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Resenha - O Gás Natural e a Matriz Energética Nacional

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Resenha - O Gás Natural e a Matriz Energética Nacional
O livro de Sidney Grippi, publicado em 2009, apesar de um pouco desatualizado, traz uma visão geral sobre as diversas fontes energéticas e suas vantagens e desvantagens, além de apontar as principais problemáticas da atual matriz energética mundial.
	No primeiro capítulo são apresentados alguns dados úteis para o entendimento do restante do livro, como a composição da matriz energética brasileira (80% hidrelétrica, 10% petróleo e gás natural e 2% urânio) e o Programa Prioritário de Hidrelétricas (PPT), que tem por finalidade a produção de petróleo e gás natural para autossuficiência do país. Também fala sobre os movimentos que ocorreram na década de 70-80, que aprimoraram os investimentos na extração e produção de gás natural, assim como o surgimento de um programa de produção de energia termonuclear. Ainda no primeiro capítulo, o autor é bastante crítico quanto a dependência nacional de energia hidrelétrica, uma vez que esse recurso depende de fatores externos aquém do ser humano, como a falta de chuvas e a consequente redução de produção de energia no país, a racionalização e possíveis apagões, tornando desnecessários programas como o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), que incentivam, principalmente, a construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e novas usinas hidrelétricas.
	No segundo e terceiro capítulo é discutido a poluição atmosférica e o licenciamento ambiental. Nesses capítulos são discutidos projetos para preservação do meio ambiente, como o Protocolo de Kyoto, em que um dos principais pontos é a redução da emissão de gases estufa e a retirada de carbono da atmosfera. 
	O quarto capítulo é utilizado para discutir sobre as diversas formas de obtenção de energia de forma mais aprofundada que no primeiro, principalmente apresentando as vantagens e desvantagens de cada tipo e fazendo um comparativo com o gás natural. A primeira fonte de energia apresentada é o próprio gás natural, onde vemos que este é o melhor dos combustíveis fósseis por apresentar impactos menores ao meio ambiente e à atmosfera, com emissões de poluentes claramente menores que o carvão e o petróleo; A segunda fonte apresentada é a energia nuclear, que durante todo o decorrer da leitura do livro, é percebível certa imparcialidade da parte do autor, citando diversas vezes que usinas termoelétricas são utilizadas como desculpa para enriquecimento do urânio, o qual pode ser utilizado para fins bélicos, mas, além disso, também são apresentados dados de que usinas nucleares estão sendo desativadas pelo mundo todo, sendo uma fonte energética com importância em constante decréscimo; O carvão é o tema do terceiro subcapítulo do capítulo 4, em que é dito que este ainda é o maior responsável pela poluição atmosférica e tóxica, contribuindo significativamente para o efeito estufa, podendo emitir mais de um milhão de toneladas de resíduos sólidos por ano por uma única central termelétrica. O carvão mineral ainda está associado às doenças respiratórias e chuva ácida, além de que sua mineração impacta a geografia e a morfologia da Terra, além de contaminar rios e lençóis freáticos; O quarto subcapítulo é responsável por apresentar as vantagens e desvantagens das usinas hidrelétricas, que basicamente são o que foi falado no primeiro capítulo: apesar de não emitir poluentes e gases estufas, inunda grandes territórios, que poderiam ser úteis para outras coisas, além de depender de fatores externos (chuva); No quinto subcapítulo é discutido sobre biomassa e biocombustíveis, como o etanol. Também fala-se de diversos programas nacionais de incentivo a esse tipo de energia, como o Pró-álcool, além de falar a impossibilidade de utilizar alguns tipos de biomassa, como lodo e biogás, pois exigem aterros sanitários e centrais de esgoto, que são precários no Brasil; A energia solar é discutida no sexto subcapítulo, com foco no fato do baixo investimento nessa área enquanto os combustíveis fósseis ainda estiverem no mercado, pois é uma tecnologia muito cara; A sétima energia apresentada é a eólica, que apresenta o mesmo problema que a solar: muito cara quando comparada às demais fontes energéticas, se tornando inviável à população; No oitavo subcapítulo é apresentado o hidrogênio, na forma de células a combustível, que apresenta a barreira do alto custo e baixa durabilidade; A nona energia é a geotérmica, muito pouco explorada, e apresenta problemas como a emissão de gás sulfídrico (letal) e poluição hídrica semelhante às atividades mineradoras; A última energia apresentada é a proveniente das marés (maremotriz), também ainda pouco explorada, mas vem tendo um crescente interesse na área. 
	O quinto capítulo apresenta um método para avaliar os riscos ambientais nas unidades de produção energética. O método se utiliza de classificações de probabilidade e consequência. Posteriormente é avaliado em uma matriz de risco e avalia-se o grau de aceitabilidade do risco.

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