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Estudo sobre Saúde da Mulher

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CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
* O QUE É: é um tumor que acomete a porção inferior do útero, chamada colo ou cérvix. Apresenta uma história longa desde suas lesões iniciais até atingir o câncer, com cerca de 10 a 20 anos. Se diagnosticado precocemente pode ser curado. 
** No mundo, ocupa o segundo lugar no “ranking” dos cânceres femininos, só perdendo para o câncer de mama. No Brasil está em terceiro lugar, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer em 2014 com taxa de incidência de 15 novos casos em 100.000 mulheres ao ano. 
* AGENTE ETIOLÓGICO: Esse tipo de câncer é causado pelo papilomavírus humano, que é o HPV, que é um tipo de vírus adquirido no início da vida sexual, geralmente na adolescência, e ele causa uma infecção, quando essa infecção se torna persistente pode ocasionar lesões pré-cancerosas no colo uterino. Se a condição imunológica for ruim e o tipo do HPV agressivo, ou o tratamento recomendado não for aplicado, as lesões podem progredir para o câncer. 
 A maioria das mulheres é exposta a este agente durante sua vida sexual, mas a infecção é de forma transitória, ou seja, o próprio organismo elimina o vírus dentro de seis meses á dois anos, mesmo que apareça alguma lesão. 
 Existem mais de 150 tipos de HPV, onde 15 são os mais agressivos, que são os oncogênicos (cancerígenos). Os não oncogênicos causam verrugas genitais (condilomas) benignas sem risco de evolução para câncer. Já quando há lesões pré-cancerosas provocadas pelos vírus cancerígenos são chamadas de neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC), que se dividem em grau I, II e III. Aí há o aparecimento de lesões com destruição ou formação de tumor, que tem como extensão direta a vagina, paramétrios (tecidos ao redor do colo), bexiga e reto.
* FATORES DE RISCO: Estão associados ao comportamento sexual, hábitos de vida e algumas doenças. Dentre eles são citados:
– Início sexual precoce  – Multiplicidade de parceiros – Fumo  
– Imunossupressão  – Desnutrição 
– Uso de contraceptivos hormonais  – Baixo nível socioeconômico 
– Infecção por Chlamydia trachomatis 
* SINTOMAS E DIAGNÓSTICOS/EXAMES: dependem da fase em que o tumor se encontra. Nas fases iniciais geralmente não apresentam sintomas, então as mulheres 
não procuram o ginecologista e o tumor acaba crescendo mais, porém pode ser que haja corrimento ou sangramento espontâneo ou após a relação sexual, e a maioria das lesões que podem ocorrer com essa enfermidade só são descobertas no Papanicolau, por isso ele é tão importante. Entre os sintomas pode ser que a mulher sinta dor nas costas, formigamento e inchaço nas pernas, dor contínua na região pélvica. Mais tarde podem surgir também os sintomas urinários e do intestino baixo, que são urina com sangue, dificuldade pra urinar, obstrução da bexiga, fezes com sangue, dificuldade para evacuar.
 O Papanicolau é importante no diagnóstico pois quando o exame é realizado é possível observar lesão tumoral ou área de destruição do colo do útero com presença de sangramento. Quando suspeita-se de câncer do colo uterino, durante o Papanicolau é retirado um fragmento das lesões que houverem para que seja realizado um exame para confirmar o diagnóstico. Quando o diagnóstico de câncer é confirmado a paciente é examinada por completo e é submetida a outros exames laboratoriais pra ver o quanto esse tumor se espalhou pelo corpo. Também é possível se fazer uma colposcopia para descobrir a presença desse tipo de vírus antes mesmo da doença se manifestar, mas esse tipo de exame costuma ser indicado para mulheres acima de 30 anos e associado ao Papanicolau, assim é possível descobrir a presença do vírus e de lesões pré-cancerosas.
 Já o tipo de tratamento vai depender do grau de estadiamento do câncer da mulher, mas em casos iniciais pode ser realizada cirurgia, e nos demais se faz radioterapia e quimioterapia. 
QUADRO DE ESTADIAMENTO DO CÂNCER DO COLO UTERINO
Estádio I: localizado no colo do útero, independente de seu tamanho.
Estádio II: se espalha além do colo uterino, mas não chega até a parede óssea da pelve.
Estádio III: se estende até a parede óssea da pelve e/ou envolve o terço inferior da vagina
Estádio IV: se estende para locais distantes, ou seja, viram metástases.
* PREVENÇÃO: a prevenção primária é uso de preservativos durante a relação sexual, mas há também 2 tipos comerciais de vacinas contra o HPV 16 e o HPV 18, e ambas as vacinas são eficazes e feitas em laboratório. Uma é a vacina quadrivalente e a outra é a bivalente. 
 Atualmente os programas de prevenção incluem repetição de exames de Papanicolau, principalmente nas mulheres que tiveram resultados alterados nos anteriores.E todas as mulheres devem realizar controle a cada 3 anos após dois exames negativos, com intervalo de um ano entre cada exame, exceto mulheres com história anterior de tratamento por lesões pré-cancerosas e do câncer do colo uterino, e com imunossupressão.
PREVENTIVO: EXAME CITOPATOLÓGICO (PAPANICOLAU)
 O Papanicolau deve ser realizado por enfermeiros ou médicos, mas o técnico de enfermagem também participa do procedimento desde o preparo do paciente para o exame, O exame também é conhecido como Citologia Oncótica ou Prevenção de câncer de colo uterino, e é o estudo das células do cérvix, porém também são colhidas algumas células da vagina. 
* ORIENTAÇÕES:
Para realizar o exame, a mulher NÃO deve:
- estar menstruada; - ter contato sexual 24h antes do exame;
- usar duchas ou medicamentos vaginais por 48h antes do exame;
- gestantes só podem realizar o exame com médico ginecologista e a partir do 3º mês de gestação devido ao risco da coleta.
* REALIZAÇÃO DO EXAME [ESTUDAR PARA SER FALADO ENQUANTO SE AMOSTRA O MATERIAL UTILIZADO, DESCRITO ABAIXO]:
- Preparo da paciente e do ambiente
- Lubrificar espéculo com SF 0,9%
- Inserir espéculo fechado e na posição vertical ligeiramente inclinado através do óstio vaginal
- Girar o espéculo 90º para que ele fique na posição horizontal e abri-lo para que possa visualizar o colo uterino
- Retirar, com a espátula, o material, e coloca-lo na lâmina com esfregaço utilizando a escovinha (amostra do fundo de saco)
- Utilizamos a reentrância da espátula e fazemos um giro total encostando-a no orifício do colo (sem penetra-lo). O movimento deve ser firme.
- Colocamos o material na lâmina junto com a amostra de fundo de saco (amostra ectocérvice)
- Introduzimos na endocérvice (dentro do orifício do colo) a escovinha e giramos em 360º e colocamos o material na lâmina.
- Fixamos o material com citospray para que as características não sejam alteradas e enviamos ao laboratório.
* MATERIAL:
- Formulário de requisição do exame - lápis nº 2 - espéculo
- lâmina com extremidade fosca - máscara cirúrgica - SF 0,9% 
- espátula de Ayres - pacote de gazes (S/N)
- escova cervical - pinça Cheron (S/N)
- par de luvas de procedimento -  lençóis - biombo 
- camisola/avental - mesa ginecológica. - foco auxiliar
- almotolia de álcool à 95% ou 01 spray de propinilglicol ou 01 frasco de solução de polietilenoglicol
MENSTRUAÇÃO
 A menstruação é uma descamação do endométrio (membrana que reveste a cavidade do útero) acompanhada de saída de sangue. Isto ocorre porque os ovários reduzem muito a secreção de hormônios e reduzem o estímulo ao endométrio, cujas células morrem e descamam. O primeiro dia do ciclo menstrual é o dia de início da menstruação.
 Um ciclo menstrual começa no primeiro dia de sangramento genital e termina um pouco antes do próximo período menstrual. Ele tem cerca de 28 dias, mas ciclos ovulatórios normais podem variar de 21 até 40 dias. 
 O controle do ciclo menstrual é feito com os hormôniosFSH (folículo-estimulante) e LH (luteinizante) e três peptídeos que regulam a ação e produção do FSH. 
 Enquanto o endométrio descama, o hormônio FSH (folículo estimulante) começa a ser secretado em maior quantidade pela hipófise, desenvolvendo os folículos ovarianos. Perto do 7º dia do ciclo, o FSH começa a diminuir e alguns folículos param de crescer e morrem, então só um folículo é capaz de se desenvolver até o fim e ovular. O folículo começa a crescer a partir do sétimo dia do ciclo e secreta cada vez mais estradiol, que produz algumas seguintes alterações na mulher como a secreção de muco pelo canal cervical e o crescimento do endométrio. Quando a quantidade de estradiol no sangue é máxima, o endométrio atinge o máximo crescimento e o muco se torna ótimo para ser penetrado pelo espermatozoide, então se estimula a secreção do hormônio luteinizante (LH), que aumenta muito rápido no sangue e atinge seu pico. Algumas horas após, ocorre a ovulação, que ocorre em média no décimo quarto dia do ciclo menstrual.
 Após a ovulação, o folículo se transforma no corpo lúteo, e passa a fabricar estradiol e progesterona, que termina o preparo do endométrio para a implantação do embrião. Entre o 6º e o 8º dias após a ovulação o nível de progesterona no sangue atinge o máximo, se sua medida no sangue for baixa causa infertilidade.
 O ciclo menstrual é dividido em três fases: (explicadas continuadamente acima)
>> Fase Folicular: se inicia no 1º dia da menstruação e dura até o pico do LH, dura em média de 10 a 14 dias. Nesta fase alguns folículos são selecionados para iniciar seu crescimento, e apenas um deles completa seu desenvolvimento até atingir a ovulação. 
>> Fase da Ovulação: o óvulo é liberado do folículo ovariano, há uma distensão do colágeno da parede do folículo devido à ação de enzimas proteolíticas. À medida que os níveis de LH são atingidos, os do estradiol diminuem, e o de FSH sobe, o que garante um bom número de receptores de LH no folículo, permitindo que a fase lútea seja adequada. Nessa fase algumas mulheres sofrem um episódio leve de dor cega e unilateral na pelve. 
>> Fase Lútea: dura cerca de 14 dias e termina com o inicio da menstruação. 
Aumenta a progesterona até o pico e dá suporte ao óvulo liberado. As progestinas aumentam a temperatura basal matinal do corpo acima de 0,3ºC, representando um sinal provável de ovulação e de produção de progesterona. Infelizmente, a tomada diária da temperatura basal é passível de erro e não muito confiável.
GRAVIDEZ
 Para que ocorra a gravidez é necessário que ocorra também a preparação do endométrio. Assim, o estrogênio e a progesterona têm papel fundamental. O endométrio, influenciado por esses hormônios, passa por duas fases:
- Fase Proliferativa: ao iniciar um novo ciclo, com o primeiro dia do sangramento vaginal, o endométrio começa a se preparar novamente para receber um possível embrião. Sob a influência estrogênica o
endométrio passa a apresentar suas glândulas proliferativas, assumindo um espessamento com aspecto denso.
- Fase Secretora: depois da ovulação, o endométrio passa a ser estimulado pela progesterona produzida pelo corpo lúteo. As glândulas tornam-se espiraladas e secretoras com uma secreção de glicogênio em seu lúmen e aumenta a vascularização e edema. Caso a gravidez se efetue, o endométrio desenvolvido se mantem. Se a gravidez não acontecer, o corpo lúteo interrompe a produção de progesterona, levando à descamação do endométrio.
 Um espermatozoide atravessa a membrana da trompa de falópio e carrega consigo 23 cromossomos, que são imediatamente isolados e se combinam com outros 23 cromossomos que existem no óvulo, e formam 46 cromossomos dispostos em pares de 23. Isso dá início ao processo de multiplicação celular.
 A nutrição do ovo depende da digestão trofoblástica e da fagocitose do endométrio, mas em torno da 12ª semana de gravidez a placenta já se desenvolveu o suficiente e a partir daí ela que vai suprir os nutrientes que forem necessários. A placenta é formada por um componente com grandes e múltiplas camadas de seios placentários, que é por onde flui o sangue materno, e também por um componente fetal que é uma massa de vilosidade placentária que proemina para o interior do seios placentários e é por onde circula o sangue fetal.
 
 * ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS:
- 1º trimestre: tem duração desigual, e o 3º trimestre varia de acordo com o tempo total da gravidez. O corpo da mulher faz um grande esforço durante o primeiro trimestre (1-12 semanas) para se adaptar ao embrião e a placenta em desenvolvimento. As fibras do útero ficam maiores e mais grossas, e o útero começa a pressionar a bexiga, aumentando a vontade de urinar. Os seios ficam mais sensíveis logo nas primeiras semanas. As veias dos seios ficam mais visíveis, devido ao aumento do envio de sangue.
- 2º trimestre: vai da 13ª à 18ª semana e no seu início o útero ultrapassa a borda da 
pelve, o que resulta na perda gradual da cintura. Os seios formigam e ficam doloridos, a pigmentação da pele tende a aumentar, há menos evacuação porque o músculo intestinal fica mais relaxado que o habitual, o coração começa a trabalhar 2x mais. O refluxo do esôfago pode provocar azia devido ao relaxamento do esfíncter no alto do estômago.
- 3º trimestre: da 29ª semana em diante. O feto em crescimento pressiona e restringe o diafragma, por isso a mulher grávida respira mais rápido e profundamente. As mãos e os pés ficam inchados e causam desconforto, pode haver dor nas costas, 
os mamilos podem secretar o colostro. Aumenta a frequência e a vontade de urinar, e a necessidade de repousar.
 
 O peso do útero aumenta cerca de 20x durante a gravidez e ao fim o útero tem de 30 a 35cm de comprimento, e sua capacidade terá aumento. Uma semana após o parto os vasos já retornam ao seu tamanho primitivo.
CÂNCER DE MAMA
 O câncer de mama constitui o principal responsável pelo número de óbitos na população feminina, a nível mundial, e não tem como ser evitado devido a inexistência de uma causa específica, porém, a partir de um diagnóstico precoce podemos prevenir uma série de transtornos e sequelas que a doença traz consigo, evitando assim, que a paciente sofra danos maiores.
 Todo câncer se caracteriza por um crescimento rápido e desordenado de células que adquirem a capacidade de se multiplicar. Essas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos que podem se espalhar para outras regiões do corpo. 
 O câncer de mama, como o próprio nome diz, afeta as mamas, que são glândulas formadas por lobos, que se dividem em estruturas menores chamadas lóbulos e ductos mamários. É um tumor maligno mais comum em mulheres e o que mais leva as brasileiras à morte, segundo o INCA.
 O câncer de mama é relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima dessa idade sua incidência cresce rápida e progressivamente. A maioria dos nódulos detectados na mama é benigna, mas isso só pode ser confirmado por meio de exames médicos.
 * FATORES DE RISCO:
 O câncer de mama não tem uma causa única. Seu desenvolvimento deve ser compreendido em função de uma série de fatores de risco, alguns deles modificáveis, outros não. São alguns fatores de risco:
- histórico familiar - aumento da idade
- menarca precoce (primeira menstruação antes dos 11 anos de idade)
- menopausa tardia (última menstruação após os 55 anos)
- nunca ter engravidado ou ter tido o primeiro filho depois dos 30 anos
- excesso de peso e ingestão regular (mesmo que moderada) de álcool
* SINTOMAS:
 O mais comum é o aparecimento de nódulos nas mamas, que pode ser verificado através do auto exame. Nódulos que são indolores, duros e irregulares têm mais chance de serem malignos. Outros sintomas e sinais de câncer de mama são: 
- inchaço em parte dos seios - dor no mamilo - caroço nas axilas
- irritação da pele ou aparecimentode irregularidades
- vermelhidão ou descamação do mamilo - saída de secreção pelo mamilo
* TIPOS:
 O câncer de mama pode se manifestar de diversas formas, e conhecer seus principais tipos ajuda a compreender os diferentes tratamentos prescritos pelos médicos. O diagnóstico positivo é sempre uma notícia impactante, mas é importante estar bem informada para conversar com o oncologista sobre as opções de terapias disponíveis e mais apropriadas para o seu caso.
- carcinoma ductal e lobular: se origina nas células dos ductos mamários. Pode ser in situ, quando se restringe às células desses ductos, ou invasor, quando se 
dissemina para os tecidos adjacentes. Já o carcinoma lobular é menos comum e tem origem nas células dos lóbulos mamários, mas também pode ser in situ ou invasivo.
- tipo inflamatório: forma de apresentação incomum dos carcinomas invasores. Costuma se disseminar por toda a pele da mama deixando-a avermelhada, quente e inchada
Receptores hormonais são um teste de proteínas localizadas na superfície externa da célula, e é importante para definir que tipo de tratamento a paciente deve receber. Os tumores positivos para receptores hormonais geralmente crescem mais lentamente.
* DIAGNÓSTICO:
 Quando diagnosticado e tratado ainda em fase inicial, isto é, quando o nódulo é menor que 1 centímetro, as chances de cura do câncer de mama chegam a até 95%. Tumores desse tamanho são pequenos demais para serem detectados por palpação, mas são visíveis na mamografia. Por isso é fundamental que toda mulher o autoexame e uma mamografia por ano a partir dos 40 anos.
- Autoexame: é importante, mas de forma secundária. Quando o tumor atinge o tamanho suficiente para ser palpado, já não está mais no estágio inicial, e as chances
de cura não são máximas.
- Mamografia: é um exame de raio-x, onde a mama é comprimida entre duas placas de acrílico para melhor visualização. Em geral são feitas duas chapas de cada mama, sendo uma de cima pra baixo e uma de lado. Apesar da compressão da mama ser desagradável é importante lembrar que ela não é perigosa para a mama. A dose de raio-x é baixa. A mamografia pode detectar nódulos de mama no estágio inicial quando esses não são percebidos na palpação do autoexame, e é por isso que mulheres acima de 40 anos devem realizar a mamografia 1x ao ano.

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