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MATERIAIS PARA EQUIPAMENTO DE PROCESSOS QUÍMICOS CODIFICAÇÃO AISI - American Iron and Steel Institute SAE (Society of Automotive Engineers - EUA) Aço Carbono AISI-SAE XXXX Sistema de Codificação AISI-SAE normalmente utiliza 4 dígitos, onde: 1º e 2º dígitos: identificam os principais elementos de liga e respectivos teores (% peso). 3º e 4º dígitos: - indicam a porcentagem em peso de carbono do aço multiplicado por 100. Ex.: Aço 1045 0,45% de carbono na composição química. 1 – Carbon steels 2 – Nickel steels; 3 – Nickel-chromium steels; 4 – Molybdenum steels; 5 – Chromium steels; 6 – Chromium-vanadium steels; 7 – Tungsten-chromium steels; 9 – Silicon-manganese steels. 1º e 2º dígitos: 1º dígito: tipo de aço 2º dígito: elemento em maior quantidade Classificação das Ligas Metálicas Ferro é o constituinte principal Metais e ligas com pequeno teor ou isentos de ferro: • Cobre e ligas • Latão • Bronze • Cobre-Níquel. • Alumínio e ligas • Níquel e ligas etc. Ligas Metálicas Ligas Ferrosas Ligas Não-ferrosas Teor de C: 0,05 – 2,0%p (teórico). Teor de C: até 1,5%p (prática). Materiais Metálicos Ferrosos É uma liga metálica Teor de C: acima de 2,1%p (teórico). Teor de C: 3,0 – 4,5%p (prática). Ligas Ferrosas Aços Ferros fundidos F3C 3Fe () + C(grafita) A cementita (F3C) é um composto metaestável e, sob algumas circunstâncias, pode se dissociar em ferrita Fe () e grafita (C). %p C Diagrama de Fase Fe-C Aços Carbono Aços Fe + C + X Contendo teor de carbono (C) entre 0,05 – 2% X- teor de outros elementos de liga. Aço-Carbono: Liga Fe + C + X onde o percentual de carbono (C), na prática, raramente é superior a 1,5%. Equipamentos de processo: % máx. C ~ 0,35% (maioria dos casos) X: Mn, Si, Al, P, S Aço Liga: São aços que possuam o mesmo elemento de liga que o aço- carbono, porém em maior quantidade (por ex. Mn) ou que possuam elementos de liga (X) que tenham sido adicionados com o objetivo de conferir propriedades especiais. Baixa liga: até 5%, Media Liga: 5-10% e Alta liga: >10% Aços-Carbono Nomenclatura: Aço-carbono de baixa liga ou Aço carbono Definição: liga de ferro e carbono contendo 0,05 a 2,0%p de carbono (teórico). Além do ferro, esses aços contêm manganês, enxofre, fósforo; e alguns ainda poderão ter silício e alumínio. Baixo teor de C: aproximadamente < 0,25%p de C Médio teor de C: 0,25 – 0,60%p de C Alto teor de C: 0,60 – 1,5%p de C Nota: Aços para equipamentos de processo: teor máximo de C de 0,35%. Silva Telles. Aços-Carbono Efeito da Composição química nas propriedades do aço 1) Aumento da quantidade de Carbono %C Dureza, resistência mecânica, Ductilidade Tenacidade Soldabilidade (> 0,35%C: possibilidade de trincas na solda devido a ação do H) (Transição dúctil-frágil) Aços-Carbono Efeito da Composição química nas propriedades do aço 1) Aumento da quantidade de Carbono Valores máximos recomendáveis para %C para vaso de pressão: Partes soldadas sujeitas a esforço (equipamentos + importantes) : 0,26%. Partes soldadas sujeitas a esforço (equipamentos em geral) : 0,30%. Qualquer parte soldada, mas não sujeita a pressão: 0,35% MICROESTRUTURA DO AÇO EM FUNÇÃO DO TEOR DE C • C < 0,008%: a microestrutura é 100% ferrita (Ferro puro) – Figura a. Ferro ou Ferrita: solução sólida de C (máx. 0,008%) no ferro α - Estrutura atômica cúbica de corpo centrado (CCC) Os grãos de ferrita, por terem um teor de carbono muito baixo, possuem baixa dureza (dúcteis) MICROESTRUTURA DO AÇO EM FUNÇÃO DO TEOR DE C • C: 0,008 - 0,8% : Ferrita isolada e ilhas de Perlita, com quantidades crescentes de Perlita – Figuras b-c. • C: ~ 0,8% : 100% Perlita (praticamente não é possível visualizar os grãos claros) – Figura d. Aço Carbono ABNT 1020 (Aço com 0,20% de carbono) Análise obtida em microscópio ótico. Perlita: DUAS FASES Ferrita Fe () + Cementita Fe3C (6,67% p de C). Os grãos escuros (perlita) são mais duros e resistentes mecanicamente. Quanto o teor de C + Perlita (grãos escuros). MICROESTRUTURA DO AÇO EM FUNÇÃO DO TEOR DE C • C: 0,8-2,11%: Perlita + Cementita precipitada nos contornos dos grãos. Quanto maior o percentual de C (acima de 0,8%C), maior a quantidade de cementita nos contornos. - Figuras e-f. NOTA: FERRITA: + dúctil CEMENTITA: + duro e resistente. Obs.: A resistência mecânica dos materiais é influenciada pela sua microestrutura. Deformação plástica: “movimentação” Existência de “Barreiras”: dificultam a movimentação Contorno dos grãos: o tamanho dos grãos + contornos + Barreiras + duro e resistente. logo, um metal com grão maior irá se deformar mais do que o com grão menor. Nota: A ductilidade é sacrificada quando a resistência é aumentada Perlita : Placas alternadas de ferrita e cementita: + Perlita + duro e resistente ( até 1%C) Cementita (Fe3C): Fragilização do material Aços-Carbono Efeito da Composição química 1) Aumento da quantidade de Carbono Nota: Propriedades das chapas grossas são menores que os das chapas finas (para uma mesma composição). Isto ocorre, porque as chapas finas são laminadas com mais número de passes, o que contribui para melhorar a resistência mecânica. Por esse motivo, as chapas grossas contém mais C que as finas. Aços-Carbono Efeito da Composição química nas propriedades do aço 2) Aumento da quantidade de Manganês Dureza, resistência mecânica. Aumenta a tenacidade (transição dúctil-frágil). Aços-Carbono Efeito da Composição química nas propriedades do aço 3) Silício e Alumínio (não estão presentes em todos os tipos) Esses elementos se combinam com oxigênio removendo, assim as bolhas de gás que se formam na solidificação. Por esse motivo são chamados de elementos desoxidantes. Totalmente desoxidados ou acalmados: completa eliminação das bolhas de gás (Aços + caros) Parcialmente desoxidados ou semi-acalmados: Não desoxidantes ou efervescentes: não contém elementos desoxidantes. Nota: Si: Favorece sensivelmente a resistência mecânica, à corrosão, reduzindo porém a soldabilidade. Aços-Carbono Efeito da Composição química 4) Enxofre e fósforo: impurezas: São elementos indesejáveis porque fragilizam o metal. S: máximo 0,04% ( também prejudica a soldabilidade) P: máximo 0,035%. Primeira opção de material para a construção do equipamento. Temperaturas elevadas Baixas Temperaturas Meios Corrosivos Aços-Carbono Aços-Carbono Aplicações com Temperatura Elevada Temperatura Resistência mecânica Dureza Módulo de elasticidade Ductilidade Todo material tem uma temperatura limite de emprego Todo material tem uma temperatura máxima de emprego Aços-Carbono Aplicação em Temperatura Elevada Fluência: Corrosão seletiva denominada grafitização Formação de carepas Aços-Carbono Aplicação em Temperatura Elevada Fluência Temperatura de Fluência: Inicio a ~ 370oC Para aplicações acima de 400oC : a análise de fluência é obrigatória. Aços + desfavoráveis: grãos finos e acalmados com alumínio. Obs: Aços acalmados: o Si produz grãos grandes, enquantoque o Al produz grãos finos . Aços-Carbono Aplicação em Temperatura Elevada Grafitização A utilização prolongada em T> 420ºC : pode causar a corrosão seletiva denominada grafitização, que é a decomposição da cementita (carbeto de ferro Fe3C) e liberação de carbono livre na forma de grafite. C (grafite) se deposita na malha cristalina Fragilização (principalmente quando acalmados com Al) Aços-Carbono Aplicação em Temperatura Elevada Formação de carepas: Aço-carbono + Meio oxidante + temperaturas elevadas: Sofrem oxidação superficial, formando crosta de óxidos (carepas) que se soltam, permitindo a continuação do processo de oxidação. Exemplos de Temp. de formação de carepas: ~ 530ºC (ar) e ~ 430ºC (vapor H2O). Não especificar aço carbono nesta condição Limite máximo de temperatura recomendado para uso de Aço Carbono em Vaso de Pressão: • Partes principais sujeitas a esforços principais, serviço continuo: 450oC. • Partes secundárias, serviço continuo: 480oC. • Máx. Temperatura de curta duração, sem ação de grandes esforços mecânicos: 520oC. Obs: Aços Acalmados com Si Serviços não corrosivos Nota: 1) Serviços corrosivos reduz os limites acima. Nota: 2) silício: favorece o aparecimento de grãos grossos em contrapartida do alumínio que diminui o tamanho dos grãos e favorecendo, portanto a grafitização. Aços-Carbono Aplicação em Temperaturas Baixas Preocupação: Fratura Frágil (temperatura de transição dúctil-frágil) Concentração de carbono Concentração de manganês Desoxidação Aços-Carbono Baixa Temperatura Composição: Teor de C: faixa de transição dúctil-frágil. Nota: Aços para equipamentos de processo: teor máximo de C de 0,35%. Silva Telles. Aços-Carbono Temperatura Baixa teor de Mn: desloca a curva de transição dúctil-frágil para menores temperaturas. Aços-Carbono Temperatura Baixa A desoxidação com silício ou alumínio também desloca a curva de transição dúctil-frágil para temperaturas menores, sendo preferencialmente feita com alumínio (grãos menores). Pergunta: Porque é importante usar um aço acalmado em aplicações a baixa temperatura? Aços-Carbono Efeitos das Temperaturas Baixas De forma geral é recomendado os seguintes cuidados com aços carbono para trabalhos a baixas temperaturas: T < -45ºC: Não utilizar aço carbono, mesmo eventual ou curta duração - 45ºC < T < 0ºC: Aços de C, Mn, grãos finos, normalizado e submetidos a testes de impacto. 0ºC < T < 15ºC: Aços submetidos a teste de impacto, pelo menos para peças com espessura maiores de 12mm. T > 15ºC teste de impacto para espessuras maiores que 50mm Aços-Carbono Corrosão Ambientes externos: Corrosão Uniforme Exemplo de valores médios de taxa de corrosão: Atmosfera rural: 0,02 a 0,05 mm/ano Atmosfera marítima: 0,05 a 0,2 mm/ano Atmosfera industrial poluída: 0,2 a 0,5 mm/ano Atmosfera industrial fortemente poluída: 0,5 a 1,0mm/ano Proteção: Pintura ou revestimento protetor Aços-Carbono Corrosão Peças enterradas ou em contato com solo: Corrosão Uniforme e por pite Proteção: Revestimento protetor, proteção catódica (anodo de sacrifício Vapor H2O: Pode ser empregado desde que haja tratamento da água de alimentação da caldeira e remoção de gases (CO2) do condensado. H2O: O aço é pouco afetado por águas naturais, e não é difícil encontrarem-se tubos de aço-carbono em serviço contínuo por mais de 25 anos. À medida que o pH muda de alcalino para neutro e ácido, a taxa de ataque aumenta. A água do mar corrói o aço numa taxa de 0,127 mm por ano. Aços-Carbono Indicações para alguns meios corrosivos a) Hidrocarbonetos em geral Problemas: 1) contaminantes sulfurosos (impureza) T > 260oC (corrosão generalizada – velocidade máx. quando T: 350 – 420ºC). 2) Contendo cloretos: formação de HCl diluído (Corrosão) Aços-Carbono Indicações para alguns meios corrosivos b) NaOH e outros meios alcalinos Corrosão: “fendilhamento por álcalis” – tipo de corrosão sob tensão. Aços-Carbono Indicações para alguns meios corrosivos c) Serviços com H: Curva de Nelson Fonte: API-RP-941 Para lembrar: Serviços com Hidrogênio Principais efeitos 1) Difusão do H no metal (Temperaturas e pressões elevadas) Descarbonetação dos aços: F3C + 2H2 3Fe + CH4 (ocorre preferencialmente no contorno dos grãos) (CH4 não se difunde podendo exercer pressões elevadas) Diminui a resistência mecânica e a fluência ( %C) Aparecimento de trincas intercristalinas que leva a Fragilização Para lembrar: Serviços com Hidrogênio Principais efeitos 2) Difusão do H no metal (a qualquer T) Empolamento pelo Hidrogênio (hydrogen blistering) O H2 se acumula em imperfeições do metal, aumentando a pressão no local, podendo levar a ruptura. Minimizar este efeito: Utilizar aços acalmados Tubo de aço carbono com empolamento pelo hidrogênio, causado por H2S e água
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