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[EXERCÍCIOS] Direito Administrativo

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RESOLUÇÃO DE CASOS
	1)
Ministério do Trabalho = administração direta. Órgão da presidência da república. Existe fiscal que pode aplicar sanção administrativa.
Afastamento = medida cautelar. Art. 45, LPA. A adm tem poder cautelar no processo administrativo, que pode existir inaudita altera parte. Medida cautelar imposta pelo Ministério do Trabalho à empresa. Não há erro, mas há argumentação de violação principiológica: razoabilidade. O Ministério descobre uma irregularidade, mas será que é razoável determinar a suspensão de uma empresa por conta de uma irregularidade? No caso da empresa, a medida poderia ser suspender as atividades das crianças que estão ali trabalhando.
Aplicação de multa: depende da situação concreta, mas o “severa” dá a entender que a multa foi exagerada, o que pode ensejar uma argumentação de razoabilidade. A multa não necessariamente leva a empresa a sair do mercado. Mas esse nem é um grande problema, pois o “severa” é ambíguo. A norma regulamentar do art. 5º, II é o problema, pois temos a reserva legal. O poder disciplinar é um poder interno da entidade pública, é introverso e só se aplica a quem tem relação. No curso do processo se impôs uma medida cautelar, que se justifica com art. 45. A multa é sanção prevista em norma regulamentar, o que nos leva à conclusão de que a multa não tem previsão em Lei, mas em mero decreto do Presidente. Não existe poder regulamentar autônomo em matéria de poder de polícia, e o que existe aqui é uma violação do princípio da legalidade.
Em matéria de princípio sancionador são quatro princípios: lei prévia, lei escrita no ordenamento – não extraídas -, lei estrita – não analogia -, e lei certa, a sanção precisa estar tipificada. Isso se aplica ao direito administrativo. O problema aqui é a falta de lex previa. A ADM inventa sanções de poder de polícia. Se a norma tiver base em lei prévia e não foi apenas criada pelo Executivo, a multa é legal.
Desapropriação como medida sancionatória com base na Constituição: existe desapropriação sancionatória, mas não é o caso: rural, por descumprimento da função social; urbana, por descumprimento da função social urbana. Na verdade, isso se aproxima bastante da nova redação do art. 243, que trata da desapropriação confiscatória em caso de cultivo de psicotrópicos, e o Estado retira a propriedade sem nenhuma indenização. A produção de drogas que não envolve psicotrópico, não é caso de aplicação do 243. O dispositivo foi ampliado recentemente, e agora abarca trabalho escravo. Se fosse trabalho infantil e trabalho escravo, seria o caso de aplicação. Não gera a hipótese, portanto.
A desapropriação tem duas fases: a declaratória – um decreto que descreve o bem que será desapropriado, cabendo somente ao Estado declarar o interesse público, e a executória, que pode acontecer por um particular que age em nome do Estado.
Em vez de interpor recurso, foram à justiça: no Brasil, não é necessário esgotar a via administrativa para ir ao judiciário, diante de lesão e ameaça de lesão. 
Solicitaram a revogação por vício: a çrevogação é feita por interesse público, não por ilegalidade. No caso de ilegalidade é anulação.
Indenização por desapropriação: art. 5º, inc. XXIV, CF. Propriedade: incs. XXII, XXIII e XIV. Não tem nem que discutir indenização, pois essa desapropriação nem teria que acontecer.
Impedimento: inimigo notório é caso de suspeição, não de impedimento, porque é uma relação subjetiva de inimizade. Na suspeição, a incapacidade é relativa e não necessariamente decorre da suspeição a nulidade dos atos praticados.
O juiz rejeitou os argumentos e deu ganho de causa ao Estado: embora os advogados tenham feito o pedido incorreto, o Estado aplicou a desapropriação de maneira equivocada.
[Obs.: diante das lacunas, não invente fatos! Faça suposições. Supondo-se que x, então y.]
	2)
A atividade estatal envolvida foi fomento estatal. O Estado desenvolveu uma política em 2000. ATENÇÃO A DATAS! PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. O Governo estava estimulando o mercado farmacêutico. De acordo com o princípio da impessoalidade, deve-se verificar o tipo de seleção que se fará. O problema, na verdade, é de corrupção, e três empresas receberam fomento que jamais deveriam ter recebido. O Ministro da Saúde anula integralmente a seleção, e determina a devolução do dinheiro. Outras autoridades, não se sabe quais, entram com processos administrativos para determinar sanções.
Uma empresa se diz inocente, não envolvida na corrupção, e pergunta as seguintes questões:
	2.1. A anulação determinada em 2007 foi correta e os recursos realmente deviam ser devolvidos?
Anulação integral do processo de seleção; anulação deverá ter base legal. Se houver previsão em caso de sanção administrativa para corrupção, a sanção está correta. Caso contrário, não será o caso.
Solicitou a devolução dos valores por parte das empresas; a devolução dos valores causou enriquecimento indevido. Os que estavam de má-fé deverão devolver o dinheiro, mas quanto aos que estavam de boa-fé, o direito decai em 5 anos.
O ministro não poderia ter anulado todo o fomento, mas tão somente em relação entre as três empresas. Se a corrupção praticada pelas três não tira o mérito pelo qual as outras empresas receberam dinheiro, a anulação não precisaria ser integral. Pode ser uma anulação parcial.
Art. 53, 54, 55 e 65 da LPA.
A anulação aconteceu em 2007, sete anos após recebimento do dinheiro. Decai em 5 anos o direito de anular os atos benéficos em relação a sujeitos de boa fé. O ato é benéfico, e a empresa que consulta o advogado se diz inocente, então considera-se de boa fé. Temos os três requisitos do art. 54 para determinar que a anulação seja decaída.
Mesmo que o Estado pudesse anular integralmente, já teria decaído o direito. Os requisitos do art. 55 são cumulativos. As corruptoras de má-fé não se beneficiam do art. 54.
ATENÇÃO: Ministério da Saúde → órgão público federal, portanto, submisso à Lei de Processo Administrativo Federal.
Se o motivo é falso, se há vício de motivo, a decisão não pode ser convalidada. Se a corrupção gerou benefícios para todos os membros da seleção, aí sim haveria que se falar em desvio de motivo. Se houvesse acontecido antes de 5 anos, a empresa não estaria protegida quando à decadência do poder anulatório.
	2.2. A extinção da sanção de suspensão de atividades empresariais das empresas corruptoras foi licita?
Abertura de processo sancionatório que culminou na suspensão das atividades; outros processos foram abertos, como é possível. Várias entidades abrem processos, pois o comportamento é tipificado em várias leis.
A extinção se deu por que os preços dos medicamentos estavam elevados, e isso é razão de alto interesse social; quando baseada em interesse público, a medida a ser adotada deverá ser a revogação. É lícita. O impacto negativo no mercado da medicação de câncer fez com que a própria autoridade pública afasta a sanção. As empresas foram condenadas, e há motivo para punir. No entanto, há revisão sancionatória que pode ser feita, aparentemente existe uma circunstância relevante, pois a sanção está prejudicando o interesse público.
Atenção: em vários momentos a legalidade é mitigada em favor de outros princípios, como interesse público e segurança jurídica. A suspensão pode ser feita por motivo relevante ou fato novo que a torne inadequada.
Pra revisão não existe prazo.
DICA DE ESTUDO: começar a estudar lendo a Lei. LPA, desapropriação (dec lei 3365), e a CF. Usar índice remissivo do vade mecum.

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