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O Caso dos Irmãos Naves

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O Caso dos Irmãos Naves
 
 Michelle Paula Jorge
 Maria Vivyanne Ferreira Sá
	Considerado o maior erro judiciário do país, esse caso teve início na cidade de Araguari, interior de Minas Gerais, no ano de 1937, ano da inserção do Estado Novo no país.
	Benedito Pereira Caetano era comerciante de cereais e com a ajuda de seu pai, investiu comprando uma safra de arroz com o intuito de obter lucro, porém a economia na época, principalmente na seara agrícola não se mostrava satisfatória, tendo Benedito que vender tudo abaixo do preço, aumentando ainda mais suas dividas.
	Precisamente, no dia 29 de novembro de 1937, Benedito deixa a cidade de Araguari, com a expressa quantia de 90 contos de réis.
	Os irmãos Joaquim Naves e Sebastião Naves eram simples trabalhadores que comercializavam cereais na cidade, eles eram primos de Benedito e este hóspede e sócio de Joaquim, no caminhão que transportava cereais para comercialização na cidade.
	Preocupados com a ausência da noite anterior de seu primo Benedito e sabendo da considera possível da quantia que ele trazia consigo, os irmão Naves começaram informalmente procurar informações sobre o paradeiro de seu primo. Foram à casa de uma mulher que seu primo costumava a passar anoite, porém não tiveram informações, indagaram em vários locais, sem êxito, decidem ir à delegacia e o delegado abre um Inquérito Policial para investigar o desaparecimento de Benedito.
	O delegado começa a ouvir depoimentos, como o do pai de Benedito, da mulher com que ele era costumado a sair, porém o delegado não obteve elementos suficientes para esclarecer ou responsabilizar ninguém pelo desaparecimento de Benedito.
	No início de dezembro, quem assume a delegacia de Araguari, foi o militar nomeado pelo governo, já que naquela época faziam nomeações, Tenente da Força Pública do Estado, Francisco Vieira Santos, com o cargo de delegado especial, esse trazia consigo traços do regime ditatorial da era Vargas. 
	O então delegado recebe a família Naves, no qual Dona Ana, mãe de Joaquim e Sebastião disse que seu amigo Zé Prontidão, viu um homem com as mesmas características de Benedito, na cidade de Uberlândia. Após o depoimento da família, o delegado decide prender Joaquim, com o fim de conseguir informações, a cidade começa a ficar contra a família Naves com a prisão de Joaquim. Iniciava então uma nova etapa na vida da família Naves que mudaria todo o destino da família.
	Sebastião dirige-se até a fazenda de seu cunhado, Inhozinho, para deixar com ele certa quantia em dinheiro, fruto de seu trabalho, com o propósito de manter seguro, já que o caso estava tendo rumos diferentes.
	José Teodoro de Lima, Zé Prontidão, compareceu à delegacia de Araguari para prestar depoimento, afirmando que viu uma pessoa que tinha as mesmas características de Benedito e acaba preso por ordem do tenente. Após alguns dias preso, Zé Prontidão, com aparência desgastada é induzido a mudar seu depoimento, pois enquanto preso, ele foi castigado e presenciou as torturas de Joaquim e de Sebastião que também foi preso, movido pelo medo confirmou toda a história narrada pelo tenente.
	Dona Ana também foi presa e castigada, presenciou toda a tortura sofrida pelos filhos, pois eles se negaram a confirmar a história formulada pelo tenente, alegando que eles eram os responsáveis pelo desaparecimento de Benedito. Assim que dona Ana foi solta ela procurou o advogado João Alamy Filho, assim como toda a cidade, o advogado também acreditava na culpa dos irmãos, mas ao escutar a narrativa de Dona Ana, ele aceitou ser defender os irmãos.
	Segundo o advogado, a Constituição Federal afirmava: “Dar-se habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal...”. Passou então a ir à busca do Habeas Corpus para os acusados.
	Após serem torturados fisicamente e mentalmente, sem aguentar mais, decidiram concordar com tudo que o tenente falava. O próprio tenente elaborou como se deu o fato, acrescentando como achava necessário informações e fez a simulação do crime na presença de Joaquim, de soldados e também de testemunhas.
	No depoimento e na simulação, constava que “Joaquim junto com seu irmão Sebastião, no dia 29 de novembro de 1937, estavam esperando Benedito Pereira Caetano, para convidá-lo a um passeio à Uberlândia, quando Benedito chegou à casa do declarante, Benedito aceitou o convite e foram os três no caminhão rumo a tomando a direção da ponte do pau furado, quando atravessaram a ponte, os três desceram do caminhão para tomarem água a beira do rio; estando seu irmão à frente, Benedito no centro e o declarante atrás, o qual trazia consigo uma corda de bacalhau com cerca de um metro; quando chegaram a beira do rio, Sebastião agarrou Benedito pelas costas e o declarante fez um nó na corda, introduziu na cabeça de Benedito até o pescoço e Sebastião em um momento brusco largou os braços de benedito auxiliando seu irmão a apertar a corda. Nesse momento Benedito desfalece e os irmãos retiram da cintura da vítima, em que os irmãos sabiam da quantia que Benedito trazia, os 90 contos de réis, em que Sebastião colocou em uma latinha de soda adrede preparada pelo próprio Joaquim par o devido fim. Em seguida os dois jogaram o corpo de Benedito no rio, deixando expostos a corda do crime e o pano que enrolava o dinheiro. Voltando à Araguari, eles passaram em uma fazenda para enterrar o dinheiro próximo a duas árvores que servia de referência para localizar o dinheiro em momento oportuno”.
	Joaquim, durante a reconstituição do crime, foi levado a tal fazenda dita pelo tenente, para retirar a latinha contendo o dinheiro, o próprio acusado cavou com suas mãos em vários lugares, mas nada encontrava. Essa seria a prova material para que as hipóteses do tenente 	tornassem verdadeiras, porém sem êxito.
	Novamente Joaquim foi levado à delegacia e induzido a falar que foi seu irmão Benedito que havia desenterrado a latinha contendo o dinheiro e deixou com seu cunhado. Inhozinho, cunhado de Sebastião também apanhou por não ter confessado o que o tenente instigava.
	O advogado Alamy, vai à busca de um Habeas Corpus, concedido com o juiz de outra comarca, por conta da ausência temporária de um juiz efetivo na sua cidade.
	O tenente já havia se resguardado de um possível Habeas Corpus e disse ao juiz de Uberlândia que só iria soltar os acusados quando solucionasse o caso, pois alegou que a cidade estava revoltada e não queria que a cidade se voltasse contra ele.
	O advogado Alamy foi então falar com o juiz sobre o alvará de soltura. O juiz substituto disse que não iria agir contra a lei, pois Joaquim, o acusado, já tinha confessado o crime.
	O dinheiro até então não foi encontrado, o pai de Benedito começou a desconfiar dos irmãos e assim, nomeou um advogado e este fala com o juiz substituto, que era juiz de paz e contador por profissão, dizendo que tinha provas, indícios veementes e a confissão detalhada e verossímil dos acusado. Durante a conversa, o advogado do pai de Benedito disse que a prisão era o remédio cabível.
	Mas uma vez o tenente com o escopo de saber ou que Joaquim confessasse novamente sua versão, começou a torturá-lo psicologicamente, foi então que Joaquim falou que o dinheiro foi entregue à sua mão e sua mulher tinha presenciado o momento da entrega do dinheiro.
	Na ocasião o tenente e o soldado invadiram a casa de Joaquim no qual houve inúmeras torturas físicas e mentais em sua mulher, ameaçando de matar seu filho.
	A mulher de Sebastião negava tudo, porém os soldados começaram a torturá-la e sob pressão física e mental começou a concordar com tudo o que o tenente falava. 
	Começou a oitiva de testemunhas, uma das testemunhas que acompanhava a suposta simulação do crime disse que Joaquim confessouo crime e o advogado dos acusados o indagou se a confissão obtida foi sob coação, a testemunha negou. O advogado também questionou sobre a presença do tenente na oitiva da testemunha.
	Outra testemunha foi ouvida, o advogado Alamy, questionou como eram realizadas as diligencias, o que ocorreu no lugar onde os irmãos eram levados, porém a testemunha sempre negou de ter visto os acusados apanharem, o que não era verdade.
	O cunhado de Sebastião também foi ou, ele chegou a confirmar que sofreu violência física por parte do tenente quando este esteve em seu sítio atrás do dinheiro que Sebastião tinha deixado com ele.
	Foram ouvidas também a mulher de Joaquim e Sebastião, Antonia Rita, esposa de Joaquim declarou que o mesmos entregou o dinheiro à sua mãe e mais uma vez o advogado de defesa disse que a testemunha estava sendo inquirida na presença do tenente. Porém a esposa de Sebastião negou tudo e disse que seu marido não saiu na noite do sumiço de Benedito. Falou ainda que o tenente tinha a prendeu para que ela confirmasse o que o tenente falava e por não aguentar mais dos abusos sofridos ela concordou com tudo.
	Sebastião também confessou por não aguentar mais tanta pressão, o tenente então conseguiu a confissão e a confirmação baseada em fatos criados por ele mesmo.
	Dona Ana também foi ouvida e negou tudo falando dos abusos que seus filhos estavam sofrendo.
	Em março de 1938, toma posse o novo juiz da comarca e o advogado Alamy foi à busca do habeas corpus para seus clientes.
	O advogado solicitou o cumprimento do Habeas corpus que foi concedido anteriormente pelo juiz de Uberlândia. O Dr. Alamy disse que era o segundo habeas corpus que ele tinha sem que os favorecidos tivessem sido posto em liberdade.
	O juiz deferiu o cumprimento do habeas corpus, detém ao oficial de justiça para o cumprimento do alvará de soltura. Mais uma vez não foi cumprido, pois o delegado disse que tinhas mais diligencias a serem efetuadas, por isso não poderia conceder a liberdade dos presos.
	Não foram encontrados o corpo e nem, o dinheiro e por circunstancias fortuitas não ocorreu o exame de corpo de delito.
	Chega à cidade o coronel que pressiona o tenente para a solução do caso. O próprio coronel passa a torturar os irmãos para conseguir a tal verdade, mas não consegue. Nada foi acrescentado ao processo e todas as tentativas obscuras de encontrar o possível dinheiro foram sem êxito.
	No dia 27 de junho de 1938, tem o primeiro julgamento dos irmãos Naves na comarca de Araguari. 
Sebastião começou a declarar, relatando as torturas físicas e psicológicas a qual era submetido e acrescentou que só tinha confessado por não aguentar mais tanto sofrimento.
	Joaquim também falou que sua confissão foi feita mediante tortura. 
	O advogado Alamy argumentou que mesmo se tratando de um latrocínio, o corpo e o dinheiro não foram localizados o que se tem é apenas a confissão dos acusados, que assim o fizeram sob forte pressão física e mental sofrida. O advogado disse que não houve a materialidade, nenhum fato certo, indagou a farsa de um crime sem a corda, roubo sem o dinheiro, pois até então nada foi encontrado.
	O advogado ainda relatou que se o júri quisesse aceitar a farsa de um crime sem cadáver, um roubo sem o dinheiro e que se não quisessem aceitar a impostura da violência, não praticassem injustiça, que absolvessem os réus.
	A decisão proferida na sentença foi à absolvição pela maioria dos votos. O juiz proferiu que o trânsito em julgado a decisão dando baixa no nome dos rols dos culpados e tendo postos em liberdades.
	Conforme a jurisdição da época, como não foi unânime a decisão do júri, os irmãos deveriam aguardar no cárcere o resultado a apelação.
	No dia 21 de março de 1939, o Tribunal de Justiça do Estado acolhe a apelação da promotoria e anula o primeiro julgamento, pela segunda vez os irmãos Naves são julgados e absolvidos pelo júri, porém sem unanimidade dos votos.
	O Ministério Público apela novamente da decisão do júri, os Naves no dia 04 de julho de 1939 são julgados pela terceira vez e condenados a 25 anos e 6 meses de reclusão pelo Tribunal de Justiça do Estado. Em 1946 houve nova revisão do processo, a pena foi atenuada à 16 anos, ao cumprimento de 8 anos de cárcere os irmãos Naves ganham a liberdade condicional. Em 1949 Joaquim morre no asilo de Araguari devido as enfermidades decorrentes dos maus tratos sofridas. 
	Tempos depois, Benedito aparece, porém nada a ele pode ser acusado.
	Sebastião junto de seu advogado ajuizou contra o Estado, por provar a inocência dos dois e também a uma indenização pelo grande erro cometido.
	Em 1963, Sebastião morre, 3 anos depois de conseguir junto ao seu advogado uma indenização após duras batalhas jurídicas sob o que se chamou de “tremendo erro judiciário de Araguari”.
	Ao analisar o caso dos irmãos Naves sob a ótica penal pode-se considerar vários conteúdos, dentre eles, podemos observar a busca pela verdade real, o Estado nessa busca, não pode desrespeitar e nem cometer irregularidades para conseguir a verdade real.
	O que se analisa é a possibilidade, a probabilidade, tendo a verdade como um modelo. No filme em análise, verificou-se que sempre, o que se almejava, era a verdade absoluta sobre o desaparecimento de Benedito (vítima), pois não encontrando elementos concretos para a solução do crime, criou-se um fato e nele a busca pela verdade real de qualquer jeito, sem respeitar, sem valorar a dignidade da pessoa humana. A verdade tem que ser aproximada, obtida de forma moral e incontestável e nunca ser revelada a qualquer custo como foi evidenciado no filme.
	Faz-se necessário valorar a dignidade da pessoa humana, a licitude dos meios probatórios, a inviolabilidade domiciliar, o sigilo profissional. O que não foi respeitado no caso dos irmãos Naves, pois toda a busca por uma verdade intangível, foi feita de forma obscura, sem respeitar valores essenciais dor ser humano, como foi visto a violação domiciliar sem nenhuma consideração.
	No processo penal, a verdade real é obstruída por limitações e falhas peculiares ao ser humano, impossibilitando assim no âmbito penal ou em qualquer esfera o conhecimento puro, absoluto da verdade. Assim ao processo penal inclina a uma verdade dos fatos, através de provas, interrogatórios, aonde vai se aproximar o mais possível para alcançar a justiça.
	Ao analisar o objeto da culpabilidade, os Naves foram obrigados, por meio de crueldade, a confessarem um crime que não cometeram. É necessário provas para culpar o autor do delito e esse detalhe muito essencial em nenhum momento foi colocado em evidência, ao contrário, o que se destacava era a confissão dos acusados e não a verificação das acusações que lhe eram imputados se era verídicas ou não.
	O crime ao qual os irmãos Naves foram acusados foi o crime de latrocínio e este é um crime que deixa vestígio, a constatação de sua consumação deveria ser dada em observância do cadáver ou do objeto do roubo que no caso foi o dinheiro, porém nada foi encontrado e não houve nenhuma testemunha até porque a suposta vítima estava viva. A rainha das provas foi somente a confissão e esta ainda ocorreu de forma ilícita.
Outro tema relevante é sobre a inadmissibilidade das provas, a prova ilícita, esse princípio não é admitido em nosso ordenamento jurídico, conforme asseste o art. 5º, LVI, da Constituição Federal:
São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
Essas provas ilícitas violam as normas constitucionais, como foi indubitavelmente a confissão dos acusados (Joaquim e Sebastião) mediante tortura, tanto físicas quanto psicológicas.
	Evidente que desvendar a verdade dos fatos é o escopo de toda investigação, porém como foi mencionada esta não pode ser feito a qualquer custo, conforme reza o art. 157, caput do Código de Processo Penal:
São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
No mesmo caminho, a prova derivada diretamente da prova ilícitatambém será considerada ilícita, teoria dos frutos da árvore envenenada, conforme o art. 157, §1º do Código de Processo Penal:
São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
	No caso, a prova ilícita originária contamina as provas subsequentes, por efeito de sucessão causal, o efeito é a nulidade do processo penal sem observar as garantias constitucionais. A confissão extorquida mediante tortura que venham a oferecer informações sobre o lugar ou o produto do crime, ainda que verdadeira esta última será contaminada por vício de sua origem, ela também será ilícita.
	Estudando o Caso dos irmãos Naves, foi possível analisar e fazer um paralelo dos erros cometidos, como a violações a normas constitucionais, princípios, exames que deveriam ser realizados e que não formam as condutas dos oficiais e o que hoje nosso ordenamento jurídico nos assegura. Em nenhum momento foi dado ao acusado à oportunidade de se defender das acusações endereçadas a eles, pois o direito de defesa é um direito subjetivo do acusado. Ressalta-se também que naquela época o júri não tinha soberania, o que levou os irmãos Naves a continuar seu sofrimento, sendo privado de sua liberdade que hoje lhes assegurava.
	Verifica-se que os verdadeiros culpados foram os agentes da lei e suas respectivas condutas, que violaram todo e qualquer respeito pelo ser humano. Mesmo sendo acusado nossa Constituição assegura a integridade do mesmo, art.5º, XLIX da Constituição Federal:
É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
	Esses responsáveis pela ordem e justiça foram os que cometeram erros com condutas culpáveis, ilícitas, pois estes sim ofenderam preceitos constitucionais de hoje e impõem perigo à sociedade, pois suas atitudes foram ditatoriais e não trataram os acusados conforme as normas legais.

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