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As principais inovações do novo Código de Ética.

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As principais inovações do novo Código de Ética da OAB
1. Introdução
2. Advocacia pro bono
3. Publicidade na advocacia
4. Métodos extrajudiciais de solução de conflitos: mediação e arbitragem
INTRODUÇÃO
O novo Código de Ética e Disciplina (CED) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) traz uma série de inovações buscando atualizar os deveres de conduta da classe e modernizar os imperativos ético-profissionais de acordo com as exigências da atualidade. Neste artigo, elencam-se as principais modificações que exsurgem do diploma, como a advocacia pro bono, a regulamentação da publicidade na advocacia e os métodos de solução extrajudicial de conflitos – mediação e arbitragem.
No que se refere aos princípios fundamentais, o diploma ampliou o rol de deveres dos advogados ao acrescentar a obrigatoriedade de adoção de conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça, o cumprimento dos encargos assumidos no âmbito da OAB ou na representação da classe, bem como o zelo pelos valores institucionais, e a atinência, quando no exercício do múnus público de defensor da justiça. 
INTRODUÇÃO CONTNUAÇÃO
Entre as inovações do novo Código de Ética está também a inserção de um capítulo específico sobre a advocacia pública, regulamentando aspectos desse importante segmento e reconhecendo a exigência de uma advocacia do Estado, não de governo, que atue guiada pelo interesse público.
Além disso, a advocacia pro bono, até então sem previsão no regulamento da ética, recebe um capítulo específico para sua normatização em âmbito nacional, mostrando-se como uma das maiores inovações para o advogado brasileiro. Todas as regulamentações seccionais sobre o tema são unificadas nos dispositivos do novo Código de Ética, que destaca a importância da advocacia solidária no âmbito de uma profissão indispensável à administração da Justiça.
Advocacia pro bono
A aprovação da advocacia pro bono foi motivo para que o Brasil recebesse prêmio internacional.
Uma das principais inovações do novo Código é a advocacia pro bono, que possibilita a advocacia gratuita aos necessitados economicamente, vedada no Código antigo, que vigorou por 20 anos.
Em 2013, o Conselho Federal da OAB suspendeu as regras estaduais que restringiam a advocacia pro bono no país, impondo injustas limitações ao seu exercício. Para regular o tema, a Ordem aprovou, no CED, o dispositivo responsável por dispor, em âmbito nacional, sobre este serviço imprescindível para a concretização da isonomia e do acesso à Justiça.
A aprovação da advocacia pro bono foi inclusive motivo para que o Brasil recebesse prêmio internacional da advocacia pro bono, homenagem da Internacional Bar Association (IBA), instituição composta por 195 entidades da advocacia de todo o mundo. Recebeu a honraria o Instituto Pro Bono, através de seu presidente Marcos Fuchs.
O instituto da advocacia pro bono, ressalte-se, não se confunde com a previsão do art. 5º, inciso LXXIV, de que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Esse múnus estabelecido no rol dos direitos fundamentais é exclusivo do Estado, e não se estende aos particulares no exercício de sua profissão.
Publicidade na advocacia
O novo Código também estabeleceu parâmetros para a manifestação pública do advogado, sobretudo nos meios de comunicação, especialmente no rádio e na televisão, a evitar a captação de clientela.
Diante disso, não se permite publicidade pautada pela promoção pessoal e profissional, tampouco que faça incitação ao litígio. A aparição do advogado nos meios de comunicação deve ser moderada, apenas com caráter informativo e educativo.
Por isso, a apresentação do profissional em redes sociais, outra inovação trazida elo CED, deve ter caráter puramente informativo e primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão. Além disso, segue vedada, por exemplo, a publicidade em outros meios de comunicação como rádio, cinema e televisão, outdoors e painéis luminosos, muros, paredes, veículos e elevadores. 
Dessa forma, a publicidade é permitida ao advogado na medida em que oferece ao público uma informação necessária, conforme art. 161 do decreto 91-1197, que organiza a profissão do advogado naquele país.
Observa-se que o novo Código de Ética quis reforçar a tradição de publicidade profissional como atividade meramente informativa, jamais podendo se configurar como captação de clientela.
O objetivo maior é afastar qualquer indício de mercantilização da profissão, que reduza a atividade advocatícia ao mero exercício de atividade empresarial, o que demandaria propaganda irrestrita.
A publicidade, no entanto, deve remeter à única finalidade de informar, o que deriva da própria natureza profissional do advogado, baseada na confiança e na tradição. De outro modo, o Código procura atualizar as diversas modalidades em que a publicidade é permitida, sobretudo adaptando-as aos novos tempos. 
Métodos extrajudiciais de solução de conflitos: mediação e arbitragem
A conciliação, a mediação e a arbitragem permitem soluções mais céleres, participativas, duradouras.
O estímulo aos métodos extrajudiciais de resolução de controvérsias tem como pano de fundo a noção de que o conflito é inevitável, até mesmo necessário, nas relações humanas. É a partir dele que se buscam novas perspectivas, que se aprimoram as invenções e que se procuram saídas para os novos problemas.
Os modelos tradicionalmente traçados pelo processo judicial e pela atuação do Poder Judiciário para a solução de controvérsias muitas vezes são insuficientes para, de fato, solucioná-las, seja pela cultura do litígio ainda forte no país – que acredita que a judicialização dos conflitos é a única via para sua solução –, seja pela ausência de meios mais equilibrados, que fujam da lógica de rivalidade entre as partes.
Dessa forma, a conciliação, a mediação e a arbitragem permitem soluções mais céleres, participativas, duradouras, que contribuam para a cultura do consensualismo. Por isso, o novo CED da OAB, ao reconhecer a importância das soluções consensuais para o alcance da justiça material, conferiu especial atenção ao uso de métodos extrajudiciais na resolução consensual de conflitos.

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