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734 Remedios Constitucionais Aula 02 30012015

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Remédios Constitucionais 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 Sumário 
1. Habeas data ................................................................................................................ 2 
1.2 Características ....................................................................................................... 3 
2. Mandado de segurança .............................................................................................. 4 
2.1 Características ....................................................................................................... 4 
2.2 Legitimação passiva .............................................................................................. 5 
2.3 Espécies de Mandado de Segurança ..................................................................... 5 
2.3.1 Repressivo ...................................................................................................... 5 
2.3.2 Preventivo ...................................................................................................... 6 
2.4 Descabimento do Mandado de segurança ........................................................... 7 
2.4.1 Contra lei em tese .......................................................................................... 7 
2.4.2 Contra decisão judicial transitada em julgado ............................................... 7 
2.4.3 Contra decisões jurisdicionais do STF ............................................................ 7 
2.4.4 Ação substitutiva de cobrança ....................................................................... 7 
2.5 Cabimento do Mandado de Segurança ................................................................ 8 
2.6 Mandado de segurança coletivo ........................................................................... 9 
2.6.1 Súmulas ........................................................................................................ 11 
3. Mandado de injunção ............................................................................................... 14 
3.1 Legitimação ativa ................................................................................................ 16 
3.2 Legitimação passiva ............................................................................................ 16 
3.3 Quem concede? .................................................................................................. 17 
4. Ação popular ............................................................................................................. 19 
 
 
 
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1. Habeas data 
Art. 5º, LXXII CF: conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo; 
Remédio constitucional que, em regra, é personalíssimo. 
Segundo entendimento do STJ quando o individuo tem grau de parentesco (ou então 
o cônjuge supérstite) e está morto e você deseja saber informação dele é possível impetrar 
habeas data para saber informação de terceiro. Porém, se trata de situação 
excepcionalíssima. 
O HD não é o único meio utilizado para retificação de dados, pois a retificação poderá 
ser realizada por um processo sigiloso judicial ou administrativo. 
Além disso, a Lei 9507/97 regulamente o HD e traz mais uma hipótese de 
possibilidade de cabimento desse remédio constitucional: complementar ou justificar dados 
do impetrante. 
Imagine a seguinte situação hipotética: a pessoa deseja saber a nota de prova na 
faculdade. A nota de prova é uma informação da própria pessoa. Passa a data limite para o 
professor colocar a nota no sistema da faculdade na Internet sem que a nota seja 
disponibilizada. A pessoa vai falar com o professor e solita a nota. A solicitação é negada. 
Caberá HD? Depende. A impetração do HD somente é possível quando os dados a serem 
obtidos ou retificados forem de caráter público (em entidades privadas) ou então estiverem 
em entidades governamentais. Caso seja possível a impetração do HD na entidade privada 
(por serem dados que não possuem caráter público) deverá ser impetrado Mandado de 
Segurança. 
Não existe HD preventivo. Deve haver a negativa ou omissão para que possa ser 
impetrado o HD. 
Caso fosse negado o diploma seria cabível o Mandado de Segurança, pois a negativa 
do diploma é de certidão. 
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade 
ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
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1.2 Características 
a) Remédio constitucional gratuito; 
b) Inserido na CF/88. 
c) Regulamentado pela Lei 9.507/97. 
 
(1) NCE/UFRJ –ADVOGADO –INFRAERO 
O Habeas Data foi instituído pela Constituição Federal edita da em 1988 e 
regulamentado por lei específica editada no ano de: 
A) 1988; 
B) 1989; 
C) 1996; 
D) 1997; 
E) 1999. 
Comentários: D. 
 
d) Antes de impetrar HD, basta que se tenha negativa ou omissão na esfera 
administrativa. 
A prova do anterior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais,ou da 
omissão em atendê-lo,constitui requisito indispensável para que se concretize o interesse 
de agir no habeas data.Sem que se configure situação prévia de pretensão resistida, há 
carência da ação constitucional do habeas data". (STF, RHD22/DF, Rel.Min.Celso de 
Mello, DJ1º/9/95) 
e) Natureza cível (o único remédio constitucional que possui natureza penal é o 
Habeas Corpus). 
f) Ação personalíssima, em regra. 
É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de 
interesse do Falecido (STJ,DJ28/02/08,HD-147/DF- Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 
em12/12/07). 
 
Em plenário, o STJ também admitiu que os herdeiros legítimos do morto poderiam 
impetrar o writ(HD n.001-DF,DJU,2.5.89,Seção I,p.6.774). 
g) Rito especial. 
 
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2. Mandado de segurança 
Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público; 
 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade
de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados; 
Remédio constitucional residual, pois só é impetrado quando não for cabível HC ou 
HD. 
Direito líquido e certo no MS está relacionado ao fato líquido e certo. Não é cabível a 
dilação probatória, ou seja, uma apresentação de prova em momento futuro. As provas 
devem ser pré-constituídas, apresentadas na inicial. 
O MS foi inserido na CF de 1934 e perdura até a CF atual. 
 
2.1 Características 
a) Residual; 
b) Protege direito liquido e certo (demonstrado de plano mediante prova pré-
constituída, previsto em lei ou norma constitucional, não cabe dilação probatória e é 
incontestável); 
 
(2) (FGV/FISCAL DA RECEITA – Mato Grosso do Sul/2006) Direito líquido e certo, em 
tema de mandado de segurança, é aquele: 
a) fundado em fatos que não demandam exame jurídico de grande complexidade. 
b) fundado em fatos passíveis de prova na etapa processual dilatória. 
c) fundado em fatos comprovados de plano. 
d) fundado em fatos que independem de prova testemunhal. 
e) fundado em fatos economicamente apreciáveis. 
Comentários: C. 
 
c) É regulamentado pela Lei 12.016/09; 
d) Não é gratuito; 
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e) É uma ação judicial de natureza cível, mas não há nenhum impedimento de que 
essa ação seja utilizada em âmbito administrativo, criminal, eleitoral, trabalhista etc. 
Exemplo: Caso seja negado ao advogado o acesso às provas já documentadas será cabível 
mandado de segurança ou HC. 
Súmula vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso 
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício 
do direito de defesa. 
 
2.2 Legitimação passiva 
Pode impetrar MS contra ato de autoridade pública. Já de ato de particular será 
cabível quando o particular estiver exercendo uma função delegada (por meio de 
autorização, concessão ou permissão) pelo Poder Público e esse ato estiver relacionado com 
a função do Estado. 
Súmula 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, 
contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. 
 É cabível mandado de segurança de atos de gestão? 
O ato de gestão coloca o particular no mesmo nível que a Administração Pública (não 
há princípio da supremacia do interesse público). Como a Administração e o particular estão 
em pé de igualdade não há que se falar em mandado de segurança. É uma previsão legal da 
Lei 12.016/09. 
 
2.3 Espécies de Mandado de Segurança 
2.3.1 Repressivo 
Ocorre a partir da lesão com prazo decadencial de 120 dias para impetrar o MS. 
Segundo a jurisprudência do STF o que se opera é a extinção do prazo para se impetrar o 
writ e não a extinção do próprio direito subjetivo, que poderá ser discutido por qualquer 
outro meio ordinário de tutela jurisdicional. 
Art. 23, Lei 12.016: O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á 
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato 
impugnado. 
 
 Cabe à Justiça federal julgar mandado de segurança contra instituição particular de 
ensino superior? 
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Quando há uma universidade privada ou universidade pública federal o MEC é 
responsável por fiscalizar essas universidades então será de competência da Justiça Federal, 
pois o MEC é um órgão federal. 
A competência será federal quando a impetração voltar-se contra ato de dirigente de 
universidade pública federal ou de universidade particular; ao revés, a competência será 
estadual quando o mandamus for impetrado contra dirigentes de universidades públicas 
estaduais e municipais, componentes do sistema estadual de ensino (CC 108.466/RS, Rel. 
Ministro Castro Meira, DJe 26.2.2010). 
 
 IMPORTANTE!!! 
STJ Súmula nº104 - Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de 
falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. 
 
O prazo para a impetração do MS se inicia do momento que se toma conhecimento 
da lesão. 
O termo inicial do prazo decadencial para a impetração do mandado de segurança que 
se insurge contra resultado obtido em exame psicotécnico é a data da publicação do ato 
administrativo que determina a eliminação do candidato, não a data da publicação do 
edital do certame. Precedentes citados: AgRg no AREsp 27.904-PI, DJe30/4/2012; AgRg 
no RMS 28.581-CE, DJe18/4/2012; AgRg no RMS 37.063-MS, DJe3/4/2012; AgRg no Ag 
1.108.357-SE, DJe27/2/2012; RMS35.192-PE, DJe10/11/2011, e AgRg no REsp 1.269.416-
MS, DJe17/10/2011. AgRg no AREsp 202.442-RO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 
julgado em 9/10/2012. 
 
2.3.2 Preventivo 
Ocorre nas situações de ameaça do direito líquido e certo não aparado por HC ou HD. 
A pessoa toma conhecimento de que em uma data futura haverá um abuso que gerará uma 
lesão ao seu direito. Exemplo: A pessoa atrasa a mensalidade e surge um aviso dizendo que 
os alunos que estão em débito com a faculdade não farão prova. Será possível impetrar com 
MS preventivo pela ameaça. 
Observação: Caso o Tribunal de Justiça cometa algum ato abusivo impetra-se o MS e 
quem julgará o MS será o próprio TJ. No TRF é da mesma forma. Se o ato lesivo for do TRF 
quem julgará o MS será o próprio TRF. Ou seja, STF, os próprios tribunais serão responsáveis 
por processar e julgar os mandados de segurança impetrados contra seus atos e omissões. 
 
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2.4 Descabimento do Mandado de segurança 
2.4.1 Contra lei em tese 
Súmula 266 STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
Quando uma lei é criada presume-se que ela é constitucional e uma das ferramentas 
para avaliar se é constitucional ou não é o sistema de controle de constitucionalidade que 
possui duas vias: direta (abstrato/por via de ação) e incidental (difuso/concreto/incidental). 
Toda lei quando é criada é uma lei em tese, ou seja, alcançará a todos. Quando uma lei em 
tese atinge um grupo determinado de pessoas ou uma pessoa, essa pessoa ao invés de 
denunciar o Poder Judiciário, impetra um MS. Exemplo: Lei municipal afirma que ninguém 
pode entrar no teatro com animais domésticos. Um cego com seu cão guia quer escutar uma 
ópera e é barrado na entrada. Então, ele impetra um MS. Quando o juiz julga o MS, 
incidentalmente, julga aquela lei inconstitucional somente para aquele cego. Ou seja, não 
cabe mandado de segurança contra lei em tese, salvo se produzir efeitos concretos. 
 
2.4.2 Contra decisão judicial transitada em julgado 
Súmula 268 STF: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito 
em julgado. 
 
Art. 5º, Lei 12.016: Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo
com efeito suspensivo, 
independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
 
2.4.3 Contra decisões jurisdicionais do STF 
 
2.4.4 Ação substitutiva de cobrança 
Súmula 269 STF: O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. 
 
 É possível que o impetrante desista do MS após já ter sido prolatada sentença de 
mérito? 
No julgamento do RE669367/RJ, o Plenário da Corte decidiu que a desistência do 
mandado de segurança é uma prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer 
tempo, sem anuência da parte contrária e independentemente de já ter havido decisão 
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de mérito, ainda que favorável ao autor da ação (RE669367/RJ, Red. para acórdão Min. 
Rosa Weber, julgado em 02/05/2013). 
A 2ª Turma do STJ, no final de 2013, aderiu a esse posicionamento e afirmou 
expressamente que o impetrante pode desistir de mandado de segurança sem a 
anuência do impetra do mesmo após a prolação da sentença de mérito (REsp1.405.532-
SP, Rel.Min. Eliana Calmon, julgado em 10/12/2013). 
Para o STF e STJ, o MS é uma ação conferida em benefício do cidadão contra o Estado e, 
portanto, não gera direito à autoridade pública coatora dever o mérito da questão 
resolvido. 
Cuidado para confundir com a ação direta de constitucionalidade em que não poderá 
haver a desistência. 
Observação: Julgado citado pelo professor: 
DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INFORMAÇÕES VEICULADAS 
EM REDE DE RÁDIO E TELEVISÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANO MORAL AJUIZADA 
POR MUNICÍPIO CONTRA O PARTICULAR. IMPOSSIBILIDADE. DIREITOS FUNDAMENTAIS. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. RECONHECIMENTO LIMITADO (RECURSO 
ESPECIAL Nº 1.258.389 – PB). 
 
2.5 Cabimento do Mandado de Segurança 
A doutrina e a jurisprudência majoritárias admitem o manejo do MANDADO DE 
SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL nas seguintes hipóteses excepcionais: 
a) Decisão judicial manifestamente ilegal ou teratológica; 
b) Decisão judicial contra a qual não caiba recurso; 
c) Para imprimir efeito suspensivo a recurso desprovido de tal atributo; 
d) E quando impetrado por terceiro prejudicado por decisão judicial. 
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO QUE 
CONVERTE AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RETIDO. ATO JUDICIAL CONTRA O QUAL NÃO 
CABE RECURSO. CABIMENTO DO WRIT. CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO QUE 
INVIABILIZAM FUTURA APELAÇÃO E, POR CONSEQUÊNCIA, A RATIFICAÇÃO DO AGRAVO. 
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A doutrina e a jurisprudência majoritárias 
admitem o manejo do mandado de segurança contra ato judicial nas seguintes hipóteses 
excepcionais: a) decisão judicial manifestamente ilegal ou teratológica; b) decisão 
judicial contra a qual não caiba recurso; c) para imprimir efeito suspensivo a recurso 
desprovido de tal atributo; e d) quando impetrado por terceiro prejudicado por decisão 
judicial. 2. A situação desenhada no presente writ ilustra um caso típico de manifesta 
ilegalidade, infelizmente chancelada por sucessivas decisões judiciais que culminaram 
por construir em torno da pretensão dos impetrantes um cenário obscuro, com 
intransponíveis obstáculos pelas vias recursais regulares. 3. Assim, deve ser abrandado o 
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rigor técnico no exame do cabimento desta impetração, uma vez que a situação 
inusitada com a qual se defrontam os impetrantes é de tal anomalia e atecnia que 
realmente dificulta a correta manifestação da parte prejudicada. Não pode o Judiciário 
esquivar-se de corrigir seus erros, exigindo esmero técnico do jurisdicionado prejudicado 
justamente por situação de manifesta ilegalidade, violadora do devido processo legal 
(CF, art. 5º, LIV), criada por decisão judicial. 4. É remansosa a jurisprudência desta eg. 
Corte quanto ao cabimento de writ contra a decisão que converte o agravo de 
instrumento em retido, uma vez que se trata de decisão judicial contra a qual não cabe 
recurso. Precedentes. 5. No presente mandamus, é forçoso reconhecer a ilegalidade da 
decisão que converteu o agravo de instrumento em retido e das que se lhe sucederam, 
em sede de pedido de reconsideração e de correição parcial, na medida em que 
inviabilizam a possível apelação a ser interposta contra parte da sentença objeto dos 
embargos de declaração. Por consequência, os recorrentes jamais poderão ratificar o 
agravo retido, consoante dispõe o art. 523, caput, do CPC. 6. Recurso ordinário 
parcialmente provido, concedendo-se a segurança para afastar o ato judicial que 
converteu o agravo de instrumento em retido e os que se lhe sucederam, em sede de 
pedido de reconsideração e de correição parcial. (STJ - RMS: 34837 RS 2011/0156514-9, 
Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 04/02/2014, T4 - QUARTA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 17/02/2014). 
 
2.6 Mandado de segurança coletivo 
A legitimação ordinária é a regra no direito processual civil. A exceção é a legitimação 
extraordinária, que é aquela em que a pessoa age em nome próprio para defender direito 
alheio. 
O MS coletivo é impetrado em nome próprio para defender direito alheio. 
Legitimação ativa 
MS individual MS coletivo 
Qualquer pessoa natural Somente as seguintes pessoas jurídicas: 
 
Partido político com representação no CN 
(com pelo menos um deputado ou um 
senador tanto para membros do partido 
como para sociedade em geral). 
 
Associação legalmente constituída e em 
Qualquer pessoa jurídica 
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funcionamento há pelo menos 1 ano. 
 
Organização sindical 
 
Entidade de classe 
 
Observação: As três últimas somente em 
relação aos seus membros ou associados. 
STF/STJ: Em conformidade com jurisprudência pacífica desta Corte, o candidato 
aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas em edital, possui 
direito líquido e certo à nomeação e à posse. 
 MS coletivo protege direitos individuais? 
Sim, desde que sejam direitos individuais homogêneos. 
MANDADO DE SEGURANÇA - DIREITO ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - 
CANDIDATOS INSERIDOS EM CADASTRO DE RESERVA - NOVAS VAGAS - MERA 
EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO - JUÍZO DE CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE 
DA ADMINISTRAÇÃO - PRECEDENTES DO STF - CESSÃO DE SERVIDORES MUNICIPAIS - 
TERMO DE COOPERAÇÃO - PRETERIÇÃO NÃO MATERIALIZADA - AUSÊNCIA DE PROVA 
PRÉ-CONSTITUÍDA - ILEGITIMIDADE PASSIVA. 1. Os candidatos aprovados em concurso 
público mas inseridos em cadastro de reserva têm expectativa de direito à nomeação. 2. 
O STF tem entendido caber à Administração, com relação aos cargos que surjam durante 
o período de validade do certame, decidir sobre a forma de gestão, podendo, inclusive 
extingui-las conforme juízo de conveniência e oportunidade. Proposta de alinhamento da 
jurisprudência desta Corte à posição do STF. 3. Não restou devidamente materializada
preterição de candidato aprovado, com expectativa de nomeação, em espera no 
cadastro de reserva. 4. A cessão de servidores municipais não é de autoria da autoridade 
impetrada, sendo o responsável estranho à impetração. 5. Segurança denegada. (STJ, 
Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 11/09/2013, S1 - PRIMEIRA 
SEÇÃO). 
Segundo o art. 21, parágrafo único da Lei 12.016. 
Art. 21, Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo 
podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza 
indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a 
parte contrária por uma relação jurídica básica; 
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II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de 
origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos 
associados ou membros do impetrante. 
Direito coletivo é o direito que envolve pessoas indeterminadas, porém em grupo 
determinado. De natureza indivisível, pois não há como definir que o beneficio será apenas 
para um pequeno grupo, mas sim para todos. Exemplos: sindicado, entidade de classe, 
partido político. 
Já os direitos individuais homogêneos é aquele que tem origem comum por pessoas 
indeterminadas e não é possível determinar o grupo. Exemplo: direito dos consumidores. 
 
2.6.1 Súmulas 
Súmula 430 STF: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo 
para o mandado de segurança. 
 
Súmula 629 STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe 
em favor dos associados independe da autorização destes. 
 
Súmula 630 STF: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança 
ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva 
categoria. 
Súmula 271 STF: Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais 
em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou 
pela via judicial própria. 
O mandado de segurança possui efeitos ex nunc. 
Súmula 625 STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de 
mandado de segurança. 
 
(4) (FGV TJ PA) No que tange à Tutela Constitucional dos Direitos e das Liberdades, é 
correto afirmar que: 
a) não há a necessidade da negativa da via administrativa para justificar o ajuizamento 
do habeas-data, pois o interesse de agir está sempre presente, por tratar-se de uma 
ação constitucional, de caráter civil, que tem por objeto a proteção do direito líquido e 
certo do impetrante em conhecer todas as informações e registros à sua pessoa e 
constantes de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, para eventual 
retificação de seus dados pessoais. 
b) cabe habeas corpus contra qualquer decisão condenatória, seja condenação a pena 
de multa ou a pena privativa de liberdade. Cabe, ainda, contra decisão relativa a 
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processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada, 
dada a relevância desse instituto. 
c) o pedido de reconsideração na via administrativa interrompe o prazo para o mandado 
de segurança. 
d) controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de 
segurança. 
e) a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor de 
associados depende da autorização destes. 
Comentários: D. 
 
(5) (CESPE – 2011 – Escrivão PC-ES) São legitimados para a propositura do mandado de 
segurança coletivo os partidos políticos com representação no Congresso Nacional, as 
entidades de classe, as associações e as organizações sindicais em funcionamento há 
pelo menos um ano, na defesa dos interesses coletivos e dos interesses individuais 
homogêneos. 
Comentários: E. Trouxe um vinculo temporal para a organização sindical e é apenas para 
a associação. 
 
(6) (FCC – 2011 – TER-PE – Analista) O mandado de segurança coletivo pode ser 
impetrado: 
 a) pela da Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, no uso de suas atribuições, 
visando anular ato coator de seus membros. 
 b) pelo Presidente da Câmara dos Deputados e pelo Presidente da República, nos 
interesses da sociedade brasileira, visando a revogação de ordem de autoridade coatora 
que tenha violado a Constituição Federal. 
 c) pelo Presidente do Senado Federal e pelo Procurador Geral da República, no exercício 
de suas funções, nos interesses da sociedade brasileira, objetivando a revogação de 
ordem de autoridade coatora em geral. 
 d) por partido político com representação no Congresso Nacional e também por 
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados. 
 e) pelos Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais contra decisões do Tribunal 
Superior Eleitoral. 
Comentários: D. 
 
(7) (CESPE/ Defensor Público substituto – CE – 2008) O mandado de segurança está 
vocacionado para fins cíveis, não constituindo instrumento idôneo para o processo 
penal, que dispõe do habeas corpus para sanar eventuais ilegalidades. 
Comentários: E. O MS, apesar de possuir natureza cível, pode ser utilizado em âmbito 
penal. 
Remédios Constitucionais 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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(8) (CESPE – Analista – STM – 2011) Para efeitos do mandado de segurança, equiparam-
se às autoridades os dirigentes de pessoa jurídica de direito privado ou as pessoas 
naturais, desde que no exercício das atribuições do poder público e somente no que 
disser respeito a essas atribuições. 
Comentários: C. 
 
(9) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) A prática de ato que configure abuso de poder 
por autoridade que exerce competência delegada faz que o mandado de segurança 
interposto contra este ato tenha, no polo passivo, a autoridade que transferiu os 
poderes por delegação. 
Comentários: E. Terá no polo passivo a autoridade que recebeu os poderes. 
 
(10) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MMA/2009) Sindicato com seis meses de 
constituição pode impetrar mandado de segurança coletivo 
Comentários: C. 
 
(11) (TCE - AC - Analista de Controle Externo – Direito - 26/04/2009) Julgado procedente 
o pedido encaminhado via mandado de segurança, estarão garantidos ao impetrante 
não só o afastamento do ato ilegal e abusivo, como também os efeitos patrimoniais 
anteriores à própria impetração. 
Comentários: O efeito é ex nunc. 
 
(12) (FGV – Auditor Fiscal da Receita Estadual – Sefaz – RJ – 2011) Um cidadão que não 
pretende recolher determinado imposto por considerar que a lei que instituiu referido 
tributo é inconstitucional deverá ajuizar a seguinte ação: 
 a) habeas data. 
 b) mandado de segurança. 
 c) mandado de injunção. 
 d) ação popular. 
 e) ação direta de inconstitucionalidade. 
Comentários: B. 
 
(13) (IBFC – 2014 – SEPLAG –MG – Gestor
de transportes e obras) Mesmo em caso de 
urgência NÃO será permitido impetrar mandado de segurança por: 
a) Fax 
b) Radiograma 
c) Telegrama 
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d) E-mail 
Comentários: D. 
Art. 4º, Lei 12. 016 - Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, 
impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio 
eletrônico de autenticidade comprovada. 
 
3. Mandado de injunção 
Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
O objetivo é curar a síndrome da inefetividade das normas constitucionais. Há uma 
norma constitucional que estabelece um direito e uma lei que garante o exercício. Se há o 
direito, mas não há lei então não consegue exercê-lo. Exemplo: direito de greve do servidor 
público. 
Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei 
específica; 
A intenção do MI é garantir o exercício do direito e não criá-lo. 
Segue os mesmos procedimentos do mandado de segurança. 
Mandado de injunção ADO 
Análise de caso concreto Atua dentro de um controle em tese 
Qualquer um pode impetrar Possui legitimados específicos 
Efeito inter partes Efeito erga omnes 
A primeira teoria adotada para o MI foi a não concretista. Depois foi passando a ser 
adota a teoria concretista que se divide em geral e individual, e a individual se divide em 
direta e intermediária. 
Até agosto de 2007 o STF adotava a teoria não concretista. O Poder Judiciário apenas 
avisava ao Poder Legislativo que havia a mora legislativa para que ele criasse a norma. 
No dia 30/08/2007, foi adotada a teoria concretista individual em que havia aplicação 
de norma semelhante com efeito inter partes. Exemplo: servidor público requerendo 
aposentadoria especial. Poder Judiciário observa que há norma faltante, mas não pode 
editar a lei então declara a mora ao Poder Legislativo e enquanto o Legislativo não supre a 
mora aplica-se o art. 5º, §1º CF c/c art. 4º LINDB. A teoria concretista individual é dividida 
Remédios Constitucionais 
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em direta, ou seja, aplicada diretamente à lei análoga e em intermediária, aquela em que é 
dado um prazo para resolução do problema. 
O STF passou, então, a aplicar a teoria concretista geral no caso dos policiais federais 
para o direito de greve. A decisão do STF, ao invés de inter partes, foi erga omnes e 
estendeu a todos os servidores públicos o direito de realizar greve. 
RECLAMAÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. POLICIAIS CIVIS. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. 
SERVIÇOS OU ATIVIDADES PÚBLICAS ESSENCIAIS. COMPETÊNCIA PARA CONHECER E 
JULGAR O DISSÍDIO. ARTIGO 114, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. DIREITO DE 
GREVE. ARTIGO 37, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. LEI N. 7.783/89. 
INAPLICABILIDADE AOS SERVIDORES PÚBLICOS. DIREITO NÃO ABSOLUTO. 
RELATIVIZAÇÃO DO DIREITO DE GREVE EM RAZÃO DA ÍNDOLE DE DETERMINADAS 
ATIVIDADES PÚBLICAS. AMPLITUDE DA DECISÃO PROFERIDA NO JULGAMENTO DO 
MANDADO DE INJUNÇÃO N. 712. ART. 142, § 3º, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO DO 
BRASIL. INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO. AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI 3.395. 
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA DIRIMIR CONFLITOS ENTRE 
SERVIDORES PÚBLICOS E ENTES DA ADMINISTRAÇÃO ÀS QUAIS ESTÃO VINCULADOS. 
RECLAMAÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o MI n. 
712, afirmou entendimento no sentido de que a Lei n. 7.783/89, que dispõe sobre o 
exercício do direito de greve dos trabalhadores em geral, é ato normativo de início 
inaplicável aos servidores públicos civis, mas ao Poder Judiciário dar concreção ao artigo 
37, inciso VII, da Constituição do Brasil, suprindo omissões do Poder Legislativo. 2. 
Servidores públicos que exercem atividades relacionadas à manutenção da ordem 
pública e à segurança pública, à administração da Justiça --- aí os integrados nas 
chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades indelegáveis, inclusive as de 
exação tributária --- e à saúde pública. A conservação do bem comum exige que certas 
categorias de servidores públicos sejam privadas do exercício do direito de greve. Defesa 
dessa conservação e efetiva proteção de outros direitos igualmente salvaguardados pela 
Constituição do Brasil. 3. Doutrina do duplo efeito, segundo Tomás de Aquino, na Suma 
Teológica (II Seção da II Parte, Questão 64, Artigo 7). Não há dúvida quanto a serem, os 
servidores públicos, titulares do direito de greve. Porém, tal e qual é lícito matar a 
outrem em vista do bem comum, não será ilícita a recusa do direito de greve a tais e 
quais servidores públicos em benefício do bem comum. Não há mesmo dúvida quanto a 
serem eles titulares do direito de greve. A Constituição é, contudo, uma totalidade. Não 
um conjunto de enunciados que se possa ler palavra por palavra, em experiência de 
leitura bem comportada ou esteticamente ordenada. Dela são extraídos, pelo intérprete, 
sentidos normativos, outras coisas que não somente textos. A força normativa da 
Constituição é desprendida da totalidade, totalidade normativa, que a Constituição é. Os 
servidores públicos são, seguramente, titulares do direito de greve. Essa é a regra. 
Ocorre, contudo, que entre os serviços públicos há alguns que a coesão social impõe 
sejam prestados plenamente, em sua totalidade. Atividades das quais dependam a 
manutenção da ordem pública e a segurança pública, a administração da Justiça --- onde 
Remédios Constitucionais 
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as carreiras de Estado, cujos membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de 
exação tributária --- e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos servidores 
alcançados por esse direito. Serviços públicos desenvolvidos por grupos armados: as 
atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para esse efeito, às dos 
militares, em relação aos quais a Constituição expressamente proíbe a greve [art. 142, § 
3º, IV]. 4. No julgamento da ADI 3.395, o Supremo Tribunal Federal, dando interpretação 
conforme ao artigo 114, inciso I, da Constituição do Brasil, na redação a ele conferida 
pela EC 45/04, afastou a competência da Justiça do Trabalho para dirimir os conflitos 
decorrentes das relações travadas entre servidores públicos e entes da Administração à 
qual estão vinculados. Pedido julgado procedente. (STF - Rcl: 6568 SP , Relator: Min. 
EROS GRAU, Data de Julgamento: 21/05/2009, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 
incDJe-181 DIVULG 24-09-2009 PUBLIC 25-09-2009 EMENT VOL-02375-02 PP-00736) 
 
(13) (FGV 2012 PC MA) Acerca do direito de greve dos servidores públicos, analise as 
afirmativas a seguir. 
I. Caso o servidor público venha a aderir a greve, é facultado a Administração efetuar o 
desconto na remuneração pelos dias não trabalhados. 
II. Embora o Supremo Tribunal Federal tenha concretizado o direito de greve
do servidor 
público, acabou por fixar entendimento que os policiais civis não têm direito de fazer 
greve. 
III. A participação de servidor público em estágio probatório em movimento grevista, 
acarreta a sua exoneração, visto que o mesmo não detém estabilidade. 
Assinale: 
 a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
 b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
 c) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas. 
 d) se somente a afirmativa III estiver correta. 
 e) se somente a afirmativa II estiver correta. 
Comentários: A. 
 
3.1 Legitimação ativa 
Qualquer pessoa natural ou jurídica pode impetrar MI. 
Existe MI coletivo e será impetrado pelas mesmas pessoas legitimadas para a 
impetração do MS coletivo. 
 
3.2 Legitimação passiva 
Em regra é o Poder Legislativo, mas excepcionalmente poderá ser o Poder Executivo 
já que algumas leis são de iniciativa privativa do Presidente da República. 
Remédios Constitucionais 
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Segundo o STF, o polo passivo do MI só poderá ser composto por entes públicos não 
se admitindo a formação de litisconsórcio passivo necessário ou facultativo entre 
autoridades públicas e pessoas privadas. 
Art. 61, §1º CF: São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; 
II - disponham sobre: 
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica 
ou aumento de sua remuneração; 
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços 
públicos e pessoal da administração dos Territórios; 
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, 
estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 
1998) 
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como 
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o 
disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, 
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela 
Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
 
3.3 Quem concede? 
a) Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, q; 102, II, a). 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for 
atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal 
de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal 
Federal; 
 
Art. 102, II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção 
decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; 
 
b) STJ (art. 105, I, h) 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
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h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for 
atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou 
indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos 
da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
 
c) TSE (art. 121,§4º) 
Art. 121, § 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso 
quando: 
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; 
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; 
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou 
estaduais; 
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou 
estaduais; 
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de 
injunção. 
 
d) TJ (art. 125, §1º) 
Art. 125, § 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, 
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. 
 
Importante!!! 
A competência para processamento e julgamento de MI irá ser definida conforme 
autoridade responsável pela edição da norma faltosa. 
 
(14) (CESPE - TRT 9ª - Analista). Para o STF, decisão proferida nos autos do mandado de 
injunção poderá, desde logo, estabelecer a regra do caso concreto, de forma a viabilizar 
o exercício do direito a liberdades constitucionais, a prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania, afastando as conseqüências da inércia do 
legislador. 
Comentários: C. 
 
15. (CESPE – AGU) O mandado de injunção é instrumento a ser utilizado para 
viabilização de direito assegurado em lei, mas sem a regulamentação das autoridades 
competentes. 
Comentários: E. O MI visa garantir o exercício do direito que já existe. 
 
Remédios Constitucionais 
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(16) (CESPE – PGM-RR). A previsão constitucional de regras diferenciadas de 
aposentadoria para quem exerça atividades sob condições especiais que prejudiquem a 
sua saúde ou a sua integridade física carece de regulamentação infraconstitucional. Por 
essa razão, caso a regulamentação não seja produzida, os servidores que exerçam 
atividades nocivas podem solicitar a aplicação, por analogia, das regras do regime geral 
de previdência. 
Comentários: C. 
 
(17) (FCC – TRT 20ª) Em 2004, professores da rede pública de ensino municipal de João 
Pessoa paralisaram suas atividades, como meio de protesto contra as condições em que 
as exerciam, o que veio a ser considerado ilegal pelo Tribunal de Justiça do Estado da 
Paraíba. Diante dessa situação, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do 
Município de João Pessoa (SINTEM) impetrou mandado de injunção perante o Supremo 
Tribunal Federal (STF), requerendo que fosse suprida a omissão do Poder Público, na 
regulamentação do exercício do direito de greve dos servidores públicos, mediante a 
elaboração de uma norma para o caso concreto, a fim de viabilizar o exercício do direito 
de greve por parte dos servidores associados ao sindicato impetrante. 
Nesse caso, considerada a disciplina constitucional da matéria e a jurisprudência do STF 
a esse respeito, o mandado de injunção: 
 a) é o instrumento adequado para a tutela do direito pretendido, o SINTEM está 
legitimado para sua propositura e o STF é o Tribunal competente para analisar o pedido. 
 b) é o instrumento adequado para a tutela do direito pretendido, assim como o SINTEM 
está legitimado para sua propositura,
mas o STF não é o Tribunal competente para 
analisar o pedido. 
 c) é o instrumento adequado para a tutela do direito pretendido, assim como o STF é o 
Tribunal competente para analisar o pedido, mas o SINTEM não está legitimado para sua 
propositura. 
 d) não é o instrumento adequado para a tutela do direito pretendido, embora o SINTEM 
esteja legitimado para promover a defesa judicial de direitos de partes de seus 
servidores e o STF seja o Tribunal competente para analisar pedido dessa natureza. 
 e) não é o instrumento adequado para a tutela do direito pretendido, nem está o 
SINTEM legitimado para promover a defesa judicial de direitos de partes de seus 
servidores, tampouco seria o STF competente para analisar pedido dessa natureza. 
Comentários: A. O tribunal competente para analisar o pedido é o STF porque o direito 
de greve é regulamentado pela CF e quem é responsável pela produção da lei é o CN. 
 
4. Ação popular 
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
Remédios Constitucionais 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência; 
O impetrante da ação popular é qualquer cidadão (capacidade eleitoral). 
Seja ação de improbidade administrativa seja ação popular não há foro por 
prerrogativa de função. 
Se o autor da ação popular dela desiste o Ministério Público poderá dar 
prosseguimento. 
A ação popular constitui instrumento da democracia direta e participação política. 
Visa proteger a res pública. 
Em caso de comprovação de má fé o autor terá que arcar com ônus da sucumbência 
e as custas judiciais. 
A ação popular é julgada, em regra, pelo juiz de 1º grau. Porém, excepcionalmente, o 
STF em situações específicas poderá julgar a ação popular: art. 102, I, f, n CF. 
 
(18) (CESGRANRIO – BACEN 2010) Francisco, cidadão brasileiro, leu no jornal uma 
notícia sobre determinado ato praticado por uma autarquia federal e, considerando-o 
ilegal e lesivo ao patrimônio público, decidiu mover uma ação popular visando à 
anulação deste ato, conforme o art. 5º, LXXIII da Constituição de 1988. Por qual órgão 
do Poder Judiciário brasileiro será julgada esta ação judicial, movida contra essa 
autarquia? 
a) Tribunal de Contas da União. 
b) Supremo Tribunal Federal. 
c) Juiz Federal. 
d) Senado Federal. 
e) Conselho Nacional de Justiça. 
Comentários: B. 
 
(19) (CESPE – TCE – AC) A ação civil pública não é o instrumento adequado ao controle 
de atos lesivos ao meio ambiente. 
Comentários: E. 
 
(20) A ação popular contra o presidente da República deve ser julgada pelo STF. 
Comentários: E. Será julgado pela justiça de 1º grau.

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