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Dos Direitos Reais Sobre Coisas Alheias Prof. Marcio Pereira Direito Civil DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS (art. 1225 CC) São classificados em: • Direitos reais de gozo e fruição :superfície, servidão, usufruto, uso, a habitação, concessão de uso especial para fins de moradia, concessão de direito real de uso. • Direito real de aquisição: direito do promitente comprador do imóvel. • Direitos reais de garantia: penhor, hipoteca e anticrese. Superfície É o direito real por meio do qual o proprietário concede a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, gratuita ou onerosamente, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. Superfície Características: a concessão da superfície será sempre por prazo determinado, podendo ser gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. A superfície pode ser transferida a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de condições. Servidão É o direito real pelo qual se estabelece uma relação entre dois imóveis vizinhos (um chamado serviente e o outro dominante), é o dever que tem o proprietário de um prédio de suportar o exercício de alguns direitos, em favor do outro prédio. Servidão Formas de Constituição: A servidão poderá ser constituída por ato de vontade (por meio de escritura pública ou testamento – art. 1378 do CC) ou por usucapião (art. 1379 do CC). Extinção da servidão: a servidão se extinguirá nos seguintes casos: a) se os imóveis se reunirem sob um mesmo titular; b) pela renúncia do dono do prédio dominante; c) pelo perecimento do objeto; d) pela desapropriação do bem objeto da servidão; e) pelo não uso durante 10 (dez) anos consecutivos; f) por contrato entre as partes, com registro no cartório competente. Usufruto É o direito real sobre coisa alheia que confere a uma pessoa certa e determinada, durante um certo tempo, o direito de usar e fruir de um bem, devendo restituí-lo após o decurso do prazo Usufruto Características do Usufruto - Temporário: o usufruto será sempre instituído por prazo determinado. - Personalíssimo: o usufruto é instituído para beneficiar pessoa certa e determinada, não podendo ter sua titularidade alterada. Usufruto Características do Usufruto -Inalienável: o usufruto não pode ser transferido a terceiros. O usufrutuário pode ceder seu exercício, por título gratuito ou oneroso, por meio contratual, sem qualquer eficácia real. - Divisível ou simultâneo: o usufruto pode ser instituído em favor de mais de um beneficiário simultaneamente, estipulando- se o quinhão de cada um. Usufruto CONSTITUIÇÃO DO USUFRUTO -Usufruto legal –é constituído por imposição da lei em favor de certas pessoas -Usufruto convencional – é constituído por vontade das partes, pode ser criado por ato unilateral (testamento) ou por ato bilateral (contrato - na forma de escritura pública se recair sobre bem imóvel). O usufruto constituído por ato bilateral pode ser gratuito ou oneroso Usufruto CONSTITUIÇÃO DO USUFRUTO - Usufruto judicial – é aquele que decorre de sentença do juiz. Extinção do Usufruto -Por culpa do usufrutuário, se ele der destino diverso do previsto à coisa, ou não zelar corretamente pela manutenção e conservação da coisa -Por termo de sua duração -Decorridos 30 (trinta) anos, sem em favor de pessoa jurídica Extinção do Usufruto -Extinção ou fim da causa de sua constituição; destruição da coisa; não uso ou não fruição da coisa em que o usufruto recai - renúncia ou morte do usufrutuário (a morte do nu-proprietário não extingue o usufruto) Uso: é o direito real sobre coisa alheia constituído a título gratuito ou oneroso, pelo qual o usuário fica autorizado a usar a coisa temporariamente, atendendo às suas necessidades e as de sua família. A distinção do uso e usufruto é apenas a limitação da fruição, que no uso fica restrita às suas próprias necessidades e às de sua família (art. 1412 do CC). Habitação: é o direito real sobre bem imóvel, temporário, que permite ao beneficiário usar gratuitamente casa alheia exclusivamente para fins de moradia própria e de sua família. O direito de habitação pode ser estatuído por lei, como é o caso do direito do cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime, independentemente de participação na herança, de continuar residindo no imóvel da família, caso seja o único daquela espécie a inventariar (art. 1414 do CC). Penhor: é um direito real que consiste na tradição de uma coisa móvel ou mobilizável, suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao credor, a fim de garantir o pagamento do débito (art. 1431 do CC). Hipoteca: é um direito real de garantia que grava coisa imóvel ou bem que a lei entende por hipotecável, sem transmissão de posse ao credor, conferindo a este o direito de promover a sua venda judicial(art. 1473 do CC). Anticrese: É direito real sobre imóvel alheio, em virtude do qual o credor obtém a posse da coisa a fim de perceber-lhe os frutos e imputá-los no pagamento da dívida, juros e rendimentos, sendo, porém, permitido estipular que os frutos sejam, na sua totalidade, percebidos à conta de juros (art. 1506 do CC). QUESTÃO Noêmia, proprietária de uma casa litorânea, regularmente constituiu usufruto sobre o aludido imóvel em favor de Luísa, mantendo, contudo, a sua propriedade. Inesperadamente, sobreveio uma severa ressaca marítima, que destruiu por completo o imóvel. Ciente do ocorrido, Noêmia decidiu reconstruir integralmente a casa às suas expensas, tendo em vista que o imóvel não se encontrava segurado. A respeito da situação narrada, assinale a alternativa correta. A.O usufruto será mantido em favor de Luísa, tendo em vista que o imóvel não fora destruído por culpa sua. B. O usufruto será extinto, consolidando-se a propriedade em favor de Noêmia, independentemente do pagamento de indenização a Luísa, tendo em vista que Noêmia arcou com as despesas de reconstrução do imóvel C. O usufruto será extinto, consolidando-se a propriedade em favor de Noêmia, desde que esta indenize Luísa em valor equivalente a um ano de aluguel do imóvel D. O usufruto será mantido em favor de Luísa, independentemente do pagamento de qualquer quantia por ela, tendo em vista que Noêmia somente poderia ter reconstruído o imóvel mediante autorização expressa de Luísa, por escritura pública ou instrumento particular.
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