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38348685-competencia - Direito Processual Penal - 2020GRAN CURSOS

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL 
PENAL
Competência
Livro Eletrônico
2 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Apresentação . ............................................................................................................................4
Competência. ..............................................................................................................................5
Introdução ...................................................................................................................................5
Jurisdição ....................................................................................................................................5
Princípios ....................................................................................................................................6
Investidura . ................................................................................................................................6
Indelegabilidade . .........................................................................................................................7
Inafastabilidade . .........................................................................................................................7
Inevitabilidade . ...........................................................................................................................8
Correlação . ................................................................................................................................8
Competência. ..............................................................................................................................9
Conceito . .....................................................................................................................................9
Competência Material ................................................................................................................9
Competência Funcional . ............................................................................................................9
Competência em Razão da Matéria . ...................................................................................... 13
Competência pelo Lugar da Infração .................................................................................... 15
Crimes Tentados . ..................................................................................................................... 18
Crimes Permanentes . ............................................................................................................. 18
Crimes à Distância . .................................................................................................................. 18
Crimes Praticados Fora do Território Nacional . .................................................................. 18
Crimes Praticados a Bordo de Embarcação ou Aeronave . ................................................ 19
Crime Praticado em Local incerto na Divisa de duas Comarcas . ...................................... 19
Competência pelo Domicílio ou Residência do Réu . ............................................................ 19
***
C
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SO
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A
CO
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C
U
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SO
S
divisão
de custos
ClIqUe PaRa InTeRaGiR
Facebook
Gmail
Whatsapp
3 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Foro de Eleição nas Ações Penais Privadas . ...................................................................... 20
Competência pela Natureza da Infração . ............................................................................ 20
Justiça Militar . ........................................................................................................................ 20
Justiça Eleitoral . ......................................................................................................................22
Competência da Justiça Federal. ............................................................................................22
Conexão e Continência . ...........................................................................................................23
Competência Ratione Personae .............................................................................................26
Resumo .....................................................................................................................................29
Questões de Concurso . ...........................................................................................................32
Gabarito . ...................................................................................................................................57
Gabarito Comentado . ............................................................................................................. 58
***
4 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
ApresentAção
Querido(a) aluno(a), é com muito carinho e com extrema dedicação que apresento a vo-
cês o pdf de competência, da disciplina Direito Processual Penal. Nele, iremos trabalhar esse 
tema tormentoso, que muitos alunos desistem de estudar, mas que, com paciência e dedica-
ção, conseguiremos estudar e gabaritar qualquer questão sobre o assunto.
Meu nome é Geilza Diniz sou formada pela UFRR, Mestra em Direito pela UFPE e Doutora 
em Direito pelo UniCeub. Juíza do TJDFT desde 2003, aprovada em 1º lugar, com a maior 
nota final no concurso, em toda a história do Tribunal. Fui juíza do TJRR e fui ainda aprovada 
no concurso de Consultor Legislativo do Senado, Procurador do Banco Central, Advogada da 
União, dentre outros.
***
5 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
COMPETÊNCIA
Introdução
Um dos estudos mais complicados na disciplina direito processual penal é o que vamos 
estudar agora. Apesar de complexo, cheio de detalhes e com constantes alterações legais e 
jurisprudenciais, é um estudo que recomendamos que o aluno enfrente com coragem, pois cai 
muito em concurso.
Nosso estudo será baseado em doutrina, na lei, na jurisprudência e em muitas questões 
de concurso, com maior enfoque no que tem sido mais cobrado nos concursos e com o cui-
dado de ajudar você a montar uma boa base nessa matéria.
JurIsdIção
Ao pensarmos em jurisdição, o conceito nos remete à resolução de conflitos entre pes-
soas. Os conflitos podem ser resolvidos de diversas maneiras, não apenas pela jurisdição. A 
jurisdição é apenas um dos mecanismos de resolução de conflitos. Segundo Carnelucci, em 
seu clássico conceito, a lide é um conflito de interesses qualificada por uma pretensão resis-
tida e é a partir desse conflito que surge a necessidade de resolução.
Autotutela, as próprias partes, de forma violenta, vêm a resolver um conflito. Hoje, isso é 
tratado como crime, o crime de exercício arbitrário das próprias razoes. Na autotutela as par-
tes resolvem o conflito, portanto, por meio da força bruta. Olho por olho, dente por dente. Hoje, 
o Estado é que deve resolver esses conflitos, quando não puderem ser resolvidos de forma 
harmônica pelos particulares. 
A segunda modalidade de resolução de conflitos é a autocomposição. Nela, as próprias 
partes, de forma pacífica, compondo e resolvendo o seu conflito, conseguem a solução do 
mesmo. Aqui já não se tem mais força bruta, mas sim composição.
Tem-se ainda a renúncia, quando após um conflito, uma das partes prefere renunciar ao 
seu direito para colocar fim ao conflito.
Tem-se ainda a submissão da vontade de um dos conflitantes à vontade do outro e tem-
-se ainda a transação, em que cada parte resolve abrir mão de parte de seu direito para transigir 
***
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Geilza Diniz
Competência
DIREITOPROCESSUAL PENAL
com a outra. Todas essas formas são formas de resolução de conflitos sem a intervenção do 
poder judiciário.
Algumas vezes, haverá a heterocomposição, quando as partes não puderam, por si sós, 
resolver o conflito que havia entre elas, sendo necessário que outra pessoa, alguém de fora, 
componha o conflito, alcance a paz social.
O objetivo, o escopo da jurisdição será trazer de volta a paz social que foi rompida, no caso 
do direito processual penal, pela prática de uma infração. A jurisdição é o poder-deve dado 
aos juízes para dizer o direito.
Jurisdição é dizer o direito, vem do latim juris (direito) e dicere (dizer). Assim, a jurisdição 
é o poder do Estado de dizer o direito no caso concreto.
Em nossa Constituição, temos as seguintes previsões:
Art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção.
Esse dispositivo, que está no rol dos direitos fundamentais, nos demonstra que é cláusula 
pétrea que, quando ocorre um crime, é direito do autor do crime saber quem irá lhe julgar, um 
juízo ou tribunal existente e previsto antes mesmo da prática do ilícito, sendo vedado o juízo 
ou tribunal de exceção, ou seja, juízo ou tribunal criado após a prática do ilícito. Não pode 
haver juízo ou tribunal criado post factum. Essa previsão é feita segundo as regras de com-
petência. Cesare Beccaria, no livro “Dos delitos e das penas”, é uma grande referência sobre 
esse tema.
Art. 5º, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
Nesse dispositivo, o legislador constituinte já fala da competência como um direito fun-
damental, o que vai obedecer às regras constitucionais e regras legais, de organização judici-
ária, sobre a competência para processo e julgamento das infrações penais.
prIncípIos
InvestIdurA
O primeiro princípio da jurisdição é o da investidura. Para que se exerça a jurisdição, para 
que se diga o direito, é necessário que se esteja regularmente investido no cargo. Em regra, a 
***
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Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
investidura se dá por concurso público de provas e títulos. Mas pode se dar, também, por meio 
de outros provimentos, como o quinto constitucional e a forma de investidura dos membros 
dos tribunais.
IndelegAbIlIdAde
Não se pode delegar a outro órgão o poder de julgar, que é ínsito ao poder judiciário. As 
exceções permitidas são apenas as previstas constitucionalmente, como, por exemplo a pre-
visão do julgamento feito pelo Senado, nos casos de crimes de responsabilidade, que são 
considerados por alguns doutrinadores como jurisdição atípica:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilida-
de, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica 
nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles.
Parte da doutrina aponta as cartas precatórias, de ordem e rogatória como exceção à 
indelegabilidade, porque o juiz ou tribunal delegaria a outro juiz ou tribunal a prática de ato 
inerente ao feito original. Todavia, ao nosso sentir, trata-se de delegação de competência para 
determinado ato e não de delegação de jurisdição. No mesmo sentido entende Paulo Rangel 
em “Direito Processual Penal”, pg. 321.
Juiz Natural
A cláusula constitucional já vista e inserta no inciso LVII do art. 5º nos traz que a exis-
tência de um juiz natural, previsto anteriormente à prática da infração penal, é uma cláusula 
pétrea ínsita ao conceito de jurisdição. Também faz parte desse princípio a vedação da exis-
tência de juízo ou tribunal de exceção.
InAfAstAbIlIdAde
Segundo a CF, inciso XXXV, a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ame-
aça a direito, isso porque o acesso à justiça também é direito fundamental. Assim, o judiciário 
aprecia lesões ou ameaças a direito, não podendo isso ser afastado sequer em virtude de lei.
***
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Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
InevItAbIlIdAde
Também chamado de irrecusabilidade, esse princípio significa que a jurisdição não se 
submete à vontade das partes, ou seja, as partes não podem escolher se irão ou não se sub-
meter à jurisdição, pois ela se impõe, o que é ainda mais presente no direito processual penal.
correlAção
Princípio também chamado de simetria ou congruência e que se relaciona com a inércia 
da jurisdição, significa que não pode haver julgamento citra, ultra ou extra petita. O juiz fica 
adstrito ao que lhe foi pedido.
No processo penal, o princípio da simetria é mais bem estudado no tópico da sentença 
criminal e tem a peculiaridade de que se relaciona não ao pedido formulado na denúncia ou 
queixa, mas sim aos fatos. O réu se defende dos fatos.
Características
Inércia
O juiz não pode dar início ao processo penal, não ajuíza ação penal, ele se submete à ne-
cessidade de provocação das partes.
Substitutividade
A jurisdição é um dos métodos de resolução dos conflitos, substituindo a atividade 
das partes.
Lide
Conforme Carnelucci, trata-se de um conflito de interesses caracterizado por uma preten-
são resistida. É preciso esse conflito para que a lide se submete à jurisdição. Sem resistência, 
não tem lide. No processo penal, há lide e a pretensão é necessariamente resistida.
Imutabilidade
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Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
O CPC veio trazer a noção de coisa julgada inconstitucional e a imutabilidade da coisa 
julgada passou a ganhar uma dimensão ainda maior. No processo penal, por causa da possi-
bilidade de revisão criminal, a imutabilidade da coisa julgada tem uma dimensão menor.
competêncIA
conceIto
A competência é uma medida da jurisdição que é atribuída a cada juiz. Todo juiz possui 
jurisdição, mas nem todo juiz possui competência. O juiz deve ser, além de competente, o juiz 
natural e imparcial, com definição nas leis e regras de organização judiciária.
O art. 69 do CPP contém as principais regras de competência no direito processual penal:
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
I – o lugar da infração:
II – o domicílio ou residência do réu;
III – a natureza da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
VII – a prerrogativa de função.
competêncIA mAterIAl
Analisando o artigo acima descrito, temos competência material assim delimitadas:
• Competência ou critério “ratione materiae”: art. 69, inciso III, do CPP – natureza da in-
fração, como, por exemplo, os crimes eleitorais;
• Competência ou critério “ratione personae”: art. 69, inciso VII, do CPP – prerrogativa 
de função;
• Competência ou critério “ratione loci”: art. 69, incisos I e II, do CPP;
Esses são os critérios, portanto, para definir que a competência é material.
competêncIA funcIonAl
Quando se fala em competência funcional, leva-se em consideração o juiz:
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Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Fase do procedimento:
Exemplo: juiz das garantias, juiz da condenação, juiz da execução – competência funcional hori-
zontal.
• Objeto do juízo:
Exemplo: júri, no qual temos a competência do colegiado e a competência do juiz presidente 
– competência funcional horizontal.
• Grau de jurisdição: competência funcional vertical.
Veja uma tabela com as principais distinções entre competência absoluta e competência 
relativa:
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
Não admite prorrogação Permite prorrogação
Firmada em função do interesse público Interesse primordial das partes
Pode ser arguida em qualquer tempo e grau de 
jurisdição
Há momento certo para arguir, sob pena de 
preclusão
Sua violação implica em nulidade absoluta Sua violação implica em nulidade relativa
Na competência absoluta, não se admite prorrogação, por exemplo,em face da conexão 
ou continência. É necessário o desmembramento ou que o juiz que tem a competência abso-
luta exerça a “vis atrativa”.
A competência absoluta é firmada especialmente em face de um interesse público para a 
fixação da competência, como por exemplo o melhor local para a colheita da prova, enquanto 
a relativa é firmada levando em consideração primordialmente o interesse das partes.
Como regra geral, se violada a competência absoluta, haverá nulidade absoluta, enquanto 
na competência relativa, se violada, ocorrerá nulidade relativa. Falamos, no primeiro caso, 
como regra geral, porque os tribunais têm adotado a teoria da relativização das nulidades 
processuais, de forma que, mesmo que a nulidade fosse absoluta, só se proclama a nulidade 
se houver efetivo prejuízo. De toda maneira, é importante saber a diferença teórica.
***
11 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
A Súmula 33 do STJ determina que a incompetência relativa não pode ser declarada de 
ofício. Prevalece na doutrina o entendimento de que essa súmula tem aplicação somente 
para o processo civil, ou seja, para o processo penal a incompetência relativa pode ser decla-
rada de ofício.
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUÍZOS FEDERAIS LIGADOS A TRFs DIFEREN-
TES. AÇÃO PENAL. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO EM PROVEITO PRÓPRIO. COMPE-
TÊNCIA TERRITORIAL RELATIVA. ARGUIÇÃO DE OFÍCIO, SEM PRÉVIA PROVOCAÇÃO DO 
MP E ANTES DO OFERECIMENTO DE DEFESA PRÉVIA PELO RÉU: IMPOSSIBILIDADE. 
ENUNCIADO DA SÚMULA 33 DO STJ.
1. Embora o Código de Processo Penal seja omisso no tocante à competência relativa, 
seu art. 3º admite a utilização de “interpretação extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais de direito”. Como decorrência, mostra-se per-
feitamente possível aplicar o Código de Processo Civil, para, de forma subsidiária, reco-
nhecer a possibilidade de modificação de competência em razão do território (art. 102 
do CPC), assim como a perpetuação da jurisdição (art. 87 do CPC), caso a competência 
relativa não seja arguida a tempo e modo.
2. O questionamento sobre o Juízo Federal competente para julgar ação penal em que 
o réu é acusado de ter cometido estelionato previdenciário em proveito próprio envolve 
apenas competência territorial relativa, já que a competência absoluta da Justiça Fede-
ral para o julgamento da ação penal não é posta em dúvida.
3. A competência em razão do local é relativa, não podendo ser decretada de ofício. 
Enunciado 33 da Súmula do STJ. Precedentes desta Corte.
4. Conflito negativo conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da 4ª Vara 
Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro/RJ, o suscitado.
(CC 134.272/RO, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, TERCEIRA SEÇÃO, jul-
gado em 14/10/2015, DJe 02/12/2015)
Veja que é um precedente recente, aplicando a Súmula 33 do STJ ao processo penal. Não 
é, todavia, um assunto pacífico.
Outra questão importante: o art. 567 do CPP prevê que a incompetência do juízo anula so-
mente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido 
***
12 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
ao juiz competente. Todavia, ao julgar o HC 83006/SP, o STF reconheceu a possibilidade de 
ratificação, pelo juízo competente, inclusive dos atos decisórios:
HABEAS CORPUS. DENÚNCIA. MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. RATIFICAÇÃO. PRO-
CURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA. INQUÉRITO NO ÂMBITO DO STF. LEI N. 8.038/90. 1. 
“Tanto a denúncia quanto o seu recebimento emanados de autoridades incompetentes 
rationae materiae são ratificáveis no juízo competente”. Precedentes. 2. Caso em que a 
notificação para a apresentação de resposta (art. 4º da Lei n. 8.038/90), fase anterior ao 
julgamento em que o Tribunal deliberará pelo recebimento ou rejeição da denúncia (art. 
6º da Lei n. 8.038/90), não permite se inferir que tenha o relator do inquérito ratificado o 
ato de recebimento da denúncia, exarado pelo juízo de origem. 3. Alegações formuladas 
a respeito da inépcia da denúncia que, além de demandarem o exame de provas, insus-
cetível de realização em sede de habeas corpus, inserem-se no âmbito da deliberação a 
ser realizado oportunamente pelo Tribunal em julgamento que está previsto no art. 6º da 
Lei n. 8.038/90. Ordem indeferida.
(HC 83006, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 18/06/2003, DJ 
29-08-2003 PP-00030 EMENT VOL-02121-17 PP-03374)
Assim, o STF amplia o teor do art. 567 do CPP, possibilitando que o juiz competente, ao 
receber o processo do juiz incompetente, possa ratificar todos os atos decisórios ou não. Fica 
a questão, todavia, se seria possível ratificar toda a instrução, considerando o princípio da 
identidade física do juiz. Nosso posicionamento é no sentido de que mesmo a instrução po-
deria ser ratificada, havendo uma flexibilização ao princípio mencionado. Isso porque aquele 
juiz que fez a instrução era incompetente, de forma que o juiz competente é quem realmente 
deve proferir a sentença.
Para fixar a competência, algumas perguntas devem ser respondidas, na ordem:
1. Justiça comum ou especial?
2. Há foro por prerrogativa de função?
3. Qual o foro competente? (comarca ou circunscrição)
4. Qual o juízo competente? (vara)
***
13 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
O art. 70 do CPP traz regras sobre a competência, determinando que a regra de competên-
cia, no processo penal, é fixada pelo lugar em que se consumar a infração e, alternativamente, 
no caso de tentativa, pelo lugar em que foi praticado o último ato de execução.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, 
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência 
será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o 
juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resul-
tado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a juris-
dição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a 
competência firmar-se-á pela prevenção.
Veja que temos o critério do último ato da execução tanto para a tentativa, porque aí não ha-
verá consumação, como ainda para o caso de crime que se consuma fora do território nacional.
Nos artigos 70, §3º, e 71, o CPP traz a competência pela prevenção. Firma-se a compe-
tência a partir do juiz que decidiu primeiro no processo ou inquérito. A competência pela pre-
venção ocorrerá quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando 
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção e no caso de infração continuada ou 
permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições.
Feitas essas primeiras observações, vamos agora analisar a competência em razão da 
matéria.
competêncIA em rAzão dA mAtérIA
Ao começar a estudar competência, vimos que devemos perguntar se a competência é 
comum ou especial. Como exemplos da justiça especial, temos a justiça eleitoral, militar e 
jurisdição política ou atípica, nos crimes de responsabilidade. Tudo o que não for justiça es-
pecial será justiça comum.
Obs.: � Lembre-se de que justiça federal é justiça comum e não especial.
***
14 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Na justiça comum, teremos a justiça estadual e federal, sendo que a competência da jus-tiça federal é delimitada pelo art. 109 da CF, que prevê a competência quando o crime envolver 
bens, serviços ou interesses da União, autarquias federais e empresas públicas federais.
A súmula 38 do STJ disciplina que compete à justiça estadual comum, na vigência da Cons-
tituição de 1988 o processo e julgamento das contravenções penais, ainda que praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesses da União, autarquias federais e empresas públicas 
federais. Assim, a justiça federal não julga contravenções, os chamados crimes anões.
A Súmula 42 do STJ determina que os crimes contra bens, serviços ou interesses de so-
ciedade de economia mista federal são de competência da justiça estadual.
Um caso muito interessante diz respeito à súmula 91 do STJ, que dizia que os crimes con-
tra a fauna são de competência da justiça federal. Posteriormente, essa súmula foi cancelada, 
passando a ser da competência da justiça estadual os crimes contra a fauna.
Mas cuidado!!!!
Todavia, o STF entende que caberá à justiça federal julgar crime ambiental que envolva ani-
mais silvestres, animais ameaçados de extinção, espécimes exóticos ou animais protegidos 
por compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, desde que haja caráter transnacional.
Segundo a Súmula 122 do STJ, compete à justiça federal o processo e julgamento unifica-
do dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regrado do art. 
78, II, a, do CPP. Por esse artigo, haveria preponderância do local da infração com pena mais 
grave. Qual o motivo disso? O fato de que a competência da justiça federal ter sede constitu-
cional. Logo, havendo crimes conexos de competência da justiça estadual e federal, por conta 
da sede constitucional, a justiça federal exercerá a “vis atrativa”.
Segundo a Súmula 140 do STJ, compete à justiça comum estadual processar e julgar o 
crime em que o indígena figure como autor ou vítima. Logo, se houver um indígena, seja como 
réu ou como vítima, ele deve ser tratado como qualquer outro. Para atrair a competência da 
justiça federal, teria que envolver toda uma questão indígena.
***
15 de 107https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
competêncIA pelo lugAr dA InfrAção
Como vimos, o art. 70 do CPP fixa as principais regras a respeito da competência pelo lu-
gar da infração, trazendo a regra geral de fixação de competência pelo local da consumação 
do crime. Vejamos algumas situações que costumam ser cobradas em concurso, acerca da 
fixação da competência por meio dessa regra.
HOMICÍDIO: a consumação do homicídio se dá no local da morte, sendo competente o 
tribunal do júri da comarca em que ocorreu o resultado morte, portanto. Todavia, quando a 
vítima é atingida em uma cidade e é levada, ainda viva, para tratamento em outra cidade e lá 
vem a falecer, a competência não será do tribunal do júri do local da morte, mas sim do local 
da ação. Nesse sentido veja o seguinte precedente, do STJ:
Homicídio- vítima atingida em uma cidade que veio a falecer em outra - Competência do 
local onde o crime se consumou Inteligência do artigo 70 do Código de Processo Penal 
A competência é do Juízo onde se consumou a infração, pois é o meio social, que foi 
ferido, na sua normalidade, o que necessita de ser tranquilizado com o conhecimento 
dos responsáveis, pelo crime a aplicação, a eles, da pena apta a readaptá-la a esse meio. 
O Juízo competente para processar e julgar o acusado é da Comarca de Aimorés-MG, 
onde a vítima foi alvejada com tiros de revólver que lhe causaram os ferimentos mortais, 
e não o Juízo da comarca de Vitória-ES, onde em busca de melhor assistência médica 
veio a falecer. (Superior Tribunal de Justiça CC 2104 RT 678/378).
O objetivo desse entendimento é atender a busca da verdade no processo penal, pois a ins-
trução deve ocorrer no local que melhor facilite a colheita das provas, ou seja, o local da ação.
Em suma: nos crimes de homicídio em que a ação ocorre em determinado local e a morte 
em outro, apesar da regra do art. 70 do CPP, a competência será do tribunal do júri do local em 
que ocorreu a ação.
CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO: quando o crime base ocorrer em determinado 
local e o resultado agravador ocorrer em outro, a competência será firmada pelo local em que 
ocorreu o resultado agravador, confira-se:
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Geilza Diniz
Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. LATROCÍNIO. CRIME COMPLEXO. COM-
PETÊNCIA DO LOCAL ONDE FOI VERIFICADO O RESULTADO MORTE. INCOMPETÊNCIA 
RATIONE LOCI. NULIDADE RELATIVA. NECESSIDADE DE SER ARGÜÍDA EM MOMENTO 
PROCESSUAL OPORTUNO. PREJUÍZO À DEFESA NÃO DEMONSTRADO. FORMAÇÃO 
DE QUADRILHA.CRIME PERMANENTE. COMPETÊNCIA FIRMADA POR PREVENÇÃO. 
RECURSO IMPROVIDO.
1. Hipótese na qual a defesa alega que os réus estão sendo processados por juízo 
incompetente, pois o crime apurado consumou-se na Comarca de Dourados/MS, eis 
que a mera subtração do veículo no município de Angélica não teria o condão de fixar a 
competência naquela comarca.
2. Nos crimes qualificados pelo resultado, fixa-se a competência no lugar onde ocor-
reu o evento qualificador, ou seja, onde o resultado morte foi atingido, assim, tendo os 
corpos das vítimas do latrocínio sido encontrados na Comarca de Dourados, e havendo 
indícios de que lá foram executadas, a competência se faz pela regra geral disposta nos 
arts. 69, I e 70, “caput”, do CPP.
3. A incompetência territorial constitui-se em nulidade relativa, sendo impróprio o reco-
nhecimento de qualquer vício, se não suscitado em tempo oportuno - antes de proferida 
a sentença? e se ausente a demonstração de prejuízo à defesa, tendo em vista o princí-
pio pas de nullité sans grief.
4. Em matéria processual não se declara nulidade sem a efetiva ocorrência de prejuízo, 
ou, ainda, quando o ato processual não houver influído na apuração da verdade subs-
tancial, ou na decisão da causa, nos termos do artigo 563 do Código de Processo Penal.
5. Não obstante o fato de a incompetência ratione loci ter sido oportunamente aventada, 
não se vislumbra a demonstração de qualquer prejuízo sofrido pelos recorrentes, o que 
impede a declaração da nulidade, devendo ser perpetuada a competência do Juízo de 
Direito da Comarca de Dourados/MS.
6. No que tange ao delito de formação de quadrilha, crime de natureza permanecente, a 
competência é firmada por prevenção, nos termos do art. 83 do CPP.
7. Recurso improvido.
(RHC 22.295/MS, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/
MG), QUINTA TURMA, julgado em 28/11/2007, DJ 17/12/2007, p. 229)
Em suma: nos crimes qualificados pelo resultado, compete ao juízo do local do resultado 
agravador o processo e julgamento do crime.
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
CRIME DE ESTELIONATO MEDIANTE EMISSÃO DE CHEQUE SEM FUNDOS: o tipo penal 
do art. 171, §2º, VI, do CP foi objeto de duas importantes súmulas, quanto à competência. A 
súmula 521 do STF disciplina que o foro competente para processo e julgamento dos crimes 
de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos é o 
do local em que se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
A Súmula 244 do STJ prevê que compete ao foro do local da recusa processar e julgar o 
crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
Em suma: a competência para processo e julgamento de crime de estelionato mediante 
cheque sem fundos é o do local da recusa pelo banco sacado.
ESTELIONATO MEDIANTE FALSIFICAÇÃO DE CHEQUE: nesse crime, temos a ação de 
uma terceira pessoa, que não o titular do cheque, que falsifica o cheque, em regra a as-
sinatura. Nesse caso, o STJ editou a súmula 48, pela qual “compete ao juízo do local da 
obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante 
falsificaçãode cheque”.
Em suma: estelionato mediante falsificação de cheque – competência do local da obten-
ção da vantagem ilícita.
CONTRABANDO E DESCAMINHO: segundo a súmula 151 do STJ, a competência para o 
processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do 
juízo federal do lugar da apreensão dos bens.
Portanto, o mais importante é a competência da justiça federal para o processo e julga-
mento desses crimes. A questão ganha relevo porque é comum que os produtos do contra-
bando ou descaminho ingressem indevidamente em uma cidade e são apreendidos em outro. 
Nesse caso, a competência será firmada pela prevenção.
Em suma: crimes de contrabando ou descaminho: competência da justiça federal, por 
prevenção.
INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO: diversamente da regra do CPP, em que a 
competência pelo local é firmada pelo local da consumação do crime, a Lei n. 9.099/95 deter-
mina, em seu art. 63, que a competência do juizado será determinada pelo lugar em que foi 
praticada a infração penal.
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
crImes tentAdos
Seguindo no estudo do CPP, a parte final do art. 70 disciplina que, nos casos de tentativa, 
a competência é firmada pelo local da prática do último ato de execução.
crImes permAnentes
O art. 71 do CPP preceitua:
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou 
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
O exemplo clássico é do crime de extorsão mediante sequestro. Enquanto a vítima estiver 
com a liberdade restringida, o crime está acontecendo, é permanente. Caso seja sequestrada 
em uma cidade e mantida em cativeiro em outra, o juízo de qualquer delas poderá processar 
e julgar o crime, firmando-se a competência pela prevenção.
crImes à dIstâncIA
Quando parte do crime é cometida no território nacional e outra parte no estrangeiro, o 
art. 70, §1º, do CPP determina que será competente para processar e julgar o delito o local em 
que, no Brasil, foi praticado o último ato de execução.
O §2º do mesmo dispositivo disciplina que se o último ato de execução for praticado no 
exterior, será competente para processar e julgar a infração penal o juiz do local em que o 
crime, embora parcialmente, tenha produzidor ou deveria produzir o resultado.
crImes prAtIcAdos forA do terrItórIo nAcIonAl
Caso o crime tenha sido praticado fora do Brasil, em regra não será julgado no Brasil. 
Todavia, há algumas situações de extraterritorialidade da lei penal brasileira no art. 7º do CP. 
Nessas situações, o art. 88 do CPP disciplina:
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da 
Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, 
será competente o juízo da Capital da República.
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
crImes prAtIcAdos A bordo de embArcAção ou AeronAve
Prevê o art. 89 do CPP que os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas 
territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações 
nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro 
em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em 
que houver tocado.
Já com relação às aeronaves, disciplina o art. 90 do CPP que os crimes praticados a bor-
do de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou 
ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao 
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se 
verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.
crIme prAtIcAdo em locAl Incerto nA dIvIsA de duAs comArcAs
A competência será firmada por prevenção, nos termos do art. 91 do CPP:
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 
e 90, a competência se firmará pela prevenção.
Veja que, normalmente, quando houver qualquer dúvida ou incerteza, a competência é fir-
mada pela prevenção, o que acontece também com crimes praticados em local certo, haven-
do incerteza quanto a pertencer a uma ou outra comarca, nos termos do art. 70, §3º, do CPP.
competêncIA pelo domIcílIo ou resIdêncIA do réu
Dispõe o art. 72 do CPP que não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será 
firmada pelo local do domicílio ou residência do réu. Trata-se de um critério subsidiário.
Caso o réu tenha duas ou mais residências, a ação poderá ser proposta em qualquer des-
ses locais, devendo ser firmada por prevenção.
Caso a residência do réu seja ignorada ou o paradeiro do réu seja desconhecido, o art. 72, 
§2º, disciplina que será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento formal dos fatos.
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
foro de eleIção nAs Ações penAIs prIvAdAs
Mesmo que seja conhecido o lugar da infração, tratando-se de ação penal privada, o art. 
73 do CPP estabelece que, na ação penal privada exclusiva (de forma que não se aplica à ação 
penal privada subsidiária da pública), a vítima pode optar por ajuizar a ação penal no foro do 
domicílio ou residência do querelado.
competêncIA pelA nAturezA dA InfrAção
Levando-se em consideração o tipo de crime cometido, o julgamento poderá estar afeto à 
justiça especial, como eleitoral ou militar, assim como poderá definir a competência da justiça 
federal ou estadual.
JustIçA mIlItAr
Compete à justiça militar julgar os crimes militares definidos em lei, conforme disposi-
ção expressa do art. 124 da Constituição. O Código Penal Militar é quem faz essa definição, 
subdividindo os crimes militares em próprios, que são os definidos no CPM e não possuem 
paralelo na legislação comum, como a deserção, por exemplo e em impróprios, que são os 
crimes definidos no CPM e que encontram paralelo na legislação comum, como o homicídio, 
roubo, dentre outros.
Observe que nem todos os crimes praticados por militares serão da competência da jus-
tiça militar. Assim, os crimes contra a vida de civis praticados por militares estaduais em 
serviço serão julgados pelo júri. É o que determina o §1º do art. 9º do CPM:
Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra 
civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
Se for crime praticado por militar estadual contra outro militar, será da competência da 
justiça militar.
A Lei n. 13.491/2017 trouxe alterações ao CPM, de forma que os crimes dolosos contra a 
vida praticados por militares das forças armadas contra civil serão da competência da justiça 
militar da união, desde que praticados em contexto:
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou 
pelo Ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não 
beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atri-
buição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal 
e na forma dos seguintes diplomas legais...
Esse mesmo diploma legal, no art. 9º, II, do CPM, dispõe que serão da competência da justiça mili-
tar os crimes previstos no CPM e na legislação penal, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou as-
semelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, 
contramilitar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em 
formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou re-
formado, ou civil; (Redação dada pela Lei n. 9.299, de 8.8.1996)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, 
ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração 
militar, ou a ordem administrativa militar.
Essa lei, portanto, passou a prever a competência da justiça militar não somente para 
julgamento dos crimes previstos no CPM, mas também de outros crimes previstos na legisla-
ção comum, quando praticados por militar em serviço. Houve, assim, a perda da eficácia das 
Súmulas 172 e 75 do STJ.
A justiça militar não julga os crimes conexos, de forma que, caso haja conexão entre crime 
militar e crime que não seja da competência da justiça castrense, deverá haver a separação 
ou desmembramento dos processos, como prevê a Súmula 90 do STJ.
Importante ainda lembrar que há a justiça militar estadual, cujo julgamento, em primeira 
instância, é feito nas auditorias militares e a justiça militar federal, que julga os membros das 
formas armadas. Nesse passo, entende-se que havendo crime contra a vida de civil praticado 
por integrante das forças armadas, a competência será da justiça militar federal.
A Súmula 53 do STJ determina que compete à justiça comum estadual processar e julgar 
civil acusado de prática de crime contra instituições militares.
Não se aplica a Lei 9099/95 à justiça militar, nos termos do art. 90-A desta lei.
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
JustIçA eleItorAl
De acordo com o art. 121 da Constituição, cabe à justiça eleitoral julgar os crimes eleitorais 
e os conexos. Os crimes eleitorais são os definidos no Código Eleitorais e em leis especiais.
Sobre a competência da justiça eleitoral para o julgamento dos crimes conexos, cite-se a 
importante decisão do STF, que reafirmou o comando constitucional e decidiu que compete à 
justiça eleitoral analisar a existência ou não de conexão:
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos.
Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns 
aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça competente. STF. 
Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 
(Info 933).
São plenamente aplicáveis na justiça eleitoral os institutos do juizado especial criminal, 
já que não há vedação, pela lei. Assim, cabe, na justiça eleitoral, transação penal e suspensão 
condicional do processo.
competêncIA dA JustIçA federAl
A competência da justiça federal é disciplinada pelo art. 109 da CF. Algumas situações 
merecem especial atenção.
Crimes contra a fauna  com o cancelamento da súmula 91 do STJ, a competência pas-
sou a ser da justiça estadual, salvo em excepcionais hipóteses acima analisadas.
Crimes praticados por prefeitos  se o crime for de desvio de verba sujeita à prestação de 
contas perante órgão federal: justiça federal, súmula 208, STJ.
Desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal: justiça estadual, su-
mula 209 do STJ.
Crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo crian-
ça ou adolescentes, quando praticados por meio da rede mundial de computadores: justiça 
federal, se observado o atributo da internacionalidade (STJ, CC 150.564/MG).
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Incidente de deslocamento de competência  prevê o art. 109, §5º, da CF:
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com 
a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais 
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de 
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência 
para a Justiça Federal.
É o chamado incidente de deslocamento de competência.
conexão e contInêncIA
Tanto a conexão como a continência são critérios para a prorrogação de competência. O 
art. 76 do CPP trata da conexão e o art. 77 trata da continência.
Sobre a conexão, preceitua o CPP:
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias 
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por 
várias pessoas, umas contra as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para 
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na 
prova de outra infração.
No inciso I, tem-se a conexão intersubjetiva, em que duas ou mais infrações são pratica-
das por duas ou mais pessoas. O que justifica a reunião de processos são as pessoas, por 
isso intersubjetiva.
A conexão intersubjetiva pode ser por simultaneidade ou ocasional se, ocorrendo duas ou 
mais infrações penais, forem praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou 
seja, não há exigência de prévio ajuste entre as pessoas que praticaram o crime.
Pode ainda a conexão intersubjetiva ser por concurso quando, ocorrendo duas ou mais 
infrações penais, forem praticadas por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo 
e o lugar. Aqui, a diferença é que haverá liame subjetivo entre os agentes.
E por fim, pode ser a conexão intersubjetiva por reciprocidade, quando forem praticados 
os crimes por duas ou mais pessoas, umas contra as outras, como é o clássico exemplo das 
lesões corporais recíprocas.
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
O inciso II cuida da conexão objetiva, material ou lógica, pois o vínculo entre os crimes 
está na motivação deles. A conexão será objetiva teleológica quando uma infração penal visa 
facilitar a prática de outra.
Será objetiva consequencial em três situações: quando uma infração for praticada para 
ocultar a outra, para conseguir a impunidade de outra ou para assegurar a vantagem de outra.
Tem-se ainda a conexão instrumental ou probatória, prevista no inciso III, que ocorre 
quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias influir na prova de 
outra infração.
Resumindo, tem-se conexão:
• Intersubjetiva:
– Por simultaneidade;
– Por concurso;
– Por reciprocidade;
• Objetiva:
– Teleológica;
– Consequencial;
• Instrumental.
O art. 77 do CPP passa a tratar da continência:
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 
54 do Código Penal.
Para nunca mais errar, veja que na conexão temos dois ou mais crimes, enquanto na con-
tinência temos crime único.
No inciso I, tem-se a continência por cumulação subjetiva, porque há um crime único, 
praticado por duas ou mais pessoas, seja em coautoria ou participação.
No inciso II, tem-se a continência por cumulação objetiva, que ocorre nos casos de con-
curso formal, aberratio ictus, aberratio criminis com resultado duplo.
Havendo conexão ou continência, o art. 78 do CPP traz regras de prevalência de foro:
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as se-
guintes regras:I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a 
competência do júri;
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas 
penas forem de igual gravidade;
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos.
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
Prevê o art. 82 que, se não obstante a conexão ou continência, forem instaurados proces-
sos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram 
perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade 
dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.
Apesar da conexão ou continência, poderá haver separação obrigatória dos processos, 
nas seguintes situações:
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o 
caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver corréu foragido que não 
possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
Veja que, se sobrevier doença mental a um dos réus durante a ação penal, esta ficará 
suspensa em relação ao doente e correrá em relação aos demais, sendo causa de separação 
obrigatória do processo.
Com relação ao §2º, embora mencione o art. 461, do CPP, após a reforma, o dispositivo 
encontra-se previsto no art. 469, §1º.
Trata-se de hipóteses de separação obrigatória do processo, as do art. 79 do CPP. Aten-
ção, pois isso cai muito em concurso.
O art. 80 do CPP, por outro lado, traz as situações de separação facultativa dos processos, 
ou seja, quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar 
diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão 
provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Muito importante, ainda, é a disposição do art. 81 do CPP:
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da 
sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclas-
sifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em 
relação aos demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o 
juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que 
exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.
Observe que, no caso do júri, se a desclassificação ocorrer na fase da pronúncia, nos ter-
mos do art. 419 do CPP, o processo será remetido para o juízo competente. Mas, se a desclas-
sificação ocorrer no plenário e houver crime único, o juiz presidente suspenderá a votação e 
proferirá a sentença, como determinado no art. 492, §1º, do CPP. Se houver crimes conexos, 
se os jurados absolverem o réu do crime doloso contra a vida, caberá aos jurados apreciar a 
responsabilidade do acusado em relação ao outro, pois são competentes para a análise dos 
demais ao julgarem o mérito do crime doloso contra a vida.
competêncIA rAtIone personAe
As principais regras da competência em razão da função estão na Constituição, que prevê 
inicialmente a competência do STF para o julgamento dos crimes comuns. Confira-se:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, ca-
bendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os 
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão di-
plomática de caráter permanente.
Os que tem foro por prerrogativa de função no STJ estão elencados no art. 105, I, “a”, da 
Constituição Federal:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de res-
ponsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os 
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribu-
nais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais.
A competência dos TRFs encontra-se no art. 108, I, “a”, da CF:
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Tra-
balho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
A competência originária dos Tribunais de Justiça será para o julgamento dos prefeitos, 
nos termos do art. 29, X, da CF; juízes estaduais e do Distrito Federal, inclusive os da Justi-
ça Militar Estadual, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral, nos termos do art. 96, III, 
da CF e membros do Ministério Público Estadual e do Distrito Federal, também ressalvada a 
competência da Justiça Eleitoral, nos termos do art. 96, III, da CF.
O STF, ao julgar questão de ordem na Ação Penal 937, em 3/5/2018, fez uma restrição à apli-
cação e fixação das regras de competência no foro por prerrogativa de função, quais sejam:
• O foro por prerrogativa de função só ocorre nos crimes cometidos durante o exercício 
do mandato e relacionado às funções desempenhadas;
• O marco final para a definição da competência é o final da instrução processual, com 
a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais. Após 
esse momento, o fato do agente vir a ocupar cargo ou deixar o cargo que ocupava não 
influencia mais na competência.
Com esse novo entendimento do STF, raras, para não dizer nenhuma, serão as situações 
em que o agente com foro por prerrogativa de função venha a praticar crime doloso contra a 
vida e não seja julgado pelo júri, considerando que é difícil imaginar um crime doloso contra a 
vida relacionado às funções desempenhadas.
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Competência
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Ainda sobre a competência pelo foro por prerrogativa de função, destaca-se a súmula 721 
do STF, que disciplina que a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre 
o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
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Competência
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RESUMO
Jurisdição – Dizer O Direito.
Competência – art. 69 do CPP e seguintes disciplinam a competência, que é medida da 
jurisdição.
A competência, quando fixada pelo lugar da infração, segue a teoria do resultado como 
regra geral.
No caso de tentativa – lugar do último ato de execução.
Execução iniciadano Brasil, com consumação no exterior – lugar do último ato de execu-
ção praticado no Brasil.
Se o último ato de execução for praticado no exterior – lugar em que o crime produziu ou 
devia produzir o resultado, no Brasil.
Competência pela prevenção: crimes continuados ou permanentes, quando incerto o lu-
gar do crime.
Crime do homicídio doloso – exceção ao lugar da consumação, podendo ser adotado o 
local da conduta – teoria da atividade.
Competência pela natureza da infração: pode levar em conta a quantidade de pena previs-
ta abstratamente, como no caso dos crimes de menor potencial ofensivo ou o objeto jurídico 
do crime.
Crimes dolosos contra a vida – júri.
Justiça especial: militares, eleitorais.
Justiça comum: federal e estadual.
Competência pelo domicílio ou residência do réu: quando desconhecido o lugar da infra-
ção (critério subsidiário).
Se o réu tiver mais de uma residência – prevenção
Residência incerta ou paradeiro ignorado – juiz que primeiro souber do fato.
Ação penal privada exclusiva – o querelante pode optar pelo domicílio ou residência do 
réu, ainda que conhecido o lugar da infração.
Continência e conexão: critérios de modificação da competência, memorizar artigos 76 e 
77 do CPP.
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Competência
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Súmulas Pertinentes
Súmula 546 do STJ – A competência para processar e julgar o crime de uso de docu-
mento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o docu-
mento público, não importando a qualificação do órgão expedidor
Súmula 702 do STF: A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-
-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a com-
petência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.
STF tem súmula, n. 704, no sentido de que “não viola as garantias do juiz natural, da 
ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do pro-
cesso do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”.
Súmula 706 do STF: É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência 
penal por prevenção.
Súmula vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o 
foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
Súmula n. 521, do STF, “o foro competente para o processo e julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é 
o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.”
Súmula n. 522, do STF: “Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, então, a com-
petência será da justiça federal, compete à justiça dos estados o processo e julgamento 
dos crimes relativos a entorpecentes.”
Súmula n. 721 do STF: “a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o 
foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual”.
Súmula 555, do STJ: É competente o Tribunal de Justiça para julgar conflito de jurisdi-
ção entre Juiz de Direito do Estado e a Justiça Militar local.
Súmula n. 151 do STJ: “A competência para o processo e julgamento por crime de con-
trabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreen-
são dos bens.”
Súmula 122 do STJ: “Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos 
crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, 
II, “a”, do Código de Processo Penal”.
Súmula 235 do STJ: “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já 
foi julgado.”
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Competência
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Súmula 48 do STJ: compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar 
e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.
Súmula 528 do STJ: compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do 
exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.
Súmula 140 do STJ: compete a justiça comum estadual processar e julgar o crime em 
que o indígena figure como autor ou vítima.
Súmula 376 do STJ: disciplina que compete à turma recursal processar e julgar man-
dado de segurança contra ato de juizado especial.
Súmula 209 do STJ: compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio 
de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
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Competência
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (MPE-GO/2019/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/REAPLICAÇÃO) A respeito 
da competência, de acordo com as Súmulas dos Tribunais Superiores é incorreto afirmar:
a) Tendo o condutor do veículo apresentado ao Policial Rodoviário Federal a carteira nacional 
de habilitação falsificada, a competência para o processo e julgamento do caso penal é da 
Justiça Estadual do local onde o crime foi cometido.
b) A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de com-
petência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau.
c) É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.
d) A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de 
função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
Questão 2 (VUNESP/2019/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) No que concerne à competência, o 
STF entende, por súmula, que
a) o foro competente para o processo e o julgamento dos crimes de estelionato, sob a mo-
dalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde o título foi 
emitido (521).
b) a competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos se restringe aos crimes de com-
petência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau (702).
c) salvo ocorrência de tráfico para o exterior ou entre Estados da Federação, quando, então, 
a competência será da Justiça Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e o julga-
mento dos crimes relativos a entorpecentes (522).
d) o foro por prerrogativa de função estabelecido pela Constituição Estadual prevalece sobre 
a competência constitucional do Tribunal do Júri (721).
e) é competente o Supremo Tribunal Federal para julgar conflito de jurisdição entre juiz de 
direito do Estado e a Justiça Militar local (555).
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Competência
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Questão 3 (CESPE/2019/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) A respeito de jurisdição e 
competência no processo penal, assinale a opção correta.
a) Em caso de crime praticado por prefeito em concurso com partícipe que não tenha foro 
privilegiado, a separação do processo será obrigatória, e a competência para julgamento será 
do tribunal de justiça.
b) No caso de ter sido praticado mais de um crime, um deles com o objetivo de se conseguir 
impunidade em relação ao outro, a competência será determinada pela conexão.
c) Ocorrerá a conexão intersubjetiva por reciprocidade se duas ou mais infrações forem co-
metidas por duas pessoas contra terceira pessoa sem unidade de desígnios.
d) A precedência da distribuição fixará a competência quando em comarcas contíguas houver 
mais de um juiz competente, face o início da execução ou o resultado do crime.
e) É de competência da justiça estadual o julgamento dos crimes de embriaguez ao volante 
e contrabando descobertos em diligência policial, por se tratar de competência por conexão 
instrumental.
Questão 4 (FUNDEP/GESTÃO DE CONCURSOS/2019/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA 
SUBSTITUTO) Sobre competência, sua fixação e modificação no processo penal, é correto 
afirmar que:
a) é desconhecida, no processo penal, a hipótese de foro de eleição.
b) naconexão de crimes de competência das justiças federal e estadual, o entendimento pre-
valente, mas não unânime, é no sentido de promover-se a separação dos processos
c) o provimento do incidente de deslocamento de competência provocado pelo Procurador-
-Geral da República somente depende de que, diante de grave violação a direitos humanos, 
tenha sido proposta ação penal e haja possibilidade de responsabilização internacional do 
Estado brasileiro.
d) configurado desacato à autoridade de juiz de Direito no exercício de funções eleitorais, a 
competência para o julgamento do crime será da Justiça Federal.
Questão 5 (FUNDEP/GESTÃO DE CONCURSOS/2019/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTI-
ÇA SUBSTITUTO) Sobre competência, junção e separação de processos, assinale a alter-
nativa correta:
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
a) Concorrendo a competência por prerrogativa de função e a do Tribunal do Júri, preponde-
rará em qualquer caso aquela sobre esta.
b) No processo relativo a crime doloso contra a vida, o juiz sumariante, ao pronunciar o acu-
sado, poderá e deverá examinar os crimes conexos para, se for o caso, afastá-los da aprecia-
ção do Tribunal do Júri.
c) A regra de reunião das diferentes ações penais instauradas por crimes conexos não se 
aplica, salvo para fins de soma ou unificação de penas, se algum deles já tiver sido definitiva-
mente sentenciado, haja ou não transitado em julgado a respectiva decisão.
d) Imposta a unidade de processo e julgamento nos casos de conexão e continência, poderá 
todavia ocorrer sua facultativa separação nos casos em que sobrevier a algum dos acusados 
doença mental.
Questão 6 (MPE-GO/2019/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Sobre o tem a 
relacionado à competência, marque a alternativa correta:
a) Em regra, o crime de tráfico de drogas deve ser processado e julgado pela Justiça Estadual. 
No entanto, se caracterizado o tráfico transnacional ou o tráfico interestadual, deve a Justiça 
Federal julgar o feito, notadamente se a investigação ficou a cargo da Polícia Federal.
b) Conforme jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores, no caso do crime de homicí-
dio, no qual os atos executórios (p. ex., disparos de arma de fogo) foram praticados na cidade 
de Rio Verde, mas a morte da vítima ocorreu em Goiânia, tendo ela falecido na UTI do hospital, 
a competência para o julgamento da ação penal será necessariamente do Juízo de Goiânia, 
local onde se consumou o crime (competência em razão do local da infração - ratione loci).
c) Na hipótese de um Prefeito praticar um homicídio doloso contra seu desafeto político, que 
fazia forte oposição a ele no Município, deverá o Prefeito ser julgado pelo Tribunal do Júri da 
comarca onde ocorreu o crime, ainda que não seja o local onde exerça seu mandato de Chefe 
do Poder Executivo Municipal.
d) O Plenário do STF firmou entendimento no sentido de que o foro por prerrogativa de fun-
ção aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às 
funções desempenhadas. Na mesma ocasião, fixou a tese de que ao final da instrução pro-
cessual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, 
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o 
agente público vir a ocupar cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
Questão 7 (MPE-GO/2019/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) No que se re-
fere à competência para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, marque a alter-
nativa incorreta:
a) Conforme jurisprudência dominante do STJ, no caso de estelionato praticado mediante 
“golpe” realizado por anúncio de mercadoria na internet, na qual a vítima efetua o pagamento 
por transferência bancária entre contas correntes em favor do autor, mas não recebe a mer-
cadoria, a competência para a apuração do delito é do Juízo do local da agência bancária do 
estelionatário, pois é onde entra o numerário, afinal, a consumação ocorre quando o autor 
obtém a vantagem ilícita.
b) Conforme entendimento jurisprudência! sumulado, se o agente emite dolosamente um 
cheque sem provisão de fundos na cidade de Goiânia a fim de adquirir um aparelho eletrô-
nico, mas possui conta em agência bancária situada na cidade de Anápolis, a competência 
territorial para o julgamento do crime de estelionato será da comarca de Anápolis, afinal, é na 
agência bancária em que o agente possui conta corrente que se dá a recusa do pagamento 
pela instituição financeira.
c) De acordo com enunciado sumular, se o agente entra num estabelecimento comercial na 
cidade de Goiânia e emite dolosamente um cheque falso a fim de adquirir um aparelho eletrô-
nico, a competência territorial para o julgamento do crime de estelionato será da comarca de 
Goiânia, mesmo se a agência bancária do autor for situada na cidade de Anápolis, pois lá foi 
o local onde se deu a obtenção da vantagem ilícita, afinal, foi em Goiânia que o estelionatário 
auferiu proveito econômico em prejuízo da vítima, já que na ocasião recebeu a mercadoria 
(aparelho eletrônico), mesmo sem pagar efetivamente por ela, já que efetuou o pagamento 
com cheque falso.
d) Na linha da jurisprudência dominante do STJ, no caso de estelionato cuja obtenção de 
vantagem ilícita foi concretizada via depósito bancário em dinheiro feito pela vítima na conta 
corrente do estelionatário, a competência para julgar o crime será do local da agência bancá-
ria onde entrou o numerário em benefício do autor e em prejuízo da vítima.
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Competência
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Questão 8 (FCC/2019/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de competência,
a) cabe à Justiça Estadual do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal 
processar e julgar o respectivo crime de tráfico.
b) cabe à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que indígena figure como ví-
tima, mas não quando a ele for atribuída a autoria da infração.
c) a conexão determina a reunião dos processos, ainda que um deles já tenha sido julgado.
d) cabe ao Tribunal de Justiça do Estado processar e julgar o mandado de segurança contra 
ato do juizado especial.
e) fica firmada em razão da entidade ou órgão ao qual apresentado o documento público fal-
so, independentemente da qualificação do órgão expedidor.
Questão 9 (MPE-SC/2019/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MATUTINA) Dispõe a Súmu-
la n. 721 do Supremo Tribunal Federal que a competência constitucional do Tribunal do Júri 
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Consti-
tuição Estadual. A Súmula Vinculante n. 45 do Supremo Tribunal Federal resultou da conver-
são da Súmula n. 721.
Questão 10 (MPE-SC/2019/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MATUTINA) A competência 
será determinada pela continência quando também duas ou mais pessoas forem acusadas 
pela mesma infração, tal como no concurso necessário de pessoas. Neste caso, trata-se de 
modalidade de continência por cumulação objetiva.
Questão 11 (CESPE/2019/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) Caso seja verificada conexão proba-
tória entre fatos concernentes a crimes de competência da justiça estadual e a crimes de 
competência da justiça federal, é correto afirmar que
a) o processamento e o julgamento dos crimes de forma unificada não é possível, em razão da 
impossibilidade de modificação da regra de competência material pela conexão.
b) o juízo estadual é o competente para o processamento e o julgamento dos crimes conexos, 
com exceção da hipótese de posterior sentença absolutória em relação ao delito estadual.
c) o juízo federal é o competente para o processamento e o julgamento dos crimes conexos, 
independentemente da pena prevista para cada um dos delitos.***
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Competência
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d) o juízo federal é o competente para o processamento e o julgamento dos crimes conexos, 
salvo o caso de ser prevista pena mais grave ao delito estadual.
e) o juízo federal é o competente para o processamento e o julgamento unificado dos crimes, 
excluída a hipótese de posterior sentença absolutória em relação ao delito federal.
Questão 12 (VUNESP/2019/TJ-AC/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Assinale a alternativa 
correta quanto à competência e o seu regramento previsto no Código de Processo Penal.
a) Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a com-
petência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de 
execução.
b) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a juris-
dição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, 
a competência firmar-se-á pelo princípio da extraterritorialidade.
c) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pela prevenção.
d) Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da 
residência do réu, salvo conhecido o lugar da infração.
Questão 13 (CESPE/2019/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) A respeito de competência jurisdicio-
nal, é correto afirmar que
a) a competência penal por prerrogativa de função não prevalece sobre a regra de competên-
cia do local da infração.
b) competem à justiça federal o processamento e o julgamento unificado de crimes cone-
xos de competência federal e estadual, salvo se os crimes afetos ao juízo estadual forem 
mais graves.
c) a competência constitucional do tribunal do júri é uma cláusula pétrea, razão pela qual é 
inadmitida a sua ampliação por lei ordinária.
d) o juízo de admissibilidade da exceção da verdade relacionada ao crime de calúnia em des-
favor de autoridade pública com foro por prerrogativa de função é de competência das ins-
tâncias ordinárias.
Questão 14 (CESPE/2019/TJ-BA/JUIZ SUBSTITUTO) Acerca da competência no processo 
penal, assinale a opção correta, de acordo com o entendimento dos tribunais superiores.
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Competência
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a) O julgamento de crime de roubo perpetrado contra agência franqueada da Empresa Brasi-
leira de Correios e Telégrafos competirá à justiça federal.
b) O julgamento de crime de uso de documento falso decorrente de apresentação de certifica-
do de registro de veículo falso a policial rodoviário federal competirá à justiça estadual.
c) Compete à justiça federal julgar crime de divulgação e publicação na rede mundial de com-
putadores de imagens com conteúdo pornográfico envolvendo criança ou adolescente.
d) Compete à justiça federal o julgamento de contravenções praticadas em detrimento de in-
teresses da União, quando elas forem conexas aos crimes de sua competência.
e) Compete à justiça estadual o julgamento de crime de redução de trabalhador a condição 
análoga à de escravo.
Questão 15 (MPE-PR/2019/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) Sobre competência, nos 
termos do Código de Processo Penal, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa 
incorreta:
a) A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, 
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
b) Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou 
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
c) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo juízo que pri-
meiro praticou algum ato processual.
d) Havendo conexão ou continência, no concurso de jurisdições da mesma categoria, prevale-
cerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas 
forem de igual gravidade.
e) Se reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o juiz, se 
vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua 
a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.
Questão 16 (FUNDAÇÃO CEFETBAHIA/2018/MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITU-
TO) Para responder a presente questão, considere a situação hipotética a seguir.
No dia 05 de novembro de 2018, um grupo constituído de cinco pessoas, todos imputáveis, 
se associaram em comunhão de desígnios para o fim específico de cometer crime. Assim, 
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Competência
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deram início ao empreendimento criminoso na cidade de Serrinha-BA, onde adentraram em 
um condomínio de classe média alta e ali arrombaram 20 apartamentos e subtraíram bens 
móveis, dentre eles um veículo Toyota Hilux, utilizado pela quadrilha para empreender fuga. 
Ao chegarem no município de Feira de Santana-BA, faltou combustível, razão pela qual foram 
obrigados a abandonar aquele automóvel. Na sequência, abordaram um motorista na pista, 
o qual conduzia o veículo Ford F.1000, cabine dupla, quando o mesmo foi ameaçado com 
emprego de arma de fogo pelos membros da quadrilha, vindo a reagir ao assalto, sendo alve-
jado por projéteis de arma de fogo que o levaram a óbito. Em seguida, a quadrilha subtraiu o 
veículo da vítima. No município de Simões Filho-BA, sequestraram uma idosa e passaram a 
se comunicar com familiares da vítima, exigindo o preço como condição do resgate. A partir 
daí, passaram a ser perseguidos por agentes da Polícia Militar. Já na cidade de Salvador-BA, 
ainda perseguidos, empreenderam excessiva velocidade causando um acidente automobi-
lístico na Avenida Tancredo Neves, na altura do Shopping da Bahia, onde colidiram com o 
veículo Volkswagem GOL, produzindo perda total nesse veículo e graves lesões corporais no 
seu condutor.
Por fim, foram conduzidos a uma delegacia de repressão a Crimes Contra o Patrimônio, na 
capital do Estado, onde foi lavrado o Auto de Prisão em Flagrante. Nos termos da legislação 
pátria (art. 78 do CPP), a alternativa que contém a comarca do foro competente para conhe-
cer, processar e julgar os crimes praticados pela quadrilha é
a) Serrinha.
b) Salvador.
c) Simões Filho.
d) Feira de Santana.
e) a que tem competência fixada pela prevenção.
Questão 17 (VUNESP/2018/TJ-MT/JUIZ SUBSTITUTO) A competência criminal:
a) na hipótese de conexão e continência, importarão unidade de processo e julgamento salvo 
no concurso entre jurisdição comum e especial.
b) pelo lugar da infração, será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infra-
ção, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que foi iniciado o ato de execução.
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Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
c) tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais 
jurisdições, firmar-se-á pelo local onde se iniciou os atos de execução.
d) na hipótese de crimes dolosos contra a vida, quando resultar em desclassificação pelo 
Conselho de Sentença, em julgamento realizado perante o Tribunal do Júri, deverá ser o pro-
cesso remetido ao juiz singular para a análise do crime desclassificado.
e) não sendo conhecido o lugar da infração, será regulada pelo único domicílio do réu co-
nhecido.
Questão 18 (FCC/2018/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Praticado delito de 
menor potencial ofensivo, determinará, de regra, a competência jurisdicional
a) a prevenção.
b) o lugar em que se consumar a infração penal.
c) a distribuição do termo circunstanciado.
d) o lugar em que foi praticada a infração penal.
e) o domicílio ou residência do autor do fato.
Questão 19 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Avalie as seguin-
tes asserções e a relação proposta entre elas.
I – “O juízo da Comarca é o

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