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Limite de penas Art.75.

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Limite de penas 
Art. 75 caput do código penal.
“Art.75-O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não podem ser superior a 30(trinta) anos.”. 
Sobre as penas privativas de liberdades, podem ser Reclusão, que pode iniciar por qualquer um dos três regimes e Detenção que é somente nos regimes semi-aberto e aberto, salvo se houver a necessidade de regressão. 
Art.75 § 1º do código penal.
“§ 1º-Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.”
Quer dizer que, havendo mais de uma pena, elas serão somadas sem ultrapassar o limite de 30 anos, e o que passar é desprezado.
De acordo com algumas doutrinas, a progressão de regime, os benefícios de execução penal que consideram parcelas de cumprimento da pena, deve se analisar o tempo de pena em que foram condenados os indivíduos, e não o limite máximo da pena a ser cumprida no Brasil (30 anos). E esse é o pensamento de Damásio de Jesus.
“De modo que, condenado a mais de trinta anos de prisão, não é suficiente que o recluso cumpra quinze anos para obter o benefício” (JESUS, p. 531).
Mas outros doutrinadores veem de outra forma, que o tempo de progressão deve considerar não o tempo da pena aplicada e sim o tempo de 30 anos, sendo assim, conforme tal entendimento, por exemplo, se alguém for condenado a duas penas privativas de liberdade de vinte e cinco anos cada uma, serão essas penas unificadas em trinta anos e poderá obter os benefícios tomando-se como referência os trinta anos unificados e não o tempo efetivo de condenação.
“Permitir que uma pena de prisão se prolongue irremissivelmente, por trinta anos, em regime fechado e em condições institucionais sobejamente conhecidas, é exatamente o mesmo que permitir a pena perpétua, tendo em vista a deterioração psíquica e física que sofre inevitavelmente a pessoa. Parece-nos de meridiana clareza não ser este o entendimento que se extrai do art. 5º, XLVII, b, da Constituição, quando o relacionamos com o inc. XLIV...” (ZAFFARONI; PIERANGELI, p.680).
Mas pelos nossos tribunais permanece o primeiro pensamento de acordo com o entendimento do STF, pela Súmula 715 do STF.
“A pena unificada para atender o limite de 30 anos de cumprimento, determinado pelo art.75 do código penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.”
Dando continuidade com o art. 75. § 2º do código penal.
“§ 2º-Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-à nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.”
Isso quer dizer, uma nova condenação, depois que a pena começa a ser cumprida, irá realizar uma nova unificação, desprezando no cálculo o período já cumprido da pena.
Matéria com previsão no art. 111 e § único da lei de Execução Penal.
“Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.”
“Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Código penal
Lei de execução penal
JESUS, Damásio de. Direito Penal: parte geral, Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2008. 
ZAFFARONI, Eugenio Raúl e PIERANGELI, José Henrique. Manual de Direito 
Penal Brasileiro. Volume 1, Parte Geral. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 
2007.

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