, afastam a incidência de impostos específicos. Como o intuito não é exaurir este tema, vamos nos valer dos exemplos trazidos por Mazza (2015, p. 276):
a) IPI- Imposto sobre produtos industrializados sobre produtos destinados ao exterior;
b) ITR- Imposto Territorial Rural sobre pequenas glebas rurais (art. 153, § 3º, III da CF);
c) ICMS- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços sobre operações com ouro definido em lei como ativo financeiro (art. 155, § 2º, X, “c” da CF);
d) ICMS- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, §2º, X, “d”, da CF).
É importante considerarmos que a imunidade só incide sobre empresas públicas e sociedades de economia mista prestadora de serviços públicos.
 
Saiba Mais: Acesse o link para saber mais sobre a imunidade tributária das empresas estatais prestadoras de serviço público: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
5.2 Isenção
Como já fora mencionado na introdução deste tópico, isenção é uma hipótese de exclusão do crédito tributário. Portanto, é imprescindível a ocorrência do fato gerador, mas não há o lançamento tributário.
A previsão acerca da isenção está no artigo 150, I: “Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção;”
Ocorre que os entes federativos dotados constitucionalmente de competência tributária têm a prerrogativa de instituir os tributos a eles constitucionalmente elencados. Desta forma, esses entes, no exercício da competência a eles conferida, poderão, por meio de lei própria, isentar determinadas pessoas, como idosos e deficientes, do pagamento de determinados tributos.
A interpretação da isenção deve ser sempre literal, não cabendo, de qualquer forma, extensão acerca de sua disposição, conforme redação do artigo 111 do CTN: “Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: [...] II - outorga de isenção;”.
Diferentemente das imunidades, as isenções contemplam todas as espécies de tributos, bem como as isenções podem ser revogadas a qualquer tempo pelo ente que as instituiu.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
Para Refletir: Quais são as principais diferenças entre imunidade e isenção?
6. Tributos – Características e Espécies
A doutrina predominante e o Supremo Tribunal Federal (STF) entendem que atualmente existem em nosso ordenamento 5 (cinco) espécies tributárias: teoria pentapartite. Entretanto, o artigo 145 da Constituição Federal menciona apenas 3 (três) espécies tributárias, ou seja, impostos, taxas e contribuições de melhoria.
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetivaou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
 
Mas, para a teoria pentapartite, além das três espécies apresentadas no artigo 145, temos, ainda, a previsão do artigo 148 da Constituição Federal, que prevê o empréstimo compulsório, e também o artigo 149 da Constituição Federal, que instituiu as contribuições.
É preciso levar em consideração, também, que os tributos podem ter natureza fiscal ou extrafiscal. Os tributos de natureza fiscal são aqueles cobrados pelos entes federativos, União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cujo intuito é arrecadatório. Já os extrafiscais possuem outras finalidades precípuas que não a mera arrecadação, por exemplo, estimular ou desestimular o consumo.
6.1 Impostos
Os impostos têm caráter pessoal, o que significa que todos aqueles que derem causa ao fato gerador, ou seja, aqueles que preencherem a descrição contida na hipótese de incidência deverão pagar o imposto.
As rendas auferidas pelo Estado por meio do recebimento dos impostos não possuem vinculação, podendo ser utilizados por este para quaisquer de seus fins, salvo percentual mínimo de investimento em algumas áreas, como saúde e educação, que deverá estar previsto no texto constitucional.
A Constituição Federal discriminou os impostos a serem instituídos por entes federativos. Assim, os impostos de competência legislativa da União estão no artigo 153 da Constituição Federal, os Estaduais estão no artigo 155 da Constituição Federal e os Municipais estão no artigo 156 da Constituição Federal, enquanto o Distrito Federal detém competência para instituir e cobrar os impostos previstos para Estados e Municípios.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
6.2 Taxa
Diferentemente dos impostos, em que o contribuinte é aquele que dá ensejo ao fato gerador previsto na hipótese de incidência, aqui é preciso que haja uma atuação estatal. Assim, para que o contribuinte pague a taxa, é essencial que haja uma contraprestação em forma de serviço público efetivo ou potencial ou no exercício do poder de polícia por parte do Estado.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
[...]
II- taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Fonte: <>.  Acesso em: 8 dez. 2015.
 
O inciso II do artigo 145 da CF ainda faz a ressalva de que o serviço público precisa ser específico e divisível. Em síntese, o serviço público é específico quando vai ao encontro da necessidade do contribuinte e é divisível porque é possível que haja uma mensuração do uso para atribuir a cobrança. Desta forma, a taxa só incide sobre serviço público uti singuli, que são aqueles usufruídos individualmente.
Quanto ao que vem a ser o poder de polícia, vamos nos valer exclusivamente da definição trazida pelo Código Tributário Nacional (CTN):
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015
 
É oportuno que ambas as taxas podem ser cobradas pela prestação de serviço público específico e divisível, ou seja, aquele usufruído singularmente. Porém, a taxa é cobrada quando esse serviço público é prestado pelo Estado e também no exercício do poder de polícia, enquanto a tarifa é cobrada pelo delegatário do serviço público, como um concessionário ou permissionário, que recebe a tarifa em troca da contraprestação do serviço prestado.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
Saiba mais: Acesse o link para saber mais sobre as semelhanças e diferenças entre taxa e tarifa: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
 
6.3 Contribuição de Melhoria
A contribuição de melhoria está prevista no inciso III do artigo 145 da Constituição Federal: “Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: [...] III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas”.
Entretanto, para que fique mais claro o que é contribuição de melhoria, é importante considerarmos, também, a disposição dos artigos 81 e 82 do CTN. Ao ler esses dois artigos do CTN, certamente você conseguirá observar a clareza da redação, que visa transmitir a ideia do legislador do que seria um tributo justo. A justiça acerca da cobrança deste tributo estaria no fato de que o que dá causa ao pagamento é uma obra pública e a valorização dela decorrente. O fato gerador desta contribuição é a valorização imobiliária, sendo que a base de cálculo do mesmo, de acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), é o valor do imóvel (após a realização da obra) menos o valor do imóvel antes da obra.
Mas a pergunta que sempre surge sobre este assunto é sobre o fato de que, se a obra realizada pelo poder público ocasionar valorização do imóvel do particular, este precisa pagar a contribuição de melhoria para não ensejar o recebimento sem causa; porém, e se a obra pública resultar na redução do valor do imóvel do particular?
Pois bem, essa situação costuma ocorrer geralmente em decorrência de obras públicas inerentes à construção de penitenciárias, delegacias ou viadutos. Porém, neste caso, a única alternativa que assiste ao particular para tentar pleitear a recomposição do prejuízo seria uma ação judicial, que possivelmente seria indeferida.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
Veja mais: Aprenda mais sobre contribuição de melhoria: <>. Acesso em: 4 dez. 2015. <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
6.4 Empréstimo Compulsório
Diferentemente das modalidades de tributos que analisamos até agora, o empréstimo compulsório só pode ser instituído pela União, conforme redação do artigo 148 da Constituição Federal, que preconiza:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
Considere, também, o fato de o constituinte ter inserido que a instituição apenas poderá se dar por meio de Lei Complementar que exige maior complexidade que as leis ordinárias (comuns), já que exige quorum qualificado, sendo sua aprovação mais dificultosa. Quanto às possibilidades de sua instituição, é preciso que o Executivo Federal se atenha às possibilidades descritas nos incisos I e II do artigo 148 da CF.
Outra questão importante a ser analisada neste tributo é a terminologia empregada em seu próprio nome, qual seja, empréstimo. Assim, a própria lei que vier a instituir o empréstimo compulsório precisará definir em sua redação quando será a restituição e como será. Portanto, o empréstimo compulsório deve ser sempre temporário e vinculado à finalidade que ensejou sua criação.
 
6.5 Contribuições Especiais
O nome aqui utilizado para designar este tributo é o mesmo adotado pelos tribunais. Entretanto, é possível que se encontre essas mesmas contribuições sob o nome de Contribuições Sociais ou Parafiscais.
Dentro desta modalidade de contribuição estão presentes várias exceções, cuja destinação é custear gastos específicos como:
- Recebimento de salário em folha de pagamento - é a contribuição previdenciária  PIS (LC 7/70) e PASEP (LC 8/70).
- Faturamento ou ingresso de receita – COFINS (Lei 10.833/2003).- Lucro líquido – CSLL (Lei 7.689/1988).
- Importação – COFINS Importação (Lei 10.863/2004).
Agora vamos analisar a redação do caput do artigo 149 da Constituição Federal, que reza nos seguintes termos:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Observe, agora, que o fato ensejador da cobrança destas contribuições está na finalidade pelas quais elas foram instituídas. Para ficar mais claro, vamos estudar algumas contribuições previstas pela nossa Constituição Federal de 1988 e apontadas pelo autor Alexandre Mazza em sua obra Manual de Direito Tributário (2015, p. 161):
I - Art. 149 CF – para intervenção no domínio econômico;
II - Art. 149 CF – para custeio das categorias profissionais ou econômicas;
III - Art. 149-A CF – para custeio do serviço de iluminação pública;
IV - Art. 195 CF – para financiamento da seguridade social;
V - Art. 240 CF – para custeio de entidades privadas de serviço social e formação profissional;
VI - Art. 212, § 5º CF – para custeio da educação básica pública.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
A tão falada CIDE Combustíveis encontra-se aqui inserida e está prevista no artigo 177, § 4º da CF.
Destaquemos novamente que o que importa aqui é a finalidade, razão pela qual os tributos são qualificados pela destinação. Para ressaltar esta concepção, vamos nos valer de um julgado do Supremo Tribunal Federal (STF), órgão de maior instância do Judiciário em nosso país, que assim decidiu:
A espécie tributária contribuição ocupa lugar de destaque no sistema constitucional tributário e na formação de políticas públicas, além de caracterizar-se pela previsão de destinação específica do produto arrecadado com a tributação. As contribuições escapam à força atrativa do pacto federativo, pois a União estaria desobrigada a partilhar o dinheiro recebido com os demais entes federados. Relembrou-se que o uso compartilhado de base de cálculo própria de imposto pelas contribuições não se revelaria bitributação. Enfatizou-se que a tributação somente se legitimaria pela adesão popular e democrática, cujo expoente seria a regra da legalidade. Além disso, afirmou-se que a cobrança de contribuições somente se justificaria se a exação respeitasse os limites constitucionais e legais que a caracterizariam. Assim, a existência das contribuições com todas as suas vantagens e condicionantes deveria preservar sua destinação e finalidade. Frisou-se que a constitucionalidade das contribuições seria aferida pela necessidade pública atual do dispêndio vinculado e pela eficácia dos meios escolhidos para alcançar essa finalidade. Sublinhou-se que a jurisprudência do Supremo teria considerado constitucionais as referidas contribuições que objetivariam custear os dispêndios da União, em decorrência de decisão do STF que entendera devido o reajuste do saldo do FGTS, desde que respeitado o prazo de anterioridade para início das respectivas exigibilidades. ADIn 2.556/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 13-6-2012. 
Além da finalidade, é possível observar que o julgado enfatiza algumas outras situações que assistem às contribuições especiais e dá enfoque especial às contribuições que forem instituídas pela União. Note-se, entretanto, que há exceções às contribuições de competência da União. A mais famosa exceção está na COSIP ou CIP - ambas as siglas podem ser utilizadas para designar a Contribuição de Iluminação Pública, cuja previsão legal está no artigo 149-A da Constituição Federal:
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Outra exceção permeia a disposição do § 1º do artigo 149 da CF, que trata do regime previdenciário próprio e assim dispõe:
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
Isto significa que os servidores estatutários estaduais, distritais e municipais poderão se desvincular do regime geral da Previdência Social, sendo o regime previdenciário próprio contributivo e solidário.
Antes de finalizar esta quinta modalidade tributária, é bom que você saiba que o legislador já se equivocou e cobrava iluminação pública por meio de taxa, forma esta inadequada, já que a iluminação pública não é específica e divisível. Vamos analisar a Súmula Vinculante 41, fruto da conversão da Súmula 670 do STF, que dispõe sobre o tema: “Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”.
 
Saiba Mais: Acesse o link a seguir: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
 
Para discutir: De acordo com as regras para instituição das contribuições que se dissociam da regra geral imposta aos demais tributos podem ser utilizadas para suprimir o direito dos contribuintes em tempos de crise?
7. Impostos em Espécie
Antes de abordarmos os impostos em espécie, é preciso que façamos a diferenciação entre aqueles com natureza fiscal, cujo intuito do fisco é meramente arrecadatório, e aqueles com natureza extrafiscal, que possuem outras funções além de arrecadar, como regular a balança comercial ou estimular e desestimular o consumo.
Como já dito anteriormente, a Constituição Federal discrimina de forma objetiva e explícita quais impostos são de competência de cada um dos entes federativos. Vamos iniciar pelos de competência da União, previstos no artigo 153 da Constituição Federal, enquanto os de competência dos Estados e do Distrito Federal estão previstos no artigo 155 da Constituição Federal. Já os de competência dos municípios estão indicados no artigo 156 da referida Carta Magna.
Agora faremos uma análise sucinta de todos os impostos previstos na constituição, conforme os entes que possuem competência para instituí-los.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
7.1 Da União
7.1.1 Imposto de Importação – II
Está previsto no artigo 153, I, da Constituição Federal, e tem como hipótese de incidência a importação de produtos estrangeiros, enquanto o fato gerador é a entrada do produto estrangeiro no Brasil.
Tem caráter extrafiscal e suas alíquotas não precisam de lei para serem alteradas, bastando ato do Poder Executivo.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
7.1.2 Imposto de Exportação – IE
Está previsto no artigo 153, II, da Constituição Federal, e tem como hipótese de incidência a exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados, cujo fato gerador é a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do Brasil no momento de expedição da guia de exportação ou documento a ela equivalente.
Tem caráter extrafiscal e suas alíquotas não precisam de lei para serem alteradas, bastando ato do Poder Executivo.
 
7.1.3 Imposto de Renda – IR
Está previsto no artigo 153, III, da Constituição Federal, e sua hipótese de incidência é auferir renda ou proventos de qualquer natureza, sendo que o respectivo fato gerador é a aquisição de qualquer acréscimo patrimonial, podendo se enquadrar tanto como pessoa física quanto como pessoa jurídica.
A apuração da renda/acréscimo patrimonial ocorre em determinado período de tempo, sendo que o ano base para o computo vai de 1º de janeiro até 31 de dezembro.Há uma tabela progressiva com a faixa de renda e a respectiva alíquota que incidirá.
7.1.4 Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI
Está previsto no artigo 153, § 3º da Constituição Federal. Possui caráter fiscal, mas o fato de o Governo utilizar o aumento ou a redução de suas alíquotas em razão da essencialidade do produto ou para estimularou desestimular o consumo também nos remete à ideia de utilização do mesmo com cunho extrafiscal.
Suas alíquotas vão de 0% a 300%, sendo que o aumento ou a redução delas de acordo com os produtos não precisam obedecer ao princípio da legalidade, podendo ocorrer por ato do Poder Executivo.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
7.1.5 Imposto sobre Operações Financeiras – IOF
Possui previsão no artigo 153, V, da Constituição Federal. Incide sobre as operações de crédito, câmbio, seguro ou relativas a títulos ou valores imobiliários. É importante salientar que é o único tributo que incide sobre o ouro como ativo financeiro.
Tem caráter extrafiscal, cujo fim é regular a política monetária, creditícia e fiscal, e não precisa de lei para ter sua alíquota alterada, bastando ato do Poder Executivo, sendo que as alíquotas vão de 0,00137% a 25%.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
Saiba Mais: Acesse o texto a seguir: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
7.1.6 Imposto Territorial Rural – ITR
Está previsto no artigo 153, VI, da Constituição Federal, e destina-se aos imóveis localizados fora do perímetro urbano.
Possui caráter extrafiscal, já que a progressividade das alíquotas que podem ser instituídas visa impedir a existência de propriedades improdutivas e atender à função social da propriedade.
 
7.1.7 Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF
Está previsto no artigo 153, VII, da Constituição Federal, mas ainda não foi criado.
 
7.2 Dos Estados e Distrito Federal
7.2.1 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMD
Encontra previsão no artigo 155, I, da Constituição Federal, sendo vulgarmente conhecido como imposto da herança, já que também incide sobre a transmissão gratuita de bens e direitos.
Seu caráter é fiscal, já que o intuito é arrecadatório.
 
7.2.2 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS
Está previsto no artigo 155, II, da Constituição Federal, tendo seu caráter pautado na fiscalidade.
Ele não é cumulativo, e é possível alterar suas alíquotas de acordo com a essencialidade do bem.
 
7.2.3 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA
Está previsto no artigo 155, III, da Constituição Federal, sendo sua função meramente arrecadatória. Entretanto, é possível que haja previsão de alíquotas diferenciadas em função do tipo e da forma de utilização do veículo.
Não se esqueça de que os impostos são pagos ao Estado, mas 50% do valor auferido retorna ao município de licenciamento do veículo.
 
7.3 Dos Municípios
7.3.1 Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU
Está previsto no artigo 156, I, da Constituição Federal e também assiste ao Distrito Federal.
Possui caráter fiscal e, de acordo com o Estatuto das Cidades, pode ter a previsão de alíquotas diferenciadas para que não haja especulação imobiliária e atenda à função social da propriedade.
Para que o munícipe adquira a condição de contribuinte é preciso que o imóvel dele se enquadre em pelo menos dois incisos do artigo 32 do CTN: I- meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II- abastecimento de água; III- sistema de esgotos sanitários; IV- rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V- escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 quilômetros do imóvel considerado.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
Para que o munícipe adquira a condição de contribuinte é preciso que o imóvel dele se enquadre em pelo menos dois incisos do artigo 32 do CTN: I- meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II- abastecimento de água; III- sistema de esgotos sanitários; IV- rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V- escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 quilômetros do imóvel considerado.
 
7.3.2 Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis – ITBI
Está previsto no artigo 156, II, da Constituição Federal e também é de competência do Distrito Federal, de caráter fiscal.
Não enseja o pagamento quando se agrega ao patrimônio da pessoa jurídica a título de realização de capital. Aqui é preciso que a transmissão seja onerosa.
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015
 
7.3.3 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS ou ISSQN
Está previsto no artigo 156, III, da Constituição Federal, assistindo também ao Distrito Federal, tendo caráter fiscal. O contribuinte do ISS é o prestador do serviço
Fonte: <>. Acesso em: 8 dez. 2015.
 
8. Obrigação Tributária
O Código Tributário Nacional prevê a obrigação tributária em seus artigos 113 a 118. O conteúdo disposto nos artigos que tratam do fato gerador da obrigação tributária já foi abordado no início da Webaula 1 para possibilitar a plena compreensão sobre o tema. Vamos abordar agora apenas o conteúdo do artigo 113, que dispõe sobre a obrigação acessória e principal.
 
8.1 Obrigação Principal
Esta obrigação surge com a ocorrência do fato gerador previsto na hipótese de incidência, que pode ser tanto o pagamento de um tributo quanto uma penalidade pecuniária como a multa.
A penalidade pecuniária será extinta juntamente aos créditos do qual ela decorreu.
 
8.2 Obrigação Acessória
Não está ligada diretamente à questão tributária, sendo chamada de acessória por ser um dever tributário instrumental, a ser utilizado no intuito de averiguar eventual tributação e possibilitar meios de fiscalização, como uma obrigação de fazer ou não fazer algo.
Para melhor ilustrar as obrigações acessórias, podemos citar a emissão de notas fiscais, a lavratura de livros fiscais. Não se esqueça de que, se uma obrigação acessória for descumprida, ensejará uma penalidade pecuniária, caracterizando, neste caso, uma obrigação principal.
 
Saiba Mais: Leia mais sobre obrigação principal e obrigação acessória: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
 
Resumo: Iniciamos esta unidade tratando das limitações ao Poder de Tributar, em que pautamos inicialmente a imunidade, que só pode ter previsão constitucional, bem como analisamos a isenção, mas esta pode ser de iniciativa dos entes da federação com competência para tributar e que o fazem por meio de lei ordinária, havendo, inclusive, a incidência do fato gerado, diferentemente da imunidade, em que o fato gerador não ocorre. Também destacamos as cinco espécies tributárias - impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios -, bem como pontuamos todas as diferenças e peculiaridades existentes entre todos. Quando abordamos os impostos em espécie, discorremos sobre eles com base na previsão constitucional, elencando quais são de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e depois tecemos comentários acerca do caráter fiscal ou extrafiscal e sintetizamos como eles incidem. Por fim, abordamos as obrigações tributárias, em que analisamos as obrigações principais, que podem ser o pagamento de um tributo ou até multa, bem como analisamos as obrigações acessórias, que são aquelas que estão correlacionadas ao pagamento dos tributos e que facilitam a fiscalização, bem como o fato de sua inobservância vir a acarretar uma penalidade pecuniária, ocasião em que se converte em obrigação principal.
 
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Bibliografia
BRASIL. Código Tributário Nacional. Lei nº 5.172/66. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm >. Acesso em: 30 out. 2015.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm >. Acesso em: 30 out. 2015.
MARTINS, Ives Gandra da Silva (Coord). Curso de direito tributário. 7. ed. São Paulo. Saraiva, 2000.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2015.
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.

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