Buscar

Normas jurídicas

Prévia do material em texto

INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA – INTA
CURSO: DIREITO
TURMA: 12 - Noite
DISCIPLINA: Introdução ao Estudo do Direito
PROFESSOR: Rafael Piaia
ACADÊMICO: Luiz Araújo Pontes Júnior
NORMAS JURÍDICAS
CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS
	Normas jurídicas são tidas como a lei, propriamente, ou seja, a lei positiva, escrita. Apontada por (REALE p. 86, 2001) como um “elemento constitutivo do Direito”, a norma é disciplinadora, ou seja, modelos de organização e de conduta.
	Uma das principais características da Norma Jurídica é sua generalidade, ou seja, ela serve para todos que estão sob o contrato social estabelecido, no qual sua obrigatoriedade é crucial. “o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória” (REALE, p. 88, 2001) por todos.
	A abstratividade da norma é uma de suas características. Há na norma uma previsão genérica de determinados atos e ela prevê para tais atos determinadas consequências, que levaram a determinadas sanções. “A norma jurídica é sempre redutível a um juízo ou proposição hipotética, na qual se prevê um fato ao qual se liga uma conseqüência [...] que corresponde a uma sanção”. (REALE, p. 86, 2001)
	Ligada a Generalidade, a Coercibilidade e a Imperatividade garantem à lei seu cumprimento, obrigando todos os cidadãos à obediência voluntária, ou em casos de descumprimentos, à sanção prevista.
 A obrigação objetiva de algo que deve ser feito, sem que o dever enunciado fique subordinado à ocorrência de um fato previsto, do qual possam ou não resultar determinadas consequências. [...] que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória (REALE, p. 88, 2001)
	A Bilaterabilidade é umas das principais características da Norma Jurídica, pois ao criar direitos, a norma cria obrigações para a mesma sociedade, Reale afirma que “o Direito é, sob certo prisma, um manto protetor de organização e de direção dos comportamentos sociais” (p. 5, 2001) pois ao criar deveres, ele assegura os direitos.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
	As normas são classificadas de várias formas:
SISTEMA A QUE PERTENCEM
	“Todo sistema jurídico positivo cobre dado espaço social, referindo-se a certo território, sob a proteção de um poder soberano”. (REALE, p. 108, 2001)
	As NACIONAIS ou de DIREITO INTERNO são as leis vigentes e produzidas dentro do próprio Estado.
	As ESTRANGEIRAS ou de DIRREITO EXTERNO, que para terem eficácia no território nacional, dependem da soberania do Estado Brasileiro.
	As UNIFORMES ou DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, que disciplinam as relações dos indivíduos e dos Estados no plano da comunidade das Nações. Além dos Direitos Humanos, que são universais, há também acordos unilaterais entre Estados, que se restringem a acordos comerciais ou avançam à diplomacia civil e troca de Direitos.
QUANTO À FONTE
São três as fontes das Normas Jurídicas. O processo Legislativo, expressão do poder legislativo; a Jurisprudência, que corresponde ao poder judiciário e Costumes que advêm do poder social.
A fonte legislativa é a elaboração de normas positivas, criadas e discutidas pelo Congresso, caracterizando a lei propriamente dita.
A fonte da jurisprudência é a interpretação da norma legislativa, a partir da visão do poder judiciário, com isso determinada interpretação passa a ser seguida e ganha valor de lei.
A fonte dos costumes jurídicos parte do povo, das ações diárias e que com o uso e o tempo passam a ser vistas como leis de costumes.
QUANTO AO ÂMBITO
	GERAL, normas que são aplicadas a todo território nacional.
	LOCAL, normas que são restritas aos Entes federados.
QUANTO À HIERARQUIA
	As leis obedecem a uma hierarquia:
Constituição Federal;
Lei Federal (	Lei Complementar e Lei Ordinária) 
Lei delegada
Medida provisória
Decretos legislativos
Resolução
QUANTO À SANÇÃO
	A pena que está prevista na norma para determinados atos é tida como perfeita. As normas que não prevêem sanções para os atos discutidos são imperfeitas.
QUANTO À QUALIDADE
	A sanção, que é a medida penal para infração da norma jurídica, pode ser positiva, que permite determinados atos; ou negativas, quando proíbe determinados atos previstos na lei.
COMPLEMENTAÇÃO
	“Surge a tendência natural a considerar primárias as normas que enunciam as formas de ação ou comportamento lícitos ou ilícitos; e secundárias as normas de natureza instrumental.” (REALE, p. 89, 2001) Para Hans Kelsen a norma primária é aquela que enuncia a sanção, ficando em segundo plano a regra que fixa o que deve ou não ser feito.
	Segundo Hart, as normas primárias se distinguem por se referirem à ação ou criarem uma obrigação, enquanto as secundárias são mais complexas, importando na atribuição dos Poderes.
VIGÊNCIA, EFETIVIDADE, EFICÁCIA E LEGITIMIDADE DA NORMA JURÍDICA
	Uma norma jurídica para que seja obrigatória, é fundamental que obedeça a requisitos de validade. Para REALE “a validade de uma norma de direito pode ser vista sob três aspectos: o da validade formal ou técnico-jurídica (vigência), o da validade social (eficácia ou efetividade) e o da validade ética (fundamento)”. (p. 97, 2001)
VIGÊNCIA E LEGITIMIDADE
	“Vigência ou validade formal é a executoriedade compulsória de uma regra de direito, por haver preenchido os requisitos essenciais a sua feitura ou elaboração”. (REALE, p. 99, 2001) Vigência seria a competência dos órgãos e dos processos de produção e reconhecimento da norma. Seguindo a Carta Magna, na qual indica os legisladores e sobre o que legislar.
	A Legitimidade também é indicada pela Constituição Federal, quando a mesma determina sob que assuntos e esferas os legisladores irão criar as normas jurídicas. 
	Reale indica dois pontos fundamentais para legitimidade do ato criador da norma:
É necessário que o órgão que promulgou a regra tenha legitimidade para fazê-lo, por ter sido constituído para tal fim. A legitimidade tem que ser observada segundo dois pontos de vista diferentes:
1 – legitimidade subjetiva, no que diz ao órgão em si;
2 – legitimidade quanto à matéria sobre que a legislação versa.(p. 100, 2001)
EFETIVIDADE E EFICÁCIA
	
	A eficácia está ligada à prática da lei e receptividade do povo àquela norma. No que se refere à eficiência da lei perante os seus cumpridores. “A eficácia tem um caráter experimental, porquanto se refere ao cumprimento efetivo do Direito por parte de uma sociedade, ao reconhecimento do Direito pela comunidade, no plano social, os efeitos sociais que uma regra suscita através de seu cumprimento” (REALE, p. 2016, 2001)
	Uma norma para ser efetiva tem que presumir um mínimo de eficácia para sua ampla prática social.

Continue navegando