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Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 2. Competências ......................................................................................................... 2 2.1 Lugar da infração .............................................................................................. 4 Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br 2. Competências a) Lugar da infração b) Domicílio do réu c) Prevenção d) Distribuição e) Natureza da infração f) Foro de prerrogativa de função g) Conexão e continência Não se deve confundir competência com jurisdição. A teoria geral do processo se fundamenta em três pilares: jurisdição, ação e processo. Jurisdição é um poder-dever do Estado de dizer o direito. A ação é o direito de provocar a jurisdição. O processo é o instrumento através do qual o Estado irá dizer a jurisdição. Os interesses são ilimitados, no entanto os bens são limitados. Então pode ocorrer que sobre um mesmo bem haja mais de um interesse, ocorrendo um conflito de interesses, e quando isso acontece aparece a lide, que é quando existe um conflito de interesses, qualificada pela pretensão resistida. Há duas posições sobre o que seria a lide: A) para alguns autores, a jurisdição é a justa composição da lide. Algumas pessoas falam que não existe lide no processo penal, pois o MP não é órgão de acusação, mas fiscal da lei, então, a lide seria acidental e não essencial. B) para outros autores, jurisdição é a aplicação concreta da lei. Observação: Ada Pellegrini mistura os dois conceitos, afirmando que a jurisdição é a aplicação concreta da lei com a justa composição da lide. Jurisdição é o poder-dever do Estado de dizer o direito quando ele é provocado através de uma ação penal e o instrumento que ele se utiliza é o processo. Para alguns a jurisdição é o poder-dever que o Estado tem de fazer a justa composição da lide, para outros é a aplicação concreta da lei. A jurisdição possui algumas características: 1ª) Aderência, que significa que a sentença do juiz adere no território nacional, ela vale em todo o território nacional; 2ª) A jurisdição é inerte, pois alguém deve provocar o Estado para que a jurisdição seja exercida; 3ª) A jurisdição tem natureza substitutiva, pois quando o juiz sentencia, ele está substituindo a vontade das partes e sentenciando da forma mais justa o possível; Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br 4ª) princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, isso significa que todas as questões podem ser levadas ao judiciário; 5ª) Ainda há o princípio da inevitabilidade, pois a sentença irá atingir as pessoas quer elas queiram, quer não; 6ª) princípio da improrrogabilidade, significa que não é possível ampliar a jurisdição para outros poderes, ela deve ser exercida pelo judiciário; 7ª) A jurisdição é indelegável, pois não pode transferida para outros poderes; 8ª) A jurisdição é una e indivisível; A competência é pressuposto de validade processual. Ela é um conjunto de critérios utilizados para fixar a jurisdição e para auxiliar a otimizar a prestação jurisdicional. Esses critérios têm que ser previamente definidos na lei. Além disso, a competência é previa, ou seja, a constituição veda o juízo ou o tribunal de exceção e isso significa que se uma pessoa comete um crime hoje, já existe um órgão competente para julgar. Ademais, jamais um tribunal pode ser criado para julgar um fato determinado. Os critérios estão previstos no art. 69, CPP. DA COMPETÊNCIA Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: I - o lugar da infração: II - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; VII - a prerrogativa de função. Um processo apenas é válido se o juiz for competente. Processos feitos por juízes incompetentes são inválidos. Competência é um critério fixado pela lei para que não haja tribunal de exceção. Os critérios estão no art. 69, CPP. No entanto, a Constituição Federal também estabeleceu critérios: 1º) competência de jurisdição ou internacional (art. 7º e 5º, CP). 2º) segundo critério é a competência do STF (art. 102, CF) e do STJ (art. 105, CF), que estão previstas na Constituição Federal. 3º) Competência da justiça comum e da justiça especial, o CPP aborda justiça comum e a especial é a eleitoral, militar, a trabalhista. A justiça eleitoral julga os crimes eleitorais. A militar julga os crimes militares. A trabalhista não julga crimes trabalhistas. Então, se for um crime de jurisdição brasileira, que não é de competência do STF nem do STJ, e também não seja de competência da justiça eleitoral nem da militar, será regulamentado pelo CPP. Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br 2.1 Lugar da infração Deve-se observar se o crime foi consumado ou se foi tentado. Se o crime foi consumado, então houve a produção de resultado e ele será julgado onde houve o resultado. Se o crime foi tentado, ele irá ser julgado no lugar do último ato executório. O crime tem um lugar da ação ou omissão e tem um lugar do resultado. Exemplo: uma pessoa é baleada na rua, mas morre no hospital em outra cidade. A doutrina fala em crimes plurilocais, crimes a distância e crimes no exterior. O crime plurilocal é quando a ação, omissão e o resultado são em comarcas diferentes. O crime a distância é o crime em que a ação ou omissão ocorre no Brasil e o resultado em outro país, ou vice e versa. Se for um crime cuja ação ou omissão ocorreu no Brasil e o resultado se deu no exterior, será julgado no último lugar do último ato executório no Brasil. Se for um crime que teve a ação ou omissão no exterior e o resultado se deu no Brasil, será no local em que o resultado se produziu ou se deveria produzir resultados. O crime no exterior é um crime realizado fora do Brasil e que teve o seu resultado fora do Brasil. Ele será julgado no Brasil. Exemplo: crime contra o presidente da república, crime praticado contra brasileiro. Aqui o critério é o domicílio em que a pessoa teve no brasil e se não tiver, será no DF.
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