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Deontologia: ética e deveres profissionais

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DEONTOLOGIA
As fórmulas de aprendizado jurídico são fórmulas que nos ajudam a resolver problemas.
Para resolvermos problemas temos que ter pontos de partidas que nos ajudam a entender problemas e oferecer-lhes alguma solução. Quem estuda Direito tem que se habituar a tomar decisões, implementar decisões e criar condições para tomar decisões e isso exige premissas, pontos de partida.
Em nosso cotidiano nos deparamos com diversas situações em que questionamos aquilo que é bom, justo ou moralmente correto.
Quando fazemos tal questionamento nos colocamos diante de uma decisão que envolve um julgamento moral da realidade.
Como dizia Aristóteles: “A característica específica do homem em comparação com os outros animais é que somente ele tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais”[1].
O homem atua no mundo de acordo com seus valores. Como não vive sozinho, dado sua tendência em viver em sociedade, os homens em sociedade compartilham tais valores.
Por isso dizemos que o homem é um ser moral, isto é, um ser que avalia sua ação a partir de valores.
A moral é um conjunto de normas que orientam o comportamento humano com base nos valores próprios de uma determinada comunidade.
Obviamente que estas comunidades humanas são distintas, seja no tempo ou no espaço, e por tal razão, tais valores se colocam diferentemente em determinada época ou lugar.
A ética (do grego “ethikos” ou “ethos”, tem seu correlato no latim “morale”, costume, comportamento) é a disciplina filosófica que busca refletir sobre os sistemas morais elaborados pelo homem, buscando compreender a fundamentação das normas e interdições próprias a cada sistema moral.
Deste modo, a ética é fundamental para o domínio científico por trazer, de forma racionalizada, segurança para as relações sociais já que indicam um padrão de comportamento sistematizado.
 
E O QUE É DEONTOLOGIA?
 Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, que significa ciência do dever e da obrigação. Do grego deon que significa “dever ou obrigação”, acrescido de logos que significa ciência.
A deontologia é um tratado dos deveres e da moral. É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser feito, ou seja, estabelece um padrão de comportamento que deve nortear o agir humano.
O termo foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham. O filósofo utilizou o termo Deontologia para discorrer sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do dever e das normas. A deontologia é ainda é conhecida como "Teoria do Dever".
Immanuel Kant, também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu em dois conceitos: razão prática e liberdade.
Mas, a indagação que se faz necessária neste momento é, qual a relação entre a Deontologia e o exercício profissional?
Para responder a esse questionamento, precisamos compreender o conteúdo que caracteriza uma Profissão, não em espécie, mas em gênero.
Profissão pode se caracterizar como uma prática reiterada em que o profissional, aquele que exerce um ofício, exerça uma arte ou uma ciência e que a utilize para seu aprimoramento intelectual, moral e técnico. E para a valorização desta atividade, ele ou ela recebe uma retribuição econômica da qual mantém sua subsistência e das pessoas que dele dependem e que como consequência, decorre, do simples exercício, um benefício social.
Nota-se que além do caráter pessoal da profissão, seu exercício é fundamental para além de um benefício social, solidificar e valorizar a atividade profissional, qualquer que seja.
Neste sentido é que a Ética Profissional caminha, utilizando-se da filosofia da Deontologia para estabelecer um padrão de conduta com o intuito de valorizar determinada profissão.
Obviamente este padrão de conduta é o que a sociedade espera fazendo com que esta ou aquela profissão seja vista com confiança.
Retomando o princípio: o homem tem sua moral, a ética regula a moral humana e a deontologia estuda o caráter das obrigações humanas em sociedade.
Assim podemos entender que, a Deontologia pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria para regular o exercício da profissão, e de acordo com o Código de Ética de sua categoria. Para os profissionais, deontologia são normas estabelecidas não pela moral e sim para a correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e princípios.
Os diplomas Éticos (códigos, estatutos e semelhantes), são a materialização ou a positivação destas normas de conduta em que se estabelecem os deveres daquele profissional no exercício de sua atividade. O primeiro Código de Deontologia foi feito na área da medicina, nos Estados Unidos.
Sem dúvida, as materializações destas normas trazem mais segurança para as relações entre os profissionais e aqueles que se servem de seus serviços.
O agir ético é um desafio já que como dito no início deste guia, todos os dias nos deparamos com vários questionamentos daquilo que é bom, justo ou moralmente correto.
Ocorre que infelizmente não tomamos as decisões corretas. Tratam-se de situações variadas em que estamos sujeitos no nosso dia a dia. Em que a moral, a ética e a deontologia se fazem presentes a todo momento, seja no exercício de nossas profissões, seja como cidadão ao usufruir dos serviços ou no estabelecimento das relações coletivas.
Tanto a moral quanto a ética possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do Grego“ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.
Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. Moral não é ciência.
Já a Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. Portanto, Ética é ciência.
A Ética é aquilo que o homem utiliza para responder as 3 (três) grandes questões da vida, quais sejam: DEVO, QUERO e POSSO.
Neste raciocínio, nem tudo que eu QUERO eu POSSO, assim como nem tudo que eu QUERO eu DEVO ou nem tudo que eu DEVO eu QUERO ou POSSO e nem tudo que eu POSSO eu QUERO ou DEVO.
Estranho, não é? As três grandes questões nos parecem confusas e nos impõe a uma condição angustiante de eterno questionamento.
Mas questionar é preciso e é isto que nos coloca em movimento.
 MORAL versus ÉTICA
 Como já dito os termos ética e moral ainda que por vezes sejam usados como sinônimos, há uma distinção entre eles.
A moral é o conjunto de normas e condutas reconhecidas como adequadas ao comportamento humano por uma dada comunidade humana. Ela estabelece os princípios de vida capazes de orientar o homem para uma ação moralmente correta.
Podemos dizer que pertencem ao vasto campo da moral a reflexão sobre perguntas fundamentais como:
· O que devo fazer?
· Quais valores devo escolher para guiar minha vida?
· Há uma hierarquia de valores que deve ser seguida?
· Que tipo de ser humano devo ser nas minhas relações comigo mesmo, com meus semelhantes e com a natureza?
· Que tipo de atitudes devo ter como pessoa e como cidadão?
 
Para alinhavar estas questões é que nasce a ética como o estudo sistemático das diversas morais, no sentido de explicitar os seus pressupostos, ou seja, as concepções sobre o ser humano e a existência humana que sustentam uma determinada moral.
Nesse sentido, a ética é uma disciplina teórica sobre uma prática humana, que é o comportamento moral. No entanto, as reflexões éticas não se restringem apenas à busca de conhecimento teórico sobre os valores humanos, cuja origem e desenvolvimento levantam questões de caráter sociológico, antropológico, religioso, etc. A ética temtambém preocupações práticas. Ela se orienta pelo desejo de unir o saber ao fazer.
           
MORAL e o DIREITO
As normas morais e as normas jurídicas se destinam a regulamentar as relações humanas. Há vários aspectos comuns a essas duas esferas:
· Ambas se apresentam como imperativos, ou seja, normas que devem ser seguidas por todos;
· Ambas buscam propor, através de normas, uma melhor convivência entre os indivíduos;
· Ambas se orientam pelos valores próprios a uma determinada sociedade; e,
· Ambas têm caráter histórico, isto é, mudam de acordo com as transformações histórico-sociais.
 No entanto, a despeito destas semelhanças, há diferenças fundamentais entre moral e direito:
· As normas morais são cumpridas a partir da convicção íntima de cada indivíduo, enquanto as normas jurídicas devem ser cumpridas, havendo ou não a adesão do indivíduo a elas, sob pena de punição do Estado em casos de desobediência;
· A punição, no campo do direito, está prevista na legislação, ao passo que, no campo da moral, pode variar bastante, pois depende fundamentalmente da consciência moral do sujeito que infringe a norma;
· A esfera da moral é mais ampla, atingindo diversos aspectos da vida humana, enquanto a esfera do direito se restringe a questões mais específicas nascidas de interferência de condutas sociais;
· A moral não se traduz em um código formal, enquanto o direito sim; e,
· O direito mantém uma relação estreita com o Estado, enquanto a moral não apresenta essa vinculação.
 De todas essas diferenças, talvez uma mereça maior destaque: a norma jurídica se caracteriza pela sua coercibilidade, ou seja, ela conta com a força e a repressão potencial do Estado (através da ação da justiça e da polícia) para ser obedecida pelas pessoas; já a norma moral se caracteriza, em tese, pala liberdade, ou seja, ela depende da escolha individual para se fazer aceita e ser cumprida.
 CRISE ÉTICA E CONTEMPORANEIDADE
 Ainda com dificuldade de compreender a diferença entre ética e moral?
Para ilustrar esta diferença, irei contar uma história árabe:
“Um homem fugia de uma quadrilha de bandidos violentos quando encontrou, sentado na beira do caminho, o profeta Maomé. Ajoelhando-se à frente do profeta, o homem pediu ajuda: essa quadrilha quer o meu sangue, por favor, proteja-me! O profeta manteve a calma e respondeu: continue a fugir bem à minha frente, eu me encarrego dos que o estão perseguindo. Assim que o homem se afastou correndo, o profeta levantou-se e mudou de lugar, sentando-se na direção de outro ponto cardeal. Os sujeitos violentos chegaram e, sabendo que o profeta só podia dizer a verdade, descreveram o homem que perseguiam, perguntando-lhe se o tinha visto passar. O profeta pensou por um momento e respondeu: falo em nome daquele que detém em sua mão a minha alma de carne: desde que estou sentado aqui, não vi passar ninguém. Os perseguidores se conformaram e se lançaram por um outro caminho. O fugitivo teve a sua vida salva”.
Fonte: http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=68.
 E agora, entendeu? Não?
 Explico:
A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral.
A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, ultrapassadas.
Se o profeta fosse apenas um moralista, seguindo as regras sem pensar sobre elas, sem avaliar as consequências da sua aplicação irrefletida, ele não poderia ajudar o homem que fugia dos bandidos, a menos que arriscasse a própria vida. Ele teria de dizer a verdade, mesmo que a verdade tivesse como consequência a morte de uma pessoa inocente.
Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta com absoluto rigor moral, temos de condená-lo como imoral, porque em termos absolutos ele mentiu. Os bandidos não podiam saber que ele havia mudado de lugar e, na verdade, só queriam saber se ele tinha visto alguém, e não se ele tinha visto alguém “desde que estava sentado ali”.
Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta, no entanto, nos termos da ética filosófica, precisamos reconhecer que ele teve um comportamento ético, encontrando uma alternativa esperta para cumprir a regra moral de dizer sempre a verdade e, ao mesmo tempo, ajudar o fugitivo. Ele não respondeu exatamente ao que os bandidos perguntavam, mas ainda assim disse rigorosamente a verdade. Os bandidos é que não foram inteligentes o suficiente, como de resto homens violentos normalmente não o são, para atinarem com a malandragem da frase do profeta e então elaborarem uma pergunta mais específica, do tipo: na última meia hora, sua santidade viu este homem passar, e para onde ele foi?
Logo, embora seja possível ser ético e moral ao mesmo tempo, como de certo modo o profeta o foi, ética e moral não são sinônimas. Também é perfeitamente possível ser ético e imoral ao mesmo tempo, quando desobedeço uma determinada regra moral porque, refletindo eticamente sobre ela, considero-a equivocada, ultrapassada ou simplesmente errada.
Entretanto, é comum confundir os termos ética e moral, como se fossem a mesma coisa. Muitas vezes se confunde ética com espírito de corpo, que tem tudo a ver com moral, mas nada com ética. Um médico seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não “dedurasse” um colega que cometesse um erro grave e assim matasse um paciente. Um soldado seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não “dedurasse” um colega que torturasse o inimigo. Nesses casos, o tal do espírito de corpo não tem nada a ver com ética e tudo a ver com cumplicidade no erro ou no crime.
Há que se proceder eticamente, como o fez o profeta Maomé: não seguir as regras morais sem pensar, só porque são regras, e sim pensar sobre elas para encontrar a atitude e a palavra mais decente, segundo o seu próprio julgamento.
Se você chegou até aqui e mesmo tendo refletido sobre o tema, ainda não havia realizado sua contribuição em nosso fórum de discussão, agora é a hora. Faça suas considerações e demonstre seus conhecimentos.
E para fecharmos essa unidade que tal fazermos uma autoavaliação de nossos estudos até aqui?
Reflita: após toda essa discussão sou capaz de:
· Conceituar deontologia jurídica, abordando o significado da ética no domínio científico;
· Pontuar a real importância da ética profissional, sua finalidade e objeto na atuação profissional, bem como identificar os principais pontos que envolvem seus processos na sociedade;
· Valorizar a importância da ética profissional para o desenvolvimento da vida pessoal, acadêmica e profissional;
· Utilizar dos recursos aqui disponibilizados como produção de sentidos para análise e interpretação de textos teóricos e científicos que você terá acesso ao longo de seu curso; e,
· Organizar atividades profissionais, inclusive a te espera no futuro como profissional do Direito.
 Se para todos os quesitos sua resposta foi positiva. Parabéns! E vamos avançar, pois ainda temos muito que discutir.
 A partir deste momento, faremos um estudo dos principais diplomas normativos que estabelecem as regras deontológicas do Advogado e da Ordem dos Advogados do Brasil.
São eles o Código de Ética e Disciplina da OAB (CED), o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (EAOAB) representado pela Lei n.º 8.906/94 e o Regulamento Geral do OAB.
É isso mesmo. Chegou a hora de você conhecer quais são seus deveres e obrigações como profissional do direito e como estas regras irão influenciar em sua prática enquanto profissional do Direito.
Você perceberá que o conteúdo passará a ser mais pragmático.
Mas, é de extrema importância conhecer bem estes diplomas normativos, até porque o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (“Prova da OAB”) costuma apresentar questões que representam disposições literais destes dispositivos.
Assim, aquele aluno que trabalha bem com estes diplomas certamente terá um bomdesempenho no Exame de Ordem, nesta disciplina e o mais importante, exercerá sua profissão com segurança e valorizará, por conseguinte, a profissão de Advogado. 
UNIDADE II – Ética no exercício da advocacia.
 O relacionamento do Advogado com o Cliente é disciplinado pelo Código de Ética e Disciplina da OAB.
Retomando o conteúdo proposto, em outubro de 2015 o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil se reuniu para deliberar sobre o Novo Texto do Código de Ética da OAB.
Abaixo seguem as principais motivações do novo diploma deontológico.
· Considerando que a realização das finalidades institucionais da Ordem dos Advogados do Brasil inclui o permanente zelo com a conduta dos profissionais inscritos em seus quadros;
· Considerando que o advogado é indispensável à administração da Justiça, devendo guardar atuação compatível com a elevada função social que exerce, velando pela observância dos preceitos éticos e morais no exercício de sua profissão;
· Considerando que as mudanças na dinâmica social exigem a inovação na regulamentação das relações entre os indivíduos, especialmente na atuação do advogado em defesa dos direitos do cidadão;
· Considerando a necessidade de modernização e atualização das práticas advocatícias, em consonância com a dinamicidade das transformações sociais e das novas exigências para a defesa efetiva dos direitos de seus constituintes e da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito.
Vale lembrar que apenas conhecer as modificações não significa que você tenha se apropriado de todo o certame deste diploma normativo. Por isso, vá até os documentos disponibilizados, faça a leitura literal do documento e aproveite para destacar as modificações aqui expostas.
O novo diploma foi aprovado pela Resolução n.º 02/2015 e entrou em vigor em setembro do ano de 2016. No Título I, Capítulo III, artigos 9º ao 26, desta resolução encontramos as normas e conduta estabelecidas para as relações do advogado com o cliente.
Importante a leitura destes dispositivos. Pois, em sua prática profissional as proposições ali dispostas serão de extremo valor para garantir a boa relação entre advogado – cliente, bem como para com os demais atores jurídicos envolvidos.
Abaixo estão descritos os principais destaques apresentados nesta resolução:
· Relações com o cliente. 
· Exercício cuidadoso e diligente do mandato. 
· Informar o cliente, com clareza, os riscos da demanda e suas consequências. 
· Devolver bens, documentos e valores ao fim da causa. 
· Não representar clientes com interesses opostos. 
· Guardar sigilo profissional. 
 Além disso, dispõe o capítulo III sobre o Instrumento de Mandato (Procuração), documento o qual habilita ao Advogado representar seu cliente tanto judicialmente quanto extrajudicialmente dos seguintes pontos relevantes:
MANDATO PARA POSTULAÇÃO:
· Dever de postular fazendo prova do mandato (art. 5o, caput, EAOAB)
· Pedido de 15 dias para juntar procuração;
· Prática de ato urgente: 
· Basta alegar urgência;
· Prorrogável uma única vez por mais 15 dias;
· Verificação da ausência de procuração: 
· Suspensão do feito e prazo para que seja juntada (art. 76 do NCPC/15).
· Outorga de poderes para o foro em geral autoriza a prática de atos normais de advocacia;
· Poderes especiais: 
· Art. 105 do NCPC/15.
· Substabelecimento: 
· Com ou sem reservas.
· Renúncia ao mandato: 
· Comunicação inequívoca ao cliente;
· Defesa por mais 10 (dez) dias;
· Ato do Advogado.
· Revogação ao mandato: 
· Ato do Cliente;
· Não o desobriga de pagar as verbas honorárias contratadas;
· Não retira o direito do advogado em receber honorários sucumbenciais proporcionais.
· Validade da procuração: indefinida; presume finda com o término da representação, válida enquanto existir confiança recíproca.
 Apesar de tracejarmos os pontos mais importantes dos Diplomas Normativos, isso não isenta que você faça uma cuidadosa leitura de cada um destes.
Até porque, os dispositivos contidos em um Diploma Normativo de nada valerão se não for levado em conta a postura profissional. Em especial para com os homens das leis. Portanto, é aqui que toda nossa discussão inicial se desemboca – na ética na profissão jurídica.
 ÉTICA NA PROFISSÃO JURÍDICA
 Na atividade profissional jurídica há imensa importância da Ética, pois o homem das leis “[...] examina o torto e direito do cidadão no mundo social em que opera; é, a um tempo, homem de estudo e homem publico, persuasivo e psicólogo, orador e escritor. A sua ação decisiva e a sua conduta incidem profundamente sobre o contexto social em que se atua”[1]. Em razão da intensa intimidade entre ética e direito, não é fácil delimitar a fronteira entre o moral e o jurídico.
Por isso cumpre a Deontologia Jurídica o ato “[...] de compreender e sistematizar, inspirada em uma ética profissional, o status dos distintos profissionais e seus deveres específicos que dimanam das disposições legais e das regulações deontológicas, aplicadas à luz dos critérios e valores previamente decantados pela ética profissional. Por isso, há que distinguir os princípios deontológicos de caráter universal (probidade, desinteresse, decoro) e os que resultam vinculados a cada profissão jurídica em particular: a independência e imparcialidade do juiz, a liberdade no exercício profissional da advocacia, a promoção da justiça e a legalidade cujo desenvolvimento corresponde ao Ministério Público etc.”[2].
Antes de continuar, dê uma parada no guia e leia o texto 03 - PRINCÍPIOS DA ADVOCACIA E AS PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS E ÉTICAS de Airton do Espírito Santo Lima e outros, disponibilizado no AVA.
A Ética do Advogado está disciplinada no Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil previsto pela Lei n.º 8.906/94 em seus artigos 31 a 33, os quais cabe a leitura para que você possa melhor se apropriar e compreender como estão definidos o fazer do profissional Advogado.
 Abaixo alguns destaques do Estatuto:
 Ética do Advogado
· Art. 31 do EAOAB:
· Proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
· Manter independência em qualquer circunstância.
· Regras deontológicas fundamentais:
· Defender o Estado Democrático de Direito, a Constituição, a cidadania, a moralidade pública e a paz social.
· Compreender o Direito como meio de mitigar desigualdades.
· Urbanidade: tratar bem aos outros.
· Preservar a honra, nobreza e dignidade da profissão.
· Atuar com destemor, veracidade, lealdade e boa-fé.
· Velar por sua reputação pessoal e profissional.
· Aperfeiçoar-se. Buscar aprimoramento das instituições.
· Dever de estimular a conciliação entre os litigantes.
· Abster-se de utilizar influência indevida ou de patrocinar causa contrária à ética, à moral ou à validade de ato jurídico em que tenha colaborado, orientado ou conhecido em consulta.
 
Como você pode perceber, a ética norteia e orienta toda a prática do profissional Advogado, bem como em outras profissões também. Daí a importância que você identifique os tipos de relacionamentos estabelecidos pelo profissional do Direito e constate a importância do comportamento ético nestas relações.
Não perca de vista a leitura e compreensão dos Diplomas Normativos. Leia. Aprofunde-se. E caso algo lhe chame a atenção e que ainda não tenha ficado claro para você, não hesite, faça contato para que possamos juntos dirimir suas dúvidas.
Em continuidade aos nossos estudos do campo da ética profissional, abordaremos mais enfaticamente, nesta semana, os princípios que orientam as regras deontológicas.
Os instrumentos normativos que regulam a ética do profissional Advogado foram desenvolvidos como forma de orientar e regular todas as suas ações profissionais e pessoais que por ventura possam provocar fragilidades conceituais, tanto no aspecto do público quanto de sua índole advocatícia.
É bom lembrar que um Código é mais do que um manual de boas maneiras ou de bom comportamento, mas sim ordenamentos jurídicos de caráter obrigatórios imputado ao profissional Advogado e que devem, portanto, serem cumpridos em sua integridadesob pena de punição com a sanção de censura quando por infração disciplinar.
Para compreender melhor os deveres deontológicos positivos e negativos a que está submetido o profissional Advogado, sugerimos a leitura do texto 4: ÉTICA DA ADVOCACIA, de Paulo Lôbo, disponibilizado no AVA.
A deontologia tem por fundamento cuidar das normas jurídicas e princípios doutrinários, com o fim específico de regular a conduta dos profissionais do Direito, no que concerne seus deveres de ordem profissional. Assim, a ênfase da deontologia jurídica é o de procurar usar o direito com ética, com comportamento moral, bem como estimular o profissional tratar sua profissão com zelo e consciência.
Para regular a conduta do profissional do Direito, a deontologia jurídica se vale de princípios doutrinários e normas, que servem de base para que esta seja orquestrada como um ramo do direito. Sendo assim, compete-lhes fazer justiça com dever ético e moral.
Para melhor compreender a deontologia jurídica, vamos conhecer as bases de sua gênese:
 
 PRINCÍPIOS GERAIS DA DEONTOLOGIA JURÍDICA
Além do princípio fundamental - agir segundo ciência e consciência - há princípios gerais à deontologia jurídica. Dentre eles, podem ser mencionados:
A) PRINCÍPIO DA CONDUTA ILIBADA
O aspecto moral impregna qualquer das carreiras jurídicas. A conduta ilibada é o comportamento sem mácula, aquele sobre o qual nada se possa moralmente levantar. O advogado deve observar o seu Código de Ética, de onde se extrai a necessidade de uma conduta límpida.
Há um núcleo comum a caracterizar a conduta ilíada dos profissionais do direito. Pelo mero fato de se dedicarem ao cultivo do direito, acredita-se atuem retamente.
 B) PRINCÍPIO DA DIGNIDADE E DO DECORO PROFISSIONAL
Todas as profissões são dignas. As atividades exercidas com o objetivo de viabilizar a coexistência das pessoas revestem idêntico respeito. Este, portanto, é um dos princípios gerais que pode estar presente em qualquer desempenho humano.
Reclama-se dignidade e decoro também na vida privada, para que um comportamento indigno e indecoroso não venha a contestar o advogado.
O princípio do decoro e da dignidade profissional é nada suscetível de ser lesado quando se pleiteia remuneração excessiva. Ou quando se atua maliciosa e faltando com a verdade.
É também indecorosa a publicidade exagerada, a captação de clientela, em carreiras que se baseiam na confiança e não em relações de comercio. A questão da publicidade dos serviços de advocacia é tormentosa.
É também lesivo ao decoro o uso de expressões chulas, inconvenientes e vulgares. Inadmissíveis em sentenças, despachos ou pareceres, também não podem constar de quaisquer das peças insertas em processo.
 C) PRINCÍPIO DA CORREÇÃO PROFISSIONAL
A correção se caracteriza de muitas formas, nem todas elas de igual intensidade deontológica. O profissional correto é aquele que atua com transparência, no relacionamento com todos os protagonistas da cena jurídica ou da prestação jurisdicional.
 D) PRINCÍPIO DO COLEGUISMO
O coleguismo, sob enfoque deontológico, é mais consistente. É um sentimento derivado da consciência de pertença ao mesmo grupo, a inspirar certa homogeneidade comportamental, encarado como verdadeiro dever.
 E) PRINCÍPIO DA DILIGÊNCIA
Por atuar numa verdadeira UTI social, o profissional do direito deve ser diligente. Deve ser pronto e ter presteza ao cuidar do interesse alheio vulnerado. Aliás, o dever de diligência está na base de toda relação humana.
O conceito de diligência compreende aspectos eminentemente pessoais, “[...] quais o zelo e o escrúpulo, a assiduidade e a precisão, a atenção e a solércia etc. – que afloram de vez em vez, seja na execução técnica das prestações, seja em todos aqueles comportamentos de contorno que são do domínio da deontologia” [1].
 F) PRINCÍPIO DA CONFIANÇA
Existe, assim, um caráter fiduciário na relação advogado/cliente. O advogado tem ainda o dever da fidelidade em relação ao cliente, pois foi por este escolhido em razão de particularíssima confiança em seus méritos, capacidade e pessoa.
 G) PRINCÍPIO DA FIDELIDADE
Fidelidade à causa da justiça, exigível a todo e qualquer profissional do direito. Fidelidade à verdade e à transparência. Fidelidade aos valores abrigados pela Constituição, que tanto prestígio e relevo conferiu ao direito, convertendo a advocacia em função indispensável à administração da Justiça, ao lado do Judiciário, do Ministério Público e de outras instituições.
A fidelidade do operador jurídico é a fidelidade das boas causas, a fidelidade à justiça e a fidelidade do direito.
 H) PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA PROFISSIONAL
Por independência se concebe a ausência de quaisquer vínculos interferentes na ação do profissional do direito, capazes de condicionar ou orientar sua atuação de forma diversa ao interesse da Justiça. A independência é atributo consagrado ao advogado.
A independência não há de ser tal que fuja ao controle ético. Toda a atividade humana, ao reivindicar sua própria e legítima autonomia, não pode deixar de reconhecer a harmonia e a subordinação ao critério supremo, que é o critério ético.
 I) PRINCÍPIO DA RESERVA
O ideal é uma conduta inspirada em uma absoluta reserva, uma circunspecção, prudência na conduta, discrição e recato no trato das coisas profissionais.
O ser humano levado á Justiça ou a servir-se dela, partilha intimidades com os profissionais em contato com sua causa. Estes são credenciados pelo Estado para a realização do bem supremo da Justiça. Não se pode tolerar que, em lugar da solução para os problemas, ou ao menos de um encaminhamento rumo a ela, venham a afligir ainda mais o aflito, fazendo chegar a outrem informação protegida pela privacidade.
 J) PRINCÍPIO DA LEALDADE E DA VERDADE
Deflui do sistema jurídico o dever de atuar com lealdade, pois o direito civil brasileiro, inspirado na fonte romano-germânica, premia a boa-fé e a correção. A lealdade é uma regra costumeira, desprovida de sanção jurídica, mas eticamente sancionada pela reprovação comunitária.
A lealdade precisa inspirar toda a atuação jurídica, notadamente a processual.
 K) PRINCÍPIO DA DISCRICIONARIEDADE
O bacharel em ciências jurídicas é, presumivelmente, alguém provido de discernimento para exercer uma profissão liberal. Esta se pontua pela discricionariedade de quem a exerce, poder de atuar com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.
O advogado tem discricionariedade para persuadir o cliente de iniciar uma lide ou de imediatamente propô-la. É dele a discricionariedade típica de eleger a estratégia de combate ou de defesa nos autos. Ele o encarregado de encontrar a alternativa jurídica mais eficaz para determinado problema concreto. Atua com extrema liberdade e esse caráter converte a profissão em campo minado de deslizes éticos.
Todos esses princípios dizem respeito aos profissionais que atuam no campo do Direito. Porém, além desses princípios éticos colocados pela deontologia jurídica, o profissional Advogado possui princípios próprios relacionados à atividade advocatícia e regulamentados em código específico - o Código de Ética e Disciplina da OAB.
 O CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA
Estamos na vigência de um Novo Código de Ética e Disciplina da OAB. Em outubro de 2015, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil se reuniu para deliberar sobre o Novo Texto do Código de Ética da OAB, que foi aprovado na forma da Resolução nº 02/2015 e entrou em vigor a partir de setembro de 2016, arquivo disponibilizado no AVA.
Vale trazer o preâmbulo do diploma a fim de identificarmos os postulados que inspiraram a confecção do Código de Ética e Disciplina. Contudo, como futuro profissional do Direito, você precisa conhecer bem este Diploma Normativo, pois ele é quem balizará toda sua conduta profissional, mesmo durante seu processo de formação acadêmica.
Vejamos então o escopo do preambulo do Código de Ética e disciplina da OAB:
“O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, ao instituir o Código de Ética e Disciplina, norteou-se por princípios que formam a consciênciaprofissional do advogado e representam imperativos de sua conduta, os quais se traduzem nos seguintes mandamentos: lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que o ordenamento jurídico seja interpretado com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício; empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando-lhe a realização prática de seus legítimos interesses; comportar-se, nesse mister, com independência e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve a finalidade social do seu trabalho; aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal; agir, em suma, com a dignidade e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe [...]” (OAB, 2015).
O ponto central do Código de Ética da OAB é, antes de tudo, o de servir de orientador à atuação dos que se dedicam a determinado campo de atividade. Ao lê-lo, o profissional Advogado há de refletir sobre a sua missão na sociedade e sobre os seus compromissos para com os concidadãos. Daí sua natureza essencialmente ético - jurídica. Ética devido ao conteúdo dos preceitos que o compõem. E a natureza jurídica refere-se à força cogente que emana das suas normas, cujo descumprimento caracterizará infração e sujeitará o infrator à penalidade disciplinar de censura.
Em termos gerais, o novo Código de Ética da OAB, trata-se de um Código moderno, atento às necessidades da classe e às mudanças das relações sociais, profissionais, econômicas e culturais no âmbito da prática advocatícia. Através dele se positivam duas formas complementares de valorizar a advocacia: a defesa das prerrogativas do exercício da profissão e o comportamento ético do advogado.
A ética é fundamental para a valorização da advocacia e o respeito da classe, e o advogado deve ter o comportamento digno que se aguarda das pessoas de bem. Por isso, o novo texto foi adequado para atender aos desafios da profissão, para renovar as possibilidades de publicidade profissional, sem abrir mão de controles efetivos sobre a conduta ética dos advogados. Além de reafirmar a importância da atuação do advogado como formas eficientes de acesso à Justiça.
Agora reflita e faça uma auto avaliação de sua aprendizagem até o momento:
- Após todas as discussões de nossa segunda unidade de estudo, me é possível identificar os tipos de relacionamentos do advogado; destacar a importância do comportamento ético nestas relações profissionais, em especial no campo da área jurídica; consigo estabelecer e fazer relação dos fundamentos dos princípios éticos que norteiam a advocacia; enfim, sou capaz de entender a relevância do Código de Ética para o desenvolvimento da profissão?
Espero que para todas ou a maior parte das questões aqui postas, sua resposta tenha sido positiva, pois mais do que discussão, a partir de sua escolha pelo campo do Direito, serão elas que orientarão sua prática profissional. 
 O Novo Código de Ética e Disciplina, como já mencionado anteriormente, foi aprovado pela Resolução n.º 02/2015 e entrou em vigor em setembro do ano de 2016. No Título I, Capítulo IV, artigos 27 ao 29, desta resolução, encontramos como deve se dar as relações dos Advogados com os colegas, agentes políticos, autoridades, servidores públicos e terceiros.
Importante a leitura destes dispositivos. Pois, em sua prática profissional as proposições ali dispostas serão de extremo valor para garantir a boa relação entre advogados e destes com os demais atores jurídicos envolvidos.
 CAPÍTULO IV
DAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS, AGENTES POLÍTICOS, AUTORIDADES, SERVIDORES PÚBLICOS E TERCEIROS
Art. 27. O advogado observará, nas suas relações com os colegas de profissão, agentes políticos, autoridades, servidores públicos e terceiros em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará seus direitos e prerrogativas, devendo exigir igual tratamento de todos com quem se relacione.
§ 1º O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma forma, nos atos e manifestações relacionados aos pleitos eleitorais no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da instituição, adotar-se-ão as medidas cabíveis, instaurando-se processo ético-disciplinar e dando-se ciência às autoridades competentes para apuração de eventual ilícito penal.
Art. 28. Consideram-se imperativos de uma correta atuação profissional o emprego de linguagem escorreita e polida, bem como a observância da boa técnica jurídica.
Art. 29. O advogado que se valer do concurso de colegas na prestação de serviços advocatícios, seja em caráter individual, seja no âmbito de sociedade de advogados ou de empresa ou entidade em que trabalhe, dispensar-lhes-á tratamento condigno, que não os torne subalternos seus nem lhes avilte os serviços prestados mediante remuneração incompatível com a natureza do trabalho profissional ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários que for aplicável.
Parágrafo único. Quando o aviltamento de honorários for praticado por empresas ou entidades públicas ou privadas, os advogados responsáveis pelo respectivo departamento ou gerência jurídica serão instados a corrigir o abuso, inclusive intervindo junto aos demais órgãos competentes e com poder de decisão da pessoa jurídica de que se trate, sem prejuízo das providências que a Ordem dos Advogados do Brasil possa adotar com o mesmo objetivo.
 O que deve ser destacado é que deve haver profunda relação de respeito entre os atores jurídicos – Advogados, Ministério Público, Magistrados, Servidores, etc.). Além disso, não há qualquer forma de Hierarquia entre eles.
Para um melhor entendimento seguimos um raciocínio analógico com a Teoria de Montesquieu sobre os três poderes (Judiciário, Legislativo e Executivo), em que todos são independentes e harmônicos entre si.
Esta premissa deve pautar o relacionamento da advocacia com os demais atores envolvidos
Todos são Independentes e harmônicos entre si como, por raciocínio analógico, a relação entre os três poderes, na Teoria de Montesquieu.
Como você pode perceber, a ética norteia e orienta toda a prática do profissional Advogado, bem como em outras profissões também. Daí a importância que você identifique os tipos de relacionamentos estabelecidos pelo profissional do Direito e constate a importância do comportamento ético nestas relações.
 Em continuidade aos nossos estudos do campo da ética profissional da advocacia com os demais atores jurídicos, abordaremos mais enfaticamente, nesta semana, os princípios que orientam as relações do Advogado com o seu Estagiário.
A sequência de ilustrações é uma brincadeira para provocarmos a necessária atenção que o advogado deve dispensar ao estagiário já que ele se responsabiliza por todos os atos praticados por ele praticado, conforme §2º do artigo 3º da Lei n.º 8.906/94 que trata do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil.
Além disso, é importante refletimos para a provocação feita nas imagens, pois o Advogado é verdadeiro “Guru” do estagiário e como tal, deve ser exemplo para aquele que busca inspirações para o futuro exercício profissional como Advogado.
Aproveite este momento para dar uma revisada nos conteúdos das Unidades 1, 2 e 3 pois temos uma atividade a ser realizada nesta semana. Haverá um questionário de múltipla escolha com questões objetivas do Exame Unificado da OAB.  
Não perca tempo. Demonstre seusconhecimentos e compartilhe suas ideias. A melhor forma de aprender está na possibilidade de confrontar nossas ideias e modificar nossos conceitos.
 E não pare por aí! Continue buscando novas informações e ampliado sua rede de saberes.
Iniciaremos o estudo de mais uma unidade e a partir daqui você perceberá que o conteúdo passará a ser ainda mais pragmático.
A partir deste momento, faremos um estudo da Atividade Advocatícia partindo do conhecimento dos diplomas normativos que regulamentam a advocacia.
Vimos anteriormente que os principais diplomas normativos que estabelecem as regras deontológicas do Advogado e da Ordem dos Advogados do Brasil são o Código de Ética e Disciplina da OAB (CED), o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (EAOAB) representado pela Lei n.º 8.906/94 e o Regulamento Geral do OAB.
Quanto à atividade advocatícia temos os seguintes pontos relevantes:
  ATIVIDADE ADVOCATÍCIA
Regulamentação       
- Lei 8.906/94: Estatuto da Advocacia e OAB
 - Regulamento Geral da Advocacia (REGA)
- Código de Ética e Disciplina (CED)
- Provimentos do Cons. Federal da OAB
 Obs: O REGA e o CED são aprovados pelo Conselho Federal da OAB
 
· Advogado (no Brasil): apenas o bacharel inscrito na OAB
· De acordo com o Estatuto, Advogado é o bacharel em Direito, inscrito no quadro de advogados da OAB, que realiza atividade de postulação ao Poder Judiciário, como representante judicial de seus clientes, e atividades extrajudiciais de direção, consultoria e assessoria em matérias jurídicas.
· São Advogados: advocacia pública - integrantes da Advocacia-Geral da União, Procuradoria da Fazenda Nacional, Defensoria Pública, Procuradorias e Consultorias Jurídicas Estaduais, do Distrito Federal, e Municipais e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional.
· Vale destacar que também são Advogados se submetendo, por óbvio à legislação do advogado e ao estatuto da função que exercem.
 Entretanto, quanto aos Defensores Públicos, o Superior Tribunal de Justiça, por meio de sua Quinta Turma, no RHC 61.848/PA, assentou que 'os defensores não são advogados públicos, possuem regime disciplinar próprio e têm sua capacidade postulatória decorrente diretamente da Constituição Federal" (Trecho do voto do Relator, Min. Herman Benjamin), não necessitando, portanto se inscreverem na Ordem dos Advogados do Brasil e nem estão submetidos ao seu regime disciplinar. 
Necessário atentarmos para os elementos característicos da Advocacia, observando os seguintes pontos relevantes:
 ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DA ADVOCACIA 
· Indispensabilidade: art. 133 da CF e art. 2o, caput, EAOAB.
· Ministério Privado: art. 2o, § 1o, do EAOAB
· Serviço público e função social: art. 2o, § 1o, do EAOAB
· Função: defesa do cliente: art. 2o, § 2o, do EAOAB
· Inviolabilidade: art. 2o, § 3o, do EAOAB
  Apesar de tracejarmos os pontos mais importantes do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, isso não isenta que você faça uma cuidadosa leitura de cada um destes.
Não perca de vista a leitura e compreensão dos Diplomas Normativos. Leia. Aprofunde-se. E caso algo lhe chame a atenção e que ainda não tenha ficado claro para você, não hesite, faça contato para que possamos juntos dirimir suas dúvidas.
 Bons estudos.
 Dando continuidade ao estudo da unidade IV, os temas abordados neste guia serão:
· Atos Privativos da Advocacia. 
· Requisitos para inscrição como Advogado. 
· Requisitos para inscrição como estagiário. 
· Atos praticados por estagiário.
· Local da inscrição do Advogado e estagiário. 
· Cancelamento da inscrição. 
· Licença da advocacia. 
 Vejamos os atos privativos da advocacia. Quando se fala em atos privativos quer dizer que são atos que só podem ser realizado por Advogado devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
O exercício destes atos por outras pessoas que não Advogados inscritos, além de serem nulos, ou seja, não tem qualquer validade jurídica, constituem exercício ilegal de profissão que é tipificado como infração à legislação penal Brasileira.
Por isto, temos de ter todo cuidado. Merece atenção os seguintes pontos relevantes:
Importante a leitura do artigo 1º do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n.º 8.906/94.
   ATOS PRIVATIVOS DA ADVOCACIA 
 EAOAB - (art. 1o)
- a postulação a órgão do Poder Judiciário,  inclusive aos juizados especiais
- consultoria, assessoria e direção jurídicas
  Prov. 66/88  
 - assessoramento jurídico nas transações imobiliárias
- redigir contratos e estatuto de pessoas jurídicas*
- defesas escritas ou orais para qualquer tribunal ou repartição.
- Elaborar memoriais do âmbito da Lei do Condomínio
 * No mesmo sentido: art. 1o, § 2o, do EAOAB.
  Exceção: microempresas: art. 6o da Lei 9.841/99
 OBS: Exceções na Postulação Judicial - “ius postulandi”
· 1ª - Art. 1o, § 1o, EAOAB: impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal
- Juizados Especiais de Pequenas Causas *
 2º - ADIn 1.127-8: - Justiça do Trabalho **
- Justiça de Paz
 *Art. 9o da Lei 9.099/99: causas cíveis, até o valor de vinte salários mínimos, em 1o instância.
** Art. 791 da CLT: reclamante e reclamado na reclamatória trabalhista, porém o TST entende que deve se limitar às instâncias ordinárias.
 Não se deve divulgar a advocacia em conjunto com outra atividade (art. 1o, § 3o, EAOAB)
Apesar de tracejarmos os pontos mais importantes dos Diplomas Normativos, isso não isenta que você faça uma cuidadosa leitura de cada um destes.
Para que um bacharel em Direito possa se inscrever na Ordem dos Advogados do Brasil e atuar na profissão de Advogado, necessário cumprir alguns requisitos.
Vimos que é vedado o exercício da profissão de Advogado àqueles que não se inscreverem na OAB.
Esta mesma regra vale para os estagiários que queiram se inscrever na OAB, nesta condição.
Estes requisitos estão disciplinados no artigo 8º e 9º da Lei 8.906/94 que trata do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil.
Quanto à inscrição do Advogado e Estagiário, merecem destaques os seguintes pontos:
 REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO 
 1. Capacidade civil plena: maioridade ou emancipação
2. Diploma ou certidão de graduação em Direito e histórico escolar
· emitidos por instituição com curso reconhecido
· diploma estrangeiro: - português: válido (Prov. 37/69) – verificar sobre Tratado de reciprocidade Brasil/Portugal
· outros: revalidação
3. Título de eleitor e quitação do serviço militar
4. Exame de Ordem
·  Coordenado, fiscalizado e executado pela Comissão de Estágio e Exame de Ordem do Conselho Federal
Estão dispensados: - Oriundos da Magistratura e do Min. Público
- Cargos elencados no art. 3o, § 1o, do EAOAB
· Prestado pelo bacharel: - na Seção em cujo território graduou-se
- na Seção de seu domicílio civil
· Pode ser prestado por quem exerça atividade incompatível, guardando-se o certificado de aprovação
· Realização: 3 vezes ao ano, nas mesmas datas em todo o país
· Duas etapas: - 1a: múltipla escolha: genérica
- 2a: prova prático e profissional: área específica
5. Compatibilidade com a advocacia: mediante declaração
6. Idoneidade moral
· Qualquer um pode suscitar a sua ausência
· Instauração de processo administrativo para a defesa
· Para recusar a inscrição exige-se 2/3 dos votos do Conselho
· Prática de crime infamante afasta a idoneidade moral
· Ressalva-se a reabilitação criminar (art. 94 do C. Penal)
 7. Prestar compromisso perante o Conselho Seccional
· Solene
· Formal
· Personalíssimo
 Identificação do Inscrito 
· Uso obrigatório do documento de identidade profissional
· Indicação do nome e do número de inscrição: escritos com destino profissional
 REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO DO ESTAGIÁRIO
1. Capacidade civil: se aceita relativa (maiores de 16 anos)
2. Cursar Direito: mínimo, 4o ano; se aceita o bacharel
3. Estágio profissional:        Estudo do Estatuto da Advocacia
· Estágio: - Escolas e escritórios conveniados
- Defensoria Pública
· Carga horária mínima: 300 horas/aula
 
4. Título de Eleitor e Certificado Militar
5. Compatibilidade com a advocacia:mediante declaração
6. Idoneidade moral
· nos mesmos moldes da inscrição como Advogado
7. Compromisso
· nos mesmos moldes da inscrição como Advogado
Apesar de tracejarmos os pontos mais importantes dos Diplomas Normativos, isso não isenta que você faça uma cuidadosa leitura de cada um destes.
Vimos durante os estudos que somente Advogados inscritos podem praticar os atos privativos. Vamos relembrar?
 - nulidade* (art. 4o, EAOAB)
· Atos praticados por não-inscritos:           - ilícito civil (art. 186 do CC)
- contravenção penal (art.
47LCP)
* nulidade “ab initio” ou “ab ovo” com efeito “ex tunc”
  Além disso:  - não convalesce com o tempo
- não se ratifica pela vontade da parte interessada
- imprescritível
 - impedidos
· São também nulos atos de advogados: - suspenso
- licenciado
- incompatibilizados
 
 
Você pode estar se perguntando sobre a possibilidade de Advogados estrangeiros poderem praticar atos de advogado no Brasil.
Como vimos apenas os advogados inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil podem praticar atos privativos de advogado. Obviamente referimo-nos ao exercício da advocacia em território nacional.
Muito embora, os Advogados estrangeiros podem exercer a profissão de Advogado no Brasil, mas limitados a serem consultores em direito estrangeiro, como se destacam os seguintes pontos:
 CONSULTORES EM DIREITO ESTRANGEIRO (Prov. 91/00)
 Advogados estrangeiros: podem apenas dar consultoria no direito estrangeiro correspondente ao seu país ou estado.
· Autorização concedida em caráter precário pela OAB.
· Sociedades de consultores e consultores em direito estrangeiro não podem aceitar procuração, ainda quando restrita ao poder de substabelecer a outro advogado.
comprovação de capacidade civil
· declaração de não exercer atividade incompatível
· Requisitos
·  idoneidade moral
· compromisso perante o Conselho da OAB
· visto de residência no Brasil
· inscrição em órgão de advogados no seu país
· prova de boas conduta e reputação
· certidão negativa de punições no país de origem
· certidões negativa de crime (aqui e na origem)
· prova da reciprocidade de tratamento
· quaisquer outros documentos pedidos pela OAB
· Autorização deve ser renovada a cada três anos
· Autorização suplementar para mais de um território
· constituída pela lei brasileira
· autorização da OAB e registro na OAB
Soc. de consultores 
· integrada só por consultores em Dir. Estr.
· objeto social único: prestação de consultoria
· nome*: internacional, se comprovado
  *Do nome deve constar “Consultores em Direito Estrangeiro”
· Submissão ao EAOAB, REGA, CED e Provimentos
Viu-se que os atos privativos da advocacia só podem ser praticados por pessoa inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil.
Mas os estagiários também podem praticar atos típicos de sua condição além de poder praticar os atos privativos de advogado, estes sempre acompanhado do Advogado e sob a sua responsabilidade.
Sobre os atos praticados por estagiário, os seguintes pontos são relevantes:
 ATOS PRATICADOS POR ESTAGIÁRIO: 
 
· 1º - atos privativos, acompanhado do Advogado
· retirar e devolver autos, assinando a carga
· 2º - Isoladamente:
· obter certidões de processos em curso ou findos
· assinar petições de juntada de documentos
 
· Todos os atos praticados do estagiário são praticados sob a responsabilidade do advogado
 Viu-se os requisitos para inscrição, mas necessário observarmos que existem regras para o local onde o Advogado e estagiário irão promover sua inscrição. Passamos a estudar os seguintes pontos relevantes quanto ao local da inscrição:
  LOCAL DA INSCRIÇÃO 
· Advogado: 
· sede principal da atividade de advocacia
· na dúvida, em seu domicílio civil ou no lugar em que se graduou
 Estagiário:
· no Conselho em cujo território esteja sua faculdade
 Inscrição suplementar:
· em toda Seção na qual possua 6 ou mais causas no ano
· em toda Seção em que tome parte de Sociedade de Advogados ou filial
 Transferência:
· mudança de domicílio profissional para outra Seção
· Saldar todas as pendências financeiras com a Seção
· Reexame dos requisitos para inscrição
· Se há recusa, decisão pelo Conselho Federal
· Confirmando-se a recusa, cancela-se a inscrição principal
É importante destacarmos também que o Advogado poderá licenciar-se e que a sua inscrição pode ser cancelada. Quanto a este conteúdo, importante destacarmos os seguintes pontos:
 CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO 
1.Requerimento do inscrito – respeito ao art. 5o, XX, da Constituição
2. Condenação disciplinar à exclusão
3. Falecimento do advogado
4. Exercício em caráter permanente de atividade incompatível
5. Perda de qualquer requisito para inscrição
 Novo pedido de inscrição: não há direito ao número antigo
Requisitos:
· capacidade civil,
· não exercer atividade incompatível,
· idoneidade moral,
· compromisso
Licença da advocacia 
1. Requerimento: deve estar fundamentado
2. Exercício em caráter temporário de atividade incompatível
3. Padecer de doença mental curável
Se algum desses pontos não tenha ficado claro para você, retome os estudos, reveja o conteúdo. E se ainda persistir, não desista. Envie suas dúvidas para o tutor da disciplina ou marque um chat com ele para que você possa expor suas dúvidas e permitir que ele possa fazer a mediação necessária para que você permaneça avançando em seus estudos.
 Antes de tratarmos propriamente do tema deste Guia – Sociedade de Advogados – necessário esclarecer sobre a alteração do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil regido pela Lei n.º 8.906/94, que foi alterado pela Lei n.º 13.247/16 em alguns dispositivos.
 A Lei n.º 13.247/16 alterou os artigos 15, 16 e 17 da Lei n.º 8.906/94.
A reforma legislativa criou a figura da “Sociedade Unipessoal de Advocacia”.
 
Vê-se que anteriormente a sociedade de advogados só seria possível pela reunião de dois ou mais Advogados.
 
Atualmente, torna-se possível que apenas um Advogado possa constituir uma sociedade com a característica de sociedade unipessoal.
SOCIEDADE DE ADVOGADOS 
1.    Registro: na OAB que exerce a função de órgão notarial para registro das sociedades de advogados.
Ø  Deve, portanto, oferecer certidões pedidas por qualquer um.
Ø  Não é válido o registro feito em outro lugar (cartório ou junta comercial)
Ø  O pedido é processado pelo Conselho Seccional que pode: 
·           aprová-lo;
·           determinar diligência ou;
·           negar o registro
Ø  É possível recorrer da diligência ou do indeferimento 
 2. Filiais: Possível o registro de filiais em outras Seções 
Ø  Averbação na Seção de origem e na Seção da filial
Ø  Sócios e titular de sociedade unipessoal estão obrigados a inscrição suplementar
Ø  O contrato social deve prever a sua criação; art. 5o do Prov. 92/00 
3. Sócios: advogados obrigatoriamente 
 Ø  Cada advogado só pode ser sócio de uma sociedade ou filial por Seção da OAB
Ø  Licença do sócio: averbação no registro, sem alterar a constituição
Ø  Cancelamento da inscrição: exclusão da sociedade 
4. Forma e características: sociedade simples ou unipessoal
 Ø  Vedada forma ou característica de sociedade empresária
Ø  Responsabilidade subsidiária e ilimitada pelos danos a clientes
Ø  Qualquer forma de administração social 
 5. Razão social: nome de um, alguns ou todos os sócios responsáveis, no todo ou em parte. 
 Ø  Não pode adotar nome de fantasia
Ø  Manutenção do nome do sócio falecido: possibilidade desde que previsto no ato constitutivo
Ø  Em caso de sociedade unipessoal deve seguir o nome, completo ou parcial, do Advogado seguida da expressão “Sociedade Unipessoal de Advocacia”
  
6. Atuação: atividades privativas praticadas pelos advogados 
Ø  Outorga individual de procuração, não em nome da sociedade
Ø  Indicação do nome e número da sociedade
Ø  Submissão da sociedade ao Código de Ética e Disciplina
Ø  Sócios (e empregados) e titular de sociedade unipessoal não podem representar partes com interesses opostos 
Não perca de vista a leitura e compreensão dos Diplomas Normativos. Leia. Aprofunde-se. E caso algo lhe chame a atenção e que ainda não tenha ficado claro para você,não hesite, faça contato para que possamos juntos dirimir suas dúvidas.
 Para nós, seu aprendizado é o mais importante. E por isso estamos aqui para fazer parte de sua jornada rumo ao seu futuro profissional.
 Antes de tratarmos propriamente do tema deste Guia – Direitos do Advogado – necessário esclarecer sobre a alteração do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil regido pela Lei n.º 8.906/94 que foi alterada pela Lei n.º 13.245/16 em alguns dispositivos e também foi alterada pela Lei n.º 13.363/16 que acrescentou o artigo 7º-A.
A Lei n.º 13.245/16 alterou o artigo 7º da Lei n.º 8.906/94.
A reforma legislativa possibilitou que o advogado pudesse examinar autos de investigações de qualquer natureza em qualquer instituição responsável por conduzir investigação e não apenas repartição policial como anteriormente, delimitando como se dará este acesso mencionando, ainda, sob a responsabilidade da autoridade que não observar este direito.
Além disso, a reforma permite que o Advogado preste assistência a seu cliente que está sendo investigado durante a apuração das infrações sob pena de nulidade absoluta dos elementos investigatórios podendo inclusive apresentar razões e quesitos.
O acréscimo do artigo 7º-A teve por finalidade dar maiores direitos à Advogada que der a luz ou adotar um filho.
Tais proposições ampliaram sobremaneira os Direitos do Advogado.
O conteúdo sobre Direitos do Advogado é um dos mais importantes do estudo desta disciplina, pois é com ele que o profissional da Advocacia irá atuar diuturnamente. São verdadeiras garantias ao exercício profissional.
 
DIREITOS DO ADVOGADO
 
- Defesa institucional pelo Presidente do Conselho Federal e Presidentes dos Conselhos Seccionais
 1. Igualdade com o Juiz e o Promotor: art. 6o do EAOAB,
 2. Tratamento respeitoso por serventuários e autoridades: art. 6o, p.u., EAOAB
 3. Liberdade profissional: o art. 7o, I, EAOAB
- Poder/dever
- Regra alcança advocacia pública e advogados empregados
- Direito de recusar causas:
 - direito que é a si aplicável
- tese que contrarie sua orientação
- contrárias à lei ou à ética
4. Inviolabilidade do escritório e das comunicações
- Qualquer ambiente de trabalho
- Dados e arquivos
- Comunicação de qualquer espécie
- Ilicitude da prova obtida mediante violação
Atenção: A inviolabilidade não é absoluta, já que pode ocorrer busca e apreensão no ambiente de trabalho do advogado (escritório) quando o mesmo estiver sendo investigado acerca da prática de crime e houver prévia autorização judicial fundamentada. A violabilidade, no caso, não alcança objetos e documentos de clientes, salvo se os mesmos estiverem sendo investigados junto com o advogado.
 5. Comunicação pessoal e reservada com o cliente
- Preservação do sigilo da conversa
- Alcança todo e qualquer preso, em qualquer situação
- Desnecessidade de apresentar prévia ou imediatamente a procuração
6. Comunicação de prisão à OAB
- Exige-se a presença de representante da OAB na prisão em flagrante por motivo profissional para lavratura do respectivo Auto de Prisão em Flagrante.
Atenção: A regra não se aplica em caso de crime comum, somente aqueles exercidos no exercício da profissão.
 7. Prisão especial: “sala de Estado Maior” ou prisão domiciliar
- Desnecessidade de reconhecimento pela OAB (ADIn 1.127)
- Direito até o trânsito em julgado da sentença condenatória
- Não existência de sala de Estado Maior pode ser em qualquer “sala” desde que não tenha características de “cela”
 * Desde que não seja feito que tramite em segredo de justiça.
** Mesmo fora do expediente; basta ter um funcionário
*** Deve apresentar procuração com poderes específicos
9. Liberdade de permanência:
- pode sair quando quiser
- pode ficar em pé ou sentado
 10. Entrevistar-se com magistrado
- Não é necessário marcar (ou agendar) horário
- Observação da ordem de chegada
 11. Sustentação oral: suspensão pela ADIN 1.105-7
- Embora haja previsão da sustentação oral de 10 minutos em Regimentos de alguns Tribunais para alguns tipos de Recursos
Atenção: No caso, o dispositivo foi considerado inconstitucional vez que não é qualquer recurso que permite a sustentação (Ex: embargos) e, mesmo quando a mesma ocorre, é antes da decisão do relator.
 12. Uso da palavra, pela ordem: intervenção sumária
13. Reclamação contra desrespeito à lei, regulamento ou regimento
- Verbalmente (inclusive com intervenção pela ordem) ou por escrito
 14. Posição de manifestação: pode manifestar-se sentado ou em pé
 15. Exame de autos: administrativos e judiciais
- Não é necessário procuração ou autorização
- Obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos.
- Exceção: processos que tramitem em sigilo (apenas judiciais)
 Ainda temos mais Direitos. Continuaremos na próxima semana.
Não deixe de utilizar a ferramenta wiki como forma de melhor compreendermos e discutirmos as várias interpretações acerca dos Direitos dos Advogados. Sua participação e inferência são importantes para que juntos possamos construir definições e proposições sobre a temática abordada na unidade IV.
 DIREITOS DO ADVOGADO
 16. Exame de inquérito em qualquer instituição responsável por conduzir investigação e auto de prisão em flagrante
- Procedimentos findos ou em andamento
- Não é necessário procuração, salvo autos sujeitos a sigilo
- Podem-se tirar cópias e tomar apontamentos
- Não o impede eventual “conclusão” à autoridade
- Não tem acesso a diligências em andamento ou não documentadas
- Não sendo o caso acima, a inobservância do acesso ao Advogado aos autos da investigação implica em responsabilidade criminal e funcional da autoridade responsável
 
17. Vista (no cartório e fora dele): feitos judiciais e administrativos
- Somente aos que possuam procuração
- Pressupõe deferimento pelo presidente do feito
- Se não há impedimento, pode retirá-los da repartição
- Impede a a retirada *    
· existência de documentos de difícil restauração
· punição judicial por não devolver autos no prazo da
· vista fazendo-o somente após 24 de ser intimado
* Em ambos os casos, exige-se decisão judicial fundamentada
 18. Retirar processos findos: administrativos ou judiciais
- Não exige procuração da parte
- Prazo: dez dias
- Exceção:
· processos que tramitem em sigilo
· existência de documentos de difícil restauração
19. Desagravo público: quando ofendido
· no exercício da profissão
·  em razão da profissão
- Denúncia por qualquer interessado ao Conselho
- Nomeação de um relator e abertura de processo para averiguação
- Abertura de oportunidade para defesa da autoridade “ofensora”
- Votação do parecer do relator pelo Conselho
- Se notório o fato, vota-se imediatamente o desagravo
- Realização de Sessão Pública de desagravo
Atenção: Não é necessário que o advogado ofendido represente o procedimento de desagravo, podendo a ordem promove-lo mesmo sem autorização do causídico.
 
20. Usar símbolos da advocacia:
- brasão da Ordem
- vestes talares (Prov. 08/64)
- outros que sejam criados
 
21. Recusar-se a testemunhar : poder/dever
- processo no qual funcionou ou deva funcionar
- fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado
- fato que saiba em razão do exercício da profissão
- mesmo se autorizado pelo cliente
22. Retirar-se face a atraso de autoridade (30 minutos)
- apenas quando a autoridade não tenha comparecido
- efetuar comunicação escrita
23. Salas especiais: juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios
 24. Assistir a clientes investigados durante apuração: sob pena de nulidade absoluta dos elementos investigatórios, podendo, durante a apuração, apresentar razões e quesitos
 25. Advogada gestante, lactante, adotante ou que der a luz (mulher):
- entrar em tribunais sem ser submetida a detectores de metais ou similares      
- reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais
- suspensão de prazos processuais
- preferência na ordem das sustentações orais e audiências a serem realizadas
- acesso a creche ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê
Obs: Quando o Advogado tornar-se pai também terá a suspensão do processoNão pare por aí! Continue buscando novas informações e ampliado sua rede de saberes.
E se ainda pairou alguma dúvida sobre os conceitos trabalhados, disponibilizamos para você um texto de apoio do autor René Ariel Dotti, sob o título “O Assento do Advogado nos Tribunais”, em que você poderá recorrer para melhor alargar suas possibilidades de conhecimento e compreensão.
Continuando nossa discussão sobre os Direitos do Advogado, importante situarmos a figura do Advogado Empregado.
O Advogado Empregado é aquele inscrito nos quadros da OAB que possui relação de emprego com um empregador que pode ser uma Sociedade de Advogados, um Advogado, uma Empresa, uma pessoa física, entre outros, mas desde que esta relação possua as características da relação de emprego.
Assim é preciso identificar que a relação de emprego do Advogado Empregado deve ter as mesmas características que qualquer relação de emprego prevista na legislação trabalhista, quais sejam: Pessoalidade, Onerosidade, Subordinação e Não Eventualidade.
É importante observar que este conteúdo está presente nos artigos 18 a 21 do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n.º 8.906/94.
Importante a leitura destes dispositivos. Pois, em sua prática profissional as proposições ali dispostas serão de extremo valor.
Além disso, sobre o Advogado Empregado merecem destaques os seguintes pontos:
ADVOGADO EMPREGADO
 Legislação: da Constituição, da CLT e do Estatuto
· Lei 9.527/97: exclui a advocacia pública das garantias trabalhistas do EAOAB
  
Além disso, tem as seguintes características:
1. Independência profissional e isenção técnica
 
2. Especificidade do Objeto
· O advogado empregado não está obrigado a prestar serviços de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego
 
3. Piso Salarial: fixação em acordo ou convenção coletiva, ou por meio de sentença normativa
· Possibilidade de constituir Sindicato de Advogados
 
4. Jornada de trabalho: 4 horas diárias e 20 horas semanais
· Exceção: acordo, convenção coletiva e dedicação exclusiva
· Jornada inclui todo o período à disposição, incluindo atividades externas
· Hora extra: adicional não inferior a 100%
· Hora noturna: entre 20 e 5 horas; adicional de 25% e com redução ficta
 
5. Honorários de sucumbência: pertencem ao advogado empregado
· Renúncia possível: ADIn 1.194-4
· Não compõem o salário; não produzem efeitos trabalhistas ou previdenciários
 Não perca de vista a leitura e compreensão dos Diplomas Normativos. Leia. Aprofunde-se. E caso algo lhe chame a atenção e que ainda não tenha ficado claro para você, não hesite, faça contato para que possamos juntos dirimir suas dúvidas.
Para nós, seu aprendizado é o mais importante. E por isso estamos aqui para fazer parte de sua jornada rumo ao seu futuro profissional. Assim, não deixe de socializar sua opinião e realize a atividade da semana.
 Mais do que Direitos o Advogado também possui deveres. Alguns deles já tratamos no início do curso.
É preciso ter em mente que para exigir direitos é necessário que o Advogado cumpra suas obrigações profissionais.
Dando continuidade ao estudo da unidade IV, os temas abordados neste guia serão:
· Deveres do Advogado. 
· Advocacia “pro bono”. 
 
Vejamos os deveres do Advogado:
DEVERES DO ADVOGADO
Neste momento cabe-nos rememorar aquilo que aprendemos quanto às regras deontológicas as quais deve o Advogado perseguir diuturnamente.
Além disso, cabe mencionar que o Advogado deve (isso mesmo, um dever) assumir a defesa criminal de um acusado que não tenha condições de arcar com a contratação de advogado sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado conforme artigo 23 do Novo Código de Ética e Disciplina da OAB.
Também é dever do Advogado manter independência em qualquer circunstância e proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia conforme disciplinado no artigo 31 do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n.º 8.906/94.
São regras deontológicas fundamentais para o Advogado:
· Defender o Estado Democrático de Direito, a Constituição, a cidadania, a moralidade pública e a paz social
· Compreender o Direito como meio de mitigar desigualdades
· Urbanidade: tratar bem aos outros
· Preservar a honra, nobreza e dignidade da profissão
· Atuar com destemor, veracidade, lealdade e boa-fé
· Velar por sua reputação pessoal e profissional
· Aperfeiçoar-se. Buscar aprimoramento das instituições
· Dever de estimular a conciliação entre os litigantes
· Abster-se de utilizar influência indevida ou de patrocinar causa contrária à ética, à moral ou à validade de ato jurídico em que tenha colaborado, orientado ou conhecido em consulta
 
O Advogado responde pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa. Veja para tanto a o disposto no artigo 32 do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n.º 8.906/94.
Atenção: A responsabilidade do advogado é sempre de meio, não de resultado.
Esta responsabilidade abrange as esferas civil, criminal e administrativa (funcional). Fala-se na responsabilidade solidária do Advogado com o seu cliente caso haja ajuizamento de “lide temerária” – identificada como aquela contrária ao Direito com o intuito exclusivo de causar prejuízo a outra pessoa.  
ADVOCACIA “PRO BONO”
O Novo Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil passou a prever a advocacia pro bono. Esta forma de exercício profissional está prevista no artigo 30 do mencionado diploma.
Cumpre destacar que a expressão latina não indica, simplesmente, um serviço gratuito, ou “para o bem”. A palavra bonum, em seu sentido clássico, possui carga semântica relacionada ao interesse público, coletivo, como em commune bonum, ou bem comum. É essa a abrangência que deve ser tomada pelo termo. O Advogado, ao atuar pro bono, está não só fornecendo um serviço gratuito, mas também agindo em prol do interesse público, de objetivos sociais e constitucionais, como a igualdade entre os sujeitos, a paridade de armas no processo judicial e o acesso à Justiça.
A advocacia pro bono deve ser GRATUITA, EVENTUAL e VOLUNTÁRIA.
São três os sujeitos-alvo dessa prática: instituições sociais sem fins econômicos; os seus assistidos, desde que não tenham condições de contratar advogado; e as pessoas naturais que, sem prejuízo do próprio sustento, não possam arcar com os honorários.
Esta atividade não pode ter propósitos político-partidários ou eleitorais, nem mesmo funcionar como instrumento de captação de clientela.
Como dito, a finalidade é o atendimento do interesse público.
 
 
SIGILO PROFISSIONAL
Dentre os deveres do advogado o sigilo profissional está entre os de maior destaque.
Isto porque o Advogado, no exercício de suas funções, é conhecedor das mais profundas intimidades do seu cliente as quais deve manter a guarda nos limites do exercício profissional.
A temática do Sigilo Profissional está disciplinada no Código de Ética e Disciplina da OAB em seus artigos 35 a 38 e no inciso XIX do artigo 7º do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. A quebra do sigilo profissional também pode configurar crime, tipificado em nosso Código Penal.
Um ponto que devemos destacar é que o advogado tem o direito de recusar-se a depor como testemunha quando tem conhecimento dos fatos em virtude da relação profissional, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte. Veja-se que há uma questão importante. O senso comum nos leva a imaginar que a autorização ou solicitação do cliente permite o depoimento como testemunha, por advogado. Porém, não é este o raciocínio que deve prevalecer.
O sigilo profissional só poderá deixar de ser observado caso se trate de grave ameaça ao direito à vida e à honra de pessoas ou que envolva defesa do próprio advogado.
Imagine-se que um cliente revela ao seu Advogado que pretende matar uma pessoa. Certamente, tal confissão não se protege pelo sigilo profissional.
Não perca de vista a leitura e compreensão dos Diplomas Normativos. Leia. Aprofunde-se.E caso algo lhe chame a atenção e que ainda não tenha ficado claro para você, não hesite, faça contato para que possamos juntos dirimir suas dúvidas.
Vá ao fórum de discussão da semana e a partir dos estudos realizados sua compreensão sobre situação hipotética referenciada apontando a postura que deverá ser adotada pelo Advogado.
Não perca tempo. Demonstre seus conhecimentos e compartilhe suas ideias. A melhor forma de aprender está na possibilidade de confrontar nossas ideias e modificar nossos conceitos.
 
Iniciaremos o estudo de mais uma unidade e aqui trataremos das incompatibilidades e impedimentos, conteúdo que é sempre cobrado no Exame Nacional da OAB.
Trataremos, inicialmente, sobre as incompatibilidades. É importante observar que este conteúdo está presente nos artigos 27 a 29 do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n.º 8.906/94.
Importante a leitura destes dispositivos. Pois, em sua prática profissional as proposições ali dispostas serão de extremo valor.
Vejamos alguns pontos relevantes:
 
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS 
Incompatibilidades: proibição total de advogar
 
1.Chefia do Poder Executivo e do Poder Legislativo:
- Prefeito, Governador, Presidente e seus “vices”;
- Membros da Mesa do Poder Legislativo.
 2. Membros do Poder Judiciário
- Juízes Estaduais (Justiça Comum e Juizados);
- Juízes Federais, do Trabalho e Militares;
- Desembargadores e Ministros dos Tribunais Superiores;
- Exceção: Advogados que componham o quinto constitucional dos tribunais eleitorais: ADIn 1.127-8;
- Juiz de Paz: não é membro do Judiciário, mas é incompatível.
 
3. Membros do Ministério Público
- Promotores de Justiça, Procuradores de Justiça;
- Procuradores da República, Procuradores do Trabalho;
- Exceção: ingresso antes da Lei Complementar 40/81.
 
4. Membros de Tribunais e Conselhos de Contas
- Conselheiros e Auditores de Contas.
5. Órgãos de deliberação coletiva
- Exceção: participação como representante dos advogados.
 6. Direção na Administração Pública
- Ex.: ministros, secretários, diretores, superintendentes, etc.
- Exceção: 
· cargos sem efetivo poder de decisão e influência sobre terceiros.
· administração acadêmica ligada ao magistério jurídico. 
- Direção da Advocacia pública (Procurador-Geral, etc.): podem exercer a advocacia apenas no âmbito da função.
 7. Cargos e funções do Poder Judiciário: todo e qualquer cargo ou função ligado direta ou indiretamente ao Judiciário.
 8. Cargos ou funções policiais: policiais civis, delegados, peritos, despachantes, guarda de presídio, médico-legista, etc.
 9. Militares: Marinha, Exército e Aeronáutica; Policiais Militares e Bombeiros Militares, na ativa.
 10. Cargos ou funções tributárias: lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais.
 11. Direção ou gerência financeira: instituições públicas e privadas.
 Sobre Incompatibilidades e Impedimentos ainda temos mais apontamentos.
Trataremos, neste momento, sobre os Impedimentos. É importante observar que este conteúdo está presente no artigo 30 do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n.º 8.906/94.
Importante a leitura deste dispositivo. Pois, em sua prática profissional as proposições ali dispostas serão de extremo valor.
 INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS 
 IMPEDIMENTOS: proibição parcial de advogar
 1. Servidores e empregados públicos
· Funcionário ou empregado público do Executivo e Legislativo, bem como da Administração Pública indireta, suas fundações, empresas controladas ou concessionárias de serviço público - Impedidos de exercer a advocacia contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora.
· Exceção: docentes de cursos jurídicos
 2. Membros do Poder Legislativo: vereador, deputado e senador
· impedidos de advogar contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público
Atenção: Os membros do poder legislativo que fazem parte da mesa são atingidos pela incompatibilidade (proibição total de advogar) e não pelo impedimento (proibição parcial de advogar)
Não perca de vista a leitura e compreensão dos Diplomas Normativos. Leia. Aprofunde-se. E caso algo lhe chame a atenção e que ainda não tenha ficado claro para você, não hesite, faça contato para que possamos juntos dirimir suas dúvidas.
Aproveite este momento para dar uma revisada nos conteúdos das Unidades 4 e 5, pois temos uma atividade avaliativa a ser realizada nesta semana. Nossa atividade consiste em um questionário de múltipla escolha com questões objetivas do Exame Unificado da OAB.  
Não perca tempo. Demonstre seus conhecimentos e compartilhe suas ideias. A melhor forma de aprender está na possibilidade de confrontar nossas ideias e modificar nossos conceitos.
E não pare por aí! Continue buscando novas informações e ampliado sua rede de saberes.
 Iniciaremos o estudo de mais uma unidade e aqui trataremos dos seguintes temas:
· Mandato para postulação. 
· Honorários Advocatícios.
 Quando falamos de Mandato para postulação, temos que ter em mente que o Advogado representa seu cliente, em juízo ou fora dele. Esta representação deve estar instrumentalizada no Instrumento de Mandato, que também chamamos de Procuração.
Vejamos alguns pontos relevantes:
 MANDATO PARA POSTULAÇÃO 
·  Dever de postular fazendo prova do mandato (art. 5o, caput, EAOAB);
· Prática de ato urgente:
- pedido de 15 dias para juntar procuração;
 - basta alegar urgência;
- prorrogável por mais 15 dias uma única vez.
·  Verificação da ausência de procuração: suspensão do feito e prazo para que seja juntada (art. 76 do CPC/15 e súmula 115/STJ);
· Outorga de poderes para o foro em geral autoriza a prática de atos normais de advocacia;
· Poderes especiais: art. 105 do CPC/15;
· Substabelecimento: com ou sem reservas: 
· No substabelecimento com reservas, o substabelecido não pode contratar honorários sem a intervenção do substabelecente.
· O substabelecimento sem reservas exige o prévio conhecimento e consentimento do cliente.
· Renúncia ao mandato:
- comunicação inequívoca ao cliente;
- defesa por mais 10 (dez) dias.
· Validade da procuração: indefinida; presume finda com o término da representação – enquanto houver confiança recíproca.
 Trataremos, neste momento, sobre Honorários Advocatícios. É importante observar que este conteúdo está presente nos artigos 22 a 26 do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, Lei n.º 8.906/94 e nos artigos 48 a 54 do Novo Código de Ética e Disciplina.
Importante a leitura destes dispositivos. Pois, em sua prática profissional as proposições ali dispostas serão de extremo valor. 
Quanto aos Honorários Advocatícios, vejamos alguns pontos relevantes:
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
 Honorários é a contraprestação paga em razão dos serviços profissionais ou extras prestados por Advogado.
O Advogado deve observar a Tabela de Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço.
A Tabela de Honorários estabelece valores mínimos a serem cobrados.
Temos as seguintes modalidades:
1. Honorários convencionados: acertados com o cliente
· Elementos a serem considerados na fixação (art. 49 do Novo CED):
I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas;
II - o trabalho e o tempo a ser empregados;
III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros;
IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para este resultante do serviço profissional;
V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou constante;
VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de outro;
VII - a competência do profissional;
VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
 
· Deve-se evitar aviltamento de valores dos serviços profissionais, cobrando valores

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