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Não venda ou alugue este material. Compartilhe conhecimento gratuitamente. (Hb. 13:16) Qualquer dúvida ou sugestão contate meu e-mail: luizav1lel4@gmail.com Legenda Rosa = título ou cabeçalho Azul = palavra chave Verde = vocabulário Amarelo = definição Roxo = tópicos/sumário Laranja = coisas importantes (datas, pessoas, prazos etc.) Introdução Do juiz exige-se a imparcialidade, mesmo que não esteja expressa na constituição. Não pode ele ter o interesse na causa, nem ligações pessoais com os demais sujeitos do processo. O juiz não pode decidir uma causa ou proferir uma decisão tendo em vista um dos sujeitos do processo. Por ex. "o autor é gente boa, vou dar uma decisão favorável pra ele" ou "o réu é muito estranho, veio mal vestido, vou indeferir o que ele está pedindo". O julgamento não pode ser contaminado por esses preconceitos de natureza subjetiva. Conceito: impedimento e suspeição são "formas estabelecidas em lei para afastar o juiz da causa por lhe faltar imparcialidade, que é pressuposto processual subjetivo referente ao juiz. Enquanto a alegação de incompetência se refere ao juízo, o impedimento e a suspeição se referem a pessoa do juiz, que, neste incidente, é parte" (Didier Jr.). É um instituto processual para proporcionar a imparcialidade no processo – podendo ser usado tanto pelo réu (principalmente) como pelo autor. Aplicação (art. 148, I a III, NCPC) • Aos membro do Ministério Público; • Aos auxiliares da justiça; • Aos demais sujeitos imparciais do processo (o §4º do art. 148 exclui expressamente a disciplina deste artigo a arguição de impedimento ou suspeição de testemunha, eliminando a dúvida sobre a expressão "sujeitos imparciais do processo" alcançar, ou não, as testemunhas. Hipóteses de impedimento (art. 144) – ofensa a imparcialidade de modo mais grave. Não venda ou alugue este material. Compartilhe conhecimento gratuitamente. (Hb. 13:16) Qualquer dúvida ou sugestão contate meu e-mail: luizav1lel4@gmail.com • Casos em que o juiz já tenha figurado como outro agente processual – perito, membro do MP, mandatário da parte ou testemunha ; • Casos em que o juiz já tenha atuado em outro grau de jurisdição e proferiu sentença. Por ex.: juiz que acompanha o processo em primeira instancia e profere decisão, é promovido a desembargador no TJ; nesse caso este desembargador que atuou como juiz que proferiu decisão não poderá julgar o recurso – para não ferir o duplo grau de jurisdição; • Casos em que seu cônjuge/companheiro ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na colateral até o terceiro grau inclusive, atue como advogado, defensor público ou membro do MP; Obs.: o impedimento só se verifica quando o defensor, advogado ou membro já integrava o processo antes do momento em que o juiz faça parte do processo (§1º) Obs.2: o impedimento se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo (§3º) • Casos em que o próprio juiz, seu cônjuge/companheiro ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na colateral até o terceiro grau inclusive seja parte no processo; • Casos em que o juiz for sócio ou membro da direção ou de administração de pessoa jurídica no processo; • Casos em que o juiz seja herdeiro presuntivo, donatário (recebeu doação) ou empregador de uma das partes; • Casos em que instituição de ensino com a qual juiz tenha relação de emprego (alguma faculdade que o juiz dê aula, por ex.) ou instituição resultante de um contrato de prestação de serviços; • Nos processos em que a parte for cliente do escritório de seu cônjuge/companheiro ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na colateral até o terceiro grau inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; • Casos em que o juiz promova ação contra parte ou seu advogado. É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz (§2º) (arguir impedimento só pra enrolar no processo etc.) Obs. Art. 147 traz mais uma hipótese de impedimento: Quando dois ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, o primeiro que conhecer o processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal. Não venda ou alugue este material. Compartilhe conhecimento gratuitamente. (Hb. 13:16) Qualquer dúvida ou sugestão contate meu e-mail: luizav1lel4@gmail.com Hipóteses de suspeição – (art. 145) • Casos em que o juiz for amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou do advogado; • Casos que o juiz receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender as despesas do litigio; • Casos em que qualquer das partes for sua credora/devedora, ou de seu cônjuge/companheiro ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na colateral até o terceiro grau inclusive; • Casos em que o juiz for interessado no julgamento do processo em favor de qualquer uma das partes. O juiz poderá declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões (não precisa justificar/dizer os motivos que ele se considera suspeito); Alegação ilegítima (art. 145, §2º): • Quando for provocada por quem a alega (evita que a parte crie algum fato para retirar o juiz da análise do seu caso, ferindo o princípio do juiz natural) • A parte que alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido (se a parte teve possibilidade de se manifestar e a partir dessa manifestação a parte concordou com a presença do juiz, ela não poderá Não venda ou alugue este material. Compartilhe conhecimento gratuitamente. (Hb. 13:16) Qualquer dúvida ou sugestão contate meu e-mail: luizav1lel4@gmail.com posteriormente alegar a suspeição do juiz, diferente do impedimento, que pode ser arguido até o transito em julgado). Procedimento para arguir suspeição ou impedimento (art. 146): • No prazo de 15 dias (úteis) a contar da data do conhecimento da suspeição ou do impedimento, a parte alegará em petição fundamentada e específica dirigida ao juiz do processo, indicando a sua recusa, podendo instituí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. • O juiz irá receber e poderá reconhecer imediatamente que de fato há impedimento ou suspeição, remetendo os autos do processo para o juiz substituto, se não concordar com as alegações, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 dias apresentará suas razões, acompanhada de documentos e rol de testemunhas se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. - porque obviamente ele próprio não pode julgar isso. • Ao chegar no tribunal, o relator deverá atribuir ou não efeito suspensivo • Se atribuir efeito suspensivo ele vai ordenar paralisação do andamento do processo até o julgamento do incidente. Se ele não acatar o pedido de suspensão da arguição de suspeição ou impedimento, o processo voltara a correr. • Enquanto não for declarado o efeito do incidente ou quando for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao juiz substituto legal. • Se a alegação de impedimento ou suspeição for improcedente, o tribunal rejeitá- la-á. • Se a alegação for procedente, o tribunal condenaráo juiz nas custas e remetera os autos ao seu substituto, podendo o juiz recorrer. – se o tribunal não condenar o juiz nas custas, ele não poderá recorrer. • O tribunal fixara o momento a partir do qual o juiz não poderia ter autuado. • O tribunal então decretara nulidade (efeito) dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição. Obs.: a parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos (§1º). Nos tribunais, a arguição deve ser disciplinada pelo regimento interno (§3º). O juiz mandara processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 dias e facultando a produção de prova quando necessária. Quadro comparativo: Impedimento Suspeição Caráter objetivo Caráter subjetivo (suspeita/parece que o juiz será parcial no processo) Presunção absoluta da parcialidade (simplesmente não vai julgar e ponto final) Presunção relativa da parcialidade Cabe ação rescisória (art. 966, II) Não cabe Não venda ou alugue este material. Compartilhe conhecimento gratuitamente. (Hb. 13:16) Qualquer dúvida ou sugestão contate meu e-mail: luizav1lel4@gmail.com Curiosidade: Santista, juiz se nega a julgar caso de Arouca e atrasa liberação de volante Questões: 1. Considere as seguintes assertivas: I. a suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la; II. nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive; III. o juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes, se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia. É correto o que se afirma em a)III, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. É causa de suspeição do juiz: (A) inimizade em relação ao advogado do réu. (B) quando já foi mandatário da parte. (C) amizade com o advogado da parte autora. (D) ter interesse no julgamento da causa em favor de uma das partes. (E) quando seu cônjuge for advogado de uma das partes. Gabarito: 1E, 2D
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