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Invertebrados II Annelida 1 ANNELIDA Os anelídeos ocupam grande nicho ecológico dos vermes em ambientes marinhos, de água doce e terrestre. Podem variar de tamanhos microscópicos até 3m de comprimento, com aproximadamente 12.000 espécies descritas. O corpo dos anelídeos é composto de três regiões: prostômio, tronco e pogídio. Sendo que na extremidade anterior do tronco localiza-se o prostômio que contém o cérebro e acomoda os órgãos dos sentidos. O pigídio forma a extremidade posterior do corpo e inclui o ânus. Os segmentos estão entre o prostômio e o pigídio.O primeiro segmento (peristômio) situa-se após o protostômio e circunda ventralmente a boca. O prostômio e o pigídio não são considerados segmentos por não se originarem da zona de crescimento segmental datrocófora. Essa zona de crescimento restringe-se a uma região à frente do pigídio, com teoblastos pareados ectodérmicos e mesodérmicos, que se dividem e diferenciam, formando novos segmentos. O crescimento do corpo (crescimento telobástico) resulta a partir da adição de novos segmentos da parte posterior, ou seja, o segmento mais novo do corpo se localizará na frente do pigídio. Parede do Corpo: Esta é composta de uma cutícula colágena fibrosa, uma epiderme glandular uniestratificada, um tecido conjuntivo dérmico e uma musculatura derivada da parede do celoma. As fibras da cutícula enrijecem a parede do corpo, evitando alterações no seu volume e conferindo uma camada brilhante ao corpo. Células glandulares secretoras de muco são comuns na epiderme, atuando na proteção da superfície do corpo. As cerdas são estruturas quitinosas que se projetam da epiderme, utilizadas para promover tração e desempenhar outras tarefas. As cerdas são formadas de beta-quitina que é rija e flexível. Em diversos táxons de anelídeos, a parede do celoma pode ser um mesotélio composto de células mioepiteliais da musculatura da parede do corpo, ou a musculatura encontra-se separada do celoma por um peritônio. Invertebrados II Annelida 2 Sistema Nervoso: O sistema nervoso central de anelídeos é composto de um cérebro anterior dorsal, localizado no prostômio, e um par ventral de cordões nervosos. Em cada segmento, os cordões nervosos apresentam um par de gânglios unidos entre si por um nervo transversal (comissura). Cada par de gânglios do tronco é essencialmente um “cérebro” segmentar, de onde surge um par de nervos segmentares que penetram na parede do corpo.O sistema nervoso dos anelídeos se encontra aprofundado dentro do tecido conjuntivo abaixo da epiderme.Axônios gigantes de grande diâmetro ocorrem nos cordões longitudinais dosanelídeos, o que permite a rápida condução do impulso e menor espaço de tempo para a resposta do verme. Celoma e Sistema Hemal:Cada segmento de um anelídeo acomoda um par bilateral de cavidades celômicas isoladas das cavidades dos segmentos adjacentes por septos transversais. As cavidades celômicas de cada segmento são separadas uma da outra por mesentérios longitudinais. Cada septo é composto por duas camadas de mesotélio, separadas por uma camada de tecido conjuntivo. As cavidades celômicas pareadas de cada segmento são revestidas por um mesotélio ciliado. A parte do mesotélio voltada para a parede do corpo é composta por células epitélio-musculares, modificadas a partir daquelas que formam a musculatura da parde do corpo. Células mesoteliais contráteis podem também formar uma musculatura nas faces septais, ao redor dos vasos sanguíneos e em volta do intestino. O mesotélio pode se especializar em certas áreas, formando células cloragógenas, desempenhando papel vital no metabolismo. O celoma é o esqueleto hidrostático contra o qual a musculatura age para as deformações do corpo. A contração dos músculos longitudinais resulta no alargamento do corpo, enquanto a contração dos músculos circulares provoca o seu alongamento. Os vasos sanguíneos tendem a estar reduzidos ou ausentes em espécies em septos rudimentares, neste caso o fluido celômico responde pelo transporte ao longo do corpo. Os vasos e seios sanguíneossão meros canais no tecido conjuntivo, não apresentando um endotélio. Os principais vasos são o vaso sanguíneo dorsal e o vaso sanguíneo ventral. Em cada segmento, parte do sangue do vaso ventral retorna ao dorsal por meio de uma rede (plexo) capilar na parede do corpo. O pigmento respiratório comum em anelídeos é a hemoglobina, presente no fluido celômico, sangue, musculatura e nervos. As trocas gasosas de anelídeos ocorrem pela superfície do corpo, apêndices e brânquias. Invertebrados II Annelida 3 Sistema Excretor: Os órgãos excretores de anelídeos são nefrídios segmentares, sejam sistemas metanefridiais, sejam protonefrídios. O túbulo nefridial de cada nefrídio penetra o septo e passa para o segmento imediatamente posterior, antes de se abrir para o exterior do corpo. Sistemasmetanefridiais ocorrem em anelídeos com sistema hemal, enquanto os protonefrídiossão encontrados em anelídeos que não apresentam sistema hemal. Sistema Digestivo: O sistema digestivo de anelídeos é um tubo mais ou menos estreito que se estende entre a boca e o ânus, no pigídio. O tudo digestivo passa através dos septos e é sustentado acima e abaixo pelos mesentérios. O intestino anterior é especializado em duas regiões, uma faringe muscular eversível ou protraível, e um esôfago ciliado. • Reprodução: Todas as formas de reprodução assexuada são encontradas nos anelídeos. Os anelídeos são primitivamente animais gonocóricos que liberam gametas através de seus metanefrídios. Uma vez liberados os gametas e fertilizados externamente na água do mar, os zigotos sofrem clivagem espiral e transformam-se em larvas trocóforas. Durante a metamorfose, a episfera larval se transforma no prostômio, enquanto a região posterior ao telotróquio se transforma no pigídio. POLYCHAETA São anelídeos predominantemente marinhos, com comprimento variando de 1 mm até 1m. São rastejantes, escavadores ou ocupadores de galerias nos sedimentos arenoso-lodosos. Os poliquetas são anelídeos com pernas (parapódios), que são projeções laterais carnosas da parede do corpo que podem ser grandes e complexas. Cada segmento possui um par de parapódios. Um parapódio compõe-se de uma parte superior, o notopódio, e outra ventral, o neuropódio. Cada parte é sustentada internamente por um bastão esquelético quitinoso chamado acícula. Processos sensoriais em forma de tentáculos, os cirros, projetam-se da base dorsal do notopódio e da base ventral do neuropódio. Os lobos parapodiais (ramos) possuem bolsas chamadas sacos septígeros que secretam os feixes de cerdas que são utilizadas para aumentar a tração para a locomoção, utilizadas para cavar e nadar. O número de segmentos dos poliquetas varia de menos de 10 a mais de 200, dependendo da espécie. Em muitos poliquetas, o peristômio apresenta cirros tentaculares sensoriais ou dois longos apêndices chamados palpos tentaculares que migram do prostômio, alongam-se e assumiram função alimentar. O pigídio de poliquetas apresenta primitivamente um par de cirros pigidiais. Os poliquetas são únicos entre os anelídeos a secretarem e viverem dentro de um tubo. Invertebrados II Annelida 4 O tubo pode ser aberto em uma ou ambas as extremidades e parcialmente enterradas no substrato ou aderidas a superfícies. Um verme pode viver permanentemente em seu tubo, aumentando-o conforme cresce ou pode secretar um novo tubo. Materiais como lama, conchas, areia são incorporados ao tubo para dar resistência.Alguns poliquetas que vivem em superfícies expostas calcificam seu tubo, formando conchas, o tubo é também uma toca da qual o animal emerge e capturam presas que passam pelo local. Alguns poliquetas incubam seus ovos dentro do tubo, outros bombeiam água através de seu tubo para trocas gasosas e filtração Musculatura e Locomoção: A escavação por movimentos peristálticos é comum em poliquetas com corpo alongado, parapódios e apêndices cefálicos reduzidos e numerosos segmentos similares. A musculatura ciliar é geralmente bem desenvolvida e os septos, completos, restringindo o fluido celômico a segmentos individualizados. Outros poliquetas, que parecem minhocas, substituem a peristalse do corpo por uma faringe eversível, e ao everter a faringe, ela penetra o sedimento e se ancora. Ao contrair a musculatura da faringe, o animal se puxa de encontro ao sedimento, enterrando- se. Muitos poliquetas, rastejam sobre as superfícies ou nadam através de parapódios e cerdas bem desenvolvidos. O movimento resulta da ação combinada de parapódios, musculatura da parede do corpo e esqueleto celômico hidrostático. Os movimentos dos numerosos parapódios são coordenados para evitar que um interfira com o movimento do outro e assim o animal possa se locomover efetivamente. Enquanto o parapódio do lado esquerdo se encontra no movimento de força, o do lado direito está no de recuperação. Assim, quando umparapódiose encontra na metade de seu movimento de força, o parapódioadjacente anterior está iniciando o seu movimento, enquanto o adjacente posterior o conclui. Sistema Nervoso e Órgãos Sensoriais: O cérebro dos anelídeos pode ser grande e lobado, se a cabeça possuir órgãos sensoriais. Gânglios adicionais, chamados gânglios pedais, estão associados ás cordas nervosas segmentares nas bases dos parapódios. Esses gânglios são importantes centros de controle dos complexos movimentos parapodiais. Os dois cordões se encontram fundidos em grau variável, na linha mediana do corpo. Os principais órgãos sensoriais de poliquetas são órgãos nucais, ocelos e estatocistos, antenas, palpos e cirros. Os órgãos nucais são um par de depressões ou fendas ciliadas Invertebrados II Annelida 5 situadas póstero-lateralmente no prostômio, são órgãos quimiorreceptores, eversíveis com a capacidade de detectar alimento, ocorrendo geralmente em espécies predadoras. Em poliquetas errantes (Aciculata) há olhos (ocelos) bem desenvolvidos, encontrando-se na superfície do prostômio, de dois a quatro pares. Os ocelos da maioria dos poliquetas detectam apenas a intensidade e a direção da luz, mas os olhos dos carnívoros pelágicos (Alciopidae) podem ser capazes de formar imagens. Os estatocistos predominam entre os cavadores sedentários e as formas tubícolas, sendo revestidos por cílios imersos no tegumento da cabeça, abrindo-se para o exterior atavés de um canal lateral, tendo a função de percepção da gravidade. Os apêndices sensoriais do prostômio (antenas, palpos), peristômio (cirros tentaculares), parapódios (cirros dorsais e ventrais) e pigídio (cirros pigidiais) portam numerosas células sensoriais. Sistema Digestivo: O trato digestivo de poliquetas é consiste em um tubo reto que se estende da boca ao ânus, no pigídio. A faringe pode ser protaível, em forma de língua, bulbo muscular ou um órgão eversível. Dentes de formas e funções variadas formam mandíbulas que agarram as presas, ocorrem na faringe de muitos poliquetas. Em Nereis, dois grandes cecos glandulares se abrem no esôfago, secretando enzimas digestivas. Já nos poliquetas tubículas, como Chaetopterus, bombeiam água unidirecionalmente evitando a contaminação fecal vivendo de cabeça para baixo em seus tubos verticais. Muitas espécies consolidam as fezes em pelotas fecais muito densas, que tendem a não ser ressuspensas e entrar novamente nas galerias ou tubos. Nutrição: Muitos dos cavadores e habitantes sedentários de galerias e tubos são comedores de depósitos que usam o material orgânico no sedimento como comida. Comedores de depósitos diretos ingerem o sedimento diretamente com a boca ou com uma faringe bulbosa não muscular protaível. (ArenicolidaeMaldanidae). Comedores de depósitos indiretos (Terebellidae ou Spionidae) se alimentam do material orgânico no sedimento, mas o coletam por meio de um apêndice especializado que então Invertebrados II Annelida 6 conduz o alimento á boca. Esses apêndices são tentáculos prostomiais elásticos ou um par de longos palpos peristomiais. Carnívoros, herbívoros e detritívoros são poliquetas móveis (errantes) que rastejam sobre as superfícies e em fendas, mas alguns são tubícolas ou cavadores ativos. Esses poliquetas apresentam faringe muscular eversívelbem desenvolvida, ou então possuem mandíbulas com dentes para agarrar as presas. Quando a comida é detectada, a faringe rapidamente se everte, expondo e abrindo as mandíbulas. O alimento é preso pelas mandíbulas e a faringe é retraída. Os suspensívoros são animais sedentários que ocupam tubos no sedimento ou aderidos a superfícies duras. Eles possuem apêndices ciliados para aprisionar partículas em suspensão. E algumas espécies de poliquetas são parasitas vivendo no celoma de outros poliquetas, e outros sendo endoparasitas de estrelas-do-mar ou ectoparasitas de nadadeiras de enguias marinhas. Trocas Gasosas: As trocas gasosas em poliquetas ocorrem através da parede do corpo, mas ocorrem também através de brânquias especializadas adicionais, principalmente nos cavadores de corpo maior e nas formas tubícolas. Essas brânquias são projeções da parede do corpo e nunca se encontram encerradas em câmaras branquiais, elas se encontram associadas aparapódios, sendo partes modificadas deles, e normalmente o cirro dorsal de um parapódio se especializa para formar uma brânquia. Em certas famílias de poliquetas, as trocas gasosas ocorrem na superfície dorsal que é recoberta por escamas imbricadas (élitros). Cílios na superfície dorsal do corpo geram uma corrente de água em sentido posterior, por baixo dos élitros. As brânquias de muitas espécies sedentárias são estruturas ramificadas em forma de pena, restritas à parte anterior do corpo e independentes dos parapódios, como as coroas branquiais de sabelídeos que também funcionam como filtro de alimento. A ventilação das brânquias resulta de batimento ciliar, contração muscular, porém formas cavadoras e tubícolas aumentam o movimento das brânquias criando, por movimentos peristálticos, uma corrente de água que flui por suas galerias e tubos. Transporte Interno: A circulação dos poliquetas é resultante de movimento do fluido no sistema hemal e no celoma. O esquema básico do sistema circulatório é incrementado pela aquisição das circulações parapodial e branquial. A cada segmento, o vaso ventral se ramifica formando um par de vasos parapodiaise vários pares de vasos intestinais. Os vasos parapodiais levam o sangue para os parapódios, parede do corpo e nefrídios, antes de devolvê-lo ao vaso dorsal. Os vasos intestinais distribuem o sangue do intestino ao vaso ventral. Plexos capilares nos parapódios e trato digestivo facilitam as trocas nesses órgãos. As brânquias apresentam vasos aferente e eferente, permitindo o fluxo sanguíneo em ambos os sentidos. Em outros poliquetas, como glicerídeos, as brânquias parapodiais são irrigadas com fluido celômico, em vez de sangue. O sangue quase sempre é incolor em espécies pequenas, mas, nas maiores e naquelas que cavam, grandes moléculas de hemoglobina Invertebrados II Annelida 7 extracelular ocorrem no plasma sanguíneo. A hemoglobina é o pigmento mais comum, mas a clorocruoninaé característica do sanguede serpelídeos, espirorbídeos e sabelídeos, sendo um tipo de hemoglobina, só que verde. O fluído celômico é mantido em circulação por contrações musculares da parede do corpo ou por ação muscular combinada à de cílios que revestem a parede celômica. O fluido celômico pode ser incolor ou conter hemoglobina. Em alguns casos, o pigmento ocorre apenas no celoma, mas em muitos outros, dois tipos diferentes de hemoglobina estão presentes, um no sangue e outro no celoma. A hemoglobina das brânquias se prende ao oxigênio de maneira mais fraca, a da musculatura e do cordão nervoso se prende mais fortemente, resultando num efeito cascata de transporte de oxigênio dos vasos branquiais ao celoma e daí ás células do corpo que o consomem. Excreção: Protonefrídios ocorrem em alguns poliquetas adultos que não possuem sistema hemal ou que o apresentam reduzido. A maioria dos poliquetas, entretanto, apresenta sistema hemal e metanefrídios. Os poliquetas com sistemas metanefridiais possuem locais de filtração vascular cobertos por podócitos e metanefrídios associados aos septos. Alongamento e enrolamento dos túbulos são, provavelmente, adaptações para aumentar a área para secreção tubular e reabsorção. O nefridióporo se abre na base no neuropódio, no lado ventral. Todo o revestimento do túbulo é ciliado. Os sabelídeos tubícolas possuem apenas um par de nefrídios anteriores que se unem na linha mediana ventral e se abrem através de um nefrióporo único na cabeça, liberando a urina diretamente no meio externo evitando a poluição por dentro do tubo.Nos poliquetas com protonefrídios, cada protonefrídio apresenta um grupo de células terminais (solenócito), compondo-se de um flagelo único num colarinho de microvilosidades.Muitos poliquetas, como nereidideos podem tolerar baixais salinidades e estão adaptados para a vida em águas salobras. Esses animais apresentam uma rede de vasos capilares em forma de glomérulo ao redor de seus metanefrídios, sendo que a grande concentração de vasos sanguíneos aumenta a taxa de ultrafiltralção e produção de urina. Invertebrados II Annelida 8 Reprodução: - Regeneração e Reprodução Clonal: O potencial para regeneração é ligeiramente maior nas formas com tronco uniforme do que naquelas com corpo divido em tórax e abdome. O sistema nervoso e neuroendócrino desempenha importante papel indutor da regeneração.A reprodução clonal ocorre em alguns poliquetas, incluindo cirratulídeos, silídeos, sabelídeos e espionídeos através de brotamento, fissão transversal ou gragmentação. - Reprodução Sexuada: As gônadas de poliquetas são diferenciadas, órgãos pareados segmentares são encontrados no tecido conjuntivo associado a estruturas como septos, vasos sanguíneos e parede do celoma. As gônadas estão presentes na maioria dos segmentos, mas, em algumas espécies, elas se restringem a segmentos genitais. Alguns sabelídeos (hermafroditas) produzem óvulos nos segmentos abdominais anteriores e espermatozóides nos posteriores.As células germinativas são liberadas no celoma como gemetogônias ou gametócitos primários e o crescimento e a diferenciação dos gametas prosseguem no fluido celômico. Os gametas são liberados por metanefrídios ou por ruptura da parede do corpo. - Epitoquia: É a formação de um indivíduo reprodutor pelágico, ou epítoco, a partir de um indivíduo não reprodutor bentônico, o átoco. A epitoquia coincide com a produção de gametas e maturidade sexual, mas também envolve mudanças que incluem aumento nos olhos, modificação nos parapódios e cerdas para natação e incremento da musculatura segmentar. Os segmentos portadores de gametas do epítoco são aqueles com as mudanças mais drásticas, fazendo com que o corpo do animal pareça dividido em duas regiões marcadamente diferentes. Invertebrados II Annelida 9 - Enxameamento: A epitoquia é uma estratégia de poliquetas para sincronizar a maturação sexual e garantir a a poximidade dos parceiros durante a liberação dos gametas. Muitos epítocos nadam para a superfície simultaneamente e liberam óvulos e espermatozóides. Esse comportamento é conhecimdo como exameamento. A fêmea produz um feromônio que atrai o macho e estimula a liberação de esperma, que estimula a liberação dos óvulos. O macho nada em circulos em volta da fêmea, tocando-a com as suas antenas liberando o esperma. Estímulos luminosos são importantes para a simcronizar o enxameamento. O exameamento também pode ser influenciado pela perioridade lunar. As fêmeas nadam na superfície em círculos, emitindo forte bioluminescência que atrai os machos que nadam rapidamente em direção à fêmea, e ambos liberam grande quantidade de gametas em meio a um grande show deluzes bioluminescentes. Oviposição: Os poliquetas liberam seus gametas na água do mar e, após a fertilização, formam-se larvas planctônicas, outros retêm os ovos dentro de seus tubos ou galerias ou os depositam em massas gelatinosas. Desenvolvimento e Metamorfose: Após a gastrulação, o embrião se desenvolve rapidamente até formar uma larva trocófora típica. A metamorfose de poliquetas transforma a trocófora no corpo juvenil. A característica mais marcante dessa metamorfose é o gradual alongamento do corpo apartir da região à frente da zona de crescimento. A região pré-trocal e a placa apical formam o prostômio e o cérebro, a parte pós-telotróquio se transforma no pigídio.Em muitos poliquetas, o estágio de trocófora ocorre dentro do ovo, antes de sua eclosão que pode ocorrer em diferentes estágios do desenvolvimento avançado. Em tais espécies, a metamorfose é menos drástica, uma vez que as Invertebrados II Annelida 10 estruturas larvais não chegam a se desenvolver completamente. Espécies anuais, se reproduzem uma única vez, formam grande número de ovos pequenos, possuindo larvas bem desenvolvidas que ficam no plancton alimentando-se. Espécies perenes que se reproduzem por mais que um ano,e espécies multianuais, capazes de produzir diversas gerações em um ano produzem poucos ovos grandes, com bastante vitelo, dos quais eclodem larvas bentônicas que não se alimentam. Diversidade dos Polychaeta - Scolecida: Apêndices prostomiais ausentes, mas com dois ou mais pares de cirros pigidiais. A maioria é escavadora ou tubícola, com faringe bulbosa protaível. São comedores diretos de depósitos e poliquetas sendentários. Invertebrados II Annelida 11 Palpata: Grupo irmão de Scolecida, apresentam um par de palpos sensoriais no prostômio. - Aciculata: Apresentam parapódios birremes bem desenvolvidos com, uma acícula no notopódio e outro no neuropódio, cirros dorsais e ventrais bem desenvolvidos e o prostômio apresenta de duas a quatro antenas. São animais móveis e ativos, chamados de “errantes”. - Canalipalpata: Grupo irmão de Aciculata. São espécies “sedentárias” habitantes de tubos ou galerias simpermamentes. Possuem prostômio com palpos sulcados longitudinalmente, utilizados para alimentação por ingestão de depósitos ou filtração de partículas em suspensão. Invertebrados II Annelida 12 CLITELLATA Incluem as minhocas e sanguessugas, não apresentam parapódios, nem apêndices cefálicos e pigidiais. Possuem um clitelo, que engloba gonóporos femininos que secretamuco para a cópula, albumina para a nutrição dos ovos e um casulo no qual os ovos são depositados. Os clitelados são hermafroditas com cópula, apresentando desenvolvimento direto. OLIGOCHAETA O corpo dos oligoquetas possui segmentos bem desenvolvidos com quatro feixes de cerdas por segmento e pequenos prostômio e pigídio desprovidos de apêndices. As cerdas de oligoquetas são simples e terminam em uma ponta em forma de agulha, sendo que as cerdas genitais são mais complexas e cerdas mais longas são características de espécies aquáticas. De cada lado de um segmento há os sacos septígeros, nos quais as cerdas são secretadas. Na maioria das minhocas há apenas oito cerdas por segmento, duas em cada um dos quatro feixes, ocorrendo menos cerdas nesses animais do que nos poliquetos, por isso o nome oligochaeta que significa poucas cerdas. Aderidos à base de cada cerda, há músculos protratores e retratores que permitem às cerdas serem expostas ou recolhidas. Parede do Corpo e Celoma: Uma fina cutícula recobre uma camada epidérmica que contém células glandulares mucosas. A musculatura circular é a mais externa, e na musculatura longitudinal os septos são completos, e ao redor de perfurações dos septos pode haver esfíncteres que controlam o fluxo de fluido celômico de um segmento a outro. Cada compartimento celômico, exceto nas extremidades é conectado ao meio externo por um celomóporo situado nos sulcos intersegmentares e provido de esfíncter. Os poros expelem fluido celômico que ajuda a manter a umidade do tegumento e pode deter predadores. Sistema Nervoso e Órgãos dos Sentidos: Dentro do cordão nervoso ventral, encontra-se cinco axônios gigantes, três de diâmetro maior na parta dorsal do cordão e dois de diâmetro menor na metade ventral. A cada gânglio segmentar, esses axônios fazem sinapse com axônios gigantes nos nervos segmentares que inervam os músculos longitudinais. Estímulos sensoriais adequados originados de cada Invertebrados II Annelida 13 extremidade do corpo provocam resposta de fuga. O gânglio subfaríngeo é o principal centro de controle motor e de reflexos vitais, sendo que todo o movimento cessa quando o gânglio subfaríngeo é destruído. O tegumento é bem suprido com fotorreceptores unicelulares dispersos situados na parte interna da epiderme, na extremidade anterior. Agrupamentos de células sensoriais, que formam tubérculos com processos sensoriais que se projetam acima da cutícula parecem ser quimiorreceptores. Locomoção: rastejam e cavam por contrações peristálticas, sendo que as cerdas são estendidas quando o corpo encurta e retraídas quando o corpo alonga. Nutrição e Sistema Digestivo: A maioria das espécies de oligoquetas são detritívoras, se alimentando de matéria orgânica vegetal morta ou em decomposição e podem puxar folhas para dentro de suas galerias. Algas e outros microorganismos são importantes fontes nutritivas para oligoquetas de água doce. Algumas espécies são carnívoras, se alimentando de amebas, ciliados, rotíferos e larvas de trematódeos. O trato digestivo dos oligoquetas é reto e simples, consistindo de uma boca localizada abaixo do prostômio que se abre em uma cavidade bucal que se abre em uma faringe mais ampla, sendo que o principal órgão de ingestão é um bulbo faríngeo madiano-dorsal muscular. Nas espécies aquáticas, o bulbo faríngeo é evertido e coleta partículas com sua superfície adesiva. Nas minhocas a faringe age como uma bomba de sucção, e as glândulas faríngeas produzem uma secreção salivar contendo muco e enzimas. A faringe se abre num esôfago estreito e tubular formando uma moela ou um papo. A moela é utilizada para triturar as partículas alimentares e o papo é uma câmara de armazenagem. O intestino ciliado forma o restante do trato digestivo e se estende como um tubo reto por todo o corpo exceto o quarto anterior. A metade anterior do intestino é o principal local de secreção de enzimas e digestão e a metade posterior atua na absorção, o epitélio intestinal das minhocas também secreta celulase e quitinase, (produzidas por bactérias simbiontes) que digerem paredes celulares de plantas e fungos, respectivamente. Os materiais alimentares absorvidos são passados para os seios sanguíneos que ficam entre o epitélio do trato digestivo e os músculos intestinais, sendo que a superfície do intestino é aumentada por uma crista ou dobra, chamada de tiflossole. Invertebrados II Annelida 14 Sistema Hemal: As minhocas também possuem capilares tegumentares e muitos oligoquetas temcorações que suplementam o vaso dorsal contrátil, sendo que os corações são regiões musculares expandidas dos vasos circum-entéricos que ligam os vasos longitudinais ventral e dorsal. Os corações têm válvulas na forma de dobras nas paredes do vaso. Trocas Gasosas: Ocorrem por difusão através da parede do corpo. Em espécies maiores, secreções das glândulas mucosas e fluidas liberadas pelos celomóporos umedecem a superfície epidérmica e facilitam as trocas gasosas em minhocas. Já as brânquias especializadas ocorrem somente em algumas espécies de oligoquetas. Os oligoquetas maiores geralmente possuem hemoglobina dissolvida do plasma sanguíneo, sendo que quando a pressão cai, a hemoglobina compensa este fato, aumentando sua capacidade de transportar oxigênio. Após chuvas fortes, o nível de oxigênio no solo cai, fazendo as minhocas procurarem oxigênio na superfície. Excreção e Diapausa: Oligoquetas adultos possuem um sistema metanefridial e um par de túbulos metanefridiais por segmento, exceto nas extremidades anterior e posterior. Antes que o túbulo nefridial se abra para o exterior, ele pode se dilatar, formando uma bexiga. Os nefridióporos se encontram na superfície ventrolateral de cada segmento. Tanto os nefrídios típicos (holonefrídios) quanto os ramificados se abrem para o exterior através de nefridióporos ou podem se abrir em várias partes do trato digestivo, sendo então chamados de enteronefrídios. As minhocas secretam uréia e amônia, sendo que o nível de uréia depende das condições do animal e da situação ambiental. Alguns sais são ativamente absorvidos pelo tegumento, sendo que em minhocas terrestres a absorção e perda de água ocorrem principalmente no tegumento. Ao liberar a urina dentro do trato digestivo, grande parte do restante da água pode ser absorvido no intestino, a caminho do ânus. Animais com enteronefrídios toleram solos muito mais secos do que aqueles sem esses. Alguns oligoquetas aquáticos são capazes de se encistar durante condições ambientais adversas, sendo o animal secreta uma capa mucosa espessa e rígida que forma a parede do cisto. Invertebrados II Annelida 15 Reprodução e Desenvolvimento - Reprodução Clonal: É comum em oligoquetas de ambientes aquáticos, nos quais a reprodução é sempre a divisão transversal (fissão) do verme parental em dois ou mais novos indivíduos. Também pode haver a reprodução por paratomia, na qual a diferenciação precede a separação dos indivíduos filhos, resultando em cadeias de indivíduos chamados zooides. -Reprodução Sexuada Sistema Reprodutor: Os oligoquetas são hermafroditos com gônadas bem desenvolvidas, que são restritas a alguns segmentos genitais, que estão situados na metade anterior do animal e os segmentos femininos estão sempre atrás dos masculinos. Os ovários e testículos pareados ocorrem na face posterior de um septo genital e se projetam posteriormente no celoma. Os gametas são liberados das gônadas num estágio inicial do desenvolvimento e entram em bolsascelômicas especializadas chamadas de vesículas seminais (espermatozoides) e ovissacos (óvulos), ambos se originam como expansões dos septos nos segmentos genitais. Cada segmento genital tem um par de gonodutos, ductos espermáticos e ovidutos, tais dutos se projetam para trás e passam através de um ou mais segmentos antes de se abrirem na superfície ventral do corpo. Tecidos glandulares, glândulas prostáticas, encontram-se associados com os gonodutos masculinos. Em muitas espécies aquáticas uma câmara precede o gonóporo e contém um pênis ou uma área eversível da parede do corpo. No sistema reprodutor feminino há um receptáculo seminal que consiste em uma bolsa para armazenar o esperma do parceiro antes da fertilização, sendo que os poros do receptáculo seminal se abrem ventralmente no sulco intrasegmentar. Clitelo: É uma estrutura reprodutora característica de clitelados. Há dois segmentos clitelares nas espécies aquáticas, seis ou sete em terrestres podem chegar até 60 em algumas espécies. Em espécies aquáticas e minhocas megascolécitas o clitelo se localiza na mesma região dos gonóporos femininos, em lumbricídeos, o clitelo é posterior aos gonóporos. O desenvolvimento do clitelo varia de uma estação para outra, e em alguns animais o clitelo se torna evidente apenas na estação reprodutora. Cópula: Os oligoquetas se reproduzem de modo quase contínuo. A cópula é regra e ocorre transferência mútua de espermatozóides ente os hermafroditas. Durante a cópula se estabelece um contato ventral entre as extremidades anteriores dos animais que se encontram voltados para direções opostas. Na maioria dos oligoquetas, os gonóporos masculinos de um animal se justapõem diretamente às aberturas dos receptáculos seminais do outro. Os dois animais são mantidos na posição por uma capa de muco Invertebrados II Annelida 16 secretada pelos ciltelos e pelas cerdas genitais que os prendem um ao outro. Em lumbricídeos (Lumbricus), os gonóporos masculinos não se justapõem aos receptáculos seminais durante a cópula, assim os espermatozóides necessitam nadar externamente, dos gonóporos masculinos anteriores de um animal para os poros dos receptáculos seminais, mais posteriores do parceiro. Casulo: Poucos dias após a cópula, um casulo é secretado pelo clitelo para a deposição dos ovos, primeiramente é secretado um tubo mucoso ao redor dos segmentos anteriores, incluindo o clitelo, que secreta uma espessa camada de um material semelhante a quitina, formando a parede do casulo. Por fim, a camada granulosa mais profunda do clitelo secreta a albumina no espaço entre a parede do casulo e o clitelo. Posteriormente, o casulo se direciona para gonóporos femininos e os óvulos são despejados dentro do casulo, depois ele passa pelos receptáculos seminais, nos quais os espermatozóides do parceiro são liberados e fertilizam os óvulos. Finalmente, o casulo desliza sobre a cabeça do animal e é liberado o corpo. O casulo assim formando contém zigotos, albumina nutritiva para o seu desenvolvimento. Os casulos de espécies terrestres são depositados no solo e aqueles de espécies aquáticas são deixados no lodo, cascalho ou à vegetação. Um casulo contém de 1 a 20 ovos. Invertebrados II Annelida 17 Desenvolvimento: Os oligoquetas possuem desenvolvimento direto e por isso, os seus ovos são ricos em vitelo, os ovos de grupos aquáticos contêm grandes quantidade de vitelo, espécies terrestres produzem ovos menores e com muito menos vitelo, pois albumina abundante no casulo supre a maioria das necessidades nutritivas do embrião. A fase de larva está ausente e ocorre o desenvolvimento direto até um estágio juvenil, no casulo. Os juvenis emergem da extremidade do casulo após um período de oito dias a vários meses de desenvolvimento. Diversidade de Oligochaeta Glossoscolecidae: apresentam gonóporos masculinos no clitelo e possuem moela esofágicaLumbricidae: presentamgonóporos masculinos no segmento 15 e possuem moela intestinal Megascolecidae: apresentam gonóporos masculinos no segmento 18. Os três acima são cavadores encontrados em todos os lugares (terra), exceto nos desertos. Apresentam três pares de testículos, seguidos por um segmento estéril e um par de ovários. O clitelo com várias camadas secreta albumina e os ovos praticamente não possuem vitelo. HIRUDINOMORPHA As sanguessugas são comuns em água doce, mas também ocorrem no mar e em ambientes terrestres úmidos. Todos os hirodinomorfos possuem uma ventosa terminal, ou posterior, que adere ao hospedeiro ou ao substrato e ânus dorsal localizado à frente da ventosa. O corpo é achatado dorsoventralmente e afilado na extremidade anterior. A ventosa aterior é menor do que a posterior e circunda a boca. A ventosa posterior é discóide e virada ventralmente. A segmentação é muito reduzida, apresentando um numero fixo de 33 segmentos. Cerdas estão ausentes. A cabeça consiste em um prostômio reduzido, possuindo vários ocelos e ventralmente se encontra modificada para formar a ventosa anterior que circunda a boca. O clitelo é conspícuo apenas durante períodos reprodutivos. Após o tronco, há a grande ventosa posterior, ventral, derivada de 7 segmentos. O ânus dorsal se localiza no último segmento do tronco, ou perto dele, à frente da ventosa. Invertebrados II Annelida 18 Sistema Nervoso e Órgãos do Sentido: Os gânglios anteriores e posteriores estão concentrados em massas devido às modificações dos segmentos para formar as ventosas. O cérebro é composto de gânglios suprafaringeos pareados. Ventralmente, os primeiros quatro pares de gânglios se encontram fundidos para formar o gânglio subfaríngeo. Atrás do gânglio subfaríngeo, o cordão nervoso ventral tem 21 pares de gânglios que se fundem para formar o gânglio caudal da ventosa posterior. Todo o sistema nervoso central se encerra dentro de um canal celômico ventral. Algumas sanguessugas podem mudar de cor drasticamente pelo movimento do pigmento em grandes células especializadas, cromatóforos, que estão sob controle nervoso. Os órgãos sensoriais especializados possuem de 2 a 10 ocelos com cálices pigmentares e papilas sensoriais. As sanguessugas podem detectar baixos níveis de muitos estímulos, uma sensibilidade que frequentemente é uma adaptação para encontrar presas ou um hospedeiro. Parede do Corpo, Celoma e Sistema Hemal: A parede do corpo de sanguessugas consiste em uma cutícula anelidiana e epiderme, o tecido conjuntivo fibroso abaixo da epiderme é muito espesso e ocupa grande parte do interior do corpo. A musculatura e outros tecidos ocupam essa região expandida pelo tecido conjuntivo. Abaixo da derme há uma camada de musculatura circular seguida por músculos diagonais e uma poderosa musculatura longitudinal. A expansão da região de tecido conjuntivo de sanguessugas está relacionada a redução do celoma e septos. Sem septos e mesentérios, a cavidade celômica é contínua e ininterrupta ao longo do corpo das sanguessugas,sendo assim, o celoma se transformou-se em sistema circulatório, assumindo o aspecto do antigo sistema hemal contendo dois vasos longitudinais principais, artérias, veias e até capilares. O fluido celômico é impelido por contrações musculares dos vasos longitudinais laterais. Invertebrados II Annelida 19 Locomoção: As sanguessugas se movem por mede-palmos, ou nadando, mas não cavam usando peristalse. Quando se movem por mede palmos, apenas as ventosas anterior e posterior tocam no substrato. Quando a ventosa posterior estáaderida, uma onda de contração da musculatura circular percorre o animal, alongando o corpo e estendendo-o para frente. Trocas Gasosas: Brânquias ocorrem apenas em sanguessugas de peixes e a superfície geral do corpo é o local das trocas gasosas nas outras sanguessugas. O pigmento respiratório, uma hemoblobina extracelular encontrada apenas em algumas sanguessugas é responsável por cerca de metade do transporte de oxigênio. Sistema Excretor: É composto de 10 a 17 pares de metanefrídios, um por segmento, situados no terço mediano do corpo. Os túbulos nefridiais estão aprofundados no tecido conjuntivo e os nefróstomas se projetam nos canais celômicos. Cada nefróstoma ciliado se abre posteriormente numa cápsula não ciliada, que se junta ao túbulo nefridial, que consiste em um duto principal que recebe numerosos dutos menores ramificados. O dito principal se expande para formar uma bexiga urinária, antes de se abrir para o exterior por um nefridióporo ventrolateral. Quando o ultrafiltrado entra no duto principal, os sais são reabsorvidos e uma urina aquosa, é acumulada na bexiga antes de ser expelida para o meio externo. Sistema Digestivo e Nutrição: As sanguessugas têm faringe protraível (probóscide) ou não protaível sugadora, com ou sem mandíbulas. A faringe tubular se une a boca ventral por um canal curto e estreito. Dutos de grandes glândulas salivares unicelulares se abrem no interior dela. Quando o animal se alimenta, ele protrai a faringe a partir da boca, forçando-a para dentro dos tecidos do hospedeiro. Dentro da cavidade bucal da maioria das espécies encontram-se três mandíbulas grandes, ovais e em forma de laminas, cada uma porta muitos dentes pequenos. Quando o animal se alimenta, a ventosa anterior se adere à pressa ou ao hospedeiro e os bordos das laminas cortam o seu tegumento. Logo atrás dos dentes, a cavidade bucal se abre numa faringe muscular bombeadora. Um curto esôfago se abre diretamente num estômago longo ou se expande antes, formando um papo. O estômago pode ser um tubo reto, porém ele pode ter pares de cecos laterais. Em seguida, encontra-se o intestino que pode ser um tubo simples ou ter quatro pares de cecos laterais. O intestino se abre num reto curto que se abre para o exterior através do ânus dorsal, localizado a frente da ventosa anterior. Todas as sanguessugas são carnívoras ou hematófagas sugadoras. As sanguessugas predadoras sempre se alimentam de pequenos invertebrados, incluindo vermes, lesmas e larvas de insetos. As sanguessugas hematófagas atacam uma variedade de hospedeiros, inclusive vertebrados e invertebrados. As bactérias mutualísticas presentes no trato digestivo das sanguessugas são importantes para a sua nutrição e digestão, podendo produzir vitaminas e outros compostos. Invertebrados II Annelida 20 Reprodução: As sanguessugas não se reproduzem assexuadamente, nem podem regenerar partes perdidas. São hermafroditas, mas elas são protândricas, ou seja não são hermafroditas simultaneamente os testículos se maturam antes dos ovários. Há apenas um par de ovários alongados e de testículos que se estende por 10 segmentos e se encontra constrito formando lobos ou sacos. Os órgãos reprodutores acessórios são constituídos por dutos espermáticos e ovidutos, sendo que a fertilização é interna em todas as sanguessugas. As superfícies ventrais das regiões clitelares de um par em cópula se unem, com a extremidade anterior de um animal orientada em direção à parte posterior do outro, de maneiro a justapor o gonóporo masculino de um animal ao gonóporo feminono de outro. O pênis é evertido no gonóporo feminino e os espermatozóides são introduzidos na vagina que atua como uma área de armazenamento para eles. Por contração muscular do átrio (ultima parte do duto espermático), um espermatóforo é expelido de um animal e penetra no tegumento do outro. O local de penetração é geralmente na região clitelar, sendo que após serem liberados pelo espermatóforo, os espermatozóides migram para os ovissacos através dos canais celômicos ou usam um tecido transportador, o tecido-alvo, que é especializado em receber o espermatóforo e conduzir os espermatozóides. O clitelo se torna conspícuo e secreta um casulo, preenchido por albumina nutritiva, secretada por algumas das glândulas clitelares. O casulo recebe de um a muitos ovos fertilizados ao passar sobre o gonóporo feminino. Os ovos são pequenos e sem vitelo e os casulos são fixados a objetos submersos ou à vegetação. Algumas espécies prendem seus casulos a seus peixes hospedeiros, e espécies terrestres põem os ovos em solo úmido, sob pedras ou outros objetos. Diversidade de Hirudinomorpha -Espécies aquáticas (Rhynchobdellida): faringe protraível, maioria parasita de peixes. -Espécies aquáticas ou terrestres (Arhynchobdellida): cada segmento 5 anelações, hematófoga ou predadoras. Invertebrados II Annelida 21 Invertebrados II Annelida 22
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