Buscar

GALP RESUMO UNIDADE II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
Unidade II 
Estudo da gramática 
Pronominais 
“Dê-me um cigarro 
Diz a gramática 
Do professor e do aluno 
E do mulato sabido 
Mas o bom negro e o bom branco 
Da Nação Brasileira 
Dizem todos os dias 
Dizem todos os dias 
Deixa disso camarada 
Me dá um cigarro” 
(Oswald de Andrade) 
Estrutura da gramática 
Toda língua possui uma estrutura: a sua gramática. 
A gramática costuma ser apresentada em diferentes capítulos, usualmente organizados em diversos níveis: 
Fonologia: parte da gramática que estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Também cuida de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia e à acentuação de palavras, de acordo com o padrão culto da língua. Estuda o aspecto fônico e tem como unidade básica de estudo o fonema. 
Ex.: cachorro = 8 letras/ 6 fonemas 
Morfologia: nível de análise linguística que se ocupa do estudo das palavras, de sua formação, de sua classificação e de suas flexões. Estuda palavras que pertencem a grupos bem diferentes: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. 
Sintaxe (melhor denominada morfossintaxe): sintaxe é o estudo das combinações e relações entre as palavras de um enunciado e entre as frases de um texto. 
A morfossintaxe é a parte central da gramática pura: é estudada em dois domínios: a morfologia e a sintaxe. 
Ex.: Eles cantavam muito bem. 
Semântica: é definida, de maneira genérica, como o estudo do sentido das palavras e dos enunciados. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso. 
Estilística: estuda os aspectos afetivos que envolvem e caracterizam a linguagem emotiva que perpassa todos os fatos da língua. 
Na estilística, analisa-se a capacidade de provocar sugestões e emoções usando certas fórmulas e efeitos de estilo. Tenta-se estabelecer os princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e grupos sociais em seu uso da língua, tal como a socialização, a produção e a recepção do sentido. 
Níveis de análise 
Observe a frase: 
Ana desprezou Ricardo. 
Fonologia: o vocábulo “Ana” tem a primeira vogal /a/ como uma vogal nasal por ser tônica e estar logo antes de uma consoante nasal /n/; no vocábulo “Ricardo”, pronuncia-se a vogal final como /u/ e não como um /o/. 
Morfologia: constituição interna das palavras. Observa-se que a palavra desprezou é formada por mais de um elemento: a sequência desprez- mais a sequência -ou. 
Desprez- aparece em outras formas como desprezo (substantivo ou verbo), desprezível, desprezamos etc. (morfema). 
Ou ocorre em outras formas verbais, como amou, desmanchou etc. (gramema). 
Sintaxe: associação das palavras para formar frases. Observa-se que existe uma regra pela qual a terminação de desprezou depende do elemento que se coloca no lugar de Ana.
Nota-se que o elemento que governa a forma de desprezou ocorre em primeiro lugar na frase e que modificações no último elemento (Ricardo) não afetam a forma do verbo desprezar. 
Semântica: leva-se em conta o significado transmitido na frase. Observa-se que Ana, provavelmente, designa uma mulher e Ricardo, um homem; que a pessoa desprezada é Ricardo, e não Ana; que o fato de Ana desprezar Ricardo aconteceu no passado e assim por diante. 
Recursos expressivos fonológicos 
A percepção da sonoridade ajuda a captar o sentido que se quer traduzir para um determinado texto, com a disposição de palavras e frases. 
Podem-se encontrar, em textos diversos, sons que se repetem com maior frequência, aproximando a imitação fonética do enunciado àquilo que os sons sugerem. 
Ex.: 
Relógio
“As coisas são 
As coisas vêm
As coisas vão 
As coisas 
Vão e vêm 
Não em vão 
As horas 
Vão e vêm
Não em vão” 
(Oswald de Andrade) 
Aliteração e assonância 
Aliteração: repetição da mesma consoante ao longo do texto. 
Ex.: “O vento varria as folhas,/ O vento varria os frutos,/ O vento varria as flores.../ E a minha vida ficava/ Cada vez mais cheia/ De frutos, de flores, de folhas.” [...] (Manuel Bandeira) 
Assonância: é a repetição da mesma vogal no texto. 
Ex.: “Quando a manhã madrugava/ Calma/ Alta/ Clara/ Clara morria de amor.” (Caetano Veloso) 
Onomatopeia 
As onomatopeias representam certos sons e ruídos produzidos por animais ou coisas, ou mesmo certos sons humanos. Têm como função “imitar” a realidade. 
Ortoepia e prosódia 
Existe uma parte da fonologia que trata da pronúncia adequada das palavras, segundo o padrão culto da língua: a ortofonia, que, para efeito de estudo, costuma se dividir em ortoepia e prosódia. 
As variações de pronúncia de uma palavra dependem de fatores de ordem social, regional, individual e estilística. 
Vício de fala: 
“Para dizerem milho dizem mio/ Para melhor dizem mió/ Para pior pió/ Para telha dizem teia/ Para telhado dizem teiado/ E vão fazendo telhados.” (Oswald de Andrade) 
Ortoepia: trata da correta pronúncia dos fonemas das palavras. 
Prosódia: trata da acentuação (acento da fala) e da entoação adequada dos fonemas. 
Pronúncia de palavras, tomando-se como referência o padrão culto da língua: 
Oxítonas: Nobel, refém, sutil, ruim. 
Paroxítonas: âmbar, avaro, ciclope, clímax, filantropo, fluido (ui ditongo), fortuito (ui ditongo), gratuito (ui ditongo), ibero, libido, pudico, rubrica. 
Proparoxítonas: arquétipo, autóctone, condômino, ínterim. 
Dupla prosódia: palavras que admitem dupla prosódia: 
Acróbata ou acrobata; 
Ambrósia ou ambrosia; 
Crisântemo ou crisântemo; 
Hieróglifo ou hieróglifo;
Homília ou homilia;
Madagáscar ou Madagascar (mais comum); 
Oceânia ou Oceania;
Projétil ou projetil. 
Conceituação 
Fonema: menor unidade sonora de uma palavra. 
Letras: representação gráfica dos fonemas da língua. 
Vogal: é o fonema produzido pelo ar que faz vibrar as cordas vocais e que não encontra nenhum obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador. 
Semivogal: é fonema produzido como vogal, mas pronunciado mais fraco, com baixa intensidade, como se fosse uma consoante. 
Consoante: é o fonema em cuja produção o ar encontra obstáculo na passagem pelo aparelho fonador. 
Palavra: unidade linguística de som e significado que entra na composição dos enunciados da língua. 
Sintaxe 
A sintaxe é o estudo de combinações e relações entre as palavras de um enunciado e entre as frases de um texto. 
Estudar a sintaxe de uma língua implica estudar “as maneiras como se associam as palavras para formar frases”. 
Os enunciados da língua constituem unidades linguísticas que possuem uma estrutura. 
Não podemos formar enunciados apenas juntando palavras de maneira aleatória. 
Entender a noção de estrutura significa entender os modos pelos quais se podem combinar as palavras para construir estruturas autorizadas pela língua. 
Estruturas (im)possíveis para o enunciado 
Na última semana, André, meu vizinho, foi o vencedor do campeonato estadual de tênis, em Campinas. 
Em Campinas, André, meu vizinho, foi o vencedor do campeonato estadual de tênis, na última semana. 
Vizinho meu, Campinas André em vencedor o foi estadual na campeonato tênis de última do semana. 
Conceituação 
Frase é a unidade de texto que em uma situação de comunicação é capaz de transmitir um pensamento completo. A frase pode ser curta ou longa e pode ou não conter verbo. 
Oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo. Na oração há sempre a relação sujeito/predicado. 
Período é a frase sintaticamente estruturada em torno de um ou outro verbo. 
A semântica 
A semântica é definida, de maneira genérica, como o estudo do sentido das palavras e dos enunciados. 
Só atingimos o sentido dos enunciados linguísticos, em qualquer contexto, por meio de um exercício de interpretação, a partir do qual os possíveis significados das palavras e de suas combinaçõessão avaliados em situações específicas, na busca daquele que melhor se ajusta ao contexto de enunciação. 
Produção de sentido 
A compreensão é um processo ativo e não depende apenas do sinal; depende, igualmente, do portador desse sinal. 
É com ele, e não com a palavra em si, que “negociamos” os significados. Diante de um dado sinal, somamos as intenções do outro – o interlocutor – às nossas intenções e, somente aí, produzimos significado. 
Conotação e denotação 
As palavras e os enunciados de uma língua operam em dois eixos de significação: 
Conotativo: sentido figurado, ampliado e modificado. 
Denotativo: sentido literal, primeira significação atribuída à palavra nos dicionários. 
A polissemia semântica 
Polissemia, em geral, é definida como a propriedade que uma palavra possui de apresentar diferentes sentidos. É, portanto, a multiplicidade de sentidos de uma palavra ou locução. 
A polissemia é uma propriedade de itens lexicais, que consiste na associação de mais de uma leitura ou semema a um determinado item do léxico. 
Ex.: “Sua mãe merece um refresco!” 
Semântica: conceituação 
Como já explicitado: 
Semântica é o ramo da linguística que se ocupa do estudo da significação como parte dos sistemas das línguas naturais. 
Trata de assuntos como sinonímia, antonímia, ambiguidade, polissemia etc. 
A vírgula 
As pausas que a vírgula representa podem ter valor sintático ou entoativo. No primeiro caso, a vírgula é importante para definir a estrutura sintática do período. O segundo uso tem função retórica e orienta a colocação de pausas não sintáticas durante a elocução. 
Provérbios: linguagem conotativa 
Provérbios populares, gênero de linguagem predominantemente conotativa: 
Quem semeia vento colhe tempestade. 
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. 
Pimenta nos olhos dos outros é refresco. 
Estudo semântico: considerações 
A linguagem: sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação – lida com a atribuição de sentidos em todas as suas manifestações. 
Propiciar o estudo semântico passa a ser, certamente, um eixo fundamental na construção de uma prática pedagógica que pretende favorecer a formação de leitores e escritores competentes.

Continue navegando