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Direito Civil - OBRIGAÇÕES RESUMO

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
→EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO CIVIL 
Direito Romano: no período romano foi instituído o “ius civile”. Trata-se de um 
conjunto de normas que visava regulamentar as relações comerciais entre os particulares. 
Possuía as seguintes características: 
1. Facultativo: os particulares teriam a liberdade de escolher negociar pelo direito 
civil ou não; 
2. Contrato Formal: se fosse escolhido negociar pelo código civil, deveria ser feito 
um contrato formal perante o sacerdote ou pretor; 
3. Absoluto Intervencionismo Estatal: o negócio deixava de ser entre os 
particulares e se tornava do Estado, cujo determinava as condições da obrigação; 
4. Tributação: pagamento em moeda ou uma parte da safra; 
5. “Nexum”: execução forçada garantida pelo Estado com a incidência do vínculo 
sobre a pessoa do devedor, salvo se fosse uma pessoa de representação estatal. 
Lei “papiria poetelia”: surgiu para por fim ao nexum, o vínculo passou agora a incidir 
sobre o patrimônio do devedor. 
Direito Germânico: manteve as características do Direito Romano (obrigatório, formal, 
intervenção, tributação, papiria) e adicionou Responsabilidade Civil (simples dever de 
reparação pelos danos causados) X Responsabilidade Penal (dever de resposta à sociedade pela 
conduta/ação considerada como reprovável). 
Legislação Francesa: manteve as características do Direito Germânico (obrigatório, 
formal, intervenção, tributação, papiria, reponsabilidade civil e responsabilidade penal) e 
incluiu a Autonomia de Vontade como fonte exclusiva da criação de relação obrigacional, ou 
seja, a relação jurídica nasce por acordo de vontades. 
No Código Civil de 2002 as características herdadas foram: Obrigatório, forma livre, 
não intervenção, surge da autonomia de vontade, tributação, responsabilidade civil, execução 
garantida pelo Estado incidindo sobre o patrimônio. 
Figuras Hibridas ou Obrigações Propter Rem: são institutos que pertencem à dois ou 
mais ramos do direito, ex.: IPTU. 
 
 
Distinções Fundamentais entre: 
 Direitos Pessoais: 
Vontade do Sujeito ------------------------ Vontade do Sujeito 
 Relação Jurídica OBRIGACIONAL 
 X 
 Direitos Reais 
Determinação Legal ------------------- Bem/Coisa 
 Relação Jurídica REAL 
a) Legalidade ou Tipicidade: os Direitos Reais sometem existem se a respectiva 
figura estiver prevista em lei; 
b) Taxatividade: a enumeração legal dos direitos reais é numerus clausus, ou seja, 
não admite ampliação pela simples vontade das partes; 
c) Publicidade: primordialmente para os bem imóveis, por se submeterem à um 
sistema formal de registro que lhes imprimi essa característica; 
d) Eficácia Erga Onmes: os Direitos Reais são oponíveis a todos indistintamente; 
e) Inerência ou Aderência: o Direito Real adere à coisa acompanhando-a em todas 
as suas mutações; 
f) Sequela: como consequência da característica anterior, o titular de um Direito 
Real poderá perseguir a coisa afetada para buscá-la onde se encontre e em mãos 
de quem quer que seja. 
→ESTRUTA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
Sujeitos: são os indivíduos que pactuam acerca do objeto da obrigação. 
 Sujeito Ativo ou Credor: é o indivíduo que tem direito a exigir o objeto da 
obrigação; é o poder de exigir do devedor o cumprimento da obrigação 
(NADER, Paulo. p. 14); que tem o direito de exigir a prestação (PEREIRA, Caio 
Mário da Silva. p. 15). 
 Sujeito Passivo ou Devedor: é o indivíduo que se compromete a entregar o 
objeto da obrigação; deve efetivar à prestação em favor do titular do crédito 
(NADER, Paulo. p. 18); tem o dever de prestar (PEREIRA, Caio Mário da Silva. 
p. 15). 
 
Em regra, os sujeitos da Obrigação são DETERMINADOS, são identificados no 
contrato. Pode, no entanto, ocorrer de o sujeito ser DETERMINÁVEL, ou seja, é aquele que 
no primeiro momento (formação da obrigação) não será identificado. Caso a obrigação venha 
a se cumprir, o sujeito será identificado. Indeterminado no instante de se constituir a obrigação; 
determinável, ulteriormente. “A indeterminação subjetiva, embora duradoura no sentido de que 
é uma situação que não cessa prontamente, será obviamente transitória na acepção de que não 
permanecerá por todo ciclo existencial da obrigação” (PEREIRA, Caio Mário da Silva. p. 16). 
Objeto: é aquilo que foi pago pelo objeto da obrigação. O objeto é: 
1. Direto ou Imediato - Prestação: é tudo aquilo que primeiro se faz na obrigação, 
visando o seu cumprimento. “Consiste no ato do sujeito passivo dar, fazer ou 
não fazer alguma coisa em favor do sujeito ativo.” (NADER, Paulo. p. 19); 
[fazer o armário] 
2. Indireto ou Mediato – Objeto: é tudo aquilo que se faz na obrigação em caráter 
secundário e que visa encerrar a obrigação. [entregar o armário] 
A prestação deve ser possível (pode ser cumprida), lícita (não contraria o ordenamento 
jurídico) e determinável (gênero/espécie, quantidade e qualidade). Bem como, tem caráter de 
patrimonialidade, que é a possibilidade de se identificar valores econômicos na obrigação. Ex.: 
contraprestação, objeto, indenização e; provisoriedade, que é a definição de início e fim do 
contrato. Caso não seja estabelecido o prazo final do contrato, este reger-se-á pelo Art. 331, 
CC: “Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, 
pode o credor exigi-lo imediatamente.”, o prazo prescricional começa a contar na data de início, 
permanecendo assim o caráter da provisoriedade nas relações obrigações mesmo sem a data 
final do contraído. 
Vínculo Jurídico: é a ligação jurídica entre os sujeitos, tutelada pelo direito. 
a) Debitum (Schuld): é a dívida contraída na obrigação. “Dever que tem o sujeito 
passivo da relação obrigacional de prestar, isto é, de realizar uma certa atividade 
em benefício do credor, seja ela um dare, um facere ou um non facere. 
Fundamentalmente traduz o dever jurídico que impõem ao devedor um 
pagamento.” (PEREIRA, Caio Mário da Silva. p. 25). 
b) Obligatio (Haftung) – Responsabilidade: é o elemento que torna o debitum 
exigível. “O sujeito ativo tem a faculdade de reclamar a prestação daquela 
 
atividade ou de exigir o pagamento e mobilizar as forças cogentes do Estado no 
sentido de assegurar o cumprimento da obrigação; permite ao credor carrear uma 
sanção sobre o devedor.” (PEREIRA, Caio Mário da Silva. p. 25). 
ORBIGAÇÃO: é uma relação jurídica entre um sujeito credor e um devedor, de cunho 
patrimonial, provisória, cujo objeto é exigível espontânea ou coativamente. 
Distinção entre Obrigação e Responsabilidade: contraída a obrigação, duas situações 
podem ocorrer: ou o devedor cumpre normalmente a prestação assumida – e neste caso ela se 
extingue, por ter atingindo o seu fim por um processo normal -, ou o devedor se torna 
inadimplente. (GONÇALVES, p. 35) A relação jurídica obrigacional resulta da vontade 
humana ou da vontade do Estado, por intermédio da lei, e deve ser cumprida, espontânea e 
voluntariamente. Quando tal fato não acontece, surge a responsabilidade – que tem como 
garantia o patrimônio do devedor. A responsabilidade é, assim, a consequência jurídica 
patrimonial do descumprimento da relação obrigacional. 
→CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS OBRIGAÇÕES 
 Positivas/De fazer, De Dar: são aquelas que consistem na prática de determinada 
conduta feita pelo devedor em favor do credor. 
 Negativas/De Não Fazer: são aquelas que consistem na abstenção pela prática 
de determinada conduta feita pelo devedor em favor do credor. O devedor por 
lei pode praticar uma conduta, mas por força contratual opta em não fazer. São 
contraídas voluntariamente pelo próprio devedor. 
 Simples: são aquelas em que o objeto recai sobre uma só coisa singular ou 
coletiva. 
 Conjuntasou Cumulativas: são aquelas em que o objeto recai sobre muitas 
coisas e todas devem ser pagas ou cumpridas. 
 Instantâneas: são aquelas que se exaurem em um só ato ou em um só fato. 
 Periódicas: solve-se a obrigação em tratos sucessivos ou continuados no espaço 
de tempo mais ou menos longo. 
 Alternativas ou Disjuntivas: embora exista pluralidade de prestação o devedor 
só ficará estrito a uma delas. – Art. 252 ao 256, CC. 
 Únicas: são aquelas em que há unidade de sujeito nas duas polaridades da 
obrigação. 
 
 Múltiplas: são aquelas em que há pluralidade de sujeitos em qualquer das 
polaridades da obrigação. Se subdivide em: divisíveis, indivisíveis e solidárias. 
 de Meio: são aquelas em que o devedor se compromete frente ao credor a boa 
execução do meio independentemente do resultado pretendido. 
 de Resultado: são aquelas em que o devedor se compromete frente ao credor o 
resultado pretendido independentemente das condições inerentes ao meio. 
 Puras e Simples: ocorre quando sua eficácia não fica subordinada a qualquer 
uma das modalidades dos atos jurídicos (condição, termo e encargo). 
 Condicionais: ocorrem quando são dependentes de acontecimentos futuro e 
incerto que se verifica ou não. Tem por base a condição suspensiva. 
 Modais: ocorre quando se impõe um ônus ao devedor beneficiado com 
determinada liberdade (encargo). 
 Líquidas: são aquelas certas quanto a sua existência e determinadas quanto ao 
seu objeto. O valor econômico pode ser apurado, identificado. 
 Ilíquidas: ao contrário, são aquelas que dependem de prévia apuração visto ser 
incerto o montante da prestação. O valor econômico não pode ser apurado, 
identificado. Todavia, nenhuma obrigação ilíquida admite cumprimento, só a 
partir do momento em que for dado liquidez a ela. 
 Civis: são aquelas disciplinadas pelo direito positivo reunindo todos os 
elementos indispensáveis a configuração do vínculo jurídico. Debitum + 
Obligatio. 
 Naturais ou Morais: ocorre quando se funda em mero dever de ordem moral ou 
social, cujo cumprimento não é juridicamente exigível, correspondendo a um 
vedor de justiça. Sua principal característica consiste no fato de que seu 
inadimplemento não dá ensejo a pretensão de uma execução ou de um 
ressarcimento e pela circunstância de que seu cumprimento espontâneo é valido, 
não comportando repetição. Estão previstas nos artigos 814, 882 e 883 do CC. 
Trata-se de Debitum SEM Obligatio; dívida de jogo e dívida prescrita. 
→OBRIGAÇÕES DE DAR 
São aquelas que consistem na entrega de coisa feita pelo devedor em favor do credor. 
As obrigações de dar cumprem-se na tradição (ato de entrega). A tradição consiste na entrega 
da coisa. E se diz tradição real, quando se realiza materialmente (entregar a casa, o carro); ou 
 
simbólica o ficta, quando a coisa é representada por algo que a simbolize ou se presume 
(entregar a chave do carro, da casa). (PEREIRA, Caio Mário da Silva. p. 50) 
Espécies das Obrigações de Dar: 
 Coisa Certa (REGRA): é aquela devidamente identificada no contrato; é a coisa 
determinada, devidamente especificada; gênero/espécie, quantidade e qualidade. 
“Coisa certa é coisa individualizada, que se distingue das demais por características 
próprias, móvel ou imóvel. A venda de determinado automóvel, por exemplo, é negócio que 
gera obrigação de dar coisa certa, pois um veículo distingue-se de outros pelo número do chassi, 
do motor, da placa etc. 
A coisa certa a que se refere o Código Civil é, pois, a determinada, perfeitamente 
individualizada, a species ou corpo certo dos romanos, isto é, tudo aquilo que é determinado de 
modo a poder ser distinguido de qualquer outra coisa.” (GONÇALVES, p.59) 
 Coisa Incerta (EXCEÇÃO): é aquela identificada por suas generalidades; é a 
coisa determinável; gênero/espécie e quantidade. 
“Na obrigação de dar coisa incerta, ao contrário, o objeto não é considerado em sua 
individualidade, mas no gênero a que pertence. Em vez de se considerar a coisa em si, ela é 
considerada genericamente. Por exemplo: dez sacas de café, sem especificação da qualidade. 
Determinou-se, in casu, apenas o gênero e a quantidade, faltando determinar a qualidade. ” 
(GONÇALVES, p.59) 
Princípio “aliud pro alio”: determina que o credor só se obriga a receber aquilo que foi 
convencionado, ou seja, nas extas condições do acordo. Ou seja, o credor não pode ser 
compelido a receber uma coisa no lugar da outra. (PEREIRA, Caio Mário da Silva. p. 50) 
“Na obrigação de dar coisa certa o devedor é obrigado a entregar ou restituir uma coisa 
inconfundível com outra. Se o solvens está assim adstrito a cumpri-la exatamente do modo 
estipulado, não outro, como o exigem a lealdade e a confiança recíproca, a consequência fatal 
é que o devedor da coisa certa não pode dar outra, ainda que mais valiosa, nem o credor é 
obrigado a recebê-la.” 
 
Dispõe, com efeito, o art. 313 do Código Civil: “O credor não é obrigado a receber 
prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”. (GONÇALVES, p.63) 
Tal regra constitui aplicação do princípio romano, encontrado em sentença de Paulo, 
segundo o qual aliud pro alio invito creditore solvi non potest (não se pode pagar uma coisa 
por outra, contra a vontade do credor). (Ibidem, p. 63) 
Assessório: para componente do bem, ou seja, pode ser retirado. “É uma decorrência do 
princípio geral de direito, universalmente aplicado, segundo o qual o acessório segue o destino 
do principal (accessorium sequitur suum principale). Principal é o bem que tem existência 
própria, que existe por si só. Acessório é aquele cuja existência depende do principal. 
Nada obsta a que se convencione o contrário. No silêncio do contrato quanto a esse 
aspecto, a venda de um terreno com árvores frutíferas inclui os frutos pendentes; a alienação de 
um imóvel inclui, como acessórios, os melhoramentos ou benfeitorias realizadas, bem como o 
ônus dos impostos; a de um veículo abrange os acessórios colocados pelo vendedor etc. 
Pode o contrário resultar não só de convenção, como de circunstâncias do caso. 
(GONÇALVES, p.71) 
Dispõe, com efeito, o art. 233 do Código Civil: “A obrigação de dar coisa certa 
abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título 
ou das circunstâncias do caso. ” 
São particularidades que levam a crer que Contrato entre as partes. 
 
o acessório não acompanhará o principal. 
Regra “res perit domino”: determina que o devedor tem que zelar pelo objeto da 
obrigação até a tradição, evitando que danos ocorram no objeto. 
Perecimento: é a perda total da capacidade de utilização e/ou do valor econômico da 
coisa objeto da obrigação. X Deterioração: é a perda parcial da capacidade de utilização e/ou 
do valor econômico da coisa objeto da obrigação. 
Art. 234, CC: “Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do 
devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação 
para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo 
equivalente (devolver o que já tiver sido pago) e mais perdas e danos.” 
 
Perecimento SEM CULPA DO DEVEDOR → excludente de responsabilidade → caso 
fortuito ou força maior (art. 393, §ú, CC: “O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato 
necessário, cujo efeito não era possível evitar ou impedir.”) → fato necessário que impede o 
essencial cumprimento da obrigação → a obrigação resolve-se sem o dever de reparação → 
statu quo anterior. 
“O devedor, obrigado a entregar coisa certa, deve conservá-la com todo zelo e 
diligência. Se, no entanto, apesar de sua diligência, ela se perde, sem culpa sua (destruída por 
um raio, p. ex.), antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva,a solução da lei é esta: 
resolve-se, isto é, extingue-se a obrigação para ambas as partes, que voltam à primitiva situação 
(statu quo ante). Se o vendedor já recebeu o preço da coisa, deve devolvê-lo ao adquirente, em 
virtude da resolução do contrato, sofrendo, por conseguinte, o prejuízo decorrente do 
perecimento. Não está obrigado, porém, a pagar perdas e danos. ” (GONÇALVES, p.74) 
Perecimento COM CULPA DO DEVEDOR → dever de reparação civil → perdas e 
danos (Dano Material: é toda diminuição de patrimônio ocasionado pelo descumprimento da 
obrigação; Lucros Cessantes: é tudo aquilo que razoavelmente o sujeito deixou de ganhar; 
Danos Moral: é toda ofensa à valores subjetivos do indivíduo.) + Equivalente. 
“Havendo perecimento da coisa com culpa do devedor, outra é a solução. A culpa 
acarreta a responsabilidade pelo pagamento de perdas e danos. Neste caso, tem o credor direito 
a receber o seu equivalente em dinheiro, mais as perdas e danos comprovados. 
Deve o devedor entregar ao credor não outro objeto semelhante, mas o equivalente em 
dinheiro, que corresponde ao valor do objeto perecido, mais as perdas e danos, que denotarão 
o prejuízo invocado. 
As perdas e danos compreendem o dano emergente e o lucro cessante, ou seja, além do 
que o credor efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar (CC, art. 402). Devem 
cobrir, pois, todo o prejuízo experimentado e comprovado pela vítima.” (GONÇALVES, p.74) 
Responsabilidade Civil Contratual: 
a) Relação jurídica anterior à existência do dano; 
b) Culpa presumida do devedor; 
c) Inversão do ônus da prova (o devedor prova que não ocasionou dano). Na 
responsabilidade civil extracontratual, quem prova o dano é o credor da indenização. 
 
Art. 235, CC: “Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor 
resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. ” 
Quando a deterioração se dá sem culpa do devedor, o credor poderá escolher uma das 
seguintes soluções: a) das por resolvida a obrigação, voltando a situação jurídica ao statu quo 
ante. Ou seja, a coisa ficará com devedor e este deverá devolver ao credor a quantia recebida; 
b) aceitar a coisa no estado em que se encontra, diminuindo-se de seu preço o valor 
correspondente à perda. (NADER, Paulo. p. 69) 
Art. 236, CC: “Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou 
aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, 
indenização das perdas e danos.” 
Se a perda parcial, antes da tradição ou da verificação da condição suspensiva, for uma 
decorrência de culpa do devedor, o legislador concede duas opções ao credor: a) rejeitar a coisa, 
exigindo o equivalente em dinheiro, além de indenização por perdas e danos; b) aceitar a coisa 
e exigir a reparação por perdas e danos, incluindo o valor correspondente à perda parcial do 
objeto da prestação. (NADER, Paulo. p. 70) 
Art. 237, CC: “Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos 
e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o 
devedor resolver a obrigação. 
A superveniente valorização da coisa, autoriza o devedor a exigir do credor o aumento 
no preço. Caso este não concorde com o reajuste de sua prestação, o devedor poderá resolver a 
obrigação, quando então a situação deverá retomar ao statu quo ante. (NADER, Paulo. p. 70) 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os 
pendentes.” 
Frutos: são rendimentos que periodicamente a coisa produz e eu não lhes compromete 
a substância. 
 Percebidos: são aqueles em condição de ser colhido ou usufruído. 
 Pendentes: são aqueles que estão por vir. 
 
Benfeitorias: são melhoramentos que agregam valor ao bem decorrentes do emprego de 
dispêndio ou despesa do devedor. 
Melhoramentos: é toda causa, natural ou humana, que aumente o valor da coisa ainda 
que provisoriamente. 
Assim, por exemplo, se o objeto da obrigação for um animal, e este der cria, o devedor 
não poderá ser constrangido a entregá-la. Pelo acréscimo, tem o direito de exigir aumento do 
preço, se o animal não foi adquirido juntamente com a futura cria. (GONÇALVES, p. 66) 
Art. 238, CC: “Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, 
se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados 
os seus direitos até o dia da perda.” 
Obrigações de Restituir: consistem na devolução de um bem; locação (empréstimo 
oneroso de um bem), comodato (empréstimo gratuito de coisa infungível). 
Tradição Obrigação 
de Dar 
Obrigação 
de Restituir 
Antes Devedor Credor 
Depois Credor Credor 
Art. 239, CC: “Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo 
equivalente, mais perdas e danos.” 
Art. 240, CC: “Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o 
credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o 
disposto no art. 239” 
Art. 241, CC: “Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, 
sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. ” 
Art. 242, CC: “Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou 
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas 
pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o 
disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.” 
Necessárias: são aquelas que 
visam a conservação do bem. 
Úteis: são aquelas que visam 
melhorar a utilização do bem. 
Voluptuárias: são aquelas que 
visam o mero embelezamento. 
 Possuidor de BOA-FÉ 
COM ou SEM autorização: 
direito ao ressarcimento. 
Possuidor de BOA-FÉ 
COM autorização: direito ao 
ressarcimento. 
 Possuidor de BOA-FÉ 
COM autorização: direito ao 
ressarcimento. 
 Possuidor de MÁ-FÉ 
COM ou SEM autorização: 
direito ao ressarcimento. 
 Possuidor de MÁ-FÉ 
SEM direito ao ressarcimento 
 Possuidor de MÁ-FÉ 
SEM direito ao ressarcimento 
→OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA 
Conceito: são aquelas que consistem na entrega de coisa identificada por suas 
generalidades feita pelo devedor em favor do credor. Cumprem-se na tradição e o objeto da 
obrigação é determinável (gênero/espécie + quantidade). 
Art. 243, CC: “A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela 
quantidade.” 
Momento da Concentração: é uma fase intermediária na obrigação, que serve para 
transformar a coisa incerta em uma coisa certa. A coisa ilíquida se torna líquida, torando-se, 
assim, passível de cumprimento. 
Art. 244, CC: “Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha 
pertence ao devedor,(1º Ato de escolha: que é defina de acordo com a contraprestação) se o 
contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será 
obrigado a prestar a melhor.” 
Art. 245, CC: “Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção 
antecedente.” 2º Ato de Ciência: é o conhecimento que a outra parte passar a ter acerca da 
qualidade do objeto da obrigação. 
 
 
|-------|--------------------|-------------------|------------------|- 
Formação da Ato de Escolha Ato de Cumprimento da 
Obrigação do Devedor Ciência Obrigação 
Art. 246, CC: “Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração 
da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.” Ou seja, a coisa por ser incerta, e portanto 
fungível, pode ser substituída por outra, em caso de perda ou deterioração, ainda que por caso 
fortuito ou por força maior. 
→OBRIGAÇÕES DE FAZER 
Conceito: são aquelas que consistem na prestação de serviços feita pelodevedor em 
favor do credor. 
Espécies: 
 Material ou Fungível: é aquela que pode ser cumprida por um terceiro. 
 Imaterial ou Infungível ou Ituitu Personae ou Personalíssimos: é aquela que só 
pode ser cumprida pessoalmente pelo devedor. 
Inadimplemento 
Art. 248, CC: “Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, 
resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.” (Material ou 
Fungível). 
Art. 247, CC: “Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que 
recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.” (Imaterial ou Infungível). Culpa 
Presumida → Inversão do ônus da prova. 
Art. 249, CC: “Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-
lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização 
cabível. (Material ou Fungível). 
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de 
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.” 
 
 
 
→OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS ou DIJUNTIVAS 
São aquelas em que há pluralidade de prestações, mas o devedor só se obriga a uma 
delas. Várias coisas eleitas pelos sujeitos que satisfaz o cumprimento da obrigação. 
É a que compreende dois ou mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas um. 
(GOLÇALVES, p. 83) 
Momento da Concentração: corresponde a uma fase intermediária na obrigação que 
serve para transformar a prestação (as várias coisas disponíveis na obrigação) em objeto (torna 
a coisa exigível). 
|----------|-------------------------------|-----------------------------|----------| 
 Formação da Ato de Escolha Cumprimento da 
 Obrigação do Devedor Obrigação 
Art. 252, CC: “Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa 
não se estipulou.” 
Condições Gerais das Obrigações Alternativas: 
“§1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte 
em outra. 
Trata-se do Princípio da Indivisibilidade do Objeto: determina que o objeto da obrigação 
deverá ser sempre cumprido na totalidade para evitar o comprometimento do fim a que se 
destina, salvo título em contrário (se assim estiver ajustado, a obrigação trona-se cumulativa ou 
conjunta). 
Art. 314, CC: “Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode 
o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.” 
“§2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá 
ser exercida em cada período.” 
Ex.: contrato de arrendamento, durante 3 anos, usando para plantio de arroz, feijão e 
milho. Dona Mª vai pagar ao seu Jº o total de X sacas, ou de arroz, ou de feijão, ou de milho, 
dividida em 3 períodos, ou seja, em cada ano o pagamento será efetuado. 
 
Problema: talvez a escolha feita no início não se mantenha ao longo do contrato. 
Conclusão: para solucionar resolveu-se que, se obrigação alternativa for dividida em 
prestações periódicas, a cada novo período uma nova escolha. 
“§3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, 
decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.” 
Ex.: contrato de arrendamento, durante 3 anos, usando para plantio de arroz, feijão e 
milho. Os sujeitos A, B e C vão pagar ao seu Jº o total de X sacas, ou de arroz, ou de feijão, ou 
de milho. 
Neste caso, os devedores devem entrar em comum acordo. Sem acordo → sem escolha 
→ sem objeto da obrigação → não cumprimento → questão levada para o judiciário → prazo 
para deliberação, +/- de 5 dias → sem acordo → juiz decide. A escolha do juiz não gera prejuízo 
nenhum, porque ao se firmar uma obrigação alternativa, está aceitando receber ou o arroz, ou o 
feijão, ou o milho. 
“§4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, 
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.” 
Neste caso, o contrato autoriza um terceiro a fazer a escolha. O terceiro não quer ou não 
pode → as partes da relação então definem o objeto da obrigação → sem acordo → judiciário 
→ prazo para a deliberação para quem o contrato contemplava o direito de escolha → juiz 
decide. 
Inadimplemento: 
Art. 253, CC: “Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se 
tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.” 
Refere-se a Impossibilidade Objetiva: impossibilidade do objeto. 
 Impossibilidade Material: é o comprometimento físico do bem; corresponde ao 
perecimento. 
 Impossibilidade Jurídica: são causas legais que impedem a entrega do objeto ao 
credor, exemplo: penhora. 
 
Perecimento COM culpa do devedor → a obrigação subsiste na prestação restante. 
A obrigação, nesse caso, concentra-se automaticamente, independentemente da 
vontades das partes, na prestação remanescente. (GONÇALVES, p. 89) Assim, por exemplo, 
se alguém se obriga a entregar um veículo ou um animal, e este último vem a morrer depois de 
atingido por um raio, concentra-se o débito no veículo. Se tiver sido pago a contraprestação 
para receber o cavalo, e o valor do veículo é menor que contraprestação paga, não ocasionará 
prejuízo nenhum, uma vez que se trata de margem de negociação de direitos disponíveis. 
Art. 254, CC: “Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das 
prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da 
que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.” 
Escolha do devedor → perecimento com culpa do devedor → equivalente (valor da que 
por último pereceu, devido a recentidade que permite uma melhor apuração financeira 
técnica/perícia) + perdas e danos. 
Perecimento ao mesmo tempo: regra geral do equivalente → devolver o valor já pago. 
Art. 255, CC: “Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se 
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o 
valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem 
inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por 
perdas e danos.” 
2ºParte: Escolha do credor → perecimento com culpa do devedor → equivalente (valor 
de qualquer uma das prestações) + perdas e danos. 
1ºParte: Escolha do credor → perecimento com culpa do devedor → prestação 
subsistente OU equivalente + perdas e danos. 
Art. 256, CC: “Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, 
extinguir-se-á a obrigação.” 
Perecimento sem culpa → resolve-se a obrigação. 
 
 
→OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS 
São obrigações simples em que há uma faculdade. 
 Uma só coisa como objeto. 
Faculdade: corresponde a um modo diverso que o devedor tem em cumprir a obrigação. 
É EXCLUSIVA do devedor. 
 Obrigação Alternativa Obrigação Facultativa 
 J |-------boi ou cavalo------| M 
 J |-------boi------| M 
 ou 
 cavalo 
Objeto: depende da escolha. Objeto: boi. 
Perecimento SEM culpa → Subsistirá o 
débito quanto a outra. 
Perecimento SEM culpa → Obrigação se 
revolve. 
Perecimento COM culpa → Equivalente + 
Perdas e Danos OU Prestação Subsistente. 
Perecimento COM culpa → Equivalente + 
Perdas e Danos. 
JAMAIS o credor poderá exigir a 
faculdade, uma vez que esta não está 
disponível ao credor, ademais, tal alçada é 
EXCLUSIVA DO DEVEDOR. – 
Entendimento do Venosa. 
No silêncio do contrato, a obrigação será alternativa porque está diretamente tutelada; 
previsão específica, evitando conflito. 
→OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS OU INDIVISÍVEIS 
Um dos polos ou ambos, são múltiplos, ou seja, vários são osdeclarantes. Sendo 
formada apenas por um credor e um devedor, a obrigação é única. A lei, neste caso, impõe o 
pagamento de uma só vez. (NADER, Paulo. p. 123) 
Conceito: são obrigações múltiplas, ou seja, existe uma pluralidade de sujeitos, que 
determinam se a obrigação é divisível ou indivisível, ou seja, só pode analisar se o bem pode 
ser repartido ou não diante da pluralidade de sujeitos. 
 
 Obrigações Divisíveis: são aquelas que permitem repartição do objeto enquanto 
forem os credores ou devedores sem que haja comprometimento da sua 
capacidade de utilização e/ou do seu valor econômico. 
 Obrigações Indivisíveis: são aquelas que não admitem repartição do objeto por 
sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do 
negócio jurídico. 
→Obrigação Divisível 
Concursu Partes Fiunt: determina que o concurso de sujeitos se satisfaz por parte do 
objeto ou por partes da obrigação, ou seja, está afirmando que as obrigações divisíveis serão 
sempre cumpridas por quotas. 
Art. 257, CC: “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação 
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores 
ou devedores.” 
Iguais: refere-se as quotas. No silêncio do contrato, será divido por igualdade as quotas, 
ou seja, cada credor terá direito de exigir a sua parte, salvo se o título dispuser em contrário. 
Distintas: refere-se à responsabilidade. JAMAIS um pode receber em nome dos demais, 
não se comunicam nos benefícios nem nos prejuízos. 
→Obrigação Indivisível 
As obrigações indivisíveis serão sempre cumpridas na totalidade. 
Art. 258, CC: “A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa 
ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou 
dada a razão determinante do negócio jurídico.” 
Causas da Indivisibilidade: mudam o tipo obrigacional, mas não muda a natureza do 
objeto; define a forma de cumprimento. 
 Por sua natureza: a natureza do bem não permite repartição, ex.: carro, moto, 
animais não destinados à corte. 
 Por motivo de ordem econômica: são causas legais que determinam a 
indivisibilidade da obrigação visando estabilizar a economia interna do país, ex.: 
 
módulo rural (moradia + subsistência), que por determinação legal não pode ser 
dividido, ainda que o bem seja por natureza divisível. 
 Razão determinante do negócio jurídico: o acordo de vontade pode declarar que 
a obrigação será indivisível. 
Art. 259, CC: “Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada 
um será obrigado pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em 
relação aos outros coobrigados.” 
Sub-rogação: consiste na transferência de direitos, ações, garantias, e privilégios do 
credor primitivo para o novo credor mediante pagamento da dívida. 
Art. 349, CC: “A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, 
privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os 
fiadores.” 
Art. 260, CC: “Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida 
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.” 
Caução de ratificação: é o documento que habilita um só sujeito a receber e quitar em 
nome dos demais. Exclusiva das obrigações indivisíveis. 
Art. 261, CC: “Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos 
outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. ” 
Refere-se à relação interna entre os credores; em suma, mantém o objeto com quem 
recebeu e este dá aos demais a parte que cabe em dinheiro. 
Art. 263, CC: “Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas 
e danos. 
Perde a qualidade porque a INDIVISIBILIDADE recai sobre o objeto (determina a 
maneira de cumprir a obrigação), e o objeto perdeu-se. 
 
Perecimento do objeto SEM culpar do devedor → Obrigação se resolve → O credor tem 
o direito de exigir a devolução do que já foi pago aos devedores por quotas, presumidas iguais. 
§1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, 
responderão todos por partes iguais. 
Perecimento do objeto COM culpar de TODOS os dos devedores → Equivalente + 
Perdas e Danos → Por quotas → Iguais. 
§2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas 
perdas e danos.” 
Perecimento do objeto COM culpar de UM dos devedores → Equivalente (valor que já 
foi pago que será cobrado de todos) + Perdas e Danos (cobrado de quem teve a culpa). 
Art. 262, CC: “Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta 
para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
Remissão: é o perdão da dívida, ato voluntário do credor, no alcance do crédito: toda à 
dívida ou parte; o ato de liberalidade ficará restrito à cota do remitente. O credor nunca obtém 
vantagem econômica com o perdão da dívida, o devedor sempre tem vantagem econômica com 
a remissão. 
Na hipótese versada no aludido dispositivo, se um dos credores remitir, isto é, perdoar 
a dívida, não ocorrerá a extinção da obrigação com relação aos demais credores. Estes, 
entretanto, não poderão exigir o objeto da prestação se não pagarem a vantagem obtida pelo 
devedor, ou seja, o valor da quota do credor que a perdoou. 
Exemplo: o objeto da obrigação é dar um cavalo a três credores, sendo que um dele 
remite a dívida. Os outros dois exigem pagamento, que só poderá ser feito mediante entrega, 
pelo devedor, do cavalo devido. Assim, se o animal vale R$ 3.000,00, a quota do credor 
remitente é de R$ 1.000,00. Os outros dois somente poderão exigir a entrega daquele se 
pagarem R$ 1.000,00 ao devedor. Pois se não o fizerem locupletar-se-ão com o alheio. A parte 
do credor que perdoou a dívida deve, portanto, ser oportunamente descontada. (GONÇALVES, 
p. 107) 
 
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, 
compensação ou confusão.” 
→CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DAS ORBIGAÇÕES DIVISÍVEIS – Carlos Roberto 
Gonçalves 
A. Cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito; 
B. De modo idêntico, cada um dos devedores só tem que pagar a própria quota no 
débito; 
C. Se o devedor solver integralmente a dívida a um só credor, não se desobrigará 
com relação aos demais credores; 
D. O credor que escusar o recebimento de sua quota por pretender solução integral, 
poderá ser constituído em mora; 
E. A insolvência de um dos devedores não aumentará a quota dos demais; 
F. A suspensão da prescrição especial a um dos devedores não aproveita dos 
demais; 
G. A interrupção da prescrição por um dos credores não beneficia os outros; 
operada contra um dos devedores não prejudica os demais. 
→CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS – Carlos Roberto 
Gonçalves 
A. Sendo indivisível a obrigação a prescrição aproveita todos os credores desde que 
em favor de um venha a ser reconhecida; 
B. Sua suspensão ou interrupção aproveita ou prejudica todos; 
C. Cada um dos credores irá exigir a dívida por inteiro; (cobrar a totalidade) 
D. Cada um dos devedores respondera integralmente pela dívida; (deve a 
totalidade) 
E. O devedor que paga integralmente o débito a um dos vário credores desonera-se 
em relação aos demais, mediante a apresentação de caução de ratificação. 
→OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
Caracteriza-se a obrigação solidária pela multiplicidade de credores e/ou devedores, 
tendo cada credor direito à totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou estando cada 
devedor obrigado pela dívida toda, como se fosse o único devedor. (GONÇALVES, p. 113)São obrigações múltiplas (pluralidade de sujeitos) em que há vínculo interno entre os 
vários sujeitos – SOLIDADERIEDADE, os sujeitos estão em pé de igualdade na obrigação 
como se fossem um só. 
Gera autonomia e consequentemente um aumento de responsabilidade. 
Como aumenta a responsabilidade, no direito brasileiro não há solidariedade presumida. 
Art. 265, CC: “A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das 
partes.” 
Características: 
 Pluralidade de Sujeitos: para que haja vínculo deve-se ter pelo menos mais uma 
outra pessoa. 
 Unidade de Prestação: é o direito que o credor tem em exigir a totalidade e a 
obrigação que o devedor tem em pagar a totalidade. 
 Corresponsabilidade Entre os Interessados: se o ato (autonomia de negociar 
diferente) ocasionar prejuízo ao outro solidário, aquele se torna corresponsável, 
ou seja, deve indenizar. 
Art. 264, CC: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um 
credor, ou mais de um devedor (Pluralidade de Sujeitos), cada um com direito, ou obrigado, à 
dívida toda (Unidade de Prestação).” 
Art. 266, CC: “A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores 
ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.” 
(Corresponsabilidade) 
Espécies de Solidariedade: 
 Solidariedade Ativa: é aquela identificada entre os vários credores; não oferece 
vantagem econômica, todavia facilita o manuseio da obrigação. 
 Solidariedade Passiva: é aquela identificada entre os vários devedores; garantia 
de solvência da dívida. 
 Solidariedade Mista: ocorre quando no mesmo contrato há, simultaneamente, 
solidariedade ativa e passiva. 
 
→Solidariedade Ativa 
A solidariedade ativa se forma pela reunião de diversos credores, investidos, cada qual 
de receber a res debita e dar a consequente quitação ao debitor. Na relação com o devedor, cada 
credor é considerado como se fora único. (NADER, Paulo. p. 147) 
Art. 267, CC: “Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o 
cumprimento da prestação por inteiro.” (Unidade de Prestação) 
Art. 268, CC: “Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor 
comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.” 
O devedor pode escolher a qual dos credores efetuará o pagamento, porém, se um deles 
ajuíza ação de cobrança, já não haverá alternativa, pois o adimplemento forçosamente deverá 
efetivar-se na pessoa do requerente. (NADER, Paulo. p. 148) 
O credor que receber o pagamento entrega aos demais as quotas de cada um. O devedor 
se libera do vínculo pagando a qualquer cocredor, enquanto nenhum deles demandá-lo 
diretamente. (GONÇALVES, p. 121) 
Art. 269, CC: “O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o 
montante do que foi pago.” 
Com o pagamento parcial, o devedor continua solidariamente responsável pelo restante 
do débito. (NADER, Paulo. p. 158) 
Art. 270, CC: “Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um 
destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão 
(quotas, presumidas iguais - obrigação divisível porque a solidariedade não é presumida) 
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível ( se alguns dos herdeiros for exigir o objetivo 
da obrigação, este deve estar com caução de ratificação de todos ou o devedor deve estregar o 
objeto a todas conjuntamente OU, se o credor solidário receber, este ficará com objeto, se a 
finalidade não for comum, e dará aos outros a parte em dinheiro).” 
Na hipótese da falecimento de um dos credores, sendo divisível a obrigação, os 
herdeiros somente poderão exigir o pagamento no limite de seu quinhão hereditário. (NADER, 
 
Paulo. p. 159) Isto é, a próprio quota no crédito solidário de que o de cujos era titular, 
juntamente com os outros credores. 
Art. 271, CC: “Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os 
efeitos, a solidariedade.” 
Perecimento COM culpa do devedor → Qualquer um dos credores pode cobrar o 
equivalente + perdas e danos do devedor. 
A unidade da prestação não se altera com se transformar esta em perdas e danos, porque 
está nos próprios credores, é subjetiva, e não no objeto como acontece na obrigação indivisível. 
(NADER, Paulo. p. 160) 
Art. 272, CC: “O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento 
responderá aos outros pela parte que lhes caiba.” 
Se algum dos credores recebeu apenas uma parcela, esta deverá ser, igualmente, objeto 
de distribuição entre os cocredores. (NADER, Paulo. p. 160) 
Exceção: é meio de defesa que pode ser arguido na via judicial; diminui ou exclui a 
responsabilidade. 
 Exceção Geral/Comum: é meio de defesa que tem por base características gerais 
da obrigação. Alcançam a formação do negócio jurídico, como eventual defeito 
de forma ou ilicitude do objeto da prestação. Se benéficas, ainda que arguidas 
por um só sujeito, SEMPRE alcançará os demais. 
 Exceção Pessoal: é meio de defesa que tem por base características específicas 
de um dos sujeitos da obrigação. Ainda que benéficas JAMAIS alcançarão os 
demais. 
Art. 273, CC: “A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções 
pessoais oponíveis aos outros.” 
Por exemplo, se o devedor está sendo cobrado em juízo por um credor plenamente 
capaz, não pode alegar em seu benefício, e em detrimento daquele, defeito na representação ou 
na assistência de outro credor solidário, pois tal exceção, sendo pessoal, só a este pode ser posta. 
(GONÇALVES, p. 131) 
 
Art. 274, CC: “O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os 
demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o 
devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles.” 
✓ Toda decisão judicial que um solidário vier a obter, que seja favorável, SEMPRE 
alcançará os demais, salvo se for pessoal. 
✓ Toda decisão judicial que um solidário vier a obter, desfavorável, JAMAIS 
alcançará os demais. 
Art. 281, CC: “O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem 
pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.” 
→Solidariedade Passiva 
Ocorre quando na relação obrigacional figuram dou ou mais devedores igualmente 
responsáveis pelo adimplemento. Nas relações com o credor, cada devedor é considerado como 
se fora o único responsável pela dívida; nas relações internas, o débito é partilhado na proporção 
do valor de cada quinhão. (NADER, Paulo. p. 149) 
Art. 275, CC: “O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos 
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os 
demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo 
credor contra um ou alguns dos devedores.” Nada impede que o credor cobre dos demais 
devedores se a propositura de ação daquele contra um só devedor findar em uma execução 
frustrada, pois os demais devedores continuaram solidários frente à obrigação. 
Art. 276, CC: “Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum 
destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário 
(Partilha dos Bens), salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão 
considerados como um devedor solidário (Espólio) em relação aos demais devedores.” 
“A”, “B” e “C” são devedores de “D”; “A” falece deixando os herdeiros “E” e “F”, estes 
ficarão obrigados apenas na proporção de seus quinhões hereditários. Se a dívida for de nove 
mil reais, cada herdeiro ficará responsável pelo pagamento de mil e quinhentos reais. Se 
contudo for indivisível o objeto da prestação, a dívida poderá ser exigida na íntegra. 
 
Existe um momento em que, se o credor “A” sehabilitar no processo de inventário, ele 
irá cobrar dos herdeiros como se eles fossem um devedor solidário, haja vista que eles estarão 
todos reunidos: esse momento é o espólio “... mas todos reunidos serão considerados como um 
devedor solidário em relação aos demais devedores.” 
Inventário (até sessenta dias do óbito): regularizar a situação deixada pelo de cujos → 
Espólio: universalidade de tudo deixado pelo de cujos → Partilha de Bens: quintão 
correspondente a cada herdeiro. 
Proposta ação enquanto a herança estiver indivisa, o montante responderá por toda a 
dívida, em razão de os herdeiros formarem um grupo que, em conjunto, pode ser demandando 
por todo o débito. (PEREIRA, Caio Mário da Silva. p. 99) 
Art. 277, CC: “O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele 
obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou 
relevada.” 
O pagamento parcial naturalmente reduz o crédito. Sendo assim, o credor só pode cobrar 
o que pagou, ou dos outros devedores, o saldo remanescente. A remissão dado pelo credor a 
um dos devedores solidário não extingue a solidariedade em relação aos codevedores, 
acarretando tão somente a redução da dívida, em proporção ao valor remitido; ou seja, ao 
codevedores não contemplados pelo perdão só poderão ser demandados com abatimento da 
quota relativa ao devedor relevado, não pela totalidade da dívida.(GONÇALVES, p. 142) 
Art. 278, CC: “Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre 
um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem 
consentimento (expresso) destes.” Conjugado com o Art. 365, CC: “Operada a novação entre 
o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova 
obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores 
solidários ficam por esse fato exonerados.” 
Art. 279, CC: “Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores 
solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só 
responde o culpado.” 
Perecimento COM culpa → Equivalente de QAULQUER UM DELES + Perdas e 
Danos do devedor culpado. 
 
Art. 280, CC: “Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação 
tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação 
acrescida.” 
Juros da Mora: o credor pode cobrar de qualquer um → o devedor culpado pela mora 
ressarci o(s) outro(s) devedor (es) pela obrigação acrescida. 
Art. 282, CC: “O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou 
de todos os devedores. 
O credor que renuncia a solidariedade de um devedor desiste de cobrar dele o todo, 
passando a cobrando agora por quota, distinta da responsabilidade dos demais. Mas se o credor 
não receber do devedor beneficiado, este não poderá cobrar dos demais, porque a renúncia torna 
a responsabilidade da obrigação distinta. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar (renunciar) da solidariedade um ou mais 
devedores, subsistirá a dos demais.” 
Art. 283, CC: “O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada 
um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o 
houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.” 
A quota do insolvente será repartida igualmente entre os demais solidários. 
Art. 284, CC: “No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os 
exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao 
insolvente.” 
Hipótese do Artigo: Renúncia da Solidariedade + Insolvência: a quota do insolvente 
será repartida igualmente entre os demais solidários, inclusive entre aquele devedor que teve a 
solidariedade renunciada pelo credor. 
Art. 285, CC: “Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, 
responderá este por toda ela para com aquele que pagar.” 
 
 
 
→OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER/NEGATIVAS 
Conceito: são aquelas que consistem na abstenção de conduta feita pelo devedor em 
favor do credor. 
É a vontade declarada, que por lei o sujeito poderia praticar uma conduta, mas por força 
contratual opta em não fazer. 
Inadimplemento: 
Art. 250, CC: “Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, 
se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.” 
Obrigação torna-se impossível SEM culpa do devedor → Extingue-se a obrigação, ou 
seja, a obrigação se resolve. 
 Art. 251, CC: 
 
 
 
 
 
 
 
→MODOS DE TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
→Da Cessão de Crédito 
Conceito: é o instrumento que permite ao credor transferir o seu crédito a um terceiro. 
O credor vai transferir para um terceiro aquilo que lhe pertence na obrigação – o Crédito; 
é de natureza contratual, ou seja, surge do acordo de vontades. 
Caput: “Praticado pelo devedor o ato, 
a cuja abstenção se obrigara, o credor 
pode exigir dele que o desfaça, sob 
pena de se desfazer à sua custa, 
ressarcindo o culpado perdas e danos.” 
§Ú: “Em caso de urgência, poderá o 
credor desfazer ou mandar desfazer, 
independentemente de autorização 
judicial, sem prejuízo do ressarcimento 
devido.” 
Culpa do devedor → o credor poderá 
contratar um 3º que desfaça → com 
direito a ressarcimento da dispensa → + 
perdas e danos. 
Caso de urgência do credor, com culpa 
do devedor → o credor poderá contratar 
um 3º que desfaça → sem autorização 
judicial → com direito a ressarcimento 
da dispensa. 
 
A cessão de crédito pode ser feita antes do vencimento, durante e após o vencimento, 
ou seja, enquanto houver crédito a cessão pode ser feita. 
Sujeitos: 
a) Cedente: é o credor que transfere o seu crédito a um terceiro. 
b) Cessionário: é o terceiro que se torna novo credor. 
c) Cedido: é sempre o devedor. 
Art.287, CC: “Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se 
todos os seus acessórios.” 
Eventual juros e/ou multa podem ser exigidas pelo novo credor. 
Espécies: 
a) Onerosa: ocorre quando há pagamento do cessionário ao cedente. 
b) Gratuita: ocorre quando não há pagamento do cessionário ao cedente; nada mais 
é do que uma doação do crédito. 
A cessão tem efeito especulativo, ou seja, reconhece e permite vantagem econômica para o 
sujeito. 
Forma: 
Art. 288, CC: “É ineficaz (a cessão verbal), em relação a terceiros, a transmissão de 
um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular 
revestido das solenidades do § 1o do art. 654.” 
 Verbal: muito comum na cessão gratuita; 
 Escrita: Termo da Cessão 
1. Instrumento Público: feita em cartório; ou 
2. Instrumento Particular, conforme o §1º do art. 654, CC: “O instrumento 
particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a 
qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da 
outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.” 
 
Notificação ao Devedor: para que o devedor saiba quem é o novo credor, para quem ele 
tem que pagar; deve ser anterior ao vencimento; o cedente tem o dever de notificar o credor e 
o cessionário pode notificar o credor. (Dever e Faculdade inseridos na doutrina) 
Cessão de Crédito → SEM notificação do devedor → o devedor tem o direito de pagar 
para quem ele tem conhecimento como seu credor. 
Art. 292, CC: “Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, 
paga ao credor primitivo.” 
Art. 290, CC: “A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão 
quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou 
particular, se declarou ciente da cessão feita.” 
Art. 289, CC: “O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a 
cessão no registro do imóvel.”100.000,00 
J -------------------------------------------------------- M 
 Garantido por um Imóvel – Hipoteca 
 | 
 |Onerosa Conclusão: se Maria não pagar, Carlos só poderá exigir o imóvel 
 |CT + Termo se tiver averbado no cartório uma vez que se trata de Direito Real, 
 |C/Not. e só gera efeitos depois de averbado. PUBLICIDADE 
 | 
C 
Regra: todo crédito pode ser objeto da cessão de crédito. 
Exceção: 
✓ Natureza da Obrigação: pode ocorrer no caso de direito indisponível; exemplo: 
Maria é credora de João, em um valor de R$ 2.000,00, porém esse crédito é 
indisponível, uma vez que João é pai de Maria e essa quantia visa sua 
subsistência, logo não poderá ser objeto de negócio jurídico. 
✓ Lei: ocorre quando a lei expressa os casos em que não poderão ocorrer cessão 
de crédito; exemplo: Maria, relativamente incapaz, devidamente assistida por 
Carlos, é credora de João, em uma quantia de R$ 2.000,00. Maria resolve ceder 
seu crédito a Carlos, é possível? NÃO, tento em vista que a lei proíbe o incapaz 
 
relativo de ceder seu crédito quando o cessionário for seu próprio assistente 
legal. 
✓ Convenção - Cláusula Proibitiva: acordo de vontades que impede a realização 
da cessão de crédito. 
Art. 286, CC: “O credor pode ceder o seu crédito, se isso não se opuser a natureza da 
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá 
ser oposta ao cessionário de boa-fé (cessionário que não possuía conhecimento da cláusula), 
se não constar do instrumento público (contrato) da obrigação.” 
 
 X 
J -------------------------------------------------------- M 
 | 
 |Onerosa Conclusão: C poderá cobrar de M e esta não poderá opor a 
 |CT + Termo a cláusula proibitiva àquele, uma vez que ele é cessionário e 
 |C/Not. boa-fé e não sabia da existência, sob pena de M recair em mora. 
 | 
C (cessionário de boa-fé – não tinha conhecimento da cláusula proibitiva, feita 
VERBALMENTE – não constava no título da obrigação entre M e J). 
 
Atos Conservatórios: são medidas judiciais que visam preservar um direito. 
 Carro 
J -------------------------------------------------------- M 
 | 
 |Onerosa Conclusão: se M tiver sido notifica, C poderá ir à justiça exercer 
 |CT + Termo seus atos conservatórios. Na hipótese, não houve notificação, mas 
 |S/Not. o cessionário pode exercer os atos mesmo sem notificação, porque 
 | o negócio jurídico é existente e válido. 
C 
Art. 293, CC: “Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o 
cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.” 
→Do Pagamento seguro e correto do Cedido 
1º Norma: 1 Cessão → prevalece a notificação do devedor. 
 X 
 J ------------------ M 
 | C/Not. 
 C 
Pluralidade de Cessões: ocorre quando um crédito é cedido mais de uma vez. 
 
Art. 291, CC: “Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se 
completar com a tradição do título (contrato) da crédito cedido.” 
2º Norma: Pluralidade de Cessão → o pagamento deverá ser feito ao cessionário que 
tiver portanto o título do crédito cedido – CONTRATO. 
Art. 292, CC: “Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, 
para ao credor primitivo (1º Norma), ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga 
ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida (3º Norma); 
quando o credito constar de escritura pública (imóvel), prevalecerá a prioridade da 
notificação (4º Norma).” 
3º Norma: Pluralidade de Cessão + Pluralidade de Notificações → o pagamento deverá 
ser feito a quem estiver portanto documentação completa, ou seja, o título do crédito cedido e 
o título que externa cessão – CONTRATO + TERMO DE CESSÃO. 
Essa norma exclui a cessão verbal! 
4º Norma: Uma ou mais de uma cessão → crédito constar de escritura pública → 
prevalece a notificação do devedor. 
→Da Responsabilidade na Cessão – o que o cedente oferece ao cessionário de segurança 
na cessão de crédito. 
 Responsabilidade “Pro Soluto” (REGRA): é a regra nas cessões. Nesse caso, o 
cedente só se responsabiliza frente ao cessionário pela existência (LEI) e 
validade (STJ) do crédito cedido. 
 GARANTE EXISTÊNCIA E VALIDADE! 
Art.295, CC: “Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, 
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu.” 
 10.000,00 
J -------------------------------------------------------- M 
 | 3 meses 
 |Onerosa – 8.000,00 Conclusão: se a obrigação for inexistente ou inválida, M não 
 |CT + Termo vai pagar nada. Nessa hipótese, J devolve os 8.000,00 para C 
 |C/Not. devidamente corrigido. Agora, se for existente e válida, e M 
C não pagar, C não poderá cobrar de J. 
 
Responsabilidade “Pro Solvendo” (EXCEÇÃO): é a exceção nas cessões devendo 
expressa em seu termo. Nesse caso, o cedente se responsabiliza frente ao cessionário, não só 
pela existência e validade do crédito cedido, como também pela solvência da dívida. Não é 
presumida; só existe na cessão de crédito escrita. 
Art. 296, CC: “Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência 
do devedor.” 
 GARANTE EXISTÊNCIA, VALIDADE e SOLVÊNCIA DA DÍVIDA! 
Art. 297, CC: “O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não 
responde por mais do que daquela recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe 
as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.” 
 
 10.000,00 
J -------------------------------------------------------- M 
 | 3 meses 
 |Onerosa – 8.000,00 Conclusão: C só vai atrás de J se ele não receber de M, diante 
 |CT + Termo de uma execução frustrada. C vai cobrar de J os 8.000,00 + % 
 |C/Not. (mora na obrigação); + despesas da cessão (termo); + despesas 
C com a cobrança (notificações, custas processuais, honorários). 
Art. 295, CC: “a mesma responsabilidade (pro soluto) lhe cabe nas cessões por título 
gratuito, se tiver procedido de má-fé (dolo).” Com Culpa: SEM INDENIZAÇÃO. Com Dolo: 
COM IINDEZAÇÃO. 
 Terreno 
 J -------------------------------------------------------- C 
 | 60 dias 
Gastos da Maria: 10.000,00 |Onerosa – 8.000,00 ESTADO: informa à J e C 
 |CT + Termo que a terra é pública, ou seja, 
 |C/Not. obj. ilícito → nulidade; além 
 M disso J agiu com negligência (dolo). 
 
Art. 298, CC: “ O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo 
credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, nãotendo notificação 
dela (penhora) fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.” 
 
 
 
 Imóvel X 
J ------------------------------------------ M C ----------------------------- J 
 60 dias Vencida e não paga. 
 | C propôs ação de execução → 
 |Onerosa penhorou o crédito de J → J não 
 |CT + Termo pode mais ceder o crédito. J mesmo 
 |C/Not. mesmo assim fez cessão. 
 | 
P 
Conclusão: M, sem conhecimento da penhora, de boa-fé, paga para P, assim ficará 
exonerada, ou seja, sua dívida estará extinta. Subsiste entre P e C o concurso de credores sobre 
o imóvel. P vai cobrar os prejuízos de J, por conta da má-fé. Agora, se Maria tiver sido 
notificada da cessão e tiver conhecido da penhora, deverá pagar para C, se pagar para P, deverá 
indenizar C. 
Art. 294, CC: “O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, 
bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o 
cedente.” 
 X 
J ------------------- M – alega que foi vítima de coação moral pelo J. 
| 
|Onerosa 
|CT + Termo 
|C/Not. 
| 
 C 
Conclusão: foi cobrar e não recebeu. Foi na justiça, lá M disse que foi vítima de coação 
moral. J praticou o vício e M está opondo à C, que não tem a ver com o vício, entretanto M 
pode opor a exceção frente aos dois. O contrato será anulado → C deixará de receber → os 
prejuízos serão cobrados de J (responsabilidade pro soluto) + eventual perdas e danos.

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