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UFRJ - CADERNO EMPRESARIAL - SOCIEDADES ANÔNIMAS

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CADERNO DIREITO EMPRESARIAL II – 2019.1
 Aula 12/03 – Aspectos históricos das Sociedades Anônimas
1407 – criação da primeira sociedade anônima. Identifica-se na Casa de São Giorno (Itália)
com a formatação que hoje atribuímos as chamadas S/A.
Século XV – busca pela melhor forma de estruturação do comércio através do
expansionismo europeu.
Virada do século XVI-XVII – retomada do modelo societário para explorar os negócios
coloniais (1600 na Inglaterra/ 1602 na Holanda)
Pacto colonial (professor aqui fez muitas considerações históricas, porém basicamente
revisou a matéria de história do Ensino Médio, portanto, não fiz anotações).
Características das S/A
1) tipo societário que permite a acumulação de grande soma de capital ao mesmo tempo
em que centraliza a administração deste capital. Difere-se da sociedade limitada, em que há
proporcionalidade.
2) rentabilidade: perspectiva de ganho de capital. Há o risco, mas também há precauções.
3) garantia de segurança e liquidez do investimento: a limitação da responsabilidade dos
sócios tem papel essencial por estar vinculada ao preço de suas ações (segurança). A
liberdade de investimento é o principal atrativo, a capacidade de vender ações (liquidez).
Também recebe-se os juros do capital.
4) maior fiscalização e controle do Estado, não apenas por meio da legislação como
também da CVM.
Períodos históricos na construção da S/A
1º – início do século XVII até o século XIX: precisava de outorga estatal.
2º – 1807: Código Comercial Napoleônico – ruptura ideológica, precisando apenas da
autorização do Estado.
3º – segunda metade do século XIX: liberdade de constituição/fundação de uma S/A,
regulada por órgãos competentes.
Brasil adota sistema misto, ou seja, ainda pode se utilizar os dois primeiros critérios
para determinadas S/A a serem criadas, principalmente para instituições financeiras.
 Aula 14/03 – Aspectos e noções gerais da S/A
- Tipo de sociedade empresária cujo capital social é dividido em ações, que é uma espécie
de valor mobiliário, na qual os sócios (acionistas) respondem de forma limitada e até o
preço de emissão das suas ações pelas suas obrigações sociais. Pode ser chamada de
companhia.
- Na empresa limitada os sócios são solidários, isto é, se um não pagar, qualquer um dos
sócios tem que pagar. Na S/A isso não acontece - Art. 265, CC: A solidariedade não se
presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
- S/A aberta, autônoma e irrestrita: circulação de ações
- Limitada intuito persona – não cede ações para terceiros não sócios. Existe quórum na
sociedade limitada.
- S/A se trata de estatutária, mais rígida que limitada; institucional trata-se de economia mista
ou empresa pública.
- Trata-se de sociedade de capital, o que importa é o investimento, independentemente de
seu objeto social, o objetivo é lucrar. O objeto social é determinável se a sociedade é simples
ou empresária nas limitadas.
Nome empresarial: não se fala em firma, mas sim em denominação (S/A ou companhia).
Pode colocar S/A no início, meio ou final, porém companhia somente no início e meio para
não confundir com empresa coletiva (Art. 5º, III, b da Instrução Normativa 15/2013).
- Classificação: aberta ou fechada
- Nacional/binacional/multinacional/transnacional: é considerada nacional de acordo com as
leis brasileiras e que tenha no país sede de sua administração.
 Aula 19/03 – Mercados de capitais, valores mobiliários e a CVM
- Capitalismo financeiro: 1ª bolsa de valores no final do século XV.
- Mercado de capitais é o local (físico ou eletrônico) onde são negociados os valores
mobiliários. É um segmento do mercado financeiro. Tem como característica ser
controlado/regulado. Viabiliza a transferência de recursos em ambiente seguro. Nele se
desenvolvem as operações de compra e venda de títulos (valores mobiliários). Pode ter,
além de títulos, mercadorias (ex: produto agrícola a ser colhido no presente ou no futuro com
variação de preço).
- Duas classificações: a) primária: onde se dá a inserção originária dos valores mobiliários
recém-emitidos pelas companhias abertas, para serem adquiridos pela primeira vez. É a
porta de entrada destes valores; b) secundária: onde se dá a circulação dos VM, a operação
de compra e venda pelas partes interessadas, sem a participação da companhia emissora.
Onde vale o princípio da oferta e da procura. Há uma série de fatores que influenciam nesses
valores, gerando uma flutuação (aspectos internos e externos).
- A liquidez do mercado de capitais torna-o interessante, pois a pessoa pode vender no dia
seguinte por um valor mais alto e se dar por satisfeita.
- Características: 1) rigorosos controle estatal, com edição de normas sobre sua organização,
estrutura, fiscalização e sanção, contando com uma estrutura executiva que exerce esse
controle através de seus órgãos. Se dá principalmente pela CVM (lei principal → 6385/73).
Qualquer título deve ser registrado, a transparência é obrigatória em relação ao registro não
só de títulos, mas também as inscrições das pessoas que neles atuam. Não podem existir
mercados de capitais paralelos, de acordo com o ordenamento jurídico, tornando-o um
mercado concentrado, um monopólio. (professor acha preocupante essa centralização, pois
tende a trazer efeitos negativos). 2) risco do negócio, de eventual inadimplência. A
companhia emissora não assume o risco, mas sim o investidor. Exemplo da crise de 1929,
houve colapso econômico, que gerou colapso na bolsa, no entanto, com o passar do tempo,
a bolsa de valores continuou sobrevivendo e os investidores que sofreram as consequências.
- Valores mobiliários, quando ofertados publicamente, são qualquer espécie de título ou
contrato que gere direito de participação, de parceria ou de remuneração do seu titular. As
ações não são o único título. Hoje em dia, o comércio é composto principalmente pela
circulação de crédito, mais do que circulação de moeda. O acionista não participa do rateio
de prejuízo, pois a responsabilidade é limitada ao que ele investiu. Nas sociedades
cooperativas a participação depende do seu estatuto, mas em sua maioria há rateio entre os
cooperativados.
- Art. 2º da Lei 6385/76: rol taxativo dos valores mobiliários. Títulos de dívidas públicas e
títulos de crédito (cambiais) não são negociados no mercado de capitais.
- Companhias abertas são aquelas que tem as suas ações e demais valores mobiliários
admitidos à negociação no mercado de capitais. É aberta quando está registrada na CVM e
seus títulos são emitidos e livremente negociados no mercado de capitais. São fechadas as
companhias que não tem suas ações negociadas no mercado de capitais. Não ter essa
negociação não significa que não são negociadas em lugar algum, mas se dão em
negociações privadas. Ela permanece fechada, geralmente são uma passagem da
sociedade.
- Sociedade é anônima por ser uma sociedade de capitais e não de pessoas, logo a
identidade de seus investidores é irrelevante (estes que são os anônimos). No caso dos
escritórios de advocacia não há anonimato, pois o nome dos sócios é exposto.
 AULA 21/03 – CONTINUAÇÃO
- Regulação dos mercados de capitais → lei 4595/64 (1ª lei que instituiu o sistema financeiro
nacional bancário e de política de crédito / cria o Conselho Monetário Nacional); lei 4728/65
(lei que disciplina o mercado de capitais visando o seu desenvolvimento, principalmente.
Tentativa de impulsionar o desenvolvimento econômico nesse período); lei 6385/76 (cria a
CVM) e lei 6404/76 (lei das sociedades por ações).
- Agentes que atuam no sistema de distribuição de valores mobiliários no mercado de
capitais. Tem por objeto o registro, a intermediação, a emissão e a distribuição da compra e
venda. Bolsa de valores (pessoa jurídica de direito privado) pode assumir duas formas:
associações civis – pode reverter o dinheiro arrecadado – ou sociedade anônima – reverte o
lucro em repartições de capital entre investidores.
- Controle rigoroso por parte do Estado, dos agentes econômicose dos títulos negociados no
mercado de capitais – onde se dá o encontro dos corretores de VM para a compra e venda
de títulos (pregões da bolsa). Valores podem oscilar por força de motivos externos ou
internos.
- Diferença entre bolsa e mercado de balcão organizado: 1) nível de regulação/regras de
negociação: MBO é mais flexível. 2) liquidez dos títulos: maior na bolsa de valores. Há títulos
com uma procura maior, daí a maior liquidez. 3) volume de negociação: superior na bolsa,
como consequência da liquidez.
→ participação nos lucros (dividendos)
→ juros remuneratórios sobre o capital
→ possibilidade de liquidez do título
- A CVM é uma autarquia federal de regime especial vinculada ao Ministério da Fazenda.
Não há hierarquia, autonomia patrimonial, financeira, administrativa ou decisória. Sede e foro
no RJ mas com competência para todo o território nacional. Também possui competência
fiscalizatória e sancionatória. Tem tribunal próprio administrativo.
 AULA 28/03 – AÇÕES
- O capital social de uma S/A é dividido em ações, ou seja, uma ação enquanto valor
mobiliário representa uma parcela do capital social. Ao fracionar o capital em ações, o
legislador permitiu a livre negociação da parte acionária entre distintos investidores.
Capacidade de cada acionário fazer seu próprio investimento, não precisa que a S/A faça
divisão.
- Valor das ações: as ações podem ser divididas em valor nominal, patrimonial, de
negociação, econômico ou de emissão. Valor nominal: valor quociente, resulta da divisão do
valor total do capital social pelo número de ações emitidas (Art. 11). Ponto de partida para os
investidores terem noção da proporção da S/A e reflexão do que haverá de aumento com a
emissão de novas ações, se também haverá aumento de capital. Havendo grande aumento
do número de ações sem aumento do capital, ocorre uma diluição (objetivo de otimizar e
maximizar a captação de recursos na companhia). Valor patrimonial: resulta da divisão do
montante em reais do patrimônio líquido pelo número de ações emitidas. Corresponde a
parcela do patrimônio líquido a cada ação. Patrimônio líquido é a subtração do ativo pelo
passivo. Tende a ser superior ao valor nominal, menos no momento da fundação da S/A
(marco zero), quando os valores são iguais. A apuração desse valor é de suma importância
para as companhias fechadas. Valor de negociação: resulta do encontro de vontades entre
comprador e vendedor no momento da negociação da ação. Não existe na S/A. O valor
apurado é o final após a tratativa entre titular da ação e interessado, partes envolvidas na
compra e venda da ação. Duas espécies: 1) negociação privada: fora do mercado de capitais
(pode ser na S/A aberta ou fechada – exceção) e 2) valor de mercado/bursístico/de cotação:
valor do momento em que há o pregão da bolsa de valores, sendo extremamente volátil.
Valor econômico: resulta de uma minuciosa avaliação feita por especialistas de modo a
poder mensurar o valor econômico mais vantajoso da ação para a companhia. Valor
pré-determinado que irá orientar a companhia e os investidores na elaboração das propostas
no momento da compra e venda da ação, estabelecendo parâmetros para a negociação,
criando um ponto de partida. Valor de emissão: valor que a ação tem no ato da sua
substituição (montante prometido pelo investidor/acionista no momento da aquisição da
ação). 1º momento: marco zero. 2º momento: aumento do capital social, um dos órgãos de
administração social irá definir o valor da emissão (assembleia geral ou conselho de adm).
Art. 170, §2º. Diferença entre o valor exigido e valor de emissão pago → valor ágil. Esse
valor vai para a reserva de capital. Art. 182, §1º, a da LSA. Diferença entre ato de
substituição e ato de compra: o momento da aquisição acontece no mercado primário,
enquanto a compra se dá no mercado secundário.
- Substituição: montante de recurso que o sócio promete no contrato, se obriga, se promete
a transferir para receber a ação em troca. A prazo pode gerar inadimplemento.
Integralização: efetiva transferência do recurso prometido no órgão de registro competente.
 AULA 02/04 – CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
a) quanto à espécie, podem ser ordinárias, preferenciais ou de fruição
b) quanto à forma, podem ser nominativas ou escriturais (Arts. 20, 31, 34 e ss)
c) quanto à classe, dividem-se de acordo com a especificação das vantagens e
direitos conferidos ao seu titular (Art. 15, §1º e art. 16)
- As ações ordinárias conferem aos seus titulares os direitos comuns de qualquer acionista.
Confere o direito a voto em assembleia geral. Ao analisar quem são seus titulares, é mais
fácil visualizar quem tem maior controle nas assembleias. Seus titulares são chamados de
ordinarialistas, controladores ou minoritários. Ações preferenciais são chamadas assim por
conferir aos seus titulares – acionista preferencialista – privilégios, vantagens, tratamento
diferenciado. São facultativas. Representam um mecanismo que pode ser utilizado pela S/A
na concorrência para a captação de investidores, em vista das preferências que ela pode
oferecer. Tais vantagens podem ser econômicas ou políticas. Uma delas é a prioridade do
reembolso em cado de dissolução ou liquidação do capital social, ou seja, este acionista
recebe sua parte antes dos demais. A preferência na distribuição dos dividendos, sendo
estes fixos ou mínimos é a principal vantagem. No dividendo fixo, o próprio estatuto social
estabelece o valor a ser recebido antes de qualquer outro acionista. Se houver apuração de
lucro excedente (Art. 17, §4º), não há previsão de recebimento adicional, haverá um novo
rateio desse excedente. Já os que tem direito ao dividendo mínimo, que pode ser expresso
em reais ou em %, recebem esta importância e podem participar do rateio de excedentes.
Quanto às vantagens políticas, o poder de eleger em separado um ou mais membros dos
órgãos de administração da companhia (Art. 18, caput), ou seja, há na cúpula um grupo
representante dos interesses dos preferencialistas. Também há o privilégio de aprovação de
matérias específicas no caso de alterações no estatuto social (Art. 18, p. ú.) Restrições:
ausência de direito de voto. Como as ações preferenciais são facultativas, ao serem emitidas
podem ter concessão ao direito de voto, não ter direito de voto (nesse caso, o acionista é
apenas investidor, não interfere na adm, só presta capital) ou ter voto restrito (Art. 15, §2º).
Controle de quantas ações podem ser emitidas como voto restrito, para impedir um
totalitarismo (Art. 111, §§1º e 2º). Somente no marco zero todas as ações dão direito a voto,
na assembleia de fundação, independente de sua espécie (Art. 187). As ações de fruição
também são facultativas e atribuídas aos ordinarialistas e preferencialistas que tiverem suas
ações amortizadas (dar ao titular o valor dela). Art. 44, §5º. Sendo assim, deixa de ser titular
da ação antiga e passa a ser titular dessa ação de fruição. Assim, o acionista recebe sua
parte caso ocorresse uma liquidação futura da companhia de forma antecipada. Se
realmente a companhia vier a ser liquidada, este acionista só poderá participar do rateio de
eventual excedente caso os demais acionistas recebam o equivalente ao que o primeiro
recebeu. A partir do momento em que todos receberam igualitariamente, sua participação
poderá ser permitida.
- Classificação quanto à forma como as ações são transferidas. Nas nominativas, a
transferência deve ser realizada no livro de registro de ações nominativas. Art. 31, caput e
§1º. Fica fisicamente na secretaria da companhia. A circulação das escriturais se faz por
registro próprio perante as instituições depositárias dessas ações, se dá em conta de débito
e crédito, não havendo certificado, portanto, o extrato dessa conta serve como prova.
- Quanto à classe, se dá em função da divisão de distintos interesses, direitos e vantagens
que podem ser conferidas aos acionistas em classes diferentes. Somente as companhias
fechadas podem ter essa divisão.Art. 15, §1º e 16. Direito ao voto, direito exclusivo (Art. 17,
§7º).
 AULA 04/04 – FORMAS DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS
- Formas de captação de recursos: 1) contrato de mútuo bancário, linhas de crédito. 2)
capitalização: emissão de ações, no caso da S/A – 1ª etapa: marco zero, no mínimo 2
subscritores; 2ª etapa: caso de aumento de capital social. 3) autofinanciamento: possibilidade
da S/A emitir outros valores mobiliários sem ser ações (Art. 2º da Lei 6385/76), como
debêntures e notas promissórias da S/A, por exemplo.
- Emissão: ato unilateral e voluntário de interesse exclusivo da S/A emissora por meio do
qual ela lança novos títulos no mercado de capitais. Subscrição: ato unilateral por parte do
adquirente/subscritor que é irrevogável. A retratação é possível desde que manifestada antes
ou concomitantemente à declaração de aceite. É particular quando é realizada entre a S/A
emissora e o possível investidor, isso no mercado primário. No secundário, é feito
diretamente entre as partes. Pode ocorrer na S/A fechada (regra) e também na S/A aberta
(exceção). A oferta pública, com grande acessibilidade, ocorre somente na S/A aberta.
Ambos os atos (emissão e subscrição) são de mercado primário. No mercado secundário há
a compra e venda. Circulação: princípio da livre circulação → o titular pode alienar livremente
suas ações independente da vontade dos demais acionistas (vale para a S/A aberta) Na S/A
fechada pode haver previsão estatutária sobre algumas limitações sobre a circulação das
ações, mas que não a impeça. Na aberta, não há arbítrio também dos investidores ou da S/A
emissora (Art. 36, caput).
- Restrições da negociação/negociação condicionada: casos em que a integralização não
foi totalmente realizada. Sendo assim, surge a condição de pagamento de um valor mínimo
da emissão (Art. 29 c/c 80, II, LSA). Responsabilidade solidária: prende alienante e
adquirente por 2 anos, enquanto a ação não for totalmente integralizada (Art. 108).
- Aquisição de ações pela própria S/A: em regra, é proibido. Art. 30, caput. Porém, existem
exceções (Art. 30, §1º) que se dão principalmente em situações de resgate, reembolso e
amortização de ações. Há a possibilidade também de aquisição temporária em tesouraria
visando posterior alienação, para não ter que reduzir seu capital social imediatamente. Pode
haver suspensão da circulação de ações (Art. 9º, §1º, Lei 6385/76).
- Cancelamento de ações: ato que a S/A emissora retira as ações de circulação
definitivamente (Art. 44 c/c 30, §1º, b c/c 107, §4º). Implica na redução do capital social,
obviamente.
- Certificado de ações nominativas: título representativo. Hoje em dia está em desuso, pois
a maioria das ações são escriturais, cuja titularidade de prova com extrato. Art. 23 e 24 c/c
27 c/c 43.
 AULA 11/04 – CONTINUAÇÃO
- Depósito e custodia das ações: o estatuto da S/A pode prever que todas as ações ou parte
delas sejam mantidas em conta de depósitos em instituições financeiras registradas pela
CVM, que prestam serviço de depósito/custódia, registro e controle (transferência, oneração,
etc). Art. 34, 41 e 43. Se a companhia emitir ações nominativas, seus livros podem ficar no
estabelecimento destas instituições para fazer sua escrituração e emitir seus certificados de
depósito de ações. O acionista também pode ter suas ações em custódia dessas instituições,
não só a S/A.
- Oneração das ações: enquanto bens móveis, as ações podem ser oneradas de modo a
garantir o cumprimento de obrigação entre o acionista titular da ação e seus credores, sem a
participação/autorização da S/A. A ação pode ser penhorada, dada em caução, em usufruto
ou alienação fiduciária em garantia. Art. 39 e 40. Pode servir de garantia em relação a uma
dívida de acionista. Se se tratar de ação nominativa, a averbação será dada no livro de
registro de ação nominativa (Art. 40, I c/c 100, I). Se for ação escritural, a averbação se faz
nos livros próprios da instituição financeira responsável pelo depósito/custódia e que
providenciará a anotação no extrato de conta de depósito de ações em nome do titular. Art.
39, §1º c/c Art. 40, II. É importante para garantir a segurança em efeito erga omnes,
principalmente a terceiros de boa-fé, demais acionistas e compradores (Art. 40, p. ú.).
 AULA 16/04 – DEBÊNTURES E OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS
- São valores mobiliários típicos da S/A. A debênture encerra uma operação de crédito,
confere direito de crédito entre seu titular e a S/A emissora nas condições (prazo,
vencimento, valor, garantia e demais obrigações) previstas na escritura ou no certificado de
debênture (Art. 52). Esse conceito não vale para a debênture perpétua. S/A emissora é
mutuária, enquanto o titular é (…).
- São passíveis de negociação no mercado de capitais e podem ser divididas em classes
com o mesmo pacote de direitos, tem sempre valor nominal (diferente de valor de emissão,
que pode ser superior ou inferior ao valor nominal). Arts. 53, 54 e 55. Possibilidade da S/A
participar do mercado secundário, comprando e vendendo debêntures.
- Ao poder dividir em classes, há distintos direitos garantidos ao titular, como pagamento de
juros fixos ou variáveis, direito de participar dos lucros da companhia, converter as
debêntures em ações e contemplar o prêmio do reembolso. Art. 56 e 57.
- Operações de crédito a longo prazo, 8 a 10 anos, possibilitando a captação de recursos por
parte da S/A emissora visando seu emprego em outros investimentos. Antecipa uma
quantidade de recuso para uma atividade-fim, explora-a e obtém seu valor.
- As condições de emissão e pagamento de debêntures estão previstas na escritura ou
certificado. A S/A aberta, seu conselho adm pode emitir debênture (tem competência, desde
que não tenham garantia real nem sejam conversíveis em ação). Art. 58.
- Dependendo da garantia que a debênture tenha, pode ser mais vantajosa. Art. 982, p. ú.,
CC c/c Art. 2º, §1º, Lei 11.101. Situação de inadimplemento: importa a ordem de pagamento
de crédito. Cada debenturista terá seu respectivo crédito classificado de acordo com a
garantia conferida pela sua debênture. Possível inadimplemento da S/A emissora. Por isso, a
melhor garantia é a real, quem tem garantia real faz parte do segundo grupo a receber (Art.
83, II, lei 11.101). Pode haver a garantia flutuante, debênture enquadrada como crédito com
privilégio geral (Art. 58, §1º c/c 83, V, c, lei 11.101). Há a debênture quirografária (Art. 83, VI,
a, lei 11.101) e a debênture subordinada (Art. 83, VIII, a, lei 11.101), desprovida de qualquer
garantia e subordinada ao cumprimento de determinadas obrigações previstas na escritura
ou nos certificados.
- Debêntures perpétuas não possuem prazo de vencimento fixo (Art. 55, §4º), mas está
condicionado a verificação de um fato futuro, seja previsto na escritura ou no certificado. A
partir do fato, passa a ser exigível. A inadimplência de juros pode ser este fato. Pode ser
também do vencimento ocorrer com a dissolução e liquidação da S/A. A S/A os emite como
artifício de organização do poder de controle, pois não há previsão de pagar o título tão cedo.
Nas ações preferenciais se a S/A não pagar os dividendos, passa a haver o direito de voto
(Art. 111, §§1º e 2º, LSA), já na debênture perpétua não.
- O agente fiduciário (Art. 66) deve ser nomeado obrigatoriamente no caso de S/A aberta. É
uma instituição credenciada na CVM que representa os debenturistas e serve de ponte entre
estes e a S/A emissora. Se existir, somente este poderá exercer os direitos do debenturista,
não podendo então individualmente executar o título, pois o agente age em seu nome. Se a
S/A for fechada, não há essa necessidade, ou seja, o debenturista pode agir individualmente.
 AULA 18/04 – CONTINUAÇÃO
- Bônus de subscrição: asseguram ao seu titular de acordo com as condições do certificado o
direito de subescrever com preferência ações da S/A emissora em caso de futuro aumento
do seu capital social. Pode ser atrativo nas situações de mercado em quehaja muita procura,
ou seja, paga-se pelo bônus e pelo título. Pode ser negociado. Assim, a ação é adquirida
com preferência (Art. 75 e ss). No caso do bônus, os acionistas terão direito de preferência
(Art. 77, p. ú. c/c 171 e 172). Art. 109, IV → direito essencial de preferência. A negociação
pode ser feita no mercado primário ou atribuída como privilégio a determinadas espécies de
ações. Competência da Assembleia Geral, podendo ser delegada ao conselho de adm, se
assim prever o estatuto (art. 76). O certificado está previsto no art. 79. Tem valor nominal e
são nominativos (Art. 78).
- Partes beneficiárias: é de emissão exclusiva da S/A fechada (Art. 47, p. ú.). Asseguram o
direito de crédito futuro e eventual pela S/A emissora baseada no lucro líquido, ou seja, o
pagamento está condicionado ao lucro líquido, dividindo entre as partes beneficiárias (Art. 46
e ss). O recurso capitado será direcionado para reserva de capital, que a S/A deve ter para
cumprir obrigações futuras (Art. 182, §1º, b). Não tem valor nominal, sendo estranhos ao
capital social da S/A, não estão vinculados. Pagamento condicionado a evento futuro e
incerto (Art. 46, §1º c/c art. 190). Interesse próprio de multiplicar sua riqueza (acionista). A fim
de proteger os acionistas, a emissão é limitada a 10% do lucro líquido, caso contrário a S/A
enriquece descontroladamente (art. 46, §2º). As partes beneficiárias não se dividem em
classe, tem classe única (Art. 46, §4º). É proibido conferir direitos de cunho exclusivo, salvo
direito de fiscalização da administração (Art. 46, §3º). A emissão fica a cargo da assembleia
geral, que decide seu momento oportuno, com previsão no estatuto. Objetivo: forma que a
S/A fechada tem de remunerar prestadores de serviço, fundadores e acionistas, pelos
serviços de grandes proporções, considerando suas limitações e porte menor. Posterga o
pagamento. Duração não pode ultrapassar 10 anos, salvo situações previstas no estatuto
(Art. 48, §1º). O estatuto pode prever a possibilidade de transformar as PB em ações (Art. 48,
§2º). Títulos nominativos vinculados a uma pessoa específica e sempre registrados em livro
próprio (Art. 50 c/c 100, III).
- Nota promissória da S/A: título de crédito por excelência. Emissor se compromete a pagar
seu valor em determinada data e determinado lugar. Sem participação de terceiros. Faz
circular dinheiro sem precisar de moeda física. Contexto de captação de recursos/promessa
de pagamento Instrução 566/15 da CVM c/c Art. 2º, VI, 6385/76 (legislação sobre nota
promissória: decreto 2044/08 e decreto 57663/66 → lei uniforme de Genebra em matéria de
letra de câmbio e NP). Pode ser emitida por qualquer S/A, por limitada e por cooperativas
agropecuárias. Semelhante a debênture, mas vence em apenas 1 ano. A subscrição é a
vista, não pode ser parcelado. Diferente das PB, pode ser fracionadas em séries, porém
cada uma tem a mesma data de vencimento e condições. A S/A aberta ao fazer oferta
pública de emissão pode fixar um prazo superior a 365 dias. A circulação se dá através do
endosso, mecanismo de transferência de títulos de crédito, mais ágil e prático e com efeitos
próprios. O cedente no direito civil só se responsabiliza no momento da transferência por
contrato. No endosso, não precisa de documento e o endossante fica preso como
corresponsável numa cadeia de endosso (ato cambial). Endosso em branco não identifica o
beneficiário (endossatário). O endosso em preto o identifica e a nota só pode ser transferida
por endosso em preto. Quando um endossante inclui uma cláusula de não garantia de
pagamento, foge à regra de que todos os endossantes são codevedores, é a única exceção
admitida. A NP sempre se transfere por essa cláusula sem garantia, ou seja, a S/A só paga
ao seu credor imediato, e os devedores subsequentes ao credor imediato não podem mover
ação de regresso em face da S/A. (Art. 4º da Instrução c/c 9º). O endosso é sempre em preto
e com a cláusula de garantia.
 AULA 25/04 – CAPITAL SOCIAL
- Cláusula do contrato social (Comercial I). Artigo do estatuto social. Para explorar um
empreendimento, é necessário ter recursos, que são dados pelos sócios, sendo estes
dinheiro, bens e crédito. O capital social é o somatório de todas as contribuições dos
acionistas pelo o que receberão em troca ações representativas de uma parcela do capital
social que representa o patrimônio inicial da sociedade, visando o início da exploração da
empresa. Cifra que representa o montante de recursos dos quais se valerá a empresa, sendo
um indício sobre a solidez econômica da sociedade, traduz essa potência para quem vai
negociar (Art. 5º e ss). Momento de integralização das ações pelos sócios. O ágil (reserva de
capital extra) não pode compor o capital social (Art. 182, §1º, a c/c art. 200). É a sobra que
resulta da diferença do valor de emissão para valor nominal.
- Subscrição: obrigação do sócio no momento de aquisição da ação que consiste na
obrigação de efetuar o pagamento do preço de emissão transferindo dinheiro, bens ou
crédito para a sociedade. Se subscreve tem que integralizar → efetiva transferência desse
montante para a S/A, necessita de averbação em órgãos públicos. Dois momentos distintos.
- Capital x patrimônio: são tidos como a mesma coisa no marco zero para fins didáticos. Com
o passar do tempo, os recursos vão aumentando e incrementando o patrimônio, enquanto o
capital fica estagnado até que haja correção monetária. Patrimônio material tende a se
desvalorizar, ao contrário do imaterial (patente e marcas se valorizam).
- Capitalização x financiamento: capitalização é o aumento do capital social no momento da
constituição (não assume dívidas aqui) ou em momento posterior. No financiamento não há
esse aumento, mas a assunção de dívidas (sentido de assumir dívidas) na emissão de
crédito (valores mobiliários que encerram uma relação de crédito), por contrato de mútuo ou
na modalidade de autofinanciamento. Na capitalização, se não houver integralização, o
acionista vira devedor da S/A. No financiamento, a S/A que vira devedora.
- Princípio da intangibilidade: os recursos que compõem o capital social pertencem
exclusivamente a S/A e não podem ser restituídos aos sócios a título de distribuição de
lucros e dividendos, salvo em casos previstos em lei (ex: exercício de direito de retirada do
sócio, exclusão/expulsão do sócio, morte do sócio ou caso de dissolução e liquidação da
sociedade – se aplicam principalmente na S/A fechada, não necessariamente na aberta).
Sócio participa da distribuição na liquidação de acordo com o seu quinhão e o valor do
capital deve estar previsto no estatuto, e seu valor deve estar na moeda corrente nacional
(Art. 5º, caput). Deve haver correção monetária 1x ao ano (§1º).
- Vínculo da sociedade limitada é mais estável. A S/A é mais engessada.
- Art. 7º: como pode ser formado o capital social. É vedada a contribuição em serviço. Na
limitada, a constituição do capital social não pode haver sócio contribuindo em serviço
exclusivamente (Art. 1055, §2º, CC). Não importa se é simples ou empresária, é proibida. A
transferência de recursos tem peculiaridades: os bens precisam ser avaliados por três peritos
ou por uma “empresa” especializada em avaliação (Art. 8º). A S/A não pode assumir o bem
por valor superior ao dado pelo subscritor (próprio acionista deve dar um valor mais alto para
o avaliador igualar ou inferiorizar). A assembleia aprova ou não o laudo. Se houver
discordância entre sócio e assembleia, o recurso não pode integrar a S/A, sua constituição
fica comprometida. Nesse momento de avaliação, o sócio ainda não pode votar, só discordar
do valor do laudo.
- Omisso o contrato social, o bem se transfere para a S/A como propriedade. Deve estar
expresso como o bem vai estar transferido. A assembleia aprovando o laudo, vai constar em
ata o valor a ser levado a arquivamento na junta, emite certidão que depois vai para
averbação para efetivar a transferência do bem.
- Osubscritor ao manifestar a vontade de adquirir a ação assume a obrigação de pagar por
ela. Ele pode ser constituído em mora através do boletim de subscrição, se não houver
cumprimento, pode ter chamada de capital. A S/A pode ir a juízo em ação de cobrança
exigindo o pagamento da ação e multa por inadimplemento. Se pagar em parcela, pode
tentar vender parte das ações. Se a ação não for vendida, torna-se caduca e deixa de
integrar o capital social. Art. 106 e 107.
- Obrigações assumidas pelo acionista pelo crédito ou bens transferidos a título de
pagamento pelas suas ações. Acionista quando transfere bens responde como num contrato
de compra e venda. Art. 10, caput c/c Art. 441, 447 e 1005, CC → evicção e vícios
redibitórios. Na transferência de crédito, fica responsável pela solvência do devedor do título
que transferiu para a sociedade (Art. 10, p. ú. c/c art. 23, §2º). O acionista alienante de ações
(transferência de não integralizadas) fica solidariamente responsável pela sua integralização
durante 2 anos a contar da data da transferência. Art. 108.
- Aumento e redução do capital social: quem tem competência para deliberar é a AGO sobre
a sua correção monetária e também na emissão de novas ações, desde que o estatuto não
preveja que o conselho de adm também tenha essa competência. Omisso o estatuto, a
competência é da AGO sobre correção e emissão, podendo implicar no aumento do capital
social. Art. 166 e 167. Direito de preferência: Art. 166, §2º c/c 171 e 109, IV.
- Diluição do capital social: aumento pode ensejar a diluição do valor das ações. Segundo
problema: organização do poder de controle, emitindo ação preferencial, aumenta o capital
social mas o poder continua o mesmo porque tais ações não concedem direito de voto.
- Redução: 3 situações → 1) se mostrar excessivo; 2) em caso de perdas; 3) prejuízo
acumulado em um período. Dois últimos casos quando a reserva não for capaz de suprir
prejuízos, aí abate o capital social. A AGO é competente para deliberar a respeito. Art. 173.
- Abertura e fechamento do capital social: transformação da S/A aberta em fechada e
vice-versa. Pressupõe alteração do estatuto e registro dos valores mobiliários na CVM para
negociação com ou sem emissão de novas ações (fechada em aberta – mais comum para
aumentar recursos). Art. 19 e 21 da lei 6385/76. Exige alteração do estatuto e cancelamento
de registro na CVM e mercado de capitais (aberta em fechada). Pressupõe que a S/A retire
as ações em circulação mediante oferta pública (Art. 4º-A, §§2º e 4º) de aquisição de ações
→ pode ser dada em até 95%, os 5% restante ainda em circulação pode ser amortizado
mediante pagamento do preço oferecido as demais, depositado na instituição financeira
custodiante das ações (§5º)
 AULA 30/04 – CONSTITUIÇÃO DA S/A
- Rito de formação → 1ª etapa: cumprimento das providências preliminares (Art.
80)/requisitos preliminares essenciais. Serve para S/A aberta e fechada. 2ª etapa:
constituição propriamente dita. 3ª etapa: cumprimento das providências complementares.
- 1ª etapa: pressupostos indispensáveis que precedem o ato constitutivo. Estão diretamente
associados a formação do capital social. Se não forem atendidos a constituição fica
prejudicada, além de não poderem ser aproveitados para uma segunda tentativa de
constituição com capital diferente (Art. 80). Subscrição: assinatura da parte interessada no
boletim ou certidão de subscrição. É seguida da integralização (art. 80, I c/c 85). Segundo
requisito diz respeito a integralização feita em dinheiro, devendo ser de 10% no mínimo
(entrada mínima). Art. 80, II. Exceção: exige-se entrada de 50% quando se trata de S/A como
instituição financeira (Art. 27, lei 4595/64). Terceiro requisito exige o depósito da parcela do
capital social realizada em dinheiro no Banco do Brasil ou em outra instituição financeira
registrada na CVM. Quem faz o depósito são os fundadores em nome do subscritor em favor
da S/A. Porque se a S/A não for constituída, o dinheiro poderá ser devolvido ao subscritor.
Art. 80, III c/c 81, p. ú. Formas de subscrição: 1) pública ou particular: no mercado primário
de capitais ou de forma particular. A pública é típica da S/A aberta e é tida como módulo de
constituição sucessiva (vários atos sucessivos), e se dá com a captação de recursos no
mercado primário, por meio da seguinte operação: oferta pública inicial de ações no
mercado, a S/A coloca suas ações no mercado primário por meio dessa operação.
Contempla três etapas sucessivas: registro prévio e obrigatório das ações na CVM, a oferta
no mercado primário e a convocação da Assembleia de fundação/constituição (Art. 19, caput,
lei 6385/76 c/c instrução da CVM 400/03 c/c Art. 82, LSA).
AULA 02/05 - CONSTITUIÇÃO PROPRIAMENTE DITA
- MP nº 881 de 30/04/19 “Declaração de direitos de liberdade econômica”
- atendimento dos requisitos preliminares do art 80. Uma vez superada essa primeira fase e
atendidos todos os requisitos, pode finalmente a sociedade ser constituído pela convocação
da primeira assembleia constitutiva da SA chamada de assembleia de fundação ou
constituição da SA. Os próprios fundadores a convocam. Essa assembleia tem por objetivo
deliberar sobre a constituição da SA mas implica também, porventura, em analisar o relatório
de avaliação dos bens, discutir e votar esse relatório. Bens que foram entregues a sociedade
a título de formação do capital social. Art. 86 c/c Art 8º da LSA. Existe toda uma formalidade,
deve ser publicada na imprensa oficial e também na imprensa local a data o horário e o local
dessa assembleia e para que possa iniciar é necessário que se afira o quórum de instalação.
A lei diz que em primeira convocação essa assembleia se instala com a presença de
acionistas subscritores que representem no mínimo a metade do capital social. Em segunda
convocação se instala com qualquer número. É presidida por um dos fundadores
secretariado sempre por um acionista subscritor, que lê a pauta do dia, o relatório e segue a
sequência da pauta (art 87) e vão sendo superados cada ponto da pauta de maneira
sucessiva (relatório de bens, recibos de depósitos das parcelas dos bens, leitura e
deliberação do Estatuto da sociedade - ponto máximo da reunião, ápice - e superada essa
fase o presidente da mesa declara formalmente constituída a sociedade e redige tudo a
termo em ata (ata em duplicata) assinada por todos os acionistas ou pelo número mínimo
para aprovar cada item da pauta. Aprovado o estatuto e a ata e declarada constituída a SA
são eleitos os primeiros administradores, membros do conselho de adm e conselho fiscal.
Uma cópia fica arquivada na secretaria da SA e outra é levada para o arquivamento na junta
comercial da sede no prazo de 30 dias a contar da lavratura do ato. Se for cumprido o prazo,
os efeitos surgem a partir da assinatura (ex tunc). Se perde o prazo, é possível arquivar mas
os efeitos passam a surtir a partir da data do deferimento da arquivamento (ex nunc). O
efeito desse arquivamento é a formalidade de constituição se tornando um sujeito de direitos
e obrigações pois adquire sua personalidade jurídica própria (art 45, CC c/c 985 e 1150, CC
c/c 87 e 94, LSA).
- Providências complementares: dentre elas a lavratura da ata em duplicata, o arquivamento
no órgão de registro, publicação na imprensa oficial, e o arquivamento dessa publicação na
junta comercial. Prazo para arquivamento: Art. 32, II, a c/c 36 da lei 8934/94.
- Diferente da constituição de uma sociedade limitada, a S/A pode ainda durante a sua fase
de constituição já estar em atividade, operando, sem que com isso implique em dizer que ela
está irregular, não se aplica portanto à S/A em constituição o regramento da sociedade em
comum. (Na limitada, se ela tá operando sem estar constituída, aplica-se as normas da
sociedade em comum, com todos seus efeitos. Isso não vale para a S/A). Para que os adm
não incorram em responsabilidade devem usar o nome da SA seguido da expressão Em
Organização. AS/A ainda não formalmente constituída mas já operanda deve
necessariamente ter acrescido ao seu nome o termo Em Organização. (art 91). E os
primeiros adm responderão solidariamente pelos prejuízos causados a S/A e aos acionistas
pelo não cumprimento das exigências legais ou demora nesse cumprimento. Dai o
arquivamento em atraso, se tiver dado prejuízo o adm responderá dessa forma (art 99, caput
c/c 159). Isenta a pessoa jurídica da S/A de eventuais irresponsabilidades do administrador
(parágrafo único) salvo se a assembleia deliberar de forma adversa imputando a
responsabilidade a S/A. Art 95 documentos do arquivamento: cópia do estatuto social,
relação completa dos acionistas (qualificação, ações, forma de integralização), recibo de
depósito da parcela em dinheiro do capital social, duplicata das atas de aprovação da
avaliação dos bens e ata da constituição da S/A. Se for S/A aberta depois disso vem o
registro na CVM, feito isso também há o registro na bolsa de valores. Também tem alvará da
prefeitura, órgãos do poder executivo responsáveis por licenças, exército de for caso de
armas e explosivos, INSS, caixa econômica, receitas federais e estaduais, mas isso não está
relacionado ao direito comercial. Ainda no art 95, o primeiro inciso fala do estatuto social. O
estatuto antes de ser levado a arquivamento precisa do visto do advogado sob pena de
nulidade do ato. Art 1º parágrafo 2º do Estatuto da OAB.
- Os primeiros adm tem que começar a transferência do patrimônio para a sociedade, dos
bens integralizados. Os adm vão extrair uma certidão da junta da ata. Tem que ir no INPI
para providenciar a averbação da transferência de bens do acionistas para a sociedade. Se
for imóvel, no RGI. Se for automóvel, no DETRAN. Tem que ir no órgão competente para
realizar a transferência. Patente: INPI. Arts. 89, 98, parágrafos 2 e 3, c/c 35, VII da lei
8934/94. Parte de escrituração: abertura dos livros e a sua autenticação. Art 100, LSA c/c
arts 1179 e ss, CC. O visto do advogado sob pena de nulidade tem exceções: as PJ
enquadradas como microempresas e de pequeno porte tem o tratamento diferenciado
referente a essa isenção, sendo dispensado o visto de advogado. Art 9 parágrafo 2 da lei
complementar 123/06. (consultar lei complementar 167/19).
- objeto social: pode ser qualquer objeto que tenha fim lucrativo. Desde que o fim lucrativo
não seja contrário a lei, a ordem pública e os “bons costumes”. Art 2º da LSA. O objeto social
da SA é explorar uma atividade, gerando lucro que se reverterá para a sociedade e será
passado aos acionistas sob título de distribuição de lucros/dividendos. Não existe S/A com
objeto social que contempla atividade beneficente, sempre haverá lucro. A função desse
objeto social, é por meio da fixação do artigo do objeto social, que se delimita o âmbito de
atuação da SA na economia, definindo e caracterizando o tipo de empreendimento. Esse
objeto social com fim lucrativo deve ser descrito de forma detalhada prevendo todas as
atividades que serão exploradas pela SA indicando gênero e espécies de atividade, indústria,
comércio, serviços, importação e exportação são gêneros. Serviços bancários, fabricação de
componentes, exportação de produtos agrícolas são espécies. A SA não pode atuar num
âmbito não previsto no objeto social. Art 2º paragrafo 2º c/c art 53, parágrafo 2 do decreto
1800/96. Se a SA atua num setor da economia regulado pelo estado basta que indique o
gênero da atividade, porque a própria legislação que vai autorizar a SA para atuar naquele
ramo específico. Ex: instituição financeira, basta que indique a finalidade geral, haverá
legislação específica que detalhará. Art 17 e 25, lei 4595/64. A própria legislação sabe que
para explorar de forma ampla e exaustiva é preciso constituir outras sociedades ou participar
de outras, por isso prevê que independente de previsão expressa no estatuto possa haver
essa participação como maneira de atingir seu escopo, seu objeto. Dai surgem os grupos de
sociedade (holdings) ou subsidiária integral (sociedade criada por uma maior que a controla
totalmente com o objeto de executar/cumprir o objeto da “sociedade-mãe”). Art 2º, parágrafo
3, c/c 251, 265 e 278 - consórcios. A delimitação atende também ao interesse de proteção
dos acionistas minoritários contra atos praticados pelo acionista controlador e parte dos adm
da sociedade. Atos ultra vires praticados pelo adm ou sócio controlador. Art 117 c/c 153,
LSA. O objeto social pode ser alterado, a lei exige um quórum qualificado e específico para
isso. Quórum de acionistas que representem no mínimo metade do capital votante, se não
for previsto um outro mais apertado no estatuto. Na deliberação de alteração do estatuto, um
mero ajuste do objeto social não dá ao acionista dissidente o direito de se retirar da
sociedade, que só existe quando está em jogo uma mudança radical no objeto da sociedade,
de sua substância. Nesse caso cabe ao vencido o seu direito de retirada da sociedade. Isso
somente na sociedade fechada ou aberta cujas ações não tenham alta liquidez no mercado.
A sociedade não pode parar pra fazer um balanço, então se tiver grande liquidez o acionista
vencido deve vender as suas ações. Arts 136, VI c/c 137, caput da LSA.
 Objeto Social da SA A SA ela sempre será considerada uma sociedade genuinamente
mercantil independentemente de seu objeto social. Base Legal: Art. 982, parág. único
combinado com art. 2º, parág. 1º da lei 6404. A SA tem sempre fim lucrativo,
independentemente de seu objeto social. Base Legal: Art. 2º, caput e parág. 1º da lei
6404. Sua função é definir o escopo de atuação, o âmbito de exercício de uma
empresa específica, de uma atividade econômica delimitando seu campo de atuação.
Além disso define e caracteriza o tipo do empreendimento.Essa definição tem um
desdobramento, pois o objeto social é importante para definir também a aplicação de
outras legislações. Existe a obrigatoriedade que este objeto social seja previsto
obrigatoriamente no estatuto social. É o estatuto que definirá o objeto da companhia
de modo preciso e completo. Esse detalhamento de modo preciso e completo,
entendendo-se a especificação do gênero e da espécie da atividade. Base Legal: Art.
2º, parág. 2º da lei 6404/76 combinado com art. 53, parág. 2º do decreto 1800/96.
Decreto que regulamenta a lei 8934 e esse artigo 53 trata do detalhamento do objeto
social trazendo o gênero e a espécie. Determinadas atividades específicas regidas por
lei própria têm o objeto social já definido pela própria lei. Há o estatuto, atividade em
si, mas até mesmo o nome social, pelo fato da atividade econômica ser regida por lei
própria, não precisa trazer esse gênero e espécie bem definidos. Base Legal: Art. 17 e
seguintes e art. 25 e seguintes da lei 4595/64. Exemplo: Atividade bancária é regida
por lei especial. O objeto social pode ser mais amplo do que a atividade efetivamente
explorada. Qualquer atividade exercida ou explorada deve estar prevista no objeto
social. Esse objeto social costuma ser um texto longo contemplando uma série de
atividades do mais geral ao mais específico. A SA, diferente da limitada, pode ter
como seu objeto social pura e simplesmente a sua participação em outras sociedades.
Base Legal: Art. 2º, parág. 3º da lei 6404. Estamos falando especificamente das
holdings’s que podem ser puras (têm no seu objeto social tão somente a participação
no capital social de outra sociedade, preferencialmente de forma majoritária para
manter o controle) ou mistas (têm no objeto social não apenas a participação em outra
sociedade, mas também a exploração de outras atividades econômicas). Holding’s
têm a incumbência de gerir a participação em outras sociedades. Há SA’s que só
possuem um único sócio, no caso da subsidiária integral, por exemplo. Há o interesse
por parte do Estado brasileiro de fomentar a união entre grupos econômicos. Quando
se fala nisso, não há só a holding, mas os consórcios, os grupos societáriose até
mesmo fusão entre grupos econômicos. Importância do Objeto Social - O objeto social
também serve para limitar as ações desses administradores e a sanção existe para
quando os administradores extrapolam o dever. Base Legal: Art. 153 e seguintes da lei
6404. - Meio de proteção dos acionistas minoritários. Eles em muitos casos ficam à
mercê do que decidir o acionista majoritário. Objeto social serve para dar clareza e
segurança à eles. Prática de ato ultra vires -- desvio do objeto social, transações
estranhas do objeto social, incluindo casos de suborno, corrupção ativa e passiva, etc.
Mudança do Objeto Social O objeto social pode ser modificado. Base Legal: Art. 136,
inciso VI e art. 137 combinado com art. 45. A alteração de objeto social é um ponto
crucial, tanto que é um quórum qualificado que é elegido para isso: acionistas que
representem, no mínimo, metade das ações com direito à voto, se quórum mais
qualificado não for previsto no próprio estatuto. Aqui está a importância dos sócios
acionistas fundadores de delimitar bem o objeto social. Em uma possível alteração do
objeto social, pode ser que existam divergências entre os acionistas. Os que são
contra e ficam vencidos na deliberação recebem o nome técnico de DISSIDENTES . O
direito que assiste esse acionista é o direito de retirada , ou seja, em caso de acionista
dissidentes, assistem à eles o direito de se retirarem da sociedade. Essa mudança
deve ser significativa, como alteração que implique na alteração da própria base do
objeto. Meros ajustes, que não alteram a essência da atividade não dão direito à
retirada, pois esse direito dá, consequentemente, o direito de reembolso. É devolvido
ao acionista o valor correspondente à sua ação. Base Legal: Art. 45 da lei 6404.
Ações que tenham grande fluidez e dispersão no mercado têm que ser negociadas na
bolsa de valores e nelas cabe o direito de retirada, porém não cabe o direito de
reembolso, ou seja, você pega sua ação e re negocia na bolsa de valores. Base Legal:
 Art. 137, caput, inciso II da lei 6404. Recapitulando: Definição do escopo da atividade
da SA | Definição do limite de atuação dos administradores da SA | Definição dos
direitos dos acionistas no caso de dissidência, de discordância de retirada no
momento de alteração desse objeto social | Peculiaridade da SA: prevista no próprio
objeto social de pura e simplesmente na atuação em outra sociedade, tanto anônima
quanto limitada.
 Requisitos Essenciais - Art. 80, I da lei 6404 -- a subscrição de pelo menos duas
pessoas de todas as ações fixadas no estatuto social. Na lei 6404 o capital social de
uma SA é sempre de, no mínimo, 2 pessoas por ser uma sociedade pluri social. -
Exceção: Dois acionistas subscrevendo todo o capital social, todas as ações devem
pertencer a no mínimo duas pessoas que devem SUBSCREVER a totalidade do
capital social de ações, previstas no estatuto. Na 6404 não deve existir a sociedade
anônima unipessoal, mas pode acontecer como exceção, como quando falece um
desses sócios, ou pede para sair, ou é expulso. Ocorre então a unipessoalidade
temporária. Ela no prazo de 1 ano deve ser recomposta, diferente da limitada que
deve ser em 6 meses, sob pena de dissolução da SA. - Outro exemplo é a chamada
subsidiária integral. Base Legal: Art. 251 da 6404. Nesses dois casos verificaremos a
existência de uma SA como um único acionista. Art. 80, II da 6404 -- a parcela do
capital social em dinheiro deve ter como uma entrada mínima 10%. Só há de se falar
na aplicação do inciso II, se a subscrição for a prazo. Há exceções, como o caso da
SA como instituição financeira: aqui a integralização mínima é de 50%. Base Legal:
 Art. 80, parag. único da lei 6404 combinado com Art. 27 da lei 4595/64. Art. 80, III da
lei 6404 -- aqueles 10% devem ser depositados em qualquer instituição financeira
bancária cadastrada pela CVM para que esse recurso seja depositado. Tanto os 10%
mínimo obrigatório quanto os 90% que virão no futuro. Esses artigos estão
diretamente relacionados à constituição do capital social de uma SA. Sem esse capital
social o grande empreendimento nos podes ser explorado. O estado tem interesse em
primeiro viabilizar dinheiro para a pessoa jurídica para depois meter a mão na
exploração. Formas Possíveis de Subscrição A subscrição aqui pode ser pública ou
particular. ● Pública -- Se tratar-se de uma SA aberta. A doutrina dá o nome de
constituição sucessiva. A subscrição pública é o processo por meio do qual se
constitui a SA aberta por meio de oferta pública de emissão das suas ações no
mercado de valores mobiliários. É um alarde generalizado, grandes jornais e revistas
estampam matérias relacionadas a essa abertura de capital, seja uma SA que já
existe e está abrindo seu capital, seja uma nova SA. Essa subscrição pública
pressupõe uma oferta pública de ações, oferta pública inicial (INITIAL PUBLIC
OFFERING - IPO) que constitui essa chamada para colocação dessas ações no
mercado primário. Pressupõe uma fase inicial de registro e autorização prévia pela
CVM, após isso a colocação das ações no mercado primário, seja na bolsa de valores
ou colocação no mercado primário. Base Legal: Art. 19 e 21 da lei 6385/76. O terceiro
momento é a convocação da assembleia de constituição da SA, ou de fundação da
SA e só ocorre uma única vez, como o próprio nome já diz. Não é uma assembleia
geral!! Cuidado!! As etapas da emissão pública, a comunicação obrigatória com o
público, a obrigatoriedade de contratação de uma instituição pública que faça a
intermediação da subscrição pela SA, tudo isso está disposto em artigo. Base legal:
 Art. 19, parág. 3º e art. 21 da lei 6385/76 combinado com o art. 82 da lei 6404/76. O
nome desse contrato é o de subscrição ou contrato de "underwriting", celebrado entre
a SA aberta e a instituição financeira. Auxilia na divulgação da oferta pública inicial, da
IPO, nos meios de comunicação e atua como intermediária na negociação dessas
primeiras ações que devem ser subscritas por, pelo menos, duas pessoas sob pena
de inviabilizar a constituição da SA. Esse contrato tem cláusulas específicas e duas
delas são importantes: 1. A primeira é facultativa - CLÁUSULA DE MELHOR
ESFORÇO, "Best Ef ort" - se essa cláusula existir a instituição financeira se
compromete com todos os esforços para atingir o fim do contrato, captar todo o
público necessário para fazer com que todas as ações sejam subscritas. O que está
em jogo não é tão somente a instituição financeira conseguir duas pessoas para
subscrever o Capital social, no mínimo, mas é fazer essa oferta pública inicial ser tão
atraente que haja uma super demanda que faça que no ato de subscrição dessas
ações os interessados paguem mais que o valor inicial delas gerando o agio. Há o
valor nominal e a procura foi tão grande que vendeu-se acima do preço o o valor a
mais vai para o agio. 2. A segunda cláusula é a "stand by" por meio da qual a própria
instituição financeira se compromete a subscrever ela mesma as ações que
porventura não tenham sido subscritas por ninguém. Cláusula importante, pois o
fundador fica tranquilo de que a fundação da SA não ficará comprometida. Ambas
cláusulas acima estão dentro da de “underwriting”. A lei obriga a SA aberta a contratar
uma instituição financeira especializada para fazer essa mediação das ações com o
público. Base Legal: I nstrução nº 400/2013 da CVM. O essencial para fixarmos é que
se se tratar de uma SA aberta, além de atender aos requisitos do Art. 80, deve
também contratar uma instituição financeira que faça uma ponte entre a sociedade
que está se constituindo e o grande público. Há a subscrição particular também que
se dá no processo de constituição de uma SA fechada, conhecido como processo de
constituição simultâneo, se dá de maneira concentrada e instantânea. Não há emissão
pública de ações aqui. Sendo assim, não há necessidade de registro ou de
autorização prévia por parte da SA na CVM. Como se dá esse subscriçãoparticular?
De maneira personalizada e individualizada entre a SA fechada e um possível
investidor, na maioria da pós vezes indeterminado. Na SA fechada todos os
subscritores são considerados fundadores da SA. Base Legal: Art. 88, caput da lei
6404. A constituição dessa SA fechada se dá de duas formas: 1. Por meio de uma
assembleia de constituição, de fundação. Base Legal: Art. 88, caput da lei 6404. 2. Por
escritura pública de constituição de uma SA, que deverá ser assinada por todos os
subscritores. Base Legal: Art. 88 combinado com os art. 86 e 87 da lei 6404. OBS:
Não há escritura pública na SA aberta! Convoca-se uma assembleia de fundação
onde são deliberados os assuntos necessários para a constituição da SA. Lembrando
que ela pode atuar antes de sua constituição, desde que coloque em seu nome SA em
formação. A constituição propriamente dita. Somente após encerrada aprimora fase
de formação do capital social,mesma por subscrição pública ou particular é que se
passa para a segunda fase. O ponto alto da segunda fase é a assembleia de
constituição da SA, onde se convoca essa assembleia para deliberar a constituição da
companhia, incluindo a avaliação dos bens, se houver. Base Legal: Art. 86 da 6404.
Instala-se com a presença de metade do capital social, quorum de instalação em
primeira convocação e em segunda convocação, qualquer quorum. Base Legal: Art.
87 da lei 6404. Cada ação vale um voto, independentemente da espécie e da classe
daquela ação. Base Legal: Art. 87, parág. 2º da 6404. A constituição da SA dependerá
do atendimento de todos os requisitos legais e da aprovação no todo. Base Legal: Art.
87, parág. 3º da 6404. Delibera-se, vota-se, extrai-se a ata que deve ser assinada por
todos os presentes e encerra-se essa etapa. Passa para a terceira e última etapa de
atendimento das providências complementares. É o arquivamento e a publicação dos
atos constitutivos no órgão, na junta comercial, pela natureza empresarial da SA. Base
Legal: Art. 982, parag único combinado com art. 94 da 6404. Com o arquivamento do
ato constitutivo começa a aquisição da personalidade jurídica da SA. Base Legal: Art.
45, 985 e 1150 CC. Antes desse arquivamento a SA pode operar, mas desde que use
e expressão "em formação ou em constituição" após seu nome empresarial. Base
Legal: Art. 91 LSA. O administrador, a pessoa ou o sócio fundador que está atuando
em nome da SA e que não use essa expressão, se causar prejuízo a terceiros,
responderá pessoalmente e individualmente pelo prejuízo causado. A documentação
necessária para esse arquivamento na junta comercial está disposto na base legal:
Art. 95 da 6404. Arquiva a documentação, a publica e a após a publicação arquiva
novamente. Três principais atos que compreendem o registro : 1. Arquivamento; 2.
Matrícula em seu cancelamento, apenas de leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes
comerciais, trapicheiro e administradores de armazéns em geral; 3. Autenticação dos
instrumentos de escrituração. Base Legal: Art. 32 e seus incisos na lei 8934/94
combinado com o art. 36 da mesma lei. Outras providências complementares devem
ser feitas: se um imóvel foi aprovado para transferência à SA, o que deve ser feito
como providência complementar é a averbação dessa transferência no registro público
de imóveis e providenciar a transferência daquele imóvel que passará a pertencer à
sociedade anônima. Base Legal: Art. 98, parág. 1º da 6404. Somente com averbação
concluída é que se transfere a propriedade para SA, mas isso se for um terreno. Se
for uma carta patente a averbação da transferência da propriedade da patente já será
o INPI. Toda a burocracia que existe para uma limitada existe também para uma SA. E
todas as autorizações necessárias dependendo da atuação, seja vigilância sanitária,
anvisa, ministério da defesa, etc. tudo para regularizar o início da operação.
 AULA 07/05 – ÓRGÃOS SOCIAIS
- São a Assembleia Geral, o Conselho Administrativo, a Diretoria e o Conselho Fiscal.
- Duas teorias: orgânica e de representação. A primeira é a adotada no Brasil. Esses quatro
órgãos representam a estrutura interna da S/A, mas não são sujeitos de direito e não podem
ser demandados em litígios, nem possuem patrimônio próprio. Não tem personalidade
jurídica própria. A responsabilidade quando incidir será sobre a pessoa natural, sobre o
membro que compõe o órgão. São a S/A e não a representam, segundo a teoria orgânica. É
por meio desses órgãos que a S/A expressa sua vontade, no limite das suas competências
(lei ou estatuto). Afastam a noção de substituição da vontade da S/A. A pessoa jurídica é/
totalmente responsável pelos atos praticados conforme a lei/estatuto.
- TRAZER AS ALTERAÇÕES DA MP 881/19 PARA A PROVA.
- Classificação: são um coletivo. Dentre esses quatro órgãos, alguns atuam como um todo no
coletivo e outros atuam unilateralmente (divisíveis e indivisíveis). Divisível pode atuar em
colegiado ou mediante iniciativa individual de algum membro (Diretoria e Conselho Fiscal).
Os indivisíveis somente atuam na forma de colegiado (Assembleia e Conselho Adm).
Importante delimitar matérias perante terceiros.
- Assembleia Geral: órgão deliberativo máximo dentro da S/A e é o órgão que tem poder
para decidir sobre todos os negócios diretamente relacionados ao objeto social e tem
competência para tomar todas as medidas necessárias para sua defesa e desenvolvimento.
Art. 121. Possui competência ampla e geral para tratar de qualquer assunto da S/A. O
emprego do termo assembleia no contexto corporativo difere-se da assembleia popular, pois
o que impera como parâmetro para votação/decisão é o poder econômico, não tem um
caráter democrático. Trata-se de uma pessoa jurídica criada com a formação de capital para
a exploração econômica, mas para gerar lucro e remunerar o capital investido não tem
sentido caritativo (a S/A). Faz-se de tudo para que seja o mais lucrativo, otimizando as
operações. Art. 122. Primeira competência é de alterar o estatuto. Outra competência
específica é eleger ou destituir membros da administração (dos outros 3 órgãos). Art.
122, II c/c 142, II. Toda vez que existir na S/A o conselho de adm. quem elege os diretores é
a assembleia. É obrigatórios nas companhias abertas, fechadas com capital autorizado,
empresas públicas e sociedade de economia mista. Somente nas companhias fechadas
simples que é facultativo. Outra competência é tomar as contas anualmente, os balanços
e demonstrações financeiras e seus procedimentos. Decidir sobre a emissão de
debêntures (Art. 122 , IV c/c 59, §§1º, 2º e 4º). O estatuto pode prever que o conselho adm
decida sobre emitir debêntures não conversíveis em capital social. Suspensão do exercício
dos direitos do acionista que não cumpre seus deveres (Art. 122, V c/c Art. 120). A
suspensão é temporária até que o acionista volte a cumprir. Deliberar sobre o laudo de
avaliação de bens que deverão compor as formação do capital social. Art. 122, VI c/c Art. 8º.
Autorização para emissão de partes beneficiárias. Art. 122, VII c/c Art. 47, p. ú. (exclusivo da
S/A fechada). Deliberar sobre transformações societárias, mutações na estrutura da S/A
(fusão, incorporação, cisão incluindo a dissolução e liquidação). Art. 122, VIII. Autorizar os
administradores a confessar falência (autofalência), o próprio devedor confessa seu estado
de falência, e autorizar o requerimento de recuperação judicial (entra no lugar da concordata
que não existe mais). O poder de controle é exercido com a titularidade das ações com
direito a voto. Pode ser: 1) totalitário: um único acionista detém a totalidade – ou quase – das
ações com direito a voto, logo, sozinho, controla a S/A. Essa modalidade é muito comum
mas não é a tendência atual. Ex da S/A familiar; 2) majoritário: uma única pessoa ou um
grupo detém mais da metade do capital votante. Essa pessoa/grupo domina as decisões da
assembleia com quórum de maioria absoluta; 3) minoritário: também chamado de difuso. Um
grupoou um único acionista detém menos da metade, mas tem poderes para eleger os
administradores da companhia, é a tendência atual desde os anos 2000. Espécies: a
assembleia geral pode ser originária ou extraordinária (AGO e AGE). A divisão das matérias
se dá por critério de competência. Art. 131. A AGO tem por objeto as matérias do Art. 132 e a
AGE tem os demais casos. Competência da AGO: tomada anual de conta dos adm,
examinar demonstrações financeiras, etc. Art. 131, parte final c/c Art. 135. AGE tem
competência residual, pode ser convocada a qualquer tempo. É nula de deliberação da
AGO/AGE que trate de matéria estranha a sua competência. Art. 131, p. ú. Autoconvocação
ou pelo conselho fiscal em situação específica. Art. 123, p. ú, a. Convocação por acionista:
possível por qualquer acionista desde que seja obrigatória por lei ou estatuto (Art. 123, p. ú,
b). Ler todas as letras desse artigo.
 AULA 09/05 – CONTINUAÇÃO
- Art. 124, §1º: prazos. §5º: suspensão de prazo.
- Local exigido para realização da Assembleia: sede da S/A, que costuma ter auditório, só é
fora em situações excepcionais (Art. 124, §2º), por obra, estrutura indevida, caso fortuito. A
convocação em regra é feita digitalmente, mas pode ser epistolar, ou seja, escrita mediante
carta, por via de solicitação formal do acionista, só sendo possível na companhia fechada.
Art. 124, §3º c/c Art. 294 (na S/A fechada com até 20 acionistas e patrimônio de até 10
milhões, a convocação é sempre escrita e com recibo, obedecendo os prazos do caput do
Art. 124). Em primeira convocação, exige-se um número mínimo, que se não alcançado é
feita uma segunda convocação. A partir da segunda, pode ser realizada com qualquer
número. A questão do quórum (de instalação ou de deliberação) está relacionado ao mínimo
de votantes na sessão e o não alcance do de instalação compromete as deliberações
viciadas. O de deliberação diz respeito ao mínimo de acionistas votantes para decidir sobre
tal matéria. O de instalação exige ¼ do capital votante (Art. 125). Em segunda convocação
com qualquer número. Em caso de alteração do estatuto (Art. 135) o exigido é de 2/3,
quórum especial. O de deliberação geral pode ser de maioria simples (Art. 129), maioria
absoluta (metade +1 do capital votante – art. 136), estatutário (previsto no estatuto e deve
ser sempre acima do mínimo dito em lei, só é possível na S/A fechada – Art. 129, §1º) e
quórum por unanimidade em situações peculiares (constituição da S/A – Art. 87 e cisão
desproporcional – Art. 229). Na AG de constituição, é o mesmo da votação de alteração de
projeto de estatuto, especificamente (Art. 87, §2º).
- AGA na reunião privada: participação dos acionistas e seus representantes, que são
diretamente interessados nas deliberações, podendo participar também administradores e
convidados. Os adm. participam apenas a título de elucidação da matéria ou ponto da pauta
(Art. 126), sem poder de voto. Os advogados podem atuar com o acionista como
representante com procuração, tendo direito a voto nesse caso, e também como conselheiro,
auxiliando o cliente (Art. 7º, VI, d do Estatuto da OAB c/c 126, §4º). Pessoas estranhas à
reunião não tem acesso (funcionários, sócios sem voto, consumidores, empregados,
imprensa, autoridades públicas sem autorização judicial e adms não são convidados). Há
uma limitação do tempo de fala para otimizar o tempo da discussão. É comum também
colocar o ponto mais importante no fim da pauta para não dar tempo. A composição da mesa
pode estar prevista no estatuto ou ser definida por votação na AG recém-instalada (art. 128).
A ordem do dia deve ser obedecida em sequência, motivo de deliberação prévia. A mesa
decide se vai incluir ou não outras pautas naquela sessão (Art. 127 e 128). Instala-se a AG,
lê a ordem do dia e começa a votação de cada item da pauta. No final, lavra-se a ata em livro
próprio de atas da AG (Art. 100, IV c/c art. 130). Na S/A fechada basta a assinatura.
Publica-se em órgão oficial a ata (art. 130) e arquiva a cópia da publicação também. Exige-se
um máximo de transparência. A AGO é sempre publicada, as AGE nos casos previstos em
lei, que são muitos (Art. 45, §§6º e 7º; art. 26, I; art. 64, III; art. 137; etc).
- Conselho de administração: é órgão deliberativo (colegiado) indivisível e pertence a adm.
da S/A, órgão máximo da adm. Quem preside o conselho está no comando da S/A. Nem
toda S/A tem conselho, é facultativo na S/A fechada. Obrigatoriamente deve existir na S/A
aberta, fechada com capital autorizado, empresas públicas e sociedades de economia mista,
porque são todas sociedades cujo empreendimento é gigantesco e os interesses são
maiores. Para controlar existe esse órgão (art. 138, §2º; art. 239, caput; e art. 13, I, lei
13303/16). Serve para agilizar processo decisório específico dentro das suas competências.
Toma decisões de gestão da S/A. Órgão de adm, tal como a diretoria, mas está acima e é
indivisível, além de ter competência específica. Mínimo de 3 membros e deve ser sempre
ímpar (por causa do presidente) em sua composição. São eleitos na AG e tem mandato de 3
anos podendo haver reeleição (art. 140) ou destituído também pela AG. Funcionamento
previsto no Estatuto, prazo de gestão, etc. A votação não é cobrada na prova. As formas de
votação estão no estatuto, pode ser por chapa ou individual. Também tem a proporcional, em
voto separado, voto múltiplo. Os diretores são eleitos e destituídos pelo Conselho, motivo
pelo qual a composição deste é de suma importância, em virtude do comando que exerce e
das decisões tomadas. As competências do Conselho estão no art. 142.
 AULA 14/05 – CONTINUAÇÃO
- Diretoria: representantes da companhia (art. 143 e ss). Art. 138: oŕgão executivo de
representação. É por meio da diretoria que a S/A demonstra sua vontade. A lei exige duas
diretorias, pelo menos, sem número máximo. Costuma ser diretoria jurídica e financeira.
Órgão de gestão do negócio, representação legal da S/A. Os diretores são eleitos pelo
conselho de adm, se existir, ou não existindo, pela AG. No mínimo dois diretores, com
previsão estatutária, eleitos pelo conselho ou AG, residentes no Brasil, obrigatoriamente (art.
146, caput). Podem ser empregados (vínculo empregatício) ou não (vínculo estatutário) e a
lei permite que até 1/3 dos membros da Adm sejam diretores (art. 143, §1º). É desnecessária
a condição de acionista. Atributos e poderes específicos devem estar no estatuto. Art. 143,
caput c/c Art. 138, §1º. A tomada de decisões obedece os limites dispostos de sua
competência em lei ou estatuto, podendo ser individual ou coletiva (matéria específica que
deve passar por reunião). Caso haja reunião, há ata e livros de ata de reunião (Art. 100, IV
c/c art. 143, §2º). A responsabilidade legal está fixada no estatuto (limite de atuação) mas se
não estiver, aplica-se o art. 144. Pode haver dois regimes jurídicos: com base no vínculo
estatutário, se houve algum problema, resolve-se com regras do societário; com base em
contrato de trabalho, regime jurídico trabalhista. O mais importante a ser analisado é a
subordinação hierárquica, em caso de não haver carteira assinada.
- Conselho fiscal: órgão de fiscalização da administração da S/A para assessoramento da
AG. Controla a regularidade e legalidade dos atos praticados. Principal órgão de fiscalização
da companhia, visto que todos possuem o dever de informar ilicitudes. Se algum membro em
colegiado identificar ilicitude em assembleia, deve fazer constar na ata seu
descontentamento com o ponto. Composição: mínimo de 3 membros, máximo de 5, com os
respectivos suplentes. Podem ser acionistas ou não. Art. 161, §1º. Deve ser residente no
Brasil. Deve ter curso superior ou pelo menos experiência como administrador ou membro de
conselho fiscal, por no mínimo 3 anos (Art. 162). É um órgão de existência obrigatória, mas
de funcionamento facultativo, ou seja, sempre existe por previsão legal, mas seu
funcionamento concreto pode ser permanente ou temporário,dependendo do que diz o
estatuto (art. 161, caput), e nas sociedades de economia mista é sempre permanente. Nos
demais casos, o funcionamento depende da provocação dos acionistas, ou seja, pode
funcionar a qualquer momento a pedido dos acionistas em AGO/AGE, ainda que não conste
em pauta (art. 161, §3º). Ler depois sobre o quórum necessário. Como é órgão de fiscalizar
(que são indicados quase sempre pelo acionista majoritário), um dos membros é eleito pelos
acionistas preferencialistas com voto restrito ou sem voto, de forma separada; o segundo é
eleito pelos ordinarialistas minoritários (titulares de 10% do capital votante); o terceiro é eleito
pelo acionista majoritário (controlador). Na votação do terceiro, vai ser eleito mais um
conselheiro (art. 161, §4º, b). A competência está no art. 163, estando a principal no inciso I.
Ler os demais incisos. Dever de analisar as contas e opinar na forma de pareceres, que
também possuem livro próprio (art. 163, II c/c 100, VII).
 AULA 21/05 – DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS ADMINISTRADORES E
MEMBROS DO CONSELHO FISCAL
- deveres implícitos: decorrem da lei (ex: observar a lei e o estatuto; dever de cumprir as
deliberações dos órgãos societários superiores, obedecendo a hierarquia). Mais um exemplo:
dever de controlar a atuação dos demais administradores e de comunicar eventuais
irregularidades e ilicitudes; dever de não competir com a S/A. Os efeitos são os mesmos
para as três categorias: dever de indenização e sanção (civil e penal).
- dever de dirigência (Art. 153): o administrador dirigente atua conforme os postulados,
teorias e técnicas das ciências contábeis e e de administração de empresas, fazendo o que
nela se recomenda e não fazendo o que se desaconselha. Esses são os parâmetros que
facilitam e orientam, a comprovação na prática é o cumprimento ou não do dever de
dirigência.
- dever de cumprimento das finalidades da empresa (Art. 154): a atuação deve ser orientada
para que não haja desvio de finalidade. Primeiro elemento objetivo é que a ação do adm.
deve sempre atender aos fins e interesses da companhia; segundo, a satisfação das
exigências do bem comum; terceiro, a satisfação da função social da empresa. Lista de atos
proibidos: Art. 154, §2º → tomar bens sem autorização, receber vantagem pessoal de
terceiros (mesmo não caracterizando o crime de corrupção).
- dever de lealdade (Art. 155): próximo ao de finalidade. Art. 155, §1º c/c Art. 27 da lei
6385/76.
- dever de informar (Art. 157): só se aplica nas companhias abertas. Informar aos demais
acionistas tanto quando ao mercado sobre a eventual participação do adm. no capital social
da companhia e da titularidade de valores mobiliários, de modo que sua participação possa
ser acompanhada. Existe um imperativo de comunicação ampla de todas as informações
relevantes a respeito das condutas do administrador (full disclosure). Controle da prática de
insider training.
- deveres dos membros do Conselho Fiscal: as normas relativas aos deveres dos
administradores se aplicam, no que couber, a estes membros. Dever de informar está
relacionada à competência exclusiva do conselho fiscal (Art. 163). A responsabilidade dos
membros é solidária no sentido de omissão do cumprimento de deveres. Art. 165, §3º. Essa
resp. solidária só permanece enquanto o outro membro segue omisso.
- exclusão da responsabilidade dos adms: business judgement rule: princípio que orienta o
juiz nos processos de modo a permitir a exclusão da resp. dos adms. Se dá quando a ação
alvo do processo se deu de acordo com a lei ou estatuto, em benefício da sociedade, com
boa-fé e lealdade perante a S/A e, por fim, com base nas informações e dados corporativos
disponíveis no momento da tomada da decisão. Art. 159, §6º.
- ações de responsabilidade: a regra é que o adm não é pessoalmente responsável pelos
atos praticados pela S/A (Art. 158), desde que não haja dolo ou culpa. A regra geral é a
isenção de responsabilidade. A autora da ação é sempre a S/A, representada pelo diretor
jurídico. No caso de sucumbência, o proveito da ação vai para a S/A. Não afasta a
possibilidade dos acionistas ingressarem com ação requerendo perdas e danos pelo ato do
administrador. Lei 12.846/13. A responsabilidade da pessoa jurídica em suas ilicitudes é
sempre objetiva, cabendo ação de regresso.
 Acionistas
- É o sócio da SA, pessoa natural ou jurídica, titular de ações de uma SA,
independentemente do tipo ou classe da ação. Existem tipos, perfis de acionistas: -
Acionista Empreendedor -- está interessado na exploração de determinada atividade o
e administração da SA. Interessado em empreender. Na SA aberta até existe, porém é
mais comum na SA fechada, sendo a regra. Exemplo: Eike Batista é uma exceção de
acionista empreendedor em SA aberta. - Acionista Investidor -- Chamados de acionistas
rendeiros. Investidores institucionais que atuam em fundos de pensão e fundos de
investimento públicos e privados. Têm a intenção de fazer um investimento para que ele
gere renda a médio e longo prazo. Fazem esse capital render fazendo vários
investimentos, ou seja, grande parte desse dinheiro é revertido em investimento no
mercado de capitais. - Acionista Especulador -- Interessados em otimizar e fazer
ganhos imediatos. Buscam de negócios rentáveis a curto e curtíssimo prazo, e ações
com alta liquidez e dispersão no mercado. Investimentos de grande risco, porém de alta
rentabilidade. Não podemos dizer que um é sempre bom e outro sempre ruim. A
questão é que um mercado de capitais bem regulamentado inibe certas práticas. E uma
CVM bem estruturado teria condições de coibir ataques especulativos. É da essência
do mercado de capitais essa livre especulação. Além desses grupos de investidores,
temos os grupos de acionistas: - Acionista Majoritário -- Detém mais da metade do
capital social votante. Dentro desse grupo há o acionista controlador. - Acionista
Controlador -- Tem interesse e poder de controlar a SA ao ter o poder de eleger a
maioria dos membros da administração da SA. Base legal: Art. 116 da LSA. - Acionista
Minoritário -- Quando pulverizados, não exercem nenhuma oposição ao acionista
controlador. Porém quando formam um bloco coeso, a partir do acordo de acionistas,
exercem uma grande oposição ao acionista controlador. Direitos dos Acionistas Podem
ser essenciais ou não essenciais. - Essenciais -- Aqueles direitos inerentes à condição
de ser acionista. Aquele que decorre da lei e que se aplica a todo e qualquer acionista,
independentemente da classe e do tipo de ação dele. São essenciais, pois estão
previstos na lei e não podem ser alterados ou modificados pelo estatuto social. O
principal direito essencial que todo e qualquer acionista de uma SA tem é o direito de
participação nos lucros. Base legal: Art. 109, I da LSA. Outro direito é o de participar do
acervo da companhia no momento em que ela está se liquidando. Base legal: Art. 109,
II da LSA. Em que momento da liquidação o sócio participa do acervo? Na partilha. Só
posso participar do acervo como sócio, se eu tiver algo para receber. Só existirá esse
direito, se houver a partilha, ou seja, um saldo patrimonial remanescente após a
liquidação. Outro direito é o de fiscalização indireta. Minoritários podem ter membros
eleitos por eles no conselho de administração e no conselho fiscal, sendo aqui
fiscalização indireta, membros eleitos por eles para fazer essa fiscalização. Base legal: 
Art. 109, IV da LSA fala sobre o direito essencial de preferência. Base legal: Art. 109, V
da LSA fala do direito de retirada sempre na SA fechada, porém na SA aberta cujas
ações têm grande fluidez e dispersão no mercado não são todas as matérias em que se
pode exercer esse direito de retirada. A alteração significativa do objeto social na SA
aberta implicaria no direito de retirada, porém meros ajustes no objeto social não dá
esse direito!! A essência do mundo corporativo da SA -- Base legal: Art. 109, parag. 1º
da LSA. Se você é de outra

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