Buscar

Prática Criminal - Atividade 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Rael – brasileiro, médico e professor, casado, 32 anos de idade, pai de dois filhos, residente e domiciliado em São Paulo, capital, leciona em universidades e ministra cursos e palestras em outros estados – foi convidado a ministrar duas aulas em Cuiabá, nos dias 11 e 12 de janeiro do último ano. A empresa que o contratou cuidou de todos os trâmites para a sua viagem, como passagens aéreas, estada etc. Rael sempre foi professor e palestrante exigente com questões de imagem, razão pela qual não permitiu uso de nenhum tipo de eletrônico ou celular na sala de aula.
No domingo, dia 13 de janeiro, data em que Rael voltava de viagem, sua casa foi assaltada. Apenas a esposa de Rael lá se encontrava, pois os filhos passavam férias na casa dos avós maternos. O assaltante, além de levar vários pertences materiais da família, matou a esposa de Rael.
Assim que chegou em casa e viu a porta arrombada e manchas de sangue pelas escadas, Rael correu em direção ao quarto e se deparou com a triste cena de sua amada esposa morta. Pegou-a nos braços e a abraçou chorando muito. Em seguida, verificou que sua arma estava no chão e a pegou nas mãos e verificou que estava quente. Provavelmente teria sido utilizada pelo assassino para matar sua esposa. Ato contínuo, a polícia, que foi acionada por um dos vizinhos que ouviu gritos e um tiro, chegou e vislumbrou Rael cheio se sangue com a arma nas mãos. Na mesma hora, o vizinho que acionou a polícia entrou e apontou para Rael dizendo: “É ele, é ele!!”.
A polícia procedeu a todos os trâmites da ocorrência e conduziu Rael à delegacia para depor. Rael afirmou que estava viajando, mas não tinha consigo nenhum documento que comprovasse suas alegações, pois teria sido furtado no aeroporto e sua carteira fora levada. O vizinho também prestou depoimento e descreveu o assaltante, cujas características eram muito semelhantes às do viúvo. Afirmou também que o casal brigava muito e que, em certa briga que tiveram, o marido teria afirmado que se descobrisse que a esposa o traía, a mataria a tiros.
Rael foi denunciado pela prática do crime de feminicídio, nos termos do art. 121, §2º, I, do Código Penal. Durante as duas fases do julgamento, Rael, apesar de confirmar as frequentes brigas com a esposa e a dúvida de que estava sendo traído, afirmava que naquele dia, no momento do crime, estava em um táxi, voltando para casa. O taxista não foi localizado para depor, assim como os documentos que comprovassem a viagem também não foram exibidos, pois o computador que continha as informações teria sido incendiado em acidente ocorrido na empresa que o contratara para a aula naquela época.
O 1º Tribunal do Júri da Capital de São Paulo condenou Rael pela prática do crime de feminicídio. O condenado recorreu da sentença, mas não obteve êxito. Após o trânsito em julgado da sentença condenatória iniciou o cumprimento da pena.
Na penitenciária, Rael era muito querido, pois ajudava os demais detentos. Após dois anos, chegou um novo preso à penitenciária, de nome Fábio, o qual os detentos começaram a chamar de clone do Rael. A semelhança física era impressionante. Acabaram se aproximando e fazendo amizade. Certo dia, Fábio passou muito mal e, até a chegada da ajuda médica, Rael o socorreu e sua ação foi determinante para que Fábio não morresse. Fábio, muito grato, decidiu confessar a Rael que teria sido o assassino de sua esposa. Afirmou, aos prantos, que não pretendia matá-la, mas estava muito drogado e ela teria reagido, motivo que o levou a atirar. Fábio se dispôs a confessar tudo e assumir a responsabilidade pelo crime. Rael, então, buscou ajuda jurídica e requereu uma justificação criminal para que Fábio fosse ouvido, bem como para a produção das provas necessárias que comprovassem a inocência de Rael.
Você acaba de ser nomeado advogado de Rael e agora deve elaborar a peça, diferente de habeas corpus, apta a reverter a condenação de Rael pelo Tribunal do Júri.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Rael, já qualificado nos autos da ação penal acima indicado, por seus procuradores, vem a Vossa Excelência, com fulcro no artigo 621 do Código de Processo Penal, propor
REVISÃO CRIMINAL
em face de decisão de fls. XXX, no processo nº XXX, que condenou o recorrente a XXX em ação movida pelo Ministério Público, o que faz pelas razões em anexo.
Termos que pede e espera deferimento.
Cidade, data.
Nome completo do advogado
OAB XXXXX/XX
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Requerente: Rael 
Processo crime nº XXXXX
RAZÕES DA REVISÃO CRIMINAL
	Egrégio Tribunal de Justiça;
		Colenda Câmara;
BREVE SÍNTESE:
	Trata-se de condenação penal em face de suposto crime de feminicídio.
	Após trâmite do processo, a ação obteve a seguinte decisão: 
	(ementa da decisão)
	Ocorre que referida decisão merece reparo, pois fora encontrado o verdadeiro autor do crime, cujo depoimento exonera o requerente de qualquer culpa no homicídio de sua amada esposa. 
	Nos termos do artigo 621 do Código de Processo Penal, “a revisão dos processos findos será admitida”:
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial de pena. 
	Pelo que se depreende da decisão impugnada, a pena foi pautada exclusivamente no fato de não haverem provas que afastassem o réu da cena no momento do crime. 
	Ocorre que após findo o processo, surgiu em recente evento na penitenciária onde o acusado cumpre pena, uma confissão que prova o contrário do que fora decidido, conforme testemunho juramentado em anexo. 
	Ou seja, trata-se de processo que pode ser revisto, devendo ser revista, conforme precedentes sobre o tema: 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. REVISÃO CRIMINAL. ABSOLVIÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. NOVA PROVA QUE DEVE SER
SUBMETIDA AO CRIVO DO CONSELHO DE SENTENÇA. PRINCÍPIO DA SOBERANIA
DOS VEREDICTOS. CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO. INOCO RRÊNCIA.
MERA IRRESIGNAÇÃO A PARTE. EMBARGOS REJEITADOS.
I - São cabíveis embargos declaratórios quando houver, na decisão
embargada, qualquer contradição, omissão ou obscuridade a ser sanada.
II - Na espécie, à conta de contradição no v. acórdão, pretende o
embargante a rediscussão de matéria devidamente apreciada, portanto,
traduz mero inconformismo com o que decidido nos autos.
Embargos de declaração rejeitados.
DOS PEDIDOS:
Por estas razões requer:
1. O recebimento desta REVISÃO CRIMINAL,
2. Seja dada vista dos autos ao procurador-geral, para parecer no prazo de 10 (dez) dias,
3. A total procedência da presente REVISÃO CRIMINAL para fins de que seja declarada nula a decisão impugnada, e ao final que seja providenciada o mais breve possível a soltura do Sr. Rael, 
4. Com a procedência da Revisão Criminal, requer o reconhecimento da condenação injusta e devida indenização pelos prejuízos demonstrados, nos termos do artigo 630 do Código de Processo Penal. 
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade, data.
Nome completo e assinatura do advogado.
Anexos:
1. Procuração
2. Certidão do trânsito em julgado da sentença condenatória
3. Decisão, objeto da revisão
4. Peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos.

Continue navegando