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Anamnese Ginecológica

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Anamnese Ginecológica
1. Situações 
Rotina ginecológica: A partir do momento em que a 
mulher se torna adulta, a mão orienta a filha a ir no ginecologista. 
Portanto, a mulher procura o médico por causa da sua rotina 
ginecológica (hábito de ir à consulta uma vez ao ano). 
No período pré-natal ou pré-concepcional: paciente 
ginecológica é orientada a retornar 2 meses antes de quando 
deseja engravidar. Assim, é possível fazer a avaliação do seu peso, 
glicemia e demais exames laboratoriais para que ela tenha uma 
gravidez saudável. 
Pré-matrimonial (nupcial): algumas mulheres fazem um 
check-up antes de casar por questões religiosas. 
Ingresso profissional: forças armadas e certas profissões 
(piloto e aeromoça):Nesses casos, as mulheres devem fazer, pelo 
menos, um exame de Papanicolaou ou um ultrassom pélvico antes 
de ingressar na profissão; 
Queixas mamárias, abdominais, genitais e 
endrocrinológicas. as mulheres procuram o médico ginecologista 
por diversas queixas, dentre elas corrimento, coceira, dor nas 
mamas, ganho de peso, acne, pele oleosa e irregularidade 
menstrual. 
 
2. Anamnese ginecológica 
A consulta se inicia pela anamnese ginecológica, seguida 
do exame físico geral (aparelho cardiovascular, pulmonar, outros), 
exame físico especial e exame ginecológico propriamente dito 
(avaliação do genital externo e interno). 
O exame físico especial deve se iniciar de cima para baixo do corpo 
da paciente: mamas, região abdominal, região pélvica, genital 
externo (grandes lábios e pequenos lábios) e genital interno (vagina 
e colo do útero). 
A inspeção estática dos genitais externos analisa a 
presença de lesão e corrimento na região genital, enquanto a 
inspeção dinâmica avalia a incontinência urinária (saída de urina após 
a mulher tossir ou fazer força). 
A avaliação do genital interno é realizada através do 
exame especular e do toque genital. No exame especular, deve-
se analisar a parede vaginal, trofismo, lesões, alterações anatômicas, 
colo do útero, corrimento, tumor, coloração, secreção patológica, 
sangramento, etc. Posteriormente, realiza-se o toque vaginal, em 
mulheres que tem atividade sexual, ou o toque retal, em mulheres 
que não tem atividade sexual, mas que possuem queixa com 
provável origem no útero ou no ovário. 
Quando pertinente, deve-se solicitar os exames 
complementares. 
 
2a. Identificação 
É comum que o mesmo médico atenda a mulher desde 
a adolescência até o final da vida; nesse sentido, o ginecologista 
atende desde queixas relacionadas às cólicas e TPM (em torno de 
13 anos), contracepção, exames para IST (infecções sexualmente 
transmissíveis) e irregularidade menstrual (por volta dos 22 anos) 
até a menopausa e osteoporose (em torno dos 50 anos). Logo, é 
possível determinar queixas mais prevalentes de acordo com a 
faixa etárias das pacientes. 
A cor é importante para o aspecto obstétrico, visto que as negras 
apresentam 20% mais chance de desenvolver hipertensão arterial 
durante a gravidez. Por causa desse risco potencial, deve-se focar 
na mensuração da pressão arterial, na dieta e no peso dessas 
pacientes. 
O estado civil costumar estar relacionado com a quantidade de 
parceiros sexuais, gravidez e número de filhos. 
Sabe-se que o estado de comunhão interfere no ciclo gravídico 
puerperal. Quando a mulher é casada, a tendência é que a gestação 
seja planejada e que o cônjuge participe mais ativamente das 
consultas médicas, consequentemente, isso interfere no estado 
psicológico na mulher. 
Determinadas profissões, tais quais aeromoça e anestesista, 
apresentam relação com algumas doenças. É comum que as 
aeromoças tenham distúrbios endocrinológicos e alterações do 
sono, devido à prolactina (hormônio com ação circadiana que 
depende do escuro para atuar). Por sua vez, as anestesistas devem 
ser dispensadas do centro cirúrgico, visto que o halotano 
(anestésico halogenado) é teratogênico. 
Por fim, a procedência da paciente evidencia as suas 
condições socioeconômicas. As pacientes da periferia geralmente 
têm menos acesso aos serviços de saúde (por exemplo, o 
diagnóstico de câncer de mama é tardio) e às medicações (por 
exemplo, o médico não deve prescrever um anticoncepcional 
caro). Além disso, o índice de câncer de colo do útero é maior nas 
regiões com más condições sanitárias. 
 
2b. Nível socioeconômico 
Condições habitacionais, sanitária e de instrução. 
O nível socioeconômico impacta diretamente no acesso 
ao tratamento e na adesão da paciente às orientações do médico, 
algo fundamental durante a gravidez. 
Quanto menor é o nível de instrução da paciente, mais 
difícil é o acompanhamento médico. 
 
2c. Queixa principal e HPMA 
Há 4 principais queixas em ginecologia: dor (é comum 
que a mulher pense que tem um câncer quando sente dor 
mamária ou pélvica.), sangramento (o sangramento é incômodo 
para a mulher e causa desconforto social e sexual), corrimento (o 
corrimento provoca desconforto social e sexual, visto que pode 
apresentar odor fétido) e tumor (geralmente, a mulher associa a 
existência de um nódulo na mama com câncer.). 
 
2ca. Dor 
É fundamental saber todas as características da dor. 
Localização: a dor aguda em baixo ventre está 
relacionada com ruptura de cisto ovariano. Se o estado geral da 
paciente é bom, a conduta consiste em administrar um analgésico 
para que dentro de cinco dias ela melhore. 
A dor pélvica pode estar relacionada a patologias do trato 
urinário, por exemplo, uma infecção urinária. 
Intensidade deve-se caracterizar se é uma dor fraca ou 
intensa ou se apresentou mudança na intensidade conforme o 
quadro evoluiu. 
Irradiação 
Constante ou intermitente 
Na Ginecologia, é importante saber se é uma dor cíclica 
ou acíclica. A dor cíclica corresponde à dor ovulatória, a qual pode 
ser conhecida como “dor do meio (do ciclo)”. Essa é uma dor 
normal, localizada na fossa ilíaca (esquerda ou direita), dura de 3 a 
4 dias e pode ser acompanhada por um pequeno sangramento 
vaginal ou pela saída de muco. Por sua vez, uma dor acíclica pode 
ser representada como uma dor insidiosa, que começou fraca e 
foi se intensificando, decorrente de processos infecciosos ou 
inflamatórios. 
Tipo 
Fatores de melhora e de piora e fatores acompanhantes. 
Deve-se questionar quais os fatores de melhora e de piora, além 
de possíveis fatores acompanhantes, por exemplo, disúria e 
hematúria 
Relação sexual: dor durante a relação sexual é chamada 
de dispaurenia. Em mulheres que nunca tiveram dor durante o 
sexo e começaram a apresentar essa queixa, é necessário 
investigar patologias que acometem o útero, os ovários (ex.: cisto 
de ovário) e/ou as trompas (ex.: DIP – doença inflamatória pélvica, 
a qual é causada principalmente por Chlamydia trachomatis e 
gonococo que é Neisseria gonorrhoeae). As mulheres que fizeram 
cesariana comumente relatam dor na relação sexual. 
Ciclo menstrual, etc: a dor pélvica e a dor mamária 
(período pré-menstrual) estão intimamente relacionadas ao ciclo 
menstrual. Nos casos em que a dor é exacerbada, é necessário 
tomar medidas para aliviar o desconforto e melhorar a qualidade 
de vida da paciente. 
 
2cb. Sangramento 
Ciclo menstrual: questionar se o ciclo menstrual da mulher 
é normal (em torno de 25 a 30 dias, considerando no máximo 35 
dias) ou não. Considera-se que o ciclo menstrual dura, em média, 
28 dias. 
Intensidade (coágulos, nº de absorventes, observação 
empírica): considera-se que o volume de sangramento é de 50 a 
90 ml por ciclo Não é possível que o médico saiba que a mulher 
está com sangramento mais intenso; nesses casos, a mulher 
percebe tal alteração e, por isso, procura o ginecologista. Cada 
mulher possui um padrão referente ao seu ciclo menstrual, 
entretanto, se a qualidade de vida e as atividades laborais começam 
a ser prejudicadas, é necessário que a mulher receba tratamento. 
Quanto mais a mulher sangra, mais cólica ela tende a ter 
(dismenorreia) 
Duração em dias: considera-se que o sangramento dura,em média, de 3 a 5 dias por ciclo. 
Traumas: o sangramento pode ocorrer após traumas, por 
exemplo, após relações sexuais (sangramento pós-coito). A vagina 
é uma região muito vascularizada, logo, uma lesão no local resulta 
em sangramento. Os casos de violência sexual provocam 
sangramento mais abundante, devido à ausência de lubrificação e 
de relaxamento vaginal. 
Uso de hormônios: aproximadamente, 20 a 30% das 
mulheres que fazem uso de anticoncepcional combinado 
apresentam sangramento durante o uso. Se for um sangramento 
esporádico, é normal, pois faz parte do contraceptivo. Nesses 
casos, o sangramento é denominado de sangramento de escape 
ou spotting e a mulher refere que ela sangrou no meio da cartela 
ou faltando uma semana para a cartela terminar. Porém, se for um 
sangramento prolongado (acima de 3 meses), é necessário tratar. 
Além do uso de anticoncepcionais, o tratamento de reposição 
hormonal em mulheres menopausadas também pode ocasionar 
sangramentos. 
Doenças sistêmicas, etc: a deficiência do fator de von 
Willebrand é a principal causa de sangramento sistêmico vaginal nas 
mulheres. É importante investigar essa doença em adolescentes 
com menstruações excessivas. Ademais, pacientes com trombose 
venosa que utilizam heparina para anticoagulação também podem 
apresentar sangramentos, sendo necessário ajustar a dose do 
medicamento para melhorar o quadro. 
 
2cc. Corrimento 
O corrimento também pode ser referido como secreção 
vaginal. 
Cor: a cor normal do corrimento é “água de trigo”, 
assemelhando-se à farinha de trigo diluída em água. 
O corrimento amarelado está relacionado com infecções. 
Obs.: A calcinha ficar amarelada ao final do dia é algo normal por 
causa das secreções (suor, urina e fezes) ao longo do dia. Essa 
situação é diferente de quando a paciente apresenta corrimento 
amarelado logo após se higienizar. 
Odor: odor do corrimento é característico, além de não 
ser fétido e desagradável. O odor de putrescina e cadaverina, 
popularmente chamado de “odor de peixe”, está relacionado com 
infecção genital. O quadro de vaginose bacteriana, causado 
principalmente pelo patógeno Gardnerella, provoca um corrimento 
com odor extremamente fétido, além de ser uma das queixas 
ginecológicas mais comuns. 
Consistência: a consistência do corrimento pode ser mais 
fluida ou mais espessa (secreção mucosa). 
Durante o período ovulatório, é normal que a mulher elimine muco. 
Sendo assim, na metade do ciclo menstrual (em torno de 2 
semanas antes de menstruar, caso a mulher não utilize 
contraceptivo hormonal), a vagina fica mais úmida e libera o muco 
cervical, o qual é fisiológico e é semelhante à clara de ovo. 
Quantidade: vale lembrar que a secreção vaginal tem 
função protetora, portanto, a quantidade será fisiológica. Há 
aumento da quantidade do corrimento em casos de infecção. Além 
disso, a paciente apresentará outras alterações 
concomitantemente, como mudança na cor e no odor da 
secreção. Algumas mulheres referem (erroneamente) que tem 
muito corrimento e, por isso, utilizam absorvente; porém, esse 
hábito abafa a vagina, fazendo com que aumente ainda mais a 
secreção. 
Prurido (coceira): geralmente, o prurido é intenso O 
prurido está relacionado com quadros de candidíase, ou seja, 
infecção causada por Candida albicans. Tal microorganismo é 
simbiótico e causa infecção quando a imunidade diminui. Além disso, 
também está relacionado com alteração do pH vaginal, como em 
situações em que a mulher vai para a praia e fica com a roupa 
molhada o dia todo, predispondo infecções. 
Relacionado à dor vulvovaginal, dispaurenia (dor durante a 
relação sexual), uso de antibióticos, ciclo menstrual e sangramento: 
existem três tipos de dispaurenia: vaginal, profundidade e 
penetração. 
Na dispaurenia vaginal, a mulher refere a sensação de 
estar com “areia na vagina” durante a relação sexual. Isso está 
frequentemente relacionado à candidíase. Na dispaurenia de 
profundidade, a mulher refere dor na barriga quando o pênis entra. 
Na dispaurenia de penetração, a mulher refere dor na vagina 
quando o pênis entra, seja por inflamação na vagina ou por fatores 
psicológicos (ex.: paciente que foi estuprada). 
Alguns antibióticos, por exemplo, Amoxicilina (utilizada em 
quadros de amigdalite bacteriana), matam as bactérias protetoras 
da vagina, causando desequilíbrio vaginal. Assim, aproximadamente 
três dias após o início da antibioticoterapia, a mulher apresenta 
candidíase, coceira e corrimento vaginal. 
O corrimento relacionado ao ciclo menstrual é caracterizado pela 
eliminação de muco durante o período ovulatório, sendo normal a 
saída de secreção “água de trigo”. 
Normal: “água de trigo” 
 
2cd. Tumor 
De maneira geral, as pacientes são cancerofóbicas. 
Localização 
Dor 
Tamanho 
Consistência: o tumor pode ter consistência endurecida 
ou cística. 
Bordas: as bordas podem ser delimitadas ou não. 
Cor 
Mobilidade aos planos e tempo de aparecimento: o tumor 
pode ser móvel ou fixo (aparenta estar preso) em relação à pele 
Ex.: Tumor de mama 
Doença benigna da mama (ex.: fibroadenoma): nódulo 
mamário de 2 cm, bordas nítidas, semelhante à uma ervilha, 
totalmente móvel 
Câncer de mama: nódulo mamário irregular, aparenta ter 
2 cm, bordas não delimitadas, fixo. Consequentemente, a palpação 
da mama permite um direcionamento a respeito da 
morbimortalidade relativa ao nódulo de mama. 
 
3. Antecedentes pessoais 
Doenças da infância (vacinação) e sistêmicas relacionadas 
ao futuro obstétrico (HAS, DM, cardiopatia, pneumopatia, doenças 
reumáticas, etc) 
A gestante não pode receber vacina da rubéola durante 
a gravidez, pois é feita com o vírus atenuado e é teratogênica. Por 
sua vez, a vacina da febre amarela deve ser administrada com base 
no risco-benefício. 
O ideal é avaliar a carteira de vacinação da paciente para 
garantir que ela tome todas as vacinas, principalmente na primeira 
infância e na adolescência. Caso a paciente engravide e ocorra um 
surto de rubéola, ela estará exposta a uma doença, cuja vacina é 
teratogênica, por falta de atenção do médico e da paciente. 
As doenças sistêmicas aumentam a mortalidade materna, 
cuja principal causa no mundo é a doença hipertensiva específica 
da gravidez (hipertensão gestacional). Já o diabetes mellitus está 
relacionado com fetos prematuros e com o aumento da 
morbidade da mulher, além de ser a principal causa de cardiopatia 
congênita no feto. 
Na gravidez, há aumento da volemia em 50%, por isso, a 
mulher começa a ter dispneia decorrente à insuficiência cardíaca 
congestiva. Outro fator que contribui para a dispneia é a retificação 
do diafragma. 
Dentre as doenças reumáticas, podemos citar o lúpus, 
que é uma das principais causas de aborto na gravidez, além de 
causar cardiopatia congênita. 
Cirurgias: algumas cirurgias no períneo podem impedir a 
ocorrência de um parto normal. 
Tabagismo e drogas, etc: tabagismo leva à restrição de 
crescimento fetal. As drogas mais utilizadas são maconha e cocaína. 
A respeito da cocaína, ela se trata de um vasoconstritor, 
promovendo contração uterina e, por isso, seu uso está 
relacionado com trabalho de parto prematuro. Além disso, também 
causa lesão cortical no feto. 
 
4. Medicações em uso 
Algumas drogas são incompatíveis com a gravidez, sendo 
o seu uso contraindicado, tais quais: anti-inflamatórios (Diclofenaco 
ou Cataflam, Nimesulida, Ibuprofeno → provocam hipertensão 
pulmonar fetal, Cetoprofeno, Naproxeno, outros), antibióticos 
(Tetraciclinas → agem na cartilagem do esqueleto fetal e 
Sulfametoxazol → resulta em retardo mental e kernicterus). 
 
5. Antecedentes ginecológicos 
Menarca, ciclo menstrual (fluxo/frequência: 4/28, 2-7/30), 
dismenorreia e TPM 
A menarca ocorre, em média, de 9 a 16 anos, sendo que na maioria 
das meninas ocorre aos 11 ou 12 anos. Caso a paciente tenha mais 
de 16 anos e ainda não tenha menstruado, é indicado fazer o seu 
cariótipo. Por outro lado, abaixo de 9 anos considera-sepuberdade 
precoce e, consequentemente, a menina terá baixa estatura 
decorrente do fechamento do disco epifisário entre um a dois anos 
após a menarca. A grafia do ciclo menstrual na anamnese é 
baseada no fluxo sanguíneo e na frequência dos ciclos. Assim, um 
ciclo representado por 4/28 indica que a mulher tem 4 dias de 
fluxo, sendo a frequência a cada 28 dias; 2-7/30 indica que a mulher 
tem de 2 a 7 dias de fluxo, sendo a frequência a cada 30 dias. 
A dismenorreia corresponde à cólica menstrual. Deve-se questionar 
se a paciente sempre teve cólicas, configurando uma característica 
dela, ou se isso se tornou uma queixa recente, considerando uma 
suspeita de endometriose. 
A TPM (tensão pré-menstrual) pode ser branda ou mais 
grave, a qual é denominada de síndrome disfórica ou disforia. A 
relevância da TPM se dá pelo fato de apresentar repercussão 
social. 
DUM (1º dia da última menstruação - data): características do 
sangramento, climatério, menopausa e amenorreia 
A DUM corresponde ao primeiro dia da última 
menstruação, ou seja, quando começou o sangramento (“quando 
desceu”), e não quando ele parou. 
O climatério é um período longo, de 10 a 15 anos, cujo 
principal evento é a menopausa. Após um ano sem menstruar, 
considera-se que a mulher está menopausada, sendo que 
anteriormente a isso, ela estava no climatério. 
Os sintomas do climatério incluem: irregularidade 
menstrual, fogacho (calor no tórax até a face, de 4 a 5 vezes ao 
dia), insônia, depressão, dor nas articulações, formigamento, 
esquecimento, melancolia. Há alteração do comportamento, mas 
os primeiros sintomas são irregularidade menstrual, fogacho e 
melancolia. 
Vale citar que os sintomas do climatério são os mesmos 
da menopausa. Por conta disso, recomenda-se a terapia com 
reposição hormonal para as mulheres menopausadas passarem 
por essa fase de uma maneira mais tênue. 
Por fim, o climatério acomete, em média, as mulheres de 45 a 51 
anos no mundo; já a média brasileira corresponde a 48 a 51 anos. 
O termo amenorreia deve ser utilizado quando a mulher 
fica 6 meses ou 3 ciclos consecutivos sem menstruar. 
Irregularidades menstruais fora desse período de tempo devem 
ser consideradas como atraso menstrual, por exemplo, uma mulher 
que menstrua a cada 30 dias e está com atraso de 20 dias. 
Deve-se considerar o quadro de menopausa precoce 
(doença que interrompe precocemente o funcionamento dos 
ovários) em mulheres acima de 35 anos que ficam sem menstruar, 
sem estarem utilizando anticoncepcional. 
 
6. Contracepção 
Tipos (anticoncepcional oral, injetável, camisinha, etc) e 
tempo de uso. 
 
7. DST e procedimentos ginecológicos (cirurgia – 
ex.: retirada de nódulo da mama, cauterização do colo do útero) 
 
8.Antecedente sexual 
É imprescindível que a privacidade da paciente seja 
respeitada!!! 
- Coitarca (primeira relação sexual) e número de 
parceiros 
- Disfunção sexual 
 
9.Violência sexual 
Dispareunia, anorgasmia e falta de libido estão 
intimamente relacionadas com casos de abuso sexual. 
 
10. Desejo gestacional: > 30 anos a 35 anos? 
O desejo sexual é subjetivo. Considera-se que ele 
aumente aos 30 anos, pois a mulher tem mais segurança e 
conhecimento sobre seu próprio corpo. 
 
11. Idade de gestação ideal: 18 a 35 anos 
 
A idade ideal para engravidar é entre 18 e 35 anos, pois 
é o período de maior fertilidade da mulher, apresentando 22% 
de chance de engravidar. Acima de 35 anos, a chance de 
engravidar cai para 18% e acima de 40 anos, para 8%. Acima 
de 35 anos, considera-se a gestante como idosa e o pré-natal 
de alto risco, visto que o ovário tem sua função diminuída 
(envelhecimento gonadal). Assim, a diminuição da fertilidade e o 
envelhecimento dos gametas aumentam em 2,5 vezes a 
chance de aborto, malformações e doenças específicas da 
gravidez. A ovo-doação é uma possibilidade para as mulheres 
acima de 40 anos que desejam engravidar. Nesse sentido, elas 
utilizam o óvulo de uma mulher em idade fértil e pagam a 
reprodução in vitro. Brasil: < % engravidam após essa idade. 
Aumento dos riscos: aborto, malformações, DHEG 
(doença hipertensiva específica da gravidez) ou pré-eclâmpsia 
e DMG (diabetes mellitus gestacional) 
 
12. Classificação da gestante 
1. Segundo o número de gestações – atualmente grávida 
→ gesta 
Primigesta (primigrávida): descreve a mulher que se 
encontra grávida pela 1ª vez 
Secundigesta: segunda gestação 
Tercigesta: mulher que se encontra grávida pela 3ª vez 
Quartigesta: mulher que se encontra grávida pela 4ª vez 
 
2. Segundo o número de partos – antecedente obstétrico 
→ para 
Nulípara: mulher que nunca pariu 
Primípara: deu à luz apenas uma vez a um feto – já teve 
um filho, mas no momento não está grávida, diferentemente da 
primigesta que está grávida no momento 
Secundípara: deu à luz a dois fetos 
Multípara: > 2 filhos (é um termo genérico para mais de 
dois fetos) 
Paucípara: mulher que pariu poucas vezes (até três) 
 
3. Antecedente obstétrico: Gesta (nº de gravidez), 
Paridade (nº de filhos nascidos/resultado da gravidez → quantos 
bebês nasceram no parto), Aborto (nº de abortos), Cesárea (nº de 
cesáreas) 
- nº Gesta, nº Parto, nº Aborto e nº Cesariana 
- G_P_A_C_ 
G2P2A0C2: 2 gestações, 2 partos, nenhum aborto, 2 
cesáreas – logo, os dois partos foram cesáreas 
G2P1A1C0: 2 gestações, 1 parto, 1 aborto, nenhuma cesárea 
– logo, o parto foi parto normal 
G4P3A1C2: 4 gestações, 3 partos, 1 aborto, 2 cesáreas – 
logo, um parto foi normal e os outros dois foram cesáreas 
G5P0A5C0: 5 gestações, nenhum parto, 5 abortos, 
nenhum cesárea – logo, todos os fetos foram abortados 
G1P2A0C1 (gemelar): 1 gestação, 2 partos, nenhum aborto, 
1 cesárea – logo, nasceram gêmeos em um parto cesárea, visto 
que tem apenas uma gravidez → nos casos de gemelaridade, é 
preciso identificar por escrito 
- Tipo de parto (15% de chance de parto prematuro 
novamente), peso do RN, APGAR, idade gestacional e 
intercorrências (hipertensão arterial, diabetes mellitus, ruptura 
prematura das membranas, entre outros) 
13. História familiar 
Câncer de mama, ovário, endométrio, cólon, 
gemelaridade, malformações, HAS, DM, etc 
Casos de gemelaridade e de malformações são muito comuns em 
casamentos consanguíneos (entre primos), pois não há 
variabilidade genética. 
Sempre investigar: problemas mamários, intestinais e 
urinários. 
 
14. Exame físico 
Exame físico geral: clínico 
Exame físico ginecológico: 
- Mamas: inspeção estática (em repouso) e dinâmica (em 
movimento) 
- Abdome: massas, visceromegalias, dores – Blumberg, 
hérnias, etc 
- Órgãos genitais externos: mulher em posição 
ginecológica – inspeção estática (lesões ou secreções) e dinâmica 
(médico pede para a paciente fazer força, tossir, realizar a manobra 
de Valsalva – distopias, incontinência urinária, prolapso genital) e 
pilificação (está relacionada com o perfil hormonal da paciente, 
apesar de muitas mulheres fazerem depilação) 
- Órgãos genitais internos: especular (introdução do 
espéculo para avaliação da vagina e do colo do útero) 
- Toque vaginal: temperatura, colo e tamanho uterino, dor 
 
15. Exame ginecológico das mamas 
15a. Inspeção Estática 
Na inspeção estática das mamas, a paciente deve estar 
em repouso, com as mãos na cintura. 
Número: o normal é a mulher possuir duas mamas, uma 
à direita e uma à esquerda; amastia (ausência de mama) ou 
polimastia (presença de mais de duas mamas); atelia (ausência de 
mamilo) ou politelia (presença de mais de dois mamilos) → mastia 
= mama e telia = mamilo 
Simetria: traçar uma linha no 
processo xifoide e a partir disso 
comparar as mamas; vale lembrar que 
nenhuma mama é igual a outra, assim, 
os casos em que as mamas forem 
muito diferentes entre si devem 
chamar atenção 
Volume: microplasia ou hipomastia (mama pequena) e 
hipertrofia (mama grande) 
Forma: cônicas, cilíndricas, esféricas, pendulares, túrgidas 
e flácidas; as formas são influenciadas pelas característicasfamiliares 
Contornos, pele e mamilos: as alterações nesses 
parâmetros podem sugerir câncer de mama. Uma das formas mais 
agressivas de câncer de mama envolve a hiperemia e o desvio 
mamário e a retração mamilar. 
 
Polimastia ou Hipertelia 
Em qualquer ponto da linha mamilar 
(linha imaginária que sai da axila e passa pelas 
mamas até a fossa ilíaca) podem existir mamas 
acessórias ou supranumerárias. 
Inspeção estática e dinâmica: simetria, formato, papilas, presença 
de abaulamentos, retrações e cicatrizes 
Em casos de tumor profundo, uma das mamas ficaria fixa 
e a outra se elevaria durante a inspeção dinâmica. 
Amastia: ausência de mama à direita, com presença do 
mamilo 
Mama supranumerária axilar: é comum que as pacientes 
se queixem de dor na axila ou abaulamento enquanto amamentam, 
pois há acúmulo de leite nessa mama 
Hipertelia: mamilo supranumerário na mama axilar 
 
 
Mamas pendulares com mamas axilares bilateralmente 
Hipermastia: mamas muito grandes 
 
Tumor filoides de mama: tumor indiferenciado que 
cresce rapidamente (dentro de 3 meses), mas não é tão 
agressivo 
Câncer de mama retromamilar: mamilo ressecado, retraído e 
com casquinhas, mama com aparência de casca de laranja 
(furinhos); esse câncer é mais comum em pacientes idosas e ele 
é agressivo por causa da região em que se localiza, sendo que o 
edema na pele indica metástase 
 
Abscesso mamário da amamentação: mamilo retraído e hiperemia 
da mama 
Hiperemia difusa da mama: carcinoma inflamatório, que é o câncer 
mais grave, em estádio 4; esse câncer é mais comum em 
pacientes idosas e apresenta mau prognóstico 
 
Retroversão do mamilo ou mamilo plano: é comum em pacientes 
de pele clara 
 
A cada 100 mulheres com 
câncer de mama, há 1 homem com 
esse diagnóstico, visto que o tecido 
glandular é pequeno no sexo 
masculino. 
Homens que trabalham 
expostos ao sol, como agricultores, 
pedreiros e bombeiros, têm maior 
incidência de câncer de mama 
masculino. 
 
15b. Inspeção Dinâmica 
Na inspeção dinâmica das mamas, a paciente deve fazer 
força, comprimir a cintura com as mãos ou elevar os braços. 
Em condições normais, a mama fica solta sobre o 
gradeado costal e não é presa à nenhuma estrutura. Na vigência 
de um tumor invasivo, a mulher levanta os braços, mas a mama 
não sobe junto, revelando uma assimetria na inspeção dinâmica. 
Sentada: elevação dos braços ou apoiando no osso ilíaco, 
contraindo a musculatura 
Ao pressionar as mãos contra a cintura, há contração do 
músculo grande peitoral, permitindo que o médico avalie se a 
mama é móvel ou fixa (casos de tumor profundo). 
Palpação: usa-se a polpa digital em toda a extensão da 
mama até a axila (Bloodgood) 
- Expressão: usa-se a mão em pinça (quatro dedos unidos 
e polegar aberto) para apetar a base da mama em direção ao 
mamilo; láctea (saída de leite em casos de amamentação ou 
hiperprolactinemia), citrina (se tem tumor, provavelmente é câncer 
de mama), sanguinolenta (se tem tumor, existe 30% de chance de 
ser câncer de mama) e esverdeada (doença benigna da mama 
relacionada à amamentação) 
- Nódulo: tamanho, coalescência (união), superficial ou 
profundo, móvel ou fixo, consistência e borda 
Um nódulo coalescente, fixo, endurecido e com bordas 
irregulares tem altas chances de ser um câncer. 
- Pesquisa de linfonodos axilares e supraclaviculares 
A palpação deve ser feita 
nos quadrantes: QSE (quadrante 
superior externo), QSI (quadrante 
superior interno), QIE (quadrante 
inferior externo) e QII (quadrante 
inferior interno). 
É necessário localizar o nódulo no quadrante, por 
exemplo, nódulo de 2 cm no QSI a 4 cm do mamilo, além de ser 
móvel, ter bordas nítidas e não estar aderido a planos, 
caracterizando um nódulo benigno. 
Cadeia Linfática 
Após palpar as mamas, 
é necessário palpar a região 
axilar e supraclavicular. 
A paciente deve 
colocar seu braço sobre o 
ombro do médico, o qual deve 
palpar as cadeias linfáticas. Isso 
porque o primeiro foco de 
metástase do câncer de mama são os linfonodos axilares, 
mamários internos e supraclaviculares. 
 
15c. Palpação 
A palpação das mamas deve ser feita por quadrantes: 
superior externo, superior interno, inferior externo e inferior 
interno. O crescimento mamário se inicia por volta dos 9 anos e 
é dependente dos receptores de estrogênio. 
É importante considerar a faixa etária das pacientes ao 
pensar em diagnósticos diferenciais: crianças podem ter infecção 
nas mamas por causa de uma picada de inseto; mulheres jovens 
costumam ter abscesso mamário com retração mamilar; e 
mulheres mais idosas costumam ter mais câncer. 
A palpação das mamas deve ser realizada com a polpa 
digital dos quatro dedos (exceto o polegar), dobrando um 
pouquinho as mãos, e não com a ponta dos dedos. 
Existem três tipos de métodos que podem ser realizados para 
fazer o auto-exame da mama: 
Linear: divida a mama em faixas verticais ou horizontais e 
faça a palpação do limite superior até inferior ou do externo até o 
limite interno, com movimentos ascendentes e descendentes 
Espiral: com movimentos circulares concêntricos, comece 
a palpação da periferia da mama até chegar ao mamilo 
Quadrantes: a mama é dividida em quatro quadrantes, 
passando duas linhas imaginárias na zona mediana da mama, uma 
na vertical e outra na horizontal, que se cruzam no mamilo. Os 
movimentos são de “vai e vem”, partindo da zona mais 
periférica e indo até ao mamilo repetindo este movimento, mas 
agora em sentido contrário 
Independentemente da técnica, o importante é garantir 
que toda a extensão da mama foi palpada. 
 
O autoexame das mamas é 
mais facilmente realizado quando a 
mulher está deitada. 
Sugere-se que a palpação 
das mamas seja feita da região 
externa para a região interna (“de 
fora para dentro”). 
Avaliação das axilas, fossas supraclaviculares, mama e 
expressão mamária (não é necessário utilizar ambas mãos). 
Expressão 
Para fazer a expressão mamilar, o médico deve estar com 
a mão em pinça e apertar a mama em direção ao mamilo, 
observando se há saída de leite ou alguma secreção do mamilo. 
 
Exame Axilar e Supraclavicular 
O exame axilar e supraclavicular, que consiste na palpação 
dos linfonodos, faz parte do exame das mamas. 
 
Abdome 
Inspeção: hérnias e abaulamentos 
Palpação: dor, massas, ascite, hérnias, diástases 
Percussão: tímpano, macicez, Skoda e piparote 
Ausculta: RHA 
Palpação inguinal: cânceres e DST 
 
16. Órgãos geniatis externos- Inspeção estática e 
dinâmica 
Para a inspeção estática e dinâmica dos órgãos genitais, 
a mulher deve estar em posição ginecológica. 
Monte de vênus: região onde crescem os pelos 
Grandes lábios: região vulvar onde tem tecido folicular 
piloso, portanto, tem pelos 
Pequenos lábios: região vulvar onde não tem pelos 
Vestíbulo vaginal: região de entrada da vagina 
Clitóris 
Glândula de Skene: são glândulas laterais à uretra e seu 
abaulamento está relacionado com gonorreia 
Glândula de Bartholin: são glândulas localizadas na entrada 
da vagina e seu abaulamento está relacionado com gonorreia e 
clamídia 
Hímen: membrana na entrada da vagina 
Corpo perineal: avaliar presença de hemorroidas 
 
16a. Inspeção estática 
Pilificação 
Pequenos e grandes lábios 
Secreção: patológicas (corrimento escorre pela vagina) e 
sangramento 
Lesões: úlceras (vulvares ou vaginais), tumores e 
ferimentos 
Trofismo 
Coloração: o trofismo e a coloração possuem relação 
com a menopausa. 
Em mulheres jovens, a vagina é rósea e possui rugas 
transversais (assemelha-se ao palato), ao passo que em mulheres 
menopausadas, a vagina é esbranquiçada e lisa (assemelha-se à 
bochecha, devido à perda das rugas). 
Algumas doenças, por exemplo melanoma (câncer de 
pele mais agressivo), dependem de predisposição genética e não 
de exposição solar. Assim, por ser um tumor com memória, ele 
pode crescer em qualquer parte do corpo, comumente na vulva 
e na vagina. 
 
16b.Inspeção dinâmica 
Estando a pacienteem posição ginecológica, o médico 
afasta os pequenos lábios após solicitar que a mulher faça força ou 
tussa. 
Distopias (localização anormal de algum órgão): cistocele 
(“bexiga caída” – saída da bexiga) e retocele (saída do reto) que 
provocam prolapso da parede vaginal anterior e posterior As 
principais causas de cistocele e retocele são mulheres multíparas, 
obesidade e obstipação intestinal. 
Perdas: urinárias, fecal e sangramento 
 
 
 
 
 
 
Inspeção dinâmica: abertura da vagina para visualização 
do introito vaginal; saída da parede vaginal anterior e posterior 
devido à cistocele e retocele, respectivamente. 
Úlcera vaginal, vitiligo (partes esbranquiçadas na vagina, 
pólipos na uretra e hipertrofia no clitóris), nódulo na vagina 
(provavelmente fibroma) e câncer de reto que metastizou para o 
ânus 
Herpes aguda (primo-infecção, devido às múltiplas lesões) 
e sífilis (sífilis primária, devido à lesão única) 
Logo, é possível diagnosticar diversas doenças apenas 
fazendo a inspeção da vagina 
 
17. Classificação de Tanner 
 
18. Órgãos genitais internos- especular 
O exame especular pode ser realizado com espéculo de 
metal ou de plástico. 
Avaliar: 
Trofismo vaginal: vagina de pacientes jovens é elástica, 
enquanto a de pacientes menopausadas é inelástica, devido às 
baixas concentrações de estrogênio. 
Secreções: avaliar o odor, cor, fluidez, aderência à parede 
vaginal, presença de grumos, sangramento ou corpo estranho 
Sangramento 
Corpo estranho 
Perda de líquido 
Aborto: a gestantes podem perder líquido pela vagina ou 
um feto (aborto). 
Colo uterino 
Coleta de Papanicolaou 
Biópsia de colo, etc 
 
19. Coleta de Papanicolau 
Corresponde ao final do exame especular. Consiste em 
um esfregaço do colo uterino, sendo um dos principais 
mecanismos de diagnosticar e reduzir os casos de câncer do colo 
do útero. 
Estratégias de Prevenção do Câncer de Colo Uterino 
Prevenção primária: pode ser realizada através do uso de 
preservativos durante a relação sexual, diminuindo o risco de 
contaminação pelo HPV 
A intenção da prevenção primária é evitar a 
contaminação pelo HPV! 
A incidência de HPV é alta no sexo feminino, visto que 1 a 
cada 6 mulheres tem HPV. Sabe-se que 70 a 98% dos casos de 
câncer do colo do útero são causados pelo HPV (papilomavírus 
humano), o qual possui diversos sorotipos. Os sorotipos mais 
virulentos estão relacionados ao câncer, ao passo que os menos 
virulentos são eliminados pelo organismo em 60% dos casos, 
aproximadamente. Quanto maior o número de parceiros sexuais, 
maior a exposição ao HPV, HIV, hepatite B e C. 
Prevenção secundária: realização do exame preventivo 
do câncer do colo do útero (Papanicolaou (exame de colpocitologia 
oncótica) – baixa sensibilidade) ou pesquisa do DNA-HPV* (a coleta 
pode ser feita a cada 5 anos) 
Vacinação tetravalente – 2017: caráter preventivo para 
HPV para meninas dos 9 a 14 anos e meninos dos 11 a 14 anos. A 
vacina protege contra a contaminação pelo HPV sorotipos 6 e 11 
(são os mais comuns e causam verruga na vagina) e sorotipos 16 
e 18 (causam câncer de colo do útero). A pesquisa de DNA-HPV 
de alto risco: assim é considerada ferramenta atrativa de rastreio 
primário, principalmente em países com infraestrutura 
estabelecida.* 
ANVISA: a vacina tetravalente (sorotipos 6, 11, 16 e 18 – 
disponível no SUS) é aprovada para mulheres entre 9 e 45 anos 
e homens entre 9 e 26 anos e a vacina bivalente (sorotipos 16 e 
18) para mulheres entre 10 e 25 anos. Pacientes que já tiveram HPV 
podem tomar a vacina, pois ela evita uma recidiva da doença e a 
transmissão da infecção, consequentemente, há redução no 
número de pessoas contaminadas. 
 
DIRETRIZES 2016 – INCA – MS 
Coleta do Papanicolaou – CO (Colpocitologia Oncótica) 
A partir dos 25 anos (primeira coleta) até os 64 anos 
Após 2 exames normais consecutivos, pode ser colhido a cada 3 
anos 
As duas primeiras coletas devem ser feitas anualmente e, 
posteriormente, a cada três anos. Em mulheres > 64 anos, 
interromper a coleta se pelo menos dois exames negativos 
consecutivos, nos últimos cinco anos 
Quem nunca realizou o exame, deve colher dois 
preventivos com intervalo de um a três anos. Se os dois resultados 
forem negativos, alta Pesquisa de DNA-HPV: detecta mais de 90% 
das neoplasias intraepiteliais de alto grau. Deve ser colhido após os 
30 anos a cada 5 anos 
 
19a. Técnica da Coleta de Papanicolaou 
Não se deve realizar a coleta do Papanicolaou se a mulher 
estiver menstruada, porque a presença de hemácias (sangue) 
dificulta a visualização do material coletado. É necessário que a 
mulher fique três dias sem ter relações sexuais (o ideal seria cinco 
dias) e, pelo menos, uma semana sem menstruar. 
Obs.: O exame ginecológico pode ser feito normalmente 
estando a mulher menstruada! 
Colocar o espéculo de Collin e, se necessário, limpar o 
conteúdo vaginal com algodão e soro fisiológico 
Inspeção estática – avaliação visual do colo: localização, 
lesões e exsudações, coloração e características do orifício externo 
Após a avaliação da parede vaginal, trofismo e corrimento, 
deve-se analisar as características do colo do útero e tentar 
visualizar a JEC. 
Coleta do material endocervical e do orifício externo, 
visando a coleta de material da Junção Escamo-Colunar (JEC) 
A importância da JEC (junção escamo-colunar) reside no 
fato de que é o local de predileção para o crescimento do câncer 
de colo do útero. O tecido da porção externa do colo do útero 
corresponde ao tecido epitelial pavimentoso ou escamoso 
estratificado, enquanto o tecido da porção interna corresponde ao 
tecido glandular que é colunar. A transição entre esses epitélios é 
visível a olho nu e é denominada de JEC. O intuito do Papanicolaou 
é coletar material do canal endocervical e da JEC através do 
citobrush e da espátula de Ayres. 
Limpeza e embrocação com ácido acético 2% (coagula 
proteínas → branco) 
Após a coleta do Papanicolaou, deve-se manter o 
espéculo na vagina da paciente para aplicar ácido acético 2% no 
colo do útero, a fim de evidenciar as células alteradas. 
As células infectadas pelo HPV, pré-cancerígenas ou 
neoplásicas possuem alta atividade nuclear e sintetizam muitas 
proteínas. Assim, o ácido acético é responsável por coagular tais 
proteínas, resultando em uma coloração branca a olho nu. 
 
19b. Teste do lugol ou Schiller (glicogênio → marrom) 
Posteriormente ao ácido acético, deve-se aplicar iodo no 
colo do útero, a fim de evidenciar as células alteradas. 
As células 
tumorais e infectadas pelo 
HPV possuem alto 
consumo de glicogênio 
para poderem crescer, 
resultando em baixa 
concentração de glicogênio 
na região. Assim, o iodo, 
que é marrom, é 
responsável por ressaltar as áreas pobres em glicogênio ao deixá-
las com uma coloração marrom clara ou branca. 
Espéculo de Collin (à esquerda), citobrush e espátula de 
Ayres e colo uterino (à direita) 
Espéculo introduzido na vagina 
O citobrush deve ser introduzido no canal endocervical (1) 
e rotacionado em 180º para coletar as células (2), as quais devem 
ser fixadas em uma lâmina (3) 
É necessário fixar as células rapidamente na lâmina, visto 
que o material resseca. Após a fixação, deve-se aplicar um álcool 
na lâmina e encaminhá-la ao laboratório 
Após a coleta com o citobrush (à direita), deve-se realizar 
a coleta com a espátula de Ayres (à esquerda) 
A porção amarela corresponde ao tecido colunar, 
enquanto a porção roxa corresponde ao tecido pavimentoso e a 
transição entre ambos é a JEC 
A parte pontuda da 
espátula de Ayres deve ser 
posicionada no orifício 
externo do colo do útero e 
rotacionada em 180º para 
coletar as células, as quais 
devem ser fixadas em uma 
lâmina 
Nesse sentido, na 
coleta do Papanicolaou, tanto 
as células do canal 
endocervical, quanto as células da JEC são coletadas. 
 
Anatomy of the cervix 
The size and shape of the cervix vary widely 
with age, hormonal state and parity 
Inthe nulliparous female it is barrel shaped with 
a small circular external os at the center of the 
cervix (fig. 2a) 
In parous women, cervix is bulky and 
the external os becomes slit-like (figure b) 
Comparação entre o colo do útero 
normal de uma nulípara (em cima – colo 
puntiforme) e de uma mulher que já pariu 
(embaixo – colo em fenda) 
 
JEC- Junção escamo-colunar 
Internamente ao orifício externo do colo do útero, está o 
endocérvice com tecido epitelial cilíndrico/colunar simples e 
externamente, o ectocérvice com tecido epitelial pavimentoso 
estratificado. 
O HPV tem predileção 
pelas células da junção escamo-
colunar, visto que são células 
hiperprodutoras de proteínas e 
com glicogênio. 
Histology of the normal 
cervix: squamocolumnar junction 
(fig. 5) 
The squamocolumnar 
junction: marks the boundary 
between the squamous-lined ectocervix and the columnar-lined 
endocervix (arrows) 
Pathological and histological images: Courtesy of Ed 
Uthman at Flickr 
 
Tecido pavimentoso à esquerda e tecido colunar à direita, 
sendo que a seta está indicando a JEC 
Sem partos (à esquerda) e com 1 ou mais partos vaginais (à direita) 
As mulheres jovens possuem rugas transversais na vagina, 
diferentemente das mulheres menopausadas 
O HPV entra diretamente na membrana basal e vai crescendo 
como tumor em direção à superfície. 
O câncer de colo do útero começa na JEC e, conforme evolui, se 
espalha para o paramétrio (ligamento que une o colo do útero à 
parede pélvica). 
Vale ressaltar que o ureter dista 1,5 cm dessa região, portanto, as 
pacientes com câncer de colo do útero morrem com insuficiência 
renal, pois o tumor invade o ureter, causando obstrução e 
insuficiência pós-renal. 
O câncer de colo do útero é operável enquanto está 
restrito ao colo (até o estágio IB). Uma vez que o paramétrio está 
comprometido, o câncer é inoperável (estágio IIB), pois se espalhou 
para os tecidos adjacentes ao útero. Nesse caso, as opções 
terapêuticas se restringem à quimioterapia e radioterapia, no intuito 
de diminuir o tumor. A cirurgia não traria benefícios, visto que 
cirurgias pélvicas estão relacionadas com alta mortalidade devido 
ao sangramento. 
 
 
 
Colo Ectrópio 
O colo ectrópio corresponde à situação em que a JEC 
está localizada fora de sua região. Assim, é possível visualizar o 
tecido cilíndrico glandular 
(mais avermelhado), 
além do tecido epitelial 
pavimentoso. 
O colo ectrópio 
pode ser fisiológico 
(aproximadamente aos 
12 anos de idade), 
hormonal (uso de 
anticoncepcionais, principalmente com estrogênio) e sexual 
(atividade sexual). 
Em decorrência do ectrópio, o tecido glandular, que não 
é queratinizado, fica exposto. Assim, a paciente fica mais exposta 
e susceptível a pegar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). 
Nesses casos, é necessário realizar cauterização (queima da região 
com eletrodos) a fim de reepitelizar o colo do útero. Além disso, a 
cauterização também é feita para reduzir a secreção vaginal que 
é excessiva em casos de ectrópio. 
Portanto, o ectrópio predispõe as pacientes a contraírem 
ISTs, como HPV, HIV, gonorreia, sífilis, hepatite B e C, sendo que 
HIV e hepatite B são as mais letais. 
O iodo cora as células ricas em glicogênio de marrom; 
logo, o tecido epitelial pavimentoso fica marrom, porque possui 
células ricas em glicogênio e as células neoplásicas ficam brancas, 
porque consomem muito glicogênio. 
Teste de Schiler negativo (ou iodo positivo): coloração 
marrom 
Teste de Schiler positivo (ou iodo negativo): coloração 
esbranquiçada → provável tumor 
Primeiro, deve-se aplicar o ácido acético e, depois, o lugol 
Ácido acético (à esquerda) → coagulação de proteínas 
→ coloração branca → células com HPV ou células cancerígenas 
= coloração branca 
Lugol (à direita) → células ricas em glicogênio → 
coloração marrom → células com HPV ou células cancerígenas = 
coloração clara 
Portanto, o ácido acético e o lugol direcionam o médico 
para uma região com provável alteração, na qual a biópsia deverá 
ser realizada para confirmar a existência de um câncer. 
Ácido acético (à esquerda): células brancas e com relevo 
irregular 
Lugol (à direita): células não foram coradas 
É fundamental utilizar tais métodos para direcionar a área 
de biópsia, pois, ao biopsiar outros locais do colo do útero, 
provavelmente o resultado estaria dentro da normalidade. 
Corrimento esbranquiçado mucopurulento – imagem em 
“véu de noiva”, característica de clamídia, que é uma das principais 
ISTs 
 
19. Tipos de toque vaginal 
Simples 
Unidigital ou bidigital 
Dedo indicador e/ou médio extendido; anular e mínimo 
flexionado e polegar em hiperdistensão → tônus do elevador do 
ânus, condições vaginais (tônus, elasticidade, comprimento, pregas), 
colo (forma, consistência, superfície, posição e orifício externo) 
 
Combinado 
Deve-se realizar o toque vaginal combinado 
Abdominovaginal, abdominorretal e vaginorretal 
Feito com duas mãos, uma vaginal e outra abdominal → 
avaliação do corpo do útero (posição, consistência, volume e 
superfície), anexos (tumores (ex.: miomas), ovário (ex.: cisto de 
ovário) e trompa), dores (ex.: doença inflamatória pélvica) e 
abaulamento do fundo do saco de Douglas 
Aproximadamente, 60% dos úteros são anterovertidos 
(voltados para frente) e os 40% restantes são retrovertidos 
(voltados para trás). 
O tamanho normal de um útero é semelhante a uma pera 
pequena, em torno de 9 por 5 cm. 
Se for uma gestante, deve-se avaliar se o colo do útero 
está dilatado. 
Na vigência de uma inflamação, o fundo do saco de 
Douglas (região posterior) estará abaulado e dolorido ao toque. 
Toque vaginal combinado – abdominovaginal 
Primeiramente, deve-se introduzir o dedo indicador para 
a mulher ter a sensação tátil e promover laceamento vaginal. 
Posteriormente, deve-se introduzir o dedo médio para avaliar o 
colo do útero e o útero. Ao empurrar o colo do útero com a mão 
do tempo vaginal, o médico consegue avaliar o útero com a mão 
do tempo abdominal 
Após isso, o médico deve deslocar as mãos para a fossa 
ilíaca direita e esquerda a fim de avaliar as trompas e os ovários 
Regiões mais dolorosas ao toque bimanual 
A mulher pode sentir vontade de fazer xixi, devido à 
proximidade do útero com a bexiga. 
Posição do toque bimanual com os dedos indicador e 
médio inseridos 
Deve-se realizar a palpação do fundo do útero (foto à 
esquerda) e, depois, deslocar os dedos para a fossa ilíaca para a 
palpação das trompas e dos ovários (foto à direita)

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