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Enfermagem em Ginecologia e Obstetríca

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Enfermagem 
em 
Ginecologia 
e 
Obstetrícia
Professora: Simone
Este volume traz, concentradas em duas partes, noções básicas de ginecologia 
e obstetrícia, e o detalhamento dos serviços de assistência de enfermagem em 
cada situação específica. 
A primeira parte, sob o título geral “Enfermagem em ginecologia”, inicia-se com 
uma revisão de anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino, 
descrevendo as funções dos diversos órgãos. Em seguida percorre os exames 
ginecológicos, com os métodos, equipamentos e cuidados de enfermagem em 
cada um deles, explicando inclusive e técnica de colheita e preparo de 
esfregaços. Passa, então, para o estudo das patologias ginecológicas, órgão 
por órgão, abordando sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e cuidados de 
enfermagem. Na seqüência, trata das fases da vida da mulher, dos principais 
hormônios sexuais femininos e do ciclo menstrual e da menstruação. 
Finalmente, a título de complementação da matéria abordada, faz um 
apanhado geral do aparelho reprodutor masculino e dos métodos 
anticoncepcionais naturais e de barreira.
A segunda parte, sob o título geral “ Enfermagem em Obstetrícia”, constitui 
uma abordagem sistematizada e bastante detalhada do assunto, iniciando-se 
com uma breve anotação sobre a clínica obstétrica e o centro obstétrico.
Na continuidade, trata da fecundação, fertilização ou concepção, dos anexos 
que se originam do ovo, do desenvolvimento fetal, do diagnóstico de gravidez, 
das modificações fisiológicas durante a gestação, da gravidez múltipla, da 
assistência ao pré-natal normal, das complicações durante o período 
gestacional ( aborto, prenhez ectópica, placenta prévia, deslocamento 
prematuro da placenta, toxemia gravídica. ,mola hidatiforme), parto, trabalho de 
parto, períodos do trabalho de parto, assistência de enfermagem durante o 
parto, procedimentos referentes à bolsa das águas, cuidados com o recém-
nascido normal, puerpério, mamas e aleitamento materno, e complicações de 
puerpério.
O volume é fartamente ilustrado, favorecendo a visualizção de 
órgãos,equipamentos e procedimentos, constituindo um material didático 
perfeitamente adequado às necessidades dos alunos de cursos de auxiliar de 
enfermagem, por sua linguagem clara e objetiva e por sua própria forma de 
organização. 
1. Enfermagem em Ginecologia
É de fundamental importância que o profissional de enfermagem, que presta 
assistência à paciente necessitada de cuidados, esteja atento ao quanto é 
embaraçoso para ela conversar com alguém sobre seus distúrbios da função e 
estrutura sexuais. Devido à vergonha e também ao medo de que sua 
intimidade venha a ser discutida em público, a mulher nega-se por vezes a 
revelar o que considera particular e, desta forma, a menos que os sintomas de 
ordem sexual e da reprodução se tornem agudos, evita procurar auxílio dos 
profissionais de saúde. 
Partindo do princípio de que os fatores emocionais e sociais estão muitas 
vezes associados a problemas físicos, o profissional que presta assistência em 
ginecologia deve considera sua atitude e ser atencioso e dedicado no 
atendimento à paciente que procura auxílio devido a anormalidades que 
envolvam a genitália, permitindo que ela participe nas condutas a serem 
tomadas e esteja sempre informada sobre o que está lhe acontecendo.
Ao adotar essa conduta, o profissional estará promovendo um ambiente seguro 
e tranqüilo, reduzindo a sensação de dependência, aliando a isso a habilidade 
nos procedimentos técnicos, a assepsia cuidadosa e uma preparação e 
orientação adequadas acerca dos procedimentos diagnósticos e de 
intervenção.
Abordaremos, nesta primeira parte, aspectos da reprodução feminina e 
masculina, algumas patologias pertinentes à reprodução, distúrbios das mamas 
e algumas doenças sexualmente transmissíveis. 
Aparelho reprodutor feminino
Revisão de anatomia e fisiologia
Mamas (masto) 
As mamas são duas glândulas situadas sobre os músculos peitorais, uma de 
cada lado do tórax. O chamado corpo mamário é composto de: alvéolos, aréola 
mamária, mamilo, ampolas galactóforas, canais galactóforos e canalículos.
Fig. 1- Mama vista em corte transversal
O desenvolvimento da mama tem início na puberdade, estimulado pelos 
estrogênios dos ciclos sexuais mensais, que induzem o crescimento do 
estroma e do sistema canalicular, além do aumento de gordura que lhe 
aumenta o volume tornando-a importante na função estética e na sexualidade, 
porém, durante a gravidez tem início um acentuado crescimento, sendo 
somente desta forma acontece um total desenvolvimento, preparando-a para a 
reprodução de leite.
Vulva (Pudendo)
Trata-se do conjunto de órgãos genitais externos femininos do qual fazem 
parte:
• Monte pubiano ou monte Vênus_ coxim gorduroso de tecido adiposo e 
conjuntivo sobre a sínfise pública. Após a puberdade fica recoberto de 
pêlos.
• Grandes lábios_ duas grandes pregas cutâneas que protegem 
internamente a vulva como um todo
Fig. 2 _ Vista frontal da vulva
• Pequenos lábios_ duas finas pregas cutâneas que ficam localizadas 
entre os grandes lábios.
• Clitóris_ corpúsculos pequenos, composto de tecido erétil e contendo 
vasos e nervos. É extremamente sensível e importante para a excitação 
sexual feminina.
• Orifício uretral_ pequena abertura da uretra situada entre o clitóris e o 
orifício vaginal. Os dutos das glândulas de Skene têm um calibre muito 
pequeno e se abrem exatamente de cada lado do meado uretral. (Essas 
glândulas de Skene têm a mesma função das de Bartholin.)
• Orifício vaginal_ abertura da vagina parcialmente coberta pelo himém. 
(O hímen é uma membrana delgada que possui um pequeno orifício pelo 
qual escoa a menstruação. Geralmente é rompido durante o primeiro 
coito. Após o parto, os resquícios do hímen são chamados carúnculas 
himenais.) 
• Glândulas de Bartholin ou Glândulas vestibulares maiores_ localiza-
se uma de cada lado do orifício vaginal e normalmente são pequenas e 
não-palpáveis. Elas secretam muco, cujo aumento durante a excitação 
sexual e o coito mantém o orifício e o canal vaginal lubrificado.
Períneo 
O períneo é o espaço compreendido entre a extremidade inferior da vulva e o 
orifício anal.
Órgãos genitais internos
• Vagina (colpo)_ canal constituído de tecido músculo-membranoso, 
formado de parede flexível, capaz de grande distensão. Tem em média 
8 a 10 cm. Situa-se entre a bexiga e o reto, e comunica o útero com o 
exterior.
• Função: é o órgão feminino da cópula (recebe o órgão sexual masculino 
durante o ato sexual). Serve de passagem para o fluxo menstrual e para 
o feto no parto. Os bacilos de Dördelein encontrados na vagina 
respondem pelo aumento do meio ácido que atua como barreira de 
defesa do aparelho genital.
• Útero_ órgão formado por um músculo oco e flexível cujo formato se 
assemelha ao de uma pêra invertida. É composto de duas partes 
_ corpo e colo __, entre as quais encontra-se uma zona de transição 
chamada istmo. A porção superior do corpo é conhecida como fundo 
uterino. O útero fica situado atrás da bexiga e à frente do reto, ocupando 
uma posição oblíqua levemente antefletida. Possui mobilidade e sua 
sustentação é feita por ligamentos às paredes pélvicas, ao reto e à 
bexiga e pelos músculos perineais. Tem em média 7 cm de 
comprimento. Sua parede (parede uterina) é composta de três 
camadas: 
• Externa: exométrio ou perimétrio (derivada do peritônio); 
• Média: miométrio (muscular);
• Interna: endométrio (mucosa altamente vascularizada, que reveste 
também internamente as trompas e o cérvix).
Função do corpo: a musculatura flexível do útero se distende durante a 
gravidez para conter o feto. O endométrio modifica-se para receber e alimentar 
o ovo durante a gestação.
Fig. 3_ Vista dos órgãos genitais femininos internos em corte 
Função do colo (ou cérvix): o colo abre-se na vagina e, no momento do parto, 
dilata-se, formando o canal do parto. Nele se localizam as criptas do colo, que 
são glândulas responsáveis pela produção do muco cervical.• Trompas uterinas (salpinge)_ também chamadas trompas de Falópio, 
tubas uterinas ou ovidutos, são dois canais que se estendem, um de 
cada lado do útero, até os ovários. Medem cerca de 10 a 14 cm e 
possuem, na extremidade que se abre na cavidade peritonial, projeções 
semelhantes a franjas (também chamadas de fímbrias ou de pavilhão), 
que se prolongam até os ovários.
Função: as trompas recebem o óvulo liberado dos ovários depois da ovulação: 
é o local da fecundação e o canal que conduz o ovo ao útero. Contrações 
rítmicas da musculatura tubária e movimentos ciliares conduzem óvulos, 
espermatozóides e ovos através das tubas. 
 
 
Fig.4 Útero e órgãos associados
• Ovários_ são duas glândulas sexuais (gônadas) da mulher , em forma 
de amêndoa, situadas uma em cada lado do útero. Cada ovário tem em 
média de 3 a 5 cm de comprimento, 2 cm de largura e 1 cm de 
espessura. Na camada externa do ovário encontram-se numerosas 
formações microscópicas denominadas folículos. Cada folículo contém 
uma célula germinativa feminina.
Função: produzir os óvulos que serão captados pelas tubas uterinas e 
secretar os hormônios ovarianos (hormônio estrogênio e hormônio 
progesterona).
2 Exames em ginecologia
Exame de mamas
 Realizado pelo médico _ por meio de inspeção e palpação, para 
observar alterações referentes a:
• Forma, tamanho e coloração;
• Simetria;
• Aspecto do mamilo e aréola (podem estar retraídos);
• Lesões;
• Dor;
• Secreção papilar, pus ou sangue ao se espremerem os mamilos;
• Nódulos (caroços, endurecimentos, tumores, massas ou 
espessamentos);
• Pele infiltrada por edema e enrugada (aspecto de casca de laranja);
• Gânglios infartados na região axiliar.
 Cuidados de enfermagem
• Orientar a paciente sobre a importância do exame periódico.
• Orientar a paciente sobre em que consiste o exame.
• Posicionar a paciente em decúbito dorsal.
• Remover as roupas da paciente da cintura pra cima e cobri-la com 
lençol.
• Orientar a paciente sobre a importância e sobre como se faz a 
autopalpação das mamas.
 Autopalpação das mamas _ realizada pela própria mulher, 
deve ser feita mensalmente após a menstruação (ocasião propícia, na 
qual as mamas ficam flácidas), ou na primeira semana do mês para 
mulheres menopausadas.
Etapas:
• Observa-se no espelho, em pé, nas três posições
Seguintes: com os braços pendentes ao lado do corpo, com os braços 
levantados acima da cabeça; e com as mãos na cintura (fig.5)
• Palpar cada mama usando a mão do lado oposto, em movimentos 
circulares. A palpação deve ser feita em pé (durante o banho é uma boa 
oportunidade) e também deitada, tendo a mão do lado a ser palpado 
embaixo da cabeça. Usando a polpa dos dedos, pressionando cada 
mama devagar mas firmemente, em pequenos movimentos circulares, 
palpar toda a mama, a aréola, o mamilo e a região axilar (fig. 6).
• Proceder à expressão do mamilo (apertá-lo entre os dedos), 
verificando se há secreções.
 
Fig. 5 Auto-exame de mamas ao espelho
Fig. 6 Autopalpação 
Exame Ginecológico 
Etapa:
• Inspeção da genitália externa para detectar presença de infecção, 
edema, hemorragia, secreção ou alteração do epitélio local.
• Toque _ palpação dos órgãos genitais internos, que pode ser por via 
vaginal ou retal. O taque bimanual é o toque vaginal ou retal realizado 
ao mesmo tempo que a palpação do útero pelo abdome. Para o toque, 
utiliza-se luva esterilizada e lubrificante. Avaliam-se condições de: 
vagina, fundo-de-saco, colo, corpo do útero, anexos e paramétrios.
Fig. 7 _ Toque combinado com palpação abdominal 
Fig.8 Representação em corte do toque combinado
 Especular _ colocação de espéculo no canal vaginal para visualizar e 
avaliar:
• Cor e aspecto da vagina e do colo do útero (lesões, hiperemia, 
inflamação, colo tracionado); histerometria; 
• Presença de corrimento (que poderá ser normal ou patológica);
• Presença de hemorragias pequenas (devido a lesões no colo ou 
vagina).
Fig. 9 _ Modelos de espéculo
Fig. 10 _ Modelos de espéculo em posição para exame
 Cuidados de enfermagem
• Pedir à paciente para urinar e evacuar antes exame.
• Orientar a paciente sobre o que será feito durante o exame.
• Trocar o forro da mesa de exame (lençol ou papel).
• Remover a roupa da paciente da cintura pra baixo.
• Colocar a paciente em posição na mesa ginecológica. As posições 
que podem ser utilizadas para esse tipo de exame são:
- posição ginecológica;
- posição genupeitoral; e 
- posição de Sim’s.
• Cobrir a paciente com lençol até que o médico chegue.
• Providenciar o material necessário:
-banco giratório;
-luvas estéreis;
-lubrificante;
-antissépticos;
-gaze;
-foco de luz;
-espéculos vaginais estéreis.
• Dar assistência ao médico.
Fig. 11 _ Paciente em posição ginecológica
Atenção
Deve-se evitar a contaminação da paciente, providenciando material 
esterilizado (luvas, espéculos, soluções) e utilizando técnicas assépticas.
Durante o exame ginecológico podem ser realizados outros procedimentos 
como: hemograma completo, urina tipo I, citologia, esfregaço a fresco (tem por 
objetivo detectar infecções vaginais por Candida albicans, Trichomonas 
vaginalis ou microorganismos que causam infecções bacterianas), cultura 
cervical (realizada quando há suspeita de infecção por Neisseria gonorrhoea ou 
Clamydia trachomatis), devendo a enfermagem providenciar o material 
adicional necessário.
Colposcopia
Trata-se de um exame mediante o qual o médico visualiza o colo uterino com o 
colposcópio (aparelho com lente de aumento e iluminação potente que, 
introduzido na vagina, permite examinar visualmente o colo do útero, lesões e 
carcinoma).
Papanicolau 
Também conhecido como citologia oncótica ou prevenção de câncer do colo 
do útero, o papanicolau consiste no estudo das células do cérvix e da vagina 
para analisar e identificar células alteradas com inflamação, displasia ou 
neoplasias.
As células podem ser colhidas do fundo-de-saco posterior da vagina 
(conhecido por fundo-de-saco vaginal posterior ou fundo-de-saco de Douglas), 
do ectocérvix (abertura do colo) e também do endocérvix (interior do colo). O 
conteúdo é então espalhado sobre a lâmina e imediatamente fixado com uma 
solução fixadora. Para a realização da colheita, a paciente não deve:
• Estar menstruada;
• Usar duchas ou medicamentos vaginais por 48 horas antes do 
exame;
• Ter contato sexual por 24 horas antes do exame.
Fig. 12 _ Diagnóstico de câncer do colo – colposcopia
Histerosalpingografia
Consiste em um exame radiológico do útero e das trompas de Falópio após a 
injeção de um contraste. É efetuada para estudo dos problemas de 
esterilidade, avaliação da permeabilidade das trompas e determinação da 
presença de patologia na cavidade uterina.
A paciente é colocada na posição ginecológica, expondo-se o colo através de 
um espéculo. Introduz-se uma cânula no colo e injeta-se um contraste 
radiopaco na cavidade uterina e nas distribuição dos meios de contraste.
 Cuidados de enfermagem
• Preparar o intestino da paciente com laxativos e enteroclisma na 
véspera, para evitar que as sombras gasosas prejudiquem as 
imagens radiológicas.
• Prescrever analgésicos, para alivias as dores durante o exame.
• Oferecer absorvente higiênico à paciente, após o exame, para evitar 
que o contraste manche sua roupa.
Ultra-sonografia
Trata-se de um método simples, baseado na transmissão de ondas sonoras. O 
equipamento de ultra-sonografia diagnóstica emprega ondas ultra-sônicas em 
uma freqüência de 20.000 ciclos por segundo; a pelve e o abdome são 
examinados na forma linear. O transdutor, colocado em contato com o abdome, 
converte energia mecânica em impulsos elétricos, que por sua vez são 
ampliados e registrados em uma tela osciloscópica que compõe uma fotografia 
da forma. Todo esse processo leva cerca de 10 minutos.
 Cuidados de enfermagem
Esse exame não requer cuidado especial. Entretanto, é necessário que a 
paciente esteja com a bexiga cheia. Para isso, antes do exame deve-se 
administrar água, cháou refrigerante para a paciente. Quando o exame é 
urgente requer jejum, pode-se introduzir soro fisiológico via uretral através 
de uma sonda vesical.
Curetagem endocervical
Raspagem do interior do colo do útero, feita com cureta, para análise do 
material colhido.
Curetagem endometrial
Raspagem do endométrio, feita com cureta, para análise de material ou 
para esvaziamento do útero.
Biópsia 
 
Retirada de tecido vivo para análise (estudo cito e histopatológico).
Patologias ginecológicas
Mamas
Displasias mamárias
Levam ao aparecimento de cistos (formações que contêm líquido ou muco em 
seu interior), nódulos, endurecimentos ou tumores benignos (como o papiloma 
ou o fibroadenoma). As displasias mamárias podem causar dor, secreção 
papilar e alterações de forma. Podem ser percebidas durante a palpação ou ser 
indolores e percebidas somente por meio de exames, como mamografia e 
biópsia, entre outros.
As pacientes com displasias mamárias devem ser orientadas a fazer consultas 
médicas periódicas mesmo após o tratamento, que pode consistir em:
• Reposição hormonal;
• Drenagem dos cistos;
• Retirada dos cistos ou tumores.
Tumores malignos (carcinoma ou sarcoma)
A incidência de tumores malignos na mama é alta, mesmo em mulheres 
jovens. O tumor pode aparecer uni ou bilateralmente e ainda disseminar-se 
pelo organismo, principalmente nos pulmões, ossos, fígado, cérebro, 
ovários e supra-renais.
 Fatores que predispõem ao aparecimento do câncer mamário:
• História familiar de câncer mamário;
• Primeira gestação tardia;
• Nuliparidade;
• Disfunções hormonais;
• História de patologia mamária benigna (displasias) ou de mastite;
• Outros: obesidade, menarca precoce, menopausa tardia, menopausa 
artificial, não-lactação, exposição a radiações, dieta em gordura, uso 
de certas substâncias químicas e abuso de contraceptivos orais.
 Sinais e sintomas
• Nódulos de vários tipos ou tamanhos (que crescem 
lenta ou rapidamente);
• Retração da pele ou do mamilo;
• Alterações de forma, tamanho, cor ou simetria;
• Pele infiltrada pro edema (enrugada);
• Presença de secreção papilar (que pode estar 
purulenta e/ou sanguinolenta);
• Lesões;
• Gânglios axilares infartados;
• Dor (último sintoma a aparecer, quando o estágio está 
avançado).
Diagnostico _ exame físico, mamografia (imagem radiológica das 
 mamas), biópsia (estudo cito e histopatológico) e outros exames.
 Tratamento _ o tratamento do carcinoma da mama é cirúrgico. A 
intervenção cirúrgica é a mastectomia, isto é, a retirada da mama. Além da 
mama, em alguns casos são retirados músculos peritoniais, conteúdo cavo-
axilar e gânglios. O tratamento cirúrgico de radioterapia e quimioterapia.
 Cuidado de enfermagem em casos de mastectomia 
 No pré-operatório:
• Jejum.
• Tricotomia axilar e torácica.
• Apoio psicológico – a paciente precisará de apoio, pois é 
difícil enfrentar a situação de mastectomia, além dos temores em 
relação ao câncer, encorajando-a a formular perguntas e fornecendo 
respostas adequadas com o objetivo de minimizar a ansiedade e 
esclarecer dúvidas.
• Preparar a unidade de forma adequada para receber a 
paciente _ retirar as roupas de cama, fazendo uma limpeza terminal 
no leito, na mesa de cabeceira, mesa de refeição, suporte de soro, 
arrumar a cama de operado, instalar material adequado para 
oxigenação (máscara de O², cateter de O² , etc.).
Fig. – tumores benignos da mama
Fig. _ Câncer da mama
No pós-operatório:
• Receber a paciente na unidade de internação observando e 
anotando seu estado geral, condições do curativo ( que geralmente é 
largo e compressivo, tendo por objetivo reduzir o edema, prevenir 
hemorragia e facilitar a cicatrização da ferida cirúrgica), o volume e o 
aspecto na secreção coletada no dreno de aspiração “ Portovac”.
Cuidados com o dreno de aspiração continua “Portovac”:
- Observar se no tubo de drenagem há obstrução por coágulos; caso 
haja, proceder à ordenha de forma delicada, fixando o tubo com a mão, 
próximo ao curativo, impedindo que haja deslocamento do mesmo e 
perda da função.
- Pinçar o tudo de drenagem, interrompendo o fluxo.
- Abrir a tampa da bomba de sucção invertendo sua posição.
- Despejar o conteúdo drenado em um cálice graduado.
- Pressionar a bomba sobre uma superfície sólida.
- Fechar a tampa da bomba mantendo-a pressionada.
- Soltar a pinça, restabelecendo o vácuo.
- Anotar volume e aspecto no prontuário da paciente.
• Colocar a paciente em posição confortável no leito, mantendo o 
braço do lado operado elevado sobre uma almofada a fim de 
melhorar a drenagem linfática e prevenindo o aparecimento de 
edema.
• Administrar analgésicos quando houver queixa de dor, seguindo 
prescrição médica.
• Não administrar medicação por via EV, IM, SC E ID no braço do lado 
da mama operada, devido a vasos capilares e linfáticos seccionados, 
orientando a paciente quando aos cuidados a ter com esse braço, 
devendo evitar cortes, ferimentos, mensuração de PA, porque esse 
membro está sem resistência contra infecções.
• Orientar quanto à necessidade dos exercícios a serem feitos com o 
braço do lado operado, que devem ser iniciados pela mão, passar 
para o antebraço e, gradativamente, para tentativas de levar a mão 
ao rosto ou pentear os cabelos; o movimento do braço para trás deve 
ser evitado até a completa cicatrização.
• Os cuidados com esse braço devem ser observados, pois tanto a 
falta como o excesso de uso do membro poderá provocar linfedema 
e perda de função.
 Evitar carregar objetos pesados desse lado (bolsa, sacolas).
 Usar sutiã de alças largas (distribui melhor o peso, facilitando 
o retorno venoso).
 Usar luvas nas atividades domésticas (lavar louças, roupa, 
cozinhar, etc.), prevenindo lesões na pele, pelo uso de detergentes 
fortes.
 Fazer uso de creme hidratante várias vezes ao dia 
(prevenindo ressecamento e prurido).
 Não usar roupas apertadas.
 Não cortar as cutículas das unhas.
 Não se expor a sol forte, temperaturas elevadas e segurar 
cigarro aceso com essa mão (evitando queimaduras).
• Orientar a paciente sobre tratamento quimioterápico e radioterápico.
• Orientar a paciente sobre prótese e vestuário adequando, visando uma 
melhor adaptação a nova condição.
A prevenção do câncer de mama inclui: incentivo da maternidade entre 20 e 30 
anos, amamentação sistemática e prolongada e auto-exame das mamas. Toda 
mulher deve fazer o exame de autopalpação das mamas. O exame médico 
periódico deve ser feito anualmente por mulheres sem risco e semestralmente 
por mulheres com alto risco de desenvolver um câncer mamário. Porém o 
diagnóstico precoce nem sempre é feito, uma vez que as pacientes procuram o 
médico quando já se encontram com a doença em fase avançada, devido a 
prevalência de tabus no meio social e a inibição da mulher.
É importante também conscientizar a população feminina para que procure 
auxílio médico preventivo, uma vez que o êxito do tratamento depende do 
estágio em que se encontra a doença. Quando mais precocemente for 
descoberta, melhores serão os resultados, melhor a qualidade de vida e maior 
a sobrevida da paciente.
Vulva e vagina
Vulvovaginite 
Vulvite = inflamação da vulva
Vaginite ou colpite = inflamação das paredes da vagina
A vulvite e a vaginite geralmente são processos inflamatórios associados, 
chamados de vulvovaginites
 Sinais e sintomas
• Hiperemia e edema;
• Dor e prurido;
• Glândulas de Bartholin inflamadas (aumentadas e dolorosas);
• Corrimento vaginal.
 Causas _ vários fatores podem contribuir para o 
aparecimento da vulvovaginite:
Higiene local precária;
Perspiração no local aumentada;
Alérgenos (perfumes, pós, geléias contraceptivas, tecidos, sabões, etc.);
Agentes infecciosos (mais comuns: estafilococos),
• Estreptococos, tricomonas, candidíase, gonococos, bacilos difteróides e 
vírus de herpes tipo II;
• Problemas dermatológicos;
• Doença venérea associada;
• Distúrbios endócrinos (ex: diabetes melito);
• Baixo teor de acidez na vagina (o pH ácido da vaginaconstitui uma 
barreira de defesa, pois a acidez detém os germes. A vagina de criança e 
de mulheres idosas é menos resistente a infecções, devido á pouca 
acidez);
• Causas inespecíficas (quando se desconhece a causa da doença);
• Ausência de bacilos de Döderlein (barreira de defesa do aparelho genital).
 Tratamento _ pode variar conforme a causa. 
De modo geral, consiste em:
Tratar as doenças concomitantes;
Fazer lavagem vaginal (banhos de assento);
Fig. Afecções vulvares
• Aplicar óleos ou pomadas vaginais;
• Antibioticoterapia (que pode ser local, por via oral ou parenteral);
• Tomar analgésicos, antiinflamatórios;
• No caso de formação de abscessos, fazer a drenagem cirúrgica;
• Se houver formação de cisto nas glândulas de Bartholin, elas poderão ser 
extirpadas (bartholinectomia).
 Cuidado de enfermagem _ orientar a paciente sobre:
• Higiene do local;
• Evitar uso de roupa muito apertada;
• Evitar coçar, já que isso pode piorar o problema;
• Importância do tratamento do companheiro simultaneamente, pois a 
reinfecção pode ocorrer com as relações sexuais;
• A necessidade de observar os cuidados de higiene local e de boa 
alimentação para melhorar as condições gerais de defesa das crianças.
A enfermagem tem importante atuação ao ensinar as pacientes sobre o uso 
correto dos medicamentos prescritos, banhos de assento, higiene pessoal e 
familiar.
Leucorréia
Conhecida como “corrimento”, é a secreção produzida na vagina ou no colo do 
útero, em função de uma infecção que se exterioriza.
 Sinais e sintomas:
• Aspecto espesso e profuso;
• Cor amarelada;
• Odor fétido;
• Muco, grumos ou sangue.
 Podem ocorrer também:
• Prurido;
• Disúria;
• Ardor local (queimação);
• Edema;
• Hiperemia;
• Desconforto;
• Dispareunia (coito doloroso).
 Diagnóstico _ feito pelo exame clínico e pela 
colheita do material para exames laboratoriais, que podem ser: 
parasitológico, bacterioscópico e cultura do conteúdo vaginal.
 Causas _ os principais causadores da 
leucorréia são:
• Trichomonas vaginalis: protozoário natural do trato vaginal. Quando há 
deficiência na defesa da vagina, pode ocorrer proliferação desse 
microorganismo, ocasionando a esverdeado, cremoso e espumoso, 
acompanhado de prurido vulvar.
• Candida albicans: fungo que causa a candidíase ou monilíase. A vulva e 
a vagina apresentam-se hiperemiadas, com placas brancas aderentes 
às paredes e corrimento branco com grumos. O prurido vulvar é intenso. 
É comum o aparecimento de monilíase em pacientes que estejam 
usando antibióticos, pois reduzem o número de microorganismos 
protetores do trato vaginal (bacilos de Haemophilus vaginalis ou 
corinebacterium, Clamydia trachomatis, gonococos, estreptococos, 
estafilococos, colibacilos, bacilos difteróides, vírus de herpes tipo II e 
outros.
 Tratamento _ o mesmo da 
vulvovaginite.
Útero
Cervicite
É uma inflamação aguda ou crônica localizada no colo do útero. A cervicite 
pode ser decorrente de influencias hormonais ou de infecção. A paciente se 
queixa de corrimento espesso, que pode apresentar raias de sangue. O colo do 
útero encontra-se inflamado, avermelhado. É preciso realizar exames para 
descartar ou confirmar a hipótese de fase inicial de carcinoma.
 Tratamento _ depende da fase do processo inflamatório e consiste em:
• Antibioticoterapia por via parenteral ou oral;
• Aplicação vaginal de antibióticos;
• Cauterização com eletrocautério;
• Cauterização com agentes químicos.
As pacientes submetidas à cauterização devem ser orientadas para:
• Diminuição da atividade diária por alguns dias;
• Abstinência sexual por tempo determinado pelo médico;
• Observação da secreção vaginal (havendo sangramento, procurar o 
médico).
Mioma e Fibroma
Trata-se de um tumor benigno de evolução, instalado no corpo do útero.
Mioma = composto de tecido muscular
Fibroma = composto de tecido fibroso
Fibromioma = composto de tecido fibroso e muscular
 Sinais e sintomas
• Perturbações menstruais (como pequenos sangramentos contínuos);
• Dor abdominal (cólicas);
• Aumento do volume do ventre;
• Aborto;
• Esterilidade.
 Tratamento _ o tratamento é cirúrgico e consiste na miomectomia ou 
na histerectomia total ou parcial.
Carcinoma
É um tumor maligno que atinge o corpo ou, com maior incidência, o colo do 
útero. O câncer do colo do útero ocorre com maior freqüência em 
multíparas e mais ainda nas poligestas. Corresponde à terceira maior causa 
de mortalidade de mulheres.
O fato de os judeus praticarem o ritual religioso da circuncisão facilita a 
higiene e a limpeza do genital masculino. Isso resulta em uma freqüência de 
câncer de colo seis vezes menor nas mulheres judias.
O carcinoma costuma aparecer entre os 30 e os 90 anos, ocorrendo maior 
incidência em torno dos 60 anos para o câncer do tipo invasivo.
 Sinais e sintomas _ dependem da evolução do tumor. O carcinoma 
pode ocorrer in situ (localizado) ou invasivo (do tipo que evolui para 
metástases em vários órgãos).
Inicialmente o quadro é assintomático, podendo aparecer posteriormente:
• Hemorragia uterina fora do período menstrual ou após menopausa;
• Aumento do ventre;
• Secreção aquosa vaginal espontânea ou ao toque do colo;
• Disúria;
• Infecções genitais.
 Diagnósticos _ o diagnostico é feito por meio de 
exames físicos, papanicolau, teste de Schiller e biópsia.
 Tratamento _ o tratamento cirúrgico, devendo-se 
remover todo o tecido maligno. A histerectomia pode ser parcial ou total, 
seguida da remoção dos anexos para impedir a disseminação da 
doença. Após a cirurgia a paciente pode ser submetida à radioterapia e 
quimioterapia.
No caso de carcinoma in situ pode haver cura definitiva após a exérese do 
tumor. Se a mulher é jovem e deseja mais uma gestação, pode ser 
realizada uma profunda conização fina do colo, permitindo a concepção, 
desde que mantida sob rigorosa observação.
Radiomoldagem _ tratamento de radioterapia utilizado para pacientes com 
câncer ginecológico. É introduzido um aparelho na via vaginal, 
procedimento realizado no centro cirúrgico. Em seguida, a paciente é 
levada ao quarto apropriado, onde são colocadas pastilhas radioativas (de 
césio 137, cobalto ou irídio) no interior do aparelho, fazendo com que a 
fonte radioativa fique próxima do colo do útero. A paciente permanece 
durante 72 horas com a fonte radioativa no canal vaginal e, durante esse 
período, recebe cuidados especiais, pois não pode levantar-se do leito.
Prolapso e procidência do útero
O prolapso do útero ocorre devido ao relaxamento dos ligamentos e dos 
músculos perineais que sustentem o útero. Em outras palavras, o útero sai 
para o conduto vaginal. O prolapso pode ser discreto (com abaixamento do 
colo) ou acentuado. Quando o útero atravessa a abertura da vagina, 
exteriorizando-se total ou parcialmente, esse fenômeno recebe o nome de 
procidência uterina. Figuras abaixo:
 Fig. Prolapso
Fig. Prolapso 
Fig. Prolapso 
Cistocele
Com a descida do útero, pode ocorrer a descida da bexiga (cistocele), em 
direção ao orifício vagina, devido ao enfraquecimento dos tecidos de 
sustentação. A paciente tem a sensação de pressão pélvica e incontinência 
urinária ou observa aumento da freqüência urinária. Exercícios perineais 
podem diminuir a fraqueza dos músculos nos estágios precoces de cistocele.
Retocele 
Com a descida do útero e a cistocele, pode ocorrer também a retocele, isto é, o 
reto estufa, empurrando a parede posterior da vagina situada diante dele para 
frente, e com o esforço da paciente, exterioriza-se na vulva. Pode haver lesão 
do esfíncter anal, causando incontinência de fezes e gases.
Fig. _ Cistocele. O relaxamento da parede vaginal anterior permite a 
protuberância da bexiga com o esforço.
Fig. Retocele. O relaxamento da parede vaginal posterior permite a 
protuberância do reto com a vagina, com o esforço.
 Tratamento _ para todos os casos é cirúrgico e consiste na fixação 
correta do útero e na correção dos tecidos de sustentação mediante:
• Histeropexia (fixação do útero);
• Colporrafiaanterior (correção da parede anterior da vagina) para 
cistocele;
• Colporrafia posterior ou perineorrafia (correção da parede posterior da 
vagina e do períneo) para retocele.
Nos casos graves, faz-se a histerectomia.
Ovários e tubas uterinas
Cisto de ovário 
O cisto é um tumor com conteúdo líquido, semilíquido ou pastoso.
Existem vários tipos de cisto de ovários, como o cisto funcional, que causa 
dores, mas regride espontaneamente.
A sintomatologia é variável, porém as queixas mais comuns são: sensação de 
peso pélvico e dor no baixo – ventre (cólicas).
O tratamento do cisto de ovários é cirúrgico e consiste na retirada do cisto _ 
ooforectomia.
Carcinoma de ovário 
É um tumor maligno que se instala no ovário, atingindo com maior freqüência 
as mulheres idosas.
A sintomatologia é semelhante à do cisto de ovário.
O tratamento é cirúrgico e consiste na ooforectomia. Após a radioterápico e 
quimioterápico.
Anexite
A anexite é um processo inflamatório que ocorre nas tubas e ovários. 
Geralmente ambos os órgãos, de um ou dos dois lados, são acometidos pelo 
processo.
Assim, a anexite abrange a ovarite (inflamação de ovário) e a salpingite 
(inflamação de tuba uterina).
 Sinais e sintomas _ a sintomatologia depende da fase de evolução do 
processo, porém os sintomas mais comuns são:
• Dor no baixo-ventre, que piora durante o período menstrual;
• Temperatura elevada na fase aguda;
• Sudorese, náuseas e vômitos.
 Tratamento _ o tratamento clínico é feito com: antibióticos, 
analgésicos, antipiréticos e repouso. O tratamento cirúrgico consiste na 
retirada dos anexos, isto é, salpingectomia e ooforectomia.
 Cuidados de enfermagem _ os cuidados de enfermagem no 
pré e pós-operatório das cirurgias ginecológicas são os mesmos de 
rotina para as cirurgias abdominais.
Deve-se dar especial atenção ao preparo e apoio psicológico dispensados 
às pacientes, pois algumas das cirurgias ginecológicas são mutilantes, de 
modo que elas necessitam de todo carinho, amparo e compreensão dos 
que lhes prestam assistência.
Climatério 
Nesse período os ciclos menstruais tornam-se irregulares, indicando o final 
da vida reprodutiva da mulher, a menacme. Durante o climatério ocorre a 
menopausa. Muitas mulheres apresentam distúrbios menstruais 
caracterizados por escassez das menstruações, intercalada de períodos de 
hemorragia.
Podem também ocorrer alterações vasomotoras, resultando em suores, 
ondas de calor, elevado da pressão arterial, palpitações passageiras.
O climatério é conhecido como “idade crítica”, pois algumas mulheres 
sentem insônia e irritabilidade nessa fase.
Menacme
É a fase reprodutiva da vida da mulher, que tem início com a menarca e 
termina com a menopausa. Durante a menacme ocorrem os ciclos 
menstruais.
Hormônios sexuais femininos 
A seguir é apresentado um quadro dos hormônios sexuais femininos e os 
órgãos responsáveis por sua produção. 
Principais hormônios
Hormônios Órgão produtor
FSH (hormônio folículo-estimulante)
LH (hormônio luteinizante)
Prolactina ou lactogênio ou 
luteotrófico
Ocitocina
Hipófise 
Estrogênio 
Progesterona
Testosterona
Ovários 
HCG (hormônio gonadotrofina 
coriônica)
Ovo 
Funções dos hormônios
Os hormônios são substancias químicas produzidas por uma glândula e 
secretadas para o sangue, que as transporta para outras células do organismo, 
onde irão exercer sua função. 
Na puberdade a hipófise inicia a secreção dos hormônios gonadotróficos, isto 
é, hormônios que controlam a função das gônadas.
 FSH _ hormônios folículo-estimulante 
• Estimula o crescimento dos folículos ovarianos até o estado de folículo 
de Graaf;
• Estimula a secreção do hormônio estrogênio pelos folículos ovarianos.
Fig. Hipófise 
 LH _ hormônio luteinizante 
• Estimula o aumento da secreção do hormônio estrogênio através dos 
folículos ovarianos;
• Estimula a maturação e o rompimento do folículo de Graaf (fazendo com 
que ocorra a saída do óvulo: a ovulação);
• Contribui para que o folículo vazio se transforme em corpo lúteo 
(também chamado de corpo amarelo ou corpo albicans) e secrete o hormônio 
progesterona. 
 Prolactina
Não se sabe ao certo quando a prolactina inicia e quando termina sua ação. 
Sabe-se, no entanto, que:
• Atua na formação do corpo lúteo;
• Prepara a glândula mamaria para a lactação;
• Exerce ação inibidora sobre o LH e o FSH, impedindo que ocorra a 
ovulação durante a gravidez e a amamentação;
• Provoca a produção do leite, após a expulsão da placenta, quando 
cessa a ação do estrogênio e da progesterona.
 Ocitocina
• Atua no parto e após o parto, produzindo a contração uterina;
• É responsável pela descida do leite.
Os dois hormônios ovarianos – estrogênio e progesterona – são responsáveis 
pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual.
 Estrogênio
• Conhecido como hormônio feminino, o estrogênio é responsável pelos 
caracteres sexuais femininos (desenvolvimento das mamas, 
crescimento do útero, desenvolvimento e manutenção da vulva e vagina, 
pigmentação da aréola mamária e da vulva, crescimento de pêlos 
pubianos, concentração de tecido adiposo em áreas como quadris e 
coxas, crescimento dos ossos);
• Estimula o desenvolvimento do endométrio durante o ciclo menstrual;
• Estimula as criptas do colo para que produzam muco cervical;
• Estimula a mobilidade dos músculos das trompas uterinas, favorecendo 
o transporte do óvulo fertilizado.
 Progesterona
• Prepara e estimula as mamas para a lactação;
• Prepara o endométrio para receber o ovo;
 Ovulação
• É o processo que ocorre no ovário quando o folículo maduro, tendo 
atingido seu desenvolvimento máximo, se rompe, liberando o óvulo. A ovulação 
corre em um único dia do ciclo menstrual, 14 dias ou mais ou menos 2 dias 
antes da menstruação seguinte.
Fig. Ovulação 
Fig. Esquema do óvulo humano
Os ovários são constituídos por numerosas formações microscópicas 
denominadas folículos. Ao nascer, a mulher possui dois ovários mais ou menos 
400.000 folículos, porém somente de 300 a 400 deles irão amadurecer durante 
o período da menacme. Cada folículo contém uma célula germinativa feminina 
(oócito) que permanece em repouso durante toda a infância. Na puberdade, 
por estímulos hormonais, os folículos iniciam seu processo de 
amadurecimento. Mensalmente, apenas um folículo amadurece. O folículo 
quem contém célula-ovo imatura cresce e incha, formando uma protuberância 
na superfície do ovário. Dentro da célula-ovo ocorre a divisão por meiose, que 
reduz pela metade seu material genético. Ao atingir o desenvolvimento 
máximo (por estímulos hormonais), o folículo de Graaf se rompe, dando saída 
ao óvulo. Esse processo é denominado ovulação. A célula reprodutora feminina 
(gameta) que resultou do processo da ovulação contém metade da informação 
genética necessária para produzir o ovo.
• Fase pós-ovulação 
Se o óvulo liberado durante a ovulação não for fecundado por um 
espermatozóide, ele morrerá depois de 12 ou 24 horas. Após a morte do 
óvulo, ocorre a descamação do endométrio (menstruação), dando inicio a 
um novo ciclo menstrual.
Após a ovulação o folículo rompido se transforma em corpo lúteo, cuja 
função é secretar hormônios. Se o óvulo morrer, o corpo lúteo regredirá, 
cessando a produção de hormônios. Se o óvulo liberado durante a ovulação 
for fertilizado pelo espermatozóide, o ovo formado caminhará até o 
endométrio, onde irá se implantar, e o corpo lúteo vai se manter por mais 
algum tempo secretando os hormônios necessários durante a gravidez.
• Período fértil 
É o período do ciclo menstrual em que ocorre a ovulação e em que a 
mulher pode engravidar se mantiver relação sexual sem proteção 
anticoncepcional;
Características e alteração do ciclo menstrual
Ciclo eumenorréico: b 3 – 5 c 100 a 500 ml 
 28 - 30
• Duração _ 3 a 5 dias
• Hipomenorréia: menos de 3 dias;
• Hipermenorréia: mais de 5 dias.
• Intervalo _ 28 a 30 dias 
• Polimenorréia: cada 15 dias (2 vezes por mês)
• Proiomenorréia: cada20 ou 25 dias;
• Opsomenorréia: cada 35 ou 40 dias;
• Espaniomenorréia: cada 2 a 3 meses;
• Amenorréia: ausência de menstruação. 
• Quantidade _ 100 a 500 ml
• Oligomenorréia: escassa quantidade de sangue;
• Menorragia: profusa quantidade de sangue, geralmente com coágulos.
• Menóstase _ suspensão brusca da menstruação antes do tempo normal 
de seu término (influências hormonais).
• Dismenorréia _ síndrome da menstruação, caracterizada por 
depressão, nervosismo, mastalgia, náuseas, cólicas e mal-estar geral.
• Metrorragia _ perda sanguínea genital atípica:
• Surge em qualquer época do ciclo;
• Ocorre entre as menstruações;
• Pode ser prolongada por vários dias ou meses, podendo cessar ou 
reaparecer sem a periodicidade própria do ciclo menstrual normal;
• Surge com freqüência na puberdade, sendo conhecida como hemorragia 
disfuncional.
Todo o processo do ciclo menstrual é comandado por hormônios 
produzidos nos ovários, sendo estes, por sua vez, estimulados por 
hormônios secretados pela hipófise, que é uma glândula localizada no 
cérebro.
Qualquer problema que altere o funcionamento do glândula hipófise 
também afeta os ovários, que podem atrasar a liberação de óvulos ou parar 
de funcionar e, conseqüentemente, afetar o processo do ciclo menstrual.
Logo após a menstruação, o colo do útero se fecha e se encontra duro. Há 
ausência de muco cervical (ou somente um pouco de muco infértil). É um 
período de infertilidade.
Nesse período, os ovários se encontram em baixa atividade, e isso funciona 
como uma mensagem para que a glândula hipófise secrete hormônio FSH 
(hormônio folículo-estimulante). Esse hormônio atuará sobre os ovários, 
dando inicio ao processo de desenvolvimento dos folículos, que, por sua 
vez, iniciam a produção do hormônio estrogênio.
A seguir são apresentadas as ilustrações das fases pré-ovulatória, de 
ovulação e pós-ovulatória, mostrando o que ocorre quando há e quando 
não há fecundação.
Fig. Fase pré-ovulatória (logo após a menstruação)
Fig. Fase Pré-ovulatória (preparo para a ovulação)
Fig. Ovulação. Ocorre em um só dia de cada ciclo. É o dia do ápice do muco 
cervical. O momento da ovulação depende dos níveis adequados de hormônio.
Fig. Ovulação sem fecundação 
Fig. Fase pós-ovulatória sem fecundação
Fig. Ovulação com fecundação. Se no período fértil houver relação sexual, os 
espermatozóides, ajudados pelo muco, alcançam o óvulo e ocorre a 
fecundação 
Fig. Fase pós-ovulatória com fecundação
Métodos anticoncepcionais
Os problemas socioeconômicos vividos pela população brasileira carente 
impõem a implementação de uma política de educação sexual que abranja 
todos os segmentos da sociedade.
Neste item analisamos os métodos anticonceptivos sem, contudo, entrar no 
mérito dos muitos pontos de vista sobre o assunto, uma vez que entendemos 
ser estritamente pessoal a opção por este ou por aquele método.
Para escolher um bom método de planejamento familiar é preciso conhecer 
todos. Essa escolha deve estar baseada nas necessidades do casal, 
analisando-se as indicações e contra-indicações para cada caso.
Métodos naturais
O uso dos métodos naturais é baseado em um conhecimento relativo da 
fisiologia feminina de modo que a mulher possa identificar seu período fértil e o 
casal evite as relações sexuais nesses dias. Os principais métodos de 
abstinência periódica são a tabelinha e o método de Billings. 
Tabelinha 
Por esse método, a mulher marca em um calendário os dias em que a 
menstruação ocorre em cada ciclo, durante seis meses seguidos, para 
conhecer a duração dos ciclos. Um ciclo completo vai do primeiro dia de 
menstruação até o dia anterior à próxima; em geral, dura 24 a 32 dias. Para 
calcular o período fértil, basta ver nas anotações o ciclo mais curto e subtrair 
18. O número encontrado será o primeiro dia do período fértil. Para achar o 
ultimo dia fértil, é só pegar o ciclo mais longo e subtrair 11.
Exemplo:
Duração dos ciclos: 26 a 30 dias 
Subtrai-se 18 de 26 (ciclo mais curto) e 11 de 30 (ciclo mais longo):
26 – 18 = 8 
30 – 11 = 19
Os números 8 e 19 indicam, respectivamente, o início e o fim do período fértil, 
isto é, no período do 8º ao 19 º dia essa mulher não deve ter relações sexuais.
Método de Billings (ou da ovulação) 
Para utilizar esse método, a mulher deve estar atenta à lubrificação da vagina, 
que ocorre porque o colo uterino, sob influência dos hormônios do ovário, 
produz um muco (sem cheiro forte nem coloração escura). Observando a 
diferença de quantidade, coloração e consistência desse muco, a mulher pode 
identificar seu período fértil.
Secreção mucosa abundante,
Transparente e elástica = maior chance 
(semelhante à clara de ovo crua) de engravidar
Fig. Esquema do método de Billings 
Métodos de barreira 
São os métodos que, impedindo a penetração do esperma no colo uterino e nas 
trompas da mulher, constituem uma barreira à concepção. Os principais são a 
camisinha e o diafragma.
Camisinha 
É um método cada vez mais difundido, pois, além de evitar a gravidez 
indesejada, protege contra doenças sexualmente transmissíveis. A camisinha 
deve ser colocada no pênis rígido antes da penetração e retirada após a 
ejaculação. Para maior segurança, é preciso observar a qualidade do produto, 
que não deve ser guardado em locais úmidos e pouco ventilados. 
Diafragma 
Trata-se de um pequeno dispositivo de borracha, de formato oval, que é 
colocado no fundo da vagina antes da relação sexual e só deve ser retirado 
seis horas depois. Para maior segurança, o diafragma deve ser utilizado com 
uma geléia espermicida.
Esse método exige um treinamento prévio, que é oferecido em muitos centros 
de saúde. Uma das vantagens de seu uso é a proteção do colo uterino durante 
a relação sexual, prevenindo o aparecimento de ferimentos.
Método hormonal 
A pílula anticoncepcional tem sido amplamente difundida. Quando usada 
corretamente, é muito difícil engravidar. Toma-se um comprimido por dia a 
partir do quinto dia do ciclo, de preferência sempre à mesma hora, até o final 
da cartela. No intervalo seguinte, de sete dias, deve ocorrer a menstruação.
Para optar pelo uso da pílula anticoncepcional, é preciso conhecer suas contra-
indicações. Ela pode ser usada por mulheres jovens durante um período 
relativamente longo (5 a 7 anos). Não é recomendada a mulheres com idade 
superior a 38 anos, a fumante _ principalmente as que fumam com exagero _ e 
as que tem varizes, doenças hepáticas, hipertensão e diabetes. Seu emprego 
deve estar dentro dos limites de segurança, exigindo consulta médica prévia.
DIU 
O DIU (dispositivo intra-uterino) é um pequeno aparelho de cobre e plástico 
que deve ser colocado dentro do útero por um médico habilitado, num 
procedimento relativamente indolor. Sua função é impedir a movimentação do 
espermatozóide dentro do corpo da mulher, evitando que se encontre com o 
óvulo. Também para optar por esse método a mulher deve conhecer as contra-
indicações:
• Sangramento exagerado durante a menstruação – porque ele aumenta o 
sangramento menstrual;
• Anemia, infecção no útero, nas trompas uterinas e nos ovários – pois ele 
pode agravar a doença.
O DIU é um método excelente para a mulher que já tem filhos, que não quer ou 
não pode fazer uso da pílula ou que não deseja uma esterilização. Pode ser 
usado por tempo indeterminado e é altamente eficaz.
São raros os casos de gravidez com o uso do DIU, só ocorrendo quando ele 
está mal posicionado no útero. Essas gestações não causam malformação na 
criança, porém o risco de o feto se localizar nas trompas é maior.
Fig. Dois tipos de DIU (dispositivo intra-uterino) 
Esterilização 
Como a esterilização impede definitivamente a possibilidade de gravidez, é 
importante que a decisão de adotar esse método seja tomada após analise 
profunda e madura, nunca após um parto normal ou cesariana, pois o 
arrependimento pode vir meses ou anos depois.
Esterilização em mulheresou laqueadura 
É uma cirurgia relativamente simples, mediante pequena abertura no abdome. 
Pode ser feita através de incisão no fundo da vagina ou por laparoscopia, 
cirurgia pela qual se introduz um tubo óptico pelo lado do umbigo e efetua-se a 
ligadura das trompas, impedindo-se assim a passagem dos espermatozóides, 
que não mais poderão unir-se ao óvulo.
Fig. Esterilização feminina (laqueadura)
Esterilização masculina ou vasectomia 
Realizada através de uma pequena abertura ao lado da bolsa escrotal, para 
bloquear o canal por onde passam os espermatozóides, que vai dos testículos 
até o pênis. É uma cirurgia bastante simples e segura, podendo ser feita com 
anestesia local. A cirurgia não interfere nas relações sexuais, pois a ereção, a 
quantidade de sêmen ejaculado e seu aspecto não se alteram.
Por um forte preconceito _ o machismo _, a vasectomia é pouco utilizada no 
Brasil. Optar por esse método ou pela laqueadura é uma decisão que deve ser 
tomada conjuntamente pelo casal sob orientação médica.
Fig. Esterilização masculina (vasectomia)
Enfermagem em obstetrícia 
Obstetrícia é o ramo da medicina que cuida das mulheres durante a gestação, 
o parto e o puerpério. Suas preocupações estão voltadas para a concepção, 
implantação, crescimento e expulsão do feto.
Clínica e centro obstétricos 
Para o atendimento à gestante, a clínica de obstetrícia deve ser constituída das 
seguintes unidades:
• Ambulatório de pré-natal, puerpério e puericultura;
• Sala de admissão de parturientes;
• Enfermarias ou quartos para parturientes;
• Centro obstétrico (salas de parto);
• Enfermarias ou quartos para puérperas;
• Enfermarias ou quartos para puérperas patologias que precisam de 
isolamento;
• Unidade de berçário;
• Demais dependências, como posto de enfermagem, copa, etc.
O centro obstétrico
O centro obstétrico é um local restrito onde são empregadas as mesmas 
técnicas assépticas usadas no centro cirúrgico, incluindo uso de uniforme 
privativo, propé, mascaras e gorro.
Possui salas de parto para o atendimento a parto normal ou cesariana.
Fecundação 
Fecundação, fertilização ou concepção 
Fecundação, fertilização ou concepção é a união do espermatozóide com o 
óvulo. O óvulo fertilizado recebe o nome de ovo ou zigoto.
Fig. Espermatozóide e oogênese
Sabemos que somente um espermatozóide penetra no óvulo. No entanto, para 
que seja rompido o envoltório do óvulo, é preciso que milhares de 
espermatozóide ataquem o óvulo, liberando uma enzima capaz de destruir seu 
envoltório.
Logo após a fecundação por um único espermatozóide, a membrana do óvulo 
torna-se impermeável aos demais espermatozóides. 
O ovo formado possui a quantidade de informação genética (cromossomos) 
necessária ao desenvolvimento de um novo ser. Ele é então conduzido por 
movimentos ciliares e contrações da trompa uterina para o útero. Chega ao 
útero por volto do quinto dia e adere à mucosa uterina – o endométrio – por 
volta do sexto ao oitavo dia após a fecundação. O ovo se divide e se subdivide 
sucessivamente, multiplicando-se enquanto avança em direção ao útero.
O zigoto inicia sua evolução mediante um processo divisório das células. 
Através da divisão por mitose, origina duas novas células iguais chamadas 
blastômeros. Repetindo o processo, passa a 4, 8, 16 blastômeros, e assim por 
diante. Nas primeiras divisões não há crescimento do tamanho ou da massa 
celular.
Fig. Ovulação, fecundação, segmentação, nidificação
Ao construir um conjunto de várias células arredondadas (semelhantes a 
amoras), é chamado de mórula. Quando as células da mórula já podem ser 
distinguidas, ela recebe o nome de blastócito, que possui células diferenciadas 
em trofoblastos (localizados na camada superficial, são responsáveis pela 
alimentação das células) e em embrioblastos (localizados no centro do 
blastócito, são responsáveis por formar o corpo do futuro embrião através de 
três folhetos germinativos: ectoderma, mesoderma e endoderma). 
O blastócito adere à mucosa uterina e aí vai escavando um ninho e penetrando 
no endométrio. A implantação do ovo no endométrio é chamada de nidação e 
ocorre por volta do sétimo dia após a fecundação. É do endométrio que o ovo 
irá retirar as substâncias necessárias à sua sobrevivência.
Do momento da nidação até a oitava semana de gestação o ovo passa a ser 
chamado de embrião. Da oitava semana até o nascimento, é chamado de feto.
Do ovo originam-se o embrião e também os anexos: placenta, cordão umbilical 
e membranas fetais.
Terminologia
Concepção fecundação; fertilização. 
Gesta refere-se ao número de gestações: nuligesta – mulher que 
 nunca esteve grávida; primigesta – mulher que está grávida pela 
 primeira vez: secundigesta – mulher grávida pela segunda vez;
 multigesta – mulher que engravidou várias vezes; geminigesta –
 mulher grávida de gêmeos.
Gestação prenhez; grávida.
Menarca primeira menstruação de uma mulher.
Menopausa última menstruação de uma mulher. Apenas depois de um ano
 última menstruação a mulher é considerada menopausada.
Nutriz mulher que amamenta.
“-para” referente ao número de partos: nulípara – mulher que nunca 
 teve um parto; primípara – mulher que tem um parto de feto 
 viável pela primeira vez; secundípara – mulher que está tendo 
 um parto de feto viável pela segunda vez; multípara – mulher 
 que já teve mais de um parto; geminípara – mulher que pariu 
 gêmeos.
Parturiente mulher que está em trabalho de parto.
Puérpera mulher que está no pós-parto, está no puerpério. 
Puerpério período pós-parto.
Anexos que se originam do ovo 
Ao ser liberado, o óvulo é captado pelas fímbrias da tuba uterina, podendo ser 
fertilizada na porção ampolar da tuba, muito provavelmente nas 24 horas que 
se sucedem ao coito, uma vez que o espermatozóide não sobrevive mais que 
30 horas no trato genital feminino.
Uma vez fecundado, o ovo migra até a cavidade uterina implantando-se no 
endométrio na fase de blastocisto, sofrendo transformações progressivas, 
dando origem aos anexos embrionários, placenta, membranas, cordão 
umbilical e líquido amniótico que nutrirão e protegerão o concepto em suas 
fases evolutivas.
Placenta 
Órgão formado por tecido materno e fetal, compreendendo uma complexa 
estrutura de tecidos e vasos sangüíneos. É a comunicação do feto com a mãe, 
permitindo trocas materno-fetais. Também é chamado de secundina após o 
parto. 
A placenta tem forma arredondada e dimensões variáveis. Apresenta em média 
20 cm de diâmetro, de 2 a 3 cm de espessura e pesa aproximadamente 500 g 
no final da gestação.
A parte da placenta formada por tecido fetal é a que comumente chamamos de 
placenta. Essa parte apresenta duas faces: 
• Face materna: de cor vinhosa, encontra-se aderida ao útero;
• Face fetal: lisa, brilhante, cinza-azulada, onde se insere o cordão 
umbilical.
Fig. Passagem transplacentária de nutrientes e detritos eliminados
Funções 
• Barreira:
• Impede contato direto do sangue materno como sangue fetal;
• Impede passagem de substâncias nocivas e microorganismos (vírus, 
bactérias); porém, algumas substâncias nocivas conseguem atravessar 
a placenta, como álcool e nicotina do cigarro, e também alguns 
microorganismos: sífilis, toxoplasmose, rubéola. 
• Secreção de hormônios: 
• Estrogênio, progesterona e gonadotrofina coriônica, importantes na 
manutenção da gravidez.
• Realizações de trocas materno-fetais:
• Substâncias nutritivas e detritos;
• Trocas gasosas (oxigênio e gás carbônico);
• Anticorpos.
Geralmente a placenta é implantada no fundo do útero. No final do quarto mês, 
a estrutura da placenta está completa, mas ainda crescerá.
Cordão umbilical 
Canal de ligação entre o feto e a mãe,compreendendo geralmente uma veia e 
duas artérias. A passagem de oxigênio com substâncias nutritivas da placenta 
para o feto é feita pela veia. A passagem de gás carbônico com substâncias 
não-aproveitadas do feto para a placenta é feita elas artérias.
O cordão umbilical desenvolve-se com o feto e tem um aspecto torcido e 
espiralado ao longo de todo o seu comprimento, que é m média de 50 cm, mas 
pode variar de 30 cm a 1 m.
• Problemas que podem surgir
• Cordão curto: pode causar o deslocamento da placenta, ocasionado o 
sofrimento fetal;
• Cordão longo: pode enrolar-se no pescoço do feto ou sofrer prolapso 
quando a bolsa das águas se rompe.
Membranas fetais
São as membranas cório e âmnio, que formam a bolsa amniótica. O cório é a 
membrana que se situa externamente à bolsa, perto do útero; o âmnio situa-se 
internamente à bolsa, perto do feto, e é mais fino que o cório, sendo também 
chamado de membrana amniótica. 
Fig. O ciclo respiratório materno-fetal, anotados somente os valores do 
oxigênio.
• Bolsa amniótica _ é a chamada bolsa das águas. Nela está contido o 
líquido amniótico.
• Funções
• Protege o feto contra traumas;
• Serve como barreira contra infecção.
• Líquido amniótico _ trata-se, como já foi dito, do líquido contido na 
bolsa amniótica. Ele envolve completamente o feto, sendo composto de: 
água, proteínas, gordura, eletrólitos e outras substâncias. Nele são 
encontradas também células fetais descamadas, urina fetal e vérnix 
caseoso. 
• Funções 
• Impede aderência do feto ao âmnio;
• Lubrifica o canal do parto;
• Mantém a temperatura corporal do feto.
• Volume
• Normal: aproximadamente 1l;
• Oligâmnio (pouca água): menos de 1l;
• Polidrâmio (muita água): mais de 1l. 
• Aspecto 
• Líquido claro: feto não maduro;
• Líquido leitoso com grumos: feto maduro;
• Líquido esverdeado: sofrimento fetal;
• Líquido amarelado: doença hemolítica;
• Líquido castanho: morte fetal. 
Desenvolvimento fetal
Durante os primeiros dias após a implantação, o cório e as viscosidades se 
desenvolvem, o âmnio e a vesícula vitelina se diferenciam, o corpo do embrião 
aparece como um disco embrionário achatado, unido ao cório por um pedículo.
No final da quarta semana de desenvolvimento, o embrião aumenta seu 
tamanho inicial, que era de uma única célula, e adquire forma a partir do disco 
embrionário, mas ainda sem suas estruturas claramente definidas. Torna-se 
um pouco alongado e curvado para baixo, e começam a esboçar-se olhos, 
nariz e ouvido. Tem, então, de 7,5 a 10 mm.
No segundo mês, o desenvolvimento embrionário é muito rápido; o embrião 
está medindo 2,5 com e pesando 5 g.
A cabeça é maior em relação ao resto do corpo, devido ao crescimento do 
cérebro. Começam a aparecer as formações de braços e pernas. Tem inicio a 
formação de órgãos e ossos. A genitália externa está formada, mas não 
apresenta características sexuais definidas.
No final do terceiro mês ou décima segunda semana, o pescoço do embrião 
apresenta-se mais alongado, os dedos e os artelhos já estão bem 
diferenciados. O feto começa a fazer movimentos, embora a mãe ainda não 
perceba. Mede cerca d 9 cm e pesa aproximadamente 40g. Os genitais 
externos começam a se diferenciar.
No quarto mês, ao final da décima sexta semana, o feto aumenta 
consideravelmente de tamanho: mede cerca de 15cm e pesa aproximadamente 
200g. Os rins começam a filtrar água e resíduos do sangue. O tamanho da 
cabeça em relação ao corpo diminui à medida que se processa o crescimento. 
Geralmente, nessa fase a mãe já percebe os movimentos do feto.
No quinto mês ou vigésima semana, o feto apresenta marcante avanço em seu 
desenvolvimento e em seu crescimento. Mede 27cm e pesa 500g.
No final do sexto mês ou vigésima quarta semana, a pele do feto está 
profundamente enrugada, as glândulas sebáceas iniciam a secreção de uma 
substancia denominada vérnix caseoso, cuja finalidade é proteger a pele do 
feto. Ele mede 34cm e pesa mais ou menos 800g.
No sétimo mês, ao final da vigésima oitava semana, o feto ainda se mostra 
delgado e magro, a pele é vermelha e coberta por vérnix caseoso. Tem cerca 
de 37 cm e pesa aproximadamente 1.700g.
Nas oito ultimas semanas de gestação, o feto ganha aproximadamente 200 a 
250 g por semana. Como ele já superou o comprimento do útero, tende a 
assumir a posição de Buda.
No final do nono mês, o feto atinge o desenvolvimento pleno, capaz de lhe 
garantir uma ótima sobrevivência. A pele apresenta-se mais clara, as unhas 
estão estendidas além das extremidades dos dedos, as pregas plantares 
tornam-se mais profundas em toda a extensão dos pés. Ele está medindo 
geralmente de 48 a 52cm e pesando mais ou menos 3.500g.
Diagnóstico de gravidez 
Gravidez é o período que vai da concepção até a expulsão do feto do corpo 
materno. Seu diagnóstico é feito a partir dos sinais e sintomas que podem ser 
percebidos pela própria gestante ou pelo médico.
Sinais e sintomas
• Amenorréia ou falta de menstruação;
• Náuseas e vômitos;
• Micções mais freqüentes (polaciúria) e disúria;
• Mamas aumentadas e doloridas;
• Aumento do abdome (crescimento do útero);
• Percepção dos movimentos fetais (a partir da décima quarta semana):
• Pigmentação da pele aumentada;
• Aumento de peso;
• Sialorréia (aumento de salivação);
• Aumento de apetite (polifagia);
• Taquicardia;
• Tonturas;
• Letargia ou nervosismo;
• Fadiga ou sonolência;
• Lanugem (pilificação do rosto);
• Constipação intestinal; 
• Modificação nos órgãos da pelve;
• Leucorréia (geralmente após o terceiro trimestre de gravidez);
• Presença de colostro (pode ocorrer após a décima sexta semana).
• Exames de confirmação _ o diagnóstico de gravidez pode ser 
confirmado por: 
• Exame ginecológico;
• Exame de urina (presença de hormônio gonadotrofina coriônica);
• Exame de sangue (presença de hormônio gonadotrofina coriônica);
• Ausculta dos batimentos cardiofetais (BCF);
• Palpação dos contornos fetais (após a vigésima quarta semana); 
• Ultrassonografia ( a partir da sexta semana);
• Raio X (visualização do esqueleto do feto) – exame que geralmente 
não é usado, pois a radiação pode prejudicar o desenvolvimento do 
feto.
Modificações fisiológicas durante a gestação 
As modificações que ocorrem no organismo materno durante a gravidez e que 
desaparecem após o parto são as seguintes:
Sistema reprodutor
• Mamas _ as mamas encontram-se aumentadas e dolorosas devido ao 
desenvolvimento e preparo para a lactação. Podem também ser 
observado:
• Aumento da pigmentação da aréola e do mamilo;
• Presença de veias superficiais dilatadas e visíveis (rede de Haller), 
devido ao aumento da vascularização;
 
Fig. Altura do fundo do útero nas várias semanas da gravidez
• Presença de glândulas sebáceas salientes na aréola (tubérculos de 
Montgomery), ao redor do mamilo, cuja função é a lubrificação;
• Presença de colostro (pode estar presente desde os primeiros meses de 
gestação até i quinto dia após o parto.
• Útero _ o útero sofre alterações de forma, peso, tamanho, posição e 
consistência durante a gravidez. Normalmente tem cerca de 7cm de 
comprimento e pesa 50g. Aumenta cerca de 4 cm por mês, atingindo no 
final da gravidez cerca de 36 cm e 1kg.
No colo do útero forma-se um tampão mucoso (conhecido pelo nome de rolha 
de schroeder), cuja finalidade é proteger a cavidade uterina do meio externo.
• Vagina _ devido a alterações vasculares, adquire a coloração avinhada. 
Preparando-se para formar o canal do parto, a vagina torna-se 
hiperatrofiada, edemaciada, e suas paredes ficam frouxas, amolecidas. 
Há presença de secreção vaginal de cor clara e consistência friável e 
aumento de acidez vaginal;
• Vulva _ apresenta maior volume e, por aumento de pigmentação, torna-
se arroxeada.
• Períneo _ também torna-se amolecido, elástico, para facilitar o canal do 
parto.
Sistema digestório
 
• Cavidade bucal _ ocorrem alterações gengivais, provavelmente por 
influência hormonal, podendo aparecer: edema, hiperemia, fácil 
sangramento e gengivite. Pode também ocorrer aumento da freqüênciade caries dentárias por modificações no pH e por diminuição da 
concentração de imunoglobulinas da saliva, reduzindo a defesa natural 
da boca. Além disso, verifica-se a sialorréia ou ptialismo, que consiste 
em uma salivação excessiva, muito comum nas gestantes, decorrente 
da hiperfunção da glândula salivar.
• Estomago/intestino _ a ação de hormônios diminui os movimentos 
intestinais, fazendo com que a digestão se torne mais lenta. Com o 
crescimento, o útero comprime os órgãos abdominais. O fígado também 
tem sua função alterada. Desse modo, manifestam-se na maioria das 
mulheres, principalmente durante os três primeiros meses de gravidez, 
aversão a alimentos, enjôos, regurgitação, pirose (azia), náuseas e 
vômitos. Contudo, tensões físicas e emocionais podem também ser a 
causa dessas manifestações.
A flatulência e a constipação intestinal ocorrem pela mudança de hábitos 
alimentares, pelo hipoperistaltismo de origem hormonal e também pela 
pressão do útero sobre o intestino.
Sistema respiratório 
Durante a gravidez há um aumento da freqüência respiratória. Devido à 
compressão exercida pelo útero sobre o diafragma, pode ocorrer dispnéia.
Sistema circulatório 
Ocorre aumento do volume sangüíneo e, conseqüentemente, do trabalho 
cardíaco. Porém surgir taquicardia e palpitações, que se manifestam 
mesmo em repouso. As palpitações também podem ocorrer devido a 
fatores emocionais.
Em função do aumento do volume sangüíneo, o sangue torna-se mais 
diluído, isto é, diminui sua concentração de eritrócitos (glóbulos vermelhos), 
podendo ocasionar a chamada anemia fisiológica da gravidez. A mulher 
também está mais sujeita ao aparecimento de varizes nos membros 
inferiores, devido ao aumento do peso e à estase venosa nas pernas.
Sistema urinário 
Há um aumento da freqüência de micções durante as primeiras e últimas 
semanas de gravidez, devido à ação de hormônios e também pela pressão 
que o útero exerce sobre a bexiga, diminuindo sua capacidade de reserva. 
Pode ocorrer polaciúria, disúria e nictúria. O trato urinário apresenta maior 
predisposição a infecções.
Sistema nervoso
Podem surgir ansiedade e meda na mãe em relação à formação do bebê e 
à responsabilidade de ter um ser dependente de seus cuidados. Também 
pode haver tendência à melancolia. Durante a gravidez a mulher sente-se 
frágil e mais sensível.
Sonolência, insônia, fadiga e mesmo cefaléia são causadas por tensões 
nervosas, emocionais, insegurança, ansiedade, etc. 
Fig. Alterações fisiológicas que ocorrem durante a gestação:
A) desenho da cavidade abdominal ao fim do 5º mês lunar de gestação;
B) desenho da cavidade abdominal ao fim do 9º mês lunar de gestação.
Outras modificações 
• Pele _ há uma hiperpigmentação da pele devido ao aumento do 
hormônio melanina. A linha mediana do abdome passa a ser linha 
negra. No rosto às vezes surge o cloasma, mancha em forma de 
máscara que recobre a testa, a raiz e a região malar. A 
hiperpigmentação desaparece após o parto.
Pode haver o aparecimento de estrias na mamas, no abdome e nas nádegas, 
devido à distensão acentuada da pele.
Junto ao couro cabeludo, surge uma lanugem – o sinal de Halban -, que se 
intensidade durante a gestação e cai após o parto.
• Pescoço _ aumento por hipertrofia da glândula tireóide e regride após o 
parto. 
• Peso corporal _ no início da gestação pode ocorrer uma ligeira perda 
de peso, mas depois a tendência é aumentar. O aumento deve ser 
gradativo, chegando no total a 12kg no final da gestação. Desse, 6kg 
correspondem, aproximadamente, a :
• Feto: 3, 5kg;
• Placenta: 0,5kg;
• Líquido amniótico: 1 kg;
• Útero: 1 kg. 
Podemos dizer também que o aumento ponderal na gravidez deve ser de 6 kg 
+ 5 % do peso inicial (os 5 % estão vinculados à embebiçao gravídica).
Gravidez múltipla 
Gêmeos monozigóticos 
Também chamados de gêmeos idênticos, univitelinos ou verdadeiros, os 
monozigóticos são sempre gêmeos do mesmo sexo assemelham-se muito 
fisicamente. Possuem genótipos semelhantes. Resultam da fertilização de um 
único óvulo.
O óvulo fecundado dividi-se em partes iguais (essa divisão ocorre no início da 
formação do ovo, quando cada parte do óvulo pode gerar sozinha um ser 
humano na fase de mórula). 
• Os monozigóticos podem apresentar:
• Placentas e bolsas amnióticas separadas;
• Placenta comum e bolsa amniótica separada;
• Placenta comum, 1 cório e 2 âmnios;
• Placenta comum, 1 cório e 1 âmnio (ou seja, possuem bolsa amniótica 
comum).
Geralmente, eles possuem:
• Placenta comum;
• Cório comum;
• Âmnios separados.
O ovo separa-se na fase de mórula em duas massas iguais e cada uma se 
torna um embrião separado. Se a separação é incompleta, produzem-se 
gêmeos siameses ou outros tipos de gêmeos conjuntos. 
Ovo único 
 1 Âmnio 2 Âmnios 
 
 1 Cório 1Cório 2 Córios
 Placenta Placenta Placenta Placenta 
 Comum comum comum dupla 
Gêmeos dizigóticos 
Também chamados de gêmeos fraternos, diferentes. Podem ser de sexos 
diferentes e nada mais são do que irmãos nascidos ao mesmo tempo. Sua 
semelhança física é a mesma que há entre irmãos não-gêmeos, pois possuem 
genótipos diferentes.
Resultam da fertilização de dois (ou mais) óvulos por dois (ou mais) 
espermatozóides, que originam um ovo duplo:
• Os dois óvulos podem vir de um mesmo ovário e são fecundados por 
dois espermatozóides;
• Os dois óvulos podem vir dos dois ovários – os óvulos amadurecem ao 
mesmo tempo, sendo um de cada ovários, e são fecundado por dois 
espermatozóides.
Os dizigóticos podem apresentar:
• Duas placentas, dois córios e dois âmnios;
• Placenta fundida, dois córios e dois âmnios.
Ovo duplo
2 âmnios
 1 Córios 2 Córios
 Placenta comum Placenta dupla
Dizigoto (fraternos, podem ter sexo diferente)
Fig. Gravidez gemelar
Assistência ao pré-natal normal
É a assistência prestada à gestante durante a gravidez avisando à proteção da 
vida da mãe e da criança.
• Objetivos 
• Assegurar um bom desenvolvimento fetal;
• Evitar complicações, acidentes, doenças;
• Proteger a saúde materna;
• Preparar a mãe para o parto, física e psicologicamente;
• Orientar a mãe em relação aos cuidados com o bebê.
Logo que suspeitar de gravidez, a mulher deve procurar um médico para fazer 
o diagnóstico e dar início à assistência pré-natal.
Periodicidade das consultas
• Mensais: até sete meses e meio;
• Quinzenais: a partir da trigésima semana; 
• Semanais; no último mês.
A periodicidade pode variar de acordo com rotina, a orientação médica e o 
estado geral da paciente.
Estudaremos os procedimentos que devem ser realizados durante o pré-natal 
de acordo com a divisão estabelecida pelas normas da Secretaria de Saúde do 
Estado de São Paulo.
Procedimentos nas consultas
Todas as consultas de pré-natal devem consistir em:
• Anamnese _ obter informações sobre:
• Estado geral da paciente no momento;
• História da saúde, doenças e cirurgias anteriores;
• História de doença na família;
• História das gestações anteriores;
• História da gravidez atual.
• Exame físico
• Avaliar estado geral;
• Avaliar condições de nutrição e hidratação;
• Verificar presença de edema (geralmente se inicia nos membros 
inferiores);
• Detectar problemas ou doenças.
• Pesagem
• Controle de sinais vitais
• Controle da pressão arterial _ importante para a prevenção de 
complicações.
• Cálculo da idade gestacional (IG) e da data provável do parto (DPP):
• Idade gestacional (IG) é a duração da gestação até o momento.
É expressa em dias ou semanas completas. Exemplos: 
IG = 28 semanas 
IG = menos de 32 semanas completas
Data provável do parto (DPP) – a duração normal gestação é de: 
-10 meses no calendário lunar;
- 9 meses no calendário solar;
- vária em médica de 266 a 280 dias quando contada em dias.
O cálculo da data provável do parto é feito pela regra de Nãgele e se baseia 
no primeiro dia da ultima menstruação (última ciclo menstrual). Calcula-se a 
DPP somando-se sete dias ao primeiro dia da última menstruação (UM), 
somando-se nove meses ao mês da última menstruação e acrescentando-
se um ano quando a última menstruação ocorreu nos meses de abril até 
dezembro. A seguir são apresentados exemplos e propostas de exercício 
para serem resolvidas pelos alunos:
UM = 20/8/98
+ 7 dias = 27
+ 9 meses = 27/5
+ 1 ano = 27/5/99 
Ou, então, é possível acrescentar 7 dias, diminuir 3 meses e acrescentar 1 
ano. Exemplo:
UM = 17/1
- 3 meses = 17/1
+ 1 ano = 17/1/00 
Para os meses de janeiro, fevereiro e março, basta somar 7 dias e 9 meses, 
pois o ano será o mesmo. Exemplo:
UM = 18/2/99
+7 dias = 25
+ 9 meses = 25/11/99 
Resumindo:
Faça você:
UM = 14/6/98
Faça você 
UM = 10/7/97
Faça você 
UM = 3/1/98
• Para UM em janeiro, fevereiro ou março:
DPP = (UM + 7 dias) + 9 meses
• Para UM em abril a dezembro:
DPP = ( UM + 7 dias) – 3 meses + 1 ano 
No entanto, a regra de Nãgele foi elaborada baseada num período menstrual 
de 28 dias, em que a ovulação estaria ocorrendo 14 dias após o primeiro dia da 
UM. Devido à irregularidade dos ciclos menstruais, que podem ser mais curtos 
ou mais longos, e também por haver meses de 29, 30 e 31 dias, somente 4 % 
dos partos ocorrem na DPP. O parto para cerca de 60% das mulheres ocorre 
entre cindo dias antes e cinco dias depois da DPP.
• Exame obstétrico _ para esse exame, a paciente deve ser orientada 
a esvaziar a bexiga antes. Deve ser colocada na braços estendidos, 
sem roupa da cintura para baixo e coberta com um lençol.
O exame obstétrico compreende:
• Palpação dos contornos fetais entre as contrações para verificar 
posição. A partir do terceiro mês percebe-se o fundo do útero. Com 
as mãos encurvadas o examinado procura o fundo do útero e a 
parte fetal que o ocupa.
Fig. As quatro manobras de palpação abdominal
• Medições para avaliar o desenvolvimento fetal:
• Medir a altura uterina (da sínfise pública até o umbigo);
• O útero cresce 4 cm por mês na gestação;
• Medir circunferência abdominal.
• Ausculta dos batimentos fetais para avaliar:
• Vitalidade fetal;
• Sofrimento fetal;
• Números de fetos;
• Posição fetal (a região do abdome onde os batimentos fetais são 
mais audíveis chama-se foco).
Valor normal: de 120 a 160 batimentos/minutos.
A partir do terceiro mês, a ausculta pode ser feita com o uso do aparelho sonar. 
A partir do quarto mês a ausculta é possível com o estetoscópio de Pinard, ou 
pelo ouvido do examinador em contato direto com o abdome da gestante.
Exames a serem realizados ao menos uma vez 
no pré-natal
• Exame de urina _ tipo I e cultura, se necessário. Deve ser feito na 
primeira consulta e repetido no segundo semestre, para avaliar:
• Infecção urinária (presença de bactéria);
• Diabetes (presença e glicose, glicosúria);
• Toxemia gravídica (presença de proteínas, proteinúria).
• Exame de fezes _ realizar na primeira consulta, para verificar 
verminoses (a verminose pode acentuar a anemia e prejudicar o 
desenvolvimento fetal).
• Exame de sangue 
• Hemograma completo – realizar na primeira consulta, para verificar a 
contagem de leucócitos (glóbulos brancos) e de eritrócitos (glóbulos 
vermelhos) que contêm hemoglobina (heme = ferro; globina = proteína). 
Os valores baixos de eritrócitos (Ht) e de hemoglobina (Hb) podem indicar 
anemia fisiológica da gravidez. Os valores altos de leucócitos podem 
indicar infecções.
• Sorologia de lues ou VDRL _ realizar na primeira consulta, para 
diagnóstico de sífilis:
• Quando o resultado for positivo, pedir exame para o parceiro e tratar 
ambos (com antibióticos);
• Quando o resultado for negativo, repetir no terceiro trimestre.
• Tipagem sanguínea: ABO _ deve ser realizada na primeira consulta.
• Tipagem sanguínea: fator Rh _ deve ser realizado na primeira 
consulta:
• Se a mulher é Rh _ fazer Rh do pai;
• Se o pai é Rh+, fazer teste para verificar se a mulher produz 
anticorpos contra o fator Rh (se o resultado for negativo – não há 
produção de anticorpos -, o teste deve ser repetido para controle 
durante todo o pré-natal; se a mãe não estiver produzindo 
anticorpos, não há risco para o feto);
• Se a mulher produz anticorpos, há risco para o feto. É preciso 
avaliar o líquido amniótico e, se o feto está sendo atingido (os 
anticopos da mãe passam a destruir as hemácias do feto), o médico 
pode interromper a gravidez ou fazer transfusão sanguínea intrá-
utero.
• Exame ginecológico
• Toque e exame especular devem ser realizados na primeira consulta 
ou até o terceiro mês de gestação; 
• Deve ser feito o exame de prevenção do câncer cérvico-vaginal: 
papanicolau na primeira consulta ou até o terceiro mês.
• Exame de mamas _ realizar desde a primeira consulta, para 
observar alterações patológicas e as modificações comuns das 
mamas durante a gravidez:
• Aumentadas;
• Dolorosas;
• Aumento da pigmentação da aréola e mamilo;
• Presença de glândulas sebáceas salientes na aréola (tubérculos de 
Montgomery);
• Anomalias no mamilo que dificultarão a lactação: mamilo plano ou 
invertido.
A gestante deve ser orientada sobre exercícios que visam formar o bico, 
isto é, deixar o mamilo saliente.
Orientações
Durante o pré-natal, a gestante deve receber orientações sobre as 
modificações que surgem e os cuidado necessários para o período de 
gravidez.
Vestuário
• Roupas próprias para o tempo e folgadas na cintura;
• Meias elásticas (prevenção de varizes por aumento de pressão 
nos membros inferiores);
• Uso de cintas especiais;
• Sapato de salto médio ou baixo (para evitar problemas de coluna 
e melhorar o equilíbrio);
• Suporte para os seios (a posição ereta facilita a descida do leite); 
as mamas devem ser bem sustentadas, mas não comprimidas.
• Asseio, higiene
Banho diário, não deixar resto de sabão (resseca a pele); limpeza da 
região genital, perineal e anal; 
• Massagear e passar creme/óleo nos seios e abdome para 
evitar estrias e ressecamento;
• Dentes: consultar dentista; escovar com freqüência para 
evitar cáries; usar escova macia para evitar que a gengiva 
sangre.
• Alimentação _ é importante uma alimentação rica para:
• Desenvolvimento do feto (a mãe malnutrida pode levar a um 
retardo no crescimento intra-uterino);
• Melhor condição para a mãe durante e após o parto;
• Melhor lactação.
A dieta deve ser rica principalmente em: proteínas, vitaminas, cálcio e ferro. 
Ingerir água varias vezes ao dia.
Reduzir alimentos gordurosos, frituras e condimentos, principalmente no 
primeiro trimestre, devido a digestão difícil, náuseas e vômitos.
• Pirose 
• Tomar leite;
• Alimentar-se freqüentemente;
• Evitar alimentos que piorem a pirose;
• Repousar em posição semi-deitada após as refeições.
• Náuseas, vômitos
• Comuns nos três primeiros meses de gestação;
• Não ficar com estômago vazio (alimentar-se a cada duas ou três horas);
• Ingerir pequena quantidade em cada refeição
• Constipação intestinal
• Evitar constipação intestinal e acumulo de gases ingerindo alimentos 
que contenham celulose, como frutas frescas e vegetai de folha;
• Não comer alimentos fermentecíveis e constipantes.
• Andar a pé.
• Peso
• Aumento de peso ser gradativo;
• Controlar para que o aumento ano exceda os 12 kg.
• Evitando comer doces e massas em excesso.
• Exercícios e repouso
• Evitar fadiga;
• Atividade física deve ser moderada;
• Fazer passeios a pé diários;
• Ter oito horas de sono noturno;
• Trabalhar em local se intoxicação e contaminação; 
• Pode praticar esportes;
• Repousar, no caso de risco de aborto.
No final da gestação: o repouso em decúbito lateral esquerdo, com uso de 
travesseiro para apoiar abdome e as pernas, permite maior relaxamento a 
partir do oitavo mês.
• Viagens
• Carro: não guiar após

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