Buscar

NCPC (Convenções Processuais, Prazo razoável, Calendário Processual, Papel do Juiz, Natureza e Objeto) 4

Prévia do material em texto

23/04/2017 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E CALENDÁRIO PROCESSUAL – Estudos do Novo CPC
https://estudosnovocpc.com.br/2016/06/13/negocios­juridicos­processuais­e­calendario­processual/ 1/7
Estudos do Novo CPC
Blog criado para compartilhar o entendimento de alguns
doutrinadores sobre o novo Código de Processo Civil (Lei
13.105/2015), que entrou em vigor em 18 de março de
2016.
NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E
CALENDÁRIO PROCESSUAL
13 DE JUNHO DE 20167 DE FEVEREIRO DE 2017
ANDRÉ ALVES
DEIXE UM COMENTÁRIO
*Este texto é uma pequena parte do material de Direito Processual Civil elaborado por mim para os
cursos  do MEGE  (hퟙ�p://www.mege.com.br/  (hퟙ�p://www.mege.com.br/)).  Nos  referidos  cursos,  os
alunos  matriculados  ganham  o  material  completo  de  todas  as  matérias  para  preparação  para
concursos.
*Material elaborado com base nos livros:
Curso de Direito Processual Civil – Volume I – Teoria geral do direito processual civil, processo
de  conhecimento  e  procedimento  comum  –  Humberto  Theodoro  Júnior  –  57.  ed.  rev.  atual.  e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2016.
Manual de direito Processual civil – Volume único – Daniel Amorim Assumpção Neves –  8. ed. –
Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
Negócio Jurídico Processual (art. 190 do NCPC)
O novo Código adotou a teoria dos negócios jurídicos processuais, por meio da qual se conferiu certa
flexibilização procedimental ao processo, respeitados os princípios constitucionais, de sorte a que se
consiga dar maior efetividade ao direito material discutido. A ideia se coaduna com o princípio da
cooperação, que está presente no Código atual, devendo nortear a conduta das partes e do próprio
juiz, com o objetivo de, mediante esforço comum, solucionar o litígio, alcançando uma decisão justa.
Espécies de negócios jurídicos processuais:
Unilateral: Há no processo negócios jurídicos unilaterais, por meio dos quais o sujeito processual,
pelo  exercício  de  vontade,  gera  consequências  no  processo.  Nessa  espécie  de  negócio  jurídico
apenas a vontade de uma das partes é relevante, como ocorre, por exemplo, na renúncia ao prazo
(art. 225 do NCPC), na desistência da execução ou de medida executiva  (art. 775 do NCPC), na

�
�
�
�
23/04/2017 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E CALENDÁRIO PROCESSUAL – Estudos do Novo CPC
https://estudosnovocpc.com.br/2016/06/13/negocios­juridicos­processuais­e­calendario­processual/ 2/7
(art. 225 do NCPC), na desistência da execução ou de medida executiva  (art. 775 do NCPC), na
desistência do recurso (art. 998 do NCPC), na renúncia ao direito recursal (art. 999 do NCPC) etc.
Outros  atos  considerados  pela  doutrina  como  negócio  jurídico  processual  unilateral,  como  a
renúncia  e  o  reconhecimento  jurídico  do  pedido,  são,  na  realidade  atos  de  autocomposião
unilateral, que apesar de praticados no processo tem conteúdo material (renúncia e submissão).
Bilateral: O negócio bilateral depende de um acordo de vontades das partes, sendo dessa espécie
de negócio jurídico que versa o art. 190 do Novo CPC, além de outros negócios jurídicos típicos
espalhados no ordenamento.
Plurilateral:  Se, porém, de alguma  forma a  convenção  importar  restrição ou condicionamento à
situação jurídica do juiz, como se passa no saneamento consensual das cláusulas complexas (art.
357, § 3º) e no estabelecimento do calendário processual (art. 191), é intuitivo que o negócio só se
aperfeiçoará validamente se a ele aquiescer o próprio juiz. Nessas e noutras hipóteses, tipificadas
em lei, o juiz atua como sujeito negociante ao lado das partes, e não como simples homologador
do acordo.
Negócios jurídicos processuais típicos: Sempre que a lei prever um negócio  jurídico processual
de forma expressa, tem‑se um negócio jurídico processual típico. Nesses casos, é possível que os
requisitos de admissibilidade também estejam previstos de forma específica.
O  exemplo  mais  tradicional  é  a  cláusula  de  eleição  de  foro,  que  permite  às  partes,  antes  da
propositura  da  ação,  modificar  o  foro  abstratamente  competente  para  a  demanda  judicial.  Esse
frequente negócio jurídico pré‑processual, está previsto no art. 63 do Novo CPC, e deve respeitar os
requisitos  formais  lá  previstos  para  ter  validade  no  caso  concreto.  Há  outros  exemplos,  como  na
escolha do mediador ou conciliador (art. 168 do NCPC), a suspensão do processo por convenção das
partes  (art.  313,  II,  do NCPC),  a  convenção  de  arbitragem  (art.  3º,  §  1º,  do NCPC),  o  saneamento
consensual  (art.  357,  §  2º,  do  NCPC),  o  acordo  para  o  adiamento  da  audiência  de  instrução  e
julgamento (art. 362,  I, do NCPC), a convenção entre os  litisconsortes para dividir entre si o tempo
das alegações finais orais em audiência (art. 364, § 1º, do NCPC), a convenção sobre a redistribuição
do ônus da prova (art. 373, § 3º do NCPC), acordo para retirar dos autos o documento cuja falsidade
foi arguida (art. 432, parágrafo único, do NCPC) e a escolha consensual do perito (art. 471, do NCPC).
Cláusula geral de negócios jurídicos processuais: Diferente do diploma legal revogado, o Novo
Código de Processo Civil passou a prever de  forma expressa uma verdadeira  cláusula geral de
negócio  jurídico  processual,  de  forma  a  permitir,  além  das  hipóteses  específicas  de  negócio
processual típico, que continuam entre nós, a celebração de acordo entre as partes de forma geral,
envolvendo tanto o procedimento como as suas situações processuais.
CPC 2015 CPC 1973
�
23/04/2017 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E CALENDÁRIO PROCESSUAL – Estudos do Novo CPC
https://estudosnovocpc.com.br/2016/06/13/negocios­juridicos­processuais­e­calendario­processual/ 3/7
Art.  190  Versando  o  processo  sobre  direitos
que  admitam  autocomposição,  é  lícito  às
partes  plenamente  capazes  estipular
mudanças no procedimento para ajustá‑lo às
especificidades  da  causa  e  convencionar
sobre  os  seus  ônus,  poderes,  faculdades  e
deveres  processuais,  antes  ou  durante  o
processo.
Parágrafo  único.    De  ofício  ou  a
requerimento,  o  juiz  controlará  a  validade
das  convenções  previstas  neste  artigo,
recusando‑lhes  aplicação  somente  nos  casos
de  nulidade  ou  de  inserção  abusiva  em
contrato de adesão ou em que alguma parte
se  encontre  em  manifesta  situação  de
vulnerabilidade.
– Não possui  correspondência  com o
CPC/1973.
Requisitos: A alteração convencional de alguns procedimentos, que a lei autoriza para ajustá‑los
às especificidades da causa, exige o preenchimento dos seguintes requisitos:
(i)  a  causa  deve  versar  sobre  direitos  que  admitam  autocomposição  –  Conforme  entendimento
doutrinário uníssono, o legislador foi extremamente feliz em não confundir direito indisponível com
direito  que  não  admita  autocomposição,  porque  mesmo  nos  processos  que  versam  sobre  direito
indisponível é cabível a autocomposição. Naturalmente, nesse caso a autocomposição não tem como
objeto  o  direito  material,  mas  sim  as  formas  de  exercício  desse  direito,  tais  como  os  modos  e
momentos  de  cumprimento  da  obrigação.  Em  razão  dessa  importante  distinção,  é  admitida  a
convenção  processual  no  processo  coletivo,  ainda  que  os  direitos  difusos  e  coletivos  sejam
indisponíveis e o autor da ação seja o Ministério Público.
(ii)  as  partes  devem  ser  plenamente  capazes  –  Há  corrente  doutrinária  que  defende  tratar‑se  de
capacidade  material,  de  forma  que  os  relativamente  ou  absolutamente  incapazes,  mesmo  que
assistidos ou representados, não podem celebrar negócio jurídico. Outra corrente doutrinária entende
que  a  capacidade  exigida  é  tão  somente  a  processual,  de  forma  que  havendo  representação
processual os incapazes poderão celebrar o negócio jurídico.
(iii) a convenção deve limitar‑se aos ônus, poderes,faculdades e deveres processuais das partes – É
evidente  que  a  possibilidade  de  as  partes  convencionarem  sobre  ônus,  deveres  e  faculdades  deve
limitar‑se aos seus poderes processuais, sobre os quais têm disponibilidade,  jamais podendo atingir
aqueles conferidos ao juiz.
Momento:  O  negócio  processual  pode  ser  prévio  ou  incidental,  isto  é,  pode  ocorrer  antes  do
ajuizamento da causa (em caráter preparatório, portanto), como ocorre na convenção arbitral ou
na pactuação do foro de eleição, ou acontecer como incidente de um processo já em curso, como
nos casos de acordo sobre suspensão do processo ou alteração de prazos. Uma exigência, todavia,
há de ser observada, principalmente nos acordos pré‑processuais: além de ser lícito, é necessário
que  o  acordo  seja  preciso  e  determinado.  Vale  dizer:  deve  versar  sobre  uma  situação  jurídica
individualizada  e  concreta, de  sorte que não  são válidas  as  convenções genéricas,  como as que
preveem o juízo arbitral ou o foro de eleição, sem identificar com precisão e clareza os casos sobre
os quais os efeitos do negócio processual incidirão.
Controle de validade: O juiz, no exercício de sua função de gerenciar o processo, deve, de ofício
ou a requerimento, controlar a validade dessas convenções, recusando‑lhes aplicação somente nos
casos  de  nulidade  ou  inserção  abusiva  em  contrato  de  adesão  ou  no  qual  qualquer  parte  se
�
23/04/2017 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E CALENDÁRIO PROCESSUAL – Estudos do Novo CPC
https://estudosnovocpc.com.br/2016/06/13/negocios­juridicos­processuais­e­calendario­processual/ 4/7
casos  de  nulidade  ou  inserção  abusiva  em  contrato  de  adesão  ou  no  qual  qualquer  parte  se
encontre em manifesta situação de vulnerabilidade (art. 190, parágrafo único). Em regra, contudo,
o negócio  jurídico processual, sendo fruto da autonomia da vontade das partes, não se sujeita a
um juízo de conveniência pelo juiz. Limita‑se este a um exame de validade do acordo, justificado
pela sua vinculação à eficácia do negócio praticado pelas partes. A avaliação judicial se dá depois
de consumado o negócio processual, não se apresentando como requisito de seu aperfeiçoamento,
mas tão somente de verificação de sua legalidade. Não há necessidade de homologação judicial,
salvo  em  casos  excepcionais  previstos  em  lei,  como  na  suspensão  convencionada  do  processo.
Válido o acordo, seus efeitos manifestam‑se desde o momento de sua pactuação.
Nulidade: Será nulo o negócio jurídico processual que não atenda aos requisitos formais gerais de
negócio jurídico previstos pelo art. 104 do CC ou os requisitos formais específicos previstos no art.
190, caput, do Novo CPC. Também será nulo em razão dos vícios sociais e do consentimento e se
o negócio jurídicos for simulado (art. 167 do CC). Aplica‑se ao negócio jurídico processual o art.
166  do  CC.  É  acertado  o  Enunciado  16  do  FPPC  a  respeito  da  invalidade  do  negócio  jurídico
processual:  “  O  controle  dos  requisitos  objetivos  e  subjetivos  de  validade  da  convenção  de
procedimento  deve  ser  conjugado  com  a  regra  segundo  a  qual  não  há  invalidade  do  ato  sem
prejuízo”.
Inserção  abusiva  em  contrato  de  adesão:  Como  se  pode  notar  da  mera  leitura  do  art.  190,
parágrafo único, do Novo CPC, não existe uma vedação absoluta para que as partes  incluam o
negócio jurídico processual em um contrato de adesão, dependendo sua nulidade da existência de
abusividade no caso concreto.
Vulnerabilidade:  Como  objeto  do  acordo  celebrado  entre  as  partes  tem natureza  processual,  a
vulnerabilidade prevista no art. 190, parágrafo único, do Novo CPC deve ser compreendida como
vulnerabilidade  processual,  que  segunda  a  melhor  doutrina  decorre  de  limitação  pessoal
involuntária  de  caráter  permanente  ou  provisório,  ensejada  por  fatores  de  saúde,  de  ordem
econômica,  informacional,  técnica ou organizacional. Uma parte em difícil situação econômica e
que precisa  de  qualquer  forma  celebrar  um  contrato  –  ainda  que  não  seja  de  adesão  –  para  se
manter,  certamente  está  em  situação  de  vulnerabilidade  econômica,  e  nesse  caso  o  negócio
jurídico  processual  pode  ser  nulo,  desde  que  seu  objeto  imponha  um  sacrifício  injustificado  à
parte vulnerável.
Limites à liberdade das partes: Não há dúvidas de que os requisitos formais previstos no art. 190,
parágrafo único, do Novo CPC funcionam como limitações ao poder das partes de celebrarem o
negócio  jurídico  processual  atípico.  As  limitações,  entretanto,  são  ainda  mais  amplas,  sendo
atualmente a grande questão a ser respondida pela doutrina e pela jurisprudência.
Normas  fundamentais  do  processo:  A  doutrina  vem  defendendo  que  o  negócio  jurídico
processual  ora  analisado  não  pode  violar  as  normas  fundamentais  do  processo  –  ou  garantias
mínimas,  ou  garantias  constitucionais  do  processo,  ou  posições  jurídicas  inerentes  ao  modelo
processual adotado no Brasil, ou devido processo legal. No art. 5º do Novo CPC está consagrado o
princípio  da  boa‑fé  processual,  não  parecendo  crível  que  as  partes  possam  acordar  pelo
afastamento  de  seus  deveres  de  boa‑fé  e  lealdade  processual.  A  doutrina  parece  tranquila  no
sentido  de  que  as  partes  não  podem  convencionar  a  respeito  do  princípio  da  publicidade,  de
forma  que  não  podem  criar  hipóteses  de  segredo  de  justiça  não  previstas  em  lei  e  tampouco
afastar tais hipóteses do caso concreto.
Normas cogentes: Normas cogentes são aquelas impostas pela lei aos sujeitos processuais, sendo
irrelevante sua vontade no caso concreto. Como o negócio jurídico processual ora analisado tem
como base a vontade das partes, parece  lógica a conclusão de que o acordo não pode  ter como
objeto  uma  norma  cogente.  Com  o  fundamento  de  que  as  partes  não  podem  afastar  normas
cogentes,  não  se  admite  acordo  que  verse  sobre  a  admissão  de  prova  ilícita,  para  excluir  a
�
23/04/2017 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E CALENDÁRIO PROCESSUAL – Estudos do Novo CPC
https://estudosnovocpc.com.br/2016/06/13/negocios­juridicos­processuais­e­calendario­processual/ 5/7
cogentes,  não  se  admite  acordo  que  verse  sobre  a  admissão  de  prova  ilícita,  para  excluir  a
participação  do  Ministério  Público  quando  a  lei  exige  sua  presença,  para  fixar  prioridade  de
julgamento quando não previsto em lei, para criar novos recursos ou ampliar suas hipóteses de
cabimento, para modificar regra de competência absoluta, para criar hipóteses de ação rescisória e
de  outras  medidas  tendentes  a  desconstituir  a  coisa  julgada,  para  a  dispensa  da  presença  de
litisconsorte  necessário  etc.  Mas  o  tema,  como  sói  acontecer  quando  se  enfrenta  a  novidade
prevista no art. 190 do Novo CPC, não é de fácil solução. Já há considerável corrente doutrinária
defendendo  a  possibilidade  de  criação  de  uma  legitimação  extraordinária  por  convenção  das
partes.
Decisão  que  decreta  a  invalidade  do  negócio  jurídico  processual:  Apesar  de  bastante
improvável,  o  acordo pode  ser  anulado  em  capítulo de  sentença,  quando não haverá dúvida  a
respeito  do  cabimento  da  apelação.  Muito  mais  frequente,  entretanto,  será  a  decretação  de
nulidade  por  decisão  interlocutória,  surgindo  nesse  caso  instigante  questão  a  respeito  de  sua
impugnabilidade.  Descartado  o  cabimento  de  agravo  de  instrumento  contra  a  decisão
interlocutória que anula o negócio  jurídico celebrado entre as partes, a recorribilidade seguirá a
regra do art. 1.009, § 1º, do Novo CPC: apelação ou contrarrazões. Trata‑se de mais uma hipótese
de  nítida  inutilidade  do  recurso  previsto  em  lei,  já  que  após  a  prolação  da  sentença  todo  o
procedimento  já  terá se desenvolvido emdesrespeito ao acordo de vontade das partes. Sendo o
recurso previsto em lei incapaz de reverter a sucumbência experimentada pela parte, será cabível
o mandado de segurança contra tal decisão.
Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) que se referem ao negócio
jurídico processual do art. 190 do NCPC:  (tais enunciados não são de aplicação definitiva pelo
julgador, mas  tão  somente  um norte  doutrinário. Caberá  aos  Tribunais  Superiores  indicarem  a
casuística do presente assunto).
Enunciado n. 6 do FPPC: O negócio  jurídico processual não pode afastar os deveres  inerentes à
boa‑fé e à cooperação.
Enunciado  n.  16  do  FPPC:  O  controle  dos  requisitos  objetivos  e  subjetivos  de  validade  da
convenção de procedimento deve ser conjugado com a regra segundo a qual não há invalidade do
ato sem prejuízo.
Enunciado n. 17 do FPPC: As partes podem, no negócio processual, estabelecer outros deveres e
sanções para o caso do descumprimento da convenção.
Enunciado  n.  18  do  FPPC:  Há  indício  de  vulnerabilidade  quando  a  parte  celebra  acordo  de
procedimento sem assistência técnico‑jurídica.
Enunciado n. 19 do FPPC: São admissíveis os seguintes negócios processuais, dentre outros: pacto
de impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natureza, acordo de
rateio de despesas processuais,  dispensa  consensual de  assistente  técnico,  acordo para  retirar  o
efeito suspensivo da apelação, acordo para não promover execução provisória.
Enunciado n.  20 do  FPPC: Não  são  admissíveis  os  seguintes  negócios  bilaterais,  dentre  outros:
acordo para modificação da competência absoluta, acordo para supressão da primeira instância.
Enunciado  n.  21  do  FPPC:  São  admissíveis  os  seguintes  negócios,  dentre  outros:  acordo  para
realização de sustentação oral, acordo para ampliação do tempo de sustentação oral,  julgamento
antecipado do mérito convencional, convenção sobre prova, redução de prazos processuais.
Enunciado n. 115 do FPPC: O negócio jurídico celebrado nos termos do art. 190 obriga herdeiros e
sucessores.
Enunciado n. 132 do FPPC: Além dos defeitos processuais, os vícios da vontade e os vícios sociais
podem dar ensejo à invalidação dos negócios jurídicos atípicos do art. 190.
Enunciado  n.  133  do  FPPC:  Salvo  nos  casos  expressamente  previstos  em  lei,  os  negócios
processuais do art. 190 não dependem de homologação judicial.
Enunciado n. 134 do FPPC: Negócio jurídico processual pode ser invalidado parcialmente.
Enunciado  n.  135  do  FPPC:  A  indisponibilidade  do  direito  material  não  impede,  por  si  só,  a
�
23/04/2017 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E CALENDÁRIO PROCESSUAL – Estudos do Novo CPC
https://estudosnovocpc.com.br/2016/06/13/negocios­juridicos­processuais­e­calendario­processual/ 6/7
Enunciado  n.  135  do  FPPC:  A  indisponibilidade  do  direito  material  não  impede,  por  si  só,  a
celebração de negócio jurídico processual.
Enunciado n.  252 do FPPC: O descumprimento de uma  convenção processual  válida  é matéria
cujo conhecimento depende de requerimento.
Enunciado n. 253 do FPPC: O Ministério Público pode celebrar negócio processual quando atua
como parte.
Enunciado  n.  254  do  FPPC:  É  inválida  a  convenção  para  excluir  a  intervenção  do  Ministério
Público como fiscal da ordem jurídica.
Enunciado n. 255 do FPPC: É admissível a celebração de convenção processual coletiva.
Enunciado n. 256 do FPPC: A Fazenda Pública pode celebrar negócio jurídico processual.
Enunciado  n.  257  do  FPPC:  O  art.  190  autoriza  que  as  partes  tanto  estipulem  mudanças  do
procedimento  quanto  convencionem  sobre  os  seus  ônus,  poderes,  faculdades  e  deveres
processuais.
Enunciado n. 258 do FPPC: As partes podem convencionar sobre seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, ainda que essa convenção não importe ajustes às especificidades da causa.
Enunciado  n.  259  do  FPPC:  A  decisão  referida  no  parágrafo  único  do  art.  190  depende  de
contraditório prévio.
Enunciado n. 260 do FPPC: A homologação, pelo juiz, da convenção processual, quando prevista
em lei, corresponde a uma condição de eficácia do negócio.
Enunciado  n.  261  do  FPPC:  O  art.  200  aplica‑se  tanto  aos  negócios  unilaterais  quanto  aos
bilaterais, incluindo as convenções processuais do art. 190.
Enunciado  n.  262  do  FPPC:  É  admissível  negócio  processual  para  dispensar  caução  no
cumprimento provisório de sentença.
Calendário para a prática de atos processuais (art. 191 do NCPC) 
O novo Código admite que as partes e o juiz, de comum acordo, fixem calendário para a prática dos
atos processuais, quando for o caso (art. 191, caput). Esse calendário é útil quando o processo envolve
questões  que  se  submetem  a  provas  em  foros  distintos  ou  a  perícias mais  complexas;  haja  prazos
comuns;  etc.  O  calendário  cumpre  significativo  papel  na  implementação  do  princípio  de  duração
razoável do processo e de emprego de meios que acelerem sua conclusão (CF, art. 5º, LXXVIII).
CPC 2015 CPC 1973
Art.  191   De  comum acordo,  o  juiz  e
as partes podem fixar calendário para
a  prática  dos  atos  processuais,
quando for o caso.
§ 1  O calendário vincula as partes e o
juiz,  e  os  prazos  nele  previstos
somente  serão modificados  em  casos
excepcionais,  devidamente
justificados.
§  2   Dispensa‑se  a  intimação  das
partes  para  a  prática  de  ato
processual  ou  a  realização  de
audiência  cujas  datas  tiverem  sido
designadas no calendário.
– Não possui  correspondência  com o
CPC/1973.
Não  resta  dúvida  de  que  a  calendarização  procedimental  é  um  negócio  jurídico  plurilateral,
o
o
�
23/04/2017 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E CALENDÁRIO PROCESSUAL – Estudos do Novo CPC
https://estudosnovocpc.com.br/2016/06/13/negocios­juridicos­processuais­e­calendario­processual/ 7/7
Não  resta  dúvida  de  que  a  calendarização  procedimental  é  um  negócio  jurídico  plurilateral,
considerando‑se que nos termos do art. 191, caput, do Novo CPC a fixação do calendário depende no
caso concreto de um acordo entre as partes e o juiz. Dessa forma, não podem as partes, mesmo que
formalmente  perfeito  o  acordo,  impor  a  calendarização  ao  juiz,  como  o  contrário  também  não  é
admissível. O termo partes utilizado pelo dispositivo ora comentado deve ser interpretado de forma
ampla, ou seja, como parte no processo, porque qualquer sujeito processual que participe da relação
jurídica  processual  será  diretamente  afetado  pela  calendarização  do  procedimento,  sendo
imprescindível  sua  concordância. Assim, havendo  terceiros  intervenientes,  ou o Ministério Público
como fiscal da ordem jurídica, também deverão anuir com a calendarização procedimental sob pena
de inviabilizá‑la, salvo se o acordo não lhes gerar prejuízo, quando sua anuência será dispensada e no
caso do assistente simples, que não pode se opor à vontade do assistido, não pode impedir que ele
celebre o negócio jurídico processual.
BLOG NO WORDPRESS.COM.
�

Continue navegando