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Influência chinesa na África

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Influência chinesa na África http://economia.estadao.com.br/blogs/fernando-dantas/influencia-chine...
1 de 4 05/05/2017 14:23
A presença cada vez maior da China na África, além das óbvias motivações
estratégicas chinesas em termos de garantir a oferta de matérias-primas no
longo prazo, também coloca questões sobre disputas entre modelos de
desenvolvimento. Como observa em recente artigo o economista Artur
Colom-Jaén, da Universidat Autònoma de Barcelona e da SOAS University of
London (focada na pesquisa sobre Ásia, África e Oriente Médio), “além da
presença econômica direta, a China certamente está exercendo uma influência
significativa na formulação de políticas de desenvolvimento na África”.
O economista nota que há uma percepção de que o Consenso de Washington,
baseado em políticas de liberalização econômica, privatização e redução do
papel do Estado, não foi bem sucedido em promover o desenvolvimento
africano. Nos anos 80 e 90 (a expressão Consenso de Washington foi criada em
1989, mas se referia a uma abordagem que já existia), diversos países da África
se viram forçados a implementar programas de ajuste estrutural do Fundo
Monetário Internacional (FMI), mas os problemas de endividamento externo,
fuga de capitais e pobreza aumentaram.
Segundo Colom-Jaén, culpar com exclusividade o Consenso de Washington e os
programas do FMI pelos revezes da África é exagero, já que a precariedade
institucional, a corrupção e a falta de compromisso das elites locais com o
desenvolvimento são bem conhecidas. Ainda assim, a visão mais geral seria a de
que a receita liberal e ortodoxa do Ocidente ficou aquém das necessidades do
continente.
É nesse contexto que entra a influência ideológica chinesa. Já em 2004, o
jornalista Joshua Cooper Ramo, atualmente vice-chairman da consultoria do
ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, cunhou a expressão
“Consenso de Beijing”, em proposital contraposição ao “Consenso de
Washington”. A ideia do novo consenso ao estilo chinês é dar maior
preponderância ao papel do Estado, à soberania e à geopolítica, ao mesmo
tempo em que se substituem as receitas prontas (que os seus adversários
atribuem ao Consenso de Washington, o que possivelmente é injusto) por maior
experimentalismo em termos de política econômica, com a busca constante por
inovações e novos caminhos.
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Influência chinesa na África http://economia.estadao.com.br/blogs/fernando-dantas/influencia-chine...
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A Petrobrás teve um prejuízo acumulado com subsídios ao gás liquefeito de
petróleo (GLP), o “gás de cozinha”, de aproximadamente R$ 30 bilhões (a
preços correntes anuais) no período de 2003 a 2015, segundo cálculo do
economista José Tavares, diretor do Centro de Estudos de Integração e
Desenvolvimento (Cindes) e sócio da Ecostrat, consultoria de comércio
exterior e estudos setoriais.
Tavares nota que esse subsídio é em boa parte apropriado por famílias não
pobres e de classe média. A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do
IBGE, de 2002-2003 mostra que o item “gás doméstico” correspondia a 3%
das despesas mensais de famílias com rendimentos de até dois salários
mínimos. Na POF de 2008-2009, essa proporção havia caído para 2%. Para
famílias com renda acima de seis salários mínimos, caía para menos de 1%
da despesa mensal.
Em outras palavras, o gasto já não é extremamente significativo para as
famílias pobres, e torna-se quase irrelevante para as não pobres, que ainda
assim também se beneficiam do subsídio.
Tavares, que há muito tempo pesquisa esse tema, nota que o subsídio ao
consumo popular do GLP começou na década de 70 no governo militar,
quando a prioridade era acabar com o uso do fogão a lenha. O GLP na época
era todo importado e, segundo o economista, os militares montaram um
sistema de subsídio “soviético”, centralizado no Conselho Nacional de
Petróleo (CNP), e repleto de controles. Mesmo ineficiente, o sistema garantia
que o preço do gás de cozinha fosse estável e barato, imune às flutuações do
barril de petróleo, o que naturalmente ajudou na difusão. Já no governo
Sarney o GLP havia chegado a todos os municípios brasileiros.
O governo Collor acabou com o CNP e os controles no setor, e Tavares
classifica a década de 90 como “meio caótica” em relação ao GLP. Com a
instalação da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e do marco regulatório
i l t d l tã di t l S b tiã d R B
Influência chinesa na África http://economia.estadao.com.br/blogs/fernando-dantas/influencia-chine...
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