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Cuidados nutricionais e farmacológicos na asma. Natália Miranda da Silva, Samara Alves Silva, Samara Cominho Pereira e Jessica Soares dos Santos. Definição. A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, e está associada com o aumento da reação das vias aéreas a vários estímulos, resultando na obstrução do fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, reversível naturalmente ou com tratamento, mas em alguns asmáticos, a obstrução ao fluxo aéreo pode ser irreversível. Esses estímulos podem ser rotineiros episódios de chiados, dispneia, opressão torácica e tosse, particularmente de noite ou no começo da manhã. Epidemiologia. 300 milhões no mundo; 20 milhões no Brasil; Nas últimas duas décadas, as taxas de hospitalização reduziram em 49% entre 2000 e 2010. 2008 – 300 mil hospitalizações decorrentes a asma; 2011 – 160 mil hospitalizações. Fatores de risco. Sexo feminino; Faixa etária dos 60 aos 69 anos; Cor da pele não branca; Baixas escolaridades e renda familiar; História familiar de asma e atopia; Fatores de risco. Atopia pessoal; Tabagismo; IMC ; Distúrbios psiquiátricos menores. Fatores de risco. Fatores de risco individuais Predisposição genética para asma (hiperreatividade das vias aéreas); Obesidade e Gênero. Fatores de risco. Fatores de risco ambientais Alergênicos de interior (ácaros do pó domésticos, pelos de animais domésticos e fungos); Alergênicos de exterior (pólens, fungos); Infecções respiratórias; Sensibilizantes ocupacionais e Medicamentos Fatores de risco. Outros fatores contributivos. Poluição atmosférica; Fumo do tabaco; Dieta e Condições socioeconômicas. Fatores de risco. Sinais e sintomas da asma, particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã; Sintomas episódicos; Melhora espontânea ou pelo uso de medicações específicas para asma (broncodilatadores, antiinflamatórios esteróides). Sinais e sintomas. Associados com a dificuldade em exalar o ar dos pulmões devido a: Broncoconstrição (estreitamento das vias aéreas); Espessamento da parede das vias aéreas; Aumento da produção de muco; Desencadeados ou agravados por infecções virais, exposição à alérgenos, à fumaça de cigarro, exercício e estresse. Sinais e sintomas. Apresentam um ou mais dos seguintes sintomas variando ao longo do tempo quanto à intensidade, ocorrência e frequência : Dispneia; Tosse crônica; Sibilância; Taquipneia; Opressão ou desconforto torácico, principalmente à noite ou nas primeiras horas da manhã. Sinais e sintomas. Tosse e sibilâncias frequentes, relato de pneumonias de repetição, internação por problemas respiratórios e episódios de resfriados e bronquite frequentes, são sinais e sintomas que merecem atenção, pois, também são indicativos da asma. Fisiopatologia. As principais alterações pelo processo patológico têm o acompanhamento de várias células inflamatórias nas vias aéreas; As células epiteliais, as musculares lisas, as endoteliais, os fibroblastos, os miofibroblastos e os nervos estão envolvidos na patogenia da asma; As células inflamatórias envolvidas são principalmente os mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células dendríticas, macrófagos e neutrófilos e como mediadores, as principais são, quimiocinas, citocinas, eicosanoides, histamina e óxido nítrico. Fisiopatologia. Todo esse processo leva à manifestações características da doença, como a diminuição brônquico intermitente e reversível (causado pela contração do músculo liso, pelo edema e pela hipersecreção mucosa) e a hiper reação brônquica. Diagnóstico. Diagnóstico Clínico Radiografia do tórax; Exames de sangue e espirometria (identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar) Teste de bronco-provocação, com substancias pró-inflamatórias e Análise dos valores exalados e óxido nítrico. Diagnóstico. Diagnóstico Funcional É realizado a Espirometria para identificar: obstrução das vias aéreas caracterizada por redução do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) (inferior a 80% do previsto) e da relação volume expiratório forçado no primeiro segundo/ capacidade vital forçada (VEF1)/(CVF) (inferior a 75%); Tratamento. Objetivos Atingir e manter o controle dos sintomas; Manter as atividades diárias normais, incluindo exercícios; Manter a função pulmonar normal ou o mais próximo possível do normal; Prevenir exacerbações; Minimizar os efeitos colaterais das medicações e Prevenir a mortalidade. Tratamento. Fundamentado em cinco componentes inter-relacionados Parceria médico-paciente; Identificação e controle dos fatores de risco; Avaliação, monitoramento e manutenção do controle da asma; Prevenção e controle de riscos futuros e Consideração de situações especiais no manejo da asma. Tratamento. Parceria médico-paciente O objetivo é permitir que o paciente adquira conhecimento, confiança e habilidade para assumir o papel principal no manejo de sua doença. Essa parceria é dividida em três partes: Educação; Plano de ação escrito e individualizado – elaborado em parceria com o paciente e colocado em prática pelo próprio paciente (automanejo); Adesão ao tratamento - essencial para que os resultados sejam obtidos. Tratamento. Tratamento. Identificar e reduzir a exposição à alérgenos e irritantes e controlar os fatores capazes de intensificar os sintomas ou precipitar exacerbações, é muito importante no controle da doença, pois os pacientes com asma controlada tornam-se menos sensíveis a esses fatores. Tratamento. Tratamento. O tratamento com a utilização de fármacos tem sido dividido em cinco etapas e os pacientes devem ser avaliados com base no seu tratamento atual e o nível de controle. Etapas Tratamento Medicações 1 Alívio dos sintomas ocasionais (tosse, sibilos ou dispneia) que ocorrem duas vezes ou menos por semana e são de curta duração. Utiliza-se um β2-agonistade rápido início de ação (salbutamol,fenoterolouformoterol). 2 Medicação de alívio mais um ou dois medicamentos de controle. 1ºopção -Corticoidesinalatóriosem doses baixas são a primeira escolha. Antileucotrienospara aqueles que não conseguem utilizar a viainalatóriaou para quem não pode utilizar corticoideinalatório. 3 Medicação de alívio mais um ou dois medicamentos de controle. 1ºopção -Associação de um corticoideinalatórioem doses baixas com um β2-agonistainalatóriode ação prolongada; Alternativa –Aumentar a dose do corticoideinalatório. 4 Se possível, o tratamento deve ser conduzido por um médico especialista no tratamento da asma. 1ºopção -Combinação de corticoideinalatórioem doses médias ou altas com um β2-agonistade ação prolongada. 5 Pacientes com asma não controlada na etapa 4, que tenham limitação de suas atividades diárias e frequentes exacerbações e que tenham sido exaustivamente questionados sobre a adesão ao tratamento. Adiciona-se corticoide oral às outras medicações de controle descritas anteriormente. Tratamento. A perda do controle da asma é caracterizada pela recorrência ou piora dos seus sintomas, indicando a necessidade de ajustes no tratamento, podendo ser realizado com o aumento de uma etapa sucessivamente até que, o controle seja alcançado. Tratamento. Quando o controle da asma estiver ajustado e permanecer por pelo menos três meses, devem-se reduzir os medicamentos, com o objetivo de diminuir os seus efeitos colaterais e os custos do tratamento. Cuidados Nutricionais. O objetivo é amenizar os sintomas e as crises de asma, fortalecendo o sistema imune. Investir em uma alimentação saudável, dando preferência aos alimentos anti-inflamatórios que ajudam a controlar a asma. Recomenda-se beber no mínimo 2 litros de líquidos por dia ingerindo água, chás sem açúcar ou sucos, para ajudar a eliminar as secreções facilitando a respiração. 27 Cuidados Nutricionais. Existem alguns nutrientes que ajudam nosso sistema respiratório a funcionar melhor podendo ajudar na prevenção, como as Vitaminas D, C e A, o Magnésio e o Selênio. 28 Vitaminas Benefícios D Sua falta contribui para o aumento da massa muscular nos brônquios, dificultando a respiração; A maioria dos pacientes, têm deficiência nessa vitamina, pois, o uso de corticoides pode diminuir os níveis desse nutriente, sendo necessária a suplementação. C Ameniza a inflamação e estabiliza a liberação de histamina – substância vasodilatadora responsável pelas crises de asma; É um antioxidante que ajuda nos processos inflamatórios desencadeados pela crise de asma. A Fortalece o sistema imunológico; Regula o crescimento e a regeneração de vários tipos de tecidos e células do trato respiratório; Regula a função pulmonar, ajudando na produção de muco para expelir partículas. Minerais Benefícios Magnésio Relaxamento muscular em períodos de crise de asma; Facilita abroncodilatação, melhorando o quadro respiratório e as funções pulmonares; Pode ser usado no tratamento de crises graves de asma - em versão intravenosa ouinalatória- pois ajuda a aliviar obroncoespasmo, mas sempre com supervisão médica; Usado para complementar o tratamento padrão combroncodilatadorese corticoides. Selênio É um poderoso antioxidante, que ajuda a eliminar os radicais livres produzidos pelo processo inflamatório da crise de asma, evitando quedas bruscas na imunidade do portador da doença. Cuidados Nutricionais. Alimentos que devem ser evitados: Industrializados - Podem ocasionar mais alergias e até mesmo desencadear crises de asma. Por conterem muitas substâncias oxidantes, podem agravar quadros de inflamações, por isso, o ideal é evitá-los sempre que possível e preferir um prato mais caseiro e natural. 31 Cuidados Nutricionais. Alimentos que devem ser evitados: Excesso de sal - Pode causar broncoespasmo, facilitando o aparecimento de crises de quem tem asma e bronquite crônica. 32 Cuidados Nutricionais. Alimentos que devem ser evitados: Laticínios – O leite é uma substância mucogênica, ou seja, aumenta a secreção de muco no organismo, inclusive nas vias aéreas, podendo aumentar os sintomas da asma, que já tem por característica alterações nas mucosas dos brônquios e o aumento dessa substância, que bloqueia a passagem do ar. 33 Cuidados Nutricionais.. Alimentos que devem ser evitados: Sulfitos – Podem causar broncoconstrição piorando a asma. São encontrados principalmente em bebidas alcoólicas, enlatados, frutas secas (como ameixa e passas), congelados, biscoitos, pizzas e condimentos, como, mostarda, tofu, lentilha, ervilha. A indicação é evitá-los, mas não é preciso cortá-los de vez do cardápio. 34 Cuidados Nutricionais. É importante que o paciente controle o peso, pois, o excesso de gordura corporal, especialmente na região torácica pode dificultar a respiração. Por isso recomenda-se que o asmático faça exercícios físicos regularmente para melhorar o seu condicionamento físico e manter o peso ideal. 35 Exemplo de cardápio de 1 dia. Alimentos. Quantidade. Café da manhã. Suco de laranja. 1 copo de 300 ml Pão integral. 2 fatias. Geleia de morango. 1 colher de sopa Mamão Formosa. 1 fatia. Semente de linhaça. 1 colher de sopa. Lanche da manhã. Castanha do Pará. 4 unidade. Almoço. Arroz integral cozido. 6 colheres de sopa. Feijão carioca cozido com caldo. 1 concha. Filé de linguado grelhado. 1 ½ unidade. Espinafre refogado. 2 colheres de sopa. Salada: Alface crespa crua. Rúcula. Tomate cru. Brócolis cozido. 5 folhas. 4 fatias. 1 colher de servir. 2 unidades . Lanche da tarde. Suco de Goiaba (Natural). 1 copo de 300 ml. Bolo de banana. 2 fatias. Jantar. Sopa de legumes (Abobora cenoura, couve, vagem e chuchu). 3 conchas. Torrada integral. 3 unidades. Ceia. Abacate. 1 fatia média . Chia. ½ colher de sopa. Mel. 1 colher de chá. 36 Medicamentos Utilizados. CONTROLADORES 1. Os corticosteroides inalatórios (CI) são os mais eficazes anti-inflamatórios para tratar asma crônica sintomática, em adultos e crianças 37 38 Medicamentos Utilizados. Beclometasona (antiinflamatorio esteroidal sistêmico): cápsula inalante ou pó inalante de 200 mcg e 400 mcg e aerossol ou spray de 50 mcg e 250 mcg . Até o momento não foram verificadas interações do dipropionato de beclometasona com outros medicamentos nesta via de administração, e nem mesmo com alimentos. 39 Medicamentos Utilizados. Budesonida: cápsula inalante de 200 mcg e 400 mcg e pó inalante ou aerossol bucal de 200 mcg. Não se observou, até o momento, a existência de interações medicamentosas. Não há interferência pela ingestão de alimentos ou álcool. 40 Medicamentos Utilizados. CORTICOSTEROIDES SISTÊMICOS Os corticosteroides sistêmicos (CS) mais usados são prednisona e prednisolona, os quais apresentam meia-vida intermediária e menor potencial para efeitos adversos. 41 Medicamentos Utilizados. CORTICOSTEROIDES SISTÊMICOS Prednisona: comprimidos de 5 mg e de 20 mg Prednisolona: solução oral de 1 mg/mL e 3 mg/Ml Reduzem a absorção Vitaminas A, C, B6, ácido fólico, Ca, 10 K, P e Mg. Também aumentam a excreção de Vitaminas C, B6, K, Zn e Tiamina. 42 Medicamentos Utilizados. Agonistas beta-2 adrenérgicos de longa ação (B2LA) Salmeterol (20 minutos) e formoterol (5 minutos) são agonistas dos receptores beta-2 adrenérgicos, cujo efeito broncodilatador persiste por até 12 horas. Fenoterol (Beta 2-agonista de rápida ação): aerossol de 100 mcg; Formoterol: cápsula ou pó inalante de 12 mcg; Formoterol+budesonida: cápsula ou pó inalante de 12 mcg/400 mcg e de 6 mcg/200 mcg; 43 Medicamentos Utilizados. Salbutamol: aerossol de 100 mcg e solução inalante de 5 mg/mL; Salmeterol: aerossol bucal ou pó inalante de 50 mcg; Teofilina oral: Absorção retardada com alimentos ricos em proteínas e acelerada na presença de carboidratos. Usar 30 a 60 minutos antes das refeições. 44 Medicamentos Utilizados. MEDICAMENTOS DE ALÍVIO Os beta-2 adrenérgicos de ação curta são os fármacos de escolha para a reversão de broncoespasmo em crises de asma em adultos e crianças. Quando administrados por aerossol ou nebulização, levam a broncodilatação de início rápido, em 1-5 minutos, e o efeito terapêutico dura de 2-6 horas. 45 Conclusão. Esse trabalho mostrou que a asma é uma inflamatória crônica, onde as células inflamatórias e as mediadoras são as responsáveis. Ela é uma condição que afeta tanto adultos como crianças, onde vem diminuindo com o passar dos anos, apresentando-se com tosse, sibilos, dispneia e opressão torácica. O risco de persistência da asma até a idade adulta aumenta com a gravidade da doença, a presença de atopia, tabagismo e gênero feminino. Para o diagnóstico é considerado mais de um sintoma, e o início da asma em adulto poder estar ligada com exposições ocupacionais. O diagnóstico clínico é fácil, porém são necessários exames por métodos objetivos. 46 Referências Bibliográficas. CRUZ, A. A. et. al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma. J. Bras. Pneumol., Brasília, v. 38, n.1, p. 1- 46, 2012. GLOBAL INITIATIVE FOR ASTHMA – GINA. Estratégia Global para Tratamento e Prevenção de Asma, 2014. Definição, diagnóstico e avaliação da Asma. Disponível em: <http://www.ginanobrasil.org.br/kit2_gina.pptx> Acesso em: 03 abr. 2017. MINAS GERAIS. Prefeitura de Belo Horizonte. Protocolo de Asma: Diagnóstico e manejo. Belo Horizonte, 2015. Disponível em: < http://www.ginanobrasil.org.br/guias/protocolo-de-manejo-da-asma-bh/> Acesso em: 03 abr. 2017. BLOG DO INSTITUTO HEALTHO. Alimentos para quem sofre da asma. Disponível em: <https://institutohealtho.wordpress.com/2011/06/18/alimentos-para-quem-sofre-de-asma/ >. Acesso em: 13 abr. 2017. WEBER, I. T. S.; STRASSBURGER, S. Z.; STRASSBURGER, M. J; BUSNELLO, M. B.; FRANZ, L. B. Efeitos de um programa de educação nutricional domiciliar para adolescentes asmáticos. Rev. Enferm. UFPE on line, Recife, v. 10, supl. 6, p.112-120, 2016. 47 Referências Bibliográficas. ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Projeto Diretrizes: Diagnóstico e Tratamento de Asma Brônquica. p.1-13, 2001. NUNES, A. C. L. F. Asma Alérgica: etiologia, imunopatologia e tratamento. ed.1, Porto, 2011. FERREIRA. M. A. P. et. al. Asma. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, p. 81-108, 2013. CAMPOS, H. S. Asma: suas origens, seus mecanismos inflamatórios e o papel do corticosteroide. Rev. Bras. Pneumol. Sanit., v. 15, n. 1, p. 47 – 60, 2007. ASMA BRÔNQUICA. Tratamento da Asma. Disponível em: <http://www.asmabronquica.com.br/medical/tratamento_asma_doses_efeitos_colaterais.html> Acesso em: 13 abr. 2017. 48
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