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Direito Financeiro e Tributário I Professor: Anderson Madeira Email: madeira.anderson@uol.com.br AULA EM 23/08/2016 – Aula 01 Aulas 1, 2 e 3 para o dia 06/09/16. Livro: Luiz Emygdio Rosa Jr. / Hugo Brito Machado (Ed. Malheiros) / Eduardo Sabbag / Anderson Madeira (Ed. Lumen Juris – 11ª ed.). DIREITO FINANCEIRO Ciência das Finanças (estudo da vida social – ex.: Previdência Social) Atividade financeira do Estado. Direito Financeiro (ou positivismo). À ciência das finanças não interessa perquirir por quê ou para que o Estado existe. Essas indagações pertencem ao campo de pesquisa do Direito Constitucional e da Teoria Geral do Estado. Em linha de princípio, o que interessa é saber como subsiste o ente público, cumprindo-lhe, portanto, analisar os meios de subsistência do Estado (Zelmo Denari). O Direito Tributário sem a fecundação das Ciências das Finanças reduz-se a simples trabalho técnico; a Ciência das Finanças sem o controle do direito positivo não passa de especulação abstrata (Albert Hensel). Direito Financeiro (receitas, despesas, orçamento, créditos públicos). Receita Pública Receita pública é todo numerário arrecadado pelo Estado. As receitas se dividem, segundo a boa doutrina, em receitas de terceiros e receitas próprias (originárias e derivadas). Receita de Terceiros Receita originária Vem do próprio patrimônio do Estado. Receita derivada Deriva do patrimônio que não é do Estado. Exemplos: tributos, multas e reparação de guerra. Obs.: Tributo é gênero. Imposto, taxa, etc., são espécie. Despesas Públicas É toda saída de numerário do Estado, para cumprir uma finalidade. Diz a boa doutrina que as despesas podem ser correntes ou de capital. As despesas correntes podem ser: de custeio ou de transferência corrente. Já as despesas de capital podem ser: de investimento, de inversão financeira ou de transferência de capital. Despesas correntes são aquelas voltadas para o funcionamento da máquina estatal. A despesa de custeio é a utilizada para saldar dívidas do “dia a dia” do Estado. Já a despesa de transferência corrente ... ouvir áudio. As despesas devem observar, formalmente, as seguintes etapas: Empenho (art. 58, Lei 4320/64); Liquidação (art. 63, Lei 4320/64); Ordenação (art. 64, Lei 4320/64); Pagamento (art. 65, Lei 4320/64). Orçamento Público AULA EM 30/08/2016 – Aula 02 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS Princípio da unidade Art. 165, p. 5º, CRFB Princípio da universalidade Todas as receitas e todas as despesas devem estar no orçamento (art. 165, p. 5º, I – CRFB / art. 6º, Lei 4.320/64). Despesa que não esteja no orçamento nunca poderá ser feita, a lei é inflexível. Já quanto a receita não há esse rigor. Princípio da anualidade O orçamento é anula (art. 165, III e art. 165, p. 5º - CRFB) Proibição do estorno de verbas O Executivo é proibido de alterar o orçamento. Toda e qualquer alteração no orçamento é exceção. Princípio da não afetação da Receita Imposto é tributo não vinculado, portanto, não pode ser destinado exclusivamente a determinado pagamento (art. 167,IV – CRFB). Exclusividade da matéria orçamentária Nenhum outro assunto poderá ser discutido dentro do Projeto de Lei do orçamento. CRÉDITO PÚBLICO Estado goza de sua credibilidade perante a sociedade e capta receita para posterior pagamento (prazos longos, como 10, 20, 30 anos). A remuneração do título é feita através de taxa de juros, mas não há distribuição de dividendos. Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – LC 101/2000 A LRF é voltada para a probidade. O erário público não pode ter um gestor “amador”, visa evitar gestão temerária por parte do chefe do Executivo. O chefe do Executivo que não respeita a lei incorre em infração, não em crime. A Lei de Responsabilidade Fiscal não revogou a Lei 4320/64. A LRF está calcada em quatro grandes pilares: 1º - Planejamento: 2º - 3º - 4º - Responsabilização: AULA EM 06/09/2016 – Aula 03 TRIBUTOS TRIBUTO Imposto Taxa Contribuição de melhoria Empréstimo compulsório Contribuição parafiscal Teoria pentapartite. Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir (ver art. 162 – CTN), que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Dação em pagamento – ato administrativo discricionário. O tributo jamais poderá ser utilizado como sanção, para isso existe a multa. O tributo é devido pois foi praticado o fato gerador. Legislação é o conjunto de normas que regula determinada matéria (leis, tratados, decretos, etc). A lei pode ser complementar, ordinária ou delegada. Lei complementar: complementa a Constituição Lei ordinária: a lei comum. Ver princípio da legalidade (art. 150, I – CRFB; ART. 97, I – CTN). Lei delegada: em desuso. IMPOSTO (Art. 145, I – CRFB e art. 16 – CTN) Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. O imposto é o tributo não vinculado, não há uma contraprestação específica. Para exceções ver art. 167, IV – CRFB. Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Artigos 153 (União), 155 (Estados/DF) e 156 (Municípios) – CRFB definem os impostos. ICMS – serviços de energia elétrica; telecomunicações e transporte interestadual e intermunicipal. União: II, IE, IPI, IOF, IR, ITR e IGF. Estado / DF: ICMS; IVPA e ITD. Município: ISS, IPTU e ITBI. TAXA (art. 145, II – CRFB e art. 77 – CTN) Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. A taxa é um tributo vinculado. A taxa não pode ter o mesmo fato gerador e base de cálculo de um imposto, nem incidir sobre o faturamento das empresas (p. 2º do art. 145-CRFB e p. único do art. 77-CTN). Tributo = base de cálculo x alíquota. Exemplo: IPVA - valor do veículo x alíquota. AULA EM 13/09/2016 – Não houve aula. AULA EM 20/09/2016 – Não houve aula. AULA EM 24/09/2016 – Aula EXTRA Sábado LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL À COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Princípios Princípio Federativo (art. 18 – CRFB) AULA EM 04/10/2016 – Aula IMUNIDADES É a não incidência qualificada. A imunidade é matéria exclusivamente constitucional, ou seja, somente a CRFB trata de imunidades. A imunidade deve alcançar somente impostos e não os demais tributos. A exceção são as taxas que a CR torna imunes. Já a isenção só está na lei e vale para qualquer tributo.Há, na doutrina, divergências quanto a imunidade. Tipos de imunidade: Imunidade fiscal recíproca (art. 150, VI – CRFB) Um ente não poderá cobrar imposto do outro, pois tal postura respeita o pacto federativo. Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas não são imunes, pois nesses casos o Estado atua como se particular fosse. INFRAERO, ECT, Cia. DOCAS, são exceções na questão da imunidade, por serem empresas que detêm o monopólio de suas atividades. Imunidade fiscal subjetiva Atinge as instituições religiosas. Imunidade Fiscal Subjetiva Condicionada Atinge as instituições filantrópicas e/ou assistencialistas. Ex.: ONGs, fundações privadas, partidos políticos, sindicato de empregados, etc. Sindicato Patronal não é imune. Súmula 724 STF e SV 52. Imunidade fiscal objetiva Atinge o papel utilizado para confecção de publicações culturais (livros, revistas, etc). Imunidade fiscal fonográfica Atinge CDs e DVDs de artistas nacionais produzidos no Brasil. Pec da música – jus navigandi – Anderson madeira. AULA EM 22/11/2016 – Aula ... O uso da equidade não permite a dispensa de tributos (§2º). INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (art. 107, 111 e 112) A intepretação da legislação tributária poderá ser a normal ou comum, ou própria especial ou específica. Interpretação própria Art. 111 – Literal I – Suspensão (art. 151, VI) e exclusão (art. 175, I) do crédito tri(butário; II – Outorga de isenção (perdão do tributo) – redundante; III – Dispensa da obrigação tributária acessória. Art. 112 - + benéfica I – Capitulação legal do fato (o mais benéfico, menos severo) ; II – Natureza, circunstâncias materiais ou efeitos dos atos praticados; III – Autoria, imputabilidade ou punibilidade; IV – Natureza ou graduação das penalidades. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA FATO GERADOR (art. 114 ao 118) Fato gerador Obrigação tributária Lançamento Crédito tributário Suspensão Extinção Exclusão Dívida Ativa – Exec. Fiscal Obrigação principal – art. 114 – Lei Obrigação acessória – art. 115 – Qualquer norma legislação aplicável. ELISÃO E EVASÃO FISCAL (art. 116) Ambos são meios de reduzir tributação, sendo que elisão seria a forma lícita e evasão seria ilícita. Art. 118 – o fato gerador é válido independentemente: I – se o ato é ou não válido (princípio “non olet”). A ilicitude do ato praticado é irrelevante para a tributação da renda II – a intenção do ato é irrelevante. SUJEITOS ATIVO E PASSIVO (Art. 121 e 122) Art. 119 – São sujeitos ativos a União, os Estados, o DF e os Municípios. Art. 121 – (Obrigação Principal) São sujeitos passivos o contribuinte e o responsável fiscal. Art. 122 – (Obrigação acessória) Sujeito passivo. Contribuinte é aquele que pratica o fato gerador. Responsável é aquele que não pratica o fato gerador, mas por ter um vínculo com o fato gerador e/ou contribuinte, a lei o chama ao pagamento. CONVENÇÕES PARTICULARES (Art. 123) Convenções particulares não tem validade para a Fazenda Pública. S.D.L.C – Salvo Disposição em Lei Contrária. Súmula 399 STJ. SOLIDARIEDADE (Art. 124 e 125) A solidariedade pode ser “de fato ou real” ou “legal ou de direito”. A solidariedade de fato depende do interesse da pessoa. Já a solidariedade legal independe do interesse da pessoa. p. único – o direito tributário não comporta o benefício de ordem. Art. 125, I – Art. 125, II – Art. 125, III – CAPACIDADE TRIBUTÁRIA (art. 126) AULA EM 30/11/2016 – Aula Fusão: A+B = C (responsável pelos tributos de A+B) Incorporação: A + B = A (responsável pelos tributos de A+B) SOCIEDADE Transformação: A Ltda. = A S/A (responsável pelos tributos da Ltda.) B (responsável pelos tributos do quinhão que herdar) Cisão: A C (responsável pelos tributos do quinhão que herdar) Art. 133 Estabelecimento comercial – corpóreo. Empresa Fundo comércio – incorpóreo (. Se o comprador mantiver o ramo: I - herdará toda a tributação devida, de forma integral se... II – Subsidiariamente, se ... No presente caso podemos dizer que existe benefício de ordem. §1º - Recuperação judicial é excludente de antecedência de tributação. §2º - “laranjas” arcarão com toda a tributação antecedente. §3º - o valor pago na compra da empresa em recuperação judicial será depositado na conta do juízo onde tramita o processo. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS (art. 134) Responsabilidade legal, ou seja, aquela que a lei impõe independentemente da intenção, culpabilidade e/ou dolo. P. único Multa em caráter moratório: aplicada no descumprimento de obrigação principal. Multa em caráter formal: aplicada no descumprimento de obrigação acessória. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÃO (art. 138 a 138) Art. 135 Para ocorrer a desconsideração da PJ em direito tributário há que haver infração. Somente o sócio gerente responderá com seu patrimônio, desde que o sócio não gerente não cometa nenhuma infração. O mero não pagamento de tributo não acarreta na responsabilidade dos sócios (súmula 430 – STJ). A mudança de endereço empresarial sem o respectivo comunicado aos órgãos públicos, enseja na responsabilidade dos sócios (súmula 435 – STJ). A dissolução irregular da sociedade acarreta na responsabilidade dos sócios (STJ). Art. 136 e 137 Em direito tributário não há diferença entre culpa e dolo: o patrimônio dos sócios responderá pelo pagamento dos tributos. Art. 138 - Denúncia espontânea O contribuinte sonega tributo, se arrepende, vai a RF e informa o ato cometido. Pagará o tributo devido + juros de mora e ficará isento de multa e punibilidade penal. A DE só é válida até antes do início da fiscalização. No caso de parcelamento de tributo em D.E. haverá o acréscimo da multa, por ser presunção de pagamento.
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