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Seguridade Social: Política de 
assistência social e o SUAS
2/258
Seguridade Social: Política de assistência social e o SUAS
Autor: Emanuel Jones Xavier Freitas
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil 06
Assista a suas aulas 29
Unidade 2: Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias 
de deliberação e de pactuação
38
Assista a suas aulas 70
Unidade 3: Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, 
financiamento e orçamento, gestão e planejamento
82
Assista a suas aulas 98
Unidade 4: Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social 109
Assista a suas aulas 127
Unidade 5: Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios 
socioassistenciais. Instrumentos de gestão: Controle social
137
Assista a suas aulas 161
2/258
3/2583
Unidade 6: O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios 171
Assista a suas aulas 196
Unidade 7: Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e 
gestão, estrutura e funcionamento dos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos 
Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
204
Assista a suas aulas 225
Unidade 8: O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o 
Sistema de Monitoramento e Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para 
implementação
233
Assista a suas aulas 251
Sumário
Seguridade Social: Política de assistência social e o SUAS
Autor: Emanuel Jones Xavier Freitas
4/258
Apresentação da Disciplina
A assistência social consolidou-se ao 
longo do tempo, na particularidade da 
história brasileira, como um dos principais 
objetos de pesquisa e reflexão no bojo da 
gestão social. Embora não se constitua 
como um campo específico de atuação 
de determinada categoria profissional, 
por apresentar as mais significativas 
transformações no campo social, político 
e econômico, a assistência social acaba 
por consolidar-se como profícua fonte de 
temáticas nos mais diversos campos da 
pesquisa científica.
Por sua importância e capilaridade, a 
assistência social, atualmente instituída 
como política pública, apresenta-se como 
significativo campo do conhecimento 
e atuação de diversas categorias 
profissionais.
Nesta perspectiva, o presente material tem 
por objetivo viabilizar a você:
• Apresentação do histórico da 
assistência social no Brasil, 
relacionando-o com as reflexões dos 
principais teóricos sobre o assunto;
• Disponibilizar as referências 
necessárias acerca do assentamento 
jurídico normativo da assistência 
social no Brasil;
• Apontar as principais características 
da Política de Assistência Social na 
perspectiva do Sistema Único de 
Assistência Social;
5/258
• Possibilitar a você o contato com as 
principais bibliografias presentes 
sobre o assunto na literatura atual.
Espera-se que, por meio deste conteúdo, 
você tenha condições de se familiarizar 
com o tema, conhecendo sua história e 
as determinações históricas, sociais e 
econômicas que delinearam a política de 
assistência social no contexto brasileiro.
6/258
Unidade 1
Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil
Objetivos
1. Conhecer a história da assistência social no 
Brasil;
2. Entender o ordenamento jurídico da 
assistência social no contexto brasileiro;
3. Conhecer as determinações sócio-históricas 
da assistência social no Brasil.
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil7/258
Introdução
Resgatar a história da assistência social 
no Brasil é imprescindível para o pleno 
entendimento de sua importância e dos 
reflexos contemporâneos. Não é possível 
entender a sua organização no Brasil 
contemporâneo, sem que antes haja um 
profundo reconhecimento de sua história, 
seus marcos mais significativos, bem como 
sua interpretação pelos mais diversos 
modelos de governo que já se desenvolvera 
em nosso país.
Você verá que a assistência social no 
Brasil existe desde a chegada da família 
real ao solo brasileiro, no entanto, sua 
institucionalização, ordenamento jurídico 
normativo e reconhecimento enquanto 
direito social apenas se estabelecem no 
país muitos anos após.
Não fossem os esforços da população 
para o reconhecimento da assistência 
social como direito social, certamente a 
sua maioria, que passou pela experiência 
da miséria, continuaria sofrendo 
com as expressões da questão social, 
tão arraigadas em nossa sociedade 
atualmente.
Assim, na presente unidade, você 
conhecerá o percurso histórico da 
assistência social no contexto brasileiro, 
seu desenho histórico e o início de uma 
legitimação jurídico normativa.
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil8/258
Breve Resgate Histórico Da Política De Assistência Social No Brasil
Os antecedentes históricos da atual política de assistência social se constituem desde 
a descoberta do Brasil, no século XVI, quando houve a instalação das Santas Casas de 
Misericórdia, pois entende-se como fundante desta hoje política púbica todas as ações 
de cunho assistencial (benemerente e filantrópico) que permearam o enfrentamento às 
expressões da questão social num período antecedido pela instauração do Estado Democrático 
de Direito.
Para saber mais
Para Marilda Vilela Iamamoto, importante teórica do Serviço Social Brasileiro, questão social pode 
ser considerada como o conjunto de “expressões do processo de formação e desenvolvimento da 
classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento 
como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, 
da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção 
mais além da caridade e repressão”.
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil9/258
Segundo Sposati:
A assistência ao outro é prática antiga na humanidade. Não se limita 
nem à civilização judaico-cristã nem às sociedades capitalistas. A 
solidariedade social diante dos pobres, os viajantes, dos doentes, 
dos incapazes, dos mais frágeis, se inscreve sob diversas formas nas 
normas morais das diferentes sociedades. Ao longo do tempo, grupos 
filantrópicos e religiosos foram conformando práticas de ajuda e apoio. 
A fim de que se possa cunhar com mais especificidade a trajetória da assistência social, faz-
se necessário realizar um salto histórico evidenciando particularmente o período em que se 
constituiu, no início dos anos de 1910, quando o processo de industrialização estava crescendo 
no Brasil e se estabeleceu um cenário em que as expressões da questão social se demonstram 
de forma mais evidente.
No período compreendido entre 1910 e 1930, as ações benemerentes e filantrópicas 
predominam no que se refere à assistência social. Essas atividades eram desenvolvidas 
por organizações da sociedade civil, mais especificamente por organizações religiosas, 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil10/258
que acreditavam que em torno de sua missão estava a função de estruturar meios para o 
enfrentamento das expressões da questão social. As manifestações da população diante do 
governo eram interpretadas como caso de polícia, considerando que as atividades do Estado 
eram constituídas em torno do desenvolvimento industrial e econômico (estado de cunho 
Para saber maisO cunho liberal, para além de um modelo econômico, pode ser considerado como um credo 
psicológico que determina um comportamento social, no bojo das relações sociais capitalistas. 
Além de fomentar a isenção do Estado em relação às necessidades sociais da população, ele define 
uma conduta particular individualista e completamente isenta de participação social, gerando 
impactos danosos à vida em sociedade.
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil11/258
liberal) da sociedade brasileira.
Conforme aponta Iamamoto:
Observa-se, a partir desse momento, uma política econômica que se 
coloca nitidamente a serviço da industrialização, procurando reverter 
para esse polo os mecanismos econômicos naturalmente voltados para 
a sustentação e a agro-exportação. O Estado busca de diversas formas 
incentivar as indústrias básicas - tornando-se, em última instância, 
produtor direto através de empresas estatais e de economia mista - que 
viabilizem a expansão do setor industrial, organizando o mercado de 
trabalho, assim como a partir das políticas financeira e cambial, apoiar a 
capitalização e acumulação desse setor. (IAMAMOTO, 2005, p.235)
Ações assistenciais deviam, portanto, permear o atendimento àqueles que não possuíam 
emprego, “sorte” ou qualquer meio que lhes possibilitasse seu próprio desenvolvimento.
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil12/258
O trato da assistência social no âmbito da moral privada, e não da 
ética social e pública, é um dos equívocos dessa versão filantrópica. 
O primeiro-damismo, a benemerência está no âmbito da moral 
privada. Neste sentido, é que os conservadores pretendem agir (e 
agem) modelando a atenção àqueles mais cravados pela destituição, 
desapropriação e exclusão social, organizando atividades que vinculam 
as relações de classe, sob a égide do favor transclassista, do mais rico ao 
mais pobre, com a vinculação do reconhecimento da bondade do doador 
pelo receptor [...] (SPOSATI, 2001, p.76)
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil13/258
O modelo conservador trata o Estado como uma grande família, na 
qual as esposas de governantes, as primeiras damas, é que cuidam dos 
“coitados”. É o paradigma do não direito, da reiteração da subalternidade, 
assentado no modelo de Estado patrimonial (...). Neste modelo, a 
assistência social é entendida como espaço de reconhecimento dos 
necessitados, e não de necessidades sociais. (SPOSATI, 2001, p. 76)
Em 1937, no período da ditadura do Estado Novo (1937 a 1945), que o Estado brasileiro passa a 
interagir com as ações da sociedade civil, no que tange a assistência social. Esta interação se dá 
por meio da criação do Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), que teve como presidente 
Ataulpho de Paiva, em detrimento de suas propostas da criação de uma assistência social 
pública.
O Decreto-Lei nº 525, de 1° de julho de 1938, que cria o CNSS, foi a primeira regulamentação 
nacional na área de Assistência Social e visava fixar as bases da organização do serviço social 
no país. Definia o serviço social como conjunto de obras públicas ou privadas orientadas “para 
o fim de diminuir ou suprimir as deficiências ou sofrimentos causados pela pobreza ou pela 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil14/258
miséria, ou oriundos de qualquer forma de 
desajustamento social” (BRASIL, 1938, Art. 
1o). O decreto determinava, ainda, que o 
CNSS tinha a função de estudar o problema 
do serviço social, atuar como órgão 
consultivo e opinar sobre os pedidos de 
subvenções que lhe fossem encaminhados 
por entidades privadas de Assistência 
Social. Da mesma data é o Decreto-
Lei no 527, que se voltou à cooperação 
financeira entre a União e as entidades 
privadas de Assistência Social, regulando 
as subvenções públicas àquelas entidades 
e institucionalizando uma política na qual 
o Estado tinha como principal tarefa apoiar 
financeiramente as obras de Assistência 
Social.
O CNSS surge então com a função de 
estabelecer a relação entre o Estado 
e as organizações da sociedade civil, 
no que tange as atividades voltadas à 
assistência social. Irá atuar na avaliação 
do trabalho e estrutura das organizações 
sociais (responsáveis pelas atividades 
de benemerência e filantropia frente 
à população), a fim de identificar 
possibilidades para a concessão de 
subvenções estatais, considerando que 
o Estado passava então a regular uma 
cooperação financeira da União com 
entidades privadas por intermédio dos 
Ministérios da Saúde e Educação (GOMES, 
1999, p. 93). 
Em 1942 é criada a Legião Brasileira 
de Assistência Social (LBA) pela então 
primeira dama da república Darcy Vargas. A 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil15/258
LBA surge com o objetivo de oferecer apoio às famílias dos soldados que foram encaminhados 
pelo governo brasileiro para o combate na Segunda Guerra Mundial. Considerou-se que 
ao encaminhar os chefes de família à guerra, seria necessária a oferta de subsídios que 
possibilitassem a manutenção do lar. Após o desmonte da guerra, a LBA passa a compor a rede 
de serviços assistenciais então constituintes do universo de organizações da sociedade civil.
O surgimento da LBA terá de imediato um amplo papel de mobilização 
da opinião pública para apoio ao “esforço guerra”, promovido pelo 
governo e, consequentemente, ao próprio governo ditatorial. Nesse 
sentido, serão lançadas diversas campanhas no âmbito nacional, como 
as de borracha usada, confecção de ataduras e bandagens, campanha de 
livro, campanha das “hortas da vitória”, etc. Para os soldados mobilizados 
serão patrocinados diversos serviços de promoção e lazeres (cantinas, 
espetáculos etc). A assistência às famílias dos convocados terá também 
um amplo caráter promocional. Apenas no Distrito Federal, a LBA 
montará mais de cem postos de atendimentos e postos diversos de 
trabalhos voluntários. (IAMAMOTO, 2005, p. 251)
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil16/258
Observa-se, portanto, que a partir da década do Governo Vargas, as organizações sociais, por 
meio da ação estatal, passam a constituir instrumentos de controle social sobre a população, 
seja para a manutenção do modo de produção capitalista, seja para absorver os conflitos 
sociais emergentes nas relações sociais. Embora:
Ao longo da história brasileira, o controle social foi tomando dimensões 
diferenciadas, considerando as diferentes formas de governo e exercício 
do poder. Assim, essencialmente, pode ser concebido de duas formas: 
controle dos Estados sobre a sociedade civil, com o objetivo de 
conservação de privilégios, e controle da sociedade civil sobre o Estado, 
enquanto perspectiva de mudança social. Em ambos os casos, o controle 
social constitui-se como base e instrumento de um projeto societário 
que poderá fortalecer os interesses das classes dominantes ou das classes 
subalternas. (MACHADO, 2012, p.53)
A partir da criação da LBA, observa-se um Estado restrito que conta com o apoio da iniciativa 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil17/258
privada no sentido de atender às 
necessidades sociais. Assim, a LBA inicia 
ações que se caracterizavam como 
de Assistência Social, e por ser uma 
organização de abrangência nacional, 
suas ações se desenvolveram rapidamente 
e ganharam legitimidade em todo o 
território nacional.
Entretanto, a base de sustentação 
das ações desenvolvidas pela LBA se 
fundamentava nacaridade, na benesse e 
no favor, fatos que marcam a dependência 
entre os indivíduos atendidos e a 
organização, ou seja, a assistência social 
naquele momento histórico não se 
constituía como um direito. A atuação da 
LBA consolidou as bases fundamentais 
do assistencialismo e contribuiu para a 
propagação do costume de se delegar às 
primeiras damas a responsabilidade pela 
direção das ações assistenciais do Estado, 
nos diferentes níveis de governo.
Em 1946, com a promulgação de 
uma nova Constituição Federal (CF), 
desencadeou-se no país um processo de 
democratização, um dos avanços correu 
com a descentralização do poder da 
esfera federal e a garantia de autonomia 
aos poderes executivos e legislativos 
estaduais. O modelo assistencial baseado 
na filantropia e na benemerência privadas 
foi mantido, aprofundado e expandido, na 
medida em que se estimulou o surgimento 
de instituições assistenciais públicas e 
privado-filantrópicas por todo o país, do 
que resultou um emaranhado de ações 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil18/258
e práticas sem unidade ou perspectiva 
política.
Com relação ao regime militar, é necessário 
pontuar que não ocorreram inovações 
significativas ao padrão filantrópico e 
benemerente historicamente dominante. 
A questão social nesse período é 
reduzida à problemática da infância e 
da adolescência numa perspectiva de 
segurança pública. Assim, observa-se 
a criação das grandes instituições que 
buscavam o enquadramento dos jovens ao 
funcionamento da sociedade brasileira. Daí 
funda-se um sistema representado pela 
Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor 
e ainda, as FEBEMs (Fundações Estaduais 
de Bem-Estar do Menor).
As demais expressões da questão social 
no bojo da assistência social permaneciam 
constituídas de um conjunto variado de 
ações públicas e privadas fragmentadas, 
desarticuladas e descontínuas, que 
funcionavam como ações complementares 
a outras políticas públicas. Em 1969, a LBA 
foi transformada em fundação pública 
e sua vinculação se deu ao Ministério do 
Trabalho e a Previdência Social. Também 
ocorreu a criação de outras instituições 
públicas para a oferta de serviços, 
programas e projetos assistenciais, 
entretanto, segmentados por necessidades 
especificas como é o caso da Central de 
Medicamentos (Ceme) e do Banco Nacional 
de Habitação (BNH).
Em maio de 1974, o governo federal criou 
o Ministério da Previdência e Assistência 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil19/258
Social (MPAS), e entre as suas Secretarias 
foi criada a de Assistência Social, a qual 
tinha por atribuição primordial formular e 
coordenar a política de combate à pobreza.
No período do regime militar, as políticas 
sociais não emplacaram e, em meio à 
crise econômica dos anos 1970 e 1980, 
ocorreu o acirramento das desigualdades 
sociais. Nesse sentido, ocorreram 
pressões dos movimentos sociais, 
principalmente do movimento sindical, 
sanitarista, dos assistentes sociais e de 
novos movimentos sociais (movimento de 
mulheres, movimento negro, movimento 
ambientalista, movimentos de defesa dos 
direitos da criança e do adolescente, os 
movimentos das populações tradicionais, 
etc.), os quais se constituíram nos sujeitos 
coletivos de um amplo processo de luta 
das classes populares contra as condições 
impostas ao povo e na luta por melhores 
condições de vida.
Esse conjunto de atores e sujeitos sociais, 
e tantos outros, conformaram o campo 
das forças progressistas que deixaram a 
marca dos direitos sociais, da democracia 
participativa, da descentralização e da 
cidadania na Constituição Federal de 1988.
Observa-se, portanto, que a assistência 
social, ao longo de sua história no Brasil, 
esteve intimamente relacionada com as 
práticas benemerentes e assistencialistas, 
desenvolvidas por instituições da 
sociedade civil com apoio do Estado. No 
entanto, no final da década de 1980, esse 
cenário passa por significativas mudanças 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil20/258
que redefiniram a história da assistência social no contexto brasileiro.
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, está, em seu capítulo II, da Seguridade 
Social, Seção I, das disposições gerais, posto:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade 
social, com base nos seguintes objetivos:
I. universalidade da cobertura e do atendimento;
II. uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III. seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV. irredutibilidade do valor dos benefícios;
V. equidade na forma de participação no custeio;
VI. diversidade da base de financiamento;
VII. caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil21/258
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998). (Constituição Federal, 1988, grifo nosso)
Observa-se, portanto, o estabelecimento de uma carta magna na população brasileira, que a 
partir de sua promulgação reconhece o acesso à assistência social como um direto universal, 
integrante da Previdência Social e de responsabilidade do Estado, assim, a “assistência 
afirmada, sobretudo a partir da metade dos anos 80, é a assistência como um direito social e 
como uma ampliação da cidadania” (SCHONS, 2008, p. 39)
Segundo Couto:
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil22/258
As décadas de 1980 e 1990 foram paradigmáticas e paradoxais no 
encaminhamento de uma nova configuração para o cenário político, 
econômico e social brasileiro. De um lado, desenvolveu-se um processo 
singular de reformas, no que se refere à ampliação do processo de 
democracia - evidenciada pela transição dos governos militares para 
governos civis - e à organização política e jurídica - especialmente 
demonstrada no desenho da Constituição promulgada em 1968, 
considerada, pela maioria dos teóricos que a analisaram, como balizadora 
da tentativa do estabelecimento de novas relações sociais no país. 
(COUTO, 2010, p. 139)
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil23/258
E, no bojo do Serviço Social, no mesmo período:
Situamo-nos na segunda metade da década de 80, mais especificamente 
a partir de 1987, quando, segundo Netto, estamos no “terceiro momento” 
da “perspectiva de intenção de ruptura” (NETTO, 1989, p. 640 e 647), 
quando o movimento de reconceituação em Serviço Social dá o 
“espraiamento sobre a categoria profissional” (NETTO, 1989, p. 508). 
Ocasião em que se daria o seu amadurecimento. Não há dúvida que os 
profissionais se defrontam com a necessidade de dar novas respostas 
às suas ações profissionais partindo de uma postura crítica e dessa 
exigência, uma vez que “a questão da cidadania vem encontrando espaço 
nas discussões sobre a profissão, tendo em vista a necessidade de se 
redefinir formas de atualização dessa profissão face às demandas que lhe 
são postas pela sociedade”, conclui uma das autoras (OLIVEIRA, 1987, p. 
11).”. (SCHONS, 2008, p. 39)
Observa-se, portanto, que a abertura política ocorrida no início da década de1980 gerou 
significativas reformulações no cenário brasileiro, sobretudo e particularmente na política 
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil24/258
de assistência social. Ao assumir a política de assistência social, o governo brasileiro passa 
a responder por ela junto à população usuária e, embora pareça óbvia tal reflexão, deve-se 
considerar o grande vácuo histórico no qual esteve instalada tal política. Nasce de um caso de 
polícia (Início da Década de 1930), passa pela manipulação de governos ditatoriais (Período 
Getúlio Vargas), serve apenas àqueles que possuem vínculo empregatício (Ditadura Militar), 
para, enfim, alcançar status enquanto política pública.
Questão
reflexão
?
para
25/258
A partir do conteúdo apresentado nesta unidade, reflita 
sobre a importância de uma política de assistência 
social no contexto de um país como o Brasil, com 
elevadíssimos índices de desigualdade social. Feito 
isso, desenvolva um texto de autorreflexão sobre 
este assunto e observe em seu cotidiano situações 
em que a intervenção do Estado poderia ser melhor 
desenvolvida, se mudado determinado cenário.
26/258
Considerações Finais
A assistência social passou por muitas transformações ao longo do tempo no 
Brasil. É de fundamental importância conhecer sua origem e história a fim de 
que seja possível uma compreensão mais aprofundada de sua relevância para 
a consolidação dos direitos sociais no contexto brasileiro.
Foi utilizada com estratégia de manobra ao longo de muitos anos, após deixar 
de ser compreendida como “caso de polícia”, no entanto, ainda nos dias de 
hoje, faz-se perceptível cotidianamente as consequências do estigma social 
construído em torno de sua importância.
A assistência social parte do atendimento às necessidades sociais numa 
perspectiva caritativa e filantrópica, evoluindo na perspectiva do direito social 
e com assentamento na Constituição Federal de 1988.
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil27/258
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 
Senado, 1998.
BRASIL. Decreto-Lei nº 525, de 1º de Julho de 1938, Institue o Conselho Nacional de Serviço 
Social e fixa as bases da organização do serviço social em todo o país. Diário Oficial da União - 
Seção 1 - 5/7/1938, Página 13384.
COUTO, Berenice Rojas. et al. O Sistema Único de Assistência Social no Brasil: uma realidade 
em movimento. São Paulo: Cortez, 2011.
GOMES, Ana Lígia. A nova regulamentação da filantropia e o marco legal do terceiro setor. In: 
Serviço Social & Sociedade. Nº 61. Ano XX. São Paulo: Cortez, 1999. p. 91-108.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação 
profissional. 9 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
IAMAMOTO, Marilda Vilela; CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: 
esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 1983.
MACHADO, Loiva Mara de Oliveira. Controle da política de assistência social: caminhos e 
descaminhos - Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012.
Unidade 1 • Construção histórica da Seguridade Social e da Política de Assistência Social no Brasil28/258
SCHONS, Selma Maria. Assistência Social entre a Ordem e a Des-Ordem: Mistificação dos 
direitos sociais e da cidadania. São Paulo: Cortez, 1999.
SPOSATI, Aldaíza de Oliveira e outros. A assistência na trajetória das políticas sociais 
brasileiras: uma questão em análise. São Paulo: Cortez, 1985.
SPOSATI, Aldaíza de Oliveira e outros. Desafios para fazer avançar a política de Assistência 
Social no Brasil. In: Serviço Social & Sociedade. Assistência e proteção social. Nº 68. Ano XXII. 
São Paulo: Cortez, 2001. p. 54-82.
Referências
29/258
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Construção Histórica da 
Seguridade Social e da Política de Assistência 
Social no Brasil - Bloco I
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Aula 1 - Tema: Construção Histórica da 
Seguridade Social e da Política de Assistência 
Social no Brasil - Bloco II
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1. Como podemos definir a ação estatal na primeira metade do século XX 
em relação à assistência social no Brasil?
a) Eram ações pautadas na perspectiva no direito, em que os cidadãos possuíam total 
subsídio do Estado para atendimento às suas necessidades sociais.
b) Eram ações caritativas e benemerentes, uma vez que o Estado interpretava as expressões 
da questão social como caso de polícia, restando à própria sociedade civil enfrentá-las.
c) Eram desenvolvidas na perspectiva da redistribuição de renda e criação de benefícios 
sociais.
d) O Estado enfrentava as expressões da questão social por meio da criação de empregos e 
aumento da capacidade de consumo da população.
e) O Estado brasileiro financiava ações empresariais para enfrentar as expressões da questão 
social.
Questão 1
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2. Em que momento e o que destaca o início da interação estatal com 
a sociedade civil em relação às atividades benemerentes da sociedade 
civil?
a) Em 1937, por meio da Criação do Conselho Nacional de Serviço Social.
b) Em 1988, por meio da promulgação da Constituição Federal de 1988.
c) Em 2004, por meio da promulgação da Política Nacional de Assistência Social.
d) Em 1943, por meio da promulgação da Consolidação das Leis Trabalhistas.
e) Em 1942, a partir da criação da Legião Brasileira de Assistência.
Questão 2
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3. Em que perspectiva é criada a Legião Brasileira de Assistência (LBA)?
a) A LBA surge com o objetivo de oferecer apoio às famílias dos soldados que foram 
encaminhados pelo governo brasileiro para o combate na Segunda Guerra Mundial.
b) Com o objetivo de centralizar as ações fiscalizatórias do Estado em relação às organizações 
assistenciais.
c) Surge na perspectiva de organizar as ações, então descentralizadas, das damas de caridade 
em relação às pessoas em situação de rua.
d) A LBA surge na perspectiva de um órgão estatal para o ordenamento de recursos 
financeiros das organizações assistenciais.
e) A LBA surge como fundo de investimentos estatal para criação de novas organizações 
sociais.
Questão 3
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4. Qual a principal característica da Constituição Federal de 1946 em 
relação à assistência social?
a) Rompe-se com o direcionamento filantrópico e caritativo, gerando uma ação estatal 
estrutural de enfrentamento à questão social.
b) Aumenta-se o repasse estatal por meio de convênios público-privados às organizações 
sociais.
c) Mantém-se o modelo assistencial com centralidade em ações filantrópicas e caritativas, 
sendo aprofundado e expandido.
d) Investe-se na ação privada no campo da saúde, criando novos serviços e formas inovadoras 
de intervenção social.
e) Contrata-se mais profissionais para atuar no campo da assistência social, promovendo 
capacitação continuada e novos instrumentos de intervenção.
Questão 4
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5. Escolha entre as alternativas a seguir, a que melhor define a ação esta-
tal em relação à assistência social no período da Ditadura Militar:
a) No período da ditadura militar, as políticas sociais foram supervalorizadas, gerando 
segurança e satisfação na população usuária.
b) No período da ditadura militar, as políticas sociais já estavam consolidadas, não havendo a 
necessidade de mobilização social para esta questão.
c) O período de regime militar no Brasil detém significativa importância em razão de seu 
excelente desempenho em relação ao enfrentamento às expressões da questão social.d) Não há registros do desempenho estatal no período do regime militar, em relação à 
assistência social. 
e) No período do regime militar, as políticas sociais não emplacaram e, em meio à crise 
econômica dos anos 1970 e 1980, ocorreu o acirramento das desigualdades sociais.
Questão 5
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Gabarito
1. Resposta: B.
No período compreendido entre 1910 
e 1930 (primeira metade do século 
XX), no Brasil, as ações benemerentes e 
filantrópicas predominam em detrimento 
da ação estatal, no que se refere à 
assistência social. Essas atividades eram 
desenvolvidas por organizações da 
sociedade civil, mais especificamente por 
organizações religiosas, que acreditavam 
que em torno de sua missão estava a 
função de estruturar meios para enfrentar 
as expressões da questão social.
2. Resposta: A.
Em 1937, no período da ditadura do 
Estado Novo (1937 a 1945) é que o Estado 
brasileiro passa a interagir com as ações da 
sociedade civil no que tange a assistência 
social. Esta interação se dá por meio da 
criação do Conselho Nacional de Serviço 
Social (CNSS), que teve como presidente 
Ataulpho de Paiva, em detrimento de suas 
propostas de criação de uma assistência 
social pública.
3. Resposta: A.
Em 1942 é criada a Legião Brasileira 
de Assistência Social (LBA), pela então 
primeira dama da república Darcy Vargas. 
A LBA surge com o objetivo de oferecer 
apoio às famílias dos soldados que foram 
encaminhados pelo governo brasileiro para 
o combate na Segunda Guerra Mundial. 
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Considerou-se que ao encaminhar os 
chefes de família à guerra, seria necessária 
a oferta de subsídios que possibilitassem a 
manutenção do lar.
4. Resposta: C.
Em 1946, com a promulgação de 
uma nova Constituição Federal (CF), 
desencadeou-se no país um processo de 
democratização, um dos avanços ocorreu 
com a descentralização do poder da 
esfera federal e a garantia de autonomia 
aos poderes executivos e legislativos 
estaduais. O modelo assistencial baseado 
na filantropia e na benemerência privadas 
foi mantido, aprofundado e expandido, na 
medida em que se estimulou o surgimento 
Gabarito
de instituições assistenciais públicas e 
privado-filantrópicas por todo o país, do 
que resultou um emaranhado de ações 
e práticas sem unidade ou perspectiva 
política.
5. Resposta: E.
No período do regime militar, as políticas 
sociais não emplacaram e, em meio à 
crise econômica dos anos 1970 e 1980, 
ocorreu o acirramento das desigualdades 
sociais. Nesse sentido, ocorreram 
pressões dos movimentos sociais, 
principalmente do movimento sindical, 
sanitarista, dos assistentes sociais e de 
novos movimentos sociais (movimento de 
mulheres, movimento negro, movimento 
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ambientalista, movimentos de defesa dos 
direitos da criança e do adolescente, os 
movimentos das populações tradicionais, 
etc.), os quais se constituíram nos sujeitos 
coletivos de um amplo processo de luta 
das classes populares contra as condições 
impostas ao povo e na luta por melhores 
condições de vida.
Gabarito
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Unidade 2
Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de 
deliberação e de pactuação
Objetivos
1. Compreender conceitualmente o 
significado do SUAS;
2. Entender a organização dos tipos de 
proteção da assistência social;
3. Introduzir os aspectos estruturantes 
do SUAS.
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação39/258
O SUAS no Contexto da PNAS
O Sistema Único de Assistência Social, SUAS, é público e tem como principal objetivo organizar, 
de forma descentralizada, entre os três níveis de governo (municipal, estadual e federal) os 
serviços que compõem a rede de serviços sócio assistenciais em todo território brasileiro. 
O referido sistema se dá por consequência da PNAS, que ao desenhar a política pública de 
assistência, demanda a criação de um sistema que, de maneira planejada e organizada, deverá 
atribuir materialidade às ações da assistência social. O SUAS materializa, portanto, o conteúdo 
da Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS.
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação40/258
Segundo PNAS:
O SUAS, cujo modelo de gestão é descentralizado e participativo, 
constitui-se na regulação e organização em todo território nacional das 
ações sócio assistenciais. Os serviços, programas, projetos e benefícios 
têm como foco prioritário a atenção às famílias, seus membros e 
indivíduos e o território como base de organização, que possam a ser 
definidos pelas funções que desempenham, pelo número de pessoas 
que delas necessitam e pela sua complexidade. Pressupõe, ainda, 
gestão compartilhada, cofinanciamento da política pelas três esferas de 
governo e definição clara das competências técnico-políticas da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, com a participação e mobilização 
da sociedade civil, e estes têm o papel efetivo da sua implantação e 
implementação. (PNAS, 2005, p. 39)
Nesta perspectiva, o SUAS prevê de forma organizada e planejada as ações no campo da 
assistência social, conjeturando em igual medida definições e tipologias importantes para a 
consecução da política pública de assistência social como direito social.
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação41/258
Para saber mais
Você sabe o que são condicionalidades da Política Nacional de Assistência Social?
As condicionalidades são os compromissos assumidos tanto pelas famílias beneficiárias do Bolsa 
Família quanto pelo poder público para ampliar o seu acesso aos direitos sociais básicos. Por 
um lado, as famílias devem assumir e cumprir esses compromissos para continuar recebendo o 
benefício, por outro, as condicionalidades responsabilizam o poder público pela oferta dos serviços 
públicos de saúde, educação e assistência social.
Na área de saúde, as famílias beneficiárias assumem o compromisso de acompanhar o cartão 
de vacinação, o crescimento e o desenvolvimento das crianças menores de 7 anos. As mulheres 
na faixa de 14 a 44 anos também devem fazer o acompanhamento e, se gestantes ou nutrizes 
(lactantes), devem realizar o pré-natal e o acompanhamento da sua saúde e do bebê.
Na educação, todas as crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos devem estar devidamente 
matriculados e com frequência escolar mensal mínima de 85% da carga horária. Já os estudantes 
entre 16 e 17 anos devem ter frequência de, no mínimo, 75%.
O poder público deve fazer o acompanhamento gerencial para identificar os motivos do não 
cumprimento das condicionalidades. A partir daí, são implementadas ações de acompanhamento 
das famílias em descumprimento, consideradas em situação de maior vulnerabilidade social.
A família que encontra dificuldades em cumprir as condicionalidades deve, além de buscar 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação42/258
Para saber mais
orientações com o gestor municipal do Bolsa Família, procurar o Centro de Referência de 
Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) ou a 
equipe de assistência social do município. O objetivo é auxiliar a família a superar as dificuldades 
enfrentadas.
Esgotadas as chances de reverter o descumprimento das condicionalidades, a família pode 
ter o benefício do Bolsa Família bloqueado, suspenso ou até mesmo cancelado. Todas as 
informações relacionadas às condicionalidades das famílias podem ser encontradas no Sistema 
de Condicionalidades do Programa Bolsa Família (Sicon). (Fonte: <http://www.mds.gov.br/
bolsafamilia/condicionalidades>).O SUAS: Elementos Estruturantes 
O SUAS estabelece elementos que constituem a base para a execução da política pública de 
assistência social em conformidade com o estabelecido na PNAS do ponto de vista do marco 
ideológico, sendo que extrapola tais elementos quando atribuídos à perspectiva da aplicação 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação43/258
à realidade concreta, ou seja, supera 
os princípios estabelecidos pela PNAS, 
quando aplicados à realidade, constituindo 
novos elementos de cunho prático, 
constituindo os eixos estruturantes e de 
subsistemas, conforme a seguir:
• Matricialidade familiar;
• Descentralização político-
administrativa e territorialização;
• Novas bases para a relação entre 
Estado e Sociedade Civil;
• Financiamento;
• Controle Social;
• O desafio da participação popular/ 
cidadão usuário;
• A política de recursos humanos;
• A informação, o monitoramento e a 
avaliação;
No campo das novas relações que se 
estabelecem entre sociedade civil e Estado, 
destaca-se a parceria entre organizações 
governamentais ou, o próprio Estado, com 
ONGs, na construção e consolidação das 
redes de atenção e proteção, previstas na 
PNAS e instituídas no SUAS. 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação44/258
A gravidade dos problemas sociais brasileiros exige que o Estado 
estimule a sinergia e gere espaços de colaboração, mobilizando recursos 
potencialmente existentes na sociedade, tornando imprescindível contar 
com a sua participação em ações integradas, de modo a multiplicar seus 
efeitos e chances de sucesso. Desconhecer a crescente importância da 
atuação das organizações da sociedade nas políticas sociais é reproduzir 
a lógica ineficaz e irracional da fragmentação, descoordenação, 
superposição e isolamento das ações. (PNAS, 2005 p. 47)
O financiamento do SUAS possui assento 
na Constituição Federal, que em seu 
art. 195 dispõe do financiamento da 
Seguridade Social, afirma que esta possui 
orçamento próprio, por meio do custeio 
de toda a sociedade, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e das contribuições sociais.
O controle social, assim como o 
financiamento da seguridade social, possui 
assento na CF-88, como instrumento de 
efetivação da participação popular, com 
caráter democrático e participativo. No 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação45/258
SUAS, os conselhos têm como principal papel a fiscalização da política e seu financiamento. 
Com relação ao controle social, Machado assevera:
Considerando que controle social na Política de Assistência Social 
significa processo permanente de construção - permeado por relações 
contraditórias se segmentos da sociedade civil entre si e destes com o 
Estado no que se refere à gestão do poder e ao exercício democrático 
de participação -, busca-se neste item dar visibilidade às concepções 
de sociedade civil acerca do controle social. Pretende-se, igualmente, 
identificar alguns fatores que dificultam o exercício do controle 
social na Política de Assistência Social e a novidade que esse controle 
representa como mediação necessária ao fortalecimento da democracia 
participativa. Também busca-se destacar as dimensões integrantes do 
controle social e sua finalidade no contexto de redemocratização do 
Estado brasileiro. (MACHADO, 2012 p. 128)
Portanto, as instâncias de controle social por meio de conferências e conselhos se constituem 
tanto como um avanço da PNAS na perspectiva do SUAS, quanto um grande desafio de 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação46/258
materializar o art. 5o da LOAS, inciso II ao legitimar a participação popular na política pública de 
assistência social.
Segundo Yazbek:
Importante destacar que esse estímulo à participação nos CRAS, 
conselhos e conferências tem sido conduzido pelos profissionais que 
trabalham nas unidades e serviços sócio assistenciais, o que revela o 
lugar estratégico da atuação dos trabalhadores do setor. (Yazbek et al., 
2010, p. 193)
Tal afirmação possibilita o encontro entre o papel dos profissionais envolvidos na política 
de assistência, bem como na política de recursos humanos prevista para a identificação e 
o progresso dos trabalhadores que participam do processo de desenvolvimento da política 
pública de assistência social. 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação47/258
O dinamismo, e diversidade e a complexidade da realidade social pautam 
questões sociais que se apresentam sob formas diversas de demandas 
para a política de assistência social, e que exigem a criação de uma gama 
diversificada de serviços que atendam às especificidades da expressão da 
questão social apresentada para esta política. (PNAS, 2005 p. 53)
Assim, várias funções são criadas, o que acaba por determinar a necessidade de definições 
estruturais a fim de qualificar a possibilitar que por meio da atuação técnica, as intervenções 
dos trabalhadores alcancem os níveis de eficácia e eficiência necessários.
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação48/258
Por fim, um dos mais importantes elementos constituintes do SUAS dá-se pela perspectiva da 
informação, monitoramento e avaliação da política de assistência social, por meio da criação 
de um sistema oficial de informação que tem como objetivo central a mensuração da eficiência 
e eficácia das ações pré-ideadas nos planos de trabalho.
Para saber maisEntrada de Famílias no Programa Bolsa Família
Serão habilitadas a entrar no Programa Bolsa Família as famílias:
 » Com cadastros atualizados nos últimos 24 meses;
 » Com renda mensal por pessoa menor ou igual ao limite de extrema pobreza (R$ 77,00);
 » Com renda mensal por pessoa entre os limites de extrema pobreza e pobreza (R$ 77,01 e R$ 
154,00), desde que possuam crianças e/ou adolescentes de 0 a 17 anos na sua composição.
(Fonte: <http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/beneficios/entrada-de-familias-no-
programa%20%20>)
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação49/258
O que se pretende claramente com tal deliberação é a implantação 
de políticas articuladas de informação, monitoramento e avaliação 
que realmente promovam novos patamares de desenvolvimento 
da política de assistência social no Brasil, das ações realizadas e da 
utilização de recursos, favorecendo a participação, o controle social e 
uma gestão otimizada da política. Desenhados de forma a fortalecer 
a democratização da informação, na amplitude de circunstâncias que 
perfazem a política de assistência social, estas políticas e as ações 
resultantes deverão pautar-se principalmente na criação de sistemas de 
informação, que serão base estruturante e produto do Sistema Único de 
Assistência Social e na integração das bases de dados de interesse para o 
campo sócio assistencial, com a definição de indicadores específicos de 
tal política pública. (PNAS, 2005, p. 56)
Assim, atua-se na perspectiva de compreender os processos de informação, monitoramento 
e avaliação na seara da assistência social, e que eles sejam considerados como setores 
estratégicos da gestão da política pública, “cessando com uma utilização tradicionalmente 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significadosócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação50/258
circunstancial e tão somente instrumental deste campo, o que é central para o ininterrupto 
aprimoramento da política de assistência social no país” (PNAS, 2005, p. 58).
Os Tipos de Proteção da Assistência Social 
A fim de que seja possível a apresentação dos tipos de proteção previstos pela PNAS e pelo 
SUAS, faz-se necessário conhecer conceitualmente a quem se destina a PNAS, ou seja, qual o 
público usuário da mesma. Em conformidade com o estabelecido na própria PNAS, constitui-se 
como público usuário da referida política:
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação51/258
[...] cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade 
e riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de 
vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; 
identidades estigmatizadas em termos étnicos, culturais e sexuais; 
desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza 
e, ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias 
psicoativas; diferentes formas de violências advinda do núcleo familiar, 
grupos e indivíduos, inserção precária ou não inserção no mercado de 
trabalho formal ou informal; estratégias e alternativas diferenciadas de 
sobrevivência que podem representar risco pessoal e social. (PNAS, 2005, 
p. 33)
Diante dessa informação, foram constituídas proteções afiançadas, ou seja, acreditadas ao 
público alvo da política pública de assistência (por tratar-se de política social não contributiva), 
sendo elas:
• Proteção Social Básica;
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação52/258
• Proteção Social Especial;
• Proteção Social Especial de Média Complexidade;
• Proteção Social Especial de Alta Complexidade;
A proteção social básica tem como principal objetivo consolidar o aspecto preventivo da 
política de assistência, atuando com centralidade em atividades que promovam a aquisição 
e o desenvolvimento de potencialidades, bem como o fortalecimento de vínculos familiares e 
comunitários, conforme princípios previstos na própria política pública de assistência social.
Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social 
decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo 
acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos 
afetivos - relacionais ou de pertencimento social (discriminações etárias, 
étnicas, de gênero ou por deficiências, dentro outras). (PNAS, 2005 p. 33)
Os benefícios de prestação continuada, bem como os eventuais, constituem a proteção social 
básica, sendo compostos conforme a seguir:
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação53/258
O benefício de prestação continuada (BPC) pertence à política de assistência social, está 
previsto na LOAS (seção I, art. 20), cuja operacionalização dá-se pelo Instituto Nacional do 
Seguro Social (INSS) e trata da:
[...] garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e 
ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não 
possuir meios de prover a própria manutenção nem tê-la provida por sua 
família (Redação dada pela Lei no 12.435 de 2011). (LOAS, 2013)
Neste sentido, considera-se como família:
[...] a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, 
os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos 
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde 
que vivam sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011). 
(LOAS, 2013)
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação54/258
A seguir, seguem informações importantes 
decorrentes da revisão da LOAS, ocorrida 
por consequência da Lei 12.435/11, com 
o principal objeto de intervenção o BPC, 
sendo elas:
§ 2o Para efeito de concessão 
deste benefício, considera-
se: (Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011)
I - pessoa com deficiência: 
aquela que tem impedimentos 
de longo prazo de natureza 
física, intelectual ou sensorial, 
os quais, em interação com 
diversas barreiras, podem 
obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade com as 
demais pessoas. (Redação dada 
pela Lei nº 12.435, de 2011)
II - impedimentos de longo 
prazo: aqueles que incapacitam 
a pessoa com deficiência para 
a vida independente e para o 
trabalho pelo prazo mínimo de 
2 (dois) anos. (Redação dada 
pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 2o Para efeito de concessão 
deste benefício, considera-se 
pessoa com deficiência aquela 
que tem impedimentos de 
longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, 
os quais, em interação com 
diversas barreiras, podem 
obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação55/258
igualdade de condições com as 
demais pessoas. (Redação dada 
pela Lei nº 12.470, de 2011)
§ 3o Considera-se incapaz de 
prover a manutenção da pessoa 
com deficiência ou idosa a 
família cuja renda mensal per 
capita seja inferior a 1/4 (um 
quarto) do salário-mínimo. 
(Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011)
§ 4o O benefício de que trata 
este artigo não pode ser 
acumulado pelo beneficiário 
com qualquer outro no 
âmbito da seguridade social 
ou de outro regime, salvo os 
da assistência médica e da 
pensão especial de natureza 
indenizatória. (Redação dada 
pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 5o A condição de acolhimento 
em instituições de longa 
permanência não prejudica o 
direito do idoso ou da pessoa 
com deficiência ao benefício de 
prestação continuada. (Redação 
dada pela Lei nº 12.435, de 
2011)
§ 6o A concessão do benefício 
ficará sujeita à avaliação 
da deficiência e do grau de 
incapacidade, composta por 
avaliação médica e avaliação 
social, realizadas por médicos 
peritos e por assistentes sociais 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação56/258
do Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS). (Redação dada 
pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 6º A concessão do benefício 
ficará sujeita à avaliação 
da deficiência e do grau de 
impedimento de que trata o 
§ 2o, composta por avaliação 
médica e avaliação social, 
realizadas por médicos peritos 
e por assistentes sociais do 
Instituto Nacional de Seguro 
Social - INSS. (Redação dada 
pela Lei nº 12.470, de 2011)
§ 7º Na hipótese de não 
existirem serviços no município 
de residência do beneficiário, 
fica assegurado, na forma 
prevista em regulamento, o seu 
encaminhamento ao município 
mais próximo que contar com 
tal estrutura. (Incluído pela Lei 
nº 9.720, de 30.11.1998)
§ 8o A renda familiar mensal 
a que se refere o § 3o deverá 
ser declarada pelo requerente 
ou seu representante legal, 
sujeitando-se aos demais 
procedimentos previstos 
no regulamento para o 
deferimento do pedido. 
(Incluído pela Lei nº 9.720, de 
30.11.1998) 
§ 9º A remuneração da pessoa 
com deficiência na condição de 
aprendiz não será considerada 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação57/258
para fins do cálculo a que se 
refere o § 3o deste artigo. 
(Incluído pela Lei nº 12.470, de 
2011)
§ 10. Considera-se 
impedimento de longo prazo, 
para os fins do § 2o deste 
artigo, aquele que produza 
efeitospelo prazo mínimo de 2 
(dois) anos. (Incluído pela Lei nº 
12.470, de 2011)
Art. 21. O benefício de 
prestação continuada deve 
ser revisto a cada 2 (dois) anos 
para avaliação da continuidade 
das condições que lhe deram 
origem. (Vide Lei nº 9.720, de 
30.11.1998)
§ 1º O pagamento do benefício 
cessa no momento em que 
forem superadas as condições 
referidas no caput, ou em caso 
de morte do beneficiário.
§ 2º O benefício será 
cancelado quando se constatar 
irregularidade na sua concessão 
ou utilização.
§ 3o O desenvolvimento 
das capacidades cognitivas, 
motoras ou educacionais e a 
realização de atividades não 
remuneradas de habilitação 
e reabilitação, entre outras, 
não constituem motivo de 
suspensão ou cessação do 
benefício da pessoa com 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação58/258
deficiência. (Incluído pela Lei nº 
12.435, de 2011)
§ 4o A cessação do benefício 
de prestação continuada 
concedido à pessoa com 
deficiência, inclusive em razão 
do seu ingresso no mercado 
de trabalho, não impede nova 
concessão do benefício, desde 
que atendidos os requisitos 
definidos em regulamento. 
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 
2011)
§ 4º A cessação do benefício 
de prestação continuada 
concedido à pessoa com 
deficiência não impede nova 
concessão do benefício, desde 
que atendidos os requisitos 
definidos em regulamento. 
(Redação dada pela Lei nº 
12.470, de 2011)
Art. 21-A. O benefício 
de prestação continuada 
será suspenso pelo órgão 
concedente quando a pessoa 
com deficiência exercer 
atividade remunerada, 
inclusive na condição de 
microempreendedor individual. 
(Incluído pela Lei nº 12.470, de 
2011)
§ 1o Extinta a relação 
trabalhista ou a atividade 
empreendedora de que 
trata o caput deste artigo e, 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação59/258
quando for o caso, encerrado 
o prazo de pagamento do 
seguro-desemprego e não 
tendo o beneficiário adquirido 
direito a qualquer benefício 
previdenciário, poderá ser 
requerida a continuidade 
do pagamento do benefício 
suspenso, sem necessidade de 
realização de perícia médica ou 
reavaliação da deficiência e do 
grau de incapacidade para esse 
fim, respeitado o período de 
revisão previsto no caput do art. 
21. (Incluído pela Lei nº 12.470, 
de 2011)
§ 2o A contratação de pessoa 
com deficiência como aprendiz 
não acarreta a suspensão 
do benefício de prestação 
continuada, limitado a 2 
(dois) anos o recebimento 
concomitante da remuneração 
e do benefício. (Incluído pela 
Lei nº 12.470, de 2011) (LOAS, 
2013 – grifo nosso)
Os chamados benefícios eventuais, 
também componentes da proteção 
social básica, são de caráter suplementar 
e provisório, concedidos em casos 
emergentes de calamidade pública, 
nascimento, morte ou situações de 
vulnerabilidade temporária. Possuem 
como principal objetivo fortalecer as 
potencialidades individuais e familiares 
e, como o BPC, também possui assento 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação60/258
na Lei 8742/93 (LOAS). A possibilidade e 
valor dos benefícios concedidos devem 
ser definidos pelos entes federativos, bem 
como previstos nas leis orçamentárias, 
com base em critérios estabelecidos em 
conformidade com as deliberações dos 
Conselhos de Assistência Social.
O Conselho Nacional de 
Assistência Social - CNAS, 
por meio da Resolução 
Nº 212, de 19 de outubro 
de 2006, e a União, por 
intermédio do Decreto Nº 
6.307, de 14 de dezembro 
de 2007, estabeleceram 
critérios orientadores para a 
regulamentação e provisão 
de Benefícios Eventuais no 
âmbito da Política Pública 
de Assistência Social pelos 
Municípios, Estados e Distrito 
Federal.
Para tanto, os Municípios 
devem estruturar um conjunto 
de ações, tais como:
• Regulamentar 
a prestação dos 
Benefícios Eventuais;
• Assegurar, em lei 
orçamentária, os 
recursos necessários 
à oferta destes 
benefícios;
• Organizar o 
atendimento aos 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação61/258
beneficiários.
Os Estados também têm como 
responsabilidade na efetivação 
desse direito a destinação 
de recursos financeiros 
aos Municípios, a título de 
cofinanciamento do custeio 
dos Benefícios Eventuais. (MDS, 
2013)
Conforme lei 8742/93 (LOAS), art. 22:
Art. 22. Entendem-se por 
benefícios eventuais as 
provisões suplementares e 
provisórias que integram 
organicamente as garantias 
do Suas e são prestadas aos 
cidadãos e às famílias em 
virtude de nascimento, morte, 
situações de vulnerabilidade 
temporária e de calamidade 
pública. (Redação dada pela Lei 
nº 12.435, de 2011)
§ 1o A concessão e o valor 
dos benefícios de que trata 
este artigo serão definidos 
pelos Estados, Distrito Federal 
e Municípios e previstos nas 
respectivas leis orçamentárias 
anuais, com base em critérios 
e prazos definidos pelos 
respectivos Conselhos de 
Assistência Social. (Redação 
dada pela Lei nº 12.435, de 
2011)
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação62/258
§ 2o O CNAS, ouvidas as respectivas representações de Estados e Municípios dele 
participantes, poderá propor, na medida das disponibilidades orçamentárias das 
3 (três) esferas de governo, a instituição de benefícios subsidiários no valor de até 
25% (vinte e cinco por cento) do salário-mínimo para cada criança de até 6 (seis) 
anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
§ 3o Os benefícios eventuais subsidiários não poderão ser cumulados com aqueles 
Para saber mais
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) organizou uma Biblioteca Virtual 
unificada das cinco temáticas de atuação: Assistência Social, Bolsa Família, Segurança Alimentar e 
Nutricional, Inclusão Produtiva e Avaliação e Gestão da Informação. A seguir, acesse as publicações 
sobre Assistência Social e as respectivas fichas catalográficas:
Acesse em: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-
social-snas/biblioteca>.
(Fonte: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-
social-snas/biblioteca>)
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação63/258
instituídos pelas Leis no 10.954, de 29 de setembro de 2004, e no 10.458, de 14 de 
maio de 2002. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
A existência de ambos os benefícios, desonera, portanto, a Previdência Social do pagamento de 
renda mensal vitalícia, do auxílio-natalidade e do auxílio funeral, antes existentes no âmbito da 
Previdência Social.
A proteção social especial, diferentemente da proteção social básica, tem caráter interventivo 
em situações de violação de direitos, seja na esfera objetiva (violência física, exploração sexual, 
etc.) ou subjetiva (psicológica), sendo este o grupo de usuários da política de assistência social, 
na perspectiva da proteção social especial.
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação64/258
A realidade brasileira nos mostra que existem famílias com as mais 
diversas situações socioeconômicas que induzem à violação de direitos 
de seus membros, em especial, de suas crianças, adolescentes, jovens, 
idosos e pessoas com deficiência, além da geração de outros fenômenos 
como: pessoas em situação de rua, migrantes, idosos abandonados 
que estão nesta condiçãonão pela ausência de renda, mas por outras 
variáveis da exclusão social. (PNAS, 2005, p. 36).
Partindo desta compreensão e das situações de violação de direitos, entende-se a necessidade 
do estabelecimento de uma proteção social, voltada especificamente ao tratamento das 
extremas situações. Ocorrências que para serem combatidas, necessitam de intervenção 
conjunta e compartilhada entre a assistência social e as demais políticas setoriais e Poder 
Judiciário, Ministério Público, bem como outros órgãos e ações do Poder Executivo. Desta 
forma, “a ênfase da proteção social especial deve priorizar a reestruturação dos serviços de 
abrigamento dos indivíduos que, por uma série de fatores, não contam mais com a proteção e o 
cuidado de suas famílias, para as novas modalidades de atendimento”. (PNAS, 2005, p. 37)
A proteção social especial é dividida, compreendendo-se os diferentes níveis de complexidade 
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação65/258
apresentados pelas demandas atendidas 
pela política pública de assistência social. 
Divide-se a proteção social especial, entre 
média e alta complexidade.
A proteção social de média complexidade 
é composta pelo conjunto de medidas que 
possibilitam o atendimento aos indivíduos 
e às famílias que, embora tenham 
seus direitos violados, não apresentam 
rompimento de vínculos familiares ou 
comunitários. E, neste sentido, demandam 
intervenções pautadas por contundente 
estruturação técnico-operativa, 
especializada e individualizada.
A proteção social de alta complexidade 
é, por sua vez, constituída por ações que, 
considerando a violação de direitos, 
demanda a intervenção do poder 
público na perspectiva de garantir 
proteção integral ao indivíduo ou ao 
grupo familiar, por meio da concessão 
de moradia, alimentação, higienização e 
trabalho protegido, quando da iminência 
da exposição ao risco de morte ou de 
continuidade da violação de direitos 
(exploração sexual, violência física, entre 
outras).
Questão
reflexão
?
para
66/258
A partir da leitura do material proposto, reflita sobre as 
potencialidades do Benefício de Prestação Continuada para a 
efetivação da Política Nacional de Assistência Social.
Para que esta reflexão seja possível, sugere-se que você faça 
a leitura dos temas anteriores, bem como a leitura deste tema 
com profundidade.
67/258
Considerações Finais
A Política Nacional de Assistência Social, na particularidade do Sistema 
Único de Assistência Social, possui peculiaridades importantes em 
relação às demais políticas públicas e, estas, devem ser consideradas.
O Sistema Único de Assistência Social possui uma importante 
organicidade que deve ser considerada para a compreensão do 
funcionamento dos serviços e dos diferentes tipos de proteção social. 
Independente de qual seja o tipo de proteção social, o profissional 
deve ter a compreensão de que a relevância de sua atuação é muito 
significativa para o usuário e, neste sentido, as legislações e os 
parâmetros técnicos de atuação profissional são muito importantes.
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação68/258
Referências 
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional da 
Assistência Social – PNAS – Versão Original. Aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência 
Social por intermédio da Resolução nº. 145, de 15 de outubro de 2004 e publicada no diário 
oficial da união – DOU do dia 28 de outubro de 2004.
BRASIL. Presidência da República. Altera a Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe 
sobre a organização da Assistência Social.
BRASIL. Presidência da República. Lei Orgânica da Assistência Social, n. 8.742, de 7 de setembro 
de 1993.
MACHADO, Loiva Mara de Oliveira. Controle da política de assistência social: caminhos e 
descaminhos - Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Histórico dos benefícios eventuais. 
Brasília, 2008. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/suas/revisoes_bpc/benefícios-eventuais/
historico-dos-beneficios-eventuais>. Acesso em: 25 de jul. 2015.
Unidade 2 • Dinâmica de funcionamento do SUAS e o significado sócio institucional das instâncias de deliberação e de pactuação69/258
YAZBEK, M. C. ; RAICHELIS, D. R. ; SILVA, Maria Ozanira da Silva e ; COUTO, Berenice Rojas . 
Avaliando a implantação do Sistema Único de Assistência Social no Brasil. In: IV JOINP, 2009, 
São Luis. IV Jornada Internacional de Políticas Públicas - São Luis UFMA/Programa de Pós 
Graduação em Políticas. São Luis: Editora da Universidade Federal do Maranhão- EDUFAMA, 
2010.
Referências
70/258
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Dinâmica de Funcionamento do 
SUAS e o Significado Sócio-Institucional das 
Instâncias de Deliberação e de Pactuação - 
Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
0f414a42529bce2944f0e5c83e1dab02>.
Aula 2 - Tema: Dinâmica de Funcionamento do 
SUAS e o Significado Sócio-Institucional das 
Instâncias de Deliberação e de Pactuação - 
Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/3b19cd9391a5dbd1569929ccfac56039>.
71/258
1. Identifique entre as questões a seguir, a que melhor define os objetivos 
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)?
a) Sistema Único de Assistência Social, SUAS, é um sistema misto que tem como principal 
objetivo organizar, de forma centralizada, entre os três níveis de governo (municipal, 
estadual e federal) os serviços que compõem a rede de serviços sócio assistenciais em todo 
território brasileiro.
b) Sistema Único de Assistência Social, SUAS, é um sistema público que tem como principal 
objetivo organizar, de forma centralizada, os serviços que compõem a rede de serviços 
sócio assistenciais em todo território brasileiro.
c) Sistema Único de Assistência Social, SUAS, é um sistema público que tem como principal 
objetivo organizar, de forma centralizada, os serviços que compõem a rede de serviços 
sócio assistenciais em todo território brasileiro.
d) Sistema Único de Assistência Social, SUAS, é um sistema privado que tem como principal 
objetivo organizar os serviços que compõem a rede de serviços sócio assistenciais em todo 
território brasileiro.
e) Sistema Único de Assistência Social, SUAS, é um sistema público que tem como principal 
Questão 1
72/258
objetivo organizar, de forma descentralizada, entre os três níveis de governo (municipal, 
estadual e federal) os serviços que compõem a rede de serviços sócio assistenciais em todo 
território brasileiro.
Questão 1
73/258
2. O SUAS, cujo modelo de gestão é descentralizado e participativo, cons-
titui-se na regulação e organização em todo território nacional das ações 
sócio assistenciais e possui um foco prioritário importante de atenção. Ob-
serve entre as alternativas a seguir, a que melhor define o foco prioritário 
de atenção do SUAS no contexto da PNAS:
a) O foco prioritário do SUAS se assenta na proposta de uma atuação inter setorial entre 
diferentes políticas públicas com o objetivo central de fortalecimento de grupos sociais 
para o enfrentamento à pobreza e aos diferentes modos de exclusão social.
b) O foco prioritário do SUAS se assenta na proposta de uma atuação inter setorial entre 
diferentes políticas públicas com o objetivo central de fortalecimento de grupos sociais 
(unicamente) para o enfrentamento à pobreza e aos diferentes modos de exclusão social.
c) Os serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social têm como foco 
prioritário a interlocução entre diferentes políticas setoriaisque possam ser definidos pelas 
funções que desempenham, pelo número de pessoas que delas necessitam e pela sua 
complexidade.
Questão 2
74/258
d) Os serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social têm como foco 
prioritário a atenção às famílias, seus membros e indivíduos e o território como base de 
organização, que possam a ser definidos pelas funções que desempenham, pelo número de 
pessoas que delas necessitam e pela sua complexidade.
e) Os serviços, programas, projetos e benefícios da saúde tem como foco prioritário a atenção 
aos indivíduos, e ao território como base de organização, que possam a ser definidos pelas 
funções que desempenham, pelo número de pessoas que delas necessitam e pela sua 
complexidade.
Questão 2
75/258
3. Na Política de Assistência Social, os Conselhos possuem importante pa-
pel. Observe entre as alternativas a seguir, a que apresenta o papel dos 
Conselhos na Política de Assistência Social:
a) Os Conselhos têm o papel de patrocinar as ações estatais no campo da assistência social.
b) Os Conselhos têm o papel de promover ações intersetoriais no campo da assistência, 
garantindo a consecução dos objetivos do SUAS.
c) Os Conselhos são instrumentos de efetivação da participação popular, com caráter 
democrático e participativo. No SUAS, os conselhos têm como principal papel a fiscalização 
da política e seu financiamento.
d) Os Conselhos são instrumentos de efetivação da participação político-partidária da 
população, com caráter democrático e participativo. No SUAS, os conselhos têm como 
principal papel a fiscalização da política e seu financiamento
e) Não há previsão de Conselhos na Política Social de Assistência.
Questão 3
76/258
4. Identifique entre as alternativas a seguir, a que melhor expuser o perfil 
do público alvo/usuário da política pública de assistência social no Brasil:
a) Constitui-se como público usuário da referida política, grupos que se encontram em 
situações de vulnerabilidade e riscos sociais, tais como: fragilidade de vínculos, identidades 
estigmatizadas, deficiências, drogadição ou demais violências advindas do núcleo familiar.
b) Constitui-se como público usuário da referida política, cidadãos e grupos que se 
encontram em situações de vulnerabilidade e riscos sociais, tais como: fragilidade de 
vínculos, identidades estigmatizadas, deficiências, drogadição ou demais violências 
advindas do núcleo familiar.
c) Constitui-se como público usuário da referida política, indivíduos que se encontram em 
situações de vulnerabilidade e riscos sociais, tais como: fragilidade de vínculos, identidades 
estigmatizadas, deficiências, drogadição ou demais violências advindas do núcleo familiar.
d) Constitui-se como público usuário da referida política, cidadãos e grupos que se 
encontram em situações de vulnerabilidade e riscos de saúde, tais como: fragilidade 
de vínculos, identidades estigmatizadas, deficiências, drogadição ou demais violências 
advindas do núcleo familiar.
e) Qualquer cidadão tem direito de acesso à política pública de assistência social.
Questão 4
77/258
5. A proteção social básica tem como principal objetivo consolidar o as-
pecto preventivo da política de assistência, atuando com centralidade em 
atividades que promovam a aquisição e desenvolvimento de potencialida-
des. Neste sentido, identifique entre as alternativas a seguir, a que descreva 
o público alvo da proteção social básica:
a) Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da 
pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre 
outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais ou de pertencimento social 
(discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
b) Destina-se aos indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade social decorrente da 
pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre 
outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais ou de pertencimento social 
(discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
c) Destina-se aos segurados que vivem em situação de vulnerabilidade social decorrente da 
pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre 
outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais ou de pertencimento social 
Questão 5
78/258
(discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
d) Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente 
de doença física ou mental e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais ou de 
pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre 
outras).
e) Destina-se à população em geral, que julgue a necessidade de recorrer a um serviço de 
assistência social.
Questão 5
79/258
Gabarito
1. Resposta: E.
O Sistema Único de Assistência 
Social, SUAS, é público e tem como 
principal objetivo organizar, de forma 
descentralizada entre os três níveis de 
governo (municipal, estadual e federal) os 
serviços que compõem a rede de serviços 
sócio assistenciais em todo território 
brasileiro. O referido sistema se dá por 
consequência da PNAS, que ao desenhar 
a política pública de assistência, demanda 
a criação de um sistema que, de maneira 
planejada e organizada, deverá atribuir 
materialidade às ações da assistência 
social. O SUAS materializa, portanto, o 
conteúdo da Lei Orgânica de Assistência 
Social - LOAS.
2. Resposta: D.
O SUAS, cujo modelo de gestão é 
descentralizado e participativo, constitui-
se na regulação e organização em todo 
território nacional das ações sócio 
assistenciais. Os serviços, programas, 
projetos e benefícios têm como foco 
prioritário a atenção às famílias, seus 
membros e indivíduos e o território como 
base de organização, que possam a ser 
definidos pelas funções que desempenham, 
pelo número de pessoas que delas 
necessitam e pela sua complexidade. 
Pressupõe, ainda, gestão compartilhada, 
co-financiamento da política pelas três 
esferas de governo e definição clara das 
competências técnico-políticas da União, 
80/258
Gabarito
Estados, Distrito Federal e Municípios, com 
a participação e mobilização da sociedade 
civil, e estes têm o papel efetivo da sua 
implantação e implementação.
3. Resposta: C.
O controle social, assim como o 
financiamento da seguridade social, possui 
assento na CF-88, como instrumento de 
efetivação da participação popular, com 
caráter democrático e participativo. No 
SUAS, os conselhos têm como principal 
papel a fiscalização da política e seu 
financiamento.
4. Resposta: B.
Constitui-se como público usuário da 
referida política, cidadãos e grupos 
que se encontram em situações de 
vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias 
e indivíduos com perda ou fragilidade de 
vínculos de afetividade, pertencimento e 
sociabilidade; ciclos de vida; identidades 
estigmatizadas em termos étnicos, cultural 
e sexual; desvantagem pessoal resultante 
de deficiências; exclusão pela pobreza e, 
ou, no acesso às demais políticas públicas; 
uso de substâncias psicoativas; diferentes 
formas de violências advindas do núcleo 
familiar, grupos e indivíduos, inserção 
precária ou não inserção no mercado de 
trabalho formal ou informal; estratégias e 
alternativas diferenciadas de sobrevivência 
que podem representar risco pessoal e 
social. (PNAS 2005, p. 33)
81/258
5. Resposta: A.
Constitui-se como público usuário da 
referida política, cidadãos e grupos 
que se encontram em situações de 
vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias 
e indivíduos com perda ou fragilidade de 
vínculos de afetividade, pertencimento e 
sociabilidade;ciclos de vida; identidades 
estigmatizadas em termos étnicos, 
culturais e sexuais; desvantagem pessoal 
resultante de deficiências; exclusão 
pela pobreza e, ou, no acesso às demais 
políticas públicas; uso de substâncias 
psicoativas; diferentes formas de violências 
advindas do núcleo familiar, grupos e 
indivíduos, inserção precária ou não 
inserção no mercado de trabalho formal 
ou informal; estratégias e alternativas 
diferenciadas de sobrevivência que podem 
representar risco pessoal e social. (PNAS, 
2005, p. 33)
Gabarito
82/258
Unidade 3
Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e 
orçamento, gestão e planejamento
Objetivos
1. Compreender a constituição histórica da 
Política Nacional de Assistência Social (PNAS);
2. Entender os elementos fundamentais que dão 
concretude à PNAS;
3. Introduzir o conceito de matricialidade 
familiar.
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
83/258
Política de Assistência Social 
e SUAS
A Política Nacional de Assistência 
Social (PNAS) nasce das históricas 
movimentações da população com o 
objetivo de instituir uma política pública 
que tivesse como principal objeto de 
intervenção a assistência social. Observa-
se ao longo do tempo o processo 
constitutivo do qual se apresenta como 
decorrência a PNAS, ou seja, pode-se 
destacar como importantes antecedentes 
históricos desta política a Constituição 
Federal de 1988, que por meio de seu 
artigo 1o, inciso 13, dispõe sobre a 
dignidade da pessoa humana, bem como 
a LOAS, de 1993, que tem como principal 
objetivo a proteção, amparo e promoção 
de indivíduos e grupos em vulnerabilidade 
social.
Observa-se que, desde que decretada 
e sancionada a LOAS, estabelecem-
se encaminhamentos necessários à 
emancipação da política pública de 
assistência social, discussões estas 
desenvolvidas no âmbito do governo 
federal e permeadas por constantes 
manifestações da sociedade civil e de 
intelectuais da área, no que se refere ao 
reconhecimento da necessidade de uma 
Política Nacional de Assistência Social.
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
84/258
No entanto, conforme Sposati:
O atropelo da 1ª infância trouxe uma nova situação no governo de Luiz 
Inácio Lula da Silva, que se inicia em 2003 com a Ministra Benedita da 
Silva. A menina LOAS recebe casa própria: o Ministério da Assistência 
Social. Seguramente, o mais importante avanço desde seu nascimento. 
(SPOSATI, 2007 p.76)
Assim, inicia-se o processo de construção da Política Nacional de Assistência Social, que deve 
atuar junto às demais políticas setoriais (educação, saúde, habitação, etc.) na perspectiva da 
redução dos impactos decorrentes das desigualdades socioterritoriais, garantindo os mínimos 
sociais aos indivíduos e grupos que se encontram em situação de risco e vulnerabilidade social 
de forma não contributiva.
Para saber mais
 Assine o canal do Ministério do Desenvolvimento Social e Cobate à Fome, no Youtube. Clique aqui: 
<https://www.youtube.com/channel/UCoIynWfEJb3sLmlFc-YmpJQ>
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
85/258
Nasce no bojo da Política Nacional de Assistência Social a intenção da implementação do 
Sistema Único de Assistência Social - SUAS, constituindo-se, portanto, a materialização das 
diretrizes da Lei Orgânica de Assistência Social e busca romper com a perspectiva clientelista, 
assistencialista, caritativa e de ações pontuais na medida em que estabelece um compromisso 
do Estado com a sociedade civil em geral.
Segundo Couto:
[...] No caso da assistência social, o quadro é ainda mais grave. Apoiada 
por décadas na matriz do favor, do clientelismo, do apadrinhamento e 
do mando, que configurou um padrão arcaico de relações, enraizado 
na cultura política brasileira, esta área de intervenção do Estado 
caracterizou-se historicamente como não prática, renegada como 
secundária no conjunto das políticas públicas. (COUTO, et al. 2011, p. 32-
33)
Assim, a PNAS busca sistematizar a assistência social, além de consubstancializar a assistência 
social como um dos pilares do sistema de proteção social na Seguridade Social (composto pela 
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
86/258
Saúde, Previdência e Assistência Social).
A Política Nacional de Assistência Social: Princípios, Diretrizes e 
Objetivos
A Política Nacional de Assistência Social estabelece um marco zero na concepção de assistência 
social como política pública de Estado no Brasil, pois busca garantir a todos que necessitarem 
da assistência social, sem prévia contribuição, acesso à proteção social básica ou especial, 
mediante a oferta dos mínimos sociais necessários para o desenvolvimento da sociabilidade 
humana, atuando por meio do fortalecimento dos grupos familiares, além de privilegiar 
uma atuação técnica pautada na identificação de potencialidades dos indivíduos e grupos, 
rompendo com a focalização na situação-problema.
Conforme Couto:
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
87/258
Passadas quase duas décadas da aprovação do LOAS, analisar o 
processo de implantação dessa nova matriz para a Assistência Social, 
com suas “virtudes” e “vicissitudes”, não é tarefa simples. Isso por que as 
possibilidades contidas nessa matriz, assim como as saídas que aponta 
e os avanços que alcançou, particularmente após a aprovação da PNAS 
e do SUAS em 2004, vem enfrentando conjunturas adversas, perante 
as quais os sujeitos comprometidos com sua feição pública buscam 
construir um projeto de resistência e de ruptura frente à implosão de 
direitos alimentada pelo ideário neoliberal, afirmando por sua vez os 
direitos sociais dos usuários da assistência social.
Efetivamente, a Política Nacional de Assistência Social de 2004 (aprovada 
pela resolução n. 145, de 15 de outubro de 2004, do conselho Nacional 
de Assistência Social - CNAS e publicada no DOU de 28/10/2004), como 
resultado de intenso e amplo debate nacional, é uma manifestação dessa 
resistência.
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
88/258
Partindo de uma análise situacional 
para o estabelecimento da política, 
observa-se alguns pontos de partida 
que determinaram a elaboração e o 
desenvolvimento da PNAS, sendo eles:
• Uma visão social inovadora, dando 
continuidade ao inaugurado pela 
Constituição Federal de 1988 e pela 
Lei Orgânica de Assistência Social 
de 1993, pautada na dimensão 
ética de incluir “os invisíveis”, os 
transformados em casos individuais, 
enquanto de fato são parte de uma 
situação social coletiva; as diferenças 
e os diferentes, as disparidades e as 
desigualdades.
• Uma visão social de proteção, o 
que supõe conhecer os riscos, as 
vulnerabilidades sociais a que estão 
sujeitos, bem como os recursos 
com que conta para enfrentar tais 
situações com menor dano pessoal e 
social possível. Isto supõe conhecer 
os riscos e as possibilidades de 
enfrentá-los.
• Uma visão social capaz de captar as 
diferenças sociais, entendendo que as 
circunstâncias e os requisitos sociais 
circundantes do indivíduo e dele em 
sua família são determinantes para 
sua proteção e autonomia. Isto exige 
confrontar aleitura macro social com 
a leitura micro social.
• Uma visão social capaz de entender 
que a população tem necessidades, 
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
89/258
mas também possibilidades 
ou capacidades que devem ser 
desenvolvidas. Assim, uma análise 
de situação não pode ser só de 
ausências, mas também de presenças 
até mesmo em desejos de superar a 
situação atual.
• Uma visão social capaz de identificar 
forças e não fragilidades que as 
diversas situações de vida possuam. 
(PNAS, 2009, p. 15)
Portanto, tendo como principal foco 
uma visão ampliada dos sujeitos e 
grupos sociais que compõem o objeto de 
intervenção de sua ação, a PNAS possui 
como princípios norteadores (princípios 
para si e não em si) os previstos na LOAS, 
capítulo II, seção I, artigo 4o, regendo-se 
pelos princípios conforme a seguir:
I. Supremacia do atendimento 
às necessidades sociais sobre 
as exigências de rentabilidade 
econômica;
II. Universalização dos direitos sociais, 
a fim de tornar o destinatário ação 
assistencial alcançável pelas demais 
políticas públicas;
III. Respeito à dignidade do cidadão, 
à sua autonomia e ao seu direito a 
benefícios e serviços de qualidade, 
bem como a convivência familiar 
e comunitária, vedando-se 
qualquer comprovação vexatória de 
necessidade;
IV. Igualdade de direitos no acesso ao 
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
90/258
atendimento, sem discriminação de 
qualquer natureza, garantindo-se a 
equivalência às populações urbanas e 
rurais;
V. Divulgação ampla dos benefícios, 
serviços, programas e projetos 
assistenciais, bem como dos recursos 
oferecidos pelo Poder Público e dos 
critérios para sua concessão.
Tais princípios permeiam toda a concepção 
da PNAS, uma vez que possui relações 
intrínsecas com a LOAS, no entanto, a 
PNAS em si possui princípios importantes, 
entre eles pode-se destacar os aspectos da 
matricialidade familiar, da territorialização, 
proteção proativa, integração à seguridade 
social e integração às políticas sociais e 
econômicas.
Para saber mais
Acesse a Política Nacional de Assistência Social 
no site do Ministério de Desenvolvimento e 
Combate à Fome:
Clique aqui: <http://www.mds.gov.br/
assistenciasocial/secretaria-nacional-
de-assistencia-social-snas/cadernos/
politica-nacional-de-assistencia-social-
2013-pnas-2004-e-norma-operacional-
basica-de-servico-social-2013-nobsuas/
Politica%20Nacional%20de%20
Assistencia%20Social%202013%20PNAS%20
2004%20e%20Norma%20Operacional%20
Basica%20de%20Servico%20Social%20
2013%20NOBSUAS.pdf/download>
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
91/258
No que se refere ao aspecto da matricialidade familiar como princípio, destaca-se a concepção 
de que a família é o núcleo social básico para quaisquer indivíduos, nos mais diversos campos 
da sociabilidade humana.
Na PNAS, a matricialidade familiar significa que o foco da proteção social 
está na família, princípio ordenador das ações a serem desenvolvidas 
no âmbito do SUAS. Mas, como afirma a NOB-Suas, “não existe família 
enquanto modelo idealizado e sim famílias resultantes de uma 
pluralidade de arranjos e rearranjos estabelecidos pelos integrantes 
dessas famílias”. (Couto et al., 2011, p. 54)
Neste sentido, a defesa do direito à convivência familiar deve ser um eixo norteador da política 
pública de assistência social, na medida em que a família deve ser apoiada e ter acesso para 
atender seu papel no sustento, guarda e educação de suas crianças e adolescentes, o que não 
restringe as responsabilidades públicas na garantia de acesso aos serviços e políticas públicas 
que garantam a compreensão dos sujeitos, como inseridos numa macroestrutura.
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
92/258
Quanto à territorialização, pretende-se possibilitar a cobertura necessária aos indivíduos 
e famílias e acesso aos serviços de assistência social, numa perspectiva não somente de 
atendimento passivo, mas de prevenção e proteção proativa nas ações da assistência social, 
bem como planejamento e localização da rede de serviços a partir de territórios com maior 
incidência de situações de vulnerabilidade social.
Tal destaque adquire ênfase nas reflexões de Couto:
(...) merece ser evidenciado é a incorporação da abordagem territorial, 
que implica no tratamento da cidade e de seus territórios como base de 
organização do sistema de proteção social básica ou especial, próximo ao 
cidadão.
Trata-se de uma dimensão potencialmente inovadora, pelo entendimento do território:
• Como “espaço usado” (Milton Santos, 2007), fruto de interações entre homens, síntese de 
relações sociais;
• Como possibilidade de superação da fragmentação das ações e serviços, organizados na 
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
93/258
lógica da territorialidade;
• Como espaço onde se evidenciam as carências e necessidades sociais, mas também onde 
se forjam dialeticamente as resistências e as lutas coletivas. (COUTO, et al., 2011, p. 41)
No aspecto da proteção proativa, deve-se buscar meios para que a proteção social básica 
contribua para a redução das ocorrências de risco, bem como de danos sociais.
Observa-se ainda os princípios de integração à seguridade social, reafirmando a assistência 
como integrante do tripé da seguridade, bem como a integração às demais políticas sociais e, 
sobretudo, as econômicas, numa atuação intersetorial que buscará conferir aos usuários da 
assistência os trilhos para seguirem no caminho da superação de suas limitações.
Nessa perspectiva, Couto destaca que:
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
94/258
A intersetorialidade deve expressar a articulação entre as políticas 
públicas, por meio do desenvolvimento de ações conjuntas destinadas à 
proteção social básica ou especial e ao enfrentamento das desigualdades 
sociais identificadas nas distintas áreas. Supõe a implementação de 
programas e serviços integrados e a superação da fragmentação da 
atenção pública às necessidades sociais da população. Envolve a 
agregação de diferentes políticas sociais em torno de objetivos comuns 
e deve ser princípio orientador da construção das redes municipais. 
(COUTO et al., 2011, p. 38)
Questão
reflexão
?
para
95/258
A partir do conteúdo apresentado nesta unidade, 
desenvolva uma breve reflexão acerca das 
potencialidades da política pública de assistência, 
identificando quais os limites e também quais são as 
possibilidades da PNAS no contexto dos serviços de 
assistência social no Brasil.
O que você observa, no desenvolvimento do seu 
trabalho, como avanços da PNAS? Quais as limitações 
estabelecidas e como você imagina que este cenário 
possa ser alterado?
96/258
Considerações Finais
A Política Nacional de Assistência Social se constitui num movimento 
histórico em direção ao fortalecimento da garantia dos direitos sociais no 
cenário brasileiro, processo este mobilizado pela Lei Orgânica de Assistência 
Social (1993), previsto na Constituição Federal de 1988.
Junto às políticas setoriais, a política de assistência persegue o 
enfrentamento às diferentes manifestações das questões sociais, a partirda 
consideração das desigualdades sócio territoriais. Trata-se de uma política 
pública não contributiva e de direito universal, à qual qualquer cidadão 
poderá recorrer para provisão e atendimento aos mínimos sociais.
A política social de assistência busca padronizar, ampliar e melhorar os 
serviços de assistência social no país, a partir da consideração dos conceitos 
fundamentais como o de matricialidade familiar e da vigilância sócio 
assistencial.
Unidade 3 • Política de Assistência Social e SUAS: instâncias, funções, princípios, diretrizes, financiamento e orçamento, 
gestão e planejamento
97/258
Referências 
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional da 
Assistência Social – PNAS – Versão Original. Aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência 
Social por intermédio da Resolução nº. 145, de 15 de outubro de 2004 e publicada no diário 
oficial da união – DOU do dia 28 de outubro de 2004.
COUTO, Berenice Rojas et.al. O Sistema Único de Assistência Social no Brasil: uma realidade 
em movimento. São Paulo: Cortez, 2011.
SPOSATI, Aldaíza. A menina LOAS: um processo de construção da assistência social. 3º. ed. São 
Paulo: Cortez, 2007.
98/258
Assista a suas aulas
Aula 3 - Tema: Política de Assistência Social 
e SUAS: Instâncias, Funções, Princípios, 
Diretrizes, Financiamento e Orçamento, Gestão 
e Planejamento- Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
e6a62140b86aa9a10813a67ee2c9d9ee>.
Aula 3 - Tema: Política de Assistência Social 
e SUAS: Instâncias, Funções, Princípios, 
Diretrizes, Financiamento e Orçamento, Gestão 
e Planejamento - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
cf6379bc45d4989dd2ecd86497bce132>.
99/258
1. Qual a principal perspectiva de atuação da Política Nacional de 
Assistência Social?
a) Reduzir a pobreza por meio de ações pontuais e voltadas para o fortalecimento financeiro 
das famílias.
b) Estabelecer ações de curto prazo para o fortalecimento socioeducacional das famílias em 
vulnerabilidade social.
c) Reduzir os impactos decorrentes das desigualdades socioterritoriais, garantindo os 
mínimos sociais aos indivíduos e grupos que se encontram em situação de risco e 
vulnerabilidade social de forma não contributiva.
d) Conceder benefícios sociais à população, viabilizando poder de compra para aquecimento 
da economia regional.
e) Acompanhar o processo de desenvolvimento das crianças em idade escolar, viabilizando 
espaços de aprendizado e acesso aos serviços públicos de qualidade.
Questão 1
100/258
2. Qual a relação entre a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e a 
Política Nacional de Assistência Social (PNAS)?
a) A LOAS é a legislação que regulamenta a PNAS, garantindo sua existência e perenidade, 
independente de modelos de governo.
b) A LOAS é a legislação específica da saúde que dará fundamentação jurídico institucional 
para a PNAS.
c) A PNAS é uma legislação complementar à regulamentação da LOAS e da Constituição 
Federal de 1988.
d) A PNAS é uma evolução concreta dos preceitos normativos previstos na LOAS. A LOAS, por 
sua vez, se consolida como uma legislação específica da assistência social.
e) Não há relação entre ambas as legislações. Embora tratem da mesma matéria, não se 
relacionam ou devem ser confundidas.
Questão 2
101/258
3. Qual a concepção de situação-problema defendida pela Política 
Nacional de Assistência Social?
a) A concepção de situação-problema, na perspectiva da PNAS, é de desconstrução, na 
medida em que a PNAS busca romper com a focalização, atuando com centralidade em 
ações de promoção das potencialidades de indivíduos e grupos.
b) A situação-problema na concepção da PNAS é de extrema importância, uma vez que é esta 
situação-problema que viabilizará a construção de novas possibilidades de atenção social 
às famílias e indivíduos.
c) Situação-problema é um conceito central na PNAS, uma vez que a preocupação em manter 
o foco no problema social apresentado deve ser considerada.
d) A focalização, compreendida por meio da centralidade na situação-problema, é categoria 
central nas discussões acerca da PNAS.
e) Não há menções a este conceito na PNAS. Sendo assim, a situação-problema não é 
compreendida como um conceito a ser combatido ou mesmo promovido nas ações da 
PNAS.
Questão 3
102/258
4. A PNAS parte de pressupostos amplos e inovadores, que a fazem figurar 
entre uma das mais contemporâneas políticas públicas brasileiras, na 
medida em que passa a interpretar o sujeito como protagonista e não 
apenas vítima do sistema social. Observe entre as alternativas a seguir, o 
principal destes pressupostos:
a) O pressuposto de uma ação social condicionada ao atendimento das necessidades da 
população, independentemente do nível social e da situação de vulnerabilidade. O aspecto 
da universalidade é uma característica nova na política social brasileira.
b) O pressuposto de uma visão humana capaz de captar as diferenças sociais, entendendo 
que as circunstâncias e os requisitos sociais circundantes do indivíduo e dele em sua 
família são determinantes para sua proteção e autonomia. Isto exige confrontar a leitura 
macro social com a leitura micro social.
c) A LOAS parte de uma visão ampla que integra não apenas aspectos deficitários, mas, 
também, aspectos potencializadores, ou seja, compreende-se que os sujeitos sociais são 
providos de potencialidades e não apenas de limitações.
Questão 4
103/258
d) A PNAS parte do pressuposto da ajuda e do fortalecimento comunitário. Por este motivo, os 
equipamentos públicos de atendimento à população estão localizados em regiões de alta 
vulnerabilidade social.
e) A PNAS parte de uma visão ampla que integra não apenas aspectos deficitários, mas, 
também, aspectos potencializadores, ou seja, compreende-se que os sujeitos sociais são 
providos de potencialidades e não apenas de limitações.
Questão 4
104/258
5. Nos princípios da Política Nacional de Assistência, observa-se 
significativa atenção à integração da assistência social à Seguridade, bem 
como, às demais políticas públicas. Este fomento fortalece a importância 
de uma ação intersetorial importante para a consecução dos objetivos 
sociais propostos.
Neste sentido, identifique entre as alternativas a seguir, a que melhor 
define o conceito de “intersetorialidade”:
a) A intersetorialidade deve promover a ação de diversos programas sociais em prol do 
atendimento às necessidades individuais da população, considerando que cada sujeito é 
singular em suas relações e necessidades. Assim, a PNAS deve buscar construir estratégias 
que consolidem os esforços técnicos para a construção de uma sociedade mais justa e 
igualitária.
b) A intersetorialidade deve expressar a articulação entre as políticas públicas, por meio do 
desenvolvimento de ações conjuntas destinadas à proteção social básica ou especial e 
ao enfrentamento das desigualdades sociais identificadas nas distintas áreas. Supõe a 
Questão 5
105/258
implementação de programas e serviços integrados e a superação da fragmentação da 
atenção pública às necessidades sociais da população. Envolve a agregação de diferentes 
políticas sociais em torno de objetivos comuns e deve ser princípio orientador da 
construção das redes municipais.
c) A intersetorialidade é a ação governamental alinhada em todos os setores da sociedade. 
Dá-se por meio de atividades síncronas em tempo e verbas, com a finalidade central de 
fortalecer os vínculos sócio-institucionais da população usuária.
d) A intersetorialidade é definida como uma estratégia privada por meio da qual as ONG’s 
recorrem para comporem a rede de serviços socioassistenciais da PNAS.
e) A intersetorialidadenão é uma categoria discutida ou compreendida na literatura sobre 
a assistência social. Trata-se de uma estratégia alheia à assistência social, de tradição da 
política de saúde.
106/258
Gabarito
1. Resposta: C.
A Política Nacional de Assistência Social, 
que deve atuar junto às demais políticas 
setoriais (educação, saúde, habitação, 
etc.), na perspectiva da redução dos 
impactos decorrentes das desigualdades 
socioterritoriais, garantindo os mínimos 
sociais aos indivíduos e grupos que 
se encontram em situação de risco e 
vulnerabilidade social de forma não 
contributiva.
2. Resposta: D. 
A Lei Orgânica da Assistência Social é 
uma legislação específica da assistência 
social, que busca definir conceitualmente 
a assistência como direito social, 
determinando parâmetros para sua 
exequibilidade. A PNAS, por sua vez, que 
configura como um efetivo plano de 
ação que por meio de critérios claros, 
estruturados e organizados, buscará 
constituir ações de diversas naturezas para 
a consolidação do direito social universal à 
assistência social.
3. Resposta: A.
A Política Nacional de Assistência Social 
estabelece um marco zero na concepção 
de assistência social como política pública 
de Estado no Brasil, pois busca garantir 
a todos que necessitarem da assistência 
social, sem prévia contribuição, acesso 
à proteção social básica ou especial, 
mediante a oferta dos mínimos sociais 
107/258
Gabarito
necessários para o desenvolvimento 
da sociabilidade humana, atuando por 
meio do fortalecimento dos grupos 
familiares, além de privilegiar uma atuação 
técnica pautada na identificação de 
potencialidades dos indivíduos e grupos, 
rompendo com a focalização na situação-
problema.
4. Resposta: E.
Partindo de uma análise situacional 
para estabelecimento da política, 
observa-se alguns pontos de partida 
que determinaram a elaboração e o 
desenvolvimento da PNAS, entre eles, 
o fato desta política partir de uma 
visão social capaz de entender que a 
população tem necessidades, mas também 
possibilidades ou capacidades que devem 
ser desenvolvidas. Assim, uma análise de 
situação não pode ser só de ausências, 
mas, também, de presenças, até mesmo de 
desejos em superar a situação atual.
5. Resposta: B.
A intersetorialidade deve expressar a 
articulação entre as políticas públicas, 
por meio do desenvolvimento de ações 
conjuntas destinadas à proteção social 
básica ou especial e ao enfrentamento das 
desigualdades sociais identificadas nas 
distintas áreas. Supõe a implementação 
de programas e serviços integrados 
e a superação da fragmentação da 
atenção pública às necessidades sociais 
108/258
da população. Envolve a agregação de 
diferentes políticas sociais em torno de 
objetivos comuns e deve ser princípio 
orientador da construção das redes 
municipais (COUTO et al., 2011, p. 38).
Gabarito
109/258
Unidade 4
Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.
Objetivos
1. Discutir a relevância da participação 
social para a efetivação do controle 
social;
2. Conhecer os diferentes conceitos de 
controle social;
3. Entender as diferentes abordagens 
acerca da participação social.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.110/258
Mecanismos de Controle Social 
no Contexto da Política Pública 
de Assistência Social
O reconhecimento da importância da 
participação social, bem como as diretrizes 
que fundamentam a participação da 
sociedade nas tomadas de decisão 
do poder público, da particularidade 
das políticas sociais, possuem assento 
jurídico especialmente a partir de 1988, 
quando se estabelecem efetivamente os 
mecanismos institucionais de participação 
social (compreendidos pelos conselhos 
de políticas públicas, as conferências, 
as discussões oriundas dos orçamentos 
participativos, entre outros).
Por sua vez, estes mecanismos 
institucionais de participação social 
passam a ter como principal objetivo 
a operacionalização da democracia 
amplamente referenciada em Carta Magna 
(CF 1988), embora muitos dos mecanismos 
de democracia direta presentes na 
constituição ainda não possuam 
regulamentação específica, tais como os 
plebiscitos e referendos. Sugere-se que 
tal ausência de regulamentação dê-se em 
virtude do pequeno ou inexistente uso 
destes dispositivos para a reconstrução de 
nossa democracia.
Infelizmente, a ampla gama de dispositivos 
para a efetivação da participação social e 
que deveriam garantir a governabilidade 
democrática, não estão diretamente 
relacionadas à qualidade da participação 
social. No Brasil, ainda é pequena a 
participação da população nas decisões 
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.111/258
governamentais, não pela ausência de meios para fazê-lo, mas pela ausência de interesse do 
cidadão na construção de novas propostas e reformulação das estratégias governamentais.
Em busca pela compreensão da desmobilização dos brasileiros em torno da participação 
política por meio dos mecanismos de controle social, Mark Evans (2012) propõe que é 
necessário observar quais os resultados que se pretende alcançar por meio de determinado 
processo de participação, pensando-se ainda se a metodologia participativa ou o próprio 
instrumento é adequado para aquela situação-problema ou assunto a ser abordado no 
contexto de determinada política pública.
Para saber mais
Conheça o site do Conselho Nacional de Assistência Social pelo link: <http://www.mds.gov.br/
cnas>
Isso quer dizer que não basta a existência do espaço para participação social, faz-se necessário 
ponderar a pertinência de determinada metodologia participativa, pensar na abordagem 
do tema, avaliar as intempéries que potencializam ou inviabilizam a participação social da 
população em termo de um dispositivo de participação social.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.112/258
Para tanto, faz-se necessário conhecer 
quais são estes dispositivos, bem como 
a relevância de sua utilização para a 
participação social.
Conselhos de Políticas Públicas
As lutas travadas pelos movimentos 
sociais, especialmente ao término dos anos 
de 1980, que culminaram na construção da 
Constituição Federal de 1988, promoveram 
um direcionamento importante de 
encaminhamentos para que fosse possível 
a construção de políticas públicas nos 
mais diversos campos que garantissem 
a intervenção estatal numa perspectiva 
universalista, na direção do resguardo 
aos direitos humanos, considerando o 
estabelecimento de um sistema cuja 
descentralização e participação social 
fossem garantidos.
Neste sentido, observa-se como resultado 
desta luta, que a Constituição Federal de 
1988 possui efetivamente tais direitos 
estabelecidos legalmente, subsidiando 
a população para a efetiva realização do 
controle social.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.113/258
A Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição 
Cidadã, veio a consolidar direitos e a prever, em diversos dispositivos, 
a participação do cidadão na formulação, implementação e controle 
social das políticas públicas. Em especial os artigos 198, 204 e 206 da 
Constituição deram origem à criação de conselhos de políticas públicas 
no âmbito da saúde, assistência social e educação nos três níveis de 
governo. Tais experiências provocaram a multiplicação de conselhos em 
outras áreas temáticas e níveis de governo. (MPOG, 2013, p. 22)
Neste contexto, os Conselhos de Políticas Públicas são considerados um instrumento de 
participação social, por meio do qual governantes e sociedade deliberam em conjunto e em 
igual condição, estratégias para atendimento às necessidades sociais além de promover o 
controlenecessário às ações estatais.
Nas palavras de Siraque, Conselhos de Políticas Públicas são:
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.114/258
Instrumentos concretos de partilha de poder entre os governantes e a 
sociedade para a democratização da elaboração e gestão das políticas 
públicas, servindo de mecanismos de controle social das atividades 
estatais. (SIRAQUE, 2009, p. 128)
Para Moroni, estes mesmos conselhos podem ser considerados como:
[...] espaço fundamentalmente político, institucionalizado, funcionando 
de forma colegiada, autônomo, integrante do poder público, de caráter 
deliberativo, composto por membros do governo e da sociedade civil, 
com as finalidades de elaboração, deliberação e controle da execução das 
políticas públicas. (MORONI, 2009, p. 114-115)
Os conselhos podem desempenhar diferentes papéis, sendo eles de natureza fiscalizatória, de 
mobilização, de deliberação ou ainda de consultoria.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.115/258
A função fiscalizadora dos conselhos pressupõe o acompanhamento e o 
controle dos atos praticados pelos governantes.
A função mobilizadora refere-se ao estímulo à participação popular na 
gestão pública e às contribuições para a formulação e disseminação de 
estratégias de informação para a sociedade sobre as políticas públicas.
A função deliberativa, por sua vez, refere-se à prerrogativa dos conselhos 
de decidir sobre as estratégias utilizadas nas políticas públicas de sua 
competência.
A função consultiva relaciona-se à emissão de opiniões e sugestões sobre 
assuntos que lhe são correlatos (CGU, 2008).
Conferências Nacionais
Ainda na Constituição Federal de 1988, para além dos Conselhos de Políticas Públicas, estão 
previstas também as conferências nacionais.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.116/258
As Conferências Nacionais são 
complementares aos Conselhos de Políticas 
Públicas, no entanto, possuem natureza 
distinta em razão de suas particularidades 
de objetivo e funcionamento.
As Conferências de Políticas Públicas 
acontecem com um espaçamento 
importante e necessário entre uma e outra 
(entre 2 e 4 anos) e conta, em geral, com 
a participação de milhares de pessoas em 
todo o território nacional. Têm início com 
conferências municipais, nas quais são 
eleitos delegados para a participação nas 
conferências estadual e nacional.
Nem sempre são estabelecidas por lei 
(como é o caso das conferências da 
saúde e da assistência social) e, portanto, 
obrigatórias em todos os níveis (municipal, 
estadual e federal). Existem também as 
conferências que são deliberadas pelos 
Conselhos de Políticas Públicas, em razão 
do nível de complexidade e capilaridade 
Para saber mais
Você conhece os conselheiros do Conselho 
Nacional de Assistência Social?
Clique aqui e conheça nossos representantes!
Acesse: <http://www.mds.gov.br/cnas/
quem-somos/relacao-de-conselheiros-
nacionais>
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.117/258
das decisões e, existem ainda aquelas conferências que são realizadas sem qualquer tipo de 
obrigação normativa. Estas últimas são aquelas que acontecem com o simples objetivo de 
legitimar determinadas ações governamentais, independente de qual seja o nível de gestão.
Para saber mais
Desde sua criação, o Conselho Nacional de Assistência Social vem realizando as Conferências 
Nacionais, conforme previsto na Lei Orgânica da Assistência Social e Regimento Interno.
Acesse as atas das conferências no link: <http://www.mds.gov.br/cnas/conferencias-
nacionais>
Conforme Ciconello (2012), as conferências, enquanto dispositivo de participação social, 
possuem como significativa importância o fato de contribuírem para a elaboração de uma 
agenda de prioridades que possivelmente influenciarão as políticas sociais públicas que 
passarão a ser desenvolvidas nas próximas gestões governamentais, promovendo uma 
historicidade no processo de desenvolvimento da política pública.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.118/258
Segundo informações da Secretaria Geral da Presidência da República, 
entre 2003 e 2010, foram realizadas 74 conferências nacionais. Dessas, 28 
foram realizadas pela primeira vez. Dos 34 ministérios, 22 envolveram-se 
na realização de ao menos uma conferência, o que representa 64% dos 
órgãos. Estima-se que mais de 5 milhões de pessoas tenham participado 
desses processos onde foram produzidas mais de 5.000 resoluções/ 
deliberações durante a etapa nacional, sendo que a maioria delas se 
referiam a temas de competência do Governo Federal (MPOG, 2013 p. 24).
Via de regra, muitas das deliberações oriundas das Conferências, sejam elas nacionais, 
estaduais ou municipais, passam a integrar as ações da administração pública uma vez 
que contam, também, além dos cidadãos, com a participação de representações políticas. 
Assim como foram identificados pelo menos 566 projetos de lei e 46 projetos de emenda à 
Constituição, que tinham ligação direta com as diretrizes das conferências (CUNILL, 2010; 
POGREBINSCHI et al., 2010).
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.119/258
Ouvidorias
De maneira geral, são utilizadas para observar o nível de satisfação do usuário em relação aos 
serviços dos quais se utiliza e que são oferecidos pelas instituições públicas e também privadas.
Trata-se de uma concepção comum de dispositivo de participação social, no entanto, quando 
consideradas no capo do poder público, adquirem importantes características.
Segundo Siraque (2007, p. 137), as “ouvidorias foram instituídas para ouvir os reclames da 
sociedade, analisar a veracidade destes e encaminhá-los aos órgãos competentes para as 
providências que se fizerem necessárias”.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.120/258
Sob a ótica da melhoria do serviço público, o papel da ouvidoria 
também se destaca por trazer à atuação interna da administração 
pública as demandas do cidadão, usuário do serviço público, que 
evidencia problemas, apresenta adequações e soluções que devem 
ser consideradas. É um interessante canal de acesso do cidadão e de 
participação, porém permite um feedback para a organização que deve 
ser tratado sob olhar estratégico de desenvolvimento e aprimoramento 
de políticas públicas mais eficazes. (MPOG, 2013)
Embora sejam dispositivos facultativos no caso de instituições privadas, no caso das 
organizações públicas são constituídas legalmente. Assim, o ouvidor responsável pelo 
atendimento às manifestações populares é constituído de maneira também participativa. 
O processo eleitoral para escolha do ouvidor faz-se importante para o fortalecimento 
da capacidade deste dispositivo de obter retornos importantes que propulsionem as 
potencialidades institucionais necessárias.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.121/258
Em termos da centralização / descentralização, os modelos de ouvidoria 
centrais ou gerais permitem o acompanhamento de todos os serviços 
públicos, podendo constituir uma base de informações relevantes para as 
decisões e planos de governo. O modelo de ouvidorias por órgãos com 
uma unidade de coordenação também possibilita reunir as informações 
em relatórios globais. Entretanto, para a figura de cada ouvidor, é mais 
complexo obter referências sobre encaminhamentos de situações e para 
as unidades centrais, a visualização de problemas e soluções não alcança 
todas as dimensões que são vivenciadas pelos ouvidores. (MPOG, 2013)
Participação Social e Controle Social
Permeados pelo objetivo de potencializar os espaços de participação sociale controle social no 
Brasil, estudiosos têm observado o comportamento e desenvolvimento de diferentes conselhos 
de políticas públicas, conferências e resultados das manifestações em ouvidorias de diferentes 
ministérios.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.122/258
Pires e Vaz (2012), em pesquisa sobre 
a participação social como forma de 
governo, a partir de dados do Sistema de 
Informações Gerenciais e de Planejamento 
(SIGPLAN), observaram que:
• Houve um incremento consistente 
entre 2002 e 2010 da adoção de 
diferentes formas de interlocução 
com a sociedade civil dentro das 
políticas públicas setoriais;
• Tornou-se bastante visível a 
consolidação de uma variabilidade 
dos formatos de interface 
socioestatal (formas mais 
coletivizadas ou individualizantes) 
para além dos tradicionais espaços 
dos Conselhos e Conferências;
• Observou-se certo padrão de 
associação entre tipos de interface 
socioestatal e áreas temáticas 
de políticas públicas. Enquanto 
interfaces como conselhos e 
conferências apresentaram maior 
vínculo relativo aos programas da 
área de proteção e promoção social, 
audiências e consultas públicas e 
reuniões com grupos de interesse 
apresentaram-se mais associadas 
às temáticas de desenvolvimento 
econômico e infraestrutura;
• Com relação à percepção 
dos gestores sobre os papéis 
desempenhados e a contribuição 
das interfaces para a gestão dos 
programas. Ao passo que nas 
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.123/258
áreas social e de meio ambiente, 
gestores perceberam as interfaces 
socioestatais como importantes 
para a garantia de transparência 
e legitimidade das ações e 
para a fiscalização e controle 
dos programas, nas áreas de 
desenvolvimento econômico e 
infraestrutura prevaleceu o papel de 
correção de rumos e metodologias 
dos programas. (PIRES; VAZ, 2012, p. 
50-51)
Embora sejam observados nos conteúdos 
anteriores dados que nos conduzem a uma 
compreensão positiva da participação 
social no Brasil, alguns pontos de atenção 
em relação aos espaços de controle social 
devem ser considerados, tais como: a 
diversidade das formas de se organizar e 
conduzir os dispositivos do ponto de vista 
metodológico, a questão da influência das 
deliberações em conselho e conferência 
sobre as políticas públicas, ausência de 
articulação entre os diferentes dispositivos 
e a completa diversificação de interesses 
entre os participantes de determinados 
conselhos e conferências que acabam por 
retardar o alcance de objetivos sociais mais 
amplos no campo da assistência social.
Questão
reflexão
?
para
124/258
A partir da leitura do conteúdo proposto e, 
relacionando com seu cotidiano profissional, 
desenvolva uma reflexão sobre as potencialidades dos 
conselhos de direito para o exercício profissional junto 
à população em qualquer que seja a política pública, 
tentando imaginar como seu trabalho transcorreria, 
caso estes mecanismos de participação social não 
existissem.
125/258
Considerações Finais
Por meio deste tema, pode-se observar a forma como se constituem os dife-
rentes dispositivos de participação social existentes no cenário das políticas 
públicas estatais.
São espaços importantes, dos quais muitas vezes lançamos mão para 
o exercício de nossas atividades profissionais, uma vez que estamos 
diretamente relacionados aos ditames da política pública.
A compreensão acerca do formato, constituição e importância de cada uma 
das instâncias de participação social, portanto, se faz de imprescindível 
conhecimento.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.126/258
Referências
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Gestão Pública. 
Programa GESPÚBLICA - Participação e Controle Social: Instrumentos jurídicos e mecanismos 
institucionais; Brasília; MP, SEGEP, 2013.
CUNILL, N. Modelos de controle e participação sociais existentes na Administração Pública 
Federal. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2010.
EVANS, Mark. Relatório Final – Participação social. Diálogos setoriais União Europeia Brasil, 
2012.
MORONI, José Antônio. O direito à participação no governo Lula. In: “Experiências nacionais de 
participação social”, Leonardo Avritzer (coord.). São Paulo: Cortez Editora, 2009.
PIRES, R.; VAZ, A. Participação social como método de governo? Um mapeamento das 
interfaces socioestatais nos programas federais. Texto para discussão IPEA, 2012.
POGREBINSCHI, T. et al. Conferências Nacionais, Participação Social e Processo Legislativo. 
Série Pensando o Direito, 27. Brasília: Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da 
Justiça, 2010.
SIRAQUE, Vanderlei. Controle social da função administrativa do Estado. Possibilidades e limites 
na Constituição de 1998. São Paulo: Editora Saraiva. 2° edição, 2009.
127/258
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Aula 4 - Tema: Relações Interinstitucionais e 
Mecanismos de Controle Social - Bloco I
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Mecanismos de Controle Social - Bloco II
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128/258
1. Em que período se legitimam os mecanismos de participação social no 
Brasil? Quais as principais características deste momento histórico?
a) Os mecanismos ou dispositivos de participação social se constituem ao longo da década 
de 1980, momento em que no Brasil os movimentos sociais se fortaleciam em busca da 
construção de uma nova perspectiva de gestão pública.
b) Os mecanismos ou dispositivos de participação social se constituem ao longo da década 
de 1990, momento em que no Brasil as organizações sociais se fortaleciam em busca da 
construção de uma nova perspectiva de gestão dos interesses sociais.
c) A participação social se constitui ao longo da década de 1980, momento em que no Brasil 
os movimentos sociais se fortaleciam em busca da construção de uma nova perspectiva de 
gestão pública, não superando este período da história brasileira.
d) Os mecanismos ou dispositivos de participação social se constituem ao longo da década 
de 1980, momento em que no Brasil os movimentos sociais se fortaleciam em busca da 
construção de uma abertura política necessária, em razão da ditadura que se estendeu até 
1989.
Questão 1
129/258
e) Os mecanismos ou dispositivos de participação social se constituem ao longo da década 
de 1980, momento em que no Brasil os movimentos sociais se fortaleciam em busca da 
construção de uma nova perspectiva de gestão pública e são legitimados por meio da Lei 
Orgânica de Assistência Social (LOAS), em 1993.
Questão 1
130/258
2. Assinale a alternativa incorreta:
a) A década de 1980 é marcada pela participação social nos movimentos em busca da 
construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
b) Plebiscitos e referendos possuem regulamentação específica para sua realização.
c) A metodologia participativa ou o próprio instrumento de participação social deve ser 
observado com a finalidade de garantir a efetividade do processo.
d) A Constituição Federal compreende efetivamente os mecanismos de participação social.
e) Apenas as conferências de saúde e assistência social são obrigatórias.
Questão 2
131/258
3. A Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição 
Cidadã, veio a consolidar direitos e a prever, em diversos dispositivos, a 
participação do cidadão na formulação, implementação e controle social 
das políticas públicas. Entre as alternativas a seguir, qual delas se refere 
aoconceito de Conselhos de Políticas Públicas?
a) Instrumentos concretos de concentração de poder entre os governantes e a sociedade 
para a democratização da elaboração e da gestão das políticas públicas, servindo de 
mecanismos de controle social das atividades estatais.
b) Instrumentos concretos de partilha de poder entre os governantes e a sociedade para a 
centralização da elaboração e da gestão das políticas públicas, servindo de mecanismos de 
controle social das atividades estatais.
c) Instrumentos concretos de partilha de poder entre os governantes e a sociedade para a 
democratização da elaboração e da gestão das políticas públicas, servindo de mecanismos 
de controle social das atividades estatais.
d) São complementares às Conferências, embora possuam natureza própria.
e) Apenas as conferências de saúde e assistência social são obrigatórias.
Questão 3
132/258
4. Os conselhos podem desempenhar diferentes papéis de naturezas 
distintas, cuja importância não se equivale. Observe entre as alternativas 
a seguir, a que melhor evidencia os diferentes papéis exercidos pelos 
Conselhos de Políticas Públicas:
a) Função legisladora, mobilizadora, deliberativa e consultiva.
b) Função fiscalizadora, judicial, deliberativa e consultiva.
c) Função fiscalizadora, mobilizadora, deliberativa e construtiva.
d) Função fiscalizadora, mobilizadora, deliberativa e consultiva.
e) Função fiscalizadora, mobilizadora, deliberativa e intuitiva.
Questão 4
133/258
5. As conferências nem sempre são estabelecidas por lei e, portanto, 
obrigatórias em todos os níveis (municipal, estadual e federal). Existem 
as que são deliberadas pelos Conselhos de Políticas Públicas, em razão 
do nível de complexidade e capilaridade das decisões e, existem ainda, 
aquelas conferências que são realizadas sem qualquer tipo de obrigação 
normativa. Aponte, entre as alternativas a seguir, quais as políticas 
setoriais com conferências obrigatórias:
a) As Conferências de Saúde e Educação são previstas em Lei.
b) As Conferências de Educação e Assistência Social são previstas em Lei.
c) As Conferências de Trabalho e Assistência Social são previstas em Lei.
d) As Conferências de Saúde e Serviço Social são previstas em Lei.
e) As Conferências de Saúde e Assistência Social são previstas em Lei.
Questão 5
134/258
Gabarito
1. Resposta: A.
Os mecanismos ou dispositivos de 
participação social se constituem ao longo 
da década de 1980, momento em que no 
Brasil os movimentos sociais se fortaleciam 
em busca da construção de uma nova 
perspectiva de gestão pública.
O reconhecimento da importância da 
participação social, bem como as diretrizes 
que fundamentam a participação da 
sociedade nas tomadas de decisão 
do poder público, da particularidade 
das políticas sociais, possuem assento 
jurídico especialmente a partir de 1988, 
quando se estabelecem efetivamente os 
mecanismos institucionais de participação 
social (compreendidos pelos conselhos 
de políticas públicas, as conferências, 
as discussões oriundas dos orçamentos 
participativos, entre outros).
2. Resposta: B.
Plebiscitos e referendos possuem 
regulamentação específica para sua 
realização. Sugere-se que tal ausência 
de regulamentação dê-se em virtude 
do pequeno ou inexistente uso destes 
dispositivos para a re/construção de nossa 
democracia.
3. Resposta: C.
Conselhos de Políticas Públicas são 
135/258
Gabarito
considerados como um instrumento de 
participação social, por meio dos quais 
governantes e sociedade deliberam em 
conjunto e em igual condição estratégias 
para atendimento às necessidades sociais 
além de promover o controle necessário às 
ações estatais.
4. Resposta: D.
A função fiscalizadora dos conselhos 
pressupõe o acompanhamento e o controle 
dos atos praticados pelos governantes.
A função mobilizadora refere-se ao 
estímulo à participação popular na 
gestão pública e às contribuições para a 
formulação e disseminação de estratégias 
de informação para a sociedade sobre as 
políticas públicas.
A função deliberativa, por sua vez, refere-
se à prerrogativa dos conselhos de decidir 
sobre as estratégias utilizadas nas políticas 
públicas de sua competência.
A função consultiva relaciona-se à emissão 
de opiniões e sugestões sobre assuntos que 
lhe são correlatos.
5. Resposta: E.
Nem sempre são estabelecidas por lei 
(como é o caso das conferências da 
saúde e da assistência social) e, portanto, 
obrigatórias em todos os níveis (municipal, 
estadual e federal). Existem também as 
conferências que são deliberadas pelos 
Conselhos de Políticas Públicas, em razão 
136/258
do nível de complexidade e capilaridade 
das decisões e, existem ainda, aquelas 
conferências que são realizadas sem 
qualquer tipo de obrigação normativa. 
Estas últimas são aquelas que acontecem 
com o simples objetivo de legitimar 
determinadas ações governamentais, 
independente de qual seja o nível de 
gestão.
Gabarito
137/258
Unidade 5
Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. 
Instrumentos de gestão: Controle social
Objetivos
 » Apresentar e discutir o conceito de 
rede socioassistencial;
 » Conhecer os principais benefícios 
socioassistenciais;
 » Entender o funcionamento da rede 
no contexto do SUAS.
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
138/258
Rede Socioassistencial
A rede de serviços socioassistentenciais “é um conjunto integrado de ações de iniciativa 
pública e da sociedade que ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que 
supõe a articulação entre todas estas unidades de provisão de proteção social sob a hierarquia 
de básica e especial e ainda por níveis de complexidade” (NOB/SUAS, 2005 p.20).
Nas palavras de Battini:
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
139/258
A rede socioassistencial é estruturada a partir de iniciativas do poder 
público e da sociedade civil, com primazia do Estado, para cumprimento 
das funções de proteção por níveis de complexidade, definidas na Política 
Nacional de Assistência Social, associadas às ações de defesa de direitos, 
à produção de informações e aos mecanismos de monitoramento 
para a reversão de indicadores e processos que geram situações de 
vulnerabilidade e risco.
Entende-se por rede socioassistencial o conjunto de ações unificadas e 
direcionadas para a construção e concretização dos direitos. Portanto, 
mesmo as iniciativas realizadas por organizações não governamentais 
são públicas e determinadas pelos parâmetros e definições do SUAS. 
(BATTINI et al., 2007, p. 156-157)
A rede socioassistencial é composta por um conjunto de ações e benefícios que, integrados, 
buscam atribuir concretude à superação de vulnerabilidade que caracteriza o público alvo da 
política pública de assistência social, sendo que:
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
140/258
O processo de organização e de funcionamento da rede socioassistencial 
no eixo da proteção básica se realiza por meio de serviços, programas, 
projetos e benefícios, e no eixo de proteção social especial, por meio 
de serviços, programas e projetos. Para a operacionalização com 
competência técnico-política, faz-se necessária a definição de atividades 
e procedimentos que a viabilizam (BATTINI et al., 2007, p. 159)
No bojo das entidades de assistência, sua correlação com o SUAS se dá por meio de vínculo 
que deve ser reconhecido pelas condiçõesdo estabelecimento de parcerias ou convênios 
solicitados pelas entidades assistenciais e avaliados pelo poder público, dentro dos parâmetros 
da Política Nacional de Assistência Social.
Serviços, Programas, Projetos, Benefícios e seus Usuários
A composição dos ferramentais necessários para a consolidação dos objetivos da política 
pública de assistência social, conforme Battini et al. (2007) e no expresso pela NOB/SUAS 
(2005), se dá por meio de serviços, programas, projetos e benefícios sócio assistenciais, 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
141/258
observados os níveis de complexidade e por consequência, o tipo de proteção a qual se 
destinam. Neste item, buscaremos apresentar as conceituações atribuídas a cada um dos 
compostos da rede socioassistencial.
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
142/258
Tabela 1 - Conceituação dos programas, projetos e benefícios da assistência social
Tipo de proteção Ferramentas Conceito
Proteção Social 
Especial
Serviço
Atividades continuadas, definidas no artigo 23 da LOAS, que visam a melhoria da 
vida da população e cujas ações estejam voltadas para as necessidades básicas da 
população, observando os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidas nessa lei. 
A Política Nacional de Assistência Social prevê seu ordenamento em rede, de acordo 
com os níveis de proteção social: básica e especial, de média e alta complexidade. 
(NOB/SUAS, 2005, p. 20)
Programas
Compreendem ações integradas e complementares, tratadas no artigo 24 da 
LOAS, com objetivos, tempo e área de abrangência definidos para qualificar, 
incentivar, potencializar e melhorar os benefícios e os serviços assistenciais, não se 
caracterizando como ações continuadas. (NOB/SUAS, 2005, p. 20)
Projetos
Definidos nos artigos 25 e 26 da LOAS, caracterizam-se como investimentos 
econômico- sociais nos grupos populacionais em situação de pobreza, buscando 
subsidiar técnica e financeiramente iniciativas que lhes garantam meios e capacidade 
produtiva e de gestão para a melhoria das condições gerais de subsistência, elevação 
do padrão de qualidade de vida, preservação do meio ambiente e organização social, 
articuladamente com as demais políticas públicas. De acordo com a PNAS, esses 
projetos integram o nível de proteção social básica, podendo, contudo, voltar-se 
ainda às famílias e pessoas em situação de risco, público-alvo da proteção social 
especial. (NOB/SUAS, 2005 p. 20)
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
143/258
Proteção Social 
Básica
Benefícios
• Benefício de Prestação Continuada: previsto nos artigos 20 e 21 da LOAS, é provido 
pelo governo federal, consistindo no repasse de 1 (um) salário mínimo mensal ao 
idoso (com 65 anos ou mais) e à pessoa com deficiência que comprovem não ter 
meios para suprir sua sobrevivência ou de tê-la suprida por sua família. Esse benefício 
compõe o nível de proteção social básica, sendo seu repasse efetuado diretamente ao 
beneficiário. 
• Benefícios Eventuais: são previstos no artigo 22 da LOAS, e visam o pagamento de 
auxílio por natalidade ou morte, ou ainda outros que visem atender as necessidades 
advindas de situações de vulnerabilidade temporária, com prioridade para a criança, 
a família, o idoso, a pessoa com deficiência, a gestante, a nutriz e nos casos de 
calamidade pública. 
• Transferência de Renda: programas que visam o repasse direto de recursos dos 
fundos de assistência social aos beneficiários como forma de acesso à renda, visando 
o combate à fome, à pobreza e a outras formas de privação de direitos que levem 
à situação de vulnerabilidade social, criando possibilidades para a emancipação, o 
exercício da autonomia das famílias e indivíduos atendidos e o desenvolvimento local. 
(NOB/SUAS, 2005, p. 20-21)
Fonte: Elaborado pelo autor.
A forma de desenvolvimento de cada um dos serviços, programas, projetos e benefícios será 
diferente, a depender do tipo de proteção social (básica ou especial), sendo que Battini et al. 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
144/258
(2007), em sua obra, as evidencia conforme 
logo mais exposto.
Na esfera dos serviços, na proteção básica, 
estes acontecem em forma de atendimento 
sócio familiar, defesa de direitos e 
participação popular, orientação técnico-
jurídica e social, socialização familiar e 
comunitária, convivência e sociabilidade 
e atendimento social circunstancial/ 
emergencial.
O atendimento sócio familiar “visa à 
construção do protagonismo e do pleno 
desenvolvimento das famílias e indivíduos, 
desencadeado por atividade político-
pedagógica de orientação social e adoção 
de diferentes procedimentos e técnicas” 
(BATTINI et al., 2007, p. 166).
A defesa de direitos e participação 
popular “destina-se aos sujeitos 
abrangidos no território, visando à 
participação popular e a defesa e 
ampliação dos direitos (BATTINI et al. , 
2007, p. 166).
Orientação técnico-jurídica e social 
“consiste em orientações acerca 
dos direitos e encaminhamentos 
para instâncias de mediação e de 
responsabilização jurídica, quando são 
identificadas situações de vulnerabilidade” 
(BATTINI et al., 2007, p. 167).
Socialização familiar e comunitária 
tem como objetivo “provocar mudanças 
de valores, com humanização e 
desenvolvimento de potencialidades, 
abrangendo especialmente as famílias e a 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
145/258
comunidade referenciada” (BATTINI et al., 2007, p. 167).
Convivência e sociabilidade “oportuniza espaços de reflexão e de convivência para diversos 
sujeitos, atendendo aos objetivos de inserção nos direitos, fortalecimento do protagonismo e 
dos vínculos sociais, bem como a construção e reconstrução de projetos individuais e coletivos” 
(BATTINI et al., 2007, p. 168).
Atendimento social circunstancial/emergencial busca viabilizar “o acolhimento e a escuta 
qualificada das demandas individuais e familiares, com identificação de necessidades sociais e 
respectivos encaminhamentos e atenções” (BATTINI et al., 2007, p. 168).
 Com o objetivo principal de fortalecer o aspecto da matricialidade familiar, a PNAS, por meio 
da NOB/SUAS, prevê a elaboração, o desenvolvimento e a avaliação de programas e projetos 
que visam à promoção de seus usuários, assim, na esfera dos programas e projetos, são 
integrantes dessa ferramenta os programas e projetos de enfrentamento à pobreza, inclusão 
produtiva dos beneficiários dos programas de transferência de renda, economia solidária e 
grupos de produção, capacitação socioprofissional e geração de trabalho e renda.
Enfrentamento à pobreza trata-se de programas e projetos
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
146/258
Socioassistenciais que se articulam a outras políticas e ações da 
rede social, locais, municipais, regionais, estaduais e federais, com o 
objetivo de implementar ações cooperativas no âmbito da erradicação 
da fome, da educação (...), da qualificação profissional, da criação do 
emprego e geração de trabalho e renda, bem como de estratégias 
de desenvolvimento local, com participação dos sujeitos envolvidos. 
(BATTINI et al., 2007, p. 169)
A inclusãoprodutiva para beneficiários dos programas de transferência de renda busca 
assegurar por meio de ações de formação cidadã, a construção de condições de autonomia dos 
sujeitos e, em geral, podem ser classificadas por meio de atividades de qualificação profissional 
e geração de trabalho e renda.
Economia solidária e grupos de produção buscam, por meio de propostas inovadoras, criar 
condições para o desenvolvimento econômico através do cooperativismo e associativismo civil, 
“na perspectiva da autonomia, da solidariedade e da formação política” (BATTINI et al., 2007, p. 
170).
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
147/258
Capacitação socioprofissional possui enfoque na inserção produtiva, na direção da 
qualificação profissional e na capacitação socioprofissional na perspectiva da formação 
continuada a gestores e profissionais da política pública de assistência social.
Geração de trabalho e renda busca incluir os usuários da assistência social, mantendo relação 
direta com o sistema público de trabalho, emprego e renda na perspectiva da geração de 
espaços de trabalho e de geração de renda.
Os benefícios previstos na rede socioassistencial de proteção básica representam um marco na 
prestação de serviços sociais no Brasil, sendo que os benefícios hoje disponibilizados resultam 
de um processo de unificação dos programas de transferência de renda que passa a acontecer 
no Brasil a partir de 1995.
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
148/258
A unificação dos programas de transferência de renda representa uma 
evolução e inovação no âmbito desses programas em implementação 
no Brasil a partir de 1995. Propõe-se uma maior racionalização e 
simplificação do acesso da população aos referidos programas, cujo 
objetivo central é elevar a efetividade do combate à fome e à pobreza, 
prioridade social do governo brasileiro a partir de 2003. (SILVA; LIMA, 
2010, p. 33)
Tal processo resultou no estabelecimento do Bolsa Família, que hoje se estabelece como 
“o maior programa de transferência de renda em implementação no Brasil, assumindo a 
centralidade do Sistema de Proteção Social” (SILVA; LIMA, 2010, p. 35-36). Tal benefício possui 
como objetivos:
a. combater a fome, a pobreza e as desigualdades por meio da transferência de um 
benefício financeiro associado à garantia do acesso aos direitos sociais básicos - saúde, 
educação, assistência social e segurança alimentar.
b. promover a inclusão social, contribuindo para a emancipação das famílias beneficiárias, 
construindo meios e condições para que elas possam sair da situação de vulnerabilidade 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
149/258
em que se encontram (BRASIL/MDS, 
2006 apud SILVA; LIMA, 2010, p. 37)
São considerados ainda benefícios da 
assistência na proteção social básica, a 
transferência de renda que é “realizada 
por meio de bens, recursos financeiros 
e benefícios, sem necessidade de 
contrapartida, mas por critérios de 
equidade, vinculada à renda e às condições 
familiares” (BATTINI et al., 2007, p. 171).
Benefício de prestação continuada, 
benefício da política de assistência 
social concedido às pessoas idosas ou 
com deficiência, no valor de um salário 
mínimo, operacionalizado pelas agências 
da Previdência Social, sendo uma 
condicionalidade a renda de até um quarto 
de salário mínimo per capita para garantia 
de acesso pelo usuário. Demanda perícia 
social (por assistente social devidamente 
enquadrado no quadro funcional das 
agências da Previdência Social) e, no caso 
de pessoas com deficiência, também é 
demandada perícia médica.
Benefícios eventuais de assistência em 
espécie ou material são concedidos em 
caráter “suplementar e temporário, não 
contributiva, podendo ser concedida 
sob forma de pecúnia, bens de consumo 
ou prestação de serviços, que integram 
organicamente as garantias do SUAS” 
(BATTINI et al., 2007, p. 171).
Na proteção social especial de média 
complexidade, observa-se também 
intervenções técnicas que buscam 
consolidar a política pública de 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
150/258
assistência, sendo que no bojo deste tipo 
de proteção oferece-se atendimento 
domiciliar, atendimento à população 
de rua, atendimento jurídico e social, 
atendimento especializado à criança em 
situação de trabalho infantil, atendimento 
especializado às vítimas de violência, 
execução de medida socioeducativa de 
prestação de serviços à comunidade, 
execução de medida socioeducativa 
de liberdade assistida e serviço de 
atendimento especializado às famílias com 
direitos violados.
O atendimento domiciliar é realizado 
em situações em que não há mobilidade 
por parte dos usuários, ou seja, são 
intervenções técnicas e multiprofissionais, 
que por meio de busca ativa realizam as 
visitas domiciliares no sentido do apoio 
socioassistencial.
No escopo da população de rua, o 
atendimento à população de rua busca 
a reconstrução de vínculos na perspectiva 
da superação dessa situação, construção 
de projetos de vida e alcance da autonomia 
por meio do atendimento técnico 
especializado e integração das diversas 
políticas setoriais.
Assim como na proteção social básica, 
o atendimento jurídico e social se 
aplica igualmente à proteção social 
de média complexidade, pois nestes 
casos as intervenções jurídicas e 
sociais também existem no sentido das 
intervenções judiciais “que reclamem os 
direitos legalmente assegurados e nos 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
151/258
encaminhamentos para instâncias de mediação e de responsabilização jurídica, quando são 
identificadas situações de risco e de violação de direitos” (BATTINI et al., 2007, p. 172).
Considerando que em muitos casos, as crianças em situação de risco formam considerável 
grupo de interesse da política pública de assistência, assim o atendimento especializado à 
criança em situação de trabalho infantil
Inclui transferência de renda às famílias e jornada ampliada com ativida-
des socioeducativas para crianças e adolescentes com idade inferior a 16 
anos, envolvidos com trabalho precoce, em atividades consideradas peri-
gosas, penosas, insalubres ou degradantes (...) (BATTINI et al., 2007, p.25)
O atendimento social, psicológico e jurídico destinado às vítimas de violência física, 
negligência, exploração sexual ou comercial formam o atendimento especializado às vítimas de 
violência.
A execução de medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade “consiste na 
prestação de serviços comunitários, por determinação judicial, como medida socioeducativa 
destinada aos adolescentes em conflito com a lei, por meio da realização de tarefas gratuitas 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
152/258
em entidades governamentais e não 
governamentais” (BATTINI et al., 2007, p. 
173).
O “acompanhamento multidisciplinar, 
auxílio e orientação em meio aberto a 
adolescentes, encaminhados ao ensino 
formal, profissionalização e inserção no 
mercado de trabalho” (BATTINI et al., 2007, 
p. 173) configuram a execução da medida 
socioeducativa de liberdade assistida.
O serviço de atendimento especializado 
às famílias com direitos violados busca pormeio de atendimentos sucessivos sociais e 
psicológicos, orientar o usuário vítima de 
violência com o objetivo de romper com o 
ciclo de violência, além de “identificar as 
causas do processo violador e de recompor 
os direitos violados” (BATTINI et al., 2007, 
p. 173).
Na proteção social de alta complexidade, 
os serviços destinam-se a sujeitos e grupos 
que se encontram em situação de risco 
social ou pessoal. Fazem parte da rede 
socioassistencial de alta complexidade 
o abrigamento, a família acolhedora, a 
execução de medida socioeducativa de 
semiliberdade, provisória e sentenciada.
O abrigamento deve ser utilizado em 
situações em que há risco iminente de risco 
social e pessoal “decorrente de abandono, 
maus-tratos, negligência ou outros 
fatores” (BATTINI et al., 2007, p. 173). 
Família acolhedora são serviços 
constituídos por famílias, constituintes da 
sociedade civil, cadastradas e capacitadas 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
153/258
para atendimento direto aos sujeitos impossibilitados de conviver com suas famílias de origem.
A intervenção das execuções de medidas socioeducativas acontece em semiliberdade, 
internação provisória e internação sentenciada:
• Semiliberdade; restritiva de liberdade, destinada aos adolescentes em conflito com a lei, 
por meio de determinação judicial. Tem como objetivo proporcionar atividades externas 
de educação regular, profissional, atividades de lazer e aproximação familiar.
• Provisória; privação de liberdade para desenvolvimento de atividades socioeducativas 
pelo período máximo de 45 dias, com a finalidade de realização de estudos de caso 
(conforme determinações previstas nos artigos 121, 122 e 123 do ECA).
• Sentenciada; privação de liberdade por determinação judicial sujeita aos princípios 
de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar da pessoa em 
desenvolvimento, com a realização de atividades escolares e de profissionalização, 
preservação de vínculos familiares e comunitários, cumprida em local distinto daquele 
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por idade, compleição física e 
gravidade de infração (BATTINI et al., 2007, p. 175)
Entenda a disposição dos órgãos públicos de atendimento da política pública de assistência 
social:
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
154/258
Tabela 2 - Serviços e unidades públicas estatais de atendimento da política pública de assistência social
Tipo de proteção Principal foco
Unidade pública 
estatal de 
atendimento
Serviços
Proteção Social Básica
Fortalecimento de 
vínculos familiares 
e comunitários e 
prevenção a situações 
de violação de direitos
CRAS (Centro de 
Referência de 
Assistência Social)
Proteção e atendimento 
integral à família (PAIF);
 
Convivência e 
fortalecimento de vínculos;
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
155/258
Proteção Social 
Especial de Média 
Complexidade
Intervenções em 
situações de violação 
de direitos sem 
rompimento de 
vínculos familiares e 
comunitários.
CREAS (Centro 
de Referência 
Especializado da 
Assistência Social)
• Serviços de orientação e 
apoio sociofamiliar;
• Plantão social;
• Abordagem de rua;
• Cuidado em domicílio;
• Serviço de habilitação 
e reabilitação na 
comunidade das pessoas 
com deficiência;
• Medidas socioeducativas 
em meio-aberto 
(Prestação de Serviços 
à Comunidade - PSC e 
Liberdade assistida - LA);
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
156/258
Proteção Social 
Especial de Alta 
Complexidade
Intervenções em 
situações de violação 
de direitos com 
rompimento de 
vínculos familiares e 
comunitários.
CREAS (Centro 
de Referência 
Especializado da 
Assistência Social)
- erviço de Proteção e 
Atendimento Especializado a 
Famílias e Indivíduos – PAEFI; 
- Serviço de Proteção 
Social a Adolescentes em 
Cumprimento de Medida 
Socioeducativa de Liberdade 
Assistida e de Prestação de 
Serviços à Comunidade; 
- Serviço Especializado em 
Abordagem Social; 
- Serviço de Proteção Social 
Especial para Pessoas com 
Deficiência, Idosas e suas 
Famílias;
Fonte: elaborado pelo autor
O assistente social compõe o quadro de profissionais que com excelência deve operacionalizar 
Unidade 5 • Rede socioassistencial: conceitos, serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. Instrumentos de 
gestão: Controle social
157/258
os procedimentos inerentes à política pública de assistência e, para tanto, lança mão do tripé 
que compõe a sua competência profissional (IAMAMOTO, 2004). Neste sentido, a dimensão 
técnico-operativa evidencia-se na atuação profissional.
Dentre as atividades e procedimentos metodológicos relacionados às 
mediações técnico-operativas destacam-se: cadastramento e alimenta-
ção de dados nos sistemas informação; acolhida e escuta individual para 
identificação de necessidades de indivíduos e famílias; atividades relacio-
nadas ao trabalho e à renda; entrevista social; visitas domiciliares; pales-
tras; trabalhos com grupo; campanhas socioeducativas; encaminhamen-
to e acompanhamento de famílias, seus membros e indivíduos; reuniões; 
articulação e fortalecimento de grupos sociais locais; atividades, recrea-
tivas, esportivas, lúdicas e culturais; produção de material, deslocamento 
de equipe; acompanhamento e controle da efetividade dos encaminha-
mentos realizados; acompanhamento de condicionalidades, entre outras. 
(BATTINI et al., 2007, p. 179)
Questão
reflexão
?
para
158/258
Avalie e reflita, a partir de sua prática profissional, 
como estão organizados em seu território os recursos 
socioassistenciais disponíveis, observando se há uma 
real articulação e diálogo entre essas organizações 
para a composição da rede social ou se este processo 
de articulação de redes se trata apenas de uma falácia.
Você acredita, ainda, que os benefícios 
socioassistenciais estão a favor da população usuária? 
A população usuária, a seu ver, compreende os 
benefícios sociais como benesse ou direito social?
159/258
Considerações Finais
A rede de serviços socioassistenciais se apresenta como importante 
instrumento de efetivação do princípio de territorialização proposta pela 
Política Nacional de Assistência, na medida em que fortalece os vínculos 
sociais comunitários na direção da intersetorialização.
No entanto, deve-se ter claro que a rede por si só não viabiliza o atendimento 
às necessidades sociais, sendo necessário, portanto, a articulação de 
diferentes benefícios sociais.
Os benefícios sociais, por sua vez, para além da organicidade da PNAS, 
viabiliza uma determinada materialização do direito social a assistência, 
quando se propõe a atender as necessidades da população brasileira.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.160/258
Referências
BATTINI, Odária. COLIN, Denise Arruda. SILVEIRA, Jucimeri Isolda. Serviços Socioassistenciais: 
referências preliminares na implantação do SUAS. In: SUAS: Sistema Único de Assistência Social 
em debate / Odária Battini (org). São Paulo: Veras Editora; Curitiba, PR: CIPEC, 2007. (Série 
núcleos de pesquisa).
BRASIL. Lei Federal n. 8069, de 13 de julho de 1990. ECA _ Estatuto da Criança e do 
Adolescente.
IAMAMOTO, Marilda Villela: O Serviço Social naContemporaneidade: trabalho e formação 
profissional, 7o ed. Cortez, 2004, 20, 123p.
SILVA, Maria Ozanira da Silva; LIMA, Valéria Ferreira Santos de Almada. Avaliando o Bolsa 
Família: unificação, focalização e impactos. São Paulo: Cortez, 2010.
161/258
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162/258
1. Observe entre as alternativas a seguir, a que melhor define o conceito de 
“rede socioassistencial”:
a) São ações integradas entre ONGs da Assistência Social e o poder público, além de 
empresas privadas, as quais garantem a consecução de estratégias para o enfrentamento 
às diferentes manifestações da questão social.
b) São ações integradas entre ONGs da Assistência Social e o poder público, as quais 
garantem a consecução de estratégias para o enfrentamento às diferentes manifestações 
da questão social.
c) A rede socioassistenncial são ações de iniciativa pública e do Estado que ofertam e operam 
benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe a articulação entre todas estas 
unidades de provisão de proteção social sob a hierarquia de básica e especial e ainda por 
níveis de complexidade.
d) Trata-se de um conjunto integrado de ações de iniciativa privada e do empresariado que 
ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe a articulação 
entre todas estas unidades de provisão de proteção social sob a hierarquia de básica e 
especial e ainda por níveis de complexidade.
Questão 1
163/258
e) Trata-se de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade que 
ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe a articulação 
entre todas estas unidades de provisão de proteção social sob a hierarquia de básica e 
especial e ainda por níveis de complexidade.
Questão 1
164/258
2. Os benefícios eventuais da política de assistência social estão 
relacionados a qual nível de proteção social?:
a) Os benefícios eventuais da assistência social estão relacionados à proteção social especial.
b) Os benefícios eventuais da assistência social estão relacionados à proteção social especial 
de baixa complexidade.
c) Os benefícios eventuais da assistência social estão relacionados à proteção social básica 
de alta vulnerabilidade.
d) Os benefícios eventuais da assistência social estão relacionados à proteção social básica.
e) Os benefícios eventuais da assistência social estão relacionados à proteção social especial 
de alta vulnerabilidade.
Questão 2
165/258
3. São programas que visam o repasse direto de recursos dos fundos 
de assistência social aos beneficiários como forma de acesso à renda, 
visando o combate à fome, à pobreza e outras formas de privação 
de direitos que levem à situação de vulnerabilidade social, criando 
possibilidades para a emancipação, o exercício da autonomia das 
famílias e indivíduos atendidos e o desenvolvimento local.
A afirmação anterior se refere a:
a) Programas de empregabilidade da pessoa com deficiência.
b) Projetos de responsabilidade social empresarial.
c) Programas de transferência de renda.
d) Programas institucionais de medida socioeducativa.
e) Planos nacionais de assistência social.
Questão 3
166/258
4. Observe entre as alternativas a seguir, a que melhor define o conceito 
de “atendimento social circunstancial/emergencial” inerente à política 
pública de assistência social:
a) Caracteriza-se basicamente pela concessão de benefícios eventuais.
b) É aquele que busca viabilizar o acolhimento e a escuta qualificada das demandas 
individuais e familiares, com identificação de necessidades sociais e respectivos 
encaminhamentos e atenções.
c) É aquele que busca viabilizar a concessão automática de benefícios e a escuta qualificada 
das demandas individuais e familiares, com identificação de necessidades sociais e 
respectivos encaminhamentos e atenções.
d) É aquele que busca viabilizar o acolhimento imediato em caso de catástrofes naturais, 
apenas.
e) É aquele que busca viabilizar o acolhimento e a escuta qualificada, apenas de assistentes 
sociais, das demandas individuais e familiares, com identificação de necessidades sociais e 
respectivos encaminhamentos e atenções.
Questão 4
167/258
5. Observe entre as alternativas a seguir, a que melhor define o conceito 
de “geração de trabalho e renda:
a) É aquele projeto que busca incluir os usuários da assistência social, mantendo relação 
direta com o sistema público de trabalho, emprego e renda na perspectiva da geração de 
espaços de trabalho e geração de renda.
b) É aquele projeto que busca incluir os usuários da assistência social, mantendo ininterrupta 
a concessão de benefícios eventuais até que o cidadão consiga recuperar sua autonomia 
financeira.
c) É aquele que busca viabilizar a concessão automática de benefícios e a escuta qualificada 
das demandas individuais e familiares, com identificação de necessidades sociais e 
respectivos encaminhamentos e atenções.
d) É aquele projeto que busca incluir os usuários da assistência social, mantendo ininterrupta 
a concessão de benefícios eventuais até que o cidadão consiga recuperar sua autonomia 
social.
Questão 5
168/258
e) É aquele projeto que busca incluir os usuários da assistência social, mantendo o 
usuário do serviço inserido em cursos de capacitação profissional contínua, além do 
acompanhamento das situações de saúde e educação dos demais membros do grupo 
familiar.
Questão 5
169/258
Gabarito
1. Resposta: E.
A rede de serviços socioassistentenciais 
“é um conjunto integrado de ações de 
iniciativa pública e da sociedade que 
ofertam e operam benefícios, serviços, 
programas e projetos, o que supõe a 
articulação entre todas estas unidades 
de provisão de proteção social sob a 
hierarquia de básica e especial e ainda por 
níveis de complexidade” (NOB/SUAS, 2005, 
p.20).
2. Resposta: D.
Os Benefícios Eventuais que compõem a 
proteção social básica são previstos no 
artigo 22 da LOAS, e visam o pagamento de 
auxílio por natalidade ou morte, ou ainda 
outros que visem atender as necessidades 
advindas de situações de vulnerabilidade 
temporária, com prioridade para a criança, 
a família, o idoso, a pessoa com deficiência, 
a gestante, a nutriz e nos casos de 
calamidade pública.
3. Resposta: C.
Os Programas de Transferência de Renda 
são aqueles que visam o repasse direto 
de recursos dos fundos de assistência 
social aos beneficiários como forma 
de acesso à renda, visando o combate 
à fome, à pobreza e outras formas de 
privação de direitos que levem à situação 
de vulnerabilidade social, criando 
possibilidades para a emancipação, o 
170/258
Gabarito
exercício da autonomia das famílias e 
indivíduos atendidos e o desenvolvimento 
local. (NOB/SUAS, 2005, p. 20-21)
4. Resposta: B.
Atendimento social circunstancial/
emergencial busca viabilizar “o 
acolhimento e a escuta qualificada das 
demandas individuais e familiares, com 
identificação de necessidades sociais e 
respectivos encaminhamentos e atenções” 
(BATTINI et al., 2007, p. 168).
5. Resposta: A.
Geração de trabalho e renda busca incluir 
os usuários da assistência social, mantendo 
relação direta com o sistema público de 
trabalho, emprego e renda na perspectiva 
da geração de espaços de trabalho e da 
geração de renda.
171/258
Unidade 6
O papel dos agentessociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios
Objetivos
1. Apresentar a Norma Operacional 
Básica de Recursos Humanos do 
Sistema Único de Assistência Social;
2. Problematizar brevemente aspectos 
centrais da NOB/SUAS;
3. Conceituar os principais eixos da 
NOB/RH.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.172/258
A Norma Operacional Básica 
De Recursos Humanos Da 
Assistência Social
A Norma Operacional Básica da Assistência 
Social (NOBRH), aprovada por meio da 
resolução nº 296, de 13 de dezembro de 
2006, representa um importante avanço 
no que diz respeito à profissionalização 
das ações profissionais no campo da 
assistência social no Brasil.
Esta Norma surge na perspectiva do 
fortalecimento de ações que conduzam a 
Política Nacional de Assistência Social na 
direção da efetiva garantia dos direitos 
sociais previstos na Constituição Federal de 
1988, bem como de uma concepção ética e 
política para que se qualifique e consolide 
verdadeiramente a atuação técnica na 
direção do direito socioassistencial.
No entanto, embora as definições para a 
composição das equipes técnicas estejam 
muito bem definidas na NOB/RH, são 
muitos os desafios existentes para a 
consolidação das orientações previstas no 
documento.
Para atendimento das equipes de 
referência para o exercício dos objetivos 
do SUAS, conforme definido na NOB/
RH, muitos municípios ainda realizam 
modalidades de contratação de pessoal 
diversas às orientações de concurso 
público.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.173/258
Segundo Ortolani: 
Estas formas de contratação no serviço público geralmente ocorrem 
através de terceirizações por intermédio de Organizações Não 
Governamentais (ONGs) ou Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público (OSCIPs), contratação temporária por prazo determinado, recibo 
de pagamento de autônomo (RPA) e cargos em comissão declarados em 
lei de livre nomeação e exoneração. (ORTOLANI, 2011, p. 4)
São muitas, portanto, as consequências destes tipos de contratação. Além de na maioria das 
vezes não garantirem os direitos trabalhistas aos trabalhadores, tais como recolhimento de 
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), pagamento de 13º salário, ou benefícios 
previdenciários, ainda expõem os trabalhadores a outras consequências.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.174/258
Outra consequência desta flexibilização dos contratos de trabalho é a 
falta de estabilidade que causa grande insegurança ao trabalhador, uma 
vez que ele fica à mercê dos desmandos institucionais e políticos pelo 
temor em perder seu trabalho e, consequentemente, seu próprio meio 
de sobrevivência. Em alguns casos também ocorre certa divergência em 
termos salariais e de benefícios trabalhistas, gerando uma situação de 
desconforto e de desarticulação entre os trabalhadores que possuem 
vínculos estáveis de trabalho e os demais contratados (ORTOLANI, 2011, 
p. 5).
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.175/258
Observe o quadro abaixo:
Figura 1 – Vínculo dos trabalhadores do SUAS
Fonte: MDS, 2011.
Por estes e outros motivos, a NOB/
RH busca a definição de diretrizes para 
a Política Nacional de Capacitação 
para os professionais do SUAS, 
bem como fundamenta a Educação 
Permanente, prevendo a construção 
de processos de capacitação de forma 
sistemática e continuada, levando-se 
em conta necessidades, demandas e as 
particularidades regionais da população.
A Estrutura da Norma Opera-
cional Básica de Recursos Hu-
manos do Sistema Único de As-
sistência Social
A NOB/RH divide-se em:
• Princípios e diretrizes nacionais para 
a gestão do trabalho no âmbito do 
SUAS.
• Princípios éticos para os 
trabalhadores da assistência social.
• Equipes de referência.
• Diretrizes para a política nacional de 
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.176/258
capacitação.
• Diretrizes nacionais para os planos de 
carreira, cargos e salários – PCCS.
• Diretrizes para as entidades e 
organizações de assistência social.
• Diretrizes para o cofinanciamento da 
gestão do trabalho.
• Responsabilidade e atribuições 
do gestor federal, dos gestores 
estaduais, do gestor do Distrito 
Federal e dos gestores municipais 
para a gestão do trabalho no âmbito 
do SUAS.
• Organização de cadastro nacional de 
trabalhadores do SUAS.
• Controle social da gestão do trabalho 
no âmbito do SUAS.
• Regras de transição.
Princípios e diretrizes nacionais 
para a gestão do trabalho no 
âmbito do SUAS
Os princípios e diretrizes da NOB/RH, 
no âmbito do SUAS, versam sobre a 
contribuição no aprimoramento e gestão 
do SUAS, orientados para a qualidade da 
oferta dos serviços para a consolidação 
dos direitos socioassistenciais, através do 
fortalecimento dos empregos públicos, 
contra a terceirização.
Observa-se ainda, a relevância da 
educação permanente e da capacitação do 
SUAS, na direção na interdisciplinaridade.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.177/258
Princípios éticos para os trabalhadores da assistência social
A composição das equipes de referência conta com profissionais de nível superior, os quais 
têm suas atividades regidas por códigos de ética específicos. Assim, no campo dos princípios 
éticos, a NOB/RH promoverá a compreensão de um direcionamento ético-político ontológico 
aos profissionais, com a finalidade de fortalecer o compromisso das diferentes categorias 
profissionais com a superação de práticas conservadoras de intervenção social.
São considerados ainda aspectos como: sigilo profissional, transparência no repasse de 
informações aos usuários, reconhecimento e arquivo dos prontuários, etc.
Equipes de referência
Versa sobre a organização da divisão do trabalho entre profissionais e dos profissionais por 
unidade pública de atendimento.
Para a NOB/RH, equipes de referência são:
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.178/258
[...] aquelas constituídas por servidores efetivos responsáveis pela 
organização e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de 
proteção social básica e especial, levando-se em consideração o número 
de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de atendimento e as 
aquisições que devem ser garantidas aos usuários (NOB/RH, 2006, p. 27).
Possuem configuração específica, a depender do serviço socioassistencial ao qual se destinam. 
Neste sentido, observa-se a seguir as equipes por nível de proteção social e unidade pública de 
atendimento. No caso da proteção social básica, cuja unidade pública de atendimento é o CRAS, 
observa-se a seguinte equipe de referência:
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.179/258
Figura 2 – Equipe de referência do CRAS
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 32.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.180/258
Orienta ainda que: 
As equipes de referência para os Centros de Referência da Assistência 
Social - CRAS devem contar sempre com um coordenador, devendo 
o mesmo, independentemente do porte do município, ter o seguinte 
perfil profissional: ser um técnico de nível superior, concursado, com 
experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, 
serviços e benefícios socioassistenciais (NOB/RH, 2006, p. 33)
Para a proteção social especial, cuja unidade pública de atendimento é o CREAS, observa-
se que há uma equipe de referência específicapara cada tipo de serviço, por nível de 
complexidade.
A composição sugerida para a equipe de referência de um serviço social de proteção especial 
de média complexidade seria concebida conforme a seguir:
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.181/258
Figura 3 – Equipe de referência do CRAS
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 34.
No nível da proteção social de alta vulnerabilidade, sugere-se as seguintes estruturações de 
equipe de referência:
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.182/258
 Figura 4 – Atendimento em pequenos grupos (abrigo institucional, casa-lar e casa de passagem)
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 34.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.183/258
Figura 5 – Equipe de Referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 36.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.184/258
Figura 6 – Família acolhedora
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 36.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.185/258
Figura 7 – República
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 36.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.186/258
Figura 8 – Instituições de longa permanência para idosos - ILPIs
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 37.
Referente à gestão do SUAS, a NOB/RH ainda define as funções, por nível de gestão 
(municipal, estadual e federal) para cada esfera do governo, com a finalidade de resguardar 
a descentralização político-administrativa do Sistema, bem como orientar as equipes de 
referência para a participação organizada para o controle social e defesa do resguardo ao pleno 
desenvolvimento da política pública de assistência social.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.187/258
Deste feito, observa-se no quadro de 
referência a seguir, o papel de cada esfera 
do governo, em ralação à PNAS. 
Figura 9 – Quadro de referência das funções 
essenciais da gestão municipal e estadual
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 38.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.188/258
Figura 10 – Quadro de referência das funções 
essenciais da gestão do DF e federal
Fonte: NOB/RH, 2011, p. 39.
Diretrizes para a política 
nacional de capacitação, planos 
de carreira e cargos e salários – 
PCCS
Orienta o desenvolvimento de estratégias 
de capacitação pautadas em princípios 
fundamentais de difusão de conhecimento 
e desenvolvimento de habilidades técnicas 
das equipes de referência.
Segundo os ditames da NOB/RH, 
deve ser sistemática e contínua, 
sustentável, participativa, nacionalizada, 
descentralizada, avaliada e 
constantemente monitorada.
Em relação às diretrizes para o PCCS (plano 
de carreiras, cargos e salários), observadas 
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.189/258
as orientações constitucionais em relação 
à autonomia administrativa, observa-
se que cada esfera do governo formula, 
debate e elabora seus próprios PCCS, 
muito embora tais elaborações devam, 
obrigatoriamente, partir dos princípios de:
1. Universalidade dos PCCSs: Os Planos 
de Carreira, Cargos e Salários 
abrangem todos os trabalhadores 
que participam dos processos de 
trabalho do SUAS.
2. Equivalência entre cargos ou 
empregos: sem benefícios a 
determinados cargos para definição 
de salários.
3. Concurso público como forma 
de acesso: condicionamento da 
aprovação em concurso para 
desenvolvimento da política.
4. Mobilidade do trabalhador: garantia 
de trânsito do trabalhador do 
SUAS pelas diversas esferas de 
governo, sem perda de direitos ou da 
possibilidade de desenvolvimento e 
ascensão funcional na carreira.
5. Adequação funcional: Os PCCS 
adequar-se-ão periodicamente 
às necessidades, à dinâmica e ao 
funcionamento do SUAS.
6. Gestão partilhada das carreiras: 
entendida como garantia da 
participação dos trabalhadores, 
através de mecanismos 
legitimamente constituídos, na 
formulação e gestão dos seus 
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.190/258
respectivos planos de carreiras.
7. PCCS como instrumento de gestão: 
entendendo-se por isto que os 
PCCS deverão constituir-se num 
instrumento gerencial de política de 
pessoal integrado ao planejamento e 
ao desenvolvimento organizacional.
8. Educação Permanente: significa o 
atendimento às necessidades de 
formação e qualificação sistemática 
e continuada dos trabalhadores do 
SUAS.
9. Compromisso solidário: 
compreendendo isto que os PCCS 
são acordos entre gestores e 
representantes dos trabalhadores 
em prol da qualidade dos serviços, 
do profissionalismo e da garantia 
pelos empregadores das condições 
necessárias à realização dos serviços, 
programas, projetos e benefícios da 
assistência social.
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.191/258
Diretrizes para as entidades e organizações de assistência social
As entidades e organizações de assistência social de atendimento - 
definidas no artigo 3º, § 1º da nova redação da LOAS - compõem o 
Sistema Único de Assistência Social. A partir dessa definição, os serviços 
prestados por essas entidades e organizações têm finalidade pública e, 
desse ponto de vista, buscam o alinhamento aos princípios éticos dos 
trabalhadores do SUAS, assim como à 8ª diretriz para a gestão do trabalho 
que consta do item II desta Norma (NOB/RH, 2006, p. 54).
Unidade 6 • O papel dos agentes sociais na consolidação dos direitos sociais: avanços e desafios.192/258
Diretrizes para o cofinanciamento da gestão do trabalho
O artigo 30-A da LOAS estabelece que o cofinanciamento do Sistema 
Único de Assistência Social será feito por meio de transferências 
automáticas entre os fundos de assistência social e mediante alocação 
de recursos próprios nesses fundos nas três esferas de governo. (NOB/RH, 
2006 p. 58)
A nova redação da LOAS, dada pela lei 12.435/2011, foi uma conquista 
para a política de Assistência Social, pois seu artigo 6º-E possibilita o uso 
dos recursos do co financiamento do governo federal para pagamento 
dos profissionais que integram as equipes de referência. O estudo dos 
custos dos serviços sócio assistenciais é de responsabilidade de cada 
esfera de governo, considerando informações qualificadas sobre a 
demanda por serviços e benefícios e padrões de qualidade da proteção às 
famílias e indivíduos usuários do SUAS. (NOB/RH, 2006, p. 58)
Questão
reflexão
?
para
193/258
A partir do texto proposto para estudo, observe em seu 
município, qual a condição de contratação dos trabalhadores 
da assistência social.
Analise a situação de contratação destes profissionais 
desenvolvendo uma reflexão sobre os limites e possibilidades 
do modelo de contratação vigente, a partir das relações de 
poder e de interesse impostas, e responda à questão:
Você acredita que a política de assistência social tem sido 
desenvolvida na direção dos objetivos do SUAS em seu 
município?
194/258
Considerações Finais
Ao longo deste texto, foram discutidos os principais eixos constituintes 
da NOB/RH. Observa-se, entanto, que embora muito bem definidas 
as atividades por ambos os agentes sociais envolvidos no processo de 
consolidação do SUAS, ainda restam muitos desafios para a consolidação das 
normatizações estabelecidas na NOB/RH.
Assim, somos todos convidados à participação política para a construçãode 
um corpo de recursos humanos coerente e alinhado do ponto de vista ético e 
político.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.195/258
Referências
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional Básica 
de Recursos Humanos – NOB-RH/SUAS. Brasília, D.F. 2007.
ORTOLANI, Flávia Bortoleto. Desafios para a construção da NOB-RH/SUAS nos municípios. V 
Jornada Internacional de Políticas Públicas. São Luiz, Maranhão, 2011.
196/258
Assista a suas aulas
Aula 6 - Tema: O Papel dos Agentes Sociais na 
Consolidação dos Direitos Sociais: Avanços e 
Desafios - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/54904e701076a9d3ac5ae74d6c10bba5>.
Aula 6 - Tema: O Papel dos Agentes Sociais na 
Consolidação dos Direitos Sociais: Avanços e 
Desafios - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/03c-
d7af634f114e32bc230ccfda550ba>.
197/258
1. Identifique entre as alternativas abaixo, a que melhor conceitua a função 
da NOB/RH:
a) A NOB/RH tem por função estabelecer diretrizes e princípios para a atuação ético-política 
na assistência social, em conformidade com a LOAS.
b) A PNAS tem por função estabelecer diretrizes e princípios para a atuação ético-política na 
assistência social.
c) A SUAS tem por função estabelecer diretrizes e princípios para a atuação ético-política na 
assistência social.
d) A NOB tem por função estabelecer diretrizes e princípios para a atuação ético-política na 
assistência social.
e) A NOB/RH tem por função estabelecer normas, diretrizes e princípios para a atuação 
técnica na política de assistência social.
Questão 1
198/258
2. Observe entre as alternativas a seguir, a afirmação incorreta, de 
acordo com o texto de referência:
a) O CREAS é o serviço de referência em nível de proteção especial de média e alta 
complexidade.
b) Os agentes sociais que compõem o SUAS são formados por assistentes sociais, psicólogos, 
outros profissionais de ensino superior, além de profissionais de ensino médio e 
fundamental.
c) Os princípios de capacitação e educação permanente estão previstos na NOB/RH.
d) Todos os municípios estão parametrizados no que diz respeito à modalidade de 
contratação dos profissionais no campo de assistência.
e) A NOB/RH está sob responsabilidade descentralizada, isso significa que todas as esferas do 
governo possuem corresponsabilidade em sua condução.
Questão 2
199/258
3. Observe entre as alternativas a seguir, a afirmação correta:
a) O CREAS é o serviço de referência em nível de proteção especial de média e alta 
complexidade.
b) Na NOB, não há uma clara definição em relação à defesa ao emprego público, uma vez que 
em muitos casos, não há contratação de pessoas concursadas.
c) Na NOB/RH, há uma clara defesa ao emprego público por meio de concursos públicos.
d) A NOB/RH não define com exatidão as equipes de referência na proteção social básica, 
apenas da especial de média e alta vulnerabilidade.
e) A NOB/RH não define com exatidão as equipes de referência na proteção social especial, 
apenas da básica de média e alta vulnerabilidade.
Questão 3
200/258
4. A composição das equipes de referência pressupõe a definição de 
princípios fundamentais para além da ética deontológica de cada 
profissional.
Observe entre as alternativas a seguir, a que melhor definir este 
direcionamento das equipes de referência:
a) Trata-se de um direcionamento ético-normativo necessário para a consolidação da política 
pública de assistência.
b) Trata-se de um direcionamento ético-político necessário para a consolidação da política 
pública de assistência.
c) Trata-se de um direcionamento técnico necessário para a consolidação da política pública 
de assistência.
d) Trata-se de um direcionamento ético-político desnecessário para a consolidação da 
política pública de assistência.
e) Trata-se de um direcionamento ético-político necessário para a desconstrução da política 
pública de assistência.
Questão 4
201/258
5. A responsabilidade pela gestão da proteção básica está relacionada a 
qual(ais) esfera(s) de gestão pública?
a) Da gestão municipal.
b) Da gestão estadual.
c) Da gestão do DF, apenas.
d) Da gestão federal.
e) Das três esferas e do DF.
Questão 5
202/258
Gabarito
1. Resposta: E.
A NOB/RH surge na perspectiva do 
fortalecimento de ações que conduzam a 
Política Nacional de Assistência Social na 
direção da efetiva garantia dos direitos 
sociais previstos na Constituição Federal de 
1988, bem como de uma concepção ética e 
política para que se qualifique e consolide 
verdadeiramente a atuação técnica na 
direção do direito socioassistencial.
2. Resposta: D.
Para atendimento das equipes de 
referência para o exercício dos objetivos 
do SUAS, conforme definido na NOB/
RH, muitos municípios ainda realizam 
modalidades de contratação de pessoal 
diversas às orientações de concurso 
público.
3. Resposta: C.
Os princípios e diretrizes da NOB/RH, 
no âmbito do SUAS, versam sobre a 
contribuição no aprimoramento e gestão 
do SUAS, orientados para a qualidade da 
oferta dos serviços para a consolidação 
dos direitos sócio assistenciais, através do 
fortalecimento dos empregos públicos, 
contra a terceirização.
4. Resposta: B.
A composição das equipes de referência 
203/258
Gabarito
conta com profissionais de nível superior, 
os quais têm suas atividades regidas 
por códigos de ética específicos. Assim, 
no campo dos princípios éticos, a NOB/
RH promoverá a compreensão de um 
direcionamento ético-político ontológico 
aos profissionais, com a finalidade de 
fortalecer o compromisso das diferentes 
categorias profissionais com a superação 
de práticas conservadoras de intervenção 
social.
5. Resposta: B.
A responsabilidade pela gestão da 
proteção social básica está relacionada à 
esfera municipal de governo.
204/258
Unidade 7
Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, 
estrutura e funcionamento dos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos 
Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
Objetivos
 » Conhecer a organização do SUAS e 
suas políticas de atendimento;
 » Refletir sobre os programas de 
assistência social, bem como suas 
responsabilidades e abrangências;
 » Compreender as atividades realizadas 
pelos programas de assistência 
social.
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
205/258
A Organização do Suas e as Unidades Públicas de Atendimento
Os CRAS
O Sistema Único de Assistência adquire concretude por meio das unidades públicas de 
atendimento, denominadas CRAS e CREAS.
O CRAS, como visto anteriormente, é a unidade pública que viabiliza atendimento para 
usuários da assistência social no campo da proteção básica, para além da rede de serviços 
socioassistenciais. A proteção social básica, como já visto, tem por objetivo:
[...] a prevenção de situações de risco por meio do desenvolvimento de 
potencialidades e aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e 
comunitários. Destina-se à população que vive em situação de fragilidade 
decorrente da pobreza, ausência de renda, acesso precário ou nulo aos 
serviços públicos ou fragilização de vínculos afetivos (discriminações 
etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras) (MDS, 2015).
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal,territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
206/258
O CRAS, portanto, pode ser definido como 
uma unidade pública estatal descentralizada da política de assistência 
social, sendo responsável pela organização e oferta dos serviços 
socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos 
municípios e DF. (MDS, 2015)
Sua estrutura representa, portanto, o principal local de proteção e atendimento para seus 
usuários, desempenhando papel fundamental em relação à PNAS no território em que está 
inserido,
[...] possuindo função exclusiva da oferta pública do trabalho social 
com famílias por meio do serviço de Proteção e Atendimento Integral a 
Famílias (PAIF) e gestão territorial da rede socioassistencial de proteção 
social básica (MDS, 2015).
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
207/258
O PAIF caracteriza-se como uma intervenção técnica profissional dos trabalhadores da 
assistência social junto a famílias em situação de vulnerabilidade social de maneira continuada, 
objetivando o fortalecimento e proteção social às famílias em atendimento, promovendo ações 
para a viabilização do acesso e usufruto de direitos, bem como contribuindo para a elevação 
dos índices de qualidade de vida.
A oferta do PAIF é pressuposto essencial para o funcionamento do CRAS. Embora este serviço 
possa oferecer outros programas, nenhum CRAS poderá funcionar sem ofertar à população o 
PAIF.
Dentre seus principais objetivos, destacam-se:
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
208/258
[...] o fortalecimento da função protetiva da família; a prevenção da 
ruptura dos vínculos familiares e comunitários; a promoção de ganhos 
sociais e materiais às famílias; a promoção do acesso a benefícios, 
programas de transferência de renda e serviços socioassistenciais; e o 
apoio a famílias que possuem, dentre seus membros, indivíduos que 
necessitam de cuidados, por meio da promoção de espaços coletivos de 
escuta e troca de vivências familiares (MDS, 2015).
As funções do CRAS, neste sentido, são:
• Disponibilizar acesso aos PAIF e outros serviços, programas e projetos no campo da 
assistência social básica aos usuários desta política pública;
• Articular e fortalecer a rede de proteção social básica por meio da rede de serviços 
socioassistenciais;
• Ações de prevenção ao risco social no território em que está alocado, fortalecendo 
vínculos sociais fragilizados, garantindo direitos.
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
209/258
O CRAS deve ser instalado em regiões de alta vulnerabilidade social a serem identificados pela 
gestão municipal. Deve-se priorizar a instalação dos serviços de CRAS em regiões em que esteja 
alocado grande número de beneficiários de programas sociais e de redistribuição de renda, 
tais como BPC (Benefício de prestação continuada), Bolsa Família, entre outros, conforme 
indicadores estabelecidos na NOBSUAS/2005.
Tabela 1 – Locais de implantação dos CRAS
Perfil demográfico do território
Onde devem ser implantados os 
CRAS
Municípios pequeno Porte I Poderá ser instalado em áreas 
centrais, ou seja, áreas de maior 
convergência da população. 
Municípios pequeno Porte II
Territórios de baixa densidade 
demográfica, com espalhamento 
ou dispersão populacional 
Deverá instalar-se em local de 
melhor acesso para a população ou 
poderá realizar a cobertura dessas 
áreas por meio de equipes volantes 
(ver equipes volantes).
Fonte: Elaborado pelo autor.
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
210/258
Em relação à quantidade de CRAS em determinado município:
Os critérios de partilha de recursos propostos na NOBSUAS permitem 
atender, gradualmente, nos próximos anos, a todos os municípios na 
perspectiva da universalização da Proteção Social Básica. 
A NOBSUAS 2012 não prevê quantidade mínima de CRAS por município. 
Todos os 5570 municípios já receberam a oferta para o cofinanciamento 
federal do Piso Básico Fixo (PBF). Os municípios que ainda não têm 
o cofinanciamento federal do PBF recusaram a oferta do serviço em 
expansões passadas e/ou ainda não atingiram os requisitos mínimos para 
receberem recurso federal. (MDS, 2015)
Assim, a compreende-se que fica a critério de cada município a quantidade de CRAS a serem 
disponibilizados à população, uma vez que este serviço estaria, portanto, sob gestão financeira 
do município proponente.
A equipe de referência do CRAS deve ser composta por técnicos de nível superior (assistentes 
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
211/258
sociais e psicólogos) e médio, com as seguintes proporções:
Tabela 2 – Composição de equipe CRAS
Pequeno Porte I Pequeno Porte II
Médio, Grande, Metrópole e 
Distrito Federal
até 2.500 famílias 
referenciadas
até 3.500 famílias 
referenciadas
a cada 5.000 famílias 
referenciadas
2 técnicos de nível superior, 
sendo 1 assistente social e 
o outro, obrigatoriamente, 
psicólogo;
3 técnicos de nível superior, 
sendo 2 assistentes sociais e, 
obrigatoriamente1 psicólogo;
4 técnicos de nível superior, 
sendo 2 assistentes sociais, 1 
psicólogo e 1 profissional que 
compõe o SUAS;
2 técnicos de nível médio. 3 técnicos de nível médio. 4 técnicos de nível médio.
Fonte: MDS, 2015.
Além dos profissionais citados anteriormente, deve-se contar, de acordo com os ditames da 
NOBRH/2005, com Coordenador das atividades, que deve possuir nível superior e experiência 
comprovada em atividades no campo da assistência social.
As atividades, por profissional, são dividas da seguinte maneira:
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
212/258
Tabela 3 – Atividades por cargo no CRAS
Cargo Atividades
Superior
Assistentes 
Sociais e 
Psicólogos
• Acolhida, oferta de informações e realização de encaminhamentos às famílias usuárias 
do CRAS; 
• Planejamento e implementação do PAIF, de acordo com as características do território 
de abrangência do CRAS; 
• Mediação de grupos de famílias dos PAIF; 
• Realização de atendimentos particularizados e visitas domiciliares às famílias 
referenciadas ao CRAS; 
• Desenvolvimento de atividades coletivas e comunitárias no território; 
• Apoio técnico continuado aos profissionais responsáveis pelo(s) serviço(s) de 
convivência e fortalecimento de vínculos desenvolvidos no território ou no CRAS; 
• Acompanhamento defamílias encaminhadas pelos serviços de convivência e 
fortalecimento de vínculos ofertados no território ou no CRAS; 
• Realização da busca ativa no território de abrangência do CRAS e desenvolvimento de 
projetos que visam prevenir aumento de incidência de situações de risco; 
• Acompanhamento das famílias em descumprimento de condicionalidades; 
• Alimentação de sistema de informação, registro das ações desenvolvidas e 
planejamento do trabalho de forma coletiva; 
• Articulação de ações que potencializem as boas experiências no território de 
abrangência; 
• Realização de encaminhamento, com acompanhamento, para a rede socioassistencial; 
• Realização de encaminhamentos para serviços setoriais; 
• Participação das reuniões preparatórias ao planejamento municipal ou do DF; 
• Participação de reuniões sistemáticas no CRAS para planejamento das ações semanais 
a serem desenvolvidas, como definição de fluxos, instituição de rotina de atendimento 
e acolhimento dos usuários, organização dos encaminhamentos, fluxos de informações 
com outros setores, procedimentos, estratégias de resposta às demandas e de 
fortalecimento das potencialidades do território.
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
213/258
Superior Coordenador
• Articular, acompanhar e avaliar o processo de implantação do CRAS e a implementação 
dos programas, serviços, projetos de proteção social básica operacionalizadas nessa 
unidade; 
• Coordenar a execução e o monitoramento dos serviços, o registro de informações e a 
avaliação das ações, programas, projetos, serviços e benefícios; 
• Participar da elaboração, acompanhar e avaliar os fluxos e procedimentos para garantir 
a efetivação da referência e contra referência; 
• Coordenar a execução das ações, de forma a manter o diálogo e garantir a participação 
dos profissionais, bem como das famílias inseridas nos serviços ofertados pelo CRAS e 
pela rede prestadora de serviços no território; 
• Definir, com participação da equipe de profissionais, os critérios de inclusão, 
acompanhamento e desligamento das famílias, dos serviços ofertados no CRAS; 
• Coordenar a definição, junto com a equipe de profissionais e representantes da rede 
socioassistencial do território, o fluxo de entrada, acompanhamento, monitoramento, 
avaliação e desligamento das famílias e indivíduos nos serviços de proteção social básica 
da rede socioassistencial referenciada ao CRAS; 
• Promover a articulação entre serviços, transferência de renda e benefícios 
socioassistenciais na área de abrangência do CRAS; 
• Definir, junto com a equipe técnica, os meios e as ferramentas teórico-metodológicos 
de trabalho social com famílias e dos serviços de convivência; 
• Contribuir para avaliação, a ser feita pelo gestor, da eficácia, eficiência e impactos dos 
programas, serviços e projetos na qualidade de vida dos usuários;
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
214/258
Superior Coordenador
• Efetuar ações de mapeamento, articulação e potencialização da rede socioassistencial 
no território de abrangência do CRAS e fazer a gestão local desta rede; 
• Efetuar ações de mapeamento e articulação das redes de apoio informais existentes no 
território (lideranças comunitárias, associações de bairro); 
• Coordenar a alimentação de sistemas de informação de âmbito local e monitorar 
o envio regular e nos prazos de informações sobre os serviços socioassistenciais 
referenciados, encaminhando-os à Secretaria Municipal (ou do DF) de Assistência Social; 
• Participar dos processos de articulação Inter setorial no território do CRAS; 
• Averiguar as necessidades de capacitação da equipe de referência e informar a 
Secretaria de Assistência Social (do município ou do DF); 
• Planejar e coordenar o processo de busca ativa no território de abrangência do CRAS, 
em consonância com diretrizes da Secretaria de Assistência Social (do município ou do 
DF); 
• Participar das reuniões de planejamento promovidas pela Secretaria de Assistência 
Social (do município ou do DF), contribuindo com sugestões estratégicas para a melhoria 
dos serviços a serem prestados; 
• Participar de reuniões sistemáticas na Secretaria Municipal, com presença de 
coordenadores de outro(s) CRAS (quando for o caso) e de coordenador(es) do CREAS (ou, 
na ausência deste, de representante da proteção especial).
Agente 
Administrativo
• Apoio ao trabalho dos técnicos de nível superior da equipe de referência do CRAS, 
em especial no que se refere às funções administrativas; • Participação de reuniões 
sistemáticas de planejamento de atividades e de avaliação do processo de trabalho com a 
equipe de referência do CRAS; • Participação das atividades de capacitação (ou formação 
continuada) da equipe de referência do CRAS;
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
215/258
Agente ou 
Orientador 
Social
• Recepção e oferta de informações às famílias usuárias do CRAS; 
• Mediação dos processos grupais, próprios dos serviços de convivência e 
fortalecimentos de vínculos, ofertados no CRAS (função de orientador social do Projovem 
Adolescente, por exemplo); 
• Participação de reuniões sistemáticas de planejamento de atividades e de avaliação do 
processo de trabalho com a equipe de referência do CRAS; 
• Participação das atividades de capacitação (ou formação continuada) da equipe de 
referência do CRAS.
Fonte: MDS, 2015.
OS CREAS
O CREAS, ou Centro de referência especializado em assistência social, é:
a unidade pública estatal de abrangência municipal ou regional que 
tem como papel constituir-se em lócus de referência, nos territórios da 
oferta de trabalho social especializado no SUAS a famílias e indivíduos em 
situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos. Seu papel no 
SUAS define, igualmente, seu papel na rede de atendimento. (MDS, 2015)
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
216/258
Este serviço deve ser oferecido à 
população, sob gestão do poder público 
local, ou seja, não depende de outras 
esferas, como a federal, para sua 
consecução. Por tratar-se de unidade 
pública de atendimento, considerando-se 
ainda seu elevado nível de complexidade, 
não deve estar sob gestão direta ou 
indireta de organizações de natureza 
privada ou mesmo as sem fins lucrativos 
(ONGs).
 São competências principais do 
CREAS:
• ofertar e referenciar serviços 
especializados de caráter continuado 
para famílias e indivíduos em 
situação de risco pessoal e social, por 
violação de direitos, conforme dispõe 
a Tipificação Nacional de Serviços 
socioassistenciais;
• a gestão dos processos de trabalho 
na Unidade, incluindo a coordenação 
técnica e administrativa, da equipe, 
o planejamento, monitoramento e 
avaliação das ações, a organização 
e execução direta do trabalho social 
no âmbito dos serviços ofertados, 
o relacionamento cotidiano com a 
rede e o registro de informações, 
sem prejuízo das competências do 
órgão gestor de assistência social em 
relação à Unidade (MDS, 2015).
Para oferta do atendimento, os CREAS 
fundamentam-seem eixos centrais, 
que devem ser observados tanto em sua 
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
217/258
implantação, quanto ao longo do processo de funcionamento, sendo eles:
1. Atenção especializada e qualificação do atendimento; 
2. Território e localização do CREAS; 
3. Acesso a direitos socioassistenciais;
4. Centralidade sociofamiliar;
5. Mobilização e participação social; 
6. Trabalho em rede.
De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, pactuada na Comissão 
Inter gestores Tripartite – CIT e aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social, por 
meio da Resolução nº 109 de 11 de dezembro de 2009, o CREAS pode ofertar os seguintes 
serviços:
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
218/258
Tabela 4 – Serviços do CREAS
Nome do Serviço Descrição do Serviço Unidade de Oferta do Serviço
Serviço de Proteção 
e Atendimento 
Especializado a 
Famílias e Indivíduos – 
PAEFI
Serviço de apoio, orientação e 
acompanhamento a famílias com um ou 
mais de seus membros em situação de 
ameaça e violação de direitos. 
Deve ser ofertado exclusivamente 
na unidade CREAS.
Serviço de Proteção 
Social a Adolescentes 
em Cumprimento 
de Medida 
Socioeducativa de 
Liberdade Assistida 
e de Prestação 
de Serviços à 
Comunidade
O Serviço tem por finalidade 
prover atenção socioassistencial e 
acompanhamento a adolescentes e 
jovens em cumprimento de medidas 
socioeducativas em meio aberto, 
determinadas judicialmente.
Deve ser ofertado pelo CREAS, nas 
localidades onde se identificar 
demanda, podendo referenciar 
serviços complementares. No 
caso de possuir mais de uma 
Unidade CREAS, o município 
tem autonomia para a definição 
daquelas unidades que deverão 
ofertar este serviço, observada a 
relação com o território. 
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
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Serviço Especializado 
em Abordagem Social
O Serviço tem como finalidade assegurar 
trabalho social de abordagem e busca 
ativa que identifique, nos territórios, 
a incidência de trabalho infantil, 
exploração sexual de crianças e 
adolescentes, situação de rua, dentre 
outras.
Pode ser ofertado pelo CREAS ou 
unidade específica referenciada 
ao CREAS, nos territórios onde 
se identificar demanda. Pode ser 
ofertado também nos Centros 
POP, de acordo com a definição do 
órgão gestor local.
Serviço de Proteção 
Social Especial 
para Pessoas com 
Deficiência, Idosas e 
suas Famílias.
Serviço destinado à promoção de 
atendimento especializado a famílias 
com pessoas com deficiência e idosos 
com algum grau de dependência, que 
tiveram suas limitações agravadas por 
violações de direito.
Pode ser ofertado pelo Centro-
Dia, CREAS ou unidade específica 
referenciada ao CREAS, nos 
territórios onde se identificar 
demanda.
Fonte: MDS, 2015.
As principais atividades a serem desenvolvidas pelos profissionais integrantes da equipe CREAS 
são:
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
220/258
[...] acolhida; escuta; estudo social; diagnóstico socioeconômico; 
monitoramento e avaliação do serviço; orientação e encaminhamentos 
para a rede de serviços locais; construção de plano individual e/
ou familiar de atendimento; orientação sociofamiliar; atendimento 
psicossocial; orientação jurídico-social; referência e contra referência; 
informação, comunicação e defesa de direitos; apoio à família na 
sua função protetiva; acesso à documentação pessoal; mobilização, 
identificação da família extensa ou ampliada; articulação da rede de 
serviços socioassistenciais; articulação com os serviços de outras 
políticas públicas setoriais; articulação interinstitucional com os demais 
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; mobilização para o exercício 
da cidadania; trabalho interdisciplinar; elaboração de relatórios e/ou 
prontuários; estímulo ao convívio familiar, grupal, social e comunitário; 
mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio; 
produção de orientações técnicas e materiais informativos; organização 
de banco de dados e informações sobre o serviço, sobre organizações 
governamentais e não governamentais e sobre o Sistema de Garantia de 
Direitos; dentre outros. (MDS, 2015)
Unidade 7 • Reordenamento da rede socioassistencial. Sistema municipal, territorialidade e gestão, estrutura e funcionamento dos 
Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros de Referência Especializados da Assistência Social - CREAS
221/258
Nos CREAS, atendem-se famílias e indivíduos em situação de acentuado risco social, 
que se dá por violação de direitos individuais, tais como: violência física, psicológica e/ou 
negligência de qualquer natureza, abuso e/ou exploração sexual, afastamento do convívio 
familiar devido à aplicação de medida de proteção, pessoas em situação de rua, abandono, 
situações de trabalho infantil, discriminação de qualquer natureza, descumprimento das 
condicionalidades do Programa Bolsa Família em razão de situações de risco social, violação de 
direitos, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto de Liberdade Assistida e 
de Prestação de Serviços à Comunidade por adolescentes, entre outras situações de privação e 
violência.
Questão
reflexão
?
para
222/258
A partir do texto sugerido, reflita sobre as potencialidades e 
limitações apresentadas pelos diferentes equipamentos públicos de 
atendimento da política pública de assistência social.
Você acredita que o SUAS oferece à população a quantidade de 
serviços públicos adequada em relação às demandas da sociedade? 
Você acredita que o fato de a gestão municipal ser responsável 
pela definição da quantidade de CRAS e CREAS gera algum tipo de 
defasagem da efetividade da política pública?
223/258
Considerações Finais
As unidades públicas de atendimento da Política Nacional de Assistência 
Social são as principais responsáveis pela concretude das intervenções 
previstas no SUAS e nas NOBs.
São espaços de proteção, aos quais a população deve recorrer em situações 
de qualquer tipo de violência ou privação, ou mesmo para que os profissionais 
possam realizar a gestão dos programas sociais, como é o caso do CRAS.
Para tanto, faz-se importante compreender a importância e o funcionamento 
destes órgãos, a fim de que possamos intervir e organizar os processos de 
trabalho de maneira efetiva e coerente com os objetivos da política pública 
de assistência.
Unidade 4 • Relações interinstitucionais e mecanismos de controle social.224/258
Referências
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Assistência Social, 
Institucional. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/
assistencia-social>. Acesso em: 03 ago 2015.
225/258
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Aula 7 - Tema: Reordenamento da Rede 
Socioassistencial - Bloco I
Disponívelem: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/0a896cb5fb5db49f8be787de8c63b9b1>.
Aula 7 - Tema: Reordenamento da Rede 
Socioassistencial - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
a882de4e4bad1cd37e2f81f338f5ce85>. 
226/258
1. O que significa a sigla CRAS e qual seu papel?
a) Centro de referência de assistência social, ele existe para a organização e oferta dos 
serviços socioassistenciais da Proteção Social Especial do Sistema Único de Assistência 
Social.
b) Centro de referência especializado de assistência social, ele existe para a organização 
e oferta dos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de 
Assistência Social.
c) Centro de residência de assistência social, ele existe para a organização e oferta dos 
serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência 
Social.
d) Centro de referência para a assistência social, ele existe para a organização e oferta dos 
serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência 
Social.
e) Centro de referência de assistência social, ele existe para a organização e oferta dos 
serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência 
Social.
Questão 1
227/258
2. A quem se destina a proteção social básica?
a) Destina-se apenas a brasileiros ou estrangeiros naturalizados.
b) Destina-se à população em geral, inclusive a estrangeiros, uma vez que o direito à 
assistência social é universal.
c) Destina-se a quem dela precisar por motivos diversos.
d) Destina-se à população que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza, 
ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos 
afetivos (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
e) Destina-se à população que vive em situação de fragilidade decorrente de doenças, acesso 
precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos afetivos (discriminações 
etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
Questão 2
228/258
3. Observe entre as alternativas a seguir, a que não se refere a uma das 
atividades do coordenador de CRAS:
a) Participar das reuniões de planejamento promovidas pela Secretaria de Assistência Social 
(do município ou do DF), contribuindo com sugestões estratégicas para a melhoria dos 
serviços a serem prestados;
b) Participar de reuniões sistemáticas na Secretaria Municipal, com presença de 
coordenadores de outro(s) CRAS (quando for o caso) e de coordenador(es) do CREAS (ou, na 
ausência deste, de representante da proteção especial).
c) Acompanhamento das famílias em descumprimento de condicionalidades.
d) Averiguar as necessidades de capacitação da equipe de referência e informar a Secretaria 
de Assistência Social (do município ou do DF).
e) Planejar e coordenar o processo de busca ativa no território de abrangência do CRAS em 
consonância com diretrizes da Secretaria de Assistência Social (do município ou do DF).
Questão 3
229/258
4. O que é o CREAS e qual o seu principal papel?
a) É a unidade privada, de abrangência municipal ou regional, que tem como papel constituir-
se em lócus de referência, nos territórios da oferta de trabalho social especializado no SUAS a 
famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social.
b) É a unidade pública estatal, de abrangência municipal ou regional, que tem como papel 
constituir-se em lócus de referência, nos territórios da oferta de trabalho social especializado 
no SUAS a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social.
c) É a unidade pública estatal ou privada em parceria com o município, de abrangência municipal 
ou regional, que tem como papel constituir-se em lócus de referência, nos territórios da oferta 
de trabalho social especializado no SUAS a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou 
social.
d) É a unidade pública estatal, de abrangência estadual, que tem como papel constituir-se em 
lócus de referência, nos territórios da oferta de trabalho social especializado no SUAS a famílias 
e indivíduos em situação de risco pessoal ou social.
Questão 4
230/258
5. Em que consiste o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em 
Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e de 
Prestação de Serviços Comunitários?
a) O Serviço tem por finalidade prover atenção socioassistencial e acompanhamento a 
adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, 
determinadas judicialmente.
b) Serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus 
membros em situação de ameaça e violação de direitos.
c) O Serviço tem como finalidade assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que 
identifique, nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças 
e adolescentes, situação de rua, dentre outras.
d) Serviço destinado à promoção de atendimento especializado a famílias com pessoas 
com deficiência e idosos com algum grau de dependência, que tiveram suas limitações 
agravadas por violações de direito.
Questão 5
231/258
Gabarito
1. Resposta: E.
Comentário: O CRAS, portanto, pode ser 
definido como
uma unidade pública estatal 
descentralizada da política de 
assistência social sendo responsável 
pela organização e oferta dos 
serviços socioassistenciais da 
Proteção Social Básica do Sistema 
Único de Assistência Social (SUAS) 
nas áreas de vulnerabilidade e risco 
social dos municípios e DF. (MDS, 
2015)
2. Resposta: D.
A proteção social básica tem por objetivo 
a prevenção de situações de risco por meio 
do desenvolvimento de potencialidades e 
aquisições e o fortalecimento de vínculos 
familiares e comunitários. Destina-
se à população que vive em situação 
de fragilidade decorrente da pobreza, 
ausência de renda, acesso precário ou nulo 
aos serviços públicos ou fragilização de 
vínculos afetivos (discriminações etárias, 
étnicas, de gênero ou por deficiências, 
dentre outras) (MDS, 2015).
 
3. Resposta: D.
O acompanhamento das famílias em 
descumprimento de condicionalidades é 
atividade específica a ser realizada pela 
equipe técnica, ou seja, assistentes sociais 
e psicólogos.
232/258
Gabarito
4. Resposta: D.
CREAS é a unidade pública estatal, de 
abrangência municipal ou regional, que 
tem como papel constituir-se em lócus 
de referência, nos territórios da oferta de 
trabalho social especializado no SUAS a 
famílias e indivíduos em situação de risco 
pessoal ou social, por violação de direitos. 
Seu papel no SUAS define, igualmente, seu 
papel na rede de atendimento. (MDS, 2015)
5. Resposta: D.
O Serviço tem por finalidade 
prover atenção socioassistencial e 
acompanhamento a adolescentes e 
jovens em cumprimento de medidas 
socioeducativas em meio aberto, 
determinadas judicialmente.
233/258
Unidade 8
O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema 
de Monitoramento e Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para 
implementação
Objetivos
1. Apresentar e discutir a Norma 
Operacional Básica (NOB) do SUAS;
2. Conhecer os conteúdos da NOB/
SUAS;
3. Entender a tipificação dos serviços 
socioassistenciais.
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
234/258
A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB SUAS) é um 
instrumento normativo que busca disciplinara operacionalização da Política Nacional de 
Assistência Social. A primeira NOB é datada de 1997, sob a resolução CNAS 204 e teve como 
principal função estabelecer a descentralização político-administrativa e o financiamento da 
execução da política pública de assistência social. Em 1998, a resolução CNAS 207 aprovou a 
segunda versão da NOB, que contemplou detalhes mais aprofundados sobre o financiamento e 
critérios da partilha dos recursos da política. Em 2005, a resolução CNAS 130 aprova uma nova 
NOB, que possui como diferencial estar sob a égide da Política Nacional de Assistência Social, 
versando sobre o funcionamento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
235/258
A NOB SUAS, portanto:
A Norma Operacional Básica – NOB/SUAS disciplina a gestão pública da 
política de assistência social no território brasileiro, exercida de modo 
sistêmico pelos entes federativos, em consonância com a Constituição 
da República de 1988, a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS e as 
legislações complementares a ela aplicáveis. (NOB/SUAS, 2005, p. 13)
O objeto da NOB/SUAS é constituído pelos seguintes conteúdos:
a. Caráter do SUAS;
• consolida o modo de gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica 
entre os três entes federativos que, de modo articulado e complementar, operam a 
proteção social não contributiva de seguridade social no campo da assistência social;
• estabelece a divisão de responsabilidades entre os entes federativos (federal, estadual, 
Distrito Federal e municipal) para instalar, regular, manter e expandir as ações de 
assistência social como dever de Estado e direito do cidadão no território nacional;
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
236/258
• fundamenta-se nos compromissos 
da PNAS/2004;
• orienta-se pela unidade de 
propósitos, principalmente quanto ao 
alcance de direitos pelos usuários;
• regula em todo o território 
nacional a hierarquia, os vínculos 
e as responsabilidades do sistema 
cidadão de serviços, benefícios, 
programas, projetos e ações de 
assistência social, de caráter 
permanente e eventual, sob critério 
universal e lógica de ação em rede 
hierarquizada de âmbito municipal, 
distrital, estadual e federal;
• respeita a diversidade das regiões, 
decorrente de características 
culturais, socioeconômicas e de 
políticas em cada esfera de gestão, 
da realidade das cidades e da sua 
população urbana e rural;
• reconhece que as diferenças e 
desigualdades regionais e municipais 
que condicionam os padrões de 
cobertura do sistema e os seus 
diferentes níveis de gestão devem 
ser consideradas no planejamento e 
execução das ações;
• articula sua dinâmica às organizações 
e entidades de assistência social com 
reconhecimento pelo SUAS. (NOB/
SUAS, 2005, p. 12-13)
b. Funções da política pública de 
assistência social para extensão da 
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
237/258
proteção social brasileira;
De acordo com a PNAS/2004, são funções da assistência social: a 
proteção social hierarquizada entre proteção básica e proteção especial; 
a vigilância social; e a defesa dos direitos socioassistenciais. (NOB/SUAS, 
2005, p. 16)
c. Níveis de gestão do SUAS;
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) comporta quatro tipos de 
gestão: da União, do Distrito Federal, dos estados e dos municípios. As 
responsabilidades da União passam principalmente pela formulação, 
apoio, articulação e coordenação de ações. Os estados, por sua 
vez, assumem a gestão da assistência social dentro de seu âmbito 
de competência, tendo suas responsabilidades definidas na Norma 
Operacional Básica (NOB/SUAS).
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
238/258
No caso da gestão municipal, são possíveis três níveis de habilitação 
ao SUAS: inicial, básica e plena. A gestão inicial fica por conta dos 
municípios que atendam a requisitos mínimos, como a existência e 
funcionamento de conselho, fundo e planos municipais de assistência 
social, além da execução das ações da Proteção Social Básica com 
recursos próprios. No nível básico, o município assume, com autonomia, 
a gestão da proteção social básica. No nível pleno, ele passa à gestão total 
das ações socioassistenciais. (<http://www.mds.gov.br>)
d. Instâncias de articulação, pactuação e deliberação que compõem o processo democrático 
de gestão do SUAS;
Articulação:
São espaços de participação aberta, com função propositiva no nível federal, estadual, do 
Distrito Federal e municipal, podendo ser instituídos regionalmente. São constituídos por 
organizações governamentais e não-governamentais com a finalidade de articulação entre: 
conselhos; união de conselhos; fóruns estaduais, regionais ou municipais; associações 
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
239/258
comunitárias, entre outros.
Pactuação:
Entende-se por pactuação, na gestão da assistência social, as negociações estabelecidas com a 
anuência das esferas de governo envolvidas, no que tange à operacionalização da política, não 
pressupondo processo de votação, tampouco de deliberação. As pactuações de tais instâncias 
só são possíveis na medida em que haja concordância de todos os entes envolvidos, sendo 
formalizada por meio de publicação da pactuação e submetidas às instâncias de deliberação.
Deliberação:
• Conselhos de Assistência Social;
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
240/258
O CNAS tem caráter permanente e composição paritária entre 
governo e sociedade civil. São vinculados ao Poder Executivo e a sua 
estrutura pertencente ao órgão da Administração Pública responsável 
pela coordenação da Política de Assistência Social, que lhes dá 
apoio administrativo assegurando dotação orçamentária para seu 
funcionamento. (<http://www.mds.gov.br>)
• Conselho Nacional de Assistência Social;
No exercício das competências estabelecidas no artigo 18 da LOAS, e no seu regimento interno, 
o CNAS deve no cumprimento desta norma:
a. Atuar como instância de recurso dos Conselhos de Assistência Social; 
b. Deliberar sobre as regulações complementares a esta norma;
c. Atuar como instância de recurso da Comissão Intergestores Tripartite; 
d. Deliberar sobre as pactuações da CIT. (http://www.mds.gov.br) 
 
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
241/258
• Conselho Estadual de 
Assistência Social – CEAS;
O CEAS é uma instância colegiada de 
caráter permanente e deliberativo, com 
representação paritária entre governo 
e sociedade civil, que ao nível estadual 
discute, propõe e avalia ações e propostas 
da política pública de assistência social. 
• Conselho de Assistência Social 
do Distrito Federal – CAS/DF;
O CAS/DF é uma instância colegiadade caráter permanente e deliberativo, 
com representação paritária entre DF e 
sociedade civil, que ao nível local discute, 
propõe e avalia ações e propostas da 
política pública de assistência social.
• Conselho Municipal de 
Assistência Social – CMAS;
O CMAS é o órgão que reúne 
representantes do governo e da sociedade 
civil para discutir, estabelecer normas e 
fiscalizar a prestação de serviços sociais 
públicos e privados no Município. A criação 
dos conselhos municipais de assistência 
social está definida na Lei Orgânica da 
Assistência Social - Lei 8.742/1993.
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
242/258
• Conferências de Assistência Social;
As conferências de assistência social são instâncias deliberativas com 
atribuição de avaliar a Política de Assistência Social e propor diretrizes 
para o aperfeiçoamento do Sistema Único da Assistência Social (<http://
www.mds.gov.br>)
e. Financiamento;
Conforme estabelecido como eixo estruturante do SUAS, o financiamento da política pública 
de assistência social, também em seu financiamento deverá prover a descentralização político-
administrativa de suas atividades, sendo assim, uma política com financiamento partilhado 
entre os entes federativos na qual os valores de repasse são previamente discutidos por meio 
dos órgãos deliberativos inerentes à estrutura do SUAS. 
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
243/258
Conforme previsto pela Constituição Federal, as políticas públicas da 
seguridade social – o que inclui as da assistência social – devem ser 
financiadas com a participação de toda a sociedade, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da União, do Distrito Federal, dos estados e 
municípios e das diversas contribuições sociais. 
Os recursos de cada ente federado para a execução da Política Nacional 
de Assistência Social (PNAS) são alocados em seus orçamentos, pelos 
quais se efetiva a gestão financeira da política. Os recursos federais do 
cofinanciamento da assistência social são alocados no Fundo Nacional 
de Assistência Social (FNAS). Por sua vez, os recursos do Distrito Federal 
e dos estados e municípios para o cofinanciamento são alocados, 
respectivamente, no Fundo de Assistência Social do Distrito Federal 
(FAZ/DF) e nos Fundos Estaduais e Municipais de Assistência Social, 
constituídos como unidades orçamentárias. 
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
244/258
Para apoiar a execução dos serviços socioassistenciais de caráter 
continuado da PNAS no Distrito Federal e nos estados e municípios, 
os recursos do FNAS são transferidos regular e automaticamente aos 
fundos regionais e locais. Para o apoio a projetos e programas com 
duração determinada, os recursos são repassados por meio da celebração 
de convênios e contratos de repasse (este último tem como agente 
financeiro a Caixa Econômica Federal). 
A organização e a gestão da execução da PNAS acontecem por meio 
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) que, por meio da sua 
Norma Operacional Básica (NOB/Suas), define as condições gerais, os 
mecanismos e os critérios de partilha para a transferência de recursos 
federais para o Distrito Federal e os estados e municípios. (<http://www.
mds.gov.br>)
Unidade 8 • O SUAS e os elementos normativos e instrumentais para a gestão do sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
245/258
f. Regras de transição;
As regras de transição dizem respeito à 
habilitação ou exclusão de municípios 
para operacionalização da política de 
assistência. Sendo necessário, para 
solicitação de habilitação, o atendimento 
às atividades previstas na NOB/SUAS.
Tipificação dos Serviços Socio-
assistenciais
Das intensas discussões acerca dos 
serviços componentes da política 
pública de assistência, dos processos de 
financiamento das ações em assistência e 
da grande frequência de organizações com 
amplos programas de atendimento, foi 
aprovada em novembro de 2009, por meio 
da resolução 109 do CNAS a Tipificação 
dos Serviços Socioassistenciais (TSS).
A TSS surge com o objetivo de organizar 
na perspectiva da tipificação dos serviços, 
as organizações que compunham a rede 
socioassistencial da política pública de 
assistência, daquelas que compunham 
a política pública de saúde e educação, 
por exemplo. Tal diferenciação fez-se 
necessária para fins de avaliação de 
habilitação para estabelecimento de 
convênios e parcerias, a fim de clarificar 
critérios para financiamento de programas 
e projetos, bem como dividir tarefas para 
o melhor monitoramento do trabalho das 
organizações por segmento da política 
pública (saúde, educação e assistência).
Neste sentido, houve a organização dos 
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Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
246/258
serviços conforme apresentado na Tabela 
2 (dos serviços e unidades públicas de 
atendimento).
Assim, a rede de serviços socioassistenciais 
ficaram classificadas da seguinte forma:
I. Serviços de Proteção Social Básica:
a. Serviço de Proteção e 
Atendimento Integral à Família - 
PAIF;
b. Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos;
c. Serviço de Proteção Social Básica 
no domicílio para pessoas com 
deficiência e idosas.
II. Serviços de Proteção Social Especial 
de Média Complexidade:
a. Serviço de Proteção e 
Atendimento Especializado a 
Famílias e Indivíduos - PAEFI;
b. Serviço Especializado em 
Abordagem Social;
c. Serviço de Proteção Social a 
Adolescentes em Cumprimento 
de Medida Socioeducativa 
de Liberdade Assistida - LA, 
e de Prestação de Serviços à 
Comunidade - PSC;
d. Serviço de Proteção Social Especial 
para Pessoas com Deficiência, 
Idosos(as) e suas Famílias;
e. Serviço Especializado para Pessoas 
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Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
247/258
em Situação de Rua.
III. Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade:
a. Serviço de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades: 
• abrigo institucional;
• Casa-Lar;
• Casa de Passagem;
• Residência Inclusiva.
b. Serviço de Acolhimento em República;
c. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;
d. Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.
Questão
reflexão
?
para
248/258
Avalie e reflita qual a importância da Norma Operacional Básica 
do Sistema Único de Assistência Social para o processo de 
trabalho dos agentes sociais envolvidos na operacionalização da 
PNAS.
A seu ver, em que a NOB/SUAS contribui para a consecução dos 
objetivos da PNAS? Qual a relação que ela mantém com seu 
cotidiano profissional?
249/258
Considerações Finais
A rede de serviços socioassistenciais se apresenta como importante 
instrumento de efetivação do princípio de territorialização proposta pela 
Política Nacional de Assistência, na medida em que fortalece os vínculos 
sociais comunitários na direção da intersetorialização.
No entanto, deve-se ter claro que a rede por si só não viabiliza o atendimentoàs necessidades sociais, sendo necessário, portanto, a articulação de 
diferentes benefícios sociais.
Os benefícios sociais, por sua vez, para além da organicidade da PNAS, 
viabiliza uma determinada materialização do direito social a assistência, 
quando se propõe a atender as necessidades da população brasileira.
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Avaliação no SUAS: princípios, objetivos e os procedimentos para implementação
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Referências
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional Básica do 
Sistema Único de Assistência Social NOB/SUAS. Brasília, 2005. 
251/258
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Aula 8 - Tema: O SUAS e os Elementos 
Normativos e Instrumentais para a Gestão 
do Sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS - Bloco I
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f8db5ed2f445191be7687a437280c1fe>.
Aula 8 - Tema: O SUAS e os Elementos 
Normativos e Instrumentais para a Gestão 
do Sistema e o Sistema de Monitoramento e 
Avaliação no SUAS - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
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1d/2382036e847d0d42ce09daf237215442>.
252/258
1. Como pode ser definida a Norma Operacional Básica do Sistema Único 
de Assistência Social (NOB/SUAS)?
a) São ações integradas entre ONGs da Assistência Social e o poder público, além de 
empresas privadas, as quais garantem a consecução de estratégias para o enfrentamento 
às diferentes manifestações da questão social.
b) A NOB/SUAS é um instrumento administrativo que busca burocratizar a operacionalização 
da Política Nacional de Assistência Social.
c) A NOB/SUAS é um instrumento administrativo que busca burocratizar a operacionalização 
da Política Nacional de Assistência Social.
d) Pode-se definir a NOB/SUAS como um instrumento burocrático que busca disciplinar a 
operacionalização da Política Nacional de Assistência Social.
e) Pode-se definir a NOB/SUAS como um instrumento normativo que busca disciplinar a 
operacionalização da Política Nacional de Assistência Social.
Questão 1
253/258
2. Observe entre as alternativas a seguir, aquela que não menciona uma 
das características do caráter do SUAS:
a) Consolida o modo de gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica 
entre os três entes federativos que, de modo articulado e complementar, operam a 
proteção social não contributiva de seguridade social no campo da assistência social.
b) Estabelece a divisão de responsabilidades entre os entes federativos (federal, estadual, 
Distrito Federal e municipal) para instalar, regular, manter e expandir as ações de 
assistência social como dever de Estado e direito do cidadão no território nacional.
c) Fundamenta-se nos compromissos da PNAS/2004.
d) Desconsidera a diversidade das regiões, decorrente de características culturais, 
socioeconômicas e políticas em cada esfera de gestão, da realidade das cidades e de sua 
população urbana e rural.
e) Reconhece que as diferenças e desigualdades regionais e municipais que condicionam 
os padrões de cobertura do sistema e os seus diferentes níveis de gestão devem ser 
consideradas no planejamento e execução das ações.
Questão 2
254/258
3. São as negociações estabelecidas com a anuência das esferas de go-
verno envolvidas, no que tange à operacionalização da política, não 
pressupondo o processo de votação, tampouco de deliberação.
A qual instância do SUAS a afirmação anterior se refere?
a) Exoneração.
b) Deliberação.
c) Pactuação.
d) Consideração.
e) Articulação.
Questão 3
255/258
4. É uma instância colegiada de caráter permanente e deliberativo, com 
representação paritária entre DF e sociedade civil, que à nível local dis-
cute, propõe e avalia ações e propostas da política pública de assistência 
social.
A qual instância do SUAS a afirmação anterior se refere?
a) Conferências Nacionais de Assistência Social.
b) Conselho de Assistência do Distrito Federal - CAS/DF.
c) Conselho Regional de Serviço Social.
d) Conselhos de Políticas Públicas.
e) Nenhuma das anteriores.
Questão 4
256/258
5. Observe entre as alternativas a seguir, aquela que apresenta a justifi-
cativa pela qual deu-se o processo de elaboração Tipificacão dos Servi-
ços socioassistenciais (TSS).
a) A TSS surge com o objetivo de organizar, na perspectiva da tipificação dos serviços, as 
organizações que compunham a rede socioassistencial da política pública de assistência, 
daquelas que compunham a política pública de saúde e educação, por exemplo.
b) A TSS surge com o objetivo de organizar, na perspectiva da tipificação dos serviços, as 
organizações que compunham a rede socioassistencial da política pública de saúde, daquelas 
que compunham a política pública de cultura e educação, por exemplo.
c) A TSS surge com o objetivo de estabelecer parâmetros para os agentes sociais que 
desenvolvem suas atividades no cerne da política pública de assistência social, definindo 
papéis e atribuições a cada um dos profissionais envolvidos.
d) A TSS surge com o objetivo de organizar, na perspectiva da tipificação dos serviços, as 
organizações que compunham a rede de benefícios da política pública de assistência, 
daquelas que compunham a política pública de saúde e educação, por exemplo.
e) Nenhuma das anteriores.
Questão 5
257/258
Gabarito
1. Resposta: E.
A Norma Operacional Básica do Sistema 
Único de Assistência Social (NOB SUAS) 
é um instrumento normativo que busca 
disciplinar a operacionalização da Política 
Nacional de Assistência Social. A primeira 
NOB é datada de 1997, sob a resolução 
CNAS 204 e teve como principal função 
estabelecer a descentralização político-
administrativa e o financiamento da 
execução da política pública de assistência 
social.
2. Resposta: D.
Em razão do princípio de Territorialização 
da PNAS, pode-se afirmar que esta deve 
considerar a diversidade das regiões, 
decorrente de características culturais, 
socioeconômicas e políticas em cada 
esfera de gestão, da realidade das cidades 
e da sua população urbana e rural.
3. Resposta: C.
Entende-se por pactuação, na gestão 
da assistência social, as negociações 
estabelecidas com a anuência das 
esferas de governo envolvidas, no que 
tange à operacionalização da política, 
não pressupondo processo de votação, 
tampouco de deliberação. As pactuações 
de tais instâncias só são possíveis na 
medida em que haja concordância de todos 
os entes envolvidos, sendo formalizada 
258/258
por meio de publicação da pactuação e 
submetidas às instâncias de deliberação.
4. Resposta: B.
O CAS/DF é uma instância colegiada 
de caráter permanente e deliberativo, 
com representação paritária entre DF e 
sociedade civil que à nível local discute, 
propõe e avalia ações e propostas da 
política pública de assistência social.
5. Resposta: A.
A TSS surge com o objetivo de organizar, 
na perspectiva da tipificação dos serviços, 
as organizações que compunham a rede 
socioassistencial da política pública de 
assistência, daquelas que compunham 
Gabarito
a política pública de saúde e educação, 
por exemplo. Tal diferenciação fez-se 
necessária para fins de avaliação de 
habilitação para estabelecimento de 
convênios e parcerias, a fim de clarificar 
critérios para o financiamento de 
programas e projetos, bem como dividir 
tarefas para o melhor monitoramento do 
trabalho das organizações por segmento 
da política pública (saúde, educação e 
assistência).

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