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Apostila Concreto Protendido

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CONCRETO PROTENDIDO E 
LAJES PROTENDIDAS COM 
MONOCORDOALHAS ENGRAXADAS 
 
NOÇÕES GERAIS 
SOLUÇÃO ESTRUTURAL E 
CORRETA EXECUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jorge Luiz Silka Pereira, Eng. Civil, proCalc Estruturas S/C Ltda. 
 
Rogério Gomes de Carvalho, Eng. Civil, proCalc Estruturas S/C Ltda. 
 
Izan Gomes de Lacerda, Eng. Civil, Gomes & Lacerda 
 
Ernani Simas Alves Neto, Eng. Civil, Impacto Sul Protensão 
 
Maurício Cunha, Eng. Civil, Construtora Andrade Ribeiro Ltda. 
 
 
 
 
 
 
 
MARÇO - 2005 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Protensão é o processo pelo qual se aplicam tensões prévias ao 
concreto, segundo o dicionário Aurélio. 
 
 No entanto o significado é bem mais amplo, e o efeito da protensão 
pode ser aplicado aos mais diversos tipos de estruturas e materiais. 
 
 De acordo com Pfeil, “protensão é um artifício que consiste em 
introduzir numa estrutura um estado prévio de tensões capaz de melhorar sua 
resistência ou seu comportamento, sob diversas condições de carga”. A idéia da 
protensão (ou pré-tensão) é muito antiga e consiste basicamente em fornecer a 
um elemento estrutural, esforços iniciais contrários àqueles que surgirão com a 
aplicação de cargas a este elemento. 
 
 O princípio da protensão pode ser melhor entendido através de alguns 
exemplos bastante simples : 
 
- tonéis de madeira : os anéis de aço são colocados aquecidos 
sobre as peças de madeira do tonel. Ao esfriarem sofrem redução 
de diâmetro, comprimindo as peças de madeira 
- roda de carroça : mesmo princípio dos tonéis de madeira, sendo 
que o anel de aço, ao esfriar, comprime os raios de madeira da 
roda 
- roda de bicicleta : os raios metálicos de uma roda de bicicleta são 
tracionados. O conjunto de raios tracionados ao longo do aro 
metálico da roda produzem efeito de compressão no aro e mantêm 
a estabilidade do conjunto 
- o transporte de livros por uma pessoa na forma de uma fila 
horizontal 
 
- solidarização de peças pré-moldadas 
 
 
 
 
2. HISTÓRICO 
 
 O desenvolvimento do concreto armado e protendido iniciou-se a partir 
da criação do cimento Portland, em 1824, na Inglaterra. A partir daí, franceses e 
alemães também começaram a fabricar cimento e a desenvolver sua tecnologia. 
 
 Em meados do século 19 já se conhecia no mundo todo a 
possibilidade de reforçar peças de concreto com armaduras de aço : 
 
- 1855 : fundada a primeira fábrica de cimento Portland na 
Alemanha 
- 1855 : o francês Lambot patentea técnica para fabricação de 
embarcações de concreto armado 
- 1867 : o francês Monier inicia a fabricação de vasos, tubos, lajes e 
pontes em concreto utilizando armaduras de aço 
- 1877 : o americano Hyatt reconhece o efeito da aderência entre o 
concreto e a armadura através de vários ensaios, passando-se a 
utilizar a armadura apenas do lado tracionado das peças 
- 1886 : o americano P. J. Jackson faz a primeira proposição de pré-
tensionar o concreto 
- 1886 : o alemão Matthias Koenen desenvolve um método empírico 
de dimensionamento de alguns tipos de construção em concreto 
armado, a partir de ensaios segundo o sistema Monier 
 
 No final do século 19, várias patentes de métodos de protensão e 
ensaios foram requeridas, porém sem êxito. A protensão se perdia devido a 
retração e fluência do concreto, desconhecidas na época. 
 
 No começo do século 20, Mörsch desenvolveu a teoria iniciada por 
Koenen, endossando suas proposições através de inúmeros ensaios. Os 
conceitos desenvolvidos por Mörsch formaram, em quase todo o mundo e por 
décadas, os fundamentos da teoria do concreto armado, sendo que seus 
elementos essenciais ainda hoje saio válidos. Por volta de 1912, Koenen e 
Mörsch reconheceram que o efeito de uma protensão reduzida se perdia com o 
passar do tempo, devido à retração e deformação lenta do concreto. 
 
- 1919 : o alemão K. Wettstein fabricou painéis de concreto 
protendidos com cordas de aço para piano 
- 1923 : o americano R. H. Dill reconheceu a necessidade de utilizar 
fios de aço de alta resistência sob elevadas tensões para superar 
as perdas de protensão 
- 1924 : o francês Eugene Freyssinet utilizou protensão para reduzir 
o alongamento de tirantes em galpões com grandes vãos 
- 1928 : Freyssinet apresentou o primeiro trabalho consistente sobre 
concreto protendido. Freyssinet foi uma das figuras de maior 
destaque no desenvolvimento da tecnologia do concreto 
protendido. Inventou e patenteou métodos construtivos, 
 
equipamentos, aços especiais e concretos especiais. A partir daí a 
pesquisa e o desenvolvimento do concreto protendido e armado 
tiveram rápida e crescente evolução. 
- 1948 : executada no Brasil, a primeira obra em concreto 
protendido, a Ponte do Galeão, no Rio de Janeiro, com 380 m de 
comprimento, na época a mais extensa no mundo. Utilizou o 
sistema Freyssinet e tudo foi importado da França, inclusive o 
projeto. Os cabos de protensão eram fios lisos envolvidos por duas 
três camadas de papel Kraft pintados, os fios e o papel, com 
betume. Portanto tínhamos concreto protendido “sem aderência”. 
- 1950 : primeira conferência sobre concreto protendido em Paris 
- 1950 : Finster Walder executou a primeira ponte em balanços 
sucessivos e o método espalhou-se pelo mundo 
- 1950 : surgem as primeiras cordoalhas de fios 
- 1952 : a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira iniciou a fabricação 
do aço de protensão no Brasil. A segunda obra em concreto 
protendido no Brasil foi a ponte de Juazeiro, já executada com aço 
brasileiro. 
- 1953 : publicada a DIN 4227, norma alemã de concreto protendido 
- meados da década de 1950 : executadas, nos Estados Unidos, as 
primeiras lajes protendidas, sendo a maioria delas no sistema “lift-
slab”, onde as lajes planas eram concretadas e protendidas sobre 
o solo e depois içadas e ancoradas aos pilares em seus níveis. 
- 1956 : surgiram as bainhas produzidas com fitas plásticas 
enroladas helicoidalmente sobre os fios pintados com betume 
- 1958 : surgem no Brasil as bainhas metálicas flexíveis, com injeção 
de argamassa de cimento posterior a protensão dos cabos, 
promovendo a aderência. Este sistema permitiu a execução de 
estruturas protendidas de grandes vãos. 
- final da década de 1950 : surge a primeira patente de protensão 
com a utilização de de bainhas individuais de plástico extrudadas 
sobre a cordoalha. 
- 1969 : concluído o primeiro edifício em laje lisa protendida com 
distribuição de cabos em duas direções, sendo numa delas 
distribuídos e na outra concentrados em faixas sobre os apoios. 
Watergate Apartments, em Washington, EUA. 
- 1978 : o Comitê Euro-Internacional du Betón (CEB/FIP) publicou, 
em 1978, o Código Modelo para Estruturas de Concreto Armado e 
Concreto Protendido. Ele serviu de base para elaboração de 
normas técnicas em vários países. 
 
 Atualmente a utilização de estruturas em concreto protendido tem 
larga aceitação no mundo todo, e vem se popularizando a cada dia mais, 
principalmente em edificações de uma maneira geral, com a aplicação de 
cordoalhas não aderentes. 
 
 
 
 
 
 
3. NORMATIZAÇÃO NO BRASIL 
 
 No Brasil, a Norma Brasileira ABNT NBR 6118:2003 – Projeto de 
Estruturas de Concreto - Procedimento, que vigora desde 31/03/2003, cancelou e 
substituiu a antiga norma de concreto protendido (NBR 7197:1989) e passou a 
tratar de concreto armado e protendido. A primeira norma brasileira de concreto 
protendido foi a NB-116. 
 
 Esta última revisão de norma demonstra uma maior preocupação com 
a durabilidade das estruturas, evidenciada pela necessidade de classificação das 
estruturas a serem projetadas dentro das Classes de Agressividade Ambiental. 
Esta classificação passa a determinar, para estruturas em concreto armado e 
protendido, os principais parâmetros de projeto, tais como a qualidade doconcreto, cobrimento das armaduras, limitações de aberturas de fissuras entre 
outras. As tabelas que determinam estes parâmetros são as seguintes : 
 
Tabela 6.1 - Classes de agressividade ambiental 
Classe de 
agressividade 
ambiental 
Agressividade 
Classificação geral do 
tipo de ambiente para 
efeito de projeto 
Risco de deterioração 
da estrutura 
Rural 
I Fraca 
Submersa 
Insignificante 
II Moderada Urbana 1,2 Pequeno 
Marinha 1 
III Forte 
Industrial 1,2 
Grande 
Industrial 1,3 
IV Muito forte 
Respingos de maré 
Elevado 
OBSERVAÇÕES: 
1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para 
ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos 
residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura). 
2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras em regiões de 
clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas da chuva em 
ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente. 
3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias 
de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas. 
 
Tabela 7.1 - Correspondência entre classes de agressividade e qualidade do concreto 
Classe de agressividade (tabela 6.1) 
Concreto Tipo 
I II III IV 
CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45 Relação água/cimento 
em massa CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45 
CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40 Classe de concreto 
(NBR 8953) CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40 
NOTAS: 
1 - O concreto empregado na execução das estruturas deve cumprir com os requisitos estabelecidos na 
NBR 12655. 
 
2 – CA corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto armado. 
3 – CP corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto protendido. 
 
Tabela 7.2 - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento 
nominal para ∆c = 10 mm 
Classe de agressividade (tabela 6.1) 
I II III IV 3 Tipo de estrutura Componente ou elemento 
Cobrimento nominal (mm) 
Laje 2 20 25 35 45 
Concreto armado 
Viga 2/Pilar 25 30 40 50 
Concreto protendido 1 Todos 30 35 45 55 
OBSERVAÇÕES: 
1) Cobrimento nominal da armadura passiva que envolve a bainha ou os fios, cabos e cordoalhas, sempre 
superior ao especificado para o elemento de concreto armado, devido aos riscos de corrosão fragilizante 
sob tensão. 
2) Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com 
revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento tais 
como pisos de elevado 
desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser 
substituídas por aquelas do item 7.4.7.5, respeitando um cobrimento nominal ≥ 15 mm. 
3) Nas faces inferiores de lajes e vigas de reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto, 
condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente 
agressivos, a armadura deve ter cobrimento nominal ≥ 45 mm. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 13.3 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da 
armadura, em função das classes de agressividade ambiental 
Tipo de concreto 
estrutural 
Classe de agressividade 
ambiental (CAA) e tipo de 
proteção 
Exigências relativas 
à fissuração 
Combinação de ações 
em serviço a utilizar 
Concreto simples CAA I a CAA IV Não há -- 
CAA I ELS-W wk ≤ 0,4 mm Combinação freqüenteConcreto armado 
CAA II a CAA IV ELS-W wk ≤ 0,3 mm Combinação freqüente
Concreto protendido 
nível 1 
(protensão parcial) 
Pré tração com CAA I 
ou 
Pós tração com CAA I e II
 
ELS-W wk ≤ 0,2 mm 
 
Combinação freqüente
Verificar as duas condições abaixo 
ELS-F Combinação freqüente
Concreto protendido 
nível 2 
(protensão limitada) 
Pré tração com CAA II 
ou 
Pós tração com CAA III e 
IV 
ELS-D* Combinação quase 
permanente 
Verificar as duas condições abaixo 
ELS-F Combinação rara 
Concreto protendido 
nível 3 
(protensão 
completa) 
 
Pré tração com CAA III e 
IV ELS-D* Combinação freqüente
As definições de ELS-W, ELS-F e ELS-D encontram-se no item 3.2 . 
Para as classes de agressividade ambiental CAA-III e IV exige-se que as cordoalhas não 
aderentes tenham proteção especial na região de suas ancoragens. 
* A critério do projetista, o ELS-D pode ser substituído pelo ELS-DP com ap = 25 mm (figura 1). 
 
 
 
 
4. CONCEITOS DE PROTENSÃO 
 
4.1. DEFINIÇÃO 
 
a) ELEMENTO ESTRUTURAL EM CONCRETO PROTENDIDO : 
aquele que é submetido a um sistema de forças, especialmente 
aplicadas e de forma permanente, chamadas forças de protensão 
e tais que, em condições de utilização, quando agirem 
simultaneamente com as demais ações, impeçam ou limitem a 
fissuração do concreto. 
 
 
4.2. CLASSIFICAÇÃO 
 
4.2.1. QUANTO AO ESTIRAMENTO DA ARMADURA DE 
PROTENSÃO – TIPOS DE PROTENSÃO 
 
a) CONCRETO PROTENDIDO COM ARMADURA ATIVA (DE 
PROTENSÃO) PRÉ- TRACIONADA : aquele em que o 
estiramento da armadura ativa é feito através de apoios 
independentes da peça, antes do lançamento do concreto. 
Após o endurecimento do concreto a ligação da armadura 
com estes apoios é desfeita e as tensões na armadura se 
transmitem ao concreto por aderência. Exemplo : peças pré-
fabricadas protendidas executadas em pistas de protensão 
 
 
 
b) CONCRETO PROTENDIDO COM ARMADURA ATIVA (DE 
PROTENSÃO) PÓS-TRACIONADA : aquele em que o 
estiramento da armadura ativa é feito após o endurecimento 
 
do concreto, através de apoios na própria peça, criando-se 
ou não aderência da armadura com o concreto. Exemplo : as 
estruturas protendidas moldadas “in-loco” (edifícios, pisos 
industriais, pistas de aeroporto, pontes, etc.) 
 
 
4.2.2. QUANTO À FISSURAÇÃO – NÍVEIS DE PROTENSÃO 
 
Um dos objetivos da protensão é o de eliminar ou reduzir as tensões de 
tração num elemento estrutural, e por conseqüência, controlar a fissuração. De 
acordo com este controle pretendido, temos os seguintes níveis de protensão : 
 
a) CONCRETO PROTENDIDO NÍVEL 3 - PROTENSÃO COMPLETA 
OU TOTAL : previsto para protensão com armadura ativa pré-
tracionada nas classes de agressividade III e IV. Ocorre quando se 
verificam as duas condições seguintes : 
a.1) para as combinações freqüentes de ações, previstas no 
projeto, é respeitado o limite de descompressão, ou seja, 
quando atuarem a carga permanente e as sobrecargas 
freqüentes não se admite tração no concreto 
a.2) para as combinações raras de ações, quando previstas no 
projeto, é respeitado o estado limite de formação de fissuras. 
A protensão completa proporciona as melhores condições de 
proteção das armaduras contra a corrosão, e se aplica nos casos 
de obras em meios muito agressivos ou situações de fissuração 
exagerada, tais como tirantes de concreto protendido, 
reservatórios protendidos para garantia de estanqueidade, vigas 
formadas por peças pré-moldadas justapostas sem armaduras 
suplementares, etc. 
Não existe limitação técnica no uso da protensão completa, 
apenas restrições de ordem econômica. 
 
 
b) CONCRETO PROTENDIDO NÍVEL 2 - PROTENSÃO LIMITADA : 
previsto para protensão com armadura ativa pré-tracionada na 
classe de agressividade II e pós-tracionada nas classes de 
agressividade III e IV. Ocorre quando se verificam as duas 
condições seguintes : 
b.1) para as combinações quase permanentes de ações, 
previstas no projeto, é respeitado o limite de descompressão, 
ou seja, quando atuarem a carga permanente e parte das 
sobrecargas não se admite tração no concreto 
b.2) para as combinações freqüentes de ações, quando 
previstasno projeto, é respeitado o estado limite de formação 
de fissuras, ou seja, quando atuarem a carga permanente e as 
sobrecargas freqüentes. 
A protensão limitada, por admitir tensões moderadas de tração em 
serviço, exigem a colocação de armadura passiva adicional no 
dimensionamento à ruptura e no controle da fissuração. Esta 
combinação de armadura ativa e passiva permite soluções 
equilibradas e mais econômicas, já que o aço de protensão é mais 
caro que o aço convencional. 
 
c) CONCRETO PROTENDIDO NÍVEL 1 - PROTENSÃO PARCIAL : 
previsto para protensão com armadura ativa pré-tracionada na 
classe de agressividade I e pós-tracionada nas classes de 
agressividade I e II. Ocorre na seguinte condição : 
- para as combinações freqüentes de ações, previstas no 
projeto, é respeitado o limite de abertura de fissuras, com 
abertura não superior a 0,20 mm, ou seja, quando atuarem a 
carga permanente e as sobrecargas freqüentes. 
A protensão parcial é similar a protensão limitada, porém admite 
tensões maiores de tração em serviço e formação de fissuras de 
maior abertura (não maiores que 0,2 mm). Consome menos aço 
de protensão porém, como admite fissuração, exige armadura 
passiva suplementar. 
 
4.2.3. QUANTO À ADERÊNCIA - SISTEMAS DE PROTENSÃO 
 
a) CONCRETO PROTENDIDO COM ADERÊNCIA INICIAL : este 
sistema está normalmente associado a armadura pré-tracionada e 
é muito empregado na fabricação de elementos pré-moldados 
protendidos. Em pistas de protensão, nas usinas (fábricas) de pré-
moldados, a armadura ativa é posicionada, ancorada e tracionada 
em blocos nas cabeceiras da pista. Após a montagem das 
armaduras passivas, formas, concretagem e cura do concreto, as 
armaduras ativas são liberadas das cabeceiras. Com a tendência 
do aço retornar à sua posição original antes do tracionamento, e 
restringido por aderência ao concreto endurecido da peça pré-
moldada, o esforço de tração se transfere ao concreto na forma de 
 
compressão, caracterizando a protensão por pré-tração da 
armadura ativa com aderência inicial. 
 
 
 Passarela em estrutura de concreto pré-fabricado protendido 
 
b) CONCRETO PROTENDIDO COM ADERÊNCIA POSTERIOR : 
neste sistema, o aço é posicionado dentro de bainhas metálicas 
corrugadas e a aplicação da força de protensão (tracionamento 
dos cabos) é feita após a cura do concreto, através da reação do 
equipamento na própria estrutura a ser protendida, utilizando 
macacos hidráulicos especiais. A característica deste sistema é 
que, após a protensão, as bainhas são injetadas com calda de 
cimento sob pressão, promovendo a proteção das armaduras 
contra a corrosão e a aderência entre o aço e a bainha. Devido as 
particularidades dos dispositivos de ancoragem, do processo em si 
e da forma de tracionamento do aço, os sistemas de protensão 
com aderência posterior são patenteados, como por exemplo, os 
sistemas Stup Freyssinet (França), Diwidag (Alemanha), Rudloff 
(Brasil), Tensacciai (Itália), Mac Protensão (Brasil), etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ancoragem passiva – Sistema Tensacciai Ancoragem ativa – Sistema 
Tensacciai 
 
 
Ancoragem ativa com 
destaque para o tubo 
de injeção de calda de 
cimento para 
efetivação da 
aderência 
(Sistema Tensacciai). 
Abaixo detalhe de 
bainha metálica e 
purgador da calda de 
cimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ancoragem ativa com rosca, do sistema Diwidag, 
usualmente utilizada em tirantes. 
 
 
c) CONCRETO PROTENDIDO SEM ADERÊNCIA : neste sistema 
não há injeção de calda de cimento, ficando o aço ancorado 
apenas nas extremidades. Se forem utilizadas bainhas metálicas, é 
feita injeção com graxa para proteção do aço contra a corrosão. 
Normalmente se utiliza cordoalha simples (monocordoalha) envolta 
em uma bainha plástica de polietileno de alta densidade, extrudada 
sobre a cordoalha engraxada. Como são sistemas simples, vários 
fabricantes produzem as ancoragens, macacos e outros 
dispositivos. As cordoalhas são atualmente produzidas no Brasil 
apenas pela Belgo. 
 
 
 
 Esquema típico de montagem de uma laje lisa com monocordoalhas engraxadas
5. APLICAÇÕES DA PROTENSÃO 
 
 Podemos resumir as possibilidades de combinação dos tipos, níveis e 
sistemas de protensão com o diagrama abaixo : 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A partir destas possibilidades, podemos determinar a solução mais 
adequada para cada tipo de obra : 
 
 - ARMADURA ATIVA PRÉ-TRACIONADA : estruturas em peças pré-
moldadas, normalmente com protensão parcial. 
 
 - ARMADURA ATIVA PÓS-TRACIONADA : 
 
CONCRETO 
PROTENDIDO 
ARMADURA ATIVA 
PRÉ-TRACIONADA 
COM ADERÊNCIA 
ARMADURA ATIVA 
PÓS-TRACIONADA 
PROTENSÃO COMPLETA 
PROTENSÃO LIMITADA 
PROTENSÃO PARCIAL 
SEM ADERÊNCIA 
COM ADERÊNCIA 
PROTENSÃO COMPLETA 
PROTENSÃO LIMITADA 
PROTENSÃO PARCIAL 
PROTENSÃO COMPLETA 
PROTENSÃO LIMITADA 
PROTENSÃO PARCIAL 
 
a) COM ADERÊNCIA : estruturas especiais moldadas “in-loco” (vigas 
e/ou lajes), normalmente com protensão parcial, com grandes vãos 
e carregamentos elevados : pontes, viadutos, barragens, silos, 
pistas de aeroporto, pisos industriais pesados, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de obras em concreto 
protendido moldado “in loco” com o 
cordoalhas aderentes : pontes em 
balanços sucessivos, silos, laje de 
grandes vãos (laje do subsolo do Palácio 
Avenida em Curitiba, com vãos da ordem 
de 14 metros), pista de taxiamento do 
Aeroporto Afonso Pena (Curitiba). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) SEM ADERÊNCIA : estruturas leves moldadas “in-loco” (vigas e/ou 
lajes), normalmente com protensão parcial, com vãos máximos da 
ordem de 10,00 m, com carregamentos leves a moderados : 
edifícios residenciais e comerciais, pisos industriais, radiers de 
edifícios populares, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fundações de casas populares em radier protendido com cordoalha engraxada. 
 
 
 
 Pisos industriais 
 
 
 Museu Nacional de Arte Contemporânea – Niterói – RJ 
 
 Reservatório Cilíndrico – Flórida – EUA 
 
 
 
 Edifício em lajes lisa maciça protendida com cordoalhas engraxadas. 
 
 
 Laje nervurada protendida apoiada sobre vigas faixa protendidas 
 
 A protensão completa ou total só é utilizada em casos especiais, onde 
precisamos de estruturas sem fissuração devido a problemas de agressividade 
do meio-ambiente, por necessidade de estanqueidade ou por exigência de 
poucas vibrações, pois é uma solução bastante cara. Aplica-se a estruturas 
como reservatórios, centrais nucleares, obras em meio extremamente agressivo, 
etc. 
 
5.1.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO CONCRETO 
PROTENDIDO 
 
 
 Podemos citar várias vantagens na utilização de estruturas em 
concreto protendido : 
 
a) Redução da fissuração, aumento da durabilidade 
b) economia de concreto 
c) economia de aço 
d) redução de flechas 
e) previsibilidade do comportamento estrutural 
f) resistência à fadiga 
g) melhoria no combate aos esforços de cisalhamento 
h) grandes vãos 
i) estanqueidade 
j) peças esbeltas e arrojadas estruturalmente 
 
 Entre as desvantagens podemos citar : 
 
a) custo elevado para pequenos vãos 
b) não apropriada para estruturas que exijam massa de concreto 
c) maiores cuidados de projeto 
d) maiores cuidados na execução 
 
5.1.2. CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE PROTENSÃO 
 
 Os dois sistemas de protensão apresentam características bem 
diferentes entre si e podemos compará-las na tabela abaixo : 
 
PROTENSÃO COM ADERÊNCIA PROTENSÃOSEM ADERÊNCIA 
Melhor distribuição das fissuras e maior 
segurança à ruína 
 
 
Fissuras mais acentuadas e carga de 
ruína inferiores 
 
Maior segurança em situações extremas 
(incêndios, explosões e terremotos) 
Segurança restrita em caso de 
incêndio, porém cabos podem ser 
trocados ou reprotendidos 
PROTENSÃO COM ADERÊNCIA PROTENSÃO SEM ADERÊNCIA 
Utiliza bainhas metálicas para até quatro 
cordoalhas por bainha, em trechos de 
6m com luvas de emenda e vedação 
Corodalha única com graxa e bainha 
plástica contínua, fornecida pronta pela 
fábrica 
Manuseio de cordoalhas (enrolar e 
desenrolar) feito com várias cordoalhas 
simultaneamente (em torno de 3,2 kg/m)
Manuseio de apenas uma cordoalha 
por vez (em torno de 0,89 kg/m) 
Cuidados na concretagem para não 
danificar a bainha metálica 
A bainha plástica é resistente aos 
trabalhos de obra, inclusive 
concretagem 
 
Macaco de furo central, pesado, que 
deve ser colocado pela ponta da 
cordoalha (+/- a 50 cm da face do 
concreto 
Macaco leve, de dois cilindros, que 
envolve a cordoalha junto à face do 
concreto 
Protensão executada em 4 níveis de 
pressão hidráulica, com respectivas 
leituras de alongamento, correção de 
tabela e medida de perda por cravação 
Protensão feita em apenas uma 
operação do macaco, pois não há 
retificação da cordoalha (única) 
Lavagem das cordoalhas por dentro 
para diluição de eventual infiltração de 
pasta na concretagem evitando 
travamento das cordoalhas 
Procedimento desnecessário 
Retirada da água de lavagem da bainha 
para evitar diluição da pasta com ar 
comprimido 
Procedimento desnecessário 
Injeção de pasta de cimento, preparada 
com misturador elétrico e injetada com 
bomba elétrica 
O aço de protensão já é fornecido com 
a proteção da graxa e da bainha 
plástica 
Dimensões avantajadas da bainha 
diminuem excentricidade dos cabos 
Possibilita grandes excentricidades 
(importante em lajes finas) 
Perdas consideráveis por atrito Pequenas perdas por atrito 
Maior segurança em situações extremas 
(incêndios, explosões e terremotos) 
Segurança restrita em caso de 
incêndio, porém cabos podem ser 
trocados ou reprotendidos 
 
 Como a protensão sem aderência vem se firmando como uma solução 
vantajosa, técnica e economicamente, em edificações de uma maneira geral, 
vamos analisar com maior ênfase este processo. 
 
 Particularmente vamos estudar as estruturas em lajes protendidas 
com monocordoalhas engraxadas para edificações.
 
 
 
 
 
 
 
6. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA PROTENSÃO NÃO 
ADERENTE COM CORDOALHAS ENGRAXADAS 
 
6.1. MATERIAIS DE PROTENSÃO 
 
a) CORDOALHA : arames de aço de alta resistência enrolados entre 
si ou ao redor de um fio central. Em cabos não aderentes, a 
cordoalha utilizada é a de sete fios. Características das cordoalhas 
de 7 fios : 
 
 
CP 175 CP 190 
RN RB RN RB 
 
CARACTERÍSTICA 
 
1/2" 5/8" 1/2" 5/8" 1/2" 5/8" 1/2" 5/8" 
Diâmetro nominal (mm) 127 15,2 12,7 15,2 12,7 15,2 12,7 15,2 
Tolerância no diâmetro 
(mm) ± 0,3 ± 0,3 ± 0,3 ± 0,3 ± 0,3 ± 0,3 ± 0,3 ± 0,3 
Seção Nominal (mm²) 96,5 141,0 96,5 141,0 100,2 145,5 100,2 145,5 
Peso Nominal (kg/m) 0,756 1,100 0,756 1,100 0,785 1,140 0,785 1,140 
Módulo de Elasticidade 
aprox. (MPa) 195.000 195.000 195.000 195.000 195.000 195.000 195.000 195.000
Resistência mínima 
à tração (MPa) 1.750 1.750 1.750 1.750 1.900 1.900 1.900 1.900 
Limite de 
escoamento (MPa) 
(def. perm. 0,2%) 
1.500 1.500 1.580 1.580 1.600 1.600 1.710 1.710 
Alongamento mínimo na 
rutura (%) 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 
Relaxação máxima após 
1.000h a 20º C para carga 
Inicial de 75% da carga de 
rutura mínima 
especificada (aprox.) (%)
10 10 3 3 10 10 3 3 
 RN = relaxação normal 
 RB = relaxação baixa 
 
 Normalmente se utilizam as cordoalhas CP 190 RB no diâmetro de ½” 
ou, menos frequentemente, no diâmetro de 5/8”. 
 
b) CABO : é o conjunto completo composto dos dispositivos de 
ancoragens, aço de protensão (cordoalha), revestimento de graxa 
e bainha plástica feita de polietileno de alta densidade (PEAD). Ele 
proporciona a força de protensão que vai agir sobre o concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A cordoalha revestida com graxa e a bainha plástica é fornecida pelo 
fabricante. A montagem do cabo é realizada por uma firma especializada em 
protensão, pela própria construtora ou empresas sub-contratadas. 
 
c) ANCORAGENS : são as peças mecânicas incluindo todos os 
componentes requeridos para ancorar (fixar) o aço para protensão 
e transmitir permanentemente a força de protensão ao concreto. 
Podem ser : 
- ancoragem ativa : colocada na extremidade ativa do cabo que é 
usada para tensionar e fixar o aço para protensão (cordoalha). 
- ancoragem passiva : ancoragem da ponta final do cabo, 
normalmente colocada e fixada numa das extremidades do cabo 
antes de este chegar ao local da obra (pré-blocagem); não é usada 
para aplicar a protensão ao cabo. 
- ancoragem intermediária : uma ancoragem localizada em 
qualquer ponto ao longo do comprimento do cabo, que pode ser 
usada para tensionar um dado comprimento do cabo sem a 
necessidade de cortá-lo. Normalmente usada em intervalos de 
concretagem para possibilitar a antecipação da protensão e 
remoção da fôrma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ancoragem ativa (placa + cunhas + molde) Ancoragem passiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ancoragem intermediária Placa de ancoragem 
 As ancoragens são compostas de : 
- placas de ancoragem : peça normalmente de ferro fundido dúctil, 
que aloja as cunhas e é usada para transferir a força de protensão 
para o concreto. O furo tronco-cônico da placa de ancoragem para 
alojamento da cunha tem a superfície regular, porém rugosa. 
- cunha : peça de metal tronco-cônico com dentes que mordem o 
aço de protensão (cordoalha) durante a transferência da força de 
protensão do macaco hidráulico para a ancoragem. Os dentes são 
 
adoçados na ponta mais fina para assegurar o desenvolvimento 
gradual da força do cabo sobre o comprimento da cunha. Cunhas 
bipartidas são normalmente usadas para cabos monocordoalhas. 
 
 
 
Conjunto de elementos de uma ancoragem ativa 
 
6.2. MATERIAIS AUXILIARES DE MONTAGEM 
 
a) NICHOS PLÁSTICOS : Peça plástica de utilidade temporária 
usada na extremidade ativa durante o lançamento do concreto 
para moldar uma abertura (nicho) nele, que permita ao 
equipamento de protensão (macaco) acessar a cavidade da placa 
de ancoragem. 
 
Nicho plástico cortado a 45º em caso 
particular de cabos não ortogonais à 
borda da forma 
 
 
 
 
 
 
b) CADEIRINHAS (apoios plásticos) : Dispositivos metálicos ou 
plásticos usado para apoiar e segurar os cabos de pós-tração em 
sua respectiva posição de projeto, prevenindo deslocamentos 
antes e durante a colocação do concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.3. MATERIAIS DIVERSOS 
 
Materiais utilizados durante os processos de montagem, concretagem, 
tracionamento e acabamentos dos serviços de protensão : 
mangueiras, vedações, arame recozido n°18, estilete, fita adesiva, 
cap’s, estopa, esmalte sintético, tinta, trena, medidor. 
 
6.4. EQUIPAMENTOS 
 
a) MACACO HIDRÁULICO : dispositivo mecânico usado para aplicar 
força no cabo de protensão. Todo o conjunto de tensionamento 
consiste normalmente de macaco, bomba hidráulica de alta 
pressão, mangueiras e manômetro de pressão. 
 
 
 
b) MAÇARICO : normalmente de oxiacetileno, utilizado para corte das 
cordoalhas após o tracionamento dos cabos. 
 
c) LIXADEIRA (policorte) : normalmente utilizada para corte das 
cordoalhas durante a montagem dos cabos. 
 
 
 
 
 
 
7. PROJETO ESTRUTURAL– LAJES PROTENDIDAS 
 
 A crescente utilização das monocordoalhas engraxadas em lajes 
protendidas de edifícios, no Brasil e no mundo, tem explicação em algumas 
vantagens que o sistema traz em relação às estruturas em concreto armado 
convencional. Entre elas podemos citar : 
 
 
 - possibilidade de grandes vãos com grande esbeltez de laje, 
permitindo maior liberdade arquitetônica 
 - maior área útil por pavimento e maior flexibilidade no aproveitamento 
do espaço devido a redução do número de pilares 
 - economia na estrutura para vãos superiores a 7,0 m 
 - menor espessura média dos pavimentos, acarretando menor altura 
nos edifícios e menor carga nas fundações 
 - formas mais simples e mais baratas 
 - maior rapidez na desforma e retirada de escoramentos 
 - redução e eventual eliminação de flechas e fissuração nas lajes 
 - flexibilidade na distribuição de dutos e outras instalações sob as lajes 
 
 Abaixo um comparativo de custos entre lajes protendidas e em 
concreto armado, apresentado no catálogo técnico do sistema Freyssinet : 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Além das vantagens citadas, vale lembrar que, para se obter o 
máximo de aproveitamento em um projeto de lajes protendidas, é imprescindível 
a participação de todos os profissionais envolvidos no desenvolvimento dos 
projetos do empreendimento assim como dos responsáveis pela sua execução, 
de maneira a se otimizar a concepção do projeto e todas as etapas executivas, 
garantindo segurança, economia e máximo aproveitamento das vantagens 
técnicas do sistema estrutural. 
 
7.1. A CONCEPÇÃO DO PROJETO ESTRUTURAL 
 
 O projeto de estrutura em concreto protendido de lajes para 
edificações deve atender às prescrições das Normas Brasileiras pertinentes, 
principalmente a ABNT NBR 6118:2003 – Projeto de Estruturas de Concreto – 
Procedimento. 
 A determinação do tipo estrutural a ser adotado depende de vários 
fatores, que devem ser estudados em conjunto com o projetista arquitetônico e o 
construtor da obra. O arquiteto precisa levar em conta determinadas 
características das estruturas protendidas e tirar partido arquitetônico disto, tanto 
no aspecto estético como no aspecto prático, de execução da obra. O construtor 
LAJE EM CONCRETO ARMADO 
LAJE PROTENDIDA 
 
precisa conhecer peculiaridades do processo executivo que muitas vezes diferem 
das estruturas convencionais, e quanto melhor for o domínio da nova técnica 
mais otimizados poderão ser seus custos. Muitas vezes o custo mais elevado não 
decorre do consumo de materiais, que pode até sofrer reduções conforme as 
soluções comparadas, mas de processos executivos deficientes. 
 
 Alguns itens que merecem estudo mais detalhado : 
 
 - modulação de pilares : as lajes de concreto protendido têm eficiência 
estrutural melhorada se os pilares puderem obedecer uma distribuição modulada, 
com pilares alinhados em duas direções ortogonais. 
 - vãos das lajes : como as lajes protendidas são mais econômicas 
para vãos superiores a 7,00 m, convém trabalhar com vãos estruturais em torno 
deste valor (de 6,00 a 8,00 m). 
 - distribuição de vagas em garagens : se for necessário distribuir 
pilares em garagens, vale a pena estudar esta distribuição em conjunto com os 
pavimentos superiores, de forma a procurar um vão adequado na garagem (7,50 
a 7,60 m entre eixos de pilares) que possa permitir o estacionamento de 3 
veículos, por exemplo, e que possam ter continuidade em todos os pisos 
superiores, sem interrupções e nem necessidade de transições. 
 - dimensões mínimas de pilares : os pilares que suportam lajes 
protendidas, sem vigas, devem ter dimensão mínima de 25 cm, e isto deve ser 
levado em conta no projeto arquitetônico. Se o edifício for alto, a estabilidade 
global deve ser garantida com paredes estruturais (caixas de elevadores e de 
escada) e alguns pilares podem ter dimensões avantajadas. 
 - balanços e vãos extremos : sempre que possível, deve-se evitar o 
lançamento de pilares em bordos de lajes, prevendo-se balanços além do pilar 
mais extremo, mesmo que pequenos. Os vãos extremos, se possível, devem ter 
comprimento menor que os vãos seguintes internos, de maneira a se manter os 
valores de momentos fletores dentro de uma mesma ordem de valores. Deve se 
evitar vãos isostáticos, onde a eficiência dos cabos de protensão cai muito, 
devido a falta de excentricidade geométrica na disposição do cabo. 
 - o projeto arquitetônico deve tirar partido da estrutura esbelta em laje 
lisa, principalmente nos seguintes aspectos : 
! bordos lisos, sem vigas ou vergas : acrescentar vergas 
posteriormente em janelas e aberturas pode significar aumento de custos. Talvez 
compense estudar alternativas de esquadrias ou outros materiais de fechamento 
! laje totalmente plana e com contra-piso zero : evitar a 
utilização de rebaixos em sacadas ou banheiros, pois comprometem a eficiência 
da laje protendida. Uma alternativa é a utilização de pisos elevados, mesmo que 
externos. 
 - tipo e espessura de lajes : as possibilidades de tipos estruturais em 
lajes de concreto protendido são bem variadas, e veremos as possibilidades nos 
capítulos seguintes. 
7.1.1. ESQUEMAS ESTRUTURAIS 
 
 Os principais tipos de lajes adotados para lajes protendidas são as 
lajes lisas e as lajes nervuradas. As lajes lisas apresentam vantagens em relação 
 
às demais lajes, porém podem necessitar de reforços nos apoios devido ao 
puncionamento. 
 
 
 
 
 
 Laje lisa maciça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Edifício residencial em laje lisa maciça – Curitiba - PR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laje cogumelo maciça com 
 engrossamentos na região 
 dos pilares (capitéis) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laje maciça com vigas faixa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As soluções em laje maciça com capitéis ou com vigas faixa, por 
apresentarem uma espessura maior que a laje como um todo, necessitam 
normalmente de um revestimento de forro, que pode aumentar os custos da obra, 
se estiverem previstos antecipadamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laje nervurada com vigas 
faixa. As nervuras podem 
ser definidas por formas 
plásticas (cabacinhas), 
blocos de EPS (isopor), 
blocos plásticos, blocos de 
concreto leve e até mesmo 
blocos cerâmicos. A solução 
mais utilizada é a de formas 
plásticas, que são 
removíveis, deixam a 
estrutura bastante leve 
(espessura média pequena) 
e podem compor 
arquitetonicamente. 
 
 
 
 
Estacionamentos do Park Shopping Barigui – Curitiba – PR 
Laje nervurada protendida, utilizando monocordoalhas engraxadas, com vãos de 
10 m, apoiadas sobre vigas faixa com vãos de 16 m. 
 
 
 
 
 
 
Laje nervurada com capitéis 
sobre os pilares. As 
nervuras podem ser 
definidas como na solução 
anterior. Também é uma 
solução bastante leve, 
porém pode necessitar de 
revestimento inferior (forro). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Outras soluções podem ser adotadas para lajes protendidas : 
 
 - Laje maciça ou mista (com EPS ou blocos cerâmicos) excutada 
sobre painéis treliçados (tipo pré-laje). A protensão normalmente é feita em duas 
direções. 
 
 - Lajes em vigotas apoiadas sobre vigas faixa protendidas. A laje 
treliçada, utilizando blocos de EPS ou cerâmicos, pode eventualmente ser 
protendida. 
 
7.1.2. DIMENSÕES ESTRUTURAIS 
 
 No caso de lajes protendidas as dimensões mínimas devem respeitar 
os limites estabelecidos pela Norma Brasileira ABNT NBR 6118:2003, que 
estabelece : 
 
 - espessura mínima de 15 cm para lajes maciças com protensão 
apoiadas em vigas, sendo l/42 para lajes de piso bi-apoiadas e l/50 para lajes de 
piso contínuas (l = vão da laje) 
 
 - espessura mínima de 16 cm para lajes lisas maciças 
 
 - espessura mínima de 14 cm para lajes cogumelo maciça (comcapitéis, fora da região dos capitéis) 
 
 - em lajes nervuradas protendidas, a espessura mínima da capa deve 
ser de 1/15 da distância entre nervuras e maior ou igual a 3 cm. As nervuras 
devem ter largura mínima de 8 cm. 
 
 No gráfico abaixo, obtido pelo Eng. Manfred T. Schmid, pode-se 
determinar a espessura de lajes lisas e cogumelos, em concreto armado ou 
protendido, para pisos com sobrecarga total de até 300 kgf/cm2. 
 
 
 
 Nas tabelas abaixo, o Eng. Alexandre Emerick apresenta a relação 
vão/espessura usual para seções típicas de lajes protendidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.1.3. DETALHAMENTO DAS ARMADURAS 
 
 No projeto de lajes protendidas, como a protensão é parcial (nível 1), 
há a necessidade de se colocar armadura passiva (não protendida) adicional, 
para absorver as tensões de tração não absorvidas pela protensão, e para 
controlar a fissuração. 
 
 Os cabos para protensão, podem ser distribuídos de várias maneiras : 
 
 - uniformemente distribuídos em duas direções ortogonais 
 - concentrados em faixas sobre os pilares em duas direções 
ortogonais, armando com ferragem passiva os painéis internos ou mesmo com 
cabos mais distribuídos 
 - concentrados em faixas sobre os pilares numa direção e distribuiídos 
uniformemente na outra direção 
 
 Esta última alternativa é a mais utilizada. Como os esforços em lajes 
lisas ou cogumelos têm maior intensidade nos alinhamentos de pilares, é 
recomendável que os cabos de protensão se concentrem nestas faixas. Porém, 
como o acúmulo de cabos e armaduras passivas sobre os pilares normalmente é 
 
muito grande, adota-se uma direção para concentrar os cabos sobre os pilares e 
na outra direção os cabos são simplesmente distribuídos. 
 A armadura passiva, com várias funções, pode ser assim distribuída : 
 
 - armadura suplementar : normalmente distribuída na face inferior da 
laje e concentrada na face superior da laje, sobre os pilares 
 - armadura de puncionamento : armadura em torno dos pilares 
 - armadura de fretagem : armadura de distribuição de tensões em 
torno das ancoragens dos cabos 
 - armaduras de borda : como as lajes protendidas normalmente não 
tem vigas de bordo, é recomendável a colocação de armadura de reforço ao 
longo de todo o perímetro da laje 
 - armaduras de reforço : colocadas em furos, aberturas, regiões de 
mudança de direção de cabos, etc. 
 
 O projeto estrutural deve apresentar o desenho detalhado de todas 
estas armaduras, de forma clara e precisa, de maneira a permitir o perfeito 
entendimento e sua montagem na obra. 
 
 Desenhos e detalhes ilustrando estas armaduras se encontram no 
item 7.2. mais adiante. 
 
7.1.4. RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS 
 
7.1.4.1. FUROS, REBAIXOS, ARMADURAS DE ESPERA 
 
 Qualquer furo, rebaixo e esperas de armaduras para pilaretes, cintas 
ou vergas, devem ser previstos em projeto e executados de acordo com os 
detalhes e recomendações do projeto estrutural. Qualquer necessidade deste tipo 
na obra, sem previsão no projeto estrutural, só pode ser executada com o 
conhecimento do engenheiro estruturista e sua devida autorização. Alterações 
nas especificações de materiais, detalhes de armaduras, disposição de 
armaduras passivas ou ativas, dimensões de peças estruturais e outras de 
interesse estrutural só podem ser efetivadas com autorização do autor do projeto. 
 
7.1.4.2. ESCORAMENTOS 
 
 Devido ao peso próprio da laje a ser executada superar bastante o 
valor da carga acidental para a qual a laje foi projetada, deve-se prever 
reescoramento nas lajes inferiores. O número de pisos onde se deve prever o 
reescoramento é definido pelo projetista da estrutura, em função do tipo de laje a 
ser executada e a carga acidental considerada nas lajes. O dimensionamento e 
detalhamento do escoramento normalmente não faz parte do projeto estrutural, e 
deve ser solicitado separadamente. 
 
 A figura abaixo é apenas ilustrativa de uma situação de escoramento 
para uma seqüência de lajes protendidas. Cada projeto deve ter sua situação 
particular analisada e ter um projeto específico de escoramento desenvolvido. 
 
 
 
 
 
 
 
7.2. DESENHOS DO PROJETO ESTRUTURAL 
 
 Além da representação gráfica das formas e armaduras, como citado 
no item 7.1.3., o projeto deve trazer todas as informações necessárias à 
execução das lajes protendidas tais como : 
 
 - classe do concreto 
 - especificações do aço de protensão e do aço comum adotados no 
projeto 
 - resistência do concreto na idade da protensão, normalmente atingida 
aos três dias de idade do concreto 
 - alongamento teórico dos cabos : após a protensão dos cabos, leitura 
e registro dos alongamentos reais obtidos em obra, o projetista da estrutura deve 
analisar estes dados e liberar o corte dos cabos na obra 
 
 Os desenhos apresentados a seguir são de um projeto estrutural de 
um edifício em lajes lisas maciças protendidas, desenvolvido pela empresa 
proCalc Estruturas S/C Ltda, para a empresa Hauer Construções Civis Ltda. 
Posteriormente a construtora Hugo Peretti & Cia adquiriu o empreendimento, 
ainda na sua primeira laje, e está concluindo a obra. O edifício fica localizado à 
Rua Cambará, em Curitiba-PR. 
 
 O Edifício Melbourne se encontra em fase de execução, sendo que os 
serviços de protensão estão sendo executados pela empresa Impacto Sul. A obra 
é composta de duas torres idênticas com : 
 
 - subsolo 
 - pavimento térreo comum às duas torres – laje protendida 
 
 - seis pavimentos tipo em duas torres – laje protendida 
 - piso do duplex inferior – laje protendida 
 - atico, cobertura, casa de máquinas e caixa d’água 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Distribuição dos pavimentos do Edifício Melbourne 
 
 
 
 
Edifício Melbourne – Vista parcial de uma das torres 
 
 
 
 
Vista parcial – Montagem da laje protendida do pavimento tipo 
 
 
Vista parcial – Montagem da laje protendida do pavimento tipo 
7.2.1. FORMAS DO PAVIMENTO TIPO 
 
PLANTA 
 
 
 
 
 
CORTES 
 
 
 
7.2.2. ARMADURAS ATIVAS (DE PROTENSÃO) 
 
 
 PLANTA DOS CABOS CONCENTRADOS EM FAIXAS 
 HORIZONTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PLANTA DOS CABOS DISTRIBUÍDOS VERTICAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ELEVAÇÃO GENÉRICA DOS CABOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DETALHES DAS ANCORAGENS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2.3. ARMADURA PASSIVAS (SUPLEMENTARES) 
 
ARMADURA PASSIVA INFERIOR HORIZONTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ARMADURA PASSIVA INFERIOR VERTICAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ARMADURA PASSIVA SUPERIOR HORIZONTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARMADURA PASSIVA SUPERIOR VERTICAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ARMADURA DE PUNCIONAMENTO PARA PILARES DE CANTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ARMADURA DE PUNCIONAMENTO PARA PILARES LATERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARMADURA DE PUNCIONAMENTO PARA PILARES CENTRAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARMADURA DE FRETAGEM NAS ANCORAGENSARMADURA DE REFORÇO EM FUROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2.4. DETALHES EXECUTIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Detalhe genérico de uma ancoragem ativa 
 
Detalhe de montagem de uma ancoragem ativa 
 
 
Ancoragens ativas no Ed. Melbourne com detalhes da armadura de fretagem 
Das cadeiras de apoio dos cabos 
 
Detalhe da armadura de fretagem em torno de um pilar 
 
 
 
 
 
 
Armadura de puncionamento através de conectores (studs), mais 
eficientes e mais fáceis de montar que a armadura convencional 
 
 
 
 
 
 
 
Vista parcial de uma laje onde se percebe a concentração de cabos em faixas 
numa direção e distribuídos na outra direção, além das armaduras 
complementares distribuídas na face inferior da laje 
 
 
 
Cuidados especiais nas passagens de furos e aberturas em lajes 
 
 
8. EXECUÇÃO 
 
8.1. MATERIAIS UTILIZADOS 
 
8.1.1- Ancoragens; 
8.1.2- Cunhas; 
8.1.3- Pocket Former(Nicho plástico); 
8.1.4- Arame recozido n°18; 
8.1.5- Estilete; 
8.1.6- Fita adesiva; 
8.1.7- Mangueiras; 
8.1.8- Cap’s; 
8.1.9- Estopa; 
8.1.10- Esmalte Sintético; 
8.1.11- Tinta; 
8.1.12- Macaco Hidráulico; 
8.1.13- Trena; 
8.1.14- Medidor; 
 
8.2. DADOS DOS MATERIAIS 
 
8.2.1 AÇO PARA PROTENSÃO 
 
 
O aço para protensão deve ser a cordoalha engraxada CP 190 RB - 
12,7mm ou 15,2mm. 
A cordoalha deve receber uma camada de graxa anti-corrosiva e um 
revestimento de plástico extrudado. Rasgos ou defeitos na blindagem devem ser 
consertados antes de lançar o concreto. Pequenos rasgos na seção livre das 
blindagens de cabos com menos de 8 cm de comprimento, devem ter uma luva 
localizada sobre a cordoalha antes de envolver a fita adesiva. 
 
8.2.2 ANCORAGENS E CUNHAS 
 
As ancoragens de ferro fundido nodular, resumidamente, são compostas 
de elementos químicos variados, e entre os principais estão o carbono, silício, 
estanho e o cobre. E de acordo com as quantidades colocadas desses elementos 
obtem-se a estrutura e as propriedades mecânicas da peça. 
 As cunhas são de aço de sofrem tratamento para obterem dureza na 
quantidade e profundidade pretendida. 
 
8.3. SISTEMA DE PROTENSÃO 
 
Cabos de aço são tensionados depois do concreto colocado no local. 
Primeiramente, as formas são erguidas e cabos são colocados nas 
posições apropriadas nas formas. Depois, barras de aço de reforço são 
colocadas em posições específicas e todo restante da armação também. 
No próximo passo, o concreto é colocado nas formas e deixado curar até 
adquirir a resistência exigida no projeto, mas também obedecendo o tempo de 
cura determinado pelo projetista. 
Depois o cabo é tensionado por um macaco hidráulico o qual empurra 
diretamente a âncora fixada no concreto endurecido. A força no aço é então 
permanentemente transferida para o concreto através do dispositivo de 
ancoragem na extremidade do elemento estrutural. 
 
8.4. DOCUMENTAÇÃO 
 
Certos documentos são fundamentais para o sucesso na execução de 
estruturas com cabos de protensão não aderentes. Estes documentos são: 
 
a) desenhos de execução e detalhamento; 
b) documentos com as especificações dos materiais comprados; 
c) certificados dos materiais recebidos; 
d) certificado de aferição dos macacos; 
e) tabelas de alongamento obtidos com aprovação do 
engenheiro responsável; 
 
Cada um destes documentos deverá estar na posse do pessoal de 
execução, de fiscalização e do dono da obra. Após a conclusão do serviço, uma 
cópia de cada um destes documentos deverá ficar arquivada no arquivo 
permanente da obra. 
 
 
8.4.1 DESENHO DE INSTALAÇÃO 
 
Instalação de qualquer elemento pós-tensionado devem somente ser 
executados com selo de “APROVADOS PARA EXECUÇÃO” e assinatura do 
engenheiro estrutural. Os desenhos deverão detalhar numero, tamanho, 
comprimento, marca, alongamento teórico, perfil (trajetória do cabo) e localização 
(ambos em plano e elevação) de todos os cabos. Nestes desenhos também 
deverão constar armadura passiva necessária não só a flexão e cisalhamento, 
mas também de fretagem. Se os desenhos vierem a ser alterados, os novos 
desenhos deverão ser marcados de modo a mostrarem as revisões existentes. 
 
8.4.2 LISTA DE REMESSAS 
 
 Cada carregamento dos materiais entregues no local de trabalho devem 
ser acompanhados por uma lista que detalha especificadamente aqueles 
materiais incluídos no carregamento. A quantidade dos materiais entregues deve 
ser verificada de encontro à lista do transporte, para então os materiais serem 
descarregados. As discrepâncias devem ser relatadas ao contratante geral ou ao 
seu designado imediatamente. 
 
8.4.3 CERTIFICADO DOS MATERIAIS 
 
As propriedades físicas de materiais são descritas pelas certificações de 
materiais fornecidas pelo fornecedor quando requeridas pelos originais do 
contrato. Tais certificações, que podem acompanhar o carregamento ao local do 
trabalho ou podem chegar pelo correio, devem ser enviadas ao contratante geral 
ou ao seu designado. Devem estar prontamente disponível para a referência 
quando necessitada. 
 
8.4.4 CALIBRAGEM DO MACACO 
 
Cada unidade de tensão do equipamento (macaco e calibre de pressão) 
fornecido pela firma de protensão deve ser acompanhado por uma carta da 
calibração que relaciona a pressão de calibre à força aplicada a um cabo. As 
cartas da calibração devem chegar com o equipamento e devem estar 
disponíveis para o uso da equipe de tensionamento e inspetores toda hora que a 
operação de tensão for tomada. A face do medidor deve ser marcada para 
mostrar a leitura máxima da pressão para tensionar. 
 
8.4.5 REGISTROS DE ALONGAMENTO 
 
Os registros de alongamento devem estar disponíveis para o uso pelas 
equipes de protensão e pelos inspetores do projeto. É de responsabilidade do 
contratante geral ou do seu designado para enviar imediatamente os registros de 
protensão terminados para a revisão e a aprovação pelo coordenador estrutural 
antes do corte das caudas dos cabos. 
 
8.5. MANUSEIO E ESTOCAGEM 
 
 
Durante processo de descarregamento todo cuidado deve ser tomado para 
não danificar a capa que envolve as cordoalhas. Recomenda-se que cintas de 
nylon sejam usadas durante descarregamento dos materiais. Nunca use 
correntes ou ganchos para descarregar cabos, danos severos podem resultar. 
O processo de descarregamento deve ser feito mais próximo possível à 
área de armazenamento designada para evitar a manipulação excessiva dos 
materiais. Os movimentos múltiplos do armazenamento aumentam a 
possibilidade de danos a componentes da capa e outros do sistema. 
Todos os cabos devem ser armazenados em uma área seca e sobre 
estrados. Os cabos não devem ser expostos à água, sais, cristais de gelo, ou a 
nenhum outro formulário de elementos corrosivos. Quando o armazenamento a 
longo prazo é requerido, os cabos devem ser protegidos da exposição à luz solar 
aberta por períodos de tempo longos. O armazenamento não deverá ser feito no 
local da obra, pois sempre oferece piores condições. 
A maioria dos cabos são enviados nos pacotes e unidos. Os pacotes são 
comprimidos e quando cortados por um cortador da faixa podem saltar distante 
rapidamente. Isto pode ser perigoso e muito cuidado deve ser tomado ao cortar 
as faixas. 
Cunhas e ancoragens devem ser armazenadas em uma área limpa, seca e 
identificado por um andar individual e/ou uma seqüência programada. Estas 
cargas devem unicamente ser usadas em sua programação pretendida. 
No recebimento dos equipamentos deve-se tomar cuidado para que o 
macaco e o medidor nunca estejam separados. Cada macaco e o medidor são 
calibrados conforme a unidade. 
Verificar no calibre e no macaco para um número que corresponde àquele 
nos registros da calibração. Os macacos serão calibrados antesque sejam 
enviados ao trabalho. No evento, há qualquer discrepância contate o engenheiro 
responsável ou seu designado imediatamente para a definição. Não espere até o 
dia de protender para identificar um problema. 
Armazene o equipamento de protensão em um lugar seguro, limpo, seco e 
que permita acesso ao equipamento somente ao pessoal treinado, qualificado. 
 
 
Condições inadequadas de 
armazenamento dos cabos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.6. RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA CADA ETAPA 
 
8.6.1 CORTE DAS CORDOALHAS E PRÉ-BLOCAGEM 
 
 
As cordoalhas devem ser cortadas com comprimento suficiente que 
exceda a extremidade da forma para permitir o tensionamento. É exigido um 
comprimento mínimo de 30 cm para cada extremidade tensionada. 
As cordoalhas devem estar claramente identificados por um código de 
cores para fácil disposição, como está mostrada nos desenhos. Cada cordoalha 
deve estar acompanhado por uma placa marcadora, indicando o número dos 
cabos, comprimento, código de cores. 
Desencapar cerca de 450 mm de cordoalha, de modo a providenciar 
comprimento suficiente de cordoalha para ser segura pela cunha do macaco; 
Colocar a ancoragem com a cunha encostada manualmente em uma placa 
de reação; 
A cunha deverá ser cravada com o macaco para a força total de protensão 
prevista no projeto – normalmente 15 tf. Se a cunha não for cravada com a força 
total de projeto, existirá o risco de escorregamento durante a protensão na 
extremidade ativa. 
 
 
 Cabos montados, amarrados e 
 identificados, prontos para serem 
 encaminhado à obra. 
 
 
 
 
 
 
 
8.6.2 LOCAÇÃO DE CABOS E ANCORAGENS 
 
A montagem dos cabos deverá ser feita antes da colocação de condutores 
de eletricidade e outros dispositivos mecânicos. Sempre que haja interferência 
entre cabos e outros dispositivos deve-se consultar o engenheiro responsável 
para a relocação de um dos dois. 
Localize as linhas centrais dos feixes nas formas laterais da laje, como 
mostrado no desenho do layout dos cabos. Localiza-se e marca-se as 
ancoragens ativas nas formas laterais. Então, o empreiteiro deve providenciar 
furos de 25 mm de diâmetro nas formas laterais da laje distanciando lateralmente 
um mínimo de 8cm um furo do outro. Fixa-se as ancoragens ativas com pocket 
forms(nicho plástico) seguramente nas formas laterais. 
Coloca-se a fretagem indicada no projeto. Posiciona-se os apoios, as 
barras de suporte e os cabos de acordo com os layouts. Para lajes de duas 
direções, siga a locação na sequência dos desenhos, ou detalhes mostrando a 
sequência de locação para áreas críticas. 
Cabos da laje cruzando viga, devem ser fixados diretamente às barras 
superiores (negativas) longitudinais da viga, se o eixo apropriado desse cabo é 
mantido. 
 
Nas extremidades ativas dos cabos, revista a extremidade da mangueira 
com caps que envolve o cabo com fita resistente para prevenir escoamento de 
cimento dentro das ancoragens. O concreto deve ser colocado de maneira a não 
interferir nos perfis dos cabos; o operário deve ser prevenido para não andar 
sobre os cabos e sobre as barras suporte. Qualquer cabo deslocado durante a 
concretagem deve ser relocado ao seu perfil original antes do concreto assentar. 
 
8.6.3 CONCRETAGEM 
 
8.6.3.1 FISCALIZAÇÃO ANTES DO LANÇAMENTO DO CONCRETO 
 
A fiscalização da armadura é uma das operações mais importantes na 
execução da obra. Esta inspeção deverá ser feita por engenheiro especializado. 
Os pontos a serem verificados são: 
 
a) Firmeza da fixação das ancoragens passivas; 
b) Comprimento de cabo exposto na extremidade passiva; 
c) Espessura do revestimento plástico das cordoalhas suficiente e 
uniforme; 
d) A cordoalha não deve apresentar pontos de corrosão nas regiões 
em que se encontra desencapada; 
e) As ancoragens devem ter aparência uniforme e sem deformações 
ou porosidades; 
f) Inspecionar os certificados dos materiais empregados; 
g) Posicionamento em perfil das cordoalhas e respeito a tolerâncias; 
h) Verificar o aspecto das curvas entre pontos de referência, pois estas 
devem ser suaves; 
i) Alinhamento horizontal das cordoalhas; 
j) Integridade do capeamento plástico das cordoalhas. No caso de 
danos verificados, cuidar dos respectivos reparos; 
k) Tipo de armadura de suporte ou caranguejo de acordo com o 
projeto; 
l) Rigidez de ligação das ancoragens ativas na forma do nicho; 
m) Colocação da armadura de fretagem; 
n) Descrição do método de lançamento do concreto para não danificar 
o posicionamento dos cabos; 
o) Verificação do número de cabos colocados conforme desenhos de 
execução aprovados; 
p) Verificação de toda a armadura passiva; 
q) Perpendicularidade das cordoalhas na sua ligação com as 
ancoragens; 
r) Verificação do espaço útil para colocação dos macacos para a 
operação de protensão; 
 
8.6.3.2 CONCRETAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os seguintes procedimentos são recomendados para o lançamento do 
concreto: 
a) O lançamento deverá seguir as prescrições das normas brasileiras 
em vigor; 
b) Qualquer aditivo contendo qualquer tipo de cloreto deverá ser 
formalmente proibido; 
c) Nenhum concreto deverá ser lançado antes da inspeção das 
armaduras e cabos; 
d) O método de lançamento deverá ser definido de forma a manter 
inalteradas as posições das cordoalhas e da armadura passiva. Se 
houver algum deslocamento de armadura, esta deverá ser corrigida 
antes de prosseguir com o lançamento do concreto; 
e) Deverá ser tomado cuidado especial com a colocação e vibração do 
concreto na região das ancoragens de forma a se evitarem vazios 
que provoquem concentrações de tensões; 
f) Deverá ser evitado o acumulo de concreto em lugares 
determinados, e o espalhamento deverá evitar a mudança de 
posição das armaduras; 
g) A altura de lançamento deverá ser cuidada de forma a evitar 
segregação e alteração na posição das armaduras; 
h) Os tubos da bomba de concreto se usada, deverão ser apoiados de 
forma a não encostarem nas armaduras; 
i) Deverá ser mantido o contato de vibradores com as cordoalhas; 
8.6.4 TENSIONAMENTO 
 
A operação de protensão não deve se iniciar até que estejam disponíveis 
os resultados dos ensaios de corpos de prova do concreto, onde se comprove 
que o concreto atingiu a resistência mínima especificada no projeto. 
A operação de protensão deve ser feita sob o controle de uma pessoa 
experiente com este tipo de trabalho. Essa pessoa deve fazer um rígido controle 
de todas as operações, desde que tenham sido feitos os testes de concreto, feito 
sob as condições de obra e indicando que o concreto alcançou uma resistência 
mínima exigida no projeto. 
Todo aço de pós-tensão deve ser tensionado por pequenas bombas 
hidráulicas, equipadas com manômetros de pressão hidráulica calibrado. Um 
diagrama de calibragem deve acompanhar cada bomba. Se ocorrerem diferenças 
entre a extensão medida e a leitura do manômetro a unidade de leitura deve ser 
calibrada. Uma tolerância de alongamento deve ser especificada pelo projetista. 
 
 
 
 
A operação de tensionamento procede como a seguir: 
 
a) As laterais das formas deverão ser removidas o mais cedo possível para 
permitir a retirada da forma de plástico(pocket forms) do nicho e limpeza 
deste enquanto o concreto ainda está fresco. Remova os pocket forms das 
extremidades ativas, cheque dentro de cada cavidade para certificar que 
as ancoragens não possuem cimento. Senão, remova esse cimento; 
b) Verificar a integridade do concreto nos nichos e em todas as superfícies 
aparentes. Se for detectada qualquer anormalidade como vazios ou 
porosidade anormal no concreto, deve-se avisar o pessoal responsável, 
antes da operação de protensão; 
c) Insira cunhas manualmente, lado a lado, dentro de cada ancoragem; 
d) Faça uma marcaem cada extremidade ativa do cabo, utilizando um 
medidor, a uma distância fixa da aresta da laje; 
e) Verificar o macaco de protensão: 
1) verificar a limpeza do equipamento, especialmente as cunhas 
e seus apoios no macaco; 
2) verificar as condições e extensão dos cabos de força das 
bombas elétricas; 
3) verificar o aterramento de todos os dispositivos elétricos; 
4) verificar a conecção de todos os cabos, mangueiras e o 
manômetro; 
5) ligar a bomba e testar a abertura do macaco várias vezes 
verificando não haver vazamentos; 
6) verificar o nível do óleo do macaco; 
7) verificar os documentos de aferição do macaco e anotar as 
pressões que deverão ser atingidas para introdução da foça 
de projeto. 
f) Os lugares da obra onde trabalharão os operadores dos macacos deverão 
estar limpos providenciando-se andaimes se as condições de obra assim 
exigirem; 
g) Protensão: 
1) Não deverão ser protendidas as cordoalhas em cujos nichos 
existam restos de concreto ou nata de cimento; 
2) Não utilizar o macaco quando se perceber que ele não se assenta 
devidamente na face da ancoragem; 
3) Não tracionar os cabos com força além da especificada numa 
tentativa de atingir o alongamento teoricamente calculado; 
 
4) Não deixar qualquer tipo de obstrução no caminho de alongamento 
do pistão do macaco; 
5) Não usar extensões de cabo de força com mais de 30 m; 
6) Suspender a operação de protensão se houver suspeita de que 
qualquer coisa não está certa; 
7) O manuseio inadequado do equipamento de protensão poderá 
danificá-lo e causar acidentes pessoais. Assim somente pessoal 
treinado poderá usar esses equipamentos. Deverá tomar-se o 
devido cuidado para que ninguém permaneça na frente da 
cordoalha a ser tracionada ou entre o macaco e a bomba, de modo 
a evitarem-se acidentes pessoais no caso de mau funcionamento 
de qualquer equipamento; 
8) O macaco deverá ser posicionado sem carga na cordoalha a ser 
tracionada, assentando-se devidamente sobre a ancoragem. Se 
houver alguma falha no seu posicionamento, o macaco deverá ser 
retirado e recolocado. Evitar fazer qualquer ajuste depois de 
introduzida alguma carga; 
9) Tensione os cabos até a força solicitada no projeto. Cabos que são 
tensionados em ambas as extremidades, essas podem ser 
tensionadas simultaneamente, porém não precisam ser tensionados 
simultaneamente se puder ser mostrado que as cunhas das 
extremidades opostas estão pré-ajustadas e não causam 
deslizamento do cabo. Esses cabos devem ter maior alongamento 
em uma extremidade do que na outra. O alongamento das duas 
extremidades deve totalizar o alongamento mostrado no desenho; 
h) Meça o comprimento final. Registre esse alongamento; 
 
Os cabos tensionados em uma extremidade apenas ou em ambas 
extremidades, deve ser indicado nas plantas de locação também. 
Se as condições da obra permitirem, o local de ancoragem das 
extremidades passivas pode ser invertido com o local de ancoragem das 
extremidades ativas. 
 
8.6.5 SELANDO O PLANO DE ANCORAGEM 
 
Após o término do tensionamento, alongamentos verificados e após ser 
revisado por um engenheiro estrutural, os cabos devem ser cortados 25 mm a 
partir da margem da laje. O corte poderá ser feito com maçarico de oxiacetileno 
ou outro indicado pelo engenheiro responsável ou disco de corte. No caso de 
corte com maçarico, a chama deverá ser cuidadosamente mantida longe da 
ancoragem e cunhas, devendo a operação de corte ser executada em tempo 
indicado pelo engenheiro responsável. 
Antes do selamento dos nichos, estes devem ser cuidadosamente 
inspecionados, de forma a estarem completamente limpos e isentos de qualquer 
material ou impureza que coloque em risco a aderência entre o grout e o concreto 
existente. 
O mais cedo possível após os cabos terem sido cortados, o construtor 
deve vedar o plano de ancoragens expostas. É sugerida que uma mistura epoxi 
 
seja usada para esse propósito, grout ou uma argamassa expansiva, sem 
retração e sem componentes suscetíveis a corrosão. A argamassa de 
grouteamento não deverá conter, sob qualquer hipótese, algum aditivo com 
cloretos ou outro elemento químico que danifique o aço de protensão ou as 
ancoragens. 
Chamamos especial atenção para a qualidade do preenchimento dos 
nichos, atendendo a responsabilidade do comportamento das ancoragens no 
comportamento futuro da estrutura e sua durabilidade. 
 
 
Corte de cabo com maçarico Corte de cabo com tesoura 
hidráulica 
 
Nichos de ancoragem prontos para receber proteção 
8.7. RESUMO DA EXECUÇÃO 
 
a) Corte das cordoalhas de acordo com a planilha fornecida em projeto; 
b) Corte das bainhas plásticas, colocação das mangueira de 45cm e pré-
blocagem das cordoalhas; 
c) Amarração das mangueiras nas ancoragens; 
d) Deixar as cordoalhas em rolos classificados de acordo com a 
sequência de colocação dos cabos; 
 
 
 
e) Fixação dos pocket former nas formas laterais com prego 23x54 ou 
arame recozido, garantindo a perpendicularidade entre a forma lateral e 
o nicho, evitando-se assim problemas e perdas de protensão. Deve-se 
também verificar se existe espaço suficiente para a colocação do 
macaco durante a protensão; 
 
 
 
 
 
 
 
f) Posicionamento dos cabos; 
g) Execução da fretagem de acordo com o projeto. As ancoragens 
passivas não deverão ser pregadas nas formas laterais ; 
h) Corte da bainha plástica na parte ativa, colocação das mangueiras de 
10cm com caps na parte ativa e colocação do cabo na ancoragem; 
i) Regulagem das alturas vindo da parte passiva para a parte ativa, 
tomando especial cuidado com as altura máximas e mínimas. A 
tolerância no traçado vertical é de ±5mm para lajes com espessura até 
25cm, e tolerância de ±10mm para lajes com espessura de 25cm até 
60cm. No traçado horizontal deve-se evitar desvios excessivos em 
planta, seguindo sempre as recomendações do projetista. As 
cordoalhas associadas em grupos deverão ser suavemente separadas 
perto das ancoragens. As cordoalhas deverão ser mantidas 
rigorosamente perpendiculares aos nichos tanto em planta como em 
corte. A chegada oblíqua das cordoalhas pode causar problemas desde 
fissuras localizadas até perda de alongamentos; 
j) Deixar nas partes ativas e passivas o cabo com 40cm na horizontal; 
k) Os desvios devem obedecer as curvaturas fornecidas pelo calculista e 
quando necessário em desvios que possuam vazios deve-se colocar 
grampos e armadura de reforço; 
 
l) Concretagem cuidando com a vibração nas partes ativas, para que o 
concreto ou a nata não tenha contato com as cordoalhas, prejudicando 
assim a protensão; 
m) Retirada das formas laterais; 
n) Retirada dos pocket former, limpeza, acunhamento do cabo e pintura; 
o) Protensão dos cabos com a carga de projeto, obedecendo a resistência 
de projeto do concreto quando o concreto tiver a resistência. 
 
 
 
8.8. PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER NO ALONGAMENTO 
 
As causas mais prováveis de valores de alongamentos errados são: 
a) marca da cordoalha com tinta fraca tendo-se apagado; 
b) medição errada. Deverá ser verificado o instrumento de medida; 
c) leitura errada do manômetro de pressão devido a erro nas tabelas 
de aferição; 
d) apoio errado do macaco; 
e) assentamento excessivo das cunhas devido a erro nas tabelas de 
aferição; 
f) funcionamento errado do macaco; 
g) atrito excessivo ao longo da cordoalha; 
h) colocação errada da cordoalha; 
i) colocação errada das cunhas; 
j) variação nas propriedades do material, particularmente no módulo 
de elasticidade longitudinal do aço; 
k) escorregamento na ancoragem passiva; 
l) concretagem defeituosa na região da ancoragem, provocando 
esmagamento ou deformação excessiva. 
9. CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO 
 
 O sistema de protensão não deve ser considerado como novidade, ou 
como “sistema de alta tecnologia”pelos funcionários da obra. Basicamente, é um 
processo como qualquer outro, que requer cuidados básicos, equipamentos 
 
específicos, mão-de-obra treinada e comprometimento dos envolvidos no 
processo. 
 A mão-de-obra treinada e o comprometimento dependem basicamente do 
próprio canteiro de obras. São os aspectos do processo que requerem o menor 
investimento e representam o melhor retorno. 
 
9.1. RESPONSABILIDADES 
 
Para que seja obtido um resultado excelente para a estrutura protendida, é 
de suma importância a definição das responsabilidades referentes à empresa 
contratada para prestar os serviços de protensão e a Construtora. 
Assim sendo, é necessário celebrar um contrato entre a Construtora e a 
empresa fornecedora do sistema de protensão, estabelecendo as 
responsabilidades pertinentes a cada parte integrante do processo. 
 
- Empresa de Protensão: 
 
1. Medida dos cabos, corte e identificação (recebimento ou corte na obra); 
2. Supervisão da armazenagem e manuseio dos cabos; 
3. Distribuição e posicionamento dos cabos conforme projeto específico; 
4. Preparação dos cabos (pré-blocagem e isolamentos); 
5. Supervisão da concretagem; 
6. Protensão dos cabos após o endurecimento do concreto; 
7. Liberação para retirada do cimbramento e do escoramento; 
8. Corte das pontas dos cabos; 
9. Supervisão da proteção das ancoragens aparentes; 
10. Certificados de calibração dos macacos e os registros da protensão. 
 
 
- Construtora: 
 
1. Descarga de materiais, sempre utilizando equipamentos que não 
danifiquem os cabos ou as bainhas; 
2. Armazenamento dos materiais; 
3. Movimentação dos materiais dentro do canteiro; 
4. Fornecimento de mão-de-obra qualificada e treinada para os serviços de 
concretagem; 
5. Controle adequado do concreto aplicado, que deve estar de acordo com 
as especificações do projeto estrutural, principalmente com relação à 
resistência inicial para a aplicação da protensão; 
6. Supervisão e montagem da armadura convencional e dos reforços 
necessários a protensão; 
7. Segurança do canteiro conforme normas vigentes; 
8. Verificar que o processo todo esteja sendo executado e supervisionado 
por pessoal habilitado. 
 
9.2. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDRÁULICAS: 
 
 
 O sistema de protensão tem preferência sobre as demais instalações 
normalmente utilizadas na estrutura. Por esse motivo, as instalações deverão ser 
feitas após o posicionamento dos cabos. 
 Naturalmente, a situação ideal ocorre quando há a correta 
compatibilização entre todos os projetos de instalações e o projeto estrutural, 
uma vez que nem sempre é possível relocar instalações, principalmente as 
passagens hidráulicas. Além disso, o canteiro de obras não é o local mais 
aconselhável para a execução de adaptações de última hora, e a pessoa que se 
dispõe a executar estas adaptações nunca é detentora de todas as informações 
pertinentes ao processo. A solução correta deve necessariamente contar com a 
colaboração do projetista da estrutura, que é o profissional capacitado para 
analisar todas as variáveis decorrentes do processo de instalações. 
 As instalações hidráulicas em geral se restringem às passagens nas lajes 
e vigas, para propiciar a posterior instalação das tubulações. Ainda assim, é 
fundamental a análise apurada destas passagens, pois para o caso de prumadas, 
por exemplo, a concentração de passagens hidráulicas pode ocasionar o 
surgimento de “janelas” no elemento estrutural, sujeitas a tensões diferenciadas 
devido a protensão, que irão requerer reforços de armadura diferentes dos 
utilizados comumente na estrutura de concreto convencional. Além disso, estas 
passagens não devem coincidir com o posicionamento dos cabos, por razões 
óbvias. 
 Também as passagens das prumadas elétricas merecem as mesmas 
atenções. 
 Quando da instalação das tubulações e caixas elétricas, estas podem ser 
embutidas na estrutura ou executadas após o término da estrutura e variam de 
acordo com os aspectos da obra (prazo, financeiro, tipo de vedações, etc). 
 As tubulações embutidas têm como ponto forte o fato de terem menor 
custo e possibilitarem a utilização de mangueiras de polietileno reforçado lisas, 
que facilitam a passagem dos fios e cabos elétricos. Porém, existe a 
possibilidade de alguma dessas mangueiras ser estrangulada durante o processo 
de instalação ou de concretagem, o que geralmente causa alguns transtornos. 
Tem como ponto fraco o fato de aumentar o número de funcionários envolvidos 
com a estrutura, o que em geral se traduz como perda de produção e diminuição 
da segurança. 
 As tubulações aéreas, feitas após a conclusão do elemento estrutural, têm 
como ponto forte o fato de não serem influenciadas pelas intempéries. O correto 
posicionamento das tubulações também é facilitado, pois este somente é feito 
após a edificação das vedações (alvenaria, dry-wall, etc). Isto resulta em melhor 
qualidade para as instalações. Como pontos fracos, o fato de obrigar a utilização 
de algum sistema de forração para o teto, ter maior custo e a necessidade de 
utilização de material incombustível (eletrodutos de PVC rígido ou eletrodutos de 
PVC flexível corrugado). No caso dos eletrodutos flexíveis corrugados, há um 
sensível aumento na dificuldade de efetuar o processo de enfiação e cablagem. 
 É importante salientar também que para instalações elétricas ou 
hidráulicas aéreas é necessário estudar atentamente o método que será utilizado 
para fixação destas no elemento estrutural, pois o posicionamento dos cabos de 
protensão por vezes se aproxima muito da face do elemento, situação na qual 
uma broca ou um pino de pistola pode danificar a bainha ou até mesmo o cabo. 
 
Pode-se procurar o caminhamento dos cabos através dos apoios (plásticos ou 
metálicos), visíveis na face do concreto ou utilizar métodos de fixação que não 
ultrapassem a distância mínima entre o cabo e a face do concreto. 
 
9.3. CUIDADOS COM ELEMENTOS PROTENDIDOS: 
 
 É importante salientar que após a concretagem do elemento estrutural 
protendido, este se assemelha muito com um elemento de estrutura 
convencional, porém não se comporta como tal e carece de alguns cuidados 
especiais. É fundamental que os funcionários da obra estejam familiarizados com 
estes aspectos para que atitudes geralmente comuns na obra, tais como furações 
em elementos feitos após a concretagem, devido a erros cometidos nas 
instalações ou concretagens, não acarretem patologias na obra. 
 Um dos pontos fundamentais para se obter uma estrutura protendida de 
qualidade é o cuidado tomado com a concretagem do elemento estrutural. 
 Inicia-se com a escolha do traço a ser adotado, que deve ser 
suficientemente plástico, atendendo as especificações de projeto estrutural. 
Também deve ser prevista alta resistência inicial a compressão. 
 O processo de recebimento é o mesmo adotado para estruturas 
convencionais, porém os resultados dos ensaios de compressão nos corpos-de-
prova devem ser enviados para obra com resultados aos 3 ou 4 dias, resultados 
estes que irão determinar se é possível tracionar os cabos. A responsabilidade 
pela liberação do tracionamento dos cabos é do projetista estrutural, que deve 
informar qual a resistência mínima do concreto necessária para resistir aos 
esforços transmitidos pelos cabos. 
 Quando do lançamento do concreto na forma, é imprescindível a 
supervisão da empresa contratada para execução da protensão, garantindo a 
integridade dos cabos, ancoragens, apoios, etc.. Também é importante que o 
processo de adensamento do concreto seja criterioso, para que a massa adquira 
homogeneidade e não haja descontinuidades no elemento. Próximo às 
ancoragens o adensamento deve ser ainda mais apurado, devido ao acúmulo de 
reforços de aço, formas plásticas e apoios, para evitar falhas de concretagem que 
possam dificultar ou até impedir o posterior tracionamento dos cabos.

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