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TEXTO 4 - Controle Social.pdf

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TEXTO I - Controle social 
 
Chamamos de controle social os mecanismos materiais e simbólicos, disponíveis em uma dada 
sociedade, que visam a eliminar ou diminuir as formas de comportamento desviantes individuais ou 
coletivas. Fazem parte desses mecanismos as formas de controle responsáveis pela introjeção de 
normas e valores sociais e pela socialização dos membros de uma sociedade, previstas 
principalmente na educação formal e na informal – escola e meios de comunicação. Também 
configuram formas de controle social as regras que orientam as recompensas e as punições 
existentes tanto na sociedade como um todo, presentes em seus códigos e constituições, como as 
existentes em cada instituição particularmente. 
Os processos de orientação das expectativas, os modelos sociais, as mensagens subliminares, os 
processos de valorização do comportamento individual e as regras de ascensão social são alguns 
dos mais eficientes mecanismos de controle social. Quando todos esses falham ou quando, em 
decorrência da ambiguidade natural das mensagens sociais, o desvio ocorre, as formas instituídas de 
punição tendem a reafirmar os padrões da sociedade. A perda de benefícios e da liberdade, o 
confinamento, a segregação e a discriminação são alguns dos mecanismos de controle social. 
A possibilidade conformativa dos mecanismos de controle social se assenta na 
interdependência essencial das relações sociais. Sem essa reciprocidade, própria da vida social, os 
agentes sociais não teriam poder sobre o comportamento individual. É ela que dá o caráter social às 
reações de um agente sobre as ações desviantes de outro. 
Além dos sociólogos, em especial os clássicos, também os psicólogos procuram entender os 
mecanismos da psique responsáveis pela conformidade do indivíduo aos padrões existentes numa 
dada sociedade. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, identificou o superego como a entidade na 
qual estariam armazenados os valores sociais, sendo responsável pela censura aos sentimentos e 
desejos individuais desviantes. O superego representaria o mecanismo internalizado de controle 
social. 
 
(COSTA, Cristina. Sociologia: Introdução à ciência da sociedade. 3. ed. São Paulo: Moderna, pp. 389-390.) 
 
 
TEXTO II - O controle social 
 
Nenhuma sociedade pode funcionar com êxito se, na maior parte do tempo, o comportamento 
das pessoas não puder ser previsto de modo confiável. Chamamos isso de „ordem social‟, ou seja, 
um sistema de pessoas, relacionamentos e costumes que opera para a realização do trabalho de uma 
sociedade. 
 É pela existência da ordem social que esperamos que milhares de lâmpadas se acendam, 
que a comida de que necessitamos seja produzida, que os ônibus nos conduzam para o trabalho ou 
para a escola, que a água flua pelas torneiras e assim por diante. Tudo o que ocorre em uma cidade, 
Ficha 9  2os anos  Felipe  maio/12 Filosofia 
Nome: Nº: Turma: 
 
2 
seja ela de que tamanho for, e que é indispensável para a nossa sobrevivência acontece porque 
milhares de pessoas cumprem seu papel social, interagindo constantemente e mantendo a ordem 
social. 
 A ordem de uma sociedade apoia-se em uma rede de papéis, dentro dos quais cada pessoa 
aceita certos deveres em relação aos outros e deles reivindica certos direitos. 
 Para que a sociedade funcione com êxito, é necessário que cada um cumpra seu papel 
social, que é complementar aos dos outros, interagindo em uma rede de papéis por todo o tecido 
social. Como é fundamental para o seu funcionamento, a sociedade cria um mecanismo para que 
aqueles que não cumpram seu papel social sejam coagidos a fazê-lo. A esse mecanismo 
denominamos „controle social‟. 
 O controle social pode ser formal ou informal. Quando mecanismos de controle social são 
utilizados casualmente pelas pessoas – como sorrisos, olhar de reprovação, advertência verbal –, 
considera-se o controle informal. Quando o controle social é levado a cabo por agentes autorizados, 
como policiais, médicos, empregadores e militares, é dito formal (veja o esquema a seguir). 
 
Exemplos de controle social formal e informal 
 
 
 Mecanismos de controle 
oficiais (realizados por 
agentes autorizados) 
 Exemplos: policiais, 
médicos, empregadores, 
militares etc. 
 Formal 
Controle social 
 Informal 
 
Mecanismos de controle 
casuais 
 
Exemplos: sorrisos, olhar de 
reprovação, isolamento 
social etc. 
 
A expressão „controle social‟ se refere a técnicas, estratégias e esforços para regular o 
comportamento humano em qualquer sociedade. A sociedade provoca a aceitação das normas 
básicas (sejam elas formais ou informais) por meio do controle social. 
Uma sociedade exerce controle social sobre seus membros de três modos principais: a 
socialização, a pressão do grupo e as sanções. 
Primeiro, como já vimos, é por meio do processo de „socialização‟ que um grupo ou sociedade 
faz com que seus membros se comportem da maneira esperada. O indivíduo aprende durante toda a 
sua vida a desempenhar os papéis que lhe serão destinados pela sociedade. Esse é o instrumento 
mais poderoso de controle social, que passa a ser feito pelo próprio indivíduo. Tudo que lhe foi 
transmitido pelo processo de socialização – costumes, crenças, valores – veio a constituir-se em 
diretrizes para a conduta dos membros da sociedade. O domínio que o indivíduo exerce sobre si 
mesmo é a forma de coerção social mais eficiente. 
Uma segunda maneira importante de controle é exercida pela „pressão do grupo‟ sobre o 
indivíduo. Essa pressão grupal é sentida pelo indivíduo como um processo contínuo e, na maior 
parte do tempo, inconsciente. A força do grupo promove a adequação do indivíduo ao papel social 
que corresponde a seu status. Os grupos que promovem terapia grupal procuram fazer com que os 
indivíduos reassumam seu papel social. 
3 
Dentro dos grupos primários, o controle é informal, espontâneo e não planejado. Os membros 
reagem às ações de cada membro de muitos modos. Podem demonstrar seu desagrado por um olhar 
de reprovação, do riso, do desprezo, do ridículo, do isolamento e por uma série de expressões 
fisionômicas. Do mesmo modo, podem mostrar sua concordância com uma palavra de elogio ou um 
tapinha nas costas. 
O grupo primário é considerado o órgão controlador mais importante conhecido pelo homem. 
Dentro dos grupos secundários, os controles sociais são mais formais. Regras e regulamentos, 
procedimentos padronizados, promoções, propaganda, recompensas, títulos e penalidades são 
alguns dos procedimentos usuais de controle. Mesmo assim, muitos estudos provam que os 
controles formais de grupos secundários são muito mais efetivos quando reforçados por um grupo 
primário. 
Uma promoção será reforçada se o grupo de amigos do qual faz parte o promovido fizer uma 
comemoração. Uma ordem será mais bem cumprida se o principal grupo de amigos que forma uma 
seção de trabalho estiver convencido de que é correta. 
 
(DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000, pp. 139-140.) 
 
TEXTO III - A sociedade disciplinar e a sociedade do controle 
 
Já vimos análises sobre o poder 
e a política que privilegiam suas 
relações com o Estado. Mas 
existem pensadores que analisam a 
questão do poder e da política de 
modo diferente: não dão primazia 
às relações com o Estado, mas a 
elementos que estão presentes em 
todos os momentos de nossa vida. 
Entre eles, destacamos os franceses 
Michel Foucault (1926-1984) e 
Gilles Deleuze (1925-1995). 
Foucault se propôs a analisar a 
sociedade com base na disciplina 
no cotidiano. Para ele, todas as 
instituições procuram disciplinar os 
indivíduos desde que nascem.Assim acontece na família, na escola, nos quartéis, nos hospitais, nas 
prisões etc., pois o fundamental é distribuir, vigiar e adestrar os indivíduos em espaços 
determinados. Diz ele que, além dos aspectos institucionais ou até jurídicos dessas instituições, esse 
poder desenvolve-se por meio de gestos, atitudes e saberes. É o que chama de “arte de governar”, 
entendida como a racionalidade política que determina a forma de gestão das condutas dos 
indivíduos de uma sociedade. Nesse sentido, ele afirma: “nada é político, tudo é politizável, tudo 
pode tornar-se político”. 
Sociedade discipli-
nar: da família à 
escola, do hospital 
à prisão, adestram 
e vigiam os indiví-
duos. Na obra A 
ronda dos prisio- 
neiros, de 1890, 
seu último ano de 
vida, Van Gogh se 
retrata entre os 
prisioneiros. A tela 
foi pintada quando 
ele se encontrava 
confinado em um 
hospital de Saint-
Rémy. 
4 
Seguindo as pistas de Foucault, Deleuze declara que vivemos ainda numa sociedade 
disciplinar, mas já estamos percebendo a emergência de uma sociedade de controle. 
A sociedade disciplinar é a que conhecemos desde o século XVIII. Ela procura organizar 
grandes meios de confinamento: a família, a escola, a fábrica, o exército e, em alguns casos, o 
hospital e a prisão. O indivíduo passa de um espaço fechado para outro e não para de recomeçar, 
pois em cada instituição deve aprender alguma coisa, principalmente a disciplina específica do 
lugar. 
Na sociedade disciplinar, a fábrica, por exemplo, é um espaço fixo e confinado onde se 
produzem bens. A fábrica concebe os indivíduos como um só corpo, com a dupla vantagem de 
facilitar a vigilância por parte dos patrões, que controlam cada elemento na massa, e de facilitar a 
tarefa dos sindicatos, que mobilizam uma massa de resistência. 
O que nos identifica, na escola, no exército, no hospital, na prisão ou nos bancos, é a assinatura 
e o número na carteira de identidade e na carteira profissional, além de diversos outros documentos. 
A sociedade do controle está aparecendo lentamente, e alguns de seus indícios já são 
perceptíveis. Nela são usadas formas ultrarrápidas de controle, quase como prisões ao ar livre, na 
expressão de Theodor Adorno. Os métodos são de curto prazo e de rotação rápida, mas contínuos e 
ilimitados. São permanentes e de comunicação instantânea. Como não têm um espaço definido, 
podem ser exercidos em qualquer lugar. Exemplos de modos de controlar as pessoas 
constantemente são as avaliações permanentes e a formação continuada. 
Outra forma de controle contínuo são os “conselhos” a respeito da saúde que estão presentes 
em todas as publicações, na televisão e na internet: “Não coma isso porque pode engordar ou 
aumentar o nível de colesterol ruim. Faça exercícios pela manhã ou pela tarde, desta ou daquela 
maneira, para ter uma vida mais saudável. Tome tal remédio para isso, mas não tome para aquilo”. 
Os controles nos alcançam em todos os momentos e lugares. Não há possibilidade de fuga. 
Se na sociedade disciplinar o elemento central de produção é a fábrica, na de controle é a 
empresa, algo mais fluido. Se a fábrica já conhecia o sistema de prêmios, a empresa o aperfeiçoou 
como uma modulação para cada salário, instaurando um estado de eterna instabilidade e desafios. 
Se a linha de produção é o coração da fábrica, o serviço de vendas é a alma da empresa. O 
marketing é agora o instrumento de controle social por excelência – possui natureza de curto prazo 
e rotação rápida, mas também contínuo e ilimitado, ao passo 
que a disciplina é de longa duração, infinita e descontínua. 
O lugar do marketing em nossa sociedade é evidente, 
uma vez que somos todos vistos como consumidores. O 
convencimento é ao mesmo tempo externo (pela recepção 
da mensagem) e interno (pela própria natureza do convenci-
mento). Ao ser interiorizada, a coerção afinal aparece como 
um imperativo. Se tudo pode ser comprado e vendido, por 
que não as consciências, os votos e outras coisas mais? A 
corrupção em todos os níveis ganhou nova potência. 
O que nos identifica cada vez mais é a senha. Cada um 
de nós é apenas um número, parte de um banco de dados de 
amostragem. A quantidade de senhas de que necessitamos 
5 
para nos relacionar virtualmente com as pessoas ou com instituições é enorme e, sem elas, ficamos 
isolados. 
Se na sociedade disciplinar há sempre um indivíduo vigiando os outros em várias direções num 
lugar confinado, na sociedade do controle todos olham para o mesmo lugar. A televisão é um bom 
exemplo disso, pois milhares de pessoas estão sempre diante do aparelho. Na final do campeonato 
mundial de futebol em 2006, cerca de um bilhão e meio de pessoas estavam conectadas ao jogo. 
 
 
(TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. 1. ed. São Paulo: Atual, 2007, pp. 110-111.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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