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DIREITO TRIBUTÁRIO II

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DIREITO TRIBUTÁRIO II
12.02.2019
Conteúdo programático
· Competência tributária 
· Espécies tributárias (os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, o empréstimo compulsório e as contribuições especiais).
· Processo administrativo-tributário 
· Processo judicial-tributário
1. Ações de iniciativa do fisco – execução fiscal e medida cautelar 
2. Ações de iniciativa do contribuinte – embargos à execução fiscal, exceção de pré-executividade, ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributário, ação anulatória de débito tributário, ação de repetição do indébito tributário, ação de consignação em pagamento em matéria tributária, mandado de segurança. 
26.02 simulado da OAB
16.04 prova a1 parcial
14.05 e 21.05 não haverá aula
11.06 a1 final
Competência tributária
· É o poder concedido pelo texto constitucional aos entes federados (U/E/DF/M – competência legislativa) instituam, por meio de lei (princípio da legalidade tributária – art. 150, inc. I, da CF e art. 97, incs. I e II, do CTN), os tributos de sua competência, sempre respeitadas as limitações ao poder de tributar.
· Art. 6º do CTN. A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
· O texto constitucional não cria tributos, ele apenas concede competência tributária aos entes federados para, mediante lei, instituírem os respectivos tributos
Principais características 
· Indelegabilidade
– proíbe-se que um ente federado delegue a outro a competência tributária que lhe foi concedida pelo texto constitucional; se tal mecanismo fosse permitido, haveria o risco de quebra do federalismo cooperativo, prejudicando a autonomia inerente a cada pessoa política (art. 18, caput, da CF).
- Competência tributária 
Competência legislativa CTN. Art. 7º, 1ª parte. A competência tributária é indelegável, 
Competência administrativa CTN. Art. 7º, 2ª parte: salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
Súmula n. 139 do STJ. Cabe à Procuradoria da Fazenda Nacional propor execução fiscal para cobrança de crédito relativo ao ITR.
- É delegável de uma pessoa jurídica de direito público a outra de idêntica natureza jurídica. (TCFA [U e autarquia IBAMA] e contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas [U aos Conselhos de fiscalização profissional natureza de autarquias]).
- a competência tributária não se confunde com a capacidade tributária ativa. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA: é o poder para instituir tributos mediante a atividade legislativa; 
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA: se refere as atividades administrativas direcionadas a cobrança fiscalização e arrecadação de tributos.
- a capacidade tributária ativa pode ser revogada por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que tenha conferido (art. 7º, § 2º, do CTN). 
- quem recebe a capacidade tributária ativa também receberá as garantias e prerrogativas da pessoa jurídica de direito público que a tenha delegado (Art. 7º, § 1º, do CTN).
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
- não se compreende como delegação de capacidade tributária ativa o cometimento a pessoas jurídicas de direito privado da função de arrecadar tributos (art. 7º, § 3º, do CTN).
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
· Facultatividade
- O exercício da competência tributária não se trata de uma imposição constitucional, mas de uma faculdade a ser exercida pelos entes federados.
Lei 101/2000. Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
- a compreensão do art. 11 da LC 101/2000 (FLR) no sentido de que é dever dos entes federados a instituição, previsão e efetiva arrecadação de TODOS os tributos de sua competência tributária.=, sob pena de não poder receber transferências voluntárias de impostos (parágrafo único), não pode ser tida em termos obsoletos. A obrigatoriedade legal deve ser compreendida no contexto dos tributos, economicamente viáveis para uma determinada pessoa política (STF, ADI 2.238).
· Incaducabilidade
- o exercício da competência tributária não se sujeita a qualquer prazo, de tal modo que o ente federado titular da competência pode exercê-la a qualquer momento.
- Ex. a figura tributária do imposto sobre grandes fortunas (Art. 153, inc. VII, CF)
· Inalterabilidade
- a competência tributária não pode ser modificada por uma norma infraconstitucional, pois, caso tal alteração fosse possível, estar-se-ia permitindo que uma norma inferior modificasse o texto constitucional
- nada impede que a competência tributária seja modificada por emenda à Constituição, à semelhança do que ocorre com a EC 39/2002 que, ao inserir o art. 149-A ao texto constitucional, conferiu aos Municípios e ao DF a competência para criar a contribuição sobre o serviço de iluminação pública.
Súmula Vinculante 41. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
· Irrenunciabilidade
A competência tributária é irrenunciável, de modo que a pessoa política jamais pode renunciar a sua competência em favor de outro ente federado, podendo, como visto, apenas deixar de exerce-la.
CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
a) Privativa
b) Comum
c) Residual
d) Cumulativa
e) Extraordinária 
Competência privativa 
· Impostos 
- federais (art. 153 da CF – II, IE, IPI, IR, IOF, ITR, IGF)
- estaduais (Art. 155 da CF – ITCMD, ICMS, IPVA
- municipais(Art. 156 da CF – IPTU, ITBI, ISSQN)
· Contribuição sobre o serviço de iluminação pública (aet. 149-A, da CF) – municípios e DF
· Contribuições especiais (art. 149, caput, da CF estabelece como competência privativa da União: Contribuições sociais, contribuições de intervenção no domínio econômico CIDE ou contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas). 
· Empréstimos compulsórios (art. 148 da CF) – somente competência da União 
· Contribuição social para custeio do regime previdenciário dos servidores públicos estuais, distritais e municipais (art. 149, § 1º, da CF) – E, DF e M
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
Competência tributária comum
· Taxas e Contribuições de melhoria (art. 145, incs. II e III, da CF). Competência comum da U, E DF e M.
Competência tributária cumulativa 
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
A competência cumulativa está prevista no art. 147 da CF. Ela significa que a União poderá cobrar, além dos impostos federais, os impostos estaduais cujo critério espacial se de dentro do território federal; também poderá cobrar os impostos municipais caso o território federal não seja dividido em municípios. Por fim, o DF cumula além dos impostos estaduais os impostos municipais cuja hipótese de incidência se de em seu território. 
19/02/2019
CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
a) Privativa
b) Comum
c) Extraordinária
d) Cumulativa
e) Residual
Competência extraordinária- art. 154, inc. II, da CF/1988
- É a competência constitucionalmente atribuída à União para que no caso de guerra externa ou na sua iminência institua o imposto extraordinário de guerra (IEG – não é devolvido);
- É um tributário provisório, já que a sua cobrança somente se justifica se persistirem os fatos que ensejaram a sua criação (guerra externa ou sua iminência)
- a sua hipótese de incidência, a ser definida pelo legislador federal, poderá abranger tributos da competência tributária da União ou não.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
· Criado por lei complementar 
· Apresenta como característica marcante a devolutibilidade do montante criado
Competência residual
- Art. 154, inc. I e art. 195, § 4º, ambos da CF/1988
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
- é a faculdade constitucional atribuída à União para que crie impostos residuais (outros além daqueles previstos no art. 153) ou contribuições sociais residuais (outras além daquelas previstas no art. 195).
- requisitos para o exercício da competência residual 
· A criação do imposto residual e da contribuição social residual por meio de lei complementar
Obs: impostos que devem ser criados obrigatoriamente por lei complementar: empréstimo compulsório, IGF, imposto residual e contribuições sociais 
· Não poderão ter a mesma hipótese de incidência e a mesma base de cálculo dos tributos previstos nos arts. 153 e 195, da CF/1988
· Deverão atender ao princípio da não cumulatividade (proíbe a cobrança em cascata).
- contribuição social residual: art. 1º, da LC 110/2001
FENÔMENO DA BITRIBUTAÇÃO E DO BIS IN IDEM
A mesma hipótese de incidência da ensejo a cobrança de mais de um tributo, por uma ou mais entidade.
- ocorre a bitributação quando duas ou mais pessoas jurídicas de direito público tributas o mesmo sujeito passivo sobre a mesma hipótese de incidência 
- ocorre o bis in idem quando uma pessoa jurídica de direito público tributa mais de uma vez o mesmo contribuinte sobre a mesma hipótese de incidência 
- Não há no texto constitucional uma vedação genérica ao fenômeno do bis in idem. A título ilustrativo, a CF/1988 outorga competência tributária à União para criar a contribuição social para o financiamento da Seguridade Social (COFINS) incidente sobre a receita ou o faturamento (art. 195, inc. I, alínea b). Também o texto constitucional outorga à União a competência para criar a competência ao PIS, que tem a mesma grandeza da COFINS (a receita de faturamento), nu típico caso de bis in idem constitucionalmente admitido.
Na eventual hipótese de a União instituir o IEG (Art. 154, inc. II) e adotar uma hipótese de incidência idêntica a de um tributo de sua própria competência, estaremos diante de um caso ‘constitucionalmente admitido de bis in idem. 
- o fenômeno da bitributação, em regra, está proibido no Brasil pelo fato de que o texto constitucional prevê uma rígida distribuição de competência tributária entre as pessoas políticas
- no entanto, há suas exceções em que se afigura constitucionalmente legítima a bitributação. A primeira ocorre quando a União, no exercício da competência extraordinária (art. 154, inc. II) institui o IEG e elege como hipótese de incidência de uma situação fática que caracteriza fato gerador de um tributo estadual ou municipal. A segunda hipótese ocorre nos casos envolvendo Estados-nações diversos, principalmente no que concerne à tributação da renda e entre eles não há tratado internacional que busca evitar dupla tributação.
TRIBUTOS EM ESPÉCIE 
1) Noções introdutórias 
· Teoria trinária / tripartida / tripartite
- art. 5º, do CTN/66
- tributos (os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria)
· Teoria quinaria / pentapartite / pentapartida
- os impostos (art. 145, inc. I)
- as taxas (art. 145,inc. II)
- as contribuições de melhoria (art. 145, inc. III, CF)
- os empréstimos compulsórios (art. 148) 
- contribuições especiais:
a. contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) - art. 149
b. contribuições das categorias profissionais e econômicas – art. 149
c. contribuição sobre o serviço de iluminação pública – art. 149-A
d. contribuições sociais: 
I. de seguridade social (art. 195, incs. I a IV); 
II. outras de seguridade social (art. 195, § 4º); e 
III. contribuições gerais. Exemplo: contribuição sobre o salário educação (art. 212, § 5º) e aquelas destinadas a entidades do Sistema S (art. 240)
· A contribuição social ao FGTS de que trata o art. 15 da Lei n. 8.036/1990, embora a sua feição se amolde ao conceito de tributo (art. 3º do CTN), não se trata de uma espécie tributária. Na visão do STF (RE 114.252/SP), tal contribuição social possui natureza jurídica de um direito fundamental de índole social cuja titularidade é do trabalhador (art. 7º, inc. III, da CF)
A ausência de natureza tributária afasta, por óbvio, a adaptação das disposições do CTN às contribuições sociais ao FGTS (Súmula 353, STJ).
2) Taxas
· Previsão legal no art. 145, inc. II, da CF/1988 e arts. 77 a 80, do CTN
· As taxas são tributos de competência comum da União, dos Estados, do DF e dos Municípios (sujeitos ativos)
· Modalidade de taxas 
a. taxa de polícia (administrativa) ou taxa de fiscalização
b. taxa de serviço 
c. as taxas são classificadas como tributos contraprestacionais ou tributos vinculados, uma vez que a sua cobrança e o respectivo pagamento visam custear as despesas estatais no exercício do poder de polícia ou na prestação de um serviço público.
Taxas estão previstas no art. 77 á 80 do CTN- são tributos de competência tributária comum, tanto Estado, como municípios podem institui-las. Orientas pelo princípio da retributividade, tem caráter referibilidade. As custas processuais são taxas.
Hipóteses de incidências das taxas: 
A) taxa de polícia ou taxa de fiscalização: não é a de segurança pública art. 144 da CF. Aqui e policia administrativa é quando o Estado exerce o poder de polícia, regulamentando, condicionando, o Estado exerce seu poder de polícia de acordo com o interesse da coletividade ex alvará de funcionamento. Art. 78 do CTN. Ela será exigida em virtude de atos de polícia praticados pela Administração Pública por intermédio dos mais diversos órgão e entidade de fiscalização. Conceito legal de poder de polícia: art. 78, caput, do CTN. O poder de polícia consiste na prerrogativa de direito público que, calcada na lei, outorga o poder público a restringir o uso e gozo da liberdade e da propriedade em favoe do interesse da coletividade. Conforme entendimento do STJ e STF o fato gerador da taxa de polícia prescinde da efetiva fiscalização em loco, bastando para a sua cobrança a presença dos seguintes requisitos: competência de pessoa política para fiscalizar a atividade; e existência de órgão ou aparato estatal aptos a exercer a fiscalização (STF, AgR no RE 361.009/RJ E STJ, REsp 936.487/ES)
B) taxa de serviço: SM 41, o serviço público será todo e qualquer atividade prestacional realizada pelo Estado, ou por quem lhe faça as vezes para satisfazer de modo concreto e forma direita, necessidade coletivas. O serviço público que outorga a cobrança da taxa de utilização deverá ser: específico (serviço público singular ou uti singuli) que é aquele destacável em unidades autônomas de utilização, permitindo-se identificar o sujeito passivo ou discriminar o usuário; e divisível, que é aquele serviço público passível de utilização individual de contribuinte, isto é, quando o Estado puder identificar o que cada contribuinte utilizar do serviço, de forma individual. Além de conter os tributos da especialidade e divisibilidade, o serviço público ensejador da taxa de serviço pode ser de utilização (art. 79, inc. I, alínea a do CTN), ou de utilização (art.79, inc. I alínea b do CTN). Serviços públicos que impedem a cobrança de taxas: segurança pública; limpeza pública; iluminação pública Súmula Vinculante n. 41 do STF (cair questão de custas na prova); e a prestação de serviços de água e esgoto, bem como, fornecimento de energia elétrica. Uma vez que o STF e STJ entendem que a remuneração pelos dois últimos possui natureza de tarifa.
Base de cálculo:
A base de cálculo das taxas deverá corresponder ao custo do exercício da atividade de polícia administrativa ou o montante necessário para manter o serviço público específico e divisível colocando à disposição do contribuinte. As taxas não poderão ter a mesma base de cálculo dos impostos (art. 145, §2, da CF), sob pena de termos um tributo pelo outro, dando ensejo ao “imposto disfarçado”. Súmula 595 do STF. Súmula Vinculante n. 19, do STF. Súmula Vinculante n. 29, do STF.
Principais diferenças entre taxas e tarifas
A- Taxas: é uma espécie tributária, é uma receita pública derivada, regime jurídico tributário, a obrigação decorre da lei, é possível a existência de taxa de polícia, taxa de serviço de efetivação efetiva e potencial, somente figurará como sujeito ativo as pessoas jurídicas de direito público.
B-Tarifas: é uma espécie de preço público, é uma receita pública originária, regime jurídico administrativo, a obrigação decorre de contrato administrativo, não existe tarifa de polícia (pq geralmente quem cobra é pessoa j de direito privado), somente há a cobrança de uma tarifa de utilização efetiva, poderão figurar como sujeito ativo as pessoas jurídicas de direito público ou privado. (para prova, falar sobre a diferença).
Contribuição de melhoria: 
Previsão legal – art. 145, inc. III, da CF. Arts. 81 e 82 do CTN, Decreto lei n. 195/1967 (status de lei complementar).
A contribuição de melhoria é um tributo de competência comum da União, dos Estados, do DF, e dos Municípios (art. 145, inc. III, da CF de 88). A incidência do referido tributo é a valoração do imóvel em razão da realização de obras públicas. O art. 2, do Decreto –Lei n. 195/1967 contém um rol exemplificativo de obras públicas de cobrança da contribuição de melhoria. Os sujeitos passivos da contribuição de melhoria serão os proprietários dos imóveis valorizados pela realização de obra pública. Lembre-se que a imunidade tributária reciproca (art. 150, inc. VI, alínea a da CF), alcança apenas os impostos, não podendo a cobrança de contribuição de melhoria sob os entes federativos. Todavia, nada impede que a lei específica de criação do tributo preveja a isenção da contribuição de melhoria.
É imprescindível que o ente tributante edite uma lei específica para cada obra que resulte valorização imobiliária e consequentemente autoria a cobrança da contribuição de melhoria. É inconstitucional qualquer lei genérica que faculte ao ente federado a cobrança de melhoria pela realização de obras públicas.
19/03/2019
Contribuição de melhoria não pode ser cobrada como taxa.
- Qual é o momento da ocorrência do fato gerador?
Somente se materializa com o término da obra pública será possível aferir se há uma (des)valorização do imóvel, de tal modo que o fato gerador da contribuição de melhoria ocorre no momento da conclusão da obra pública.
- Qual será a base de cálculo do tributo em questão?
Limites quantitativos:
Buscam evitar enriquecimento sem causa do Estado, assim como do próprio proprietário do imóvel. (art. 81 do CTN)
a. custo total da obra pública
b. valor do benefício individual gerado a cada um dos proprietários
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
Previsão legal: art. 148 da CF/1988
É um tributo de competência exclusiva da União
É um tributo que somente pode ser criado por meio de lei complementar (art. 148, caput), sendo constitucionalmente vedada a sua criação por meio de medida provisória (art. 62, § 1º, inc. III).
É o único tributo que se diferencia de todos os demais pelo caráter da restituibilidade, ou seja, é um tributo restituível.
Conforme entendimento do STF, a restituição do empréstimo compulsório deverá ocorrer em dinheiro (espécie), não podendo o contribuinte ser compelido a receber prestação diversa. 
Parágrafo único, art. 148 da CF
É um tributo de arrecadação constitucionalmente vinculada (art. 148, parágrafo único), de modo que a receita que se encontra vinculada exclusivamente à despesa que justificou a sua criação
Natureza jurídica
a. contrato administrativo (não mais vigora)
- mútuo
- impositivo
- Súmula n. 418 do STF
- art. 39, § 2º, da Lei n. 4.320/1964
b. tributo
A sua feição amolda-se ao conceito legal de tributo previsto no art. 3º do CTN, sendo irrelevante a sua característica de restituidade.
A sua posição topográfica (localização) no texto constitucional (Sistema Tributário Nacional) comprova a sua natureza tributária.
EMPRÉSTIMO COMPUSLÓRIO
- Pressupostos fáticos autorizadores (art. 148, inc. I, da CF) Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou a sua iminência
É uma exceção aos princípios da anterioridade tributária de exercício e à atividade nonagesimal (art. 150, § 1º, 1ª parte)
- art. 148, inc. II, da CF despesas para custear investimentos públicos de caráter urgente e de relevante interesse nacional
Não é uma exceção ao princípio da anterioridade tributária de exercício (150, III, b), bem como da anterioridade nonagesimal (devendo respeitar os 90 dias) de que trata o art. 150, inc. III, alínea c, da CF
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
a) as contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas
- contribuições corporativas
- competência tributária: a União (art. 149, da CF)
- exemplos: 
· das contribuições de anuidades 
- pagas aos conselhos de fiscalização profissional); 
- pessoas jurídicas de ato público (autarquias federais); 
- capacidade tributária ativa. Delegação das tarefas administrativas à competência tributária.
- as anuidades devidas à OAB não ostentam natureza jurídica tributária (STJ, EREsp 463.258/SC) e consequentemente a sua cobrança segue o rito de execução do CPC e não da Lei n. 6.830/1980 (LEF).
· Contribuição sindical – até recentemente a contribuição sindical era tida como uma espécie de tributo da subespécie contribuições de interesse das categorias profissionais. A referida contribuição que tem como fundamento o art. 8º, inc. IV, parte final, da CF e era prevista na redação original arts, 578 a 580, tinha como sujeitos passivos os empregados de uma determinada profissão, sejam eles sindicalizados ou não. Por fim, tal tributo foi extinto com a reforma trabalhista, operada pela Lei n. 13.467/2017.
Não se pode confundir a contribuição sindical com a contribuição confederativa (contribuição associativa ou contribuição estatutária), esta última com assento no art. 8º, IV, 1ª parte da CF/88. Tal contribuição não ostenta natureza tributária e somente será devida por aqueles trabalhadores sindicalizados (Súmula Vinculante n. 40 do STF).
26/03/2019
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
b) Contribuições sociais
- contribuições sociais gerais
São criadas ou majoradas por meio de Lei ordinária (ou medida provisória).
São tributos finalísticos, uma vez que o valor arrecadado sob tal rubrica encontra-se vinculado a uma atividade constitucional de índice social, ou seja, busca carregar recursos para o Estado desenvolver ações sociais distintas daquelas inerentes à seguridade social (saúde, previdência e assistência social).
Exemplos: 
1. contribuição social ao salário-educação (art. 212, § 5º, da CF E Súmula 732 do STF)
2. Contribuição social destinadas a terceiros ou destinada a entidades integrantes do Sistema S (art. 240 da CF).
- contribuições sociais para a seguridade social
São criadas ou majoradas por meio de Lei ordinária (ou medida provisória).
São tributos finalísticos, já que se destinam ao custeio das prestações e serviços que afetam a seguridade social: saúde, previdência e assistência social. 
Sujeito passivos: 
I. empregador, a empresa e a entidade a ela equiparada: 1. (art. 195, inc. I, da CF/1988). 2. Conceito de empresa para fins de seguridade social estáno art. 15 da Lei n. 8.212/1991. 3. Fonte de custeio: a) sobre a folha de salários e demais rendimentos pagas ao segurado que lhe preste serviços, mesmo sem vínculo empregatício (art. 195, inc. I, alínea a) – contribuição previdenciária patronal; b) a receita ou o faturamento art. 195, inc. I, alínea b (COFINS, incluído pela LC 70/1991, sendo que o art. 6º concedeu isenção às “sociedades civis de profissões regulamentadas”, é apenas formalmente complementar, pois a lei exige LO) e art. 239 (contribuição ao PIS/PASEP); c) o lucro (CSLL) – art. 195, inc. I, alínea c.
Lei n. 9.430/1996, art. 56 revogou a isenção concedida às sociedades de prestação de serviços de profissões regulamentadas. Súmula 508 STJ.
II. Segurados obrigatórios: os empregados, empregados domésticos, contribuintes individuais, trabalhadores avulsos e segurados especiais.
Há uma imunidade tributária sobre os proventos de aposentadorias e pensões pagas pelo RGPS.
Obs: Art. 195, inc. II e art. 195, inc.I contribuição social previdenciária (art. 167, inc, XI, da CF). 
III. O importador de bens ou serviços do exterior ou de quem a lei o equiparar – art. 195, inc. IV, da CF e COFINS Importação e PIS Importação.
- outras contribuições sociais
São criadas ou majoradas por meio de lei complementar. Também chamadas de contribuições sociais residuais (art. 195, § 5º, CF). 
Requisitos:
· Instituição por meio de lei complementar. 
· Não pode ter a mesma hipótese de incidência e base de cálculo das demais contribuições sociais previstas no texto constitucional. 
· Devem obedecer ao princípio da não cumulatividade, vedada a sua cobrança em cascata.
IMPOSTOS MUNICIPAIS
Art. 156 da CF
1. Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
2. Imposto sobre a transmissão inter vivos entre bens imóveis e direitos a eles relativos (ITBI)
3. Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS ou ISSQN)
IPTU
Sujeito ativo: Municípios, Distrito Federal (art. 147, 2ª parte, CF); União, nos territórios federais não divididos em Municípios (art. 147, 1ª parte, CF)
Sujeito passivo: o proprietário, o titular do domínio útil, o possuidor a qualquer título.
Hipótese de incidência (art. 32 do CTN)
· O proprietário do imóvel urbano
· O titular do domínio útil – é aquele que detém um direito real sobre coisa imóvel alheia, utilizando-a como própria (ex. usufrutuário)
· O possuidor a qualquer título – deve ser compreendido como aquele que já reúne todas as condições necessárias à aquisição da propriedade pelo usucapião (posse ad usucapionem).
Imóvel urbano
Área urbana: definida pelo plano diretor, obrigatório para os Municípios acima de 20mil habitantes (art. 182, § 1º, da CF). 
Prevalece o critério da localização do imóvel (regra), se o imóvel comprovadamente for utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, ainda que localizado em área urbana, estará sujeito a incidência do ITR, prevalecendo no caso o art. 15 do Decreto Lei n. 57/1966 (critério da destinação econômica). 
A definição de imóvel urbano passa inclusive, pela presença de 2 (dois) melhoramentos num total de 5 (cinco) elencados no art. 32, § 1º, do CTN.
Área urbanizável ou de expansão urbana – art. 32, § 2º, do CTN e Súmula 626 do STJ
A base de cálculo é o valor venal do imóvel (art. 33 do CTN)
Pode ser atualizada a base de cálculo por meio de decreto (art. 97, § 2º do CTN)
Momento de ocorrência do fato gerador – se dá em 1º de janeiro de cada ano por ficção jurídica 
Lançamento tributário
· De ofício/direto
· Súmula 397
Progressividade das alíquotas: extrafiscal - art. 182, § 4º, inc. II, da CF e a fiscal prevista no art. 156, § 1º, incs. I e II, da CF
Progressividade: em razão do valor do imóvel; em razão da localização e uso do imóvel
02/04/2019
Imposto sobre a transmissão inter vivos de bens imóveis e direitos a eles relativos (ITBI)
· Previsão legal nos arts. 156, inc. II, da CF/1988 e art. 35 a 42 do CTN
· Com o advento do texto constitucional de 1988, ocorreu uma cisão na competência do imposto sobre a transmissão de bens imóveis e direitos a eles relativos, de tal modo que a transmissão causa mortis e doação compete aos Estados e ao Distrito Federal, enquanto que a transmissão inter vivos e por ato oneroso compete aos Municípios.
· Sujeito passivo (art. 42, CTN): o adquirente e o transmitente a lei irá definir o sujeito passivo
· Hipótese de incidência
· A transmissão por ato inter vivos e a título oneroso de bens imóveis e direitos a eles relativos
· A cessão de direitos à aquisição de bens imóveis
· Imunidade tributária 
 a instituição dos direitos reais de garantia (hipoteca, penhor e anticrese)
 a integralização do capital social da pessoa jurídica mediante bens imóveis
 a realização de atos de operações securitárias, como a fusão, a incorporação, a transformação e a cisão – art. 156, § 2º, inc. I, CF
 a aquisição de imóvel mediante usucapião (aquisição originária)
 a desapropriação de imóvel realizada pelo Poder Público (imunidade recíproca)
· Momento da ocorrência do fato gerador
 a exigibilidade do ITBI ocorre no momento do registro, uma vez que o referido ato configura , nos termos da lei civil (art. 1.227), como condição de transmissão de direitos sobre a propriedade imobiliária e a instituição de direitos reais a ela inerentes.
· Base de cálculo
· É o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (art. 38 do CTN)
· Nem sempre o valor venal tem idêntica correspondência com o valor de mercado.
· Alíquotas
 as alíquotas devem ser previstas nas respectivas leis municipais
 súmula n. 656 do STF
 a partir do julgamento do RE 562.045/RS, onde o STF reconheceu que o princípio da capacidade contributiva (art. 145, § 1º, da CF), materializado na progressividade das alíquotas, aplica-se ao ITCMD (título real), compreende-se pela viabilidade constitucional de alíquotas progressivas para o ITBI.
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN)
· Previsão legal 
· Art. 156, inc. III, da CF
· Lei Complementar n. 116.2003
· Sujeito ativo 
Em regra será competente para exigir o pagamento do ISS o Município onde o contribuinte efetivamente presta serviço, sendo irrelevante o seu domicílio tributário (Arts. 3º e 4º, da LC 116/2003)
O art 3º, incs. I a XXV, da LC 116/2003 prevê hipóteses especiais para a definição do sujeito ativo
· Sujeito passivo
- Art. 5º da Lc 116/2003
- o contribuinte será o prestador de serviços, na forma de empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo. 
- não são sujeitos: aqueles submetidos a relações trabalhistas, os trabalhadores avulsos, os membros dos conselhos consultivos ou fiscais de sociedade.
· Hipótese de incidência 
É a prestação remunerada de serviços por empresas ou autônomos 
Somente os serviços listados no anexo da LC 116 podem ser objeto de tributação (rol taxativo (numerusclausus), porém admite interpretação extensiva para os itens que contêm a expressão “congêneres”, observada, todavia a pertinência temática (STJ, REsp 1.111.234/PR)
· Não constitui hipótese de incidência do ISSQN
a. Transporte interestadual e intermunicipal (ICMS) – o transporte municipal submete-se ao pagamento do ISS (item 16)
b. A prestação de serviços de comunicação (ICMS)
c. O fornecimento de mercadorias com a concomitante prestação de serviços não listados no anexo da LC 116/2003 (ICMS)
d. Atividade mista
- circulação de mercadorias ICMS
- prestação de serviços ISS
e. A prestação de serviços destinados ao exterior – isenção heterônoma
- art. 156, § 3º, inc. II, da CF
- art. 2º, inc. I, da LC 116/2003
· Base de cálculo – o preço do serviço (art. 7º)
· Alíquotas 
- mínima de 2% e – art. 8-A
- máxima é de 5% - art. 8º, inc. II
· Na grande maioria dos Municípios, há a cobrança do ISS fixo, uma vez que não se pode aferir o valor exato do volume de serviços postulados. Nessa situação, o tributo é calculado com base em valor único e periódico. 
· Confronto entre a Súmula n. 138 do STJ e Súmula Vinculante n. 31 do STF (contrato de locação é obrigação de dar, então não há subsunção do fato à norma, poisprestação de serviço é obrigação de fazer). Quanto ao arrendamento mercantil trata-se de obrigação de fazer do banco
09/04/2019
IMPOSTOS ESTADUAIS (art. 155, CF) – rol taxativo
a. Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de qualquer bens e direitos (ITCMD)
b. Imposto sobre circulação de mercadorias e a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)
c. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)
IPVA
Previsão legal no art. 155, inc. III e § 6º, CF/88 e Lei n. 7.543, de 20/12/1988
Aspecto subjetivo:
- sujeito ativo (credor): caberá ao estado onde o contribuinte possuir o seu domicílio tributário, lembrando que é neste local que o veículo automotor deverá ser registrado (art. 120 do CTB). Por força do art. 158, inc. III da CF, cabe aos Municípios 50% do produto arrecadado a título de IPVA quanto aos veículos automotores licenciados em seu território
- sujeito passivo (devedor): será a pessoa física ou jurídica proprietária do veículo automotor
Se a proprietária do veículo automotor for uma pessoa jurídica de direito público ou de direito privado prestadora de serviço público em caráter de exclusividade, gozará de imunidade tributária (art. 150, inc. IV, alínea “a”, CF)
Nos contratos de arrendamento mercantil (leasing), entende o STJ (REsp 744.308/DF) que há uma responsabilidade solidária entre o arrendador (instituição financeira) e o arrendatário (possuidor direto)
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
- É a propriedade de veículos automotores, assim definidos no CTB (carros, caminhões, ônibus, reboque, etc.)
- atualmente, não configura hipótese de incidência do IPVA a propriedade de embarcações e aeronaves, uma vez que os referidos bens não se amoldam ao conceito de veículos automotores previsto no texto constitucional, sendo vedado à legislação dos Estados buscar modifica-lo (art. 110, CTN), assim como o IPVA é um tributo cujo antecessor era a taxa rodoviária única (TRU), a qual tenha como contribuintes apenas os proprietários de “carros”, “caminhões” e “ônibus” (STF, RE 255.111/SP e RE 379.572/RJ)
Aspecto temporal
Em se tratando de veículo automotor usado o fato gerador ocorre por ficção jurídica em 1º de janeiro de cada exercício. 
Em se tratando de veículo automotor novo o fato gerador ocorre na data da aquisição (emissão da nota fiscal).
Em se tratando de veículo automotor importado o fato gerador ocorre no momento do desembaraço aduaneiro. 
Aspecto quantitativo
Base de cálculo 
- veículo automotor usado – anualmente os Estados divulgam o valor determinado de cado um dos veículos automotores.
- veículo automotor novo – é o valor da venda (nota fiscal)
- veículo importado – é o preço da CIF (freight, insurance, cost)
Alíquota
As alíquotas mínimas deverão ser fixadas por meio de resolução do Senado Federal (art. 155, § 6º, inc. I, da CF)
As alíquotas poderão ser diferenciadas em razão do tipo e utilização do veículo automotor (art. 155, § 6º, inc. II, da CF), dando a ele uma feição extrafiscal.
ITCMD
Previsão legal
Art. 155, inc. I e § 1º, CF; arts. 35 a 42, CTN; e Lei Estadual n. 13.136, de 25/11/2004
Aspecto subjetivo
· Sujeito ativo (credor)
Em se tratando de bens imóveis e direitos a eles relativos: ao Estado onde localizado o bem imóvel (art. 155, § 1º, inc. I, da CF/1988)
Em se tratando de bens móveis, títulos e créditos (art. 155, § 1º, inc. II, CF): se tiver uma transmissão de causa mortis será ao Estado onde estiver sendo processado o inventário ou arrolamento, ou se tiver uma doação deverá ser ao estado onde tiver o domicílio o doador.
Cabe a lei complementar federal – ainda não editada – regulamentar a definição de qual será o Estado credor na hipótese de o doador possuir domicílio no exterior; de o de cujus possuir imóveis no exterior; ou o inventário tiver sido processado no exterior (art. 155, § 1º, inc. III, CF)
· Sujeito passivo (devedor)
Transmissão causa mortis: o beneficiário do bem ou direito
Doação: poderá ser o doador ou o donatário, cabendo à lei estadual definir um deles. No âmbito de Santa Catarina será o donatário, previsão no art. 5º, inc. II, da Lei Estadual 13.136/2004
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
- Transmissão causa mortis de quaisquer bens ou direitos
- transmissão (inter vivos) de quaisquer bens ou direitos por ato de liberalidade do doador. 
ASPECTO TEMPORAL
- Transmissão causa mortis – na abertura da sucessão (morte)
STF. Súmula 112. O imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão
STF. Súmula 113. O imposto de transmissão "causa mortis" é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação.
- Transmissão por meio de doação
Bens móveis – no momento da tradição
Bens imóveis – no momento do registro
ASPECTO QUANTITATIVO
Base de cálculo é o valor venal dos bens móveis ou imóveis transmitidos ou doados, sempre levando em conta o valor da avaliação no momento da partilha (súmula n. 113, STF)
Alíquota: caberá ao Senado Federal a edição de alíquotas máximas (Art. 155, § 1º, inc. IV, CF). O art. 1º da Resolução n. 9/1992 fixa a alíquota máxima do ITCMD de 8%.
É possível a progressividade de alíquotas (SC conforme o valor do bem)
23/04/2019
ICMS
Previsão legal: 
- art. 155, §§ 2º a 5º, da CF
- Lei Complementar n. 87, de 13/09/1996
Hipótese de incidência (art. 155, inc. II)
- Realizar a circulação de mercadorias;
- prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal prestação de serviços de transporte
- prestação de serviços de comunicação municipal – ISSQN (Competência dos municípios)
O ICMS é um tributo de competência dos Estados – membros e do Distrito Federal (art. 155, inc. II, da CF), porém o texto constitucional assegura 25% (vinte e cinco por cento) do produto de sua arrecadação aos Municípios (art. 158, inc. IV)
Princípios constitucionais específicos
a. Princípio da seletividade
- art. 155, § 2º, inc. II, da CF
- o princípio da seletividade no ICMS atua como fator de extrafiscalidade tributária, de modo que as mercadorias de serviços essenciais deverão ter uma tributação diferenciada em relação as mercadorias de serviços tidos por supérfluos. 
b. Princípio da não cumulatividade
- art. 155, § 2º, inc. I, da CF
- o ICMS é um tributo não cumulativo porque em cada operação tributável, o contribuinte pode deduzir o montante cobrado na operação anterior
- Súmula n. 509, STJ
Concessão de benefícios fiscais
- art. 155, § 2º. INC. XII, alínea “g”, da CF
- Lei complementar 24/1975 (arts. 1º e 2º)
- no âmbito do ICMS, é constitucionalmente vedada a concessão unilateral de benefícios fiscais. A sua concessão deve se dar após a celebração de convênio no âmbito do Conselho Nacional de Políticas Fazendárias (CONFAZ), onde participam os 27 Governadores ou Secretários de Estado da Fazenda. Se a sua concessão se der em desconformidade com o texto constitucional, o ato normativo que a deferir padecerá do vício de inconstitucionalidade (STF, ADI 3.794
Operação de circulação de mercadorias 
- operaçãomercantil: contrato de compra e venda (as amostras grátis não dão ensejo à tributação pelo ICMS
- circulaçãojurídica (a troca de domínio – propriedade; Súmula n. 166 do STJ – circulação fática)
- objeto da operação – mercadoria – bem móvel, bem material
Sujeito passivo
- art. 4º, caput, da LC 87/1996 (habitualidade; instituto comercial) hipótese de incidência 
- art. 4º, parágrafo único, da LC n. 87/1996 após o advento da EC 33/2001 que deu nova redação ao art. 155, § 2º, inc. IX, alínea “a” da CF, ficou prejudicado o entendimento sumulado do STF no verbete n. 660. De fato, criou-se a figura a figura do contribuinte por equiparação que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, pratica uma das condutas descritas nos incs. I a IV do parágrafo único, do art. 4º da LC 87/1996.
Responsabilidade tributária por substituição 
Modalidades
a. Substituição progressiva ou para frente
b. Substituição regressiva ou para trás
Na responsabilidade tributária por substituição a obrigação tributária já nasce na figura do responsável tributário, ou seja, antesda própria ocorrência do fato gerador a lei imputa a responsabilidade pelo pagamento do tributo a uma terceira pessoa vinculado ao fato gerador da obrigação. 
A substituição tributária regressiva ou para trás, ocorre nos casos das produções anteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas no dever de pagar os tributos por aquelas que ocupam as posições posteriores nessas mesmas cadeias. Nela há o diferimento o pagamento do tributo, já que a entrada nos cofres públicos ocorre em momento posterior a ocorrência do fato gerador.
A substituição tributária progressiva ou para frente, ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das posições posteriores das cadeias de produção e circulação são substituídas no dever de pagar tributo por aquelas que ocupam as posições anteriores nessas meias cadeias. Nela, se antecipa o recolhimento do tributo cujo fato gerador presumivelmente irá ocorrer.
30/04/19
Responsabilidade tributária por substituição progressiva (para frente)
- art. 150, § 7º, da CF
- art. 5º da LC 87/1996
- nesta modalidade de responsabilidade tributária há uma antecipação de todo o imposto que incidirá nas etapas de circulação de mercadorias, concentrando-se o dever de recolher o tributo sobre o responsável tributário (o primeiro da cadeia de circulação).
- ademais, toda a cobrança do imposto incide nas etapas de circulação de mercadorias se opera sobre um FATO GERADOR PRESUMIDO
- problemas
· Se o fato gerador presumido não se concretiza: o próprio texto constitucional assegura ao representante tributário o direito à imediata restituição da quantia paga (art. 150, § 7º, parte final)
· Se o fato gerador presumido se concretiza em montante inferior ao previsto: atualmente, o STF compreende que tal hipótese terá o contribuinte (responsável tributário) o direito de buscar o ressarcimento dos valores pagos a maior a título de ICMS
· Se o fato gerador presumido se concretiza em montante superior ao previsto: embora o STF não tenha se manifestado recentemente sobre a questão é de se compreender que pelo princípio da isonomia o Fisco terá direito de cobrar as diferenças operadas a título de ICMS.
Base de cálculo do ICMS (critério material)
- no caso de operação de circulação de mercadorias: o valor do negócio jurídico, ou seja, o valor da operação
- no caso de serviço de transporte intermunicipal ou interestadual e na prestação de serviços de comunicação: o valor deverá corresponder ao montante cobrado a título da respectiva prestação de serviço.
- no caso de importação de mercadorias: o valor do negócio jurídico acrescido do IPI e do IOF, bem como das despesas aduaneiras. Súmula n. 661 do STF. Embora a comprovação do recolhimento de ICMS deva ocorrer no ato de desembaraço aduaneiro, é irrelevante para a definição do sujeito ativo (Estado/DF) o local de ingresso da mercadoria e/ou serviço, já que o ICMS será devido ao Estado do destinatário da mercadoria e/ou serviço (art. 155, § 2º, inc. IX, alínea a)
Alíquotas do ICMS
- operaçõesintraestaduais
· Aquelas que se realizam dentro dos limites territoriais do respectivo Estado-membro
· As alíquotas podem ser livremente fixadas pelos Estados/membros e Distrito Federal (normalmente as alíquotas são de 17% ou 18%). 
· O sujeito ativo será o Estado-membro onde ocorreu a operação tributável pelo ICMS
- operações interestaduais
· Aquelas cujas operações tributadas pelo ICMS ultrapassar os limites territoriais de um Estado-membro ou do DF
· As alíquotas das operações ou prestações interestaduais serão fixadas mediante resolução do Senado Federal aprovada pela maioria absoluta de seus membros cuja iniciativa caberá ao Presidente da República ou 1/3 dos Senadores (art. 155, § 2º, inc. IV)
· Estado de origem: o ICMS deverá ser cobrado pela alíquota interestadual (art. 155, § 2º, inc. VII)
· Estado de destino: o ICMS deverá ser calculado pela diferença entre a alíquota interestadual e a interna. 
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
1) Noções introdutórias
O processo administrativo tributário (PAT) ou fiscal (PAF) é aquele que tramita nas esferas “judiciais” administrativas com a finalidade de determinar a exigência ou a dispensa do crédito tributário, bem como a fixação do sentido e alcance de normas de tributação em casos concretos ou hipotéticos.
Processo administrativo tributário
-Fase contenciosa
· Lançamento de ofício por determinação legal e o substitutivo (Obs: não há por homologação porque o contribuinte está confessando, o Fisco concorda com que o contribuinte fala).
· (
AUTO DE INFRAÇÃO
NOTIFICAÇÃO
 FISCAL
)Lançamento por declaração
· O ato de indeferimento de isenção tributária
· A não-homologação de compensação tributária
- Fase não-conteciosa
· Processo de consulta tributária 
Vantagens do processo administrativo tributário
· A discussão administrativa suspende a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, inc. III, do CTN)
· Impede a propositura da execução fiscal pela ausência de exigibilidade do crédito tributário
· Permite a emissão da certidão positiva com efeitos de negativa (art. 206, CTN)
· suspende o nome do contribuinte do CADIN (art. 7º da Lei n. 10.522/2002)
· a eventual derrota não resulta na imposição de honorários advocatícios
· não há previsão do pagamento de custas processuais
· a eventual manutenção do crédito tributário ao término do PAF não impedirá que o contribuinte se valha do Poder Judiciário (art. 5º, inc. XXV, da CF); ao contrário, o resultado favorável ao contribuinte no âmbito do PAF impede que o Estado busque a reforma da decisão administrativa perante o Poder Judiciário (art. 156, inc. IX, CTN)
O contribuinte não se pode valer concomitantemente do PAF e do processo judicial para defender seus direitos e interesses. Se tal fato ocorrer, entende-se que o contribuinte renunciou á esfera administrativa, ficando prejudicada eventual impugnação ou recurso administrativo (art. 38, parágrafo único, da Lei n. 6.830/1980 e STF, RE 233.582/RJ)
2) Legislação de regência
a) âmbito federal: 
- decreto n. 70.235/1972 (status de lei)
Lei n. 9.784/1999 (art. 69)
b) âmbito estadual
- Lei Complementar n. 465/2019
- Tribunal administrativo Tributário (TAT)
c) âmbito municipal
- art. 215 a 183 da LC 170/1983
3) Procedimento
Início do processo administrativo tributário
a) primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificando o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto (art. 7º, inc. I)
b) a apreensão de mercadorias, documentos ou livros (art. 7º, inc. II)
c) o começo do despacho aduaneiro de mercadoria importada (art. 7º, inc. III)
07/05/2019
Intimado o sujeito passivo
- pagar o crédito tributário, extinguindo-o (art. 156, inc. I, CTN)
- não efetua o pagamento, tampouco apresenta impugnação administrativa, neste caso será declarada a revelia do sujeito passivo e o crédito tributário permanecerá na repartição pública pelo prazo de 30 dias para a cobrança amigável (art. 21, caput); findo o prazo de cobrança amigável, o crédito tributário será encaminhado para inscrição em dívida e posterior cobrança judicial por meio da execução fiscal (§3º).
- pagar o crédito tributário, suspendendo a sua exigibilidade (art. 151, inc. VI, CTN) e demais atos administrativos 
- apresentar impugnação administrativa
· prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da formulação da exigência fiscal (art. 15)
· a impugnação administrativa suspende a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, inc. III, do CTN)
· a impugnação administrativa prescinde do depósito do montante integral do tributo; trata-se de uma faculdade ao sujeito passivo para evitar a fluência de juros e multa de mora; todavia, uma vez optado pelo depósito do montante integral, ele deverá aguardar o deslide final do processo administrativo fiscal;
· na impugnação administrativa, o sujeito passivo deverá, desde logo, especificar a prova que pretende produzir para desconstituir o lançamento tributário (art. 16, inc, IV); ademais, é possível que a sua causa de pedir englobe qualquer questão fática ou jurídica, exceto a suposta alegação deinconstitucionalidade das normas jurídicas que fundamentam o lançamento tributário, porquanto a autoridade administrativa não possui atribuição para tanto (art. 26-A).
· impugnação total ou parcial: 
- a parte do crédito tributário não impugnado administrativamente torna-se objeto de lançamento tributário definitivo, fluindo, a partir de sua constituição definitiva, o prazo de prescrição (art. 174, CTN)
- neste caso, a autoridade administrativa julgadora deverá desmembrar o processo administrativo e encaminhar o crédito tributário não impugnado para inscrição e, dívida ativa e a outra parte impugnada deverá prosseguir na análise e julgamento administrativo (art. 21, §2º).
Decisão administrativa
- elementos da decisão art. 31 do Decreto n. 70.235/1972
· relatório resumido
· fundamentos legais
· conclusão
· ordem de intimação
- no âmbito federal, as decisões administrativas serão tomadas pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento, órgão administrativo de composição colegiados de servidores públicos de decisão de carreira.
- embora o Decreto n. 70.235/1972 não faça previsão acerca do cabimento da figura dos embargos de declaração contra a decisão administrativa de 1ª instância, é possível a correção dos vícios mediante provocação do interessado ou de ofício pela autoridade julgadora (art. 32).
-recurso
a) voluntário: 
· prazo de interposição: 30 dias, a contar da intimação da decisão administrativa (art. 33)
· o recurso administrativo é datado de efeito suspensivo 
· recurso total ou parcial
· o recurso deverá ser endereçado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), ação colegiada de composição paritária do Estado e do Contribuinte (art. 37)
· Súmula Vinculante n. 21 do STF
b) de ofício 
· Art. 34 do Decreto n. 70.235/1972
· Valor de alçada R$ 2,5 milhões
- decisão da 2ª instância julgadora
a) embargos de declaração
· Art. 65 do RICARF
· Prazo de 5 dias
· Vícios impugnados (erro material, omissão, obscuridade e contradição)
b) recurso especial
· art. 37, § 2º, inc. II, do Decreto n. 70.235/1972; 
· prazo de 15 dias
· endereçado à Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF)
· tem o objetivo de uniformizar a interpretação da legislação federal em matéria tributária no âmbito do “Tribunal administrativo”
PROCEDIMENTO
Trânsito em julgado de decisão administrativa
- favorável ao contribuinte 
· art. 45 do Decreto n. 70.235/1972
· não pode o Estado buscar a desconstituição de sua própria decisão administrativa no Poder Judiciário (art. 156, inc. IX, CTN)
- Favorável ao Fisco
· permanecerá o processo administrativo na repartição pública para a cobrança amigável por 30 dias (art. 43, caput). 
· Se o sujeito tiver exercido a faculdade de efetuar o depósito do montante integral, o valor será convertido em renda, extinto o respectivo crédito tributário (art. 43, § 1º, do Decreto n. 70.235/72 e art. 156, inc. VI, CTN), salvo se o contribuinte propor a ação anulatória de débito fiscal no prazo de 30 dias e informar a autoridade administrativa, convertendo o depósito administrativo em judicial.
28/05/19
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO
Lançamento tributário
a) De ofício: 
- por determinação legal
Comportamento da Administração Fazendária notificação do sujeito passivo
· Pagamento
· Impugnação administrativa (pode gerar dois resultados, pode ser 1) favorável ao contribuinte extingue o crédito tributável – art. 156, IX; 2) caso for desfavorável ao contribuinte o Fisco propõe uma execução fiscal e o contribuinte pode se valer dos melos e impugnação judicial – ações de defesa do contribuinte.
- substitutivo ou supletivo
b) Por declaração ou misto
Comportamento do sujeito passivo ele
- faz o pagamento (art. 156, inc. I);
- não efetua o pagamento: encaminha o crédito tributário para inscrição em dívida ativa execução fiscal e o contribuinte pode se valer dos meios de impugnação judicial
c) Por homologação ou autolançamento
Comportamento do sujeito passivo
- o pagamento gera a extinção do crédito tributário (art. 156. Inc. I)
- não efetuado o pagamento: encaminha o crédito tributário para inscrição em dívida ativa (Súmula 436 do STJ) execução fiscal e o contribuinte pode se valer dos meios de impugnação judicial
Se a Administração Tributária for vencedora na esfera administrativa e o sujeito passivo não efetuar o pagamento voluntário do crédito tributário, o ordenamento jurídico assegura o direito à cobrança forçada do referido crédito por meio da execução fiscal, por sua vez, se o sujeito passivo for vencedor no contencioso administrativo-fiscal, o crédito tributário será extinto na forma do art. 156, inc. IX, do CTN, não podendo a Administração Tributária se valer da via jurisdicional para anular a sua própria decisão; e, por fim, vencido o sujeito passivo na esfera administrativa, tal fato não o inibe de buscar a anulação da decisão administrativa perante o Poder Judiciário (princípio da inafastabilidade da jurisdição), podendo, para tanto, utilizar-se das seguintes ações judiciais: ação anulatória de débito fiscal; ação de repetição do indébito; ação de consignação em pagamento em matéria tributária; mandado de segurança; embargos à execução fiscal e exceção de pré-executividade. 
O sujeito passivo não pode se valer concomitantemente do processo administrativo tributário e do processo judicial tributário (art. 38, parágrafo único, da Lei n. 6.830/1980; STF, RE 233.582/RJ, e Súmula n. 1, do CARF); caso tal fato ocorra, a impugnação administrativa ou eventual recurso administrativo será tido por prejudicado, uma vez que se entende que o sujeito passivo renunciou ao direito de defesa na esfera administrativa. 
AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL
Previsão legal na Lei n. 6.830, de 22/9/1980 (lei especial) e Lei n. 13.015, de 16/3/2015 (lei geral) aplica-se subsidiariamente ao procedimento da execução fiscal (art. 1º, caput, da LEF)
Art. 844 do CPC- Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
Art. 14 - 0 Oficial de Justiça entregará contrafé e cópia do termo ou do auto de penhora ou arresto, com a ordem de registro de que trata o artigo 7º, inciso IV:
I - no Ofício próprio, se o bem for imóvel ou a ele equiparado;
II - na repartição competente para emissão de certificado de registro, se for veículo;
III - na Junta Comercial, na Bolsa de Valores, e na sociedade comercial, se forem ações, debênture, parte beneficiária, cota ou qualquer outro título, crédito ou direito societário nominativo.
A execução fiscal ela serve para a cobrança de dívida ativa de natureza tributária; dívida ativa de não tributária (FGTS, multa do PROCON, crédito rural do BB) art. 2º da Lei n. 6.830/1980
Toda e qualquer execução fiscal será lastreada em uma ou mais certidões de dívida ativa (CDA), que se constitui num título executivo extrajudicial (art. 784, inc. IX, do CPC)
A CDA goza de presunção relativa de certeza e liquidez, cabendo ao executado ou de terceiro a quem aproveite desconstituí-la (art. 3º da LEF e art. 204 do CTN)
Ressalvada a impossibilidade de cobrança de impostos de um ente federado em relação a outro (imunidade tributária recíproca – art. 150, inc. IV, alínea a), nada impede a cobrança executiva das demais espécies tributárias Federais, a inalienabilidade dos bens públicos (art. 100, CC), afasta a aplicação do rito da Lei n. 6.830. Em tal hipótese, o procedimento a ser observado será aquele previsto no art. 910 do CPC.
LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA
Quanto a legitimidade ativa está a União, os Estados membros, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias (multa – ex: INMETRO e IMETRO; e contribuições cooperativas ou profissionais – anuidade); fundações públicas; a Caixa Econômica Federal (CEF) empresa pública – contribuições ao FGTS – art. 2º da Lei n. 8.844/1994
A legitimidade passiva (art. 4º da LEF) expressa que o 
1) sujeito passivo pode ser o contribuinte ou responsável tributário 
2) entidades ou pessoas dotadasde apenas personalidade jurídica: o condomínio, a massa falida e o espólio
COMPETÊNCIA
A competência para processar e julgar o exercício fiscal é definida pelo domicílio do devedor (art. 46, § 5º do CPC), se houver mais de um executado com domicílios diversos, a competência para processar e julgar a execução fiscal será qualquer dos domicílios, a critério do exequente (§ 4º).
A execução fiscal proposta pela União, as autarquias e fundações públicas federais, bem como as empresas públicas serão processadas e julgadas pela Justiça Federal do domicílio do executado (art. 109, inc. I, da CF e Súmula 66 do STJ). 
A execução fiscal das contribuições sociais previdenciárias decorrentes das sentenças trabalhistas, bem como as multas impostas pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho serão processadas e julgadas nas Justiça do Trabalho, conforme prevê o art. 114, incs. VIII e VII, do texto constitucional, respectivamente.
PROCEDIMENTO
Petição inicial, sendo os requisitos ao art. 6º: o juiz a quem se dirige, o pedido, o requerimento para citação, a petição inicial deverá ser instruída com a(s) CDA(s) – art. 6°, § 1º da LEF.
Ao contrário do que sucede com a petição inicial das execuções redigidas pelo CPC (art. 798, inc. I, alínea b), a inicial da execução fiscal prescinde da juntada do demonstrativo de atualização do débito (Súmula 559, STJ).
Embora a execução fiscal tenha interesse público envolvido, não é necessária a intervenção do MP, porquanto se trata de interesse público secundário, ou seja, de índole meramente econômica (súmula 189 do STJ)
O exequente poderá emendar a petição inicial substituindo ou alterando a CDA até a decisão de primeira instância (dada nos embargos a execução fiscal). A modificação da CDA poderá se dar para corrigir erro formal ou material, mas jamais para a modificação do sujeito passivo (súmula n. 392 do STJ)
04/06/2019
PROCEDIMENTO
1) Petição inicial
2) decisão judicial com o recebimento, da qual marca interruptivo do prazo prescricional (art. 174, parágrafo único, inc. I, do CTN), além da interrupção do prazo prescricional retroage à data de propositura da EF (art. 240, § 1º do CPC e súmula n. 106 do STJ). Essa decisão judicial pode fundamentar no não-recebimento, que é recorrível mediante agravo de instrumento (art. 1.015, parágrafo único, CPC)
3) com o recebimento da petição inicial será promovido a citação do acusado, nas modalidades em 
· regra por carta com aviso de recebimento (art. 8º, inc. I, da LEF), basta que a citação seja recebida por alguém no domicílio tributário da executada. 
· Se a citação por carta com aviso de recebimento for frustrada ou a executada possuir domicílio tributário não abrangido pela entrega domiciliar, a citação será feita por oficial de justiça (art. 8º, inc. I, da LEF)
· Na execução fiscal, é cabível a citação por edital na hipótese de se comprovar o insucesso na tentativa de citação por carta de AR ou por meio de oficial de justiça (art. 8º , inc. III e IV, da CF e Súmula 414 do STJ), Também é cabível a citação por edital se o executado tiver residido fora do País, devendo o edital ser publicado com o prazo de 60 dias (art. 8º, § 1º, da LEF)
· Embora a LEF não preveja expressamente a citação por hora certa, nada impede que ela ocorra se presentes os pressupostos fáticos autorigativos (art. 1º da LEF C/C art. 252 do CPC)
Na hipótese de o executado ser citado por edital ou por hora certa e permanecer revel, caberá ao juízo nomear-lhe curador especial (art. 72, inc. II, do CPC), a quem caberá a oportunidade de apresentar embargos à execução (súmula n. 196 do STJ)
Citado o executado, poderá pagar a dívida e demais encargos ou oferecer bens à penhora em 5 dias (art. 8º, caput, da LEF). Caso o efetuar, ocorre a extinção do crédito tributário com base no art. 156, inc. I, do CTN e também vai ter a extinção do próprio processo com base no art. 924, inc. II, do CPC. Pode oferecer bens em garantia da dívida (art. 9º da LEF): 1) o depósito em dinheiro; 2) apresentar fiança bancária ou seguro garantia; 3) fazer a nomeação de bens próprios à penhora observando a regra do art. 11 da LEF, e 4) indicar bens de terceiros em garantia desde que aceitos pela Fazenda Pública (deve haver poderes específicos do advogado para poder gravar o bem, além cuidar o estado civil do terceiro, pois a depender do regime de bens é necessário a anuência do cônjuge, sob pena de nulidade da penhora).
GARANTIA
A formalização da garantia (penhora)se dá mediante termo (art. 845 do CPC) ou auto de penhora.
Na hipótese de o devedor não pagar, tampouco oferecer bens em garantia, caberá ao oficial de justiça arrestar os bens de sua propriedade
A ausência de bens penhoráveis (garantia), resulta na suspensão da EF pelo prazo de 1 (um) ano, cabendo a exequente, durante o referido lapso, continuar a pesquisa administrativa de bens do devedor (art. 49, caput e § 2º, da LEF). Findo o prazo de suspensão, caso não tenha notícia positiva de bens do devedor, os autos serão arquivados, iniciando-se a fluência do prazo de prescrição intercorrente. 
Com o decurso do prazo de 5 anos, caberá ao juízo intimar a Fazenda Pública para informar se durante o período de arquivamento ocorreu alguma causa suspensiva ou interruptiva do prazo prescricional (exemplo do parcelamento administrativo). Inexistindo qualquer causa suspensiva ou interruptiva, caberá ao juízo extinguir o crédito tributário por prescrição intercorrente (art. 40, § 4º, da LEF e Súmula n. 314 do STJ), bem como a execução fiscal, na forma do art. 924, inc. V, do CPC.
PRIORIZAR NA PROVA: Impostos estaduais, municipais e processo administrativo e judicial
Formalizada a garantia o executado passa a ter direito a ter uma certidão positiva com efeitos de negativa (CPEN), ou seja, mesmo que ele tiver discutindo terá direito a certidão, previsão do art. 206 do CTN.
Inicia-se o prazo de 30 (trinta) dias para a oposição de embargos à execução fiscal pelo executado (art. 16, caput, da LEF)
O termo inicial da fluência do prazo de oposição dos embargos à execução fiscal diverge a partir do tipo de garantia: a) do depósito; b) da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro de garantia; c) da intimação da penhora (art. 16, incs. I a III, da LEF)
A existência da prévia garantia é condição de procedibilidade dos embargos à execução fiscal (art. 16, § 1º, da LEF)
A existência de garantia parcial não impede o executado de oferecer os embargos à execução fiscal, cabendo à Fazenda Pública atuar na EF na busca do reforço do penhor. 
Aplica-se o art. 919 do CPC aos embargos à execução fiscal, ou seja, a referida ação de defesa do executado não possui efeito suspensivo automático (ope legis), cabendo ao embargante requerê-lo ao juiz (opeiudices), onde deverá comprovar a presença dos requisitos autorizadores da tutela provisória, bem como a garantia do juízo. 
A petição inicial dos embargos à execução fiscal deverá atender aos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, com a peculiaridade de que caso o embargante requeira provar o alegado por meio de testemunhas, ele deverá indicar (nomear), dede logo, quem serão as testemunhas, até o limite de três, ou a critério o juízo até o dobro (§ 3º do art. 16 da LEF)
Matérias que não podem ser alegadas na via dos embargos à execução fiscal: a reconvenção e a compensação (art. 16, § 3º, da LEF). No que diz respeito a compensação, o STJ compreende que a compensação realizada na esfera administrativa e que não foi homologada pelo Fisco, resultando, por consequência, num débito tributário, o qual é objeto da própria execução fiscal, não impede que o embargado questione a glosa da autoridade fazendária e alegue a extinção do débito por meio de compensação em sede de embargos à execução fiscal.

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