Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A PERGUNTA BÁSICA DA HUMANIDADE A PERGUNTA BÁSICA DA HUMANIDADE Assim que somos conscientes da morte, fazemo-nos conscientes da vida. Necrópole / Espoliação / Orientação Em forma de banheiro: assegurar o repouso e o descanso eterno. Não temos evoluído tanto assim (nas perguntas básicas) /Em cada sepulcro cabe só um corpo humano. A escavação na pedra é bastante perfeita, pelo que provavelmente utilizaram mais do que pontas de sílex para lavrar: instrumentos de cobre ou ferro. A PERGUNTA BÁSICA DA HUMANIDADE Sem inscrições nem símbolos cristãos / Não se achou enxoval funerário, nem copos de argila, nem restos de nenhuma classe. Também não pedras de moinho, armas nem quaisquer objetos. Resulta muito curioso que aqueles habitantes, provavelmente pré-históricos, habitaram em simples cabanas, choças ou grutas, mas trabalhassem com afinco para preparar os sepulcros dos seus queridos mortos. EGITO: Arte para a eternidade Arte para a eternidade Egito: “Todo Egito é um presente do Nilo” (Herodoto) A pirâmide escalonada de Zoser em Saqqara. O conjunto funerário erige-se além dos limites da inundação do rio. Nunca construíram no terreno fértil. FERTIL = VIDA Mapa esquemático com o rio Nilo e os principais monumentos Egito não são apenas as pirâmides Inundação --- Triangulação --- Agrimensura resumoresumo O Nilo O Faraó A religião A escrita Triangulação. A matemática A medição da terra As múmias As pirâmides Os colossos A escultura A pintura IntroduçãoIntrodução A história do Egito foi a mais longa de todas as civilizações antigas que floresceram em torno do Mediterrâneo estendendo-se, quase sem interrupção, desde aproximadamente o ano 3000 A.C. até o século IV D.C. A natureza do País — desenvolvido em torno do Rio Nilo que o banha e fertiliza, em quase total isolamento de influências culturais exteriores — produziu um estilo artístico que mal sofreu mudanças ao longo de seus mais de 3.000 anos de história. Todas as manifestações artísticas estiveram, ao serviço do estado, da religião e do Faraó, considerado como um Deus sobre a terra. Desde os primeiros tempos, a crença numa vida depois da morte ditou a norma de enterrar os corpos com seus melhores pertences, para assegurar a sua passagem para a eternidade. Egito: três mil anos de grandiosidade A civilização egípcia antiga se desenvolveu no nordeste africano, às margens do rio Nilo, entre 3200 a.C a 32 a.C. Os progressos foram notáveis entre os egípcios, tanto nas artes, nos ofícios e até em algumas ciências. Instrumentos, armas e ornamentos eram habilmente confeccionados em pedra, cobre e ouro. Os egípcios criaram, entre outras coisas, um eficiente sistema de irrigação, de saneamento de terras pantanosas e confecção de tecidos de linho de superior qualidade. Desenvolveram, também, um sistema de leis baseadas nos costumes, assim como o sistema de escrita e o primeiro calendário solar da história da humanidade. A sociedade egípcia era dividida em várias camadas, sendo o faraó a autoridade máxima, considerado um deus na Terra. Povo politeísta e crente na vida após a morte Os egípcios acreditavam na existência de vários deuses (eram politeístas), os quais tinham as mesmas virtudes e vícios humanos, mas, também, certas características animais que interferiam na vida das pessoas. Acreditavam na vida após a morte e, por isso, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em mástabas, posteriormente, nas pirâmides, com todos os seus pertences e servos com o objetivo de preservar o corpo para quando este ressuscitasse. A vida após a morte seria definida, segundo as crenças egípcias, pelo deus Osíris, em seu tribunal de julgamento: o coração do defunto era pesado pelo deus da morte, Anúbis, que mandava para uma vida na escuridão, aqueles cujo órgão estava “pesado”, e, para uma outra vida boa, aqueles de coração “leve”. Muitos animais, também, eram considerados sagrados nessa época, de acordo com suas características: gato, crocodilo, cobra, águia, touro, vaca, leão, chacal, falcão... Seção do Livro dos Mortos, c. 1070-945 a.C. Os deuses estavam ligados a representações dos elementos da natureza, como o Sol, a Lua, as águas dos rios, a vegetação, etc. Alguns Deuses representavam a própria criação do Egito, como Horus, Osíris, Ísis e Set. Os deuses geralmente eram representados por figuras antropomórficas, juntando a figura humana com animais, o que originou uma rica mitologia em torno deles. Vamos resumir Egito em duas palavras: MORTE GEOMETRIA Vamos resumir Egito em duas palavras: MORTE A religião (o culto aos deuses e a vida de ultra-tumba) permeava toda a vida egípcia, interpretando o Universo, justificando a organização social e política. De facto, dão mais atenção às moradias dos mortos do que aos dos vivos. Achavam que todos iam viver depois da morte, mas era necessário conservar o corpo, pois a alma precisava de um suporte físico. Por isso era tão importante a MUMIFICAÇÃO. Vamos resumir Egito em duas palavras: GEOMETRIA TODO EM EGITO É MEDIDO. O tempo, o espaço... Na base está o rio, que marca um tempo muito preciso. Precisão absoluta em cálculos (conseguem fazer entrar à luz duma estrela numa determinada noite até um sarcófago). A MEDIÇÃO DO MUNDO. ERATOSTENES Constroem sempre com linhas retas. Volumeis claros e netos. A MEDIÇÃO DO MUNDO. ERATOSTENES A parte artística e cultural dos povos egípcios estava relacionada com tradições religiosas e funerárias. A maioria das obras egípcias foram criadas com o objetivo de serem úteis: não se falava em peças ou em obras belas mas sim em eficazes ou eficientes. Praticamente quase todas estavam interligadas num contexto religioso e político, com a representação do Faraó. As ArtesAs Artes A Arte egípcia divide-se em: Arquitetura Escultura Artes Maiores Pintura Joalharia, Mobiliário, etc – Artes Menores A DIVINDADE DO FARAÓ. O povo viveu para construir seus túmulos. Exigiu uma numerosa mão de obra (mais ainda se pensamos que se fizeram sem conhecer a roda nem a polia), e uma estructura política muito forte. CONSEQÜÊNCIA: ARTE COLOSSAL. O tamanho é sempre desproporcionado, exagerado. O homem sente-se diminuto frente a estes monumentos. Presencia de forças sobrenaturais e vontade de permanência na memória Amenophis III com a sua esposa. A ArquitecturaA Arquitectura • Monumental (grandes dimensões). • Durabilidade (concebidas em pedra para durarem). • Os egípcios foram os primeiros a usar a coluna, estructuralmente e como motivo de decoração (capiteles). • Arquitectura arquitravada. A ArquitecturaA Arquitectura • Monumentos funerários (por ordem de aparição): 1 – Mastabas 2 - Pirâmides de mastabas - pirâmides de degraus de base quadrangular (Saqara) 3 - Pirâmides de faces lisas, de base quadrangular (Gizé) 4 - Hipogeus - túmulos escavados na rocha (Vale dos Reis; Vale das Rainhas). •Templos • Palácios e casas têm uma importância muito menor. –– MastabasMastabas As Mastabas eram simples construções em tijolo de barro cozido ao Sol. Foram o primeiro tipo de túmulos utilizados pelos grupos sociais mais abastados, incluindo os primeiros Faraós. A ArquitecturaA Arquitectura FORAM AS PRIMEIRAS TUMBAS MONUMENTAIS poço sepulcro Capela, estatua –– MastabasMastabasA ArquitecturaA Arquitectura Já mostra as imensas proporções da arquitectura egipcia. –– Pirâmide de degrausPirâmide de degrausA ArquitecturaA Arquitectura FORAM AS PRIMEIRAS PIRÂMIDES O arquiteto Imhotep construiu uma série de mastabas umas em cima das outras, usando pedras em vez de tijolo de barrocozido ao Sol. Construção em pedra, com silhares de medidas precisas, grande tamanho e regularidade, unidos por “caudas de andorinha” internas de madeira ou metal. –– Pirâmide de degrausPirâmide de degrausA ArquitecturaA Arquitectura Surgem pela necessidade de marcar a força do Faraó. As mastabas tínham se popularizado entre os nobres e poderosos e o Faraó precisava de algo mais “especial”. Estavam rodeadas de outros edifícios. O caso de Zoser, em Saqara (2.700 AC), simula uma cidade com muralhas, templos... Podemos ver perto as tumbas de outros dignitários. Influencia do zigurat de Mesopotamia (existiram conflictos, invasões = proximidade) –– PirâmidePirâmideA ArquitecturaA Arquitectura As Pirâmides de Gizé, c. 2613 - 2563 a.C. As pirâmides de paredes lisas eram construidas com blocos de granito. A Grande pirâmide ergue-se a uma altura de cerca de 140 metros, demorou mais de 20 anos a ser construida e é composta por mais de 2 milhões de blocos de granito (cada um deles pesava 2 ou 3 toneladas). QUÉOPS QUÉFREN MIQUERINOS Plano da necrópole de Gizé O interior é um conjunto de galerias, poços, câmeras... De extraordinária complicação, para evitar o espolio dos tesouros do Faraó. “Soldados! Do topo destas pirâmides quarenta séculos nos contemplam.” Entradas original e actual à Pirâmide de Quéops. A entrada original foi bloqueada. Hoje o acesso é por uma galeria de ladrões. –– HipogeusHipogeusA ArquiteturaA Arquitetura Os hipogeus são tumbas escavadas na ladeira de uma montanha, que lembrou-lhes a forma de uma imensa pirâmide. Afinal, as pirâmides eram roubadas quando havia um momento de inestabilidade Os hipogeus tentam evitar os saqueios, pois as tumbas passam mais despercebidas. Templo mortuário da rainha Hatshepsut O mais importante encontra-se no Vale dos Reis. Perto dele, encontra-se o Vale das Rainhas. Complexas construções para preservar os tesouros, que chegam a medir centos de metros escavados no interior da montanha. Têm câmeras secretas e quartos, como se se tratasse de um palácio para a eternidade. Várias salas onde estavam dispostos tesouros, os vasos canopos e sarcófagos com as múmias dos Faraós. Decorados com ricas pinturas e relevos, que ilustram o Livro dos Mortos, cenas quotidianas, a vida do difunto... Muito do que se sabe desta civilização provém das pinturas e relevos decorativos que ornamentavam as paredes destes túmulos. –– HipogeusHipogeus Junto à pirâmide de Keops apareceu, enterrado e desmontado, o barco que devia levar ao Faraó ao mais além. Hoje pode-se visitar o barco, montado integramente. –– A viagem à eternidadeA viagem à eternidadeA ArquiteturaA Arquitetura –– A viagem à eternidadeA viagem à eternidadeA ArquiteturaA Arquitetura Máscara funerária de Tutankhamón Vasos Canopos O processo de mumificação é um forte indicador do grau de desenvolvimento da medicina da época. Hipogeu: Túmulo de Tutankhamon A presencia dos selos na porta demonstrou que ainda estava intacta. 26 de novembro de 1922 Aberto o túmulo do faraó egípcio Tutancâmon, Howard Carter torna-se a primeira pessoa a entrar na tumba do faraó em 3000 anos. - Pode o senhor ver alguma coisa? - Sim –respondeu o outro.- Coisas maravilhosas. Demoraram mais de 10 anos em tirar todos os objetos do túmulo, pois havia que catalogar tudo. A antecâmara riquezas guardadas no túmulo de Tutankhamon O acesso à câmara selada O sarcófago A câmara do tesouro A volta à vida sua múmia e sua máscara mortuária, incrivelmente preservadas Uma maldição? Egito é uma civilização que nos seduz por seus grandes mistérios e uma concepção mágica ou sobrenatural da vida. “A morte tocará com suas asas aquele que perturbar o sono do Faraó” podia-se ler no selo da porta. Morreu Lord Carnavon, o irmão dele, a enfermeira, um doutor que radiografou a múmia do Faraó e um milionário dos EEUU que tinha visitado o túmulo. A MALDIÇÃO SE FEZ FAMOSA NO MUNDO INTEIRO. Um fungo que vivia no estado latente, ao abrir a câmara, encontrou condições para iniciar a sua actividade, e provocou pneumonia respiratória sem tratamento na época. –– Os templosOs templosA ArquiteturaA Arquitetura O templo de Luxor e o templo de Karnac foram dos maiores monumentos da Cidade de Tebas, no Egito antigo. Estas construções servem para demonstrar a importância da religião dentro da Sociedade egípcia - o grande poder que a classe Sacerdotal exercia dentro do Império. Apesar de apresentarem um tamanho monumental - cerca de 275 m de comprimento -, possuem ao mesmo tempo linhas simples geométricas. Colunas, muros e arquitraves eram cobertas com motivos inspirados nas vitórias do Faraó, em cores vivas. À frente do templo havia estátuas colossais e dois obeliscos. Templos de Carnac e Luxor Luxor Plano ideal de um templo egípcio. a.- Avenida das esfinges (pode terminar com uns obeliscos) b.- Sala hípetra, peristila o Pátio c.- Sala hipóstila d.- Câmara do deus e.- Pilono a b c d e - Foram construídos para serem a moradia dos deuses. - O plano dos templos tem a forma de uma “via iniciatica” (um caminho para chegar até os deuses). - Ao irmos avançando os espaços vão sendo mais sagrados. - As estâncias vão sendo menos luminosas e mais baixas. - O acesso vai se restringindo, até chegarmos ao “sancta-sanctorum”, onde apenas entram o Faraó e os grandes sacerdotes. • Avenida das esfinges • os obeliscos • os pílonos • o pátio o sala rodeada de columnas (sala hípetra o peristílo), • sala hipóstila (totalmente coberta de columnas) • sala da barca (a zona nobre começa a partir de aqui) • O Sancta-sanctorum, onde se guarda a figura do deus. Karnak A frente dos pilonos tem dois colossos do próprio faraó. Medem 14 m. cada. Encontravam-se também aqui dois obeliscos. Um deles está hoje na Praça da Concórdia em París. Medem 25 m. cada um deles. A Arquitetura Religiosa A Arquitetura Religiosa –– Templo de Templo de KarnakKarnak A Arquitetura Religiosa A Arquitetura Religiosa –– Templo de Templo de LuxorLuxor 90 º Para nos fazer uma ideia das dimensões: em um dos seus lados construiu-se uma mesquita no século XIII dC, e parece pequena! Ramsés II e Nefertari ou….. Ramsés II e Nefertari Este passo suporta o tecto sobre colunas com capitel em forma de loto aberto, cada uma com 16 m. de altura, fazendo um corredor de 72 m. de comprimento. Estão decoradas com inscrições e cenas muito variadas (festas, vitórias, construção,…) Karnak Não existe nada mais belo que a ruína de uma coisa bela Templo de Karnak (1580-1085 a. C.) A sala das oferendas - A Arquitetura A Arquitetura -- ColunasColunas Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel - extremidade superior de uma coluna A primeira arquitectura dos egípcios, antes de utilizarem a pedra, foi feita com árvores. É por isso que copiaram na pedra as palmeiras, as flores de loto, o papiro... Aquela arquitectura original já está perdida. Luxor. Templo de Luxor (séc XIV – XII a.C.) Luxor Templo de Abu-Simbel dedicado à deusa Hator (séc XII a.C.) Inscrições em hieróglifo compõem a ornamentação da fachada. Abu Simbel Abu Simbel Translado moderno de Abu-Simbel Translado antigo de Pi- Ramsés EGITO: Arte para a eternidade A arquitectura egípcia quase não mudou com o passo do tempo. Sofreu pequenas mudanças, mas as formas básicas permaneceram em uso durante séculos. O mais simples temsempre mais possibilidades para sobreviver. Adapta-se mais facilmente às mudanças. A arquitectura torna-se um livro de pedra Toda a arquitectura recobre-se com frescos ou relevos Arte egípcia: simbólica por excelência A arquitetura, a pintura e as outras artes, no Egito Antigo, não foram apenas inspiradas pela religião – eram inseparáveis dela. A arte egípcia era, por isso, profundamente simbólica. Todas as representações eram repletas de significados que ajudavam a caracterizar as figuras, a estabelecer níveis hierárquicos e a descrever melhor as situações. A hierarquia social e religiosa traduziu-se, na representação artística, ao serem atribuídos variados tamanhos às diferentes personagens, conforme sua importância na escala social: o faraó, portanto, era sempre aquele representado com a figura maior, dentro de uma cena. Na arte egípcia não havia representação de perspectiva, como concebemos hoje: as figuras eram representadas em duas dimensões e as imagens apareciam em camadas enfileiradas ou então rebatidas para os lados. O Jardim de N ebam un, c. 1400 a.C. O artista – s-ankh: o que dá vida Os criadores da Arte egípcia chegam aos dias atuais, em sua maioria, anônimos. O artista egípcio não impunha um sentido de individualidade em sua obra, pois efetuava o trabalho de acordo com a encomenda, raramente assinava o trabalho final e sempre cumpria com as limitações de criatividade impostas pelas regras estéticas. Entretanto, o artista era visto como um indivíduo com uma tarefa divina importante a executar. Para tanto necessitava de contato com o mundo divino para poder receber sua força criadora. Sem isso não seria possível tornar visível, através de sua arte, o conteúdo espiritual, o invisível. O próprio termo para designar este executor, s-ankh, significava, para os egípcios, “aquele que dá vida”! A palavra “escultor” em egípcio significa “aquele que mantém vivo”. A ARTE NO EGITO - Arte obedecia a padrões e regras. - Limitação da criatividade e da imaginação. Os artistas no Egito não eram livres (nunca o foram até o século XIX, com exceções). Tinham que respeitar uma serie de normas técnicas que são conhecidas com o nome de “leis”. - Não se trata de ser realistas, mas de apresentar uma beleza ideal. É um cânone de beleza diferente a como hoje o entendemos. - Arte anônima, para revelar perfeito domínio das técnicas de execução e não o estilo de quem a executava. A arte egípcia era bastante padronizada, não dando margens à criatividade ou à imaginação pessoal. Estatua de Ramsés II em Menfis. Claro exemplo de escultura monumental egípcia. A EsculturaA Escultura A EsculturaA Escultura As esculturas saem de um bloco. Braços colados ao corpo. Separá-los resulta, por enquanto, impossível (os gregos acharão mais tarde o modo de o fazer) tendo em conta a dureza dos materiais que utilizam, o que ajuda a que as obras durassem para sempre. A Escultura do Antigo Egito é caracterizada sobretudo pela escultura de grandes dimensões associada à arquitectura, pelo relevo descritivo (hieróglifos), pelo busto e pela estatuária de pequenas dimensões, onde dominam não só as representações de Deuses e Faraós, como também de animais. A representação da figura humana: • Rigidez de postura • Ocultação de traços físicos desfavoráveis • A sua apresentação era sempre feita de pé, dando um passo á frente, sentada ou de joelhos cruzados. Escultura em faiança, hipopótamo azul Rahotep y Nefrí Estas esculturas servem para vermos como é que vestia a gente na época. Os homens com uma espécie de saia. As mulheres com vestidos brancos, muito finos e ajustados, com uma peruca na cabeça. Os homens são sempre representados com pele morena, enquanto as mulheres são pintadas com extrema brancura. Anão Seneb com sua Família Nikare e família, c. 2420-2323 a.C. Tríada de Mikerinos Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Colossos de Mennon • Estilo hierático. Solenidade, rigidez. • Lei da frontalidade: braços aos lados do torso, pé adiantado... • Falta de expressão. • Idealismo. • Rasgos arcaicos. • Cabelo e barba ficam reduzidos a uma serie de linhas paralelas. • Faraó: coroa, torso nu, cavanhaque e saia. • SERENIDADE, sem mostrar emoção A esfinge de Gizé: a sabedoria • Corpo de Leão (força) • Cabeça humana(sabedoria) Akenatón e Nefertiti a oferecer os seus tributos ao sol (Atón) Escultura de Tell-El Amarna • Olhos rasgados • Nariz recto • Pômulos marcados • Lábios grossos • Cabeça com forma de pepino • Pescoço alongado. • Ventre inchado e cadeira ancha. LEI DE JERARQUIA O tamanho da figura depende da sua importância. Um deus é mais grande que um homem, por exemplo. Durante o reinado de Akenaton, o monoteísmo foi implementado no Egito, através da figura do Deus Aton (ou Deus Sol) Estela com representação da família Real, tendo ao centro a representação do Deus Aton. Busto de Nefertirti A PinturaA Pintura • Principalmente trata-se de pintura mural, embora destaca também a pintura em papiro. • Desenvolve-se nas paredes dos templos e nas colunas, com o uso da técnica do fresco. • São representadas cenas com um claro ritmo de tono continuado (tipo quadradinhos). • Cores planas. • Frontalidade, estilo hierático. • Não existe a perspectiva. • Lei da frontalidade: cabeça de perfil, olho de frente, torso de perfil. • Temas alegres, a destacar a pesca e as labores agrícolas. A PinturaA Pintura Principais características: • Lei da frontalidade – representação da figura humana em que o tronco era representado de frente para o observador e a cabeça, os braços, as pernas e os pés representados de perfil. Mas o olho fica de frente. Representam num só desenho o maior número de rasgos possíveis. • Os homens eram pintados de vermelho e as mulheres de amarelo. • Uso abundante de cores vivas e de escrita hieroglífica nas paredes de templos e túmulos. • Representação de episódios da vida quotidiana do defunto nas paredes dos túmulos. A linha faz a forma do desenho. A cor não pode sair dela. As cores são sempre muito intensas. A coloração era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas. Cores planas: não ha sombras. Convenção nas cores: não são reais. As peles de homens e mulheres são diferentes. Não existe a perspectiva (o espaço). Tudo representa-se num plano. LEI DO MARCO • As figuras adaptam-se ao espaço de que dispõem. • Não podem sair dele nem aparecer cortadas A MARCHA IMÓVEL É uma postura que simula um passo, mas onde a rigidez da figura neutraliza o movimento simulado. Colocam um pé adiantado. A qualidade do “tempo” dentro das pinturas, “como detido na eternidade”. Como “um instante em movimento” - Foram surgindo criações artísticas mais leves e de cores mais variadas. - Posturas menos rígidas, leve movimento. Leis rigorosas usadas na representação do corpo humano O corpo humano, especialmente o de figuras importantes, era representado utilizando dois pontos de vista simultâneos, de modo a oferecer maior informação e mostrar a dignidade da personagem: os olhos, ombros e tórax eram colocados vistos de frente; a cabeça e as pernas, vistos de perfil. Na arte egípcia, a representação por inteiro da figura humana organizava-se segundo a chamada “regra de proporção”, um rígido quadriculado com dezoito unidades, sendo cada quadro com a medida do seu lado igualà do dedo anular, o que garantia uma repetição rigorosa da forma ideal egípcia, em quaisquer escalas e posições. O artista egípcio apreciava muito as cores. As estátuas, os afrescos, o interior do templos e dos túmulos eram extremamente coloridos. As cores não cumpriam apenas a sua função primária de decoração, mas encontravam-se carregadas de simbolismo. A EscritaA Escrita A pedra A pedra RosettaRosetta A escrita foi outra grande contribuição deixada pelos egípcios. Inicialmente formada por hieróglifos, era uma escrita iconográfica (através de simbolos). Os egípcios também foram um dos primeiros povos a utilizarem o papel como meio de comunicação, o qual era chamado de papiro. Papiro egípcio Escrita hieroglífica Escriba sentado. Escriba Sentado (c. 2500 a.C.) Obra encontrada em um sepulcro da Necrópole de Sacará. Museu do Louvre, Paris. Prática de leitura, escrita e atividade física entre os jovens No Egito Antigo, a escrita (hieroglífica) tinha grande importância no desenvolvimento de atividades de cunho sagrado e no registro do cotidiano. A figura do escriba ocupava uma posição respeitável ao lado de altos funcionários, sacerdotes e generais. Os jovens egípcios, bem cedo, eram introduzidos no conhecimento da escrita e da leitura. Embora se acredite que o povo grego tenha sido o primeiro a praticar e organizar competições físicas, no entanto, as representações de cenas esportivas que aparecem nas paredes das tumbas, templos, obeliscos e vasos, provam que foram os antigos egípcios os precursores de muitos dos desportos praticados atualmente. O MobiliárioO Mobiliário Os móveis, de formas rígidas, eram ricamente ornados de uma decoração de cores vivas - seguindo o mesmo estilo da arquitetura. Flores de lótus e papiro, grinaldas e animais aparecem frequentemente nas decorações dos móveis. Flor de Lótus Flor de Papiro A OurivesariaA Ourivesaria Igualmente importantes, foram as obras de ourivesaria, cuja mestria e beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras preciosas. As jóias tinham sempre uma função específica (talismãs). Os ourives colaboravam na decoração de templos e palácios, revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados, contendo inscrições, dos quais restam apenas testemunhos. A mulher em situação de igualdade com o homem A civilização egípcia, ao contrário de muitas outras civilizações, não via suas mulheres como cidadãs de segunda classe, seres inferiores, ou meros objetos de propriedade dos pais e maridos. Na sociedade egípcia a mulher possuía um status que só foi recuperado muito recentemente na História, sendo tratadas com respeito e igualdade em relação aos homens. Higiene e cuidado com o corpo Tanto os homens quanto as mulheres do Antigo Egito davam grande valor à aparência física. Hábitos de higiene e cuidados com a aparência ocupavam boa parte do tempo de homens e mulheres. As pinturas nos túmulos mostram o seu cuidado com a moda: perucas, maquilagem e vestuário. Os cosméticos não eram considerados supérfluos, mas uma necessidade do dia a dia e até mesmo profiláticos. O barbear e o depilar eram cuidados frequentes. As mulheres mantinham os cabelos curtos, muitas vezes raspados como os dos homens. Havia também o hábito do banho, e, apesar de os antigos egípcios não conhecerem o sabão, o substituíam por uma solução sódica. A hena era utilizada para escurecer o cabelo, tingir as unhas e pintar o corpo. Damas abastadas possuíam servas que auxiliavam nesses cuidados diários. A nudez não era considerada um tabu, por isso tanto homens quanto mulheres poderiam ser retratados nus, sendo que a nudez parcial revelava nas pinturas o status social das pessoas. - Após a morte de Ramsés, houve declínio do Império, pois o poder real tornou-se fraco e passou a ser governado por sacerdotes. - Houveram invasões sucessivas e aos poucos essas invasões foram desorganizando a sociedade e sua arte. - Influenciada pelos povos invasores – etíopes, persas, gregos e romanos – ela foi perdendo suas características e refletindo a própria crise política do Império. ConclusãoConclusão Assim, todas as atividades quotidianas dos egípcios estavam, de uma forma ou de outra, associadas com a busca pela vida após a morte. Quanto à cultura, a maior parte da arte egípcia foi desenvolvida na construção das moradas dos falecidos. Isso aconteceu porque os egípcios acreditavam que deveriam haver bastantes objetos, inscrições e pinturas de forma a garantir uma nova vida, agradável e feliz após a morte terrena. Assim, as esculturas e pinturas egípcias destinavam-se a dar essa garantia aos defuntos. Os egípcios acreditavam na vida após a morte. Não só acreditavam nisso como viviam para a morte (FIM)
Compartilhar