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Direito das Obrigações Resumo

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Direito das Obrigações – Resumo
(Fontes: Paulo Lôbo, Flávio Tartuce, Fábio Ulhoa Coelho, Cristiano Chaves, Carlos Roberto Gonçalves...).
Obrigação é uma relação jurídica estabelecida entre um credor e um devedor, na qual o devedor deve realizar uma prestação de valor econômico que foi convencionada e, caso não o faça, deverá responder com seu patrimônio.
Os elementos da obrigação são: O credor e o devedor (elementos subjetivos), a prestação (elemento objetivo) e o vínculo (elemento imaterial).
O credor é o sujeito ativo da obrigação (o beneficiário desta, o que tem o direito de pleiteá-la), já o devedor, é o sujeito passivo (o que deve cumprir o conteúdo da obrigação sob pena de responder com seu patrimônio).
A prestação pode ser positiva ou negativa, quando for positiva, pode se tratar de entregar algo certo ou incerto (obrigação de dar coisa certa ou obrigação de dar coisa incerta) ou cumprir determinada tarefa (obrigação de fazer). Quando negativa, trata-se de uma abstenção (obrigação de não fazer). A prestação é o elemento imediato da obrigação, e o objeto dessa prestação (coisa, tarefa ou abstenção) é o elemento mediato da obrigação. Esse elemento mediato da obrigação é, ao mesmo, o elemento imediato da prestação.
As fontes obrigacionais, fatos jurídicos que originam as relações obrigacionais são: a lei, os contratos (principal), os atos ilícitos e abusos de direito, os atos unilaterais e os títulos de crédito.
Modalidades das obrigações
Obrigação de dar: tem por objeto a prestação, a entrega, de uma coisa, seja ela certa ou incerta.
Quando a obrigação é de dar coisa certa, o objeto da prestação é especificado e individualizado. Essa obrigação abrange os acessórios da coisa, mesmo que não sejam mencionados. O devedor, nesse sentido, não é obrigado a receber algo diferente daquilo que foi acordado, mesmo que seja mais valioso. Antes da tradição (entrega) todos os riscos quando à perda do objeto são do devedor. Se a coisa se perde, antes da tradição, sem culpa do devedor (caso fortuito ou coisa maior), resolve-se a obrigação. Resolver a obrigação significa as partes voltarem para o estado anterior que estavam antes do vínculo obrigacional acontecer. Porém, se o devedor tem culpa, ele deve responder com o equivalente mais perdas e danos. Na perda, a coisa perece, já na deterioração, a coisa perece parcialmente. Se a coisa se deteriora antes da tradição, sem culpa do devedor, o credor pode: a) aceitar a coisa como ela está com um abatimento proporcional de preço ou b) resolver a obrigação. Caso haja culpa do devedor, o credor pode: a)aceitar a coisa como ela está ou b)exigir o equivalente. 
Quando a obrigação é dar coisa incerta, a coisa não é individualizada, ela é indicada por seu gênero e quantidade, pelo menos (termos gerais, o objeto não é determinado). A individualização dessa coisa acontece na Escolha, pelo devedor, na execução da obrigação. Após a escolha, a obrigação de dar coisa incerta torna-se obrigação de dar coisa certa. O gênero não perece! O devedor não pode alegar perda ou deterioração da coisa antes da escolha. 
Obrigação de fazer: tem por objeto o cumprimento de uma tarefa. Podem ser classificadas como fungíveis e infungíveis. Nas fungíveis, o sujeito passivo pode ser substituído, nas infungíveis, seja por uma declaração de vontade ou por uma questão material, o sujeito passivo é insubstituível. Nas obrigações infungíveis, se o credor recusar a prestação, ele deve indenizar por perdas e danos (multas cominatórias diárias podem ser usadas para compelir o devedor a cumprir a obrigação). 
Na hipótese de impossibilidade superveniente de cumprimento da prestação, se o credor não tiver culpa, a obrigação se resolve. Se o credor teve culpa, ele deve indenizar por perdas e danos. 
 	Nas obrigações fungíveis, se o devedor se recusa a cumprir ou está em mora, o credor poderá cumprir através de um terceiro e exigir a remuneração equivalente do devedor, através de uma autorização judicial. Havendo urgência, o credor pode executar ou mandar executar a tarefa, independente de autorização judicial, e depois pleitear um ressarcimento. 
	Obrigação de não fazer: tem por objeto uma abstenção. O credor pode pleitear o desfazimento do ato praticado pelo devedor, ou mandar desfazer à custa do devedor (com autorização judicial), pleiteando ressarcimento por perdas e danos em ambos os casos. Em caso de urgência, o credor pode desfazer ou mandar desfazer o ato, independente de autorização judicial, pleiteando depois o ressarcimento pelo devedor. 
	Se, por algum fato externo, existe a impossibilidade superveniente da abstenção, a obrigação se extinguirá. 
	Obrigações alternativas: são obrigações que possuem mais de uma prestação possível, podendo o devedor (preferencialmente) ou o credor escolher entre elas. As obrigações, para serem alternativas, devem ter o elemento vontade, a escolha vem de uma manifestação de vontade, uma escolha livre do devedor. A escolha deve ser feita, em regra, pelo devedor, mas pode ser feita pelo credor (em casos de direito do consumidor, por exemplo) ou por um terceiro designado pelas partes. A ocorrência de mora não tira o direito de escolha do devedor, salvo quando isto for convencionado. A impossibilidade de cumprimento de uma das prestações não gera nulidade do negócio, pois as outras prestações ainda subsistem. 
	A respeito dos destinos das prestações, se houver impossibilidade das prestações por culpa do credor, quando cabe a ele a escolha, ele deve pagar perdas e danos ou escolher a prestação que não se impossibilitou. Se a culpa foi do credor e a escolha cabia ao devedor, aquele deve indenizar por perdas e danos (quando couber) e o devedor pode escolher a prestação ainda possível. 
Se houve a impossibilidade de todas as prestações, por culpa do devedor, cabendo a ele a escolha, ele deve indenizar por perdas e danos, além de pagar o equivalente à última prestação. Já, se cabia a escolha ao credor, com culpa do devedor, este pode cobrar indenização por perdas e danos e ainda exigir o equivalente a qualquer uma das prestações. Se essa impossibilidade ocorrer sem culpa do devedor, a obrigação se extingue. Pode ocorrer a impossibilidade de parte da prestação. Se a prestação ficar totalmente imprestável, não poderá ser escolhida. O devedor poderá escolher o que restar da prestação, se não houver prejuízo para o cumprimento da obrigação, mesmo que haja outra(s) prestações por que pudesse optar.
	Existe uma diferença entre as obrigações alternativas e as obrigações facultativas. Nas alternativas, existe mais de uma prestação possível e há a escolha entre elas, pelo credor, pelo devedor ou por um terceiro. Já nas facultativas, o devedor pode se livrar da única prestação que ele deve realizar através da realização de uma prestação diversa. 
	Em relação às obrigações de meio e de resultado, as de meio são aquelas em que o devedor se compromete a esforçar-se, a empregar meios e técnicas para alcançar o resultado, mas não se responsabiliza por ele (ex.: advogado que se compromete em esforçar-se para vencer a causa, mas não é responsabilizado civilmente se perder ou médico que emprega todos os recursos ao seu alcance para a cura do paciente, mas não se responsabiliza pela cura). Nas obrigações de resultado, o devedor só se exonera se efetivamente cumprir o resultado, sob pena de ser inadimplente e responsabilizado pelos prejuízos decorrentes desse inadimplemento (é o caso do motorista, o qual realiza uma obrigação de resultado, pois se responsabiliza por levar os transportados e deixá-los são e salvos em seus destinos). A principal diferença entre os dois tipos de obrigação são os efeitos do inadimplemento. Na de meio, o não cumprimento do resultado só traz uma responsabilização se for comprovada, em relação ao profissional, alguma espécie de negligência ou imperícia no uso dos meios e técnicas para cumprir esse resultado. Na de resultado, se houver inadimplemento, o devedor deve demonstrar que não há nexo de causalidade, como a existência de força maior, culpaexclusiva da vítima, etc. Do contrário, ele não se exonerará. 
	Em relação às obrigações divisíveis e indivisíveis, as indivisíveis são aquelas em que a prestação não pode ser fracionada. A divisibilidade ou não se refere à prestação não à própria relação jurídica. A indivisibilidade pode decorrer da própria natureza do objeto (carro), de uma questão econômica (diamante), quando a própria lei o disser ou quando as partes convencionarem. A divisibilidade deve estar expressa (em negócio jurídico ou em lei), pois a regra geral é a indivisibilidade. Na obrigação divisível, havendo pluralidade de credores ou devedores, a obrigação divide-se em tantas partes quanto forem os credores/devedores (pode ser convencionado diferente, mas quando não o for, presume-se isso). O pagamento a um credor não retira a responsabilidade do devedor de pagar a outros credores. Na obrigação indivisível, havendo pluralidade de devedores, cada um se responsabiliza integralmente pela prestação. Se houver pluralidade de devedores e apenas um devedor entrega a coisa esse mesmo devedor pode exigir dos outros devedores o equivalente à dívida das outras partes, como sub-rogação. Havendo pluralidade de credores, o devedor pode ir ao local de cumprimento da obrigação e entregar ao mesmo a todos os credores ou entregar a um dos credores e exigir dele uma caução de ratificação (uma garantia de que esse credor entregará aos outros credores a parte da dívida que lhes cabe). Se algum dos credores perdoa a dívida, a dívida com relação aos outros credores não se extingue, devendo o devedor entregar a parte que lhes é devida. Entretanto, se um desses credores restante exige o objeto da prestação, ele pode ter a entrega, desde que ele entregue ao devedor a parte monetária equivalente. Se a prestação se converter em perdas e danos, a indivisibilidade se extingue. Havendo pluralidade de devedores, se a obrigação se converter em perdas e danos e somente um devedor for culpado, os outros se exoneram. 
	Obrigações solidárias: A solidariedade ocorre quando há mais de um devedor ou mais de credor que concorrem e se responsabilizam integralmente pela dívida. O credor, assim, pode exigir de qualquer um dos devedores a prestação e, desse modo, ela será extinta. A solidariedade é ativa quando há mais de um credor e qualquer um deles pode cobrar a dívida. A solidariedade é passiva quando há mais de um devedor e a dívida pode ser cobrada a qualquer um deles. A solidariedade pode decorrer da lei ou convencionada entre as partes (ela nunca se presume) e tem o objetivo da união para satisfação do interesse do credor (fim comum). A solidariedade é um importante instrumento de defesa do consumidor. No caso da remissão ou perdão da dívida, esta se extinguirá para o devedor, mas o credor responderá aos outros pelas partes que lhes caberiam. A solidariedade não estende aos herdeiros (art. 270 CC). Na solidariedade passiva, se um dos devedores realizar toda a prestação, este tem o direito de pleitear dos outros devedores a quota que eles deviam (Presume-se igual a quota cabível a cada devedor, dividindo-se o valor do que foi pago entre os devedores, salvo se suas partes eram originariamente desiguais, por força do negócio jurídico ou da lei). Se algum deles estiver insolvente, a parte deste divide-se em frações iguais a serem pagas pelos outros devedores. Se a prestação se tornar impossível por culpa de um dos devedores, todos eles deverão pagar o equivalente, mas só o culpado pagará as perdas e danos. Se houver mora, todos se responsabilizarão pelos juros, mas o culpado responde aos outros devedores por esses juros.

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