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Direito Comercial II - Sociedade Por Ações

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DIREITO COMERCIAL II – AS SOCIEDADES ANÔNIMAS
INTRODUÇÃO
	A natureza de uma sociedade anônima é distinta das demais, até mesmo na questão de ser ou não um contrato plurilateral, pois a SA possui suas peculiaridades graças a sua natureza de sociedade capital, e sua estrutura que foi preparada para ser uma sociedade grande que abarcava empresas e setores econômicos considerados grandiosos. Sua estrutura é muito elástica a fim de permitir que essa sociedade funcione independentemente da quantidade de acionistas.
	Estabelecidas na lei ou no estatuto, são consideras sociedades institucionais ou normativas, não contratuais, já que nenhum contrato liga os sócios entre si. O capital é divido em ações, não em quotas; é sociedade de capital e não de pessoas. A legislação fala de vários aspectos de como deve ser uma sociedade anônima, deixando pouco espaço para os acionistas acordarem entre si. A função social, uma responsabilidade social corporativa começou com as sociedades anônimas, ratificando sua natureza institucional. A responsabilidade é limitada ao capital subscrito (limitada pelo valor que o acionista investiu). 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA GERAL 
	É um tipo societário moderno, firmando-se como sociedade capitalista, para poder justamente arrecadar grandes investimentos, mas há resquícios de estruturas anteriores. Parte da doutrina considera a origem da SA como sendo em relação às sociedades em comandita. Outros, por sua vez, a associam à figura da Casa de Sant Giorgio (São Jorge) – em Genova da Idade Média. Tratava-se de uma associação de credores que emprestavam dinheiro ao Estado, financiando guerras ou custeando obras públicas. Esses empréstimos tinham um limite de cem liras, que eram divididos em frações entre as pessoas que participam dessas associações, possuindo estas, então, um título referente ao valor por elas investido, que poderia ser cedido. Não possuía natureza especulativa. Em contrapartida, o Estado cedia a cobrança de tributos à associação e com esse dinheiro arrecadado pelos tributos pagava-se os juros dos empréstimos. Esse modelo deu tão certo que essas Casas se transforam em um Banco – base histórica da SA –, que já possuía natureza especulativa. 
	Entretanto, boa parte da doutrina acredita que a origem deu-se de outro modo. Desde a Idade Média havia associações navais que reuniam pessoas para construir navios e explorar a costa mediterrânea à procura de terras. O contrato que envolvia essa associação era chamado de Coluna. Tal modelo que existia na Idade Média foi retomado na época da expansão marítima, a priori pela Holanda, depois pelos países ibéricos e Inglaterra na figura das Companhias Colonizadoras. Este modelo é o que a doutrina mais associa à origem das SA. Tais companhias reuniam pessoas para investir em um projeto de colonização, então, cada um dava uma parte de dinheiro para o projeto, envolvendo todo o processo. Tudo o que conseguiam arrecadar na descoberta de novas terras eram convertidos em lucro de acordo com o dinheiro aportado anteriormente. Esse projeto tem o Estado como figura que estabelecia as rédeas desse projeto. A quantia aportada por pessoa e convertida em fração de participação no capital era chamada de aktie, sendo que esta podia ser cedida a outra pessoa. Também havia nessas companhias um conselho das pessoas que participavam da associação. Esse modelo foi avançando, surgindo o instituto das SA, modificando a estrutura de participação do Estado, que antes era uma outorga, necessidade do Estado autorizar.
	Na França, esse embrião serviu para apoiar a figura das SA no próprio Código Comercial Francês. Esse código as definia como sociedades que precisavam da autorização do Estado para funcionar e possuía regras, denominadas pela atividade, surgindo o embrião do que seria denominação, os administradores geriam por meio de mandatos determinados que dissessem quais as suas atribuições (o que eles poderiam fazer). Os acionistas não eram responsáveis pelas obrigações da sociedade (responsabilidade limitada ao capital investido), a propriedade das ações era dada por meio de um livro que as registrava e fica dentro da própria sociedade. A necessidade da autorização estatal era um ponto que emperrava a evolução das SA. 
EVOLUÇÃO NO BRASIL
	No Brasil, essas sociedades vieram com algumas companhias colonizadoras, tendo como referência de início a Companhia do Comércio do Brasil, Companhia Grão do Pará e Maranhão. Antes o Estado que estabelecia o tipo de companhia com um alvará; com a vinda do CCom a regulamentação fica clara, mas ainda necessitava de uma autorização estatal, possuindo tempo de existência determinado. A posteriori, a questão das SA foi trata em legislações distintas, evolução legislativa na qual há uma supressão da necessidade de autorização com a Lei nº 3.150/1882, até que chegamos a lei atual (Lei nº 6.404/76), com algumas reformas feitas pelas Leis nº 6.385/76, 8.021/90, 9.457/97, 10.303/01 e 12.421/11 – a que mais modificou a estrutura foi a penúltima. 
	A sociedade limitada era a escolhida pelos brasileiros, pois sua estrutura era mais fácil e mais flexível, enquanto a SA, mais burocrática, era utilizada somente para grandes negócios – quem tinha condições para bancar os altos custos de sua estrutura. Assim, o Estado teve que aplicar certas reformas na Lei para purificar o mercado de capital, protegendo com suporte jurídico para tornar esse tipo de sociedade atrativa para acionistas minoritários. Nos últimos trinta anos, a estrutura de capitais no Brasil se fortaleceu bastante. Isso foi graças à legislação e à regulamentação própria do mercado de capitais, além das reformas na própria Lei de SA, que é o tipo societário desse mercado.
	Com a abertura no mercado de capitais, as SA passaram a ser valorizadas; com o CC, as limitadas tiveram sua estrutura modificada, passando a ser mais burocratizadas. Isso teria trazido um pouco mais do uso das sociedades anônimas. Atualmente, a escolha é baseada no tipo de sociedade que se quer – mais de pessoa ou mais de capital. Nas sociedades limitadas é muito mais fácil ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica, responsabilização do administrador, por exemplo, deixando as SA a ganhar espaço no mercado brasileiro. 
CONCEITO
	Art. 1º, Lei nº 6404/76 – sociedade comercial que tem o capital dividido em frações, conhecidas como ações e a com responsabilidade de sócios ou acionistas limitadas ao valor que ele subscreveu – a quantidade de ações que ele adquiriu. Nas sociedades limitadas o capital está dividido em quotas, que não podem ser fracionadas, enquanto ações podem ser fracionadas.
Personalidade jurídica: além da natureza do contrato societário, possui uma personalidade jurídica e, como consequência, a sociedade anônima possui autonomia patrimonial, jurídica, econômica. Necessidade de registro na junta comercial. 
Responsabilidade limitada à contribuição: responsabilidade limitada do acionista à porção de capital que ele subscreveu. Subscrever é a aquisição de certo número de ações. Os direitos políticos e econômicos também estão restritos a esse valor. 
Transferência da participação societária: por ser intuito pecuniae, temos a possibilidade de transferir essas ações sem que haja limitações. Nas limitadas existe uma preocupação em manter a relação e a estrutura societária, com as caraterísticas pessoais de cada sócio, é possível a transferência desde que os demais sócios não se oponham. Na SA essas unidades são livremente transferidas; por exemplo, se um acionista quiser sair, possui a liberdade de vender suas ações para qualquer pessoa. Essas transferências, entretanto, possuem alguns limites estipulados por lei ou pelo estatuto social, como, por exemplo, o direito de preferência, mas não é possível impedir que haja essa transferência porque o interesse dos acionistas é com o próprio investimento e não com as características pessoais de cada acionista.
Objeto e objetivo social: o objeto da sociedade precisa ter fins lucrativos, não pode ser contrário à lei, à ordempública e aos bons costumes, tem que ser preciso e completo, e dizer a atividade a qual ela se presta. Ela pode ter como objeto participar de outras sociedades – holdings. Portanto, o objeto tem relação com a atividade exercida com objetivo lucrativo. A SA sempre será uma sociedade empresária – tem sempre como fim o lucro. 
	Existem as sociedades anônimas que ainda possuem uma natureza familiar, chamadas de SA fechadas, que ainda possuem certo intuito persona. Mesmo assim, não muda a disciplina jurídica porque esses tipos de sociedades anônimas são exceções. Essa sociedade não comporta unipessoalidade, pois há um mínimo de dois acionistas.
	Quando um acionista deseja sair da sociedade, a tendência é que ele procure um terceiro para oferecer suas ações, pois esse tipo societário não é como nas limitadas que pode ocorrer a resolução quanto a um sócio. Se ele descordar de determinada deliberação da sociedade, até pode pedir para sair, mas esse direito é bem limitado, com uma disciplina específica, regulado com caráter de exceção. A regra não é o acionista pedir para sair, mas sim vender suas ações. A SA é um instituto que prevê estabilidade, por ter grandes investimentos.
	A SA é disciplinada pelo estatuto social, que traz alguns elementos que firmam a natureza institucional da sociedade anônima, porque é um documento firmado para garantir a estabilidade, que só deverá ser modificado em situações muito pontuais. No estatuto social não temos a qualificação dos acionistas, tendo como elementos obrigatórios: denominação, capital social, disciplina de assembleias, etc. Em algumas SA também existem os acordos de acionistas, que são documentos parassociais que vem para complementar o estatuto. Esse acordo tem outra natureza por definir situações que vigem entre os acionistas em si, enquanto que o estatuto é geral.
CARACTERÍSTICAS 
ADMINISTRAÇÃO
	Nas sociedades limitadas a administração é de acordo com o que o contrato social estipula. A própria lei determina a quantidade mínima de diretores, a vigência dos mandatos, a forma, o quórum para modificação dessa diretoria, traz disciplina para o caso desses diretores estarem impossibilitados de atuar, etc. Nas SA a estrutura básica de administração é uma Diretoria, que é o corpo executivo, a figura indispensável das Assembleias, que é o corpo deliberativo dos acionistas (dois tipos – gerais ordinárias (obrigatórias) e extraordinárias), e também um Conselho Fiscal que é obrigatório, mas de funcionamento facultativo. Se for uma SA de capital aberto o Conselho Fiscal é um órgão de existência permanente, já nas de capital fechado, ele pode ser instalado ano a ano, a depender da vontade dos acionistas. Além disso, temos a previsão de dois corpos diretivos, a diretoria, que é obrigatória, e pode ter um conselho de administração, que é responsável pelas diretrizes gerais, enquanto que a diretoria é responsável pela execução em si. 
DENOMINAÇÃO SOCIAL 
	Art. 1160 do CC. “A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.” Será regida obrigatoriamente por uma denominação que pode ter o nome fantasia mais o nome que associa à atividade, ou objeto social. Se optar-se por companhia, vem no começo podendo ser por extenso ou abreviado). Proteção, princípio veracidade e novidade. 
CLASSIFICAÇÃO
	Sociedade anônima de capital aberto e fechado. Art. 4º, Lei de SA. As sociedades anônimas de capital aberto são aquelas nas quais as frações são negociadas no mercado de valores mobiliário, oferecidas a um público indistinto no mercado de capitais. As SA de capital fechado possuem um contorno mais particular e existe a possibilidade de negociação daquelas ações, mas com um público determinado.
	Há ainda quem classifique as SA em normal e simplificada. Com base no artigo 294 da Lei nos temos a permissão para que aquelas sociedades anônimas que tenham um número de acionistas inferior a 20 e um patrimônio líquido inferior à x reais, tenham uma facilidade quanto a assembleia geral, diminuindo o seu rigor, retirando a obrigatoriedade de publicar os documentos contábeis referentes à prestação de contas e de publicar a convocação da assembleia geral, permitindo que seja feita por aviso direto aos acionistas.
CVM
	A SA viabiliza o acesso ao crédito, interferindo até mesmo na poupança popular, sendo que as frações será para um público indeterminado. Assim, é importante que o registro em um órgão regulatório, no qual as informações sejam prestadas e esclarecidas para que esse público indistinto tenha certa segurança ao adquirir essas ações – Convenção de Valores Mobiliários. É uma autarquia federal, que estipula regulamentações externas às sociedades anônimas de capital aberto – liquidez, informação de investidores e bom funcionamento do merco mobiliário. Lei 63.85/76.
MERCADO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
	O mercado primário define-se quando a companhia coloca as suas ações pela primeira vez aos intermediários que vendem as ações a terceiros. Já o mercado secundário, é aquele que, depois da emissão primária, os terceiros que compraram a priori, começam a vender suas ações a outros terceiros. Neste caso, os terceiros seriam os intermediários vendendo para um público e o dinheiro final iria para eles mesmos – enquanto no primário, o dinheiro vai para a companhia. O mercado secundário atua por meio de bolsa de valores e mercado de balcão.
REFLEXÃO SOBRE A NATUREZA JURÍDICA 
	A sua natureza é controvertida porque existe doutrina que diz que ela seria institucional e doutrina que diz que sua natureza é contratual.
CONSTITUIÇÃO
	Art. 80 da Lei de SA. Primeiro a lei estabelece requisitos que seriam essenciais para a constituição de uma SA. Há providências preliminares (subscrição e depósito) para a SA fechada e outras para a aberta. São requisitos preliminares:
 Subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;
Realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro;
Depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.
	Existe na constituição da sociedade anônima a figura dos fundadores que identificam o projeto, elaboram os documentos, investem um capital e assumem responsabilidade pessoal e solidária entre eles neste momento de constituição. Em geral a organização se dá com o investimento social dos fundadores e depois eles retiram os benefícios quando a sociedade for constituída, por meio de algumas ações privilegiadas ou um título que tem como função beneficiar o fundador, ou ele pode arrecadar dinheiro com antecipação de capital social, ou ter um bom cargo de direção. Então, a forma de compensar o trabalho inicial dos fundadores é após a constituição, mas num primeiro no momento há muitas responsabilidades. 
	Os fundadores irão atrás da questão financeira, obtendo recursos suficientes para a constituição e funcionamento da sociedade. Esses recursos ou viram por parte dos próprios fundadores que irão subscrevem as ações ou por meio de terceiros no mercado de capitais (sociedade de capital aberto).
SUBSCRIÇÃO E CONSTITUIÇÃO 
	Subscrição é o compromisso de aquisição de ações no momento que antecede a constituição da companhia. Neste momento o subscritor está dizendo que está prometendo que ele aportará o dinheiro para a sociedade, sendo que este compromisso é irretratável até o momento dessa constituição. Se o projeto não for realizado, a subscrição fica prejudicada e o fundador no pode desistir, sob pena de responder solidariamente sobre o valor. 
Natureza jurídica: parte da doutrina a considera como uma declaração unilateral de vontade, uma vez quea companhia ainda não está constituída. Já a doutrina francesa defende que os fundadores desde a subscrição detêm uma série de obrigações e responsabilidades, assim, seria um contrato de promessa de compra e venda condicionada à constituição da SA, sendo que as partes são o subscritor e os fundadores. 
Forma: os fundadores irão, no projeto, identificar o quanto eles precisam para a constituição da companhia, determinar o capital social, quantas e que tipo de ações a sociedade terá, além de estipular como ocorrerá o pagamento dessas ações (integralização). Os subscritores vão aderir ao estatuto social quando comprarem as ações, logo é um contrato de adesão.
	A lei exige um depósito de 10% da participação, ou seja, essa fração tem que ser integralizada à vista por cada acionista, com um prazo de 5 dias para o fundador depositar o dinheiro na instituição financeira em favor da sociedade em organização, identificando o nome de cada subscritor. Há um prazo de 6 meses para a constituição da sociedade ou o banco deverá devolver esse valor subscrito a priori para os fundadores. 
	Neste momento, o nome da companhia será nome mais “em organização” para que todos saibam a situação da sociedade. O dinheiro em depósito tem que ficar na instituição financeira, não podendo ser utilizado até a constituição da sociedade.
SUBSCRIÇÃO PÚBLICA E CONSTITUIÇÃO 
	Há particularidades se sociedade anônima de capital aberto ou de capital fechado. A partir do momento no qual é necessária uma oferta para o público indistinto, a lei estabelece outros requisitos complementares para a subscrição e constituição. 
	Apelo ao público por falta de recursos necessários para a constituição. Lei 6.385/76, art. 19 – meio de comunicação ou contratação de terceiros para oferta de ação no mercado. Lista quais seriam as formas de comunicação que envolvem a atuação de agentes intermediadores credenciados para realizar a oferta pública e arrecadar dinheiro junto ao público. Participação de instituição financeira intermediária. Necessidade obrigatória de uma instituição financeira. 
	Requisitos: art. 82 a 84. Estudo de viabilidade econômica e financeira, projeto do estatuto social e prospecto. Esse prospecto diz respeito ao negócio em si da companhia; deve apresentar o valor do capital a ser subscrito, parte do capital a ser formado, número, espécies e classes das ações, o número mínimo dado de entrada na subscrição, os contratos já firmados que tenham relação com a companhia, o prazo para que o público subscrever as ações, prazo para a constituição da companhia, qualificação dos fundadores completa e a instituição de intermédio, etc. A CVM fará uma análise do projeto de estatuto social e do prospecto a fim de apreciar todos os documentos podendo inclusive pedir para alterar alguns desses. Ela faz a análise antes de autorizar a companhia a emitir publicamente as ações para o mercado acionário.
	Art. 85 – subscrição e pagamento de entrada. A instituição financeira tem um prazo, se não forem vendidas todas as ações, o projeto não vai adiante e a companhia não vai ser constituída. Encerramento do prazo de prospecto e subscrição integral do capital social.
	A constituição da SA de capital aberto nada mais é que o momento no qual os fundadores convocam todos que adquiram as ações para determinar a própria constituição. É uma convocação de Assembleia Geral, que deve denominar três peritos para sua avaliação ou uma empresa para a realização de um laudo de avaliação dos bens. Já nas sociedades de capital fechado pode-se fazer tudo isso em uma única assembleia. 
	Art. 87 – a Assembleia possui um quórum de instalação e deliberação inicial (mais da metade do capital social). Já se na primeira convocação não aparecer mais da metade do capital social o quórum cai e pode acontecer com qualquer participação, inclusive inferior à metade do capital. O estatuto não vai ser reformado por maioria do capital social, só poder ser alterado por unanimidade. Essa SA só não será constituída se mais da metade do capital social se opuser. Neste momento há a eleição dos administradores e dos fiscais.
SUBSCRIÇÃO E CONSTITUIÇÃO PARTICULAR
	Fundadores escolhem pessoas que subscrevem o capital social, não precisa das formalidades necessárias das sociedades de capital aberto, nem autorização do CVM ou intermediação financeira. Além disso, a assembleia geral dos subscritores ou escritura pública em cartório. 
PROVIDÊNCIAS COMPLEMENTARES
	Art. 94. Arquivamento e publicação dos atos constitutivos (certidão do instrumento, art. 96, ou documentos constitutivos, arts. 95 e 87). Deve ser levado à Junta Comercial (registro público de empresas mercantis) para a realização do registro da ata. A responsabilidade, a partir deste momento, passa a ser dos administradores que foram eleitos na Assembleia cuja ata foi registrada, mas a lei permite que haja uma deliberação dos acionistas sobre o afastamento da responsabilidade dos administradores em determinados casos (ex: o prazo não foi cumprido, mas não houve culpa dos administradores). Depois desse registro há um prazo de 30 dias para que os fundadores publiquem a constituição.
	A Junta fará uma análise documental para examinar as previsões legais bem como se no estatuto tem cláusulas contrárias a lei e aos bons costumes. Se a junta inviabiliza a constituição pela falta de uma formalidade, por exemplo, os administradores deverão convocar outra Assembleia com um primeiro quórum de maioria do capital social. Essa assembleia deverá deliberar a fim de suprir a lacuna determinada pela junta. Se houver exigência da junta para a modificação do próprio estatuto o quórum abaixa de mais da metade para apenas a metade do capital social.
Pode ser que a integração ocorra com bens (depende do querer dos fundadores) e, pois, há a necessidade de um laudo por três peritos. Essa indicação precisa ser aprovada em Assembleia e o próprio laudo precisa ser aprovado. Em uma sociedade de capital fechado isto é realizada na própria assembleia de constituição.
Os fundadores irão se encarregar de convocar os subscritores para o processo de constituição estrita, que é quando ocorre a assembleia, que deliberará efetivamente. Neste caso, a responsabilidade ainda é solidaria entre os fundadores. Entretanto, em uma sociedade fechada, como os fundadores geralmente são os próprios subscritores estes já possuem responsabilidade sob a companhia.
Na sociedade de capital aberto a convocação precisa ocorrer por três vezes no jornal local, sendo que a última publicação precisa ser 8 dias antes da Assembleia e 5 dias da segunda Assembleia. Todos os subscritores serão convocados para a Assembleia Geral cujo objetivo será a própria constituição da sociedade. Neste momento, os atos que ocorreram na subscrição são ratificados. Na ata dessa assembleia estarão presentes todos os subscritores, o anexo do boletim de subscrição, os depósitos. Neste momento, há a escolha dos administradores e se houver um Conselho Fiscal, dos membros do conselho.
A sociedade só será constituída se não houver a oposição de mais da maioria do capital social. O estatuto social só será aprovado com a unanimidade. Neste momento, cada ação adquirida é computada como um voto, independentemente se ela tiver ou não direito a voto. Os administradores, a partir da publicação do registro na Junta comercial, serão assim considerados e, pois, passaram a ser, no lugar dos fundadores, os responsáveis pela sociedade. A Junta poderá rejeitar algum documento ou pedir para emendar um documento devendo este ser providenciado imediatamente, se ela não baixar nenhum documento, a sociedade estará constituída. Depois disso os administradores têm um prazo de 30 dias para publicar o extrato da Junta Comercial que considerou constituída a sociedade. Para que não haja vício e a constituição ser considerada nula, é necessário formalizar a constituição através da publicação.
CAPITAL SOCIAL 
	Os bens que possam ser apreciados economicamente – tangíveis ou intangíveis passíveis de avaliaçãoeconômica –, podem formar o capital social. Quando se pensa em bem intangível, portanto, pensa-se em uma marca, na propriedade intelectual ou industrial de uma patente, mas deve ser minimamente concreto. A preocupação para garantir o princípio da integridade, realidade do capital social também impede que seja levado para a SA o serviço especializado de pessoas. Não existe acionista de serviço, os acionistas devem entrar unicamente pelo aporte de capital. Assim, a pessoa que integralizar bens é responsável por todos os vícios que eles possam ensejar.
CONCEITO 
	O capital social é a expressão em dinheiro correspondente ao montante de contribuições que os sócios fazem para compor o patrimônio mínimo da sociedade, por eles reputado necessário ao exercício das atividades sociais e à produção de lucros, seja no momento de sua constituição, seja em virtude de deliberações posteriores que o aumentem pelo ingresso de novos recursos ou que o reduzam por perda significativa do mesmo patrimônio ou por se revelar excessivo aos fins sociais. Não ocorrendo nenhuma deliberação social (ou seja, nenhuma manifestação de vontade da sociedade, pela pessoa de seus sócios) no sentido de alterar o capital social (aumentar ou diminuir), ele permanecerá sempre estável, como referencial do patrimônio que os sócios reputaram dever possuir a sociedade para dar conta do objeto ajustado no pacto social. 
	O valor de referência no estatuto social aportado será utilizado para viabilizar o funcionamento da sociedade, medindo seu funcionamento. Assim, no mundo ideal, o patrimônio deve ser igual ao capital social. Entretanto, os acionistas podem no decorrer da operação da sociedade modificar o capital, para mais ou para menos. 
FUNÇÃO E PRINCÍPIOS
FUNÇÃO
	Esse capital é uma referência em relação ao patrimônio, que no decorrer da atividade oscilará, e, pois, estabeleceram-se algumas regras para a proteção desse capital. Há três funções principais do capital social: retenção, garantia aos credores e indicador do poder político. Na primeira função, os acionistas recebem o valor do seu aporte ao capital social quando não concordarem com uma deliberação social, podendo pedir para sair da sociedade e, pois, o capital social será movido, além disso, quando a sociedade termina o capital social aportado é “devolvido” aos acionistas. Do resto ele não pode ser alterado e os lucros só podem ser distribuídos se houver o valor excedente comparado ao capital social. 
	Na segunda função o capital social serve de garantia aos credores, por exemplo, para uma instituição financeira conceder crédito. Na realidade para os credores o que importa mesmo é o patrimônio social, mas como existe essa premissa que os sócios devem tentar manter o equilíbrio entre capital social e patrimônio social, ele seria uma garantia para os credores. Se for comprovado que o capital social daquela sociedade é insuficiente, ela pode ser dissolvida. Quanto maior o capital social melhor para a sociedade que terá facilidade para conseguir licitação ou crédito bancário�.
	Além disso, é um indicador do poder que o acionista tem na sociedade. Os acionistas têm direitos econômicos, políticos e estes são representador de acordo com a porcentagem que ele tem no total do capital social.
PRINCÍPIOS – EFETIVIDADE E ESTABILIDADE
	Os princípios que regem o capital social têm a função de orientar os administradores na gestão social. São dois: efetividade e estabilidade. 
	O princípio da efetividade, da realidade, os acionistas declaram no momento da constituição o valor do capital social, assim, o capital declarado também precisa ser efetivo, real. O mercado e o próprio ordenamento jurídico exigem uma maior transparência em relação ao capital social. O sistema de JC, por exemplo, é integrado ao sistema da Receita Federal, é muito importante o manuseio correto desse capital social. É preciso concretamente a sociedade possuir o efetivo capital que foi declaro. 
	Já o princípio da estabilidade fala que esse valor de referência é estável, só mudando por deliberação dos acionistas ou por determinação legal. A lei traz mecanismos que buscam trazer estabilidade para o capital social, por exemplo, há uma reserva legal obrigatória do capital social, ou seja, antes do lucro voltar para os acionistas uma parte desse dinheiro vai para a reserva obrigatória da sociedade para suprir o capital social diante de uma possível situação de prejuízo. 
FORMAÇÃO
	Art. 6º da Lei de SA. O capital social é formado por dinheiro e por bens e direitos. Os bens têm que ser avaliados e existem direitos que podem ser avaliados e uns que não podem sob o ponto de vista financeiro. O acionista que integraliza o bem tem responsabilidade pelo valor que ele está integralizando.
Cessão de créditos: esses créditos só podem ser transferidos para a companhia como parte do pagamento das ações, mas o acionista é responsável pela transferência, logo ele terá que pagar aquele crédito à sociedade, se o devedor não pagar o acionista tem que suprir o valor senão ele será sócio remisso e poderá sair da sociedade.
	Os bens serão apreciados (art. 8º). Podem integrar capital social os bens tangíveis e intangíveis. No que tange aos segundos, somente poderão integrar o capital social aqueles bens intangíveis que podem ser avaliados sob o ponto de vista econômico. Assim, ele precisa ser minimamente concreto para ser passível de avaliação. É impedido à formação do capital social ações que possuem como integralização prestações de serviços. Se o acionista falecer, se ele não cumprir o serviço da forma como era esperada, por exemplo, como vamos avaliar quantitativamente quanto vale o serviço? Não existe, portanto, na SA acionista de serviços. O subscritor que integralizar com bens se torna responsável pela integralização. É responsável por todos os vícios possíveis.
	A avaliação dos bens será feita por três peritos ou por empresa especializada nomeada em assembleia geral dos subscritores, convocada pela impressa e presidida por um dos subscritores. A avaliação diz respeito ao momento de integralização. Essa disciplina se aplica em dois momentos: no momento de constituição da sociedade anônima e sempre que houver um aumento do capital social (com emissão de novas ações e, consequentemente, novas subscrições) no momento da constituição é necessário que o acionista que está aportando o bem aprove o laudo de avaliação e que os demais acionistas também aprovem aquele aporte. Se houver divergência sobre o valor do bem (valor do bem no laudo menor do que o que o foi estipulado a priori) o projeto de constituição fica inviabilizado, do contrário a constituição fica passível de nulidade.
	Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária.
	Se todos concordarem com o valor menor e houver a complementação do dinheiro, em algumas situações, a unanimidade pode suprir o vício de forma (principalmente em uma companhia fechada). Entretanto, a sociedade corre o risco de mais para frente um dos acionistas levantar a questão de vício de constituição da sociedade, também, como o capital social está muito relacionado com terceiros, esse vício pode, inclusive, ser levantado por esse terceiro ou pelo Ministério Público. Em uma sociedade de capital aberto, porém, essa situação é praticamente inviável e, pois, a discrepância entre os valores (o quando o subscritor falou que valia e o valor do laudo) acaba por inviabilizar a constituição da sociedade.
AÇÕES 
	Conceito Tavares Borba: a ação investe o proprietário no estado de sócio, do qual resultam direitos e deveres perante a sociedade. Esses direitos e deveres objetivam-se em um título de participação, que é a ação, instrumento legitimador da condição de sócios e veículo de transmissão dessa condição. A relação que se estabeleceentre o acionista e a ação é de direito real – trata-se de direito de propriedade. Quem transfere ações não cede direito, como ocorre em uma cessão de cotas, mas sim as próprias ações, dessas emergindo os direitos de acionista. A ação é uma coisa móvel, um valor mobiliário e como tal circula autonomamente. 
	As ações são as unidades representativas do capital social de uma companhia, pois, traz consigo os direitos e deveres que um acionista terá. Essas ações têm valores pecuniários, há várias formas de dimensionar o quanto vale aquela ação (há um valor financeiro correspondente).
NOÇÕES GERAIS
	Existe forma de controlar a titularidade das ações por meio dos livros da Cia. Antes, até 2011, havia a previsão de ações ao portador ou endossável, que eram ações que circulam dessem a necessidade de identificação do acionista titular. Nesta época havia um documento que chamada certificado de ações, que ainda é disciplinado pela lei, mas hoje a emissão é facultativa, deixando de ter a força constitutiva e comprobatória para ter um valor meramente comprobatório. É entregue pela própria companhia ou por empresa por ela contratada. Como o controle é feito na própria companhia, ela tem os livros e se organiza, sabendo quem são os acionistas, esse documento acabou tendo pouca efetividade na prática da companhia. 
	No boletim de subscrição, antecede o momento de constituição da companhia ou aumento do capital social, no qual o subscritor promete que vai levar dinheiro para a sociedade e vai adquirir tantas ações. Depois de registrada essa sociedade e de publicada a constituição, os administrativos irão preencher todos os livros, que constituem o direito de acionista. A Junta Comercial só autentica a primeira página e a última, ela não faz o controle de cada lançamento. Uma vez qualificado no livro, o sujeito já ganha a posição de acionista.
NATUREZA JURÍDICA
	Em Requião, Carvalho de Mendonça, tais ações são comparadas aos títulos de crédito. Possuem natureza jurídica de título de crédito ou não? Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado (conceito de Vivante). Princípios do título de crédito: cartularidade, literalidade e autonomia. A cartularidade é a necessidade dessa cártula para apresentar o crédito. Esse princípio é o mais questionado atualmente graças a tecnologia. O segundo princípio diz que todo o conteúdo referente ao crédito deverá estar escrito naquela cártula, não existe nenhuma interpretação adicional. Por fim a autonomia está mais vinculada à circulação do título de crédito porque como ele foi feito na Idade Média os títulos foram criados para suportar viagens, assim, o que está escrito na cártula é autônomo, totalmente independentemente da relação jurídica que foi encerrada. Assim, sendo autônomo, ele constitui o direito creditício, podendo circular sem nenhuma limitação. A doutrina tradicional dizia que ações eram títulos de créditos porque eram na época constituídas pelo certificado, podia circular livremente, distribuição de lucros e participação do acervo da companhia etc. A importância de se considerar como título de crédito é que este possui força executiva. 
	Entretanto, a doutrina mais atual, inclusive Ascarelli, basicamente, nega a natureza jurídica de título de crédito para a ação porque não há mais a obrigatoriedade do certificado (não há mais ações ao portador ou endossáveis). Defende que quando falamos de titularidade de ação falamos que aquele acionista adquira um direito de sócio e, portanto, assumirá direitos e deveres em decorrência dessa condição. Ele assume o risco do empreendimento, com a consciência de que poderá receber lucros ou não, assim, não há um valor certo de crédito para corporificar aquela relação, não há, portanto, como identificar a literalidade. 
	Além disso, o título de crédito é temporário cujo objetivo é resguardar o valor creditício, ações por sua vez podem ser temporárias ou não, ela concede um direito de caráter mais definitivo, essa seria outra diferença. O título de crédito identifica o conteúdo e a extensão do direito e é livremente transferido, o máximo que pode haver é um endosso, já na SA a disciplina dos direitos, inclusive dos creditícios, está no estatuto social e é definido nas AGs, assim não há um conteúdo creditício estabelecido no próprio título. As ações não se transferem por um documento, para se tornar um acionista mesmo é necessário de um registro no próprio livro da companhia, o certificado terá a natureza meramente comprobatória se for emitido.
	A circulação da ação parece com a de títulos de crédito. Mas isto não implica no fato de considerá-la como tal. A ação é uma unidade do capital da empresa, e confere ao seu titular o direito de participar da sociedade, como acionista. É, portanto, um título e participação. Título no sentido amplo, com cártula ou sem cártula: quem é titular de uma ação tem unidade do capital, um título de participação da sociedade. Assim, Ascarelli falava que as ações são títulos negociáveis, já outros falavam (como Tavares Borba) que eram títulos de participação. Há outros que dizem, por sua vez, que as ações são valores mobiliários. 
VALORES DA AÇÃO
Valor nominal – é um valor de referência identificado no estatuto social, não obrigatório de ser declarado no estatuto. É o valor do capital social dividido pelo número de ações.
Valor de emissão – é aquele que os fundadores atribuíram às ações quando constituíram a companhia. O valor de emissão pode ser coincidente com o valor nominal, mas não é uma regra porque o valor da emissão é dado em um momento estanque, antes da constituição. Existe a figura do ágio: há a conta de capital social e a conta das reservas; pode acontecer que quando houver emissão a companhia já esteja funcionando, o valor emitido pode ser, por exemplo, aportado como uma parte sendo de ágio e outra parte de capital social. O valor de emissão pode ser dividido em valor que vai ser destinado às contas de reserva (ágio) e o valor que será destinado ao capital social. Quando é aportado como ágio o dinheiro será para a conta de reserva, na a parte de capital social irá para a capitalização. Essa disciplina do ágio está a partir do artigo 13, §2º.
Valor patrimonial – é a divisão do patrimônio líquido da companhia pela quantidade de ações. Esse valor dimensiona o quanto que vale aquela ação comparando com a realidade daquela companhia. Se o patrimônio líquido é 200.000,00 e se tem 2000 ações, cada uma delas valerá 100,00 em termos patrimoniais. O valor patrimonial é importante porque demonstra a realidade dos valores da ação.
Valor de negociação – quanto o mercado pagaria pelas aquelas ações. É o valor mais identificado no ambiente de Bolsa. É um valor mais real, mais imediato que leva em conta o mercado em determinado momento. No momento de constituição, o valor de emissão pode ser igual ao valor de negociação. Mas durante o mercado secundário esse valor acaba por se distanciar daquele. 
Valor econômico – é obtido por meio de avaliação que dê um parecer sobre o quando vale aquela ação. O avaliador considerará o futuro dessa companhia, a sua projeção para determinar o valor das ações. É um estudo pormenorizado que chegará num valor estimado da ação. Operação mais estruturada como uma incorporação ou uma fusão. 
AÇÕES COM VALOR NOMINAL E SEM VALOR NOMINAL 
	Não é obrigatório que a companhia declare o valo nominal no estatuto social. Toda companhia tem um valor de referência, mesmo que não esteja no estatuto social. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor nominal. Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais classes de ações preferenciais com valor nominal. O valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia.
	O preço de emissão das ações sem valor nominal será fixado, na constituição da companhia, pelos fundadores, e no aumento de capital, pela AG ou pelo conselho de administração(artigos 166 e 170, § 2º). O preço de emissão pode ser fixado com parte destinada à formação de reserva de capital; na emissão de ações preferenciais com prioridade no reembolso do capital, somente a parcela que ultrapassar o valor de reembolso poderá ter essa destinação.
	Antes havia a necessidade de um certificado cada operação das companhias que adotassem o valor nominal no estatuto, a companhia deveria emitir novos certificados. No art. 13 da Lei de SA, diz-se que é vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal. Assim, se há uma Cia. que identifica o valor nominal no estatuto, todas as demais emissões de ações deverá ter como mínimo o valor das ações.
FORMA DE AÇÃO 
	Todas as ações têm uma forma de identificação, são, portanto, nominativas. O que diferencia a forma é o registro no livro. A Cia. pode fazer o controle por si, ou pode contratar alguma instituição financeira que o faça. Há duas formas de se realizar essa identificação: por livro (registrada) ou escritural. Além desses lançamentos, a companhia também pode emitir certificados, mas essa prática atualmente pouco existe. 
Nominativa registrada, inscrição em livro. Art. 31. Forma física, em livros. 
Nominativa escritural. Conta de depósito (forma escritural), em instituição financeira. Transferência ordem escrita alienante ou judicial para instituição financeira depositária. A ideia foi facilitar a tramitação e o controle de ações, principalmente no que tange as sociedades de capital aberto. A instituição financeira faz um controle da propriedade dessas ações, emitindo um extrato dessa conta. A instituição financeira tem a obrigatoriedade de controlar essa conta, cuidando da parte do registro. A companhia, pois, faria o controle de quem são os proprietários, quando a ação foi vendida, para quem, etc. Toda vez que houver modificação é necessário que a companhia mande um extrato. Se houver transferência o acionista precisa notificar a instituição financeira. 
	Hoje todo esse quadro é constitutivo. Assim, a situação de acionista ou não acionista depende do registro nesses livros. O contrato de compra e venda entre um acionista e terceiro, não leva a aquisição de direitos por parte daquele que celebrou a compra e venda. O que enseja a aquisição de direitos e deveres tal qual a do acionista, deve haver o registro nos livros seja de forma escritural ou registrada. Se essas formalidades não forem observadas não há condição de estado de acionista.
DIREITOS ESSENCIAIS
	São direitos de todos os acionistas – percepção dos dividendos, participação no acervo da companhia em caso de liquidação, direito de fiscalização, direito de preferência caso existam novas ações, e direito de se retirar da sociedade nos casos previstos em lei. Se for SA de capital aberto, a lei exige que se observe o que está disposto no pgf primeiro do art. 17. 
ESPÉCIES DE AÇÃO
ORDINÁRIAS
	São as ações comuns. Garante aos acionistas todos os direitos ordinários (art. 16). Tem um tratamento regular: não há privilégios, restrições ou desvantagens. São direitos dessas ações (art. 109): - participar dos lucros sociais, participar do acervo da companhia, em caso de liquidação; fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais; preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.
	As ações ordinárias de Cia. fechada podem ser organizadas em classes. Art. 16 – pode ser de classes diversas em função de conversibilidade em ações preferenciais, exigência de nacionalidade brasileira do acionista, direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos (é o que chamamos de Golden Share).
FRUIÇÃO 
	Essas ações existem em ordinárias e preferenciais. Pode acontecer que determina companhia em determinado momento se reunir em assembleia e antecipa o pagamento do valor que os acionistas teriam direito se a companhia fosse liquidada a alguns acionistas (amortização de ações ordinárias) determinados por meio de sorteios. Esses acionistas continuam acionistas, mas em vez de serem titulares das ações ordinárias que foram amortizadas, passam a ser titulares de ações de fruições. É como se sociedade estivesse negociando a suas próprias ações, é uma das hipóteses que a lei permite. Esses sorteios não são obrigatórios, pois há a possibilidade da amortização estar já disposta no estatuto social. Os acionistas sorteados não são obrigados a pagar. As ações de fruição asseguram os mesmos direitos que os acionistas tinham.
	O dinheiro que sai para a amortização das ações sai do fundo de reserva. Ela só é dada em determinado momento quando a pessoa já é um acionista; o que pode ocorrer é a pessoa comprar uma ação preferência já saber que elas serão amortizadas em determinado prazo. Depois que este tipo de ação passa a existir ela pode ser comercializada.
	A diferença entre ser titular é que as ações de fruição, ainda que assegure os mesmos direitos que o acionista tinha, é que ele continua sendo acionista, no momento da amortização eles receberam o valor das ações ordinárias e durante uma futura liquidação da companhia a lei determina que a sociedade precisa pagar os valores das ações aos acionistas que não receberam nada. Se tiver patrimônio remanescente ai ela distribuirá a todos os acionistas (os titulares das ações de fruição e os titulares de ações ordinárias). Assim, existe o risco de os demais acionistas não chegarem a receber o valor que lhes é devido no momento da liquidação ou de o remanescente não existir e, pois, os titulares de fruição não ganhar mais nada durante a liquidação.
	Existe um risco, porque pode ser que a empresa antecipe os valores de fruição e no momento de liquidação a Cia. não tenha valor para compensar. Os acionistas que já foram beneficiados pela amortização não devem entregar esse valor de volta, porque é direito adquirido, mesmo que na liquidação a empresa não tenha recursos para pagar aos demais acionistas. O dinheiro que sai para a amortização é da conta de RESERVA. As ações de fruição podem ser comercializadas, mas aquele que adquire essas ações deve ter consciência de que não terá mais acesso ao acervo. 
PREFERENCIAIS
	As ações preferenciais, em regra, têm direito a voto, mas a lei traz a possibilidade para a companhia prever alguns privilégios para a ação preferencial. Assim, ela pode criar várias classes de ações preferenciais dando inclusive privilégios diversos. Inclusive é possível restringir ou excluir o direito de voto desde que extinto ou restrito em lugar de outros privilégios. Ações preferenciais são aqueles que determinam alguns privilégios em detrimento às ações ordinárias. Os benefícios das ações preferenciais estarão previstos no estatuto.
	As vantagens das ações preferenciais podem consistir em prioridades na distribuição de dividendo fixo ou mínimo, no reembolso de capital (com prêmio ou sem), ou ações que possuem as duas vantagens. A diferença entre dividendo fixo e mínimo é que no primeiro caso quando há encerramento do exercício social o lucro líquido será distribuído. Em se tratando de acionistas com ações preferenciais de dividendo fixo o estatuto determinará a preferência para receber em primeiro momento um valor determinado (ele só recebe isso, independentemente do valor apurado). Se for mínimo há uma determinação de um valor mínimo a ser pago, primeiro recebe o mínimo e depois complementa com o valor de distribuição. Primeiro tira o dividendo mínimo para os preferencialistas e depois ocorre a distribuição do lucro remanescente dividindo em igualdade de condição entre todos os acionistas (inclusive os de ações preferenciais de dividendo mínimo).
	O art. 17, pgf. segundo traz “deverão constar no estatuto, com precisão e minúcia outras preferências ou vantagens que sejam...”. Esse artigo dá abertura para que as ações sejam previstas no estatutosocial. As preferenciais ou privilégios podem ser maiores que as existentes na Lei, mas devem estar devidamente registradas no estatuto. Pode haver diversificação das classes de ações sociais. Pode ser que exista uma classe de ações sociais que preveja dividendos fixos, outra de dividendos mínimos e exclusão do direito de voto, outro a limitação do direito de voto e dividendo fixo e assim por diante. O importante é que haja essa disciplina específica no estatuto�. 
	Ainda, as ações preferenciais poderão estabelecer como preferência a antecipação do recebimento dos valores – é a amortização os valores. A terminologia “reembolso” empregado no artigo 17, inciso II está equivocada, na medida em que deve ser utilizado o termo amortização. 
	As ações preferenciais, ainda que tenham preferência na divisão dos dividendos, perdem o direito de voto. É a perda de um direito, mas que deve ser muito delimitado na medida em que se perde um direito e não se pode ser manipulado pelos demais acionistas. 	As ações preferenciais receberam uma limitação com o passar dos anos, assim, só podem ser em no máximo 50% da Cia., desde que essas ações restrinjam o direito a voto. É o que está disposto no art. 15, parágrafo 2º. Essa limitação foi criada na tentativa de se impedir o predomínio e manipulação.
	O direito à percepção de dividendos é um direito essencial desde que haja lucro líquido. A doutrina percebeu que apesar de não haver previsão expressa, ainda existe a possibilidade de cumulação de dividendos se o estatuto regular. Art. 17, parágrafo segundo e artigo 203. 
	Art. 111: quando as inexiste direito de voto nas ações preferenciais, esses acionistas passam a ter direito de voto desse que fiquem por três exercícios sociais consecutivos sem receber os dividendos. Nesse caso, englobam-se também as situações em que os acionistas não recebem o valor integral dos dividendos fixos. Este prazo de três exercícios sociais consecutivos pode ser menor desde que estabelecido no estatuto. Nas hipóteses de ausência de recebimento de dividendo em até três exercícios consecutivos, deliberação sobre eleger membro da administração, modificação na condição do direito de um acionista determinado (cada ação preferencial terá direito a um voto), alteração de preferenciais, vantagens e condições de resgate, aumento no número de ações preferenciais (assembleias especiais). Percebe-se que sempre que são alterações no estatuto que interferem de algum modo nas ações preferenciais ensejam ao direito de voto por parte dos acionistas preferenciais. 
	Existe possibilidade de resgate das ações�, que é o caso de amortização. Ou podem ser também convertidas em outros tipos de ações ordinárias ou preferenciais. Exemplo: No final de três anos, as ações preferenciais serão convertidas em ordinárias ou em outro tipo de ações preferenciais.
CLASSES DE AÇÕES
Entre as ações preferenciais há divisão em classes. Na SA fechadas, as ações ordinárias podem também ser classificadas (mas é um caso mais difícil). Existe a possibilidade e se converter uma classe ou espécie de ações em outra classe ou espécie de ações. Deverá haver previsão no estatuto ou ser tema debatido em AG. No caso de a assembleia deliberar em converter, haverá reforma do estatuto e os acionistas que não concordarem terão a possibilidade de retirada. A lei dispõe que não poderá haver impedimento à circulação de ações, o que acontece é a restrição da circulação delas. Tal restrição diz respeito a condições que limitam a liberdade de venda por parte dos acionistas (art. 36). A limitação que existe é em relação a circulação; não se pode impedir a negociação. O ex. mais comum é a questão da disciplina do direito de preferência que traz para os acionistas a possibilidade de comprar ações por parte daqueles que querem vender. 
	O direito de preferência que a lei garante é disciplina contratual e não legal. Tal direito de preferência é aquele em que o acionista deve oferecer a ação para os demais acionistas antes de vender para o mercado. Antes de vender, o acionista deverá ter pago 30% do custo de emissão das ações, ficando em condição de solidariedade do comprador pelo prazo de dois anos (atenção, quando se vende as ações não se deve pedir uma autorização para o conselho, porque isso seria restrição e não limitação) – arts. 29 e 108.
	Artigo 44 dispõe sobre as exceções:
Reembolso: é a devolução de valores para os acionistas que se retiram da companhia; é exemplo a retirada de acionista por dissidências, nos casos previstos em lei. O valor correspondente ao pagamento do reembolso é estipulado pelo estatuto. 
Resgate: a Cia. paga o valor das ações para retirá-la definitivamente de circulação (redução ou não do capital social) – a retirada dessas ações ensejará o pagamento dos acionistas que eram proprietários das ações. As operações de resgate, geralmente são realizadas com utilização das contas de reserva, ou se elas não existirem, é utilizado o capital social. 
Amortização: antecipação, sem redução do capital social. A situação é típica das ações de fruição. A Cia. antecipa o valor que os acionistas teriam se a Cia. fosse liquidada hoje e distribui a esses acionistas valores que estariam numa conta de reserva e nesse caso não há diminuição do capital social.
	Possibilidade em que existe de custódia de ações: algumas ações que sejam fungíveis, sem consequências para os acionistas, existe o serviço de custódia de ações. É uma instituição financeira autorizada pela CVM que cuida das ações; é depositárias das ações. A instituição financeira representa os direitos do acionista – participar de assembleias, receber os lucros e destinar aos acionistas, exercer o poder de fiscalização. Ao final, a instituição devolverá as ações.
TÍTULOS QUE A SA PODE OFERTAR
PARTES BENEFICIÁRIAS
	Foram criadas em sua origem como forma de remuneração para os seus fundadores. A lei usa em vários momentos a terminologia reembolso. Assegura ao titular das partes beneficiárias direitos econômicos. As partes beneficiárias podem ser conduzidas tanto a título oneroso como a título gratuito. Esse título não é tão bem visto pela doutrina, fato que ensejou a diminuição dessas partes beneficiárias e um maior rigor da legislação. O concito legal está no art. 46.
	As partes beneficiarias não tem valor nominal, não confere ao detentor condição de acionista e não confere os direitos essenciais dos sócios. O lucro líquido é destinado às partes beneficiárias para que depois sejam entregues aos acionistas na forma de dividendos. Antes, poderiam ser repartidas nas sociedades e capital aberto e fechado, todavia pela existência de muitas fraudes foi vetada a possibilidade de SA de capital aberto ter partes beneficiárias. Os valores mobiliários são aqueles disponibilizados/comercializados no mercado, portanto, são emitidos pelas companhias de capita aberto. A doutrina ainda afirma que as partes beneficiárias são valores mobiliários, mas elas não são mais.
	Se for a título oneroso o valor recebido irá para as contas de reserva da Cia. Além disso, as partes beneficiarias terão forma que poderá ser escritural ou nominativa lançadas nos livros. As partes a título gratuito, agora, têm prazo determinado de até dez anos (não poder emitida me prazo superior a este salvo se forem destinadas a fundações beneficentes ou associações de empregados da Cia). Art. 48, parágrafo primeiro. Se os títulos são destinados aos fundadores consta no estatuto desde a fundação da Cia. A disciplina deverá conter se as partes beneficiarias são onerosas ou gratuitas, a porcentagem de lucro, qual a vigência/período que o título estará em vigor. 
	As partes garantem porcentagem de lucros que deve ser limitada ao valor de um décimo do lucro líquido do exercício. Além disso, podem ter preferência, ou seja, prioridade do reembolso diante da liquidação da Cia. 
	Houve ampliação de modo que as partes beneficiárias podem ser utilizadas para as negociações ou para garantias. As partes, portanto, tem tempo determinado. Com vigência estabelecidana hora que os títulos são estabelecidos e se for na forma nominativa, lançada em livro, constará neste o quanto será pago, o período de duração.
	Existe a possibilidade de emitir certificados das partes beneficiárias. Mas a maioria não emite. Será disciplinada no estatuto e a emissão das partes beneficiarias será decidida em assembleia. As partes serão resgatadas após o prazo determinado (sairão de circulação). Se for a título gratuito simplesmente há retirada dos títulos. Se for oneroso, os titulares das partes beneficiarias terão o reembolso ou poderão ser convertidas em ações. Nesse caso há operação de aumento do capital social e o valor que estava na conta de reserva sai de lá e se torna parte do capital social. Essa conversão deverá ser definida desde a criação das partes beneficiárias, ou em momento posterior na Assembleia. 
	As partes beneficiárias são nominativas, ou seja, deve haver acompanhamento na vida da Cia e identificação dos proprietários. Se houver qualquer modificação nas condições dos títulos, antes de ser efetivada a alteração deverá ser aprovada pelos acionistas. 
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO
	Art. 45. Trata-se de valor mobiliário de capital autorizado emitido pela Cia, que assegura o direito de subscrever ações da companhia emissora. Quando há aumento ou diminuição do capital social deve haver reforma do estatuto social. Há também outra possibilidade de aumento de capital social, em que o próprio estatuto disciplina a possibilidade de aumento do capital social no futuro, não se precisa realizar reforma no estatuto para se declarar um novo valor. Isso é e alteração AUTORIZADA do capital social. Quem decide em relação ao aumento é o conselho de administração ou a assembleia geral. Este conceito de capital social autorizado, este servirá aos bônus de subscrição.
	Assim, os bônus são títulos distribuídos, a título gratuito ou remunerado e que garante aos seus titulares o direito de subscrever ações em determinado momento. As pessoas compram e com base nesse título os acionistas poderão comprar ações quando a Cia. emitir novas ações, e tal CIA deverá ter capital social com aumento autorizado. Pode haver negociação em massa.
	Os bônus possuem formas nominativas ou escriturais. Os certificados têm caráter comprobatório, porque quem constitui é a AG ou a reunião do CA. Embora a lei diga que os preços devem ser expressos anteriormente, existe item que aborda a referência de preço, o modo como será feito para a definição do valor do bônus. A forma gratuita ou onerosa é na forma de emissão. No momento da conversão, deverá haver o pagamento da ação prefixada no momento de fixação dos bônus.
	O que se compra de bônus, é a garantia que se tem de se tornar acionista com um preço prefixado. Não há obrigatoriedade de se obter as ações. Se as ações não forem compradas, os próprios acionistas podem fazê-lo. Deve haver o respeito ao direito de preferência na venda dos títulos de forma onerosa. O titular do bônus terá um prazo de 30 dias para subscrever (exercício do direito de preferência). É importante que todos os títulos sejam nominativos, caracterizados, portanto, pela nomeação dos titulares. No caso dos bônus de subscrição, poderá ser feito na forma escritural.
DEBÊNTURES�
	Art. 52. São valores mobiliários emitidos pela Cia. com o propósito de captar recursos destinados ao financiamento da atividade. Conferem direito de crédito aos titulares. A Cia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado. São adquiridos quando a sociedade precisa obter um grande valor. O art. 168 da Lei de SA, parágrafo terceiro afirma que no que concerne ao capital autorizado, o estatuto pode prever que a Cia outorgue a compra e venda de ações. Essa figura da compra e venda é vinculada aos administradores, empregados ou pessoas naturais que prestem serviço à Cia ou sociedade sob seu controle�. A opção de compra é, portanto, conferido a título de gratificação e a disciplina para essa opção estará no contrato.
	As debêntures são formas de capitalizar a Cia.; são títulos emitidos quando precisa arrecadar valor muito alto de capital, portanto, há lançamento em massa. É um tipo de empréstimo (mútuo) coletivo, em vez de ir até uma Instituição Financeira e obter empréstimo com juros altos, ela emite debêntures. Como exemplo, se há necessidade de um milhão de reais, esse valor é dividido em 1000 debêntures, adquiridos por x cada. Os particulares que adquirem as debêntures “emprestam” dinheiro para a empresa. As debêntures são emitidas com o pressuposto de que no final do tempo estipulado, na amortização, será devolvido o valor principal, e em troca disso, a Cia poderá atribuir participação nos lucros mais correção monetária. 
	O contrato de debênture geralmente é vinculado a um contrato de tempo indeterminado, mas existem debêntures “perpétuas”, sem delimitação do tempo. No caso, seriam debêntures sem prazo determinado e que conferem remuneração mensal. Algumas dessas debêntures são oferecidas a fundações vinculadas a própria Cia (exemplo: fundação de funcionários). Se houver por parte da Cia impossibilidade de remuneração há fim do contrato de debênture. 
	A cada lançamento de debênture existem as frações e séries. Dentro de cada série deverá ser estabelecido série igual; porque os debenturistas deverão ser tratados de forma unitária e o interesse que possuem é o mesmo: assegurar o pagamento de sua remuneração.
	Os debenturistas são considerados credores da Cia. A emissão das debêntures, poderá ocorrer tanto nas Cia fechadas quanto nas de capital aberto. Nessas últimas será visto a conformidade à CVM. A debênture terá valor expressa em moeda nacional. Além dos juros, correção monetária e participação dos lucros que poderão ser condicionados as debentures, o debenturista poderá requerer o seu pagamento em bens e dinheiro. A quantidade de debêntures emitidos, a forma de remuneração aos debenturistas, tudo será decidido na AGE. Depois da ata da assembleia será estabelecida escritura de emissão de debentures.
	A Assembleia Geral poderá delegar para o Conselho de Administração a competência para emitir as debentures observando certas deliberações. A competência do Conselho de Administração advém do estatuto e a assembleia poderá complementar, na companhia de capital aberto. Depois de aprovada a emissão das debêntures os documentos serão levados para o registro. As debêntures podem ter garantia real, ou seja, caso a empresa não reúnem os debenturistas poderão reter alguns bens patrimoniais. 
	Há duas espécies de debêntures: simples ou conversíveis em ações. Uma parte será destinada às necessidades da empresa e outra às contas de reserva. Quando chegar o momento de resgate das debêntures elas poderão ser convertidas em ações e se terá o aumento do capital social. Quando as debêntures concedem possibilidade de conversão para ações, há maior preocupação do futuro acionista. Se as debêntures forem convertidas em ação, deverá haver a AGE para evitar que depois se questione a validade na reforma do estatuto social. 
Debêntures com garantias: a lei traz quatro disciplinas relacionadas à matéria.
A emissão de debêntures estabelece ao debenturista garantias reais sobre os bens. Essa garantia consta na escritura de emissão de debêntures. Os bens naturalmente são onerados e passa haver limitação da disposição dos bens, vinculados à natureza da garantia. 
Além dessa hipótese, existem as garantias flutuantes, em que ela passa a ser todo o patrimônio da Cia., que concederá segurança às operações dos debenturistas. Esse tipo de garantia não onera os bens e o patrimônio poderá ser modificado. Assim, a Cia poderá se desfazer, sem que haja interferência. 
As garantias quirografárias ensejam o pagamento do debenturista da mesma forma dos credores ordinários.
A garantia subordinada promove o pagamento dos debenturistas após os pagamentos dos acionistas.
	Há unidade de interesse dos debenturistase esse interesse é ilustrado pela figura do agente fiduciário (pessoa natural que não tem impedimento para ficar no cargo de administração) ou instituição financeira. O agente deverá enviar um relatório informando os lucros da Cia, o cumprimento dos valores destinados a remuneração dos debenturistas, poderá pedir a falência. Se houver reforma do estatuto deverá convocar a AG, ou até mesmo instalar a AGE. 
SEMINÁRIO – GARANTIAS DAS AÇÕES
	Se a ação é um em passível de apreciação econômica, elas podem ser objeto de garantia. Ocorre uma garantia real quando parte do patrimônio é destacada e serve de garantia para o adimplemento de certas obrigações. A Lei das SA dispõe que os ônus respectivos das ações precisam ser grafados no Livro de Ações Nominativas sob pena de as ações estarem livres para o comércio.
Penhor: art. 1.431 CC. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação. Penhor, portanto, é um direito real que compete ao credor sobre coisa móvel que lhe fora entregue pelo devedor ou por terceiro. Trata-se de um contrato real constituído pelo acionista em operações de garantia do seu interesse, atentando-se às formalidades da averbação do respectivo instrumento no livro de “Registro de Ações Nominativas. 
Usufruto: art. 1.393 CC. Pode recair em um ou mais bens moveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. O usufruto é um dos chamados direitos reais sobre coisa alheia. Aplica-se restrições a propriedade de outrem como garantia de adimplemento do crédito. Não há transferência de usufruto, o que ocorre é a transferência do exercício do usufruto.
Quando o usufrutuário for titular dos direitos econômicos e políticos – participação nos lucros sociais, em acervo caso haja liquidação da Cia., direito de preferência na distribuição de novas ações, etc., exceto o direito a voto� e fiscalização, que devem ser pactuados –, passará a ser acionista para todos os fins, ficando o nu-proprietário somente na posição de titular de alguns direitos futuros, como o de subscrever aumentos de capital e de consolidar a propriedade plena, quando extinto o usufruto.
Alienação Fiduciária: art. 1.361 do CC. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. É um meio de transferência de propriedade. É um infungível – precisa ser uma propriedade determinada. Se ele for imóvel a lei que regra é Lei nº 9.514/97. É uma garantia que consiste na transferência feito pelo devedor ao credor da propriedade resolúvel da posse. 
AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL – LEI 9.249/95
	Capital social é valor estanque que pode ser modificado através de uma deliberação. Depois da constituição da Cia, qualquer alteração do capital social terá necessidade de reforma estatuária. A primeira deliberação será sobre a possibilidade a aumento ou diminuição. A partir daí os acionistas têm ciência e podem exercer o direito de preferencial, aí ocorreria a segunda assembleia. Este procedimento não é seguido à risca, porque nas de capital fechado em uma mesma Assembleia os acionistas já deliberam e expressam a preferência, reformam e criam o estatuto social.
	Haverá aumento do capital social nos casos de��:
Capital autorizado (em que o estatuto define o quanto será aumentado e as condições do aumento do capital, bem como o órgão competente). Pode ser tanto os bônus de subscrição quanto as opções de compra e venda e qualquer emissão de ações que serão oferecidas a terceiros.
Conversão dos valores mobiliários em ações (conversão das debêntures ou das partes beneficiárias) e benefício dos bônus de subscrição.
Possibilidade de capitalização dos lucros e/ou reservas (quando a CIA aproveita a sua conta de reserva para aumentar o capital social).
Aumento por subscrição pública ou privada de novas ações (aumenta-se o capital social com a emissão de novas ações).
	O art. 166 traz as hipóteses em que o capital poderá ser aumentado. O primeiro inciso não é realizado na prática. Antes o aumento do capital social era feito automaticamente em cada ano. Depois dessa legislação, essa prática deixou de ser vista com frequência, porque quando se faz essa operação corre risco de haver questionamento. 
	A segunda opção é o aumento em virtude do capital autorizado. É situação típica em que não há reforma do capital social. Há primeiramente o capital com as condições de aumento já previstas. Dessa forma, quando se tem o capital de 1000,00 dividido em 1000 ações ordinárias, o estatuto prevê a alteração por emissão de novas ações ou pelo aumento do valor de cada ação. A condição do aumento já deverá vir no estatuto. A disciplina está no art. 168. O órgão competente para deliberar sobre as decisões deverá ser previsto pelo estatuto.
	O capital autorizado pode ter bônus de subscrição ou bônus de compra e venda de ações. A ata da AG ou do CA será registrada na Junta Comercial e anexada ao estatuto. O valor da reserva que estava no bônus vai para o capital social. Quando aumenta o valor, os acionistas que subscreveram realizam a integralização em algumas parcelas e o montante vai para a conta do capital social.
	Nas hipóteses de partes beneficiárias, bônus de subscrição e debêntures (conversão de valores mobiliários em ações), o poder de preferência está no momento da emissão desses títulos. 
	Na hipótese de capitalização dos lucros e das reservas, estas podem ser estatutárias ou legais. Os acionistas são responsáveis pela criação e preenchimento das contas de reservas. Em determinado momento, assim, haverá a decisão sobre o aumento de capital social utilizando as contas de reserva. Nesse caso, o aumento que se verificará no aumento do capital social será destinado aos novos acionistas. É como se fosse um ajuste contábil. As novas ações serão abertas para a compra, subscrição e posterior integralização do capital. 
	A necessidade do aumento parte de uma proposta da Administração, independentemente de seus órgãos. A AG vai deliberar sobre a possibilidade de aumento e os acionistas poderão exercitar seu direito de oposição. Nessa AG é também delibera-se sobre qual será a empresa responsável para a avaliação dos bens. Art. 170, parágrafo primeiro: o preço de fixação será determinado através de algumas hipóteses elencadas por esse artigo. O aumento de que se fala, só poderá ocorrer se três quartos do capital social tiver sido integralizado. 
	Existe disciplina de direito de preferência que enseja a obediência à proporcionalidade. Assim, as novas ações deverão ser proporcionais às ações que são dos acionistas, quanto às espécies – ordinárias, preferenciais. Todavia, quando são emitidas ações preferenciais, àqueles que possuem ações ordinárias poderão adquiri-las. Na situação de usufruto, a lei estipula que primeiro o direito de preferência será oferecido ao nu-proprietário. Seu direito de preferência será de dez dias.
	A redução do capital social pode acontecer de maneira facultativa ou obrigatória. É facultativa quando há perda em função de prejuízos acumulados, ou quando o capita social é considerado excessivo. Se for diminuição com base no excesso de capital, a ata que deliberar deverá ser publicada na imprensa local e os credores terão o prazo de sessenta dias para oposição. Além disso, existem as situações obrigatórias de diminuição do capital, ocorre quando o acionista exerce seu direito de dissidência, saindo da Cia. O capital social será afetado, pois ações são excluídas. 
O ACIONISTA E O CONTROLADOR
	A condição do acionista é adquirida, a partir do momento que se subscreve as ações. Esse status de subscrição independe da integralização. Esta última ocorrerá de acordo com o que estiver programado no momento da compra. A compra subscrição de ações e as condições de pagamento das ações vai ocorrendo de acordo com o que está no boletim de subscrição.DIREITOS E DEVERES
DEVERES (ART. 107)
Integralizar – o acionista remisso será chamado naturalmente para integralizar o valor das ações que ele não subscreveu. Nesta situação ele está em mora apenas no que tange o valor convertido em ações que ele deixou de integralizar (pode ser totalmente ou parcialmente – pode haver pagamento parcial das ações). O acionista que não fizer o pagamento nas condições previstas no estatuto ou na chamada, ficará em mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros legais, correção monetária ou multa que o estatuto determinar (multa de no máximo 10%). O estatuto prevê as condições gerais diante do atraso do acionista.
	Art. 107. A relação jurídica do acionista passa a ser uma relação jurídica de natureza societária. O direito de voto não está no elenco dos direitos essenciais, embora seja importante direito para o acionista. A obrigação do acionista é resumida na doutrina como a principal obrigação de integralização do capital social. 
	Pode acontecer em uma sociedade de haver motivos para a desconsideração da personalidade jurídica. É hipótese de exceção, porque a regra é a responsabilidade limitada quanto ao capital subscrito.
	Devem constar os prazos de pagamentos e as penalidades em caso a subscrição não seja paga nas condições adequadas. Existe a possibilidade do administrador a qualquer momento chamar o acionista a integralizar a parte dele. As condições podem estar previstas no estatuto, no boletim, ou podem constar a partir do momento que o administrador convoque o acionista para integralizar o capital (chamada de subscrição).
	O acionista remisso é aquele que está em mora e poderá sofrer algumas ações por parte da Cia., porque passa a ser devedor.
	Quando chega na data prevista no livro, se a partir daí não houver o pagamento, o acionista já estaria em mora. Mas além disso, seria importante que o administrador caracterizasse a mora a partir de notificação ao acionista. Mas o fato é que a condição da mora surge do inadimplemento constante.
Caso o acionista não pague:
	Primeiro a lei fala se o acionista não realizar o pagamento, acionistas poderão entrar com uma ação de execução de título extrajudicial. Terão quer ser juntado os boletins de subscrição, de chamada e o estatuto da Cia. 
	Há previsão no art. 107 de possibilidade de colocar as ações que não foram integralizadas a venda. As ações serão colocadas no mercado e os custos decorrentes do procedimento deverão ser arcados pelo acionista que está inadimplente. Se além do procedimento do leilão, não foi suficiente do valor total devido mais os custos do leilão, a SA poderá entrar com ação de execução para que o acionista arque com os gastos. Se o acionista pagar ele continua na Cia. 
	Se por meio da execução ou do leilão especial, a Cia. tiver dinheiro em reserva poderá adquirir as ações e mantê-las na tesouraria. Nesse caso é hipótese de exclusão do acionista sem a diminuição do capital social. Caso a Cia. não tenha dinheiro para adquirir as ações, as mesmas ficam pelo prazo de um ano para serem vendidas. Caso não sejam, há redução do capital social.
DIREITOS (ART. 109)
	Existem os direitos individuais e os sociais; aqui, falamos em direitos essenciais.
DIVIDENDOS E PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS SOCIAIS
	Se a Cia. tiver lucro líquido, obrigatoriamente parcela desse lucro será reservado para o pagamento de dividendos obrigatórios (mínimo), a fim de se evitar a retenção do lucro líquido, ou deliberação da maioria para destinar o lucro a dividendos. Em assembleia a diretoria presta contas e apresenta uma proposta de divisão de dividendos. Em relação ao dividendo mínimo obrigatório, afirma-se o estatuto social poderá prever a quantia que será destinada como dividendo mínimo obrigatório (25% do lucro líquido) – art. 202. Isso é o limite mínimo, caso tenha previsão no estatuto. Caso não haja esse embasamento no estatuto, metade dos dividendos mínimos deverão ser oriundos da metade do lucro líquido recebido. 
ACERVO
	O acionista comprou e pagou a subscrição, então, terá a conquista de seus direitos no momento de liquidação da Cia (liquidação regular, não é caso de falência). O acionista terá participação no acervo. A exceção é o caso das ações de fruição. Essa observação, todavia, deve ser feita com cautela, porque dá a entender que os titulares das ações de fruição não recebem nada, mas recebem, em momento anterior ao fim da atividade da empresa.
FISCALIZAÇÃO
	Há na SA pluralidade de acionistas, são sociedades maiores. Então partindo dessa premissa, temos a disciplina de fiscalização. O acionista tem esse direito, mas deve ser feito de maneira disciplinar (temo momentos de fiscalização direta e momentos de fiscalização indireta). Na prestação de contas tem um relatório de administração que é apresentado. Os documentos são disponibilizados aos acionistas com o prazo de um mês antes da AG. Existe a figura do Conselho Fiscal, órgão obrigatório de funcionamento facultativo.
	Cinco por cento dos acionistas podem solicitar a exibição dos livros sociais, quando tiver o fundamento de que algum dispositivo do estatuto foi violado, ou que haja suspeita de irregularidade.
	A publicação dos documentos essenciais – relatório, documentos contábeis, parecer do Conselho Fiscal – deve ser feita em um mês antes da assembleia. Os administradores terão de informar aos acionistas onde estarão disponíveis.
PREFERÊNCIA
	Ocorre nas hipóteses de aumento do capital social. O art. 171, aborda a questão das classes e das espécies. Há preferência que haja subscrição em relação a classe e a espécie que já existe, todavia, caso isso não seja possível poderá existir a abertura para que os acionistas indiquem outras ações que queiram subscrever.
	As exceções estão contidas no art. 172, pgf. único. Art. 168, pgf. 3º – além disso, se tiver opção de compra e venda (títulos criados para os administradores, gerentes e funcionários) não incidirá o direito de preferência.
	A Cia de capital aberto pode prever exceções para a criação de títulos conversíveis em ações. O prazo para estabelecer o direito de preferência poderá ser excedido, mas a Cia terá que garantir. O acionista tem 30 dias, com o conhecimento do aumento do capital social, para adquirir as ações. O acionista pode usar esse direito de preferência para vender a terceiros.
RETIRADA (ART. 132)
	Art. 137, caput. O direito de retirada está estabelecido nos incisos desse artigo, mas existem também em algumas disciplinas pontuais. Diante dessas hipóteses todos (com algumas observações) podem se retirar. Mas nos casos dos incisos I e II só poderão se retirar aqueles que forem prejudicados (classe prejudicada). 
	O acionista pode não comparecer, comparecer e reprovar ou aceitar. Diante de hipótese de fusão, e o acionista não concorda, é realizado o quórum de instalação que discute sobre a fusão. Essa ata é publicada na imprensa local. Caso não se compareça, votou contra ou se absteve, é possível o direito de retirada. Se diante de todos esses direitos de dissidência a Cia. perceber que haverá a saída de muitos acionistas e o prejuízo da Cia., os administradores podem se retratar (art. 137, pgf. 3º), ou seja, convocar nova reunião para se dizer que não irá mais acontecer o deliberado.
VOTO
	A exceção está nas ações preferenciais. Mas vimos que nelas, ainda há possibilidade de voto quando os dividendos não forem recebidos por três exercícios sociais consecutivos. Poderá haver voto também no momento de constituição da empresa. Se for exigido o direito de unanimidade, todos os titulares deverão votar, inclusive os preferenciais.
	O art. 115 afirma que o voto tem uma disciplina, na medida em que é um direito – função. Afinal, o meio do voto há deliberação social a qual permite o funcionamento da Cia. Ao votar, o acionista tem responsabilidade pois considera o interesse social que é o da coletividade, e não o de um indivíduo de maneira egoística – caso de dano. 
	A lei estabelece que o voto não poderá ser abusivo ou conflituoso com o interesse

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