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“Inventário Nacional de Referências Culturais”

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CIS 432 – CULTURA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL
 “Inventário Nacional de Referências Culturais”
Introdução:
O Inventário Nacional de Referências Culturais – INRC surgiu como uma ferramenta na identificação e documentação dos bens culturais brasileiros e, como consequência passou a promover a preservação de tais bens, tanto materiais, quanto imateriais. Após a publicação da Carta de 1988, que coloca cultura enquanto um conceito antropológico, além das noções de bem cultural, dinâmica cultural e de referência cultural, vários debates e reflexões se sucederam a fim de construir uma referência no que diz respeito à chamada “preservação dos patrimônios culturais” no Brasil. Com o esforço do DID – Departamento de Identificação e Documentação, do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sob a coordenação do Antropólogo Antônio Augusto Arantes, em 1999 o Inventário Nacional de Referências Culturais é concluído. 
Foi identificado dois objetivos centrais: 
A identificação e documentação dos bens culturais de qualquer natureza, atentando-se para a preservação de bens que representem a diversidade e pluralidade das frações que da sociedade e; 
Apreensão dos significados dados aos patrimônios culturais pelos/as os usuários/as dos sítios tombados, tomando essas pessoas enquanto intérpretes legítimos dos artefatos culturais.
Noção de referencial cultural�:
Na linguagem cotidiana, o termo referência tem um registro oculto. Etimologicamente, significa “levar”, “transferir”. Sempre pressupondo um movimento entre dois termos em relação que aponta em uma determinada direção. No sentido conotativo, “referência” se liga a um ponto de apoio ou de encontro, ou de base e, por conseguinte, uma “verdade”. Dessa forma, aponta para uma convergência de ponto de vista. Com a ideia de “referencial cultural” devemos usar quando fazemos referencia a um sentido antropológico e cultura, que procura valorizar assim a diversidade não apenas da produção material, mas procura englobar também os sentidos atribuídos pelos sujeitos aos bens criados e as práticas culturais. Ao se incluir no conhecimento a identificação de “referência cultural” é necessário levar em conta os valores artísticos e históricos dos bens, quando tratamos de inventários em casos de sítios históricos urbanos. 
Assim, quando se fala de um solo antes não tocado, que possui uma história e uma tradição, que já tem uma cultura gravada, pensar em uma interferência – no sentido de preservação – deve-se pensar em uma nova orientação quando falamos do uso do solo. É preciso, porque sempre que consideramos o ambiente, no conjunto de construções, não devemos, porém perder de vista o primordial: os chamados “processos culturais” nos quais estão inscritos as maneiras como os sujeitos ocupam esse “ambiente”, utilizam e valorizam seus recursos existentes, como produzem conhecimento, costumes, objetos e suas histórias. 
Apesar essas informações só podem ser obtidas considerando manifestações materiais – sítios, conjuntos urbanos, monumentos, artefatos, ritos – só se constituem enquanto “referências culturais” quando é considerado e consequentemente valorizado enquanto marcas distintas por sujeitos definidos. Com isso, quando falamos em “referências culturais” é essencial se conduzir para as tais representações que constroem identidade da região pelas pessoas que ali habitam e que remetem aos saberes e hábitos locais. Assim sendo, “referências culturais” não são objetos considerados em si mesmos, com valores naturais. Quando se identifica elementos como significativos os grupos sociais envolvidos operam uma nova criação desses elementos.
O ato de apreender referências pressupõe não apenas captar determinada representação simbólica local, mas visa também elaborar, algumas relações entre esses elementos e a construção de sistemas que falem daquele contexto cultural, no sentido de representá-lo. Portanto, o papel dos sujeitos dos diferentes contextos sociais é de informante e também de intérprete do patrimônio que experimentam/criam.
Conhecer é o primeiro passo para proteger essas informações, como não se trata apenas de atender interesses apenas museológicos e/ou etnográficos o ato de conhecer é um passo necessário, mas não é bastante, ainda precisa de mais. Nessa questão, o lado “político” se une “saber”. É preciso então, ter bem claro que o processo de identificar referências e proteger bens culturais é um exercício que perpassa relações de saber e de poder. Porém, não saberia dizer quem tem a legitimidade de dizer qual bem é mais significativo, visto que cada bem tem sua importância dentro da sociedade que o criou. 
Vemos o Estado delegando isso aos chamados “intelectuais”, ligados as áreas da cultura. Há pouco tempo à preservação de “referências culturais” passou a ser entendida como exercício dos cidadãos que pressionam o poder público para exercer esse direito. A autoridade do saber intelectual, associada ao poder do Estado não podem e decidir sobre o que deve ser preservado. Nos anos de 1970, o apoio à preservação foi deslocado da centralidade técnica para um movimento de negociações políticas. Por isso temos a criação do Centro Nacional de Referência Cultural – CNRC, como exemplo oportuno para se entender as políticas de preservação cultural.
Como ler o INRC:
O manual de como ler o INRC surge a partir de dois pressupostos: 
1) que o INRC objetiva identificar, documentar e registrar sistematicamente os bens culturais expressivos da diversidade cultural brasileira; e 
2) que os objetivos específicos do levantamento deve se fundamentar nas categorias dos bens culturais destacados pelo Grupo de Trabalho do Patrimônio imaterial criado pelo Ministério da Cultura, a saber:
I- Saberes e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades;
II- Celebrações, festas e folguedos que marcam espiritualmente a vivência do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e da vida cotidiana;
III- Linguagens musicais, iconográficas e performáticas;
IV- Espaços em que se produzem as práticas culturais.
A proposta de metodologia para o inventário parte da identificação do seu objeto seguindo as teorias das Ciências Sociais, sobretudo Antropologia, sobre processos de produção, reprodução e mudança cultural, e dos mecanismos que articulam esses processos à formação do patrimônio cultural e da memória, além da formação política e simbólica acerca da concepção de nação.
Ao falar dos procedimentos de inventários criados para o INRC os autores apontam alguns desafios interessantes. Primeiro foi tornar viável a identificação e documentação de conjuntos de referências ou bens culturais que fossem significativos para os grupos sociais específicos. Por fim, evitar a produção de um registro que engesse o processo social formador desses bens, como se eles fossem objetos da história.
Processo de Trabalho e Sobre a noção de Inventário:
O processo investigatório tem complexidade crescente para viabilizar levantamentos amplos para publicação – etapa chamada de identificação, além da complementação com documentação etnográfica. Assim, são três etapas possíveis:
Levantamento preliminar;
 Identificação;
Documentação.
Quando falamos do inventário, usamos a derivação da palavra. Inventariar significa encontrar, tornar conhecido, identificar. Descrito de forma profunda cada bem que deve ser considerado. Assim, este deve ser sistemático, coerentes com determinados critérios de inclusão e exclusão dos elementos que o constituirão. 
Construindo o objeto de pesquisa: referências e bens culturais:
Referência cultural significa alusão, ou seja, identificação indireta de algo por meio de fato, objeto ou personagens conhecidos. Mas também pode ser divisa, marca que indica um limite que estabelece um termo de comparação e diferenciação. Referências podem ser edifícios, paisagens naturais, arte e também ofícios. Enfim, são objetos, algumas práticas e lugares apropriados pela cultura na construção de sentido de identidades, ou melhor, na construçãode raízes culturais.
Para efeito metodológico, o objeto do INCR são atividades, lugares, e bens materiais que constituem marcos e referências de identidade para determinado grupo social. Sendo assim os objetos do INCR podem ser instalados em cinco categorias: Celebrações; Formas de expressão; Ofícios e modos de fazer; Edificações e Lugares.
Delimitação do trabalho:
O universo no inventário tem que ser de fácil identificação, mas para, além disso, pode ser algo de cunho social e delimitado quando falamos de espaço. Os sistemas culturais têm dinâmicas geográficas próprias que se arrolam e se conectam com a natureza relações sociais em num determinado “espaço físico”. 
Montagem de relatório e conclusão:
Existe um conjunto de fichas de identificação, questionários e fichas do tempo para uso no campo. O INRC recomenda o uso de computadores para edição dos dados.
No levantamento preliminar é feito a tomada de decisão a respeito da delimitação do sítio a ser tabelado. Aqui é preciso uma intensa pesquisa em fontes secundárias e documentos oficiais, viagens a campo para que entrevistas sejam feitas, normalmente com pessoas que detenham conhecimento sobre a realidade do local.
A organização inicial do trabalho permite ao catalogador maior visualização dos bens a serem catalogados em conjunto, para assim indagar sobre seus sentidos e conhecer assim o contexto em que os bens estão inseridos, para quem sabe ter uma visão mais ampla sobre o bem que vai ser catalogado, tendo talvez uma maior facilidade para executar o trabalho. O primeiro contato com o campo ajuda no planejamento do trabalho. Após todos esses procedimentos, é possível a realização é montagem do relatório conforme as exigências estabelecidas pela INRC.
Fonte:
Acessado em: 07 de fevereiro de 2014 http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=3415
Acessado em: 07 de fevereiro de 2014 http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/politicas_sociais/referencia_2.pdf
Acessado em: 07 de fevereiro de 2014 http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=13493&retorno=paginaIphan
� Retirado de: http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/politicas_sociais/referencia_2.pdf

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