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INTERPRETAÇÃO DO DIREITO Antonio Bento Betioli

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Campus Betim
Curso de Graduação em Direito – 2° Período
Marcus Vinicius de Morais Silva
Lição XXIX:
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO
Betim
2017
LIÇÃO XXIX
Betioli, Antonio Bento - Introdução ao direito : lições de propedêutica jurídica tridimensional / Antonio Bento Betioli. — 11. ed. rev. atual. — São Paulo : Saraiva, 2011.
1. Que significa hermenêutica?
“A palavra “hermenêutica” é de origem grega, significando interpretação. Segundo alguns, a sua origem é o nome do deus da mitologia grega Hermes, a quem era atribuído o dom de interpretar a vontade divina.
Hermenêutica, portanto, no seu sentido mais geral, é a interpretação do sentido das palavras.”
2. Em que acepções é usado o termo “hermenêutica jurídica”?
“Quanto à “hermenêutica jurídica”, o termo é usado com diferente extensão pelos autores. Com frequência, é usado como sinônimo de interpretação da norma jurídica.”
“Damos ao vocábulo um sentido mais amplo, que abrange a interpretação, a aplicação e a integração do Direito. A razão disso é que, hoje, não se considera mais a interpretação como atividade separada da aplicação e da integração do direito. São momentos de um processo unitário e contínuo, que busca a realização do direito.”
3. Qual é a sua definição de hermenêutica jurídica? Justifique.
Hermenêutica jurídica é a interpretação da norma jurídica.
4. Qual é a correlação existente entre a interpretação, a aplicação e a integração do direito?
“De fato, há uma íntima correlação entre essas três operações, embora sejam três conceitos distintos. É assim que, se o direito existe, existe para ser aplicado. Antes, porém, é preciso interpretá-lo; só aplica bem o direito quem o interpreta bem. Por outro lado, como a lei pode apresentar lacunas, é necessário preencher tais vazios, a fim de que se possa dar sempre uma resposta jurídica, favorável ou contrária, a quem se encontra ao desamparo de lei expressa; esse processo de preenchimento das lacunas legais chama-se integração do direito. Assim, a rigor, os momentos interpretativo, aplicativo e integrativo não se separam, antes se ligam num processo contínuo e unitário. A essa luz, a hermenêutica jurídica vem a ser a teoria científica da arte de interpretar, aplicar e integrar o direito.”
5. Em que consiste a tarefa da interpretação jurídica?
“Interpretar uma norma jurídica é fixar o seu verdadeiro sentido e alcance. Ou: “É indagar a vontade atual da norma e determinar seu campo de incidência” (João Baptista Herkenhoff — 1986:9). “É apreender ou compreender os sentidos implícitos das normas jurídicas” (Luis Eduardo Arteta). “Interpretar a lei é revelar o pensamento que anima as suas palavras” (Clóvis Beviláqua).”
6. Que significa revelar o sentido da norma jurídica?
“Revelar o seu sentido. Isso não significa somente conhecer o significado das palavras, mas sobretudo descobrir a finalidade da norma jurídica. Com outras palavras, interpretar é “compreender”. As normas jurídicas são parte do universo cultural, e a cultura, como vimos, não se explica, se compreende em função do sentido que os objetos culturais encerram. E compreender é justamente conhecer o sentido, entender os fenômenos em razão dos fins para os quais foram produzidos.”
7. Apenas as leis devem ser interpretadas? Por quê?
 
Não, pois, “falamos em “norma jurídica” como gênero, uma vez que não são apenas as leis, ou normas jurídicas legais, que precisam ser interpretadas, embora sejam elas o objeto principal da interpretação. Assim todas as normas jurídicas podem ser objeto de interpretação: as legais, as jurisdicionais (sentenças judiciais), as costumeiras e as negociais (negócios jurídicos).”
8. Qual a sua opinião sobre o brocardo in claris cessat interpretatio?
Como escrito por Betioli, deve-se sempre interpretar uma norma, por mais que algumas necessitem de menor e outras maior esforço para compreender seu sentido. Pois o que é claro para um não é para o outro, o que um entende, por mais simples que seja, pode ser obscuro e complexo para outros. Então, para mim, o brocardo “in claris cessat interpretatio” (dispensa-se a interpretação quando o texto é claro), não deve ser seguido.
9. Quando a interpretação é denominada autêntica? Exemplifique.
“Dissemos que a interpretação autêntica emana do próprio poder que fez o ato cujo sentido e alcance ela declara. Assim, por exemplo, o Regulamento pode esclarecer o sentido da lei e completá-lo; mas a interpretação oferecida por ele, ou por qualquer outro ato do Poder Executivo, como uma portaria, não tem o valor de interpretação autêntica, uma vez que não decorrem do mesmo poder.”
10. Um magistrado pode emitir uma interpretação administrativa? Por quê?
“Essa interpretação não se restringe às autoridades e pessoas do Poder Executivo, mas abrange qualquer representante do Poder Público na sua competência administrativa. Assim, tanto o juiz como os membros do Poder Legislativo também administram, e a interpretação levada a efeito por eles no exercício dessa função será administrativa. Tal interpretação vincula as autoridades administrativas que estiverem no âmbito das regras interpretadas, mas não impede que os particulares adotem interpretações diversas.”
11. Qual a diferença entre a interpretação literal e a lógico-sistemática?
“Literal ou gramatical. Toma como ponto de partida o exame do significado e alcance de cada uma das palavras da norma jurídica. Ela se baseia na letra da norma jurídica, processando-se apenas no campo linguístico.”
“Lógico-sistemática. Busca descobrir o sentido e alcance da norma, situando-a no conjunto do sistema jurídico. Busca compreendê-la como parte integrante de um todo, em conexão com as demais normas jurídicas que com ela se articulam logicamente.”
12. Qual é a diferença entre a interpretação histórica e a teleológica?
“Histórica. Indaga das condições de meio e momento da elaboração da norma jurídica, bem como das causas pretéritas da solução dada pelo legislador (origo legis e occasio legis). Vê, pois, a norma na dimensão do tempo em que ela se formou, pesquisando as circunstâncias que presidiram à sua elaboração.”
“Teleológica. Busca o fim, os valores que a norma jurídica tenciona servir ou tutelar, e que constitui a chamada ratio legis.”
13. Como se explica a possibilidade da interpretação extensiva e restritiva? 
Exemplifique.
Pois, o interprete pode fazer uma interpretação extensiva e concluir que o sentido e alcance da norma são mais amplos do que indicam os seus termos. Nesse caso, diz-se que o legislador escreveu menos do que queria dizer (“minus scripsit quam voluit”), e o intérprete, alargando o campo de incidência da norma, aplicá-la-á a determinadas situações não previstas expressamente em sua letra, mas que nela se encontram, virtualmente, incluídas. Ou, o interprete pode fazer uma interpretação restritiva, restringindo o sentido da norma ou limitando sua incidência, concluindo que o legislador escreveu mais do que realmente pretendia dizer (“plus scripsit quam voluit”), e assim o intérprete elimina a amplitude das palavras. Os casos abrangidos pela sua letra são excluídos do seu campo de aplicação com fundamento na teleologia imanente a essa norma e no princípio de tratar desigualmente os desiguais.
Exemplo extensiva: A lei diz “filho”, quando na realidade queria dizer “descendente”.
Exemplo restritiva: A lei diz “descendente”, quando na realidade queria dizer “filho”.
14. Quando ocorre a interpretação declarativa ou especificadora?
“Quando se limita a declarar ou especificar o pensamento expresso na norma jurídica, sem ter necessidade de estendê-la a casos não previstos ou restringi-la mediante a exclusão de casos inadmissíveis. Nela o intérprete chega à conclusão de que as palavras expressam, com medida exata, o espírito da lei, cabendo-lhe apenas constatar essa coincidência.”
15. “A HermenêuticaJurídica tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito.
As leis positivas são formuladas em termos gerais; fixam regras, consolidam princípios, estabelecem normas, em linguagem clara e precisa, porém ampla, sem descer a minúcias. É tarefa primordial do executor a pesquisa da relação entre o texto abstrato e o caso concreto, entre a norma jurídica e o fato social, isto é, aplicar o Direito. Para o conseguir, se faz mister um trabalho preliminar: descobrir e fixar o sentido verdadeiro da regra positiva; e, logo depois, o respectivo alcance, a sua extensão. Em resumo, o executor extrai da norma tudo o que na mesma se contém: é o que se chama interpretar, isto é, determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito” (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e aplicação do direito, 9. ed., São Paulo: Forense, 1980, p. 1).
Considerando o texto apresentado, é correto afirmar que:
(A) as leis disciplinam apenas os casos concretos, por isso só admitem uma interpretação.
(B) hermenêutica e interpretação são palavras sinônimas e significam a busca do exato sentido da lei.
(C) a hermenêutica oferece as regras de interpretação e interpretar um texto de lei consiste em buscar lhe o significado e o alcance.
(D) a hermenêutica não se insere na Ciência do Direito, sendo mera manifestação da arte de advogar.
(E) o intérprete não deve pesquisar a relação entre o texto legal e o caso concreto, sob pena de violar o princípio da legalidade inserido na Constituição Federal.
(Provão/2003)
16. Assinale a alternativa incorreta a respeito da hermenêutica do direito:
(A) Na analogia, amplia-se a significação das palavras até fazê-las coincidir com o espírito da lei.
(B) Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
(C) Com a interpretação extensiva, o intérprete constata que o legislador não usou os termos com propriedade e disse menos do que queria afirmar.
(D) Quanto à fonte, diz-se a interpretação autêntica quando emana do próprio órgão competente para a edição do ato interpretado.

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