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Conformação Mecânica Página 1 Discente: Tualibodine Mutirua Índice Introdução .................................................................................................................................. 2 Objectivos gerais .................................................................................................................... 2 Objectivos específicos ............................................................................................................ 2 Metodologia ........................................................................................................................... 2 Laminação .................................................................................................................................. 3 Vantagens e Desvantagens do processo de laminação ........................................................... 3 Classificação das laminagens quanto Temperatura ................................................................... 4 Laminação a quente ................................................................................................................ 4 Laminação à frio..................................................................................................................... 5 Classificação da Laminagem quanto à geometria ...................................................................... 6 Laminagem plana ................................................................................................................... 6 Laminagem perfilada.............................................................................................................. 8 Considerações finais .................................................................................................................. 9 Referências bibliográficas ........................................................................................................ 10 Conformação Mecânica Página 2 Discente: Tualibodine Mutirua Introdução O presente trabalho enquadra-se na disciplina de Processos de Fabricação, leccionada no curso de engenharia ferroviária. De forma breve e sucinta, pretende-se realizar um trabalho investigativo sobre Laminação, assunto este que necessita ser abordado, pois está presente em objectos que fazem parte das nossas vidas dia-á-dia, quer nos objectos domésticos e não- doméstico, mas não temos em conta que o tal objecto passou pelo processo de laminação. A laminação é um processo que dá forma ao material, removendo as partes não utilizáveis. Para a remoção dessas partes não aplicáveis é necessário, saber os métodos a adoptar para dar melhor forma ao material. É neste trabalho onde abordaremos alguns métodos de laminação e algumas equações que contribuem positivamente na melhoria da qualidade do material. Objectivos gerais Abordar sobre a laminagem; Objectivos específicos Falar sobre as classificações das laminagens; Vantagens e desvantagens da laminação; Diferenciar a laminagem plana das laminagens perfiladas; Suas Aplicações. Metodologia Para a realização do presente trabalho investigativo foram acessadas alguns manuais académicos relacionados com o assunto em causa e alguns endereços electrónicos que nas bibliográfias estão mencionadas. Conformação Mecânica Página 3 Discente: Tualibodine Mutirua Laminação É um processo de transformação mecânica que consiste na redução da secção transversal por compressão do metal, por meio da passagem entre dois cilindros de aço ou ferro fundido com eixos paralelos que giram em torno de si mesmos. A propulsão do material durante a laminagem é efectuada pelas forças de atrito, embora possam também ser aplicadas forças exteriores criando tensões quer de propulsão quer de contra propulsão. O material ao passar entre os dois rolos sofre deformação plástica, a espessura é reduzida e o comprimento e a largura são aumentados. A laminagem é utilizada tanto na produção de produtos planos, por exemplo, chapas finas e grossas, como no fabrico de produtos não planos, como seja o caso de varões, tubos, barras e perfis estruturais. Figura 1. Laminação Vantagens e Desvantagens do processo de laminação Vantagens: o Alta produtividade; o Controle dimensional do produto acabado que pode ser bastante preciso; o Processo primário (Matéria prima para outros processos); o Muito utilizado; o Alta resistência e excelente tenacidade. Desvantagens: o Vazios originados no seio do metal podem causar enfraquecimento da resistência mecânica; o Gotas frias são pingos de metal que se solidificam e permanecem no material formando defeitos na superfície; o Trincas aparecem no próprio lingote ou durante as operações de redução que acontecem em temperaturas inadequadas; Conformação Mecânica Página 4 Discente: Tualibodine Mutirua o Dobras são oriundas de reduções excessivas em que um excesso de massa metálica ultrapassa os limites do canal e cai sobre recalque no passo seguinte; o Segregações acontecem pela concentração de alguns elementos nas partes mais quentes do lingote, geralmente as últimas a se solidificarem, podem acarretar heterogeneidades nas propriedades como também fragilização e enfraquecimento de secções dos produtos laminados. o Outros defeitos são: o produto pode ficar empenado, retorcido, ou fora de secção, em consequência de deficiências no equipamento, e nas condições de temperatura sem uniformidade ao longo do processo. Classificação das laminagens quanto Temperatura Podem ser: 1. Laminagem à quente; 2. Laminagem à frio. Laminação a quente Etapa inicial do processo de laminação no qual o material é aquecido a uma temperatura elevada (no caso de aços inicia entre 1100 e 1300 ºC e termina entre 700 e 900 ºC, porém no caso de não-ferrosos estas temperaturas normalmente são bem mais baixas) para que seja realizado o chamado desbaste dos lingotes ou placas fundidas. O processo transcorre da seguinte forma: 1- Uma placa (matéria-prima inicial), cujo peso varia de alguns quilos até 15 toneladas, é produzida na refusão, por meio de fundição semicontínua, em molde com secção transversal rectangular. (Este tipo de fundição assegura a solidificação rápida e estrutura metalúrgica homogênea). A placa pode sofrer uma usinagem superficial (faceamento) para remoção da camada de óxido de alumínio, dos grãos colunares (primeiro material solidificado) e das impurezas provenientes da fundição. Os produtos desta etapa são blocos ou placas. 2- Posteriormente, a placa é aquecida até tornar-se semiplástica. 3- A laminação a quente se processa em laminadores reversíveis duplos (dois cilindros) ou quádruplos (dois cilindros de trabalho e dois de apoio ou encosto). 4- O material laminado é deslocado, a cada passada, por entre os cilindros, sendo que a abertura dos mesmos define a espessura do passe. A redução da espessura por passe é de aproximadamente 50% e depende da dureza da liga que está sendo laminada. No último passe de laminação, o material apresenta-se com espessura ao redor de 6 mm, sendo enrolado ou cortado em chapas planas, constituindo-se na matéria-prima para o processo de laminação a frio. Quando o aço é lingotado convencionalmente, a primeira operação de laminação ocorre em um laminador desbastador (“blooming”, “slabbing mill”), que é usualmente um duo reversível cuja distância entre os rolos pode ser variada durante a operação. Na operação de desbaste utiliza-se também laminadores universais, o que permite um melhor Conformação Mecânica Página 5 Discente: Tualibodine Mutirua esquadrinhamento do produto. Os produtos desta etapa são blocos (“blooms”, seção quadrada) ou placas (“slab”, secção rectangular). As placas são laminadas até chapas grossas (material mais espesso) ou tiras a quente. Na laminação de chapas grossas utiliza-se laminadores duos ou quádruos reversíveis, sendo este último o mais utilizado. Na laminação de tiras, comumente utilizam laminadores duos ou quádruos reversíveis numa etapa preparadora e um trem contínuo de laminadores quádruos. A figura abaixo mostra esquematicamente um trem contínuo de laminação. O material, após a laminação é então, bobinado a quente, decapado e oleado indo a seguir para o mercado ou para a laminação a frio. Deve-se observar que, com o lingotamento contínuo, produzem-se placas e tarugos directamente da máquina de lingotar, evitando-se uma série de operações de laminação, em especial a laminação desbastadora. As indústrias de transformação de não ferrosos operam com uma diversidade muito grande de produtos, portanto os equipamentos utilizados na laminação a quente desses materiais são muito menos especializados do que os empregados na laminação a quente de aços. Os lingotes de materiais não ferrosos são menores e as tensões de escoamento são normalmente mais baixas do que as dos materiais ferrosos, o que permite o uso de laminadores de pequeno porte. Laminadores duos ou trios são normalmente usados para a maioria dos metais não ferrosos na laminação a quente, entretanto, laminadores quádruos contínuos são usados para as ligas de alumínio. A seguir tem-se um trem contínuo de laminação a quente. Laminação à frio Etapa final do processo de laminação que tem por objetivo o acabamento do metal, no qual o mesmo, inicialmente recebido da laminação a quente como chapa grossa, tem sua espessura reduzida para valores bem menores, normalmente à temperatura ambiente. A laminação a frio é empregada para produzir folhas e tiras com acabamento superficial e com tolerâncias dimensionais superiores quando comparadas com as tiras produzidas por laminação a quente. Além disso, o encruamento resultante da redução a frio pode ser aproveitado para dar maior resistência ao produto final. Os materiais de partida para a produção de tiras de aço laminadas a frio são as bobinas a quente decapadas. A laminação a frio de metais não ferrosos pode ser realizada a partir de tiras a quente ou, como no caso de certas ligas de cobre, directamente de peças fundidas. Trens de laminadores quádruos de alta velocidade com três a cinco cadeiras são utilizados para a laminação a frio do aço, alumínio e ligas de cobre. Normalmente esses trens de laminação são concebidos para terem tração avante e a ré. A laminação contínua tem alta capacidade de produção, o que resulta num custo de produção baixo. A redução total atingida por laminação a frio geralmente varia de 50 a 90%. Quando se estabelece o grau de redução em cada passe ou em cada cadeira de laminação, deseja-se uma distribuição tão uniforme quanto possível nos diversos passes sem haver uma queda acentuada em relação à redução máxima em cada passe. Normalmente, a porcentagem de redução menor é feita no último passe para permitir um melhor controle do aplainamento, bitola e acabamento superficial. A eliminação do limite de escoamento descontínuo nas tiras de aço recozido é um problema prático muito importante, pois a ocorrência deste fenômeno provoca uma deformação heterogênea em posterior Conformação Mecânica Página 6 Discente: Tualibodine Mutirua processamento (linhas de Lüders). Isto é devido ao alongamento descontínuo do limite de escoamento. A prática normal é dar uma pequena redução final a frio no aço recozido, chamada de passe de encruamento superficial, que elimina o alongamento descontínuo do limite de escoamento. Esse passe de acabamento também resulta numa melhora da qualidade superficial e controle dimensional. Outros métodos podem ser utilizados na melhoria do controle dimensional das tiras ou folhas laminadas, entre estes estão o aplainamento por rolos e o desempeno por tracção. Classificação da Laminagem quanto à geometria As laminagens podem ser: 1. Laminagem Plana; 2. Laminagem Perfilada. Laminagem plana O objectivo é produzir chapas de determinada espessura a partir de chapas mais grossas, ou de blocos ou lingotes. A redução é progressiva, em vários passos e sempre num mesmo plano, cada passo reduz a espessura num certo percentual. Os esforços chegam a milhares de toneladas devido às grandes áreas envolvidas. Os cilindros de trabalho, que entram em contacto com o material, são suportados por cilindros de encosto, de maior diâmetro o que evita que aqueles se quebrem. De todo modo a deformação elástica resulta em uma deflexão maior no meio que nas extremidades dos cilindros. Para evitar que as chapas tenham espessura diferente ao longo da largura, os diâmetros dos cilindros de trabalho são maiores no meio que nas extremidades. Figura 2. Laminagem Plana A figura 3. Representa esquematicamente uma operação de laminagem de chapa plana. A chapa com espessura inicial igual a ℎ𝑜 é deformada plasticamente entre os rolos do laminador Conformação Mecânica Página 7 Discente: Tualibodine Mutirua que rodam com uma velocidade periférica igual a 𝑉 , sofrendo uma redução progressiva que lhe confere uma espessura final igual a ℎ𝑓 . Figura 3. Laminagem plana É habitual definir-se redução de laminagem, através do quociente: 𝒓 = 𝒉𝒐−𝒉𝒇 𝒉𝒐 (1) No que diz respeito às velocidades que as desenvolvem durantes este processo tecnológico, verifica-se que a velocidade tangencial da chapa vai aumentando para a saída, onde atinge um valor máximo dado por: 𝑽𝟏 = 𝑽𝒐 𝒉𝒐 𝒉𝒇 (2) Para determinar a velocidade da equação (2) considerou-se que a deformação plástica era plana, ou seja, que a largura da chapa permanece constante antes e após a deformação. O ponto localizado na superfície de contacto entre o rolo e a chapa para quais as velocidades tangenciais da chapa e do rolo são iguais, denomina-se ponto neutro. Este ponto, e a superfície que lhe está associada, caracteriza-se pela ausência de escorregamento relativo a chapa e o rolo não existindo, portanto, sobre ele aplicadas quaisquer tensões tangenciais de atrito. É habitual na análise de um processo de laminagem quantificar o escorregamento da chapa em relação ao rolo da zona de saída através do coeficiente de escorregamento posterior que é dado por: 𝒓 = 𝒗𝟏 − 𝒗𝒓 𝒗𝒓 (3) Conformação Mecânica Página 8 Discente: Tualibodine Mutirua Conclui-se que o atrito desempenha um papel fundamental no processo de laminagem. Esta importância é inclusiva extensível à própria alimentação da chapa, a qual para poder ser efectuada de um modo automático, ou seja, sem a intervenção da operação do operador, deve cumprir a condição de arrastamento. Conclui-se assim, que apenas existirá arrastamento quando o ângulo de atrito β, for superior ao ângulo de contacto α, convém, no entanto, salientar que o ângulo de contacto α, aumenta à medida que a redução da laminagem se vai tomando mais elevada. Consequentemente, será necessário ir aumentando o atrito ou recorrer a forças auxiliares para se continuar a assegurar a condição de arrastamento necessária ao início da laminagem. A máxima redução de espessura admissível para a laminagem de chapas planas é função características tribológico-- -dimensionais do laminador, nomeadamente do coeficiente de atrito e do raio dos rolos. Se for F, a força tangencial total que promove o movimento da chapa e F, a força radial total aplicada na zona em deformação plástica, a condição limite de arrastamento será igualmente dada por β > α. O valor do ângulo de contacto é dado por: 𝒕𝒂𝒈𝜶 = 𝑳 𝑹 − ∆𝒉 𝟐 = √𝑹𝟐 − (𝑹 − ∆𝒉 𝟐 ) 𝟐 𝑹 − ∆𝒉 𝟐 = √∆𝒉 𝑹 (4) Laminagem perfilada O objectivo é produzir barras (redondas, quadradas, chatas) ou perfis (cantoneiras, vigas U e I, trilhos, dormentes metálicos, etc). Para isso é necessário que a deformação seja muitas vezes alternada entre 2 planos, de modo que a largura e espessura sejam reduzidas. Ao contrário dos cilindros usados para chapas, aqui eles recebem sulcos (canais) usinados, por onde passam as barras e perfis, que são assim obrigados gradualmente, passo a passo, a mudar da secção inicial (por exemplo: quadrada) até o perfil final. Figura 4. Laminação Perfilada Os produtos não-planos são laminados a quente, de uma forma progressiva, em trens de laminagem que fazem intervir conjuntos sucessivos de rolos que são atravessados pelo material durante a sua progressão no sentido longitudinal. Os planeamentos dos passes intermédios e a concepção e o projecto dos correspondentes conjunto de rolos é uma tarefa complicada que envolve bastante experiência. Conformação Mecânica Página 9 Discente: Tualibodine Mutirua Considerações finais Durante a realização do presente trabalho investigativo conclui-se que Laminação é um processo de conformação em que um determinado material é moldado através da passagem por rolos que giram ou por ferramentas planas com movimento de vaivém. Conclui-se que o atrito desempenha um papel fundamental no processo de laminagem. Esta importância é inclusiva extensível à própria alimentação da chapa, a qual para poder ser efectuada de um modo automático, ou seja, sem a intervenção da operação do operador, deve cumprir a condição de arrastamento. Na laminagem perfilada objectivo é produzir barras (redondas, quadradas, chatas) ou perfis (cantoneiras, vigas U e I, trilhos, dormentes metálicos, etc), e na laminagem plana o objectivo é produzir chapas de determinada espessura a partir de chapas mais grossas, ou de blocos ou lingotes. Conformação Mecânica Página 10 Discente: Tualibodine Mutirua Referências bibliográficas (1) Matéria-apoio. Disponível em: http://web.ist.utl.pt/~L52491/4ano/ep/material- apoio/slides/Cap16.pdf, em 22 de Abril, 2017. (2) Laminação. Disponível em: http://mmborges.com/processos/Conformacao/cont_html/laminacao.htm, em 21 de Abril de 2017. (3) SILVA, António.Tecnologia dos materiais e industriais: Laminação, Volume II, pág. 137, 2011.