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Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 1. Ação Penal .............................................................................................................. 2 1.1 Princípios da ação penal pública e da ação penal privada ............................... 2 Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br 1. Ação Penal O inquérito policial somado à Ação Penal é chamado de persecutio criminis, que é a atividade feita pelo estado para solucionar o crime. A ação penal, salvo considerações de algumas correntes diversas, é considerada o direito de punir, sendo que esse um direito público, subjetivo, autônomo e abstrato. É um direito público, pois quem irá punir o criminoso é o Estado, na figura do estado- juiz. É um direito subjetivo pois apenas irá surgir o direito de punir se houver uma violação à norma, e esse direito de punir é o que a doutrina chama de jus puniendi. É um direito autônomo porque não tem vinculação com o direito penal, ou seja, o direito processual não está vinculado ao direito material. É um direito abstrato porque vale para todas as pessoas em todas situações. Observação: Alguns autores não entendem que a ação penal seja um direito, mas sim um dever-poder, pois é dever do estado punir alguém quando ele comete um crime. A doutrina elenca seis tipos de ações penais: 1) Pública Incondicionada, que é a regra do sistema. É aquele crime que ofende a sociedade como um todo. É iniciada por uma denúncia proposta pelo Ministério Público. Exemplo: homicídio. 2) Pública condicionada, que pode ser condicionada à representação (Exemplo: estupro) ou condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 3) Privada, que é aquela que ofende o particular. Ele será chamado de querelante e irá oferecer uma queixa crime. Exemplo: injúria. 4) Personalíssima 5) Privada subsidiária da pública 6) Concorrente 1.1 Princípios da ação penal pública e da ação penal privada Princípios Ação Penal Pública Intranscendência Obrigatoriedade Indisponibilidade Divisibilidade e indivisibilidade Ação Penal Privada Intranscendência Facultatividade ou oportunidade Disponibilidade Indivisibilidade Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br Tanto na ação penal pública como na ação penal privada há o princípio da intranscendência, que informa que os efeitos do processo não podem ultrapassar a pessoa do réu. Exemplo: Fernandinho Beiramar é um traficante do Rio de Janeiro, que foi condenado no Rio de Janeiro. No entanto, ele começou a cumprir pena em um presídio federal em Rondônia. Então, o seu advogado alegou que isso feria o princípio da intranscendência, pois além de ser presidiário o Fernandinho Beiramar é pai e manda-lo para Rondônia para cumprir a pena feriria o princípio da intranscendência porque privaria o seu filho de lhe visitar. Então, analisando o caso, o STF disse que entre o princípio da intranscendência e a segurança nacional deveria prevalecer a segurança nacional, e por isso, mantiveram Fernandinho Beiramar em Rondônia. O princípio da obrigatoriedade está presente na ação penal pública. Quando o inquérito penal é finalizado, ele deve ser mandado para o Ministério Público, que será obrigado a oferecer denúncia, caso haja justa causa. O princípio da obrigatoriedade vigora antes de iniciada a Ação Penal, então, se antes da ação penal iniciar o MP entender que houve crime, ele é obrigado a oferecer denúncia desde que haja justa causa. Outro princípio da Ação Penal Pública é o princípio da indisponibilidade, isso significa que quando o Ministério Público propõe a Ação Penal, ele não pode desistir. Esse princípio vigora depois de iniciada a ação penal. É possível vislumbrar esse princípio nos artigos. 42 e 576, CPP. Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. Observação: Na ação penal pública o Ministério Público é sempre fiscal da lei (custus legis), isso significa que o promotor de justiça sempre poderá pedir a absolvição do réu, quando ele achar que ele é inocente, mas isso não significa que quando ele está pedindo a absolvição ele esteja desistindo do processo, muito pelo contrário, quando o promotor pede a absolvição ele está promovendo a justiça. Além disso, mesmo o MP pedindo a absolvição, como a ação penal é indisponível, o juiz pode vir a condenar o réu. Em relação à ação penal privada, um dos princípios que lhe é aplicado é o da facultatividade ou da oportunidade, pois o ofendido pode ou não iniciar a ação penal. É um princípio que vigora antes de iniciada a ação penal privada. Além disso, também há o princípio da disponibilidade, que significa que uma vez ingressada com a ação penal, o querelante poderá desistir, esse princípio vigora depois de iniciada a ação penal. Na Ação penal privada vigora o princípio da indivisibilidade, que significa que se houver mais de um ofensor, deve-se ingressar contra todos. Na ação penal privada, ele não é obrigado a entrar com a ação penal, mas se ingressar, deve ingressar contra todos os ofensores, pois ele não pode utilizar a ação penal como forma de vingança. Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br Na ação penal pública, conforme o STF, vigora o princípio da divisibilidade, em três situações: 1) quando a investigação estiver em estágio diferente e o princípio da indivisibilidade poderia prejudicar. Exemplo: três pessoas assaltaram um banco. Dois deles foram presos, no entanto, um fugiu e, como não é possível saber quando ele será encontrado, isso poderia prejudicaria o julgamento dos outros dois réus e o andamento do pro, então, é possível ingressar com a ação apenas contra os dois que estão presos; 2) Transação penal. No jecrim é possível haver conciliação entre as partes. Isso significa que é possível o promotor oferecer na audiência preliminar um acordo. No entanto, uma pessoa apenas pode ser beneficiada pela transação penal a cada cinco anos. Assim, por exemplo, se duas pessoas cometerem um crime juntas e apenas uma delas puder aceitar um acordo no JECRIM e a outra não, então, apenas contra aquela que não pode aceitar o acordo será oferecida a denúncia. 3) Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas). Nas organizações criminosas é muito comum que exista a delação premiada. Essa lei autoriza que o MP deixe de oferecer denúncia se a primeira pessoa que delatar, se não for o líder. Portanto, o STF disse que na ação penal pública vigora o princípio da divisibilidade, e a indivisibilidade é uma decorrência do princípio da obrigatoriedade.
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