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CADERNO DIREITO EMPRESARIAL II – 2019.1 Aula 12/03 – Aspectos históricos das Sociedades Anônimas 1407 – criação da primeira sociedade anônima. Identifica-se na Casa de São Giorno (Itália) com a formatação que hoje atribuímos as chamadas S/A. Século XV – busca pela melhor forma de estruturação do comércio através do expansionismo europeu. Virada do século XVI-XVII – retomada do modelo societário para explorar os negócios coloniais (1600 na Inglaterra/ 1602 na Holanda) Pacto colonial (professor aqui fez muitas considerações históricas, porém basicamente revisou a matéria de história do Ensino Médio, portanto, não fiz anotações). Características das S/A 1) tipo societário que permite a acumulação de grande soma de capital ao mesmo tempo em que centraliza a administração deste capital. Difere-se da sociedade limitada, em que há proporcionalidade. 2) rentabilidade: perspectiva de ganho de capital. Há o risco, mas também há precauções. 3) garantia de segurança e liquidez do investimento: a limitação da responsabilidade dos sócios tem papel essencial por estar vinculada ao preço de suas ações (segurança). A liberdade de investimento é o principal atrativo, a capacidade de vender ações (liquidez). Também recebe-se os juros do capital. 4) maior fiscalização e controle do Estado, não apenas por meio da legislação como também da CVM. Períodos históricos na construção da S/A 1º – início do século XVII até o século XIX: precisava de outorga estatal. 2º – 1807: Código Comercial Napoleônico – ruptura ideológica, precisando apenas da autorização do Estado. 3º – segunda metade do século XIX: liberdade de constituição/fundação de uma S/A, regulada por órgãos competentes. Brasil adota sistema misto, ou seja, ainda pode se utilizar os dois primeiros critérios para determinadas S/A a serem criadas, principalmente para instituições financeiras. Aula 14/03 – Aspectos e noções gerais da S/A - Tipo de sociedade empresária cujo capital social é dividido em ações, que é uma espécie de valor mobiliário, na qual os sócios (acionistas) respondem de forma limitada e até o preço de emissão das suas ações pelas suas obrigações sociais. Pode ser chamada de companhia. - Na empresa limitada os sócios são solidários, isto é, se um não pagar, qualquer um dos sócios tem que pagar. Na S/A isso não acontece - Art. 265, CC: A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. - S/A aberta, autônoma e irrestrita: circulação de ações - Limitada intuito persona – não cede ações para terceiros não sócios. Existe quórum na sociedade limitada. - S/A se trata de estatutária, mais rígida que limitada; institucional trata-se de economia mista ou empresa pública. - Trata-se de sociedade de capital, o que importa é o investimento, independentemente de seu objeto social, o objetivo é lucrar. O objeto social é determinável se a sociedade é simples ou empresária nas limitadas. Nome empresarial: não se fala em firma, mas sim em denominação (S/A ou companhia). Pode colocar S/A no início, meio ou final, porém companhia somente no início e meio para não confundir com empresa coletiva (Art. 5º, III, b da Instrução Normativa 15/2013). - Classificação: aberta ou fechada - Nacional/binacional/multinacional/transnacional: é considerada nacional de acordo com as leis brasileiras e que tenha no país sede de sua administração. Aula 19/03 – Mercados de capitais, valores mobiliários e a CVM - Capitalismo financeiro: 1ª bolsa de valores no final do século XV. - Mercado de capitais é o local (físico ou eletrônico) onde são negociados os valores mobiliários. É um segmento do mercado financeiro. Tem como característica ser controlado/regulado. Viabiliza a transferência de recursos em ambiente seguro. Nele se desenvolvem as operações de compra e venda de títulos (valores mobiliários). Pode ter, além de títulos, mercadorias (ex: produto agrícola a ser colhido no presente ou no futuro com variação de preço). - Duas classificações: a) primária: onde se dá a inserção originária dos valores mobiliários recém-emitidos pelas companhias abertas, para serem adquiridos pela primeira vez. É a porta de entrada destes valores; b) secundária: onde se dá a circulação dos VM, a operação de compra e venda pelas partes interessadas, sem a participação da companhia emissora. Onde vale o princípio da oferta e da procura. Há uma série de fatores que influenciam nesses valores, gerando uma flutuação (aspectos internos e externos). - A liquidez do mercado de capitais torna-o interessante, pois a pessoa pode vender no dia seguinte por um valor mais alto e se dar por satisfeita. - Características: 1) rigorosos controle estatal, com edição de normas sobre sua organização, estrutura, fiscalização e sanção, contando com uma estrutura executiva que exerce esse controle através de seus órgãos. Se dá principalmente pela CVM (lei principal → 6385/73). Qualquer título deve ser registrado, a transparência é obrigatória em relação ao registro não só de títulos, mas também as inscrições das pessoas que neles atuam. Não podem existir mercados de capitais paralelos, de acordo com o ordenamento jurídico, tornando-o um mercado concentrado, um monopólio. (professor acha preocupante essa centralização, pois tende a trazer efeitos negativos). 2) risco do negócio, de eventual inadimplência. A companhia emissora não assume o risco, mas sim o investidor. Exemplo da crise de 1929, houve colapso econômico, que gerou colapso na bolsa, no entanto, com o passar do tempo, a bolsa de valores continuou sobrevivendo e os investidores que sofreram as consequências. - Valores mobiliários, quando ofertados publicamente, são qualquer espécie de título ou contrato que gere direito de participação, de parceria ou de remuneração do seu titular. As ações não são o único título. Hoje em dia, o comércio é composto principalmente pela circulação de crédito, mais do que circulação de moeda. O acionista não participa do rateio de prejuízo, pois a responsabilidade é limitada ao que ele investiu. Nas sociedades cooperativas a participação depende do seu estatuto, mas em sua maioria há rateio entre os cooperativados. - Art. 2º da Lei 6385/76: rol taxativo dos valores mobiliários. Títulos de dívidas públicas e títulos de crédito (cambiais) não são negociados no mercado de capitais. - Companhias abertas são aquelas que tem as suas ações e demais valores mobiliários admitidos à negociação no mercado de capitais. É aberta quando está registrada na CVM e seus títulos são emitidos e livremente negociados no mercado de capitais. São fechadas as companhias que não tem suas ações negociadas no mercado de capitais. Não ter essa negociação não significa que não são negociadas em lugar algum, mas se dão em negociações privadas. Ela permanece fechada, geralmente são uma passagem da sociedade. - Sociedade é anônima por ser uma sociedade de capitais e não de pessoas, logo a identidade de seus investidores é irrelevante (estes que são os anônimos). No caso dos escritórios de advocacia não há anonimato, pois o nome dos sócios é exposto. AULA 21/03 – CONTINUAÇÃO - Regulação dos mercados de capitais → lei 4595/64 (1ª lei que instituiu o sistema financeiro nacional bancário e de política de crédito / cria o Conselho Monetário Nacional); lei 4728/65 (lei que disciplina o mercado de capitais visando o seu desenvolvimento, principalmente. Tentativa de impulsionar o desenvolvimento econômico nesse período); lei 6385/76 (cria a CVM) e lei 6404/76 (lei das sociedades por ações). - Agentes que atuam no sistema de distribuição de valores mobiliários no mercado de capitais. Tem por objeto o registro, a intermediação, a emissão e a distribuição da compra e venda. Bolsa de valores (pessoa jurídica de direito privado) pode assumir duas formas: associações civis – pode reverter o dinheiro arrecadado – ou sociedade anônima – reverte o lucro em repartições de capital entre investidores. - Controle rigoroso por parte do Estado, dos agentes econômicose dos títulos negociados no mercado de capitais – onde se dá o encontro dos corretores de VM para a compra e venda de títulos (pregões da bolsa). Valores podem oscilar por força de motivos externos ou internos. - Diferença entre bolsa e mercado de balcão organizado: 1) nível de regulação/regras de negociação: MBO é mais flexível. 2) liquidez dos títulos: maior na bolsa de valores. Há títulos com uma procura maior, daí a maior liquidez. 3) volume de negociação: superior na bolsa, como consequência da liquidez. → participação nos lucros (dividendos) → juros remuneratórios sobre o capital → possibilidade de liquidez do título - A CVM é uma autarquia federal de regime especial vinculada ao Ministério da Fazenda. Não há hierarquia, autonomia patrimonial, financeira, administrativa ou decisória. Sede e foro no RJ mas com competência para todo o território nacional. Também possui competência fiscalizatória e sancionatória. Tem tribunal próprio administrativo. AULA 28/03 – AÇÕES - O capital social de uma S/A é dividido em ações, ou seja, uma ação enquanto valor mobiliário representa uma parcela do capital social. Ao fracionar o capital em ações, o legislador permitiu a livre negociação da parte acionária entre distintos investidores. Capacidade de cada acionário fazer seu próprio investimento, não precisa que a S/A faça divisão. - Valor das ações: as ações podem ser divididas em valor nominal, patrimonial, de negociação, econômico ou de emissão. Valor nominal: valor quociente, resulta da divisão do valor total do capital social pelo número de ações emitidas (Art. 11). Ponto de partida para os investidores terem noção da proporção da S/A e reflexão do que haverá de aumento com a emissão de novas ações, se também haverá aumento de capital. Havendo grande aumento do número de ações sem aumento do capital, ocorre uma diluição (objetivo de otimizar e maximizar a captação de recursos na companhia). Valor patrimonial: resulta da divisão do montante em reais do patrimônio líquido pelo número de ações emitidas. Corresponde a parcela do patrimônio líquido a cada ação. Patrimônio líquido é a subtração do ativo pelo passivo. Tende a ser superior ao valor nominal, menos no momento da fundação da S/A (marco zero), quando os valores são iguais. A apuração desse valor é de suma importância para as companhias fechadas. Valor de negociação: resulta do encontro de vontades entre comprador e vendedor no momento da negociação da ação. Não existe na S/A. O valor apurado é o final após a tratativa entre titular da ação e interessado, partes envolvidas na compra e venda da ação. Duas espécies: 1) negociação privada: fora do mercado de capitais (pode ser na S/A aberta ou fechada – exceção) e 2) valor de mercado/bursístico/de cotação: valor do momento em que há o pregão da bolsa de valores, sendo extremamente volátil. Valor econômico: resulta de uma minuciosa avaliação feita por especialistas de modo a poder mensurar o valor econômico mais vantajoso da ação para a companhia. Valor pré-determinado que irá orientar a companhia e os investidores na elaboração das propostas no momento da compra e venda da ação, estabelecendo parâmetros para a negociação, criando um ponto de partida. Valor de emissão: valor que a ação tem no ato da sua substituição (montante prometido pelo investidor/acionista no momento da aquisição da ação). 1º momento: marco zero. 2º momento: aumento do capital social, um dos órgãos de administração social irá definir o valor da emissão (assembleia geral ou conselho de adm). Art. 170, §2º. Diferença entre o valor exigido e valor de emissão pago → valor ágil. Esse valor vai para a reserva de capital. Art. 182, §1º, a da LSA. Diferença entre ato de substituição e ato de compra: o momento da aquisição acontece no mercado primário, enquanto a compra se dá no mercado secundário. - Substituição: montante de recurso que o sócio promete no contrato, se obriga, se promete a transferir para receber a ação em troca. A prazo pode gerar inadimplemento. Integralização: efetiva transferência do recurso prometido no órgão de registro competente. AULA 02/04 – CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES a) quanto à espécie, podem ser ordinárias, preferenciais ou de fruição b) quanto à forma, podem ser nominativas ou escriturais (Arts. 20, 31, 34 e ss) c) quanto à classe, dividem-se de acordo com a especificação das vantagens e direitos conferidos ao seu titular (Art. 15, §1º e art. 16) - As ações ordinárias conferem aos seus titulares os direitos comuns de qualquer acionista. Confere o direito a voto em assembleia geral. Ao analisar quem são seus titulares, é mais fácil visualizar quem tem maior controle nas assembleias. Seus titulares são chamados de ordinarialistas, controladores ou minoritários. Ações preferenciais são chamadas assim por conferir aos seus titulares – acionista preferencialista – privilégios, vantagens, tratamento diferenciado. São facultativas. Representam um mecanismo que pode ser utilizado pela S/A na concorrência para a captação de investidores, em vista das preferências que ela pode oferecer. Tais vantagens podem ser econômicas ou políticas. Uma delas é a prioridade do reembolso em cado de dissolução ou liquidação do capital social, ou seja, este acionista recebe sua parte antes dos demais. A preferência na distribuição dos dividendos, sendo estes fixos ou mínimos é a principal vantagem. No dividendo fixo, o próprio estatuto social estabelece o valor a ser recebido antes de qualquer outro acionista. Se houver apuração de lucro excedente (Art. 17, §4º), não há previsão de recebimento adicional, haverá um novo rateio desse excedente. Já os que tem direito ao dividendo mínimo, que pode ser expresso em reais ou em %, recebem esta importância e podem participar do rateio de excedentes. Quanto às vantagens políticas, o poder de eleger em separado um ou mais membros dos órgãos de administração da companhia (Art. 18, caput), ou seja, há na cúpula um grupo representante dos interesses dos preferencialistas. Também há o privilégio de aprovação de matérias específicas no caso de alterações no estatuto social (Art. 18, p. ú.) Restrições: ausência de direito de voto. Como as ações preferenciais são facultativas, ao serem emitidas podem ter concessão ao direito de voto, não ter direito de voto (nesse caso, o acionista é apenas investidor, não interfere na adm, só presta capital) ou ter voto restrito (Art. 15, §2º). Controle de quantas ações podem ser emitidas como voto restrito, para impedir um totalitarismo (Art. 111, §§1º e 2º). Somente no marco zero todas as ações dão direito a voto, na assembleia de fundação, independente de sua espécie (Art. 187). As ações de fruição também são facultativas e atribuídas aos ordinarialistas e preferencialistas que tiverem suas ações amortizadas (dar ao titular o valor dela). Art. 44, §5º. Sendo assim, deixa de ser titular da ação antiga e passa a ser titular dessa ação de fruição. Assim, o acionista recebe sua parte caso ocorresse uma liquidação futura da companhia de forma antecipada. Se realmente a companhia vier a ser liquidada, este acionista só poderá participar do rateio de eventual excedente caso os demais acionistas recebam o equivalente ao que o primeiro recebeu. A partir do momento em que todos receberam igualitariamente, sua participação poderá ser permitida. - Classificação quanto à forma como as ações são transferidas. Nas nominativas, a transferência deve ser realizada no livro de registro de ações nominativas. Art. 31, caput e §1º. Fica fisicamente na secretaria da companhia. A circulação das escriturais se faz por registro próprio perante as instituições depositárias dessas ações, se dá em conta de débito e crédito, não havendo certificado, portanto, o extrato dessa conta serve como prova. - Quanto à classe, se dá em função da divisão de distintos interesses, direitos e vantagens que podem ser conferidas aos acionistas em classes diferentes. Somente as companhias fechadas podem ter essa divisão.Art. 15, §1º e 16. Direito ao voto, direito exclusivo (Art. 17, §7º). AULA 04/04 – FORMAS DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS - Formas de captação de recursos: 1) contrato de mútuo bancário, linhas de crédito. 2) capitalização: emissão de ações, no caso da S/A – 1ª etapa: marco zero, no mínimo 2 subscritores; 2ª etapa: caso de aumento de capital social. 3) autofinanciamento: possibilidade da S/A emitir outros valores mobiliários sem ser ações (Art. 2º da Lei 6385/76), como debêntures e notas promissórias da S/A, por exemplo. - Emissão: ato unilateral e voluntário de interesse exclusivo da S/A emissora por meio do qual ela lança novos títulos no mercado de capitais. Subscrição: ato unilateral por parte do adquirente/subscritor que é irrevogável. A retratação é possível desde que manifestada antes ou concomitantemente à declaração de aceite. É particular quando é realizada entre a S/A emissora e o possível investidor, isso no mercado primário. No secundário, é feito diretamente entre as partes. Pode ocorrer na S/A fechada (regra) e também na S/A aberta (exceção). A oferta pública, com grande acessibilidade, ocorre somente na S/A aberta. Ambos os atos (emissão e subscrição) são de mercado primário. No mercado secundário há a compra e venda. Circulação: princípio da livre circulação → o titular pode alienar livremente suas ações independente da vontade dos demais acionistas (vale para a S/A aberta) Na S/A fechada pode haver previsão estatutária sobre algumas limitações sobre a circulação das ações, mas que não a impeça. Na aberta, não há arbítrio também dos investidores ou da S/A emissora (Art. 36, caput). - Restrições da negociação/negociação condicionada: casos em que a integralização não foi totalmente realizada. Sendo assim, surge a condição de pagamento de um valor mínimo da emissão (Art. 29 c/c 80, II, LSA). Responsabilidade solidária: prende alienante e adquirente por 2 anos, enquanto a ação não for totalmente integralizada (Art. 108). - Aquisição de ações pela própria S/A: em regra, é proibido. Art. 30, caput. Porém, existem exceções (Art. 30, §1º) que se dão principalmente em situações de resgate, reembolso e amortização de ações. Há a possibilidade também de aquisição temporária em tesouraria visando posterior alienação, para não ter que reduzir seu capital social imediatamente. Pode haver suspensão da circulação de ações (Art. 9º, §1º, Lei 6385/76). - Cancelamento de ações: ato que a S/A emissora retira as ações de circulação definitivamente (Art. 44 c/c 30, §1º, b c/c 107, §4º). Implica na redução do capital social, obviamente. - Certificado de ações nominativas: título representativo. Hoje em dia está em desuso, pois a maioria das ações são escriturais, cuja titularidade de prova com extrato. Art. 23 e 24 c/c 27 c/c 43. AULA 11/04 – CONTINUAÇÃO - Depósito e custodia das ações: o estatuto da S/A pode prever que todas as ações ou parte delas sejam mantidas em conta de depósitos em instituições financeiras registradas pela CVM, que prestam serviço de depósito/custódia, registro e controle (transferência, oneração, etc). Art. 34, 41 e 43. Se a companhia emitir ações nominativas, seus livros podem ficar no estabelecimento destas instituições para fazer sua escrituração e emitir seus certificados de depósito de ações. O acionista também pode ter suas ações em custódia dessas instituições, não só a S/A. - Oneração das ações: enquanto bens móveis, as ações podem ser oneradas de modo a garantir o cumprimento de obrigação entre o acionista titular da ação e seus credores, sem a participação/autorização da S/A. A ação pode ser penhorada, dada em caução, em usufruto ou alienação fiduciária em garantia. Art. 39 e 40. Pode servir de garantia em relação a uma dívida de acionista. Se se tratar de ação nominativa, a averbação será dada no livro de registro de ação nominativa (Art. 40, I c/c 100, I). Se for ação escritural, a averbação se faz nos livros próprios da instituição financeira responsável pelo depósito/custódia e que providenciará a anotação no extrato de conta de depósito de ações em nome do titular. Art. 39, §1º c/c Art. 40, II. É importante para garantir a segurança em efeito erga omnes, principalmente a terceiros de boa-fé, demais acionistas e compradores (Art. 40, p. ú.). AULA 16/04 – DEBÊNTURES E OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS - São valores mobiliários típicos da S/A. A debênture encerra uma operação de crédito, confere direito de crédito entre seu titular e a S/A emissora nas condições (prazo, vencimento, valor, garantia e demais obrigações) previstas na escritura ou no certificado de debênture (Art. 52). Esse conceito não vale para a debênture perpétua. S/A emissora é mutuária, enquanto o titular é (…). - São passíveis de negociação no mercado de capitais e podem ser divididas em classes com o mesmo pacote de direitos, tem sempre valor nominal (diferente de valor de emissão, que pode ser superior ou inferior ao valor nominal). Arts. 53, 54 e 55. Possibilidade da S/A participar do mercado secundário, comprando e vendendo debêntures. - Ao poder dividir em classes, há distintos direitos garantidos ao titular, como pagamento de juros fixos ou variáveis, direito de participar dos lucros da companhia, converter as debêntures em ações e contemplar o prêmio do reembolso. Art. 56 e 57. - Operações de crédito a longo prazo, 8 a 10 anos, possibilitando a captação de recursos por parte da S/A emissora visando seu emprego em outros investimentos. Antecipa uma quantidade de recuso para uma atividade-fim, explora-a e obtém seu valor. - As condições de emissão e pagamento de debêntures estão previstas na escritura ou certificado. A S/A aberta, seu conselho adm pode emitir debênture (tem competência, desde que não tenham garantia real nem sejam conversíveis em ação). Art. 58. - Dependendo da garantia que a debênture tenha, pode ser mais vantajosa. Art. 982, p. ú., CC c/c Art. 2º, §1º, Lei 11.101. Situação de inadimplemento: importa a ordem de pagamento de crédito. Cada debenturista terá seu respectivo crédito classificado de acordo com a garantia conferida pela sua debênture. Possível inadimplemento da S/A emissora. Por isso, a melhor garantia é a real, quem tem garantia real faz parte do segundo grupo a receber (Art. 83, II, lei 11.101). Pode haver a garantia flutuante, debênture enquadrada como crédito com privilégio geral (Art. 58, §1º c/c 83, V, c, lei 11.101). Há a debênture quirografária (Art. 83, VI, a, lei 11.101) e a debênture subordinada (Art. 83, VIII, a, lei 11.101), desprovida de qualquer garantia e subordinada ao cumprimento de determinadas obrigações previstas na escritura ou nos certificados. - Debêntures perpétuas não possuem prazo de vencimento fixo (Art. 55, §4º), mas está condicionado a verificação de um fato futuro, seja previsto na escritura ou no certificado. A partir do fato, passa a ser exigível. A inadimplência de juros pode ser este fato. Pode ser também do vencimento ocorrer com a dissolução e liquidação da S/A. A S/A os emite como artifício de organização do poder de controle, pois não há previsão de pagar o título tão cedo. Nas ações preferenciais se a S/A não pagar os dividendos, passa a haver o direito de voto (Art. 111, §§1º e 2º, LSA), já na debênture perpétua não. - O agente fiduciário (Art. 66) deve ser nomeado obrigatoriamente no caso de S/A aberta. É uma instituição credenciada na CVM que representa os debenturistas e serve de ponte entre estes e a S/A emissora. Se existir, somente este poderá exercer os direitos do debenturista, não podendo então individualmente executar o título, pois o agente age em seu nome. Se a S/A for fechada, não há essa necessidade, ou seja, o debenturista pode agir individualmente. AULA 18/04 – CONTINUAÇÃO - Bônus de subscrição: asseguram ao seu titular de acordo com as condições do certificado o direito de subescrever com preferência ações da S/A emissora em caso de futuro aumento do seu capital social. Pode ser atrativo nas situações de mercado em quehaja muita procura, ou seja, paga-se pelo bônus e pelo título. Pode ser negociado. Assim, a ação é adquirida com preferência (Art. 75 e ss). No caso do bônus, os acionistas terão direito de preferência (Art. 77, p. ú. c/c 171 e 172). Art. 109, IV → direito essencial de preferência. A negociação pode ser feita no mercado primário ou atribuída como privilégio a determinadas espécies de ações. Competência da Assembleia Geral, podendo ser delegada ao conselho de adm, se assim prever o estatuto (art. 76). O certificado está previsto no art. 79. Tem valor nominal e são nominativos (Art. 78). - Partes beneficiárias: é de emissão exclusiva da S/A fechada (Art. 47, p. ú.). Asseguram o direito de crédito futuro e eventual pela S/A emissora baseada no lucro líquido, ou seja, o pagamento está condicionado ao lucro líquido, dividindo entre as partes beneficiárias (Art. 46 e ss). O recurso capitado será direcionado para reserva de capital, que a S/A deve ter para cumprir obrigações futuras (Art. 182, §1º, b). Não tem valor nominal, sendo estranhos ao capital social da S/A, não estão vinculados. Pagamento condicionado a evento futuro e incerto (Art. 46, §1º c/c art. 190). Interesse próprio de multiplicar sua riqueza (acionista). A fim de proteger os acionistas, a emissão é limitada a 10% do lucro líquido, caso contrário a S/A enriquece descontroladamente (art. 46, §2º). As partes beneficiárias não se dividem em classe, tem classe única (Art. 46, §4º). É proibido conferir direitos de cunho exclusivo, salvo direito de fiscalização da administração (Art. 46, §3º). A emissão fica a cargo da assembleia geral, que decide seu momento oportuno, com previsão no estatuto. Objetivo: forma que a S/A fechada tem de remunerar prestadores de serviço, fundadores e acionistas, pelos serviços de grandes proporções, considerando suas limitações e porte menor. Posterga o pagamento. Duração não pode ultrapassar 10 anos, salvo situações previstas no estatuto (Art. 48, §1º). O estatuto pode prever a possibilidade de transformar as PB em ações (Art. 48, §2º). Títulos nominativos vinculados a uma pessoa específica e sempre registrados em livro próprio (Art. 50 c/c 100, III). - Nota promissória da S/A: título de crédito por excelência. Emissor se compromete a pagar seu valor em determinada data e determinado lugar. Sem participação de terceiros. Faz circular dinheiro sem precisar de moeda física. Contexto de captação de recursos/promessa de pagamento Instrução 566/15 da CVM c/c Art. 2º, VI, 6385/76 (legislação sobre nota promissória: decreto 2044/08 e decreto 57663/66 → lei uniforme de Genebra em matéria de letra de câmbio e NP). Pode ser emitida por qualquer S/A, por limitada e por cooperativas agropecuárias. Semelhante a debênture, mas vence em apenas 1 ano. A subscrição é a vista, não pode ser parcelado. Diferente das PB, pode ser fracionadas em séries, porém cada uma tem a mesma data de vencimento e condições. A S/A aberta ao fazer oferta pública de emissão pode fixar um prazo superior a 365 dias. A circulação se dá através do endosso, mecanismo de transferência de títulos de crédito, mais ágil e prático e com efeitos próprios. O cedente no direito civil só se responsabiliza no momento da transferência por contrato. No endosso, não precisa de documento e o endossante fica preso como corresponsável numa cadeia de endosso (ato cambial). Endosso em branco não identifica o beneficiário (endossatário). O endosso em preto o identifica e a nota só pode ser transferida por endosso em preto. Quando um endossante inclui uma cláusula de não garantia de pagamento, foge à regra de que todos os endossantes são codevedores, é a única exceção admitida. A NP sempre se transfere por essa cláusula sem garantia, ou seja, a S/A só paga ao seu credor imediato, e os devedores subsequentes ao credor imediato não podem mover ação de regresso em face da S/A. (Art. 4º da Instrução c/c 9º). O endosso é sempre em preto e com a cláusula de garantia. AULA 25/04 – CAPITAL SOCIAL - Cláusula do contrato social (Comercial I). Artigo do estatuto social. Para explorar um empreendimento, é necessário ter recursos, que são dados pelos sócios, sendo estes dinheiro, bens e crédito. O capital social é o somatório de todas as contribuições dos acionistas pelo o que receberão em troca ações representativas de uma parcela do capital social que representa o patrimônio inicial da sociedade, visando o início da exploração da empresa. Cifra que representa o montante de recursos dos quais se valerá a empresa, sendo um indício sobre a solidez econômica da sociedade, traduz essa potência para quem vai negociar (Art. 5º e ss). Momento de integralização das ações pelos sócios. O ágil (reserva de capital extra) não pode compor o capital social (Art. 182, §1º, a c/c art. 200). É a sobra que resulta da diferença do valor de emissão para valor nominal. - Subscrição: obrigação do sócio no momento de aquisição da ação que consiste na obrigação de efetuar o pagamento do preço de emissão transferindo dinheiro, bens ou crédito para a sociedade. Se subscreve tem que integralizar → efetiva transferência desse montante para a S/A, necessita de averbação em órgãos públicos. Dois momentos distintos. - Capital x patrimônio: são tidos como a mesma coisa no marco zero para fins didáticos. Com o passar do tempo, os recursos vão aumentando e incrementando o patrimônio, enquanto o capital fica estagnado até que haja correção monetária. Patrimônio material tende a se desvalorizar, ao contrário do imaterial (patente e marcas se valorizam). - Capitalização x financiamento: capitalização é o aumento do capital social no momento da constituição (não assume dívidas aqui) ou em momento posterior. No financiamento não há esse aumento, mas a assunção de dívidas (sentido de assumir dívidas) na emissão de crédito (valores mobiliários que encerram uma relação de crédito), por contrato de mútuo ou na modalidade de autofinanciamento. Na capitalização, se não houver integralização, o acionista vira devedor da S/A. No financiamento, a S/A que vira devedora. - Princípio da intangibilidade: os recursos que compõem o capital social pertencem exclusivamente a S/A e não podem ser restituídos aos sócios a título de distribuição de lucros e dividendos, salvo em casos previstos em lei (ex: exercício de direito de retirada do sócio, exclusão/expulsão do sócio, morte do sócio ou caso de dissolução e liquidação da sociedade – se aplicam principalmente na S/A fechada, não necessariamente na aberta). Sócio participa da distribuição na liquidação de acordo com o seu quinhão e o valor do capital deve estar previsto no estatuto, e seu valor deve estar na moeda corrente nacional (Art. 5º, caput). Deve haver correção monetária 1x ao ano (§1º). - Vínculo da sociedade limitada é mais estável. A S/A é mais engessada. - Art. 7º: como pode ser formado o capital social. É vedada a contribuição em serviço. Na limitada, a constituição do capital social não pode haver sócio contribuindo em serviço exclusivamente (Art. 1055, §2º, CC). Não importa se é simples ou empresária, é proibida. A transferência de recursos tem peculiaridades: os bens precisam ser avaliados por três peritos ou por uma “empresa” especializada em avaliação (Art. 8º). A S/A não pode assumir o bem por valor superior ao dado pelo subscritor (próprio acionista deve dar um valor mais alto para o avaliador igualar ou inferiorizar). A assembleia aprova ou não o laudo. Se houver discordância entre sócio e assembleia, o recurso não pode integrar a S/A, sua constituição fica comprometida. Nesse momento de avaliação, o sócio ainda não pode votar, só discordar do valor do laudo. - Omisso o contrato social, o bem se transfere para a S/A como propriedade. Deve estar expresso como o bem vai estar transferido. A assembleia aprovando o laudo, vai constar em ata o valor a ser levado a arquivamento na junta, emite certidão que depois vai para averbação para efetivar a transferência do bem. - Osubscritor ao manifestar a vontade de adquirir a ação assume a obrigação de pagar por ela. Ele pode ser constituído em mora através do boletim de subscrição, se não houver cumprimento, pode ter chamada de capital. A S/A pode ir a juízo em ação de cobrança exigindo o pagamento da ação e multa por inadimplemento. Se pagar em parcela, pode tentar vender parte das ações. Se a ação não for vendida, torna-se caduca e deixa de integrar o capital social. Art. 106 e 107. - Obrigações assumidas pelo acionista pelo crédito ou bens transferidos a título de pagamento pelas suas ações. Acionista quando transfere bens responde como num contrato de compra e venda. Art. 10, caput c/c Art. 441, 447 e 1005, CC → evicção e vícios redibitórios. Na transferência de crédito, fica responsável pela solvência do devedor do título que transferiu para a sociedade (Art. 10, p. ú. c/c art. 23, §2º). O acionista alienante de ações (transferência de não integralizadas) fica solidariamente responsável pela sua integralização durante 2 anos a contar da data da transferência. Art. 108. - Aumento e redução do capital social: quem tem competência para deliberar é a AGO sobre a sua correção monetária e também na emissão de novas ações, desde que o estatuto não preveja que o conselho de adm também tenha essa competência. Omisso o estatuto, a competência é da AGO sobre correção e emissão, podendo implicar no aumento do capital social. Art. 166 e 167. Direito de preferência: Art. 166, §2º c/c 171 e 109, IV. - Diluição do capital social: aumento pode ensejar a diluição do valor das ações. Segundo problema: organização do poder de controle, emitindo ação preferencial, aumenta o capital social mas o poder continua o mesmo porque tais ações não concedem direito de voto. - Redução: 3 situações → 1) se mostrar excessivo; 2) em caso de perdas; 3) prejuízo acumulado em um período. Dois últimos casos quando a reserva não for capaz de suprir prejuízos, aí abate o capital social. A AGO é competente para deliberar a respeito. Art. 173. - Abertura e fechamento do capital social: transformação da S/A aberta em fechada e vice-versa. Pressupõe alteração do estatuto e registro dos valores mobiliários na CVM para negociação com ou sem emissão de novas ações (fechada em aberta – mais comum para aumentar recursos). Art. 19 e 21 da lei 6385/76. Exige alteração do estatuto e cancelamento de registro na CVM e mercado de capitais (aberta em fechada). Pressupõe que a S/A retire as ações em circulação mediante oferta pública (Art. 4º-A, §§2º e 4º) de aquisição de ações → pode ser dada em até 95%, os 5% restante ainda em circulação pode ser amortizado mediante pagamento do preço oferecido as demais, depositado na instituição financeira custodiante das ações (§5º) AULA 30/04 – CONSTITUIÇÃO DA S/A - Rito de formação → 1ª etapa: cumprimento das providências preliminares (Art. 80)/requisitos preliminares essenciais. Serve para S/A aberta e fechada. 2ª etapa: constituição propriamente dita. 3ª etapa: cumprimento das providências complementares. - 1ª etapa: pressupostos indispensáveis que precedem o ato constitutivo. Estão diretamente associados a formação do capital social. Se não forem atendidos a constituição fica prejudicada, além de não poderem ser aproveitados para uma segunda tentativa de constituição com capital diferente (Art. 80). Subscrição: assinatura da parte interessada no boletim ou certidão de subscrição. É seguida da integralização (art. 80, I c/c 85). Segundo requisito diz respeito a integralização feita em dinheiro, devendo ser de 10% no mínimo (entrada mínima). Art. 80, II. Exceção: exige-se entrada de 50% quando se trata de S/A como instituição financeira (Art. 27, lei 4595/64). Terceiro requisito exige o depósito da parcela do capital social realizada em dinheiro no Banco do Brasil ou em outra instituição financeira registrada na CVM. Quem faz o depósito são os fundadores em nome do subscritor em favor da S/A. Porque se a S/A não for constituída, o dinheiro poderá ser devolvido ao subscritor. Art. 80, III c/c 81, p. ú. Formas de subscrição: 1) pública ou particular: no mercado primário de capitais ou de forma particular. A pública é típica da S/A aberta e é tida como módulo de constituição sucessiva (vários atos sucessivos), e se dá com a captação de recursos no mercado primário, por meio da seguinte operação: oferta pública inicial de ações no mercado, a S/A coloca suas ações no mercado primário por meio dessa operação. Contempla três etapas sucessivas: registro prévio e obrigatório das ações na CVM, a oferta no mercado primário e a convocação da Assembleia de fundação/constituição (Art. 19, caput, lei 6385/76 c/c instrução da CVM 400/03 c/c Art. 82, LSA). AULA 02/05 - CONSTITUIÇÃO PROPRIAMENTE DITA - MP nº 881 de 30/04/19 “Declaração de direitos de liberdade econômica” - atendimento dos requisitos preliminares do art 80. Uma vez superada essa primeira fase e atendidos todos os requisitos, pode finalmente a sociedade ser constituído pela convocação da primeira assembleia constitutiva da SA chamada de assembleia de fundação ou constituição da SA. Os próprios fundadores a convocam. Essa assembleia tem por objetivo deliberar sobre a constituição da SA mas implica também, porventura, em analisar o relatório de avaliação dos bens, discutir e votar esse relatório. Bens que foram entregues a sociedade a título de formação do capital social. Art. 86 c/c Art 8º da LSA. Existe toda uma formalidade, deve ser publicada na imprensa oficial e também na imprensa local a data o horário e o local dessa assembleia e para que possa iniciar é necessário que se afira o quórum de instalação. A lei diz que em primeira convocação essa assembleia se instala com a presença de acionistas subscritores que representem no mínimo a metade do capital social. Em segunda convocação se instala com qualquer número. É presidida por um dos fundadores secretariado sempre por um acionista subscritor, que lê a pauta do dia, o relatório e segue a sequência da pauta (art 87) e vão sendo superados cada ponto da pauta de maneira sucessiva (relatório de bens, recibos de depósitos das parcelas dos bens, leitura e deliberação do Estatuto da sociedade - ponto máximo da reunião, ápice - e superada essa fase o presidente da mesa declara formalmente constituída a sociedade e redige tudo a termo em ata (ata em duplicata) assinada por todos os acionistas ou pelo número mínimo para aprovar cada item da pauta. Aprovado o estatuto e a ata e declarada constituída a SA são eleitos os primeiros administradores, membros do conselho de adm e conselho fiscal. Uma cópia fica arquivada na secretaria da SA e outra é levada para o arquivamento na junta comercial da sede no prazo de 30 dias a contar da lavratura do ato. Se for cumprido o prazo, os efeitos surgem a partir da assinatura (ex tunc). Se perde o prazo, é possível arquivar mas os efeitos passam a surtir a partir da data do deferimento da arquivamento (ex nunc). O efeito desse arquivamento é a formalidade de constituição se tornando um sujeito de direitos e obrigações pois adquire sua personalidade jurídica própria (art 45, CC c/c 985 e 1150, CC c/c 87 e 94, LSA). - Providências complementares: dentre elas a lavratura da ata em duplicata, o arquivamento no órgão de registro, publicação na imprensa oficial, e o arquivamento dessa publicação na junta comercial. Prazo para arquivamento: Art. 32, II, a c/c 36 da lei 8934/94. - Diferente da constituição de uma sociedade limitada, a S/A pode ainda durante a sua fase de constituição já estar em atividade, operando, sem que com isso implique em dizer que ela está irregular, não se aplica portanto à S/A em constituição o regramento da sociedade em comum. (Na limitada, se ela tá operando sem estar constituída, aplica-se as normas da sociedade em comum, com todos seus efeitos. Isso não vale para a S/A). Para que os adm não incorram em responsabilidade devem usar o nome da SA seguido da expressão Em Organização. AS/A ainda não formalmente constituída mas já operanda deve necessariamente ter acrescido ao seu nome o termo Em Organização. (art 91). E os primeiros adm responderão solidariamente pelos prejuízos causados a S/A e aos acionistas pelo não cumprimento das exigências legais ou demora nesse cumprimento. Dai o arquivamento em atraso, se tiver dado prejuízo o adm responderá dessa forma (art 99, caput c/c 159). Isenta a pessoa jurídica da S/A de eventuais irresponsabilidades do administrador (parágrafo único) salvo se a assembleia deliberar de forma adversa imputando a responsabilidade a S/A. Art 95 documentos do arquivamento: cópia do estatuto social, relação completa dos acionistas (qualificação, ações, forma de integralização), recibo de depósito da parcela em dinheiro do capital social, duplicata das atas de aprovação da avaliação dos bens e ata da constituição da S/A. Se for S/A aberta depois disso vem o registro na CVM, feito isso também há o registro na bolsa de valores. Também tem alvará da prefeitura, órgãos do poder executivo responsáveis por licenças, exército de for caso de armas e explosivos, INSS, caixa econômica, receitas federais e estaduais, mas isso não está relacionado ao direito comercial. Ainda no art 95, o primeiro inciso fala do estatuto social. O estatuto antes de ser levado a arquivamento precisa do visto do advogado sob pena de nulidade do ato. Art 1º parágrafo 2º do Estatuto da OAB. - Os primeiros adm tem que começar a transferência do patrimônio para a sociedade, dos bens integralizados. Os adm vão extrair uma certidão da junta da ata. Tem que ir no INPI para providenciar a averbação da transferência de bens do acionistas para a sociedade. Se for imóvel, no RGI. Se for automóvel, no DETRAN. Tem que ir no órgão competente para realizar a transferência. Patente: INPI. Arts. 89, 98, parágrafos 2 e 3, c/c 35, VII da lei 8934/94. Parte de escrituração: abertura dos livros e a sua autenticação. Art 100, LSA c/c arts 1179 e ss, CC. O visto do advogado sob pena de nulidade tem exceções: as PJ enquadradas como microempresas e de pequeno porte tem o tratamento diferenciado referente a essa isenção, sendo dispensado o visto de advogado. Art 9 parágrafo 2 da lei complementar 123/06. (consultar lei complementar 167/19). - objeto social: pode ser qualquer objeto que tenha fim lucrativo. Desde que o fim lucrativo não seja contrário a lei, a ordem pública e os “bons costumes”. Art 2º da LSA. O objeto social da SA é explorar uma atividade, gerando lucro que se reverterá para a sociedade e será passado aos acionistas sob título de distribuição de lucros/dividendos. Não existe S/A com objeto social que contempla atividade beneficente, sempre haverá lucro. A função desse objeto social, é por meio da fixação do artigo do objeto social, que se delimita o âmbito de atuação da SA na economia, definindo e caracterizando o tipo de empreendimento. Esse objeto social com fim lucrativo deve ser descrito de forma detalhada prevendo todas as atividades que serão exploradas pela SA indicando gênero e espécies de atividade, indústria, comércio, serviços, importação e exportação são gêneros. Serviços bancários, fabricação de componentes, exportação de produtos agrícolas são espécies. A SA não pode atuar num âmbito não previsto no objeto social. Art 2º paragrafo 2º c/c art 53, parágrafo 2 do decreto 1800/96. Se a SA atua num setor da economia regulado pelo estado basta que indique o gênero da atividade, porque a própria legislação que vai autorizar a SA para atuar naquele ramo específico. Ex: instituição financeira, basta que indique a finalidade geral, haverá legislação específica que detalhará. Art 17 e 25, lei 4595/64. A própria legislação sabe que para explorar de forma ampla e exaustiva é preciso constituir outras sociedades ou participar de outras, por isso prevê que independente de previsão expressa no estatuto possa haver essa participação como maneira de atingir seu escopo, seu objeto. Dai surgem os grupos de sociedade (holdings) ou subsidiária integral (sociedade criada por uma maior que a controla totalmente com o objeto de executar/cumprir o objeto da “sociedade-mãe”). Art 2º, parágrafo 3, c/c 251, 265 e 278 - consórcios. A delimitação atende também ao interesse de proteção dos acionistas minoritários contra atos praticados pelo acionista controlador e parte dos adm da sociedade. Atos ultra vires praticados pelo adm ou sócio controlador. Art 117 c/c 153, LSA. O objeto social pode ser alterado, a lei exige um quórum qualificado e específico para isso. Quórum de acionistas que representem no mínimo metade do capital votante, se não for previsto um outro mais apertado no estatuto. Na deliberação de alteração do estatuto, um mero ajuste do objeto social não dá ao acionista dissidente o direito de se retirar da sociedade, que só existe quando está em jogo uma mudança radical no objeto da sociedade, de sua substância. Nesse caso cabe ao vencido o seu direito de retirada da sociedade. Isso somente na sociedade fechada ou aberta cujas ações não tenham alta liquidez no mercado. A sociedade não pode parar pra fazer um balanço, então se tiver grande liquidez o acionista vencido deve vender as suas ações. Arts 136, VI c/c 137, caput da LSA. Objeto Social da SA A SA ela sempre será considerada uma sociedade genuinamente mercantil independentemente de seu objeto social. Base Legal: Art. 982, parág. único combinado com art. 2º, parág. 1º da lei 6404. A SA tem sempre fim lucrativo, independentemente de seu objeto social. Base Legal: Art. 2º, caput e parág. 1º da lei 6404. Sua função é definir o escopo de atuação, o âmbito de exercício de uma empresa específica, de uma atividade econômica delimitando seu campo de atuação. Além disso define e caracteriza o tipo do empreendimento.Essa definição tem um desdobramento, pois o objeto social é importante para definir também a aplicação de outras legislações. Existe a obrigatoriedade que este objeto social seja previsto obrigatoriamente no estatuto social. É o estatuto que definirá o objeto da companhia de modo preciso e completo. Esse detalhamento de modo preciso e completo, entendendo-se a especificação do gênero e da espécie da atividade. Base Legal: Art. 2º, parág. 2º da lei 6404/76 combinado com art. 53, parág. 2º do decreto 1800/96. Decreto que regulamenta a lei 8934 e esse artigo 53 trata do detalhamento do objeto social trazendo o gênero e a espécie. Determinadas atividades específicas regidas por lei própria têm o objeto social já definido pela própria lei. Há o estatuto, atividade em si, mas até mesmo o nome social, pelo fato da atividade econômica ser regida por lei própria, não precisa trazer esse gênero e espécie bem definidos. Base Legal: Art. 17 e seguintes e art. 25 e seguintes da lei 4595/64. Exemplo: Atividade bancária é regida por lei especial. O objeto social pode ser mais amplo do que a atividade efetivamente explorada. Qualquer atividade exercida ou explorada deve estar prevista no objeto social. Esse objeto social costuma ser um texto longo contemplando uma série de atividades do mais geral ao mais específico. A SA, diferente da limitada, pode ter como seu objeto social pura e simplesmente a sua participação em outras sociedades. Base Legal: Art. 2º, parág. 3º da lei 6404. Estamos falando especificamente das holdings’s que podem ser puras (têm no seu objeto social tão somente a participação no capital social de outra sociedade, preferencialmente de forma majoritária para manter o controle) ou mistas (têm no objeto social não apenas a participação em outra sociedade, mas também a exploração de outras atividades econômicas). Holding’s têm a incumbência de gerir a participação em outras sociedades. Há SA’s que só possuem um único sócio, no caso da subsidiária integral, por exemplo. Há o interesse por parte do Estado brasileiro de fomentar a união entre grupos econômicos. Quando se fala nisso, não há só a holding, mas os consórcios, os grupos societáriose até mesmo fusão entre grupos econômicos. Importância do Objeto Social - O objeto social também serve para limitar as ações desses administradores e a sanção existe para quando os administradores extrapolam o dever. Base Legal: Art. 153 e seguintes da lei 6404. - Meio de proteção dos acionistas minoritários. Eles em muitos casos ficam à mercê do que decidir o acionista majoritário. Objeto social serve para dar clareza e segurança à eles. Prática de ato ultra vires -- desvio do objeto social, transações estranhas do objeto social, incluindo casos de suborno, corrupção ativa e passiva, etc. Mudança do Objeto Social O objeto social pode ser modificado. Base Legal: Art. 136, inciso VI e art. 137 combinado com art. 45. A alteração de objeto social é um ponto crucial, tanto que é um quórum qualificado que é elegido para isso: acionistas que representem, no mínimo, metade das ações com direito à voto, se quórum mais qualificado não for previsto no próprio estatuto. Aqui está a importância dos sócios acionistas fundadores de delimitar bem o objeto social. Em uma possível alteração do objeto social, pode ser que existam divergências entre os acionistas. Os que são contra e ficam vencidos na deliberação recebem o nome técnico de DISSIDENTES . O direito que assiste esse acionista é o direito de retirada , ou seja, em caso de acionista dissidentes, assistem à eles o direito de se retirarem da sociedade. Essa mudança deve ser significativa, como alteração que implique na alteração da própria base do objeto. Meros ajustes, que não alteram a essência da atividade não dão direito à retirada, pois esse direito dá, consequentemente, o direito de reembolso. É devolvido ao acionista o valor correspondente à sua ação. Base Legal: Art. 45 da lei 6404. Ações que tenham grande fluidez e dispersão no mercado têm que ser negociadas na bolsa de valores e nelas cabe o direito de retirada, porém não cabe o direito de reembolso, ou seja, você pega sua ação e re negocia na bolsa de valores. Base Legal: Art. 137, caput, inciso II da lei 6404. Recapitulando: Definição do escopo da atividade da SA | Definição do limite de atuação dos administradores da SA | Definição dos direitos dos acionistas no caso de dissidência, de discordância de retirada no momento de alteração desse objeto social | Peculiaridade da SA: prevista no próprio objeto social de pura e simplesmente na atuação em outra sociedade, tanto anônima quanto limitada. Requisitos Essenciais - Art. 80, I da lei 6404 -- a subscrição de pelo menos duas pessoas de todas as ações fixadas no estatuto social. Na lei 6404 o capital social de uma SA é sempre de, no mínimo, 2 pessoas por ser uma sociedade pluri social. - Exceção: Dois acionistas subscrevendo todo o capital social, todas as ações devem pertencer a no mínimo duas pessoas que devem SUBSCREVER a totalidade do capital social de ações, previstas no estatuto. Na 6404 não deve existir a sociedade anônima unipessoal, mas pode acontecer como exceção, como quando falece um desses sócios, ou pede para sair, ou é expulso. Ocorre então a unipessoalidade temporária. Ela no prazo de 1 ano deve ser recomposta, diferente da limitada que deve ser em 6 meses, sob pena de dissolução da SA. - Outro exemplo é a chamada subsidiária integral. Base Legal: Art. 251 da 6404. Nesses dois casos verificaremos a existência de uma SA como um único acionista. Art. 80, II da 6404 -- a parcela do capital social em dinheiro deve ter como uma entrada mínima 10%. Só há de se falar na aplicação do inciso II, se a subscrição for a prazo. Há exceções, como o caso da SA como instituição financeira: aqui a integralização mínima é de 50%. Base Legal: Art. 80, parag. único da lei 6404 combinado com Art. 27 da lei 4595/64. Art. 80, III da lei 6404 -- aqueles 10% devem ser depositados em qualquer instituição financeira bancária cadastrada pela CVM para que esse recurso seja depositado. Tanto os 10% mínimo obrigatório quanto os 90% que virão no futuro. Esses artigos estão diretamente relacionados à constituição do capital social de uma SA. Sem esse capital social o grande empreendimento nos podes ser explorado. O estado tem interesse em primeiro viabilizar dinheiro para a pessoa jurídica para depois meter a mão na exploração. Formas Possíveis de Subscrição A subscrição aqui pode ser pública ou particular. ● Pública -- Se tratar-se de uma SA aberta. A doutrina dá o nome de constituição sucessiva. A subscrição pública é o processo por meio do qual se constitui a SA aberta por meio de oferta pública de emissão das suas ações no mercado de valores mobiliários. É um alarde generalizado, grandes jornais e revistas estampam matérias relacionadas a essa abertura de capital, seja uma SA que já existe e está abrindo seu capital, seja uma nova SA. Essa subscrição pública pressupõe uma oferta pública de ações, oferta pública inicial (INITIAL PUBLIC OFFERING - IPO) que constitui essa chamada para colocação dessas ações no mercado primário. Pressupõe uma fase inicial de registro e autorização prévia pela CVM, após isso a colocação das ações no mercado primário, seja na bolsa de valores ou colocação no mercado primário. Base Legal: Art. 19 e 21 da lei 6385/76. O terceiro momento é a convocação da assembleia de constituição da SA, ou de fundação da SA e só ocorre uma única vez, como o próprio nome já diz. Não é uma assembleia geral!! Cuidado!! As etapas da emissão pública, a comunicação obrigatória com o público, a obrigatoriedade de contratação de uma instituição pública que faça a intermediação da subscrição pela SA, tudo isso está disposto em artigo. Base legal: Art. 19, parág. 3º e art. 21 da lei 6385/76 combinado com o art. 82 da lei 6404/76. O nome desse contrato é o de subscrição ou contrato de "underwriting", celebrado entre a SA aberta e a instituição financeira. Auxilia na divulgação da oferta pública inicial, da IPO, nos meios de comunicação e atua como intermediária na negociação dessas primeiras ações que devem ser subscritas por, pelo menos, duas pessoas sob pena de inviabilizar a constituição da SA. Esse contrato tem cláusulas específicas e duas delas são importantes: 1. A primeira é facultativa - CLÁUSULA DE MELHOR ESFORÇO, "Best Ef ort" - se essa cláusula existir a instituição financeira se compromete com todos os esforços para atingir o fim do contrato, captar todo o público necessário para fazer com que todas as ações sejam subscritas. O que está em jogo não é tão somente a instituição financeira conseguir duas pessoas para subscrever o Capital social, no mínimo, mas é fazer essa oferta pública inicial ser tão atraente que haja uma super demanda que faça que no ato de subscrição dessas ações os interessados paguem mais que o valor inicial delas gerando o agio. Há o valor nominal e a procura foi tão grande que vendeu-se acima do preço o o valor a mais vai para o agio. 2. A segunda cláusula é a "stand by" por meio da qual a própria instituição financeira se compromete a subscrever ela mesma as ações que porventura não tenham sido subscritas por ninguém. Cláusula importante, pois o fundador fica tranquilo de que a fundação da SA não ficará comprometida. Ambas cláusulas acima estão dentro da de “underwriting”. A lei obriga a SA aberta a contratar uma instituição financeira especializada para fazer essa mediação das ações com o público. Base Legal: I nstrução nº 400/2013 da CVM. O essencial para fixarmos é que se se tratar de uma SA aberta, além de atender aos requisitos do Art. 80, deve também contratar uma instituição financeira que faça uma ponte entre a sociedade que está se constituindo e o grande público. Há a subscrição particular também que se dá no processo de constituição de uma SA fechada, conhecido como processo de constituição simultâneo, se dá de maneira concentrada e instantânea. Não há emissão pública de ações aqui. Sendo assim, não há necessidade de registro ou de autorização prévia por parte da SA na CVM. Como se dá esse subscriçãoparticular? De maneira personalizada e individualizada entre a SA fechada e um possível investidor, na maioria da pós vezes indeterminado. Na SA fechada todos os subscritores são considerados fundadores da SA. Base Legal: Art. 88, caput da lei 6404. A constituição dessa SA fechada se dá de duas formas: 1. Por meio de uma assembleia de constituição, de fundação. Base Legal: Art. 88, caput da lei 6404. 2. Por escritura pública de constituição de uma SA, que deverá ser assinada por todos os subscritores. Base Legal: Art. 88 combinado com os art. 86 e 87 da lei 6404. OBS: Não há escritura pública na SA aberta! Convoca-se uma assembleia de fundação onde são deliberados os assuntos necessários para a constituição da SA. Lembrando que ela pode atuar antes de sua constituição, desde que coloque em seu nome SA em formação. A constituição propriamente dita. Somente após encerrada aprimora fase de formação do capital social,mesma por subscrição pública ou particular é que se passa para a segunda fase. O ponto alto da segunda fase é a assembleia de constituição da SA, onde se convoca essa assembleia para deliberar a constituição da companhia, incluindo a avaliação dos bens, se houver. Base Legal: Art. 86 da 6404. Instala-se com a presença de metade do capital social, quorum de instalação em primeira convocação e em segunda convocação, qualquer quorum. Base Legal: Art. 87 da lei 6404. Cada ação vale um voto, independentemente da espécie e da classe daquela ação. Base Legal: Art. 87, parág. 2º da 6404. A constituição da SA dependerá do atendimento de todos os requisitos legais e da aprovação no todo. Base Legal: Art. 87, parág. 3º da 6404. Delibera-se, vota-se, extrai-se a ata que deve ser assinada por todos os presentes e encerra-se essa etapa. Passa para a terceira e última etapa de atendimento das providências complementares. É o arquivamento e a publicação dos atos constitutivos no órgão, na junta comercial, pela natureza empresarial da SA. Base Legal: Art. 982, parag único combinado com art. 94 da 6404. Com o arquivamento do ato constitutivo começa a aquisição da personalidade jurídica da SA. Base Legal: Art. 45, 985 e 1150 CC. Antes desse arquivamento a SA pode operar, mas desde que use e expressão "em formação ou em constituição" após seu nome empresarial. Base Legal: Art. 91 LSA. O administrador, a pessoa ou o sócio fundador que está atuando em nome da SA e que não use essa expressão, se causar prejuízo a terceiros, responderá pessoalmente e individualmente pelo prejuízo causado. A documentação necessária para esse arquivamento na junta comercial está disposto na base legal: Art. 95 da 6404. Arquiva a documentação, a publica e a após a publicação arquiva novamente. Três principais atos que compreendem o registro : 1. Arquivamento; 2. Matrícula em seu cancelamento, apenas de leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiro e administradores de armazéns em geral; 3. Autenticação dos instrumentos de escrituração. Base Legal: Art. 32 e seus incisos na lei 8934/94 combinado com o art. 36 da mesma lei. Outras providências complementares devem ser feitas: se um imóvel foi aprovado para transferência à SA, o que deve ser feito como providência complementar é a averbação dessa transferência no registro público de imóveis e providenciar a transferência daquele imóvel que passará a pertencer à sociedade anônima. Base Legal: Art. 98, parág. 1º da 6404. Somente com averbação concluída é que se transfere a propriedade para SA, mas isso se for um terreno. Se for uma carta patente a averbação da transferência da propriedade da patente já será o INPI. Toda a burocracia que existe para uma limitada existe também para uma SA. E todas as autorizações necessárias dependendo da atuação, seja vigilância sanitária, anvisa, ministério da defesa, etc. tudo para regularizar o início da operação. AULA 07/05 – ÓRGÃOS SOCIAIS - São a Assembleia Geral, o Conselho Administrativo, a Diretoria e o Conselho Fiscal. - Duas teorias: orgânica e de representação. A primeira é a adotada no Brasil. Esses quatro órgãos representam a estrutura interna da S/A, mas não são sujeitos de direito e não podem ser demandados em litígios, nem possuem patrimônio próprio. Não tem personalidade jurídica própria. A responsabilidade quando incidir será sobre a pessoa natural, sobre o membro que compõe o órgão. São a S/A e não a representam, segundo a teoria orgânica. É por meio desses órgãos que a S/A expressa sua vontade, no limite das suas competências (lei ou estatuto). Afastam a noção de substituição da vontade da S/A. A pessoa jurídica é/ totalmente responsável pelos atos praticados conforme a lei/estatuto. - TRAZER AS ALTERAÇÕES DA MP 881/19 PARA A PROVA. - Classificação: são um coletivo. Dentre esses quatro órgãos, alguns atuam como um todo no coletivo e outros atuam unilateralmente (divisíveis e indivisíveis). Divisível pode atuar em colegiado ou mediante iniciativa individual de algum membro (Diretoria e Conselho Fiscal). Os indivisíveis somente atuam na forma de colegiado (Assembleia e Conselho Adm). Importante delimitar matérias perante terceiros. - Assembleia Geral: órgão deliberativo máximo dentro da S/A e é o órgão que tem poder para decidir sobre todos os negócios diretamente relacionados ao objeto social e tem competência para tomar todas as medidas necessárias para sua defesa e desenvolvimento. Art. 121. Possui competência ampla e geral para tratar de qualquer assunto da S/A. O emprego do termo assembleia no contexto corporativo difere-se da assembleia popular, pois o que impera como parâmetro para votação/decisão é o poder econômico, não tem um caráter democrático. Trata-se de uma pessoa jurídica criada com a formação de capital para a exploração econômica, mas para gerar lucro e remunerar o capital investido não tem sentido caritativo (a S/A). Faz-se de tudo para que seja o mais lucrativo, otimizando as operações. Art. 122. Primeira competência é de alterar o estatuto. Outra competência específica é eleger ou destituir membros da administração (dos outros 3 órgãos). Art. 122, II c/c 142, II. Toda vez que existir na S/A o conselho de adm. quem elege os diretores é a assembleia. É obrigatórios nas companhias abertas, fechadas com capital autorizado, empresas públicas e sociedade de economia mista. Somente nas companhias fechadas simples que é facultativo. Outra competência é tomar as contas anualmente, os balanços e demonstrações financeiras e seus procedimentos. Decidir sobre a emissão de debêntures (Art. 122 , IV c/c 59, §§1º, 2º e 4º). O estatuto pode prever que o conselho adm decida sobre emitir debêntures não conversíveis em capital social. Suspensão do exercício dos direitos do acionista que não cumpre seus deveres (Art. 122, V c/c Art. 120). A suspensão é temporária até que o acionista volte a cumprir. Deliberar sobre o laudo de avaliação de bens que deverão compor as formação do capital social. Art. 122, VI c/c Art. 8º. Autorização para emissão de partes beneficiárias. Art. 122, VII c/c Art. 47, p. ú. (exclusivo da S/A fechada). Deliberar sobre transformações societárias, mutações na estrutura da S/A (fusão, incorporação, cisão incluindo a dissolução e liquidação). Art. 122, VIII. Autorizar os administradores a confessar falência (autofalência), o próprio devedor confessa seu estado de falência, e autorizar o requerimento de recuperação judicial (entra no lugar da concordata que não existe mais). O poder de controle é exercido com a titularidade das ações com direito a voto. Pode ser: 1) totalitário: um único acionista detém a totalidade – ou quase – das ações com direito a voto, logo, sozinho, controla a S/A. Essa modalidade é muito comum mas não é a tendência atual. Ex da S/A familiar; 2) majoritário: uma única pessoa ou um grupo detém mais da metade do capital votante. Essa pessoa/grupo domina as decisões da assembleia com quórum de maioria absoluta; 3) minoritário: também chamado de difuso. Um grupoou um único acionista detém menos da metade, mas tem poderes para eleger os administradores da companhia, é a tendência atual desde os anos 2000. Espécies: a assembleia geral pode ser originária ou extraordinária (AGO e AGE). A divisão das matérias se dá por critério de competência. Art. 131. A AGO tem por objeto as matérias do Art. 132 e a AGE tem os demais casos. Competência da AGO: tomada anual de conta dos adm, examinar demonstrações financeiras, etc. Art. 131, parte final c/c Art. 135. AGE tem competência residual, pode ser convocada a qualquer tempo. É nula de deliberação da AGO/AGE que trate de matéria estranha a sua competência. Art. 131, p. ú. Autoconvocação ou pelo conselho fiscal em situação específica. Art. 123, p. ú, a. Convocação por acionista: possível por qualquer acionista desde que seja obrigatória por lei ou estatuto (Art. 123, p. ú, b). Ler todas as letras desse artigo. AULA 09/05 – CONTINUAÇÃO - Art. 124, §1º: prazos. §5º: suspensão de prazo. - Local exigido para realização da Assembleia: sede da S/A, que costuma ter auditório, só é fora em situações excepcionais (Art. 124, §2º), por obra, estrutura indevida, caso fortuito. A convocação em regra é feita digitalmente, mas pode ser epistolar, ou seja, escrita mediante carta, por via de solicitação formal do acionista, só sendo possível na companhia fechada. Art. 124, §3º c/c Art. 294 (na S/A fechada com até 20 acionistas e patrimônio de até 10 milhões, a convocação é sempre escrita e com recibo, obedecendo os prazos do caput do Art. 124). Em primeira convocação, exige-se um número mínimo, que se não alcançado é feita uma segunda convocação. A partir da segunda, pode ser realizada com qualquer número. A questão do quórum (de instalação ou de deliberação) está relacionado ao mínimo de votantes na sessão e o não alcance do de instalação compromete as deliberações viciadas. O de deliberação diz respeito ao mínimo de acionistas votantes para decidir sobre tal matéria. O de instalação exige ¼ do capital votante (Art. 125). Em segunda convocação com qualquer número. Em caso de alteração do estatuto (Art. 135) o exigido é de 2/3, quórum especial. O de deliberação geral pode ser de maioria simples (Art. 129), maioria absoluta (metade +1 do capital votante – art. 136), estatutário (previsto no estatuto e deve ser sempre acima do mínimo dito em lei, só é possível na S/A fechada – Art. 129, §1º) e quórum por unanimidade em situações peculiares (constituição da S/A – Art. 87 e cisão desproporcional – Art. 229). Na AG de constituição, é o mesmo da votação de alteração de projeto de estatuto, especificamente (Art. 87, §2º). - AGA na reunião privada: participação dos acionistas e seus representantes, que são diretamente interessados nas deliberações, podendo participar também administradores e convidados. Os adm. participam apenas a título de elucidação da matéria ou ponto da pauta (Art. 126), sem poder de voto. Os advogados podem atuar com o acionista como representante com procuração, tendo direito a voto nesse caso, e também como conselheiro, auxiliando o cliente (Art. 7º, VI, d do Estatuto da OAB c/c 126, §4º). Pessoas estranhas à reunião não tem acesso (funcionários, sócios sem voto, consumidores, empregados, imprensa, autoridades públicas sem autorização judicial e adms não são convidados). Há uma limitação do tempo de fala para otimizar o tempo da discussão. É comum também colocar o ponto mais importante no fim da pauta para não dar tempo. A composição da mesa pode estar prevista no estatuto ou ser definida por votação na AG recém-instalada (art. 128). A ordem do dia deve ser obedecida em sequência, motivo de deliberação prévia. A mesa decide se vai incluir ou não outras pautas naquela sessão (Art. 127 e 128). Instala-se a AG, lê a ordem do dia e começa a votação de cada item da pauta. No final, lavra-se a ata em livro próprio de atas da AG (Art. 100, IV c/c art. 130). Na S/A fechada basta a assinatura. Publica-se em órgão oficial a ata (art. 130) e arquiva a cópia da publicação também. Exige-se um máximo de transparência. A AGO é sempre publicada, as AGE nos casos previstos em lei, que são muitos (Art. 45, §§6º e 7º; art. 26, I; art. 64, III; art. 137; etc). - Conselho de administração: é órgão deliberativo (colegiado) indivisível e pertence a adm. da S/A, órgão máximo da adm. Quem preside o conselho está no comando da S/A. Nem toda S/A tem conselho, é facultativo na S/A fechada. Obrigatoriamente deve existir na S/A aberta, fechada com capital autorizado, empresas públicas e sociedades de economia mista, porque são todas sociedades cujo empreendimento é gigantesco e os interesses são maiores. Para controlar existe esse órgão (art. 138, §2º; art. 239, caput; e art. 13, I, lei 13303/16). Serve para agilizar processo decisório específico dentro das suas competências. Toma decisões de gestão da S/A. Órgão de adm, tal como a diretoria, mas está acima e é indivisível, além de ter competência específica. Mínimo de 3 membros e deve ser sempre ímpar (por causa do presidente) em sua composição. São eleitos na AG e tem mandato de 3 anos podendo haver reeleição (art. 140) ou destituído também pela AG. Funcionamento previsto no Estatuto, prazo de gestão, etc. A votação não é cobrada na prova. As formas de votação estão no estatuto, pode ser por chapa ou individual. Também tem a proporcional, em voto separado, voto múltiplo. Os diretores são eleitos e destituídos pelo Conselho, motivo pelo qual a composição deste é de suma importância, em virtude do comando que exerce e das decisões tomadas. As competências do Conselho estão no art. 142. AULA 14/05 – CONTINUAÇÃO - Diretoria: representantes da companhia (art. 143 e ss). Art. 138: oŕgão executivo de representação. É por meio da diretoria que a S/A demonstra sua vontade. A lei exige duas diretorias, pelo menos, sem número máximo. Costuma ser diretoria jurídica e financeira. Órgão de gestão do negócio, representação legal da S/A. Os diretores são eleitos pelo conselho de adm, se existir, ou não existindo, pela AG. No mínimo dois diretores, com previsão estatutária, eleitos pelo conselho ou AG, residentes no Brasil, obrigatoriamente (art. 146, caput). Podem ser empregados (vínculo empregatício) ou não (vínculo estatutário) e a lei permite que até 1/3 dos membros da Adm sejam diretores (art. 143, §1º). É desnecessária a condição de acionista. Atributos e poderes específicos devem estar no estatuto. Art. 143, caput c/c Art. 138, §1º. A tomada de decisões obedece os limites dispostos de sua competência em lei ou estatuto, podendo ser individual ou coletiva (matéria específica que deve passar por reunião). Caso haja reunião, há ata e livros de ata de reunião (Art. 100, IV c/c art. 143, §2º). A responsabilidade legal está fixada no estatuto (limite de atuação) mas se não estiver, aplica-se o art. 144. Pode haver dois regimes jurídicos: com base no vínculo estatutário, se houve algum problema, resolve-se com regras do societário; com base em contrato de trabalho, regime jurídico trabalhista. O mais importante a ser analisado é a subordinação hierárquica, em caso de não haver carteira assinada. - Conselho fiscal: órgão de fiscalização da administração da S/A para assessoramento da AG. Controla a regularidade e legalidade dos atos praticados. Principal órgão de fiscalização da companhia, visto que todos possuem o dever de informar ilicitudes. Se algum membro em colegiado identificar ilicitude em assembleia, deve fazer constar na ata seu descontentamento com o ponto. Composição: mínimo de 3 membros, máximo de 5, com os respectivos suplentes. Podem ser acionistas ou não. Art. 161, §1º. Deve ser residente no Brasil. Deve ter curso superior ou pelo menos experiência como administrador ou membro de conselho fiscal, por no mínimo 3 anos (Art. 162). É um órgão de existência obrigatória, mas de funcionamento facultativo, ou seja, sempre existe por previsão legal, mas seu funcionamento concreto pode ser permanente ou temporário,dependendo do que diz o estatuto (art. 161, caput), e nas sociedades de economia mista é sempre permanente. Nos demais casos, o funcionamento depende da provocação dos acionistas, ou seja, pode funcionar a qualquer momento a pedido dos acionistas em AGO/AGE, ainda que não conste em pauta (art. 161, §3º). Ler depois sobre o quórum necessário. Como é órgão de fiscalizar (que são indicados quase sempre pelo acionista majoritário), um dos membros é eleito pelos acionistas preferencialistas com voto restrito ou sem voto, de forma separada; o segundo é eleito pelos ordinarialistas minoritários (titulares de 10% do capital votante); o terceiro é eleito pelo acionista majoritário (controlador). Na votação do terceiro, vai ser eleito mais um conselheiro (art. 161, §4º, b). A competência está no art. 163, estando a principal no inciso I. Ler os demais incisos. Dever de analisar as contas e opinar na forma de pareceres, que também possuem livro próprio (art. 163, II c/c 100, VII). AULA 21/05 – DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS ADMINISTRADORES E MEMBROS DO CONSELHO FISCAL - deveres implícitos: decorrem da lei (ex: observar a lei e o estatuto; dever de cumprir as deliberações dos órgãos societários superiores, obedecendo a hierarquia). Mais um exemplo: dever de controlar a atuação dos demais administradores e de comunicar eventuais irregularidades e ilicitudes; dever de não competir com a S/A. Os efeitos são os mesmos para as três categorias: dever de indenização e sanção (civil e penal). - dever de dirigência (Art. 153): o administrador dirigente atua conforme os postulados, teorias e técnicas das ciências contábeis e e de administração de empresas, fazendo o que nela se recomenda e não fazendo o que se desaconselha. Esses são os parâmetros que facilitam e orientam, a comprovação na prática é o cumprimento ou não do dever de dirigência. - dever de cumprimento das finalidades da empresa (Art. 154): a atuação deve ser orientada para que não haja desvio de finalidade. Primeiro elemento objetivo é que a ação do adm. deve sempre atender aos fins e interesses da companhia; segundo, a satisfação das exigências do bem comum; terceiro, a satisfação da função social da empresa. Lista de atos proibidos: Art. 154, §2º → tomar bens sem autorização, receber vantagem pessoal de terceiros (mesmo não caracterizando o crime de corrupção). - dever de lealdade (Art. 155): próximo ao de finalidade. Art. 155, §1º c/c Art. 27 da lei 6385/76. - dever de informar (Art. 157): só se aplica nas companhias abertas. Informar aos demais acionistas tanto quando ao mercado sobre a eventual participação do adm. no capital social da companhia e da titularidade de valores mobiliários, de modo que sua participação possa ser acompanhada. Existe um imperativo de comunicação ampla de todas as informações relevantes a respeito das condutas do administrador (full disclosure). Controle da prática de insider training. - deveres dos membros do Conselho Fiscal: as normas relativas aos deveres dos administradores se aplicam, no que couber, a estes membros. Dever de informar está relacionada à competência exclusiva do conselho fiscal (Art. 163). A responsabilidade dos membros é solidária no sentido de omissão do cumprimento de deveres. Art. 165, §3º. Essa resp. solidária só permanece enquanto o outro membro segue omisso. - exclusão da responsabilidade dos adms: business judgement rule: princípio que orienta o juiz nos processos de modo a permitir a exclusão da resp. dos adms. Se dá quando a ação alvo do processo se deu de acordo com a lei ou estatuto, em benefício da sociedade, com boa-fé e lealdade perante a S/A e, por fim, com base nas informações e dados corporativos disponíveis no momento da tomada da decisão. Art. 159, §6º. - ações de responsabilidade: a regra é que o adm não é pessoalmente responsável pelos atos praticados pela S/A (Art. 158), desde que não haja dolo ou culpa. A regra geral é a isenção de responsabilidade. A autora da ação é sempre a S/A, representada pelo diretor jurídico. No caso de sucumbência, o proveito da ação vai para a S/A. Não afasta a possibilidade dos acionistas ingressarem com ação requerendo perdas e danos pelo ato do administrador. Lei 12.846/13. A responsabilidade da pessoa jurídica em suas ilicitudes é sempre objetiva, cabendo ação de regresso. Acionistas - É o sócio da SA, pessoa natural ou jurídica, titular de ações de uma SA, independentemente do tipo ou classe da ação. Existem tipos, perfis de acionistas: - Acionista Empreendedor -- está interessado na exploração de determinada atividade o e administração da SA. Interessado em empreender. Na SA aberta até existe, porém é mais comum na SA fechada, sendo a regra. Exemplo: Eike Batista é uma exceção de acionista empreendedor em SA aberta. - Acionista Investidor -- Chamados de acionistas rendeiros. Investidores institucionais que atuam em fundos de pensão e fundos de investimento públicos e privados. Têm a intenção de fazer um investimento para que ele gere renda a médio e longo prazo. Fazem esse capital render fazendo vários investimentos, ou seja, grande parte desse dinheiro é revertido em investimento no mercado de capitais. - Acionista Especulador -- Interessados em otimizar e fazer ganhos imediatos. Buscam de negócios rentáveis a curto e curtíssimo prazo, e ações com alta liquidez e dispersão no mercado. Investimentos de grande risco, porém de alta rentabilidade. Não podemos dizer que um é sempre bom e outro sempre ruim. A questão é que um mercado de capitais bem regulamentado inibe certas práticas. E uma CVM bem estruturado teria condições de coibir ataques especulativos. É da essência do mercado de capitais essa livre especulação. Além desses grupos de investidores, temos os grupos de acionistas: - Acionista Majoritário -- Detém mais da metade do capital social votante. Dentro desse grupo há o acionista controlador. - Acionista Controlador -- Tem interesse e poder de controlar a SA ao ter o poder de eleger a maioria dos membros da administração da SA. Base legal: Art. 116 da LSA. - Acionista Minoritário -- Quando pulverizados, não exercem nenhuma oposição ao acionista controlador. Porém quando formam um bloco coeso, a partir do acordo de acionistas, exercem uma grande oposição ao acionista controlador. Direitos dos Acionistas Podem ser essenciais ou não essenciais. - Essenciais -- Aqueles direitos inerentes à condição de ser acionista. Aquele que decorre da lei e que se aplica a todo e qualquer acionista, independentemente da classe e do tipo de ação dele. São essenciais, pois estão previstos na lei e não podem ser alterados ou modificados pelo estatuto social. O principal direito essencial que todo e qualquer acionista de uma SA tem é o direito de participação nos lucros. Base legal: Art. 109, I da LSA. Outro direito é o de participar do acervo da companhia no momento em que ela está se liquidando. Base legal: Art. 109, II da LSA. Em que momento da liquidação o sócio participa do acervo? Na partilha. Só posso participar do acervo como sócio, se eu tiver algo para receber. Só existirá esse direito, se houver a partilha, ou seja, um saldo patrimonial remanescente após a liquidação. Outro direito é o de fiscalização indireta. Minoritários podem ter membros eleitos por eles no conselho de administração e no conselho fiscal, sendo aqui fiscalização indireta, membros eleitos por eles para fazer essa fiscalização. Base legal: Art. 109, IV da LSA fala sobre o direito essencial de preferência. Base legal: Art. 109, V da LSA fala do direito de retirada sempre na SA fechada, porém na SA aberta cujas ações têm grande fluidez e dispersão no mercado não são todas as matérias em que se pode exercer esse direito de retirada. A alteração significativa do objeto social na SA aberta implicaria no direito de retirada, porém meros ajustes no objeto social não dá esse direito!! A essência do mundo corporativo da SA -- Base legal: Art. 109, parag. 1º da LSA. Se você é de outra
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