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ROTHBARD, M. Direita e esquerda perspectivas para a liberdade

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Prévia do material em texto

Murray Rothbard – Direita e Esquerda – 
Perspectivas Para a Liberdade 
Tradutores: Rafael Hotz e Luiz Eduardo do Ó 
 
Observação: 
Eu (Rafael) resolvi traduzir o texto, e resolvi ver se alguém antes já havia 
se habilitado... Encontrei a tradução semi-pronta (9/20 páginas do original) no 
blog (abandonado eu acho) do Luiz, a completei, revisei e organizei. O original 
pode ser encontrado em www.mises.org. 
Sobre o Texto: 
Nesse texto Rothbard dá a aula de história que os professores de colégio e 
universidades brasileiras não lhe conferirão o privilégio de assistir! 
Rothbard explica claramente como o pensamento libertário (o termo em 
conotação norte-americana, utilizado por Rothbard, significaria no Brasil algo 
como um liberal radical ou anarco-liberal) sempre foi parte da “esquerda”, ou 
seja, contrário ao status quo vigente, e anti-estatal. 
 Procede mostrando como períodos onde houve um crescimento da 
intromissão governamental em nossas vidas, mesmo esta mascarada como 
“em defesa da opinião popular” e “defensora da igualdade”, foram na verdade 
períodos de consolidação do poder de uma minoria, se utilizando do aparato e 
ideologia estatista. 
Noutro momento importante, identifica as razões pela qual a tradição libertária 
se tornou conservadora: a defesa do utilitarismo e a aliança com os 
conservadores contra o Socialismo de Estado, abandonando a fórmula de 
pessimismo à curto prazo e otimismo à longo prazo pelo oposto, otimismo à 
curto prazo, focando mais ações políticas, quase sempre ineficazes, e 
pessimismo à longo, fazendo com que o pensamento perdesse seu 
radicalismo. 
Rothbard escreveu numa época (1965) onde via possibilidade na junção de 
“esquerda” e “direita” para a defesa da liberdade. Para Roderick Long (2005), 
em seu ensaio sobre esse mesmo texto (http://mises.org/story/2099), o 
momento é análogo. A ascensão da “direita neo-conservadora” nos EUA e da 
social-democracia populista na América Latina é um sinal claro de que a união 
em prol da liberdade é necessária. 
***** 
O Conservador tem sido marcado há muito tempo, conscientemente ou não, 
por um pessimismo em relação ao futuro distante: pela crença de que a 
tendência em longo prazo, e portanto o próprio Tempo, está contra ele. Esta 
tendência é a inevitável caminhada em direção ao estatismo esquerdista no 
país e ao Comunismo no exterior. É o desespero em longo prazo que pesa no 
bizarro otimismo em curto prazo do Conservador; uma vez que o futuro é dado 
como desesperador, ele sente que a única chance de sucesso reside no 
momento atual. Nos assuntos externos, este ponto de vista leva o Conservador 
a clamar por desesperadas demonstrações de força contra o comunismo, já 
que para ele quanto maior o tempo de espera, pior se tornará a situação. Nos 
assuntos domésticos, este pessimismo o leva a uma total concentração na 
próxima eleição, onde ele sempre está confiante da vitória sem que ela nunca 
chegue. A quintessência do homem prático, e cercado pelo desespero em 
longo prazo, o Conservador se recusa a pensar ou planejar em algo além da 
próxima eleição. 
Pessimismo, entretanto, é o diagnóstico preciso que merece o 
conservadorismo, tanto em curto como longo prazo. Uma vez que o 
conservadorismo é um remanescente do ancien régime da era pré-industrial e, 
como tal, não tem nenhum futuro. Na atual forma americana, o recente revival 
conservador engloba os espasmos finais dos Estados Unidos Anglo-Saxão, 
branco, provinciano, rural, fundamentalista e inevitavelmente moribundo. E o 
que dizer das perspectivas para liberdade? Muitos libertários ligam 
erroneamente o prognóstico da liberdade com o movimento conservador, que 
aparenta ser mais forte e é um suposto aliado; esta conexão torna possível 
entender o pessimismo em longo prazo do Libertarianismo moderno. Mas este 
capítulo se ocupa de mostrar que, enquanto as perspectivas de liberdade num 
futuro próximo parecem vagas tanto dentro quanto fora do país, a atitude 
apropriada do Libertário deve ser de um otimismo em longo prazo insaciável. 
A justificativa para esta afirmação se baseia numa visão histórica a qual 
sustenta que antes do século XVIII na Europa Ocidental existia (como ainda 
existe fora do Ocidente) uma Velha Ordem identificável. A Velha Ordem, seja 
na forma de feudalismo ou de despotismo Oriental, era marcada pela tirania, 
exploração, estagnação, sistema de castas, desesperança e fome para as 
massas. Em suma, a vida era "repugnante, cruel e curta" [*1]; era a "sociedade 
de status" de Maine e a "sociedade militar" de Spencer. As classes dominantes, 
ou castas, governavam por conquista e por convencerem as massas com a 
alegação de imprimátur divino do seu poder. 
A Velha Ordem era, e continua sendo, o grande e poderoso inimigo da 
liberdade; no passado, era particularmente poderosa porque não havia a 
crença na inevitabilidade de vitória sobre ela. Quando consideramos que a 
Velha Ordem existiu basicamente desde o apogeu da história, em todas as 
civilizações, nós podemos apreciar ainda mais a glória e magnitude do triunfo 
da revolução liberal do século XVIII. 
Parte da grandiosidade dessa batalha tem sido obscurecida pelo mito 
implantado por historiadores antiliberais Alemães do fim do século XIX. O mito 
sustentava que o crescimento das monarquias absolutas e do mercantilismo no 
início da era moderna foi necessário para o desenvolvimento do capitalismo, 
desde que estes serviram pra livrar os mercadores e o povo das restrições 
locais do feudalismo. Isto não é de forma alguma a verdade, o rei e seu 
Estado-Nação serviram sim como um Senhor super-feudal, re-impondo e re-
enforçando o feudalismo, o qual estava sendo desfeito através do pacífico 
crescimento da economia de mercado. O rei superimpunha suas próprias 
restrições e privilégios monopolísticos sobre aqueles do regime feudal. Os 
monarcas absolutos personificavam a Velha Ordem de forma mais evidente e 
despótica do que antes. O capitalismo, na verdade, floresceu mais cedo e mais 
ativamente justo naquelas áreas onde o Estado central era fraco ou inexistente: 
as cidades Italianas, as Ligas Hanseáticas, a confederação da Holanda do 
século XVII. Finalmente, a Velha Ordem foi subjugada ou seriamente 
balançada nas suas estruturas em duas formas. Uma pela indústria e mercado 
em expansão através das brechas da ordem feudal (por exemplo, o 
desenvolvimento da indústria no interior da Inglaterra além das garras das 
restrições feudais, estatais e das guildas). Ainda mais importante foi a série de 
revoluções cataclísmicas que chacoalharam a Velha Ordem e as velhas 
classes dominantes: as Revoluções Inglesas do século XVII, a Revolução 
Americana, a Revolução Francesa, todas elas necessárias como guias para 
Revolução Industrial e vitórias parciais da liberdade individual, laissez-faire, 
separação da igreja e estado, e paz internacional. A sociedade de status deu 
lugar, pelo menos parcialmente, à "sociedade de contrato"; a sociedade militar 
cedeu seu lugar parcialmente à "sociedade industrial". O povo alcançou a 
mobilidade de trabalho e lugar, e a expansão acelerada de seus padrões de 
vida, as quais eles tinham sequer ousado sonhar. O Liberalismo trouxe ao 
mundo Ocidental não somente liberdade, a perspectiva de paz e aumento do 
padrão de vida de uma sociedade industrial, mas talvez acima de tudo, trouxe 
esperança; uma esperança ainda maior no progresso que ergueu as massas 
da humanidade do antigo buraco de estagnação e desespero. 
Logo se desenvolveu na Europa Ocidental duas grandes ideologias políticas, 
centradas em torno do novo fenômeno revolucionário: uma era o liberalismo, o 
partido da esperança, do radicalismo, da liberdade,da Revolução Industrial, do 
progresso, da humanidade; outro era o conservadorismo, o partido da reação, 
o partido que almejava a restauração da hierarquia, estatismo, teocracia, 
servidão, e exploração de classe da Velha Ordem. Uma vez que o liberalismo 
claramente tinha a razão como aliada, os Conservadores trouxeram escuridão 
à atmosfera ideológica com clamores obscurantistas por romantismo, tradição, 
teocracia e irracionalismo. Houve uma polarização das ideologias políticas, 
com o liberalismo na extrema “esquerda” e o conservadorismo na extrema 
“direita” do espectro ideológico. O liberalismo verdadeiro era essencialmente 
radical e revolucionário, como foi percebido de forma brilhante, na luz do seu 
impacto, pelo grande Lord Acton (umas das raras figuras na história do 
pensamento que, de maneira fascinante, foi se tornando mais radical na 
medida em que ficava mais velho). Acton escreveu que “O Liberalismo deseja 
aquilo de deve ser, independente daquilo que é”. Lapidando esta visão, 
incidentalmente, foi Acton, e não Trotsky, o primeiro a chegar no conceito de 
“revolução permanente”. Como Gertrude Himmelfarb escreveu em seu 
excelente estudo sobre Acton: 
... sua filosofia se desenvolveu ao ponto onde 
o futuro era visto como o inimigo declarado do 
passado, onde não era permitida nenhuma 
autoridade ao passado, exceto quando acontecia 
para ir de acordo com a moralidade. Levar esta teoria 
liberal da história a sério, dar precedência ao que 
“deveria ser” sobre “o que é”, era instalar visivelmente 
a “revolução permanente”, como ele admitiu. 
A “revolução permanente”, como Acton sugeriu 
na conferência inaugural e admitiu francamente nas 
suas notas, era o ponto alto da sua filosofia da 
história e teoria política... Esta idéia de consciência, 
de que os homens são armados com o conhecimento 
do bem e do mal, é a essência da revolução, já que 
ela destrói a santidade do passado... “Liberalismo é 
essencialmente revolucionário”, Acton observou. 
“Fatos devem se render a idéias. Pacificamente e 
pacientemente se possível. Violentamente se não”. 
[1] 
O Liberal, escreveu Acton, superava em muito a plataforma do Whig [*2]: 
Os whigs governaram por compromisso. O 
Liberal fundou o reino das idéias... Um é prático, 
gradual, pronto para se compromissar. O outro 
desenvolve um princípio filosoficamente. Um é uma 
política almejando uma filosofia. O outro é uma 
filosofia procurando por uma política. 
O que aconteceu ao liberalismo? Quais as causas do seu declínio durante o 
século XIX? Esta pergunta tem sido ponderada continuamente, mas talvez a 
razão principal por trás disto tenha sido uma degradação interna na essência 
do próprio liberalismo. Já que, graças ao sucesso parcial da Revolução Liberal 
no Ocidente, os Liberais abandonaram de maneira cada vez maior seu fervor 
radical e, por conseguinte, suas metas liberais, contentando-se com a mera 
defesa do não inspirador e imperfeito status quo. Duas raízes filosóficas deste 
declínio podem ser notadas. A primeira é o abandono dos direitos naturais e 
de uma teoria de direito superior [*3] pelo utilitarismo, já que apenas esse 
primeiro tipo de teorias é capaz de oferecer uma base radical fora do sistema 
existente, com a qual se pode desafiar o status quo; e apenas tais teorias 
suprem um senso de necessidade imediata à causa libertária por focar na 
indispensabilidade de trazer os governantes criminosos existentes ao foro da 
justiça. Utilitaristas, por outro lado, ao abandonar justiça por conveniência, 
também abandonaram o imediatismo por tranqüila estagnação e 
inevitavelmente acabaram como apologistas da ordem existente. 
A segunda grande influência filosófica no declínio do liberalismo foi o 
evolucionismo, ou Darwinismo Social, o qual deu o último golpe na derrubada 
do liberalismo como uma força radical na sociedade. O Darwinista Social 
enxergava erroneamente a história e sociedade como um pacífico mar de 
rosas de evolução social infinitamente lento e gradual. Ignorando o fato 
primordial de que nenhuma casta dominante na história nunca entregou seu 
poder voluntariamente e que, dessa forma, o liberalismo teve que fazer seu 
caminho por meio de uma série de revoluções, os Darwinistas Sociais 
esperavam animadamente e pacificamente os milhares de anos de evolução 
infinitamente gradual que levariam ao suposto estágio inevitável de 
individualismo. 
Um exemplo interessante de pensador que personifica o declínio do 
liberalismo no século XIX é Herbert Spencer. Ele começou como um liberal 
magnificamente radical; na verdade, quase um libertário puro. Mas, quanto 
mais o vírus da sociologia e o do Darwinismo Social tomava conta da sua 
alma, mais Spencer abandonava o libertarianismo como um movimento 
histórico dinâmico, embora não o abandonando na teoria pura. 
Resumidamente, enquanto almejava por um ideal de pura liberdade, Spencer 
começou a ver a realização deste ideal como inevitável, mas somente após 
milênios de evolução gradual, e dessa forma, a realidade é que Spencer 
abandonou o liberalismo como um credo radical pelo qual se devia lutar e, na 
prática, limitou seu liberalismo a uma reação exausta contra o crescimento do 
coletivismo no século XIX. Interessantemente, essa virada estratégica dele em 
direção à direita logo se tornou também numa virada teórica à direita, de 
maneira que Spencer abandonou a liberdade pura até mesmo na teoria, por 
exemplo, ao repudiar seu famoso capítulo “O direito de Ignorar o Estado” 
presente em “Social Statics”. 
Na Inglaterra, os liberais clássicos começaram sua transformação do 
radicalismo para um quase conservadorismo no início do século XIX; um 
marco desta virada ideológica foi a atitude geral dos liberais britânicos em 
relação à luta pela liberação nacional na Irlanda. Esta era uma batalha dupla: 
contra o imperialismo político Britânico e contra o senhorismo feudal que tinha 
sido imposto por este imperialismo. Por sua cegueira conservadora [*4] em 
relação aos anseios da Irlanda por uma independência nacional, e 
especialmente um anseio por propriedade dos pequenos camponeses [*5] 
contra opressão feudal, os Liberais Britânicos (incluindo Spencer) 
simbolizaram seu efetivo abandono do liberalismo genuíno, que nasceu 
praticamente da luta contra o sistema feudal de propriedade sobre a terra. 
Somente nos Estados Unidos, o lar do liberalismo radical (onde o feudalismo 
nunca foi capaz de se enraizar, com exceção do Sul), os direitos naturais e 
uma teoria de direito superior, e conseqüentemente os movimentos radicais, 
continuaram em projeção até meados do século XIX. Na suas próprias 
maneiras, os movimentos Jacksoniano e Abolicionista foram os últimos 
poderosos movimentos libertários radicais a vida americana. [3] 
De maneira que, com o abandono do liberalismo desde então, não havia mais 
um partido de esperança no mundo Ocidental, não havia mais um movimento 
de “Esquerda” para guiar a luta contra o estado e contra os restos inquebráveis 
da Velha Ordem. Neste vazio, no vácuo criado pelo esgotamento do 
liberalismo radical, surgiu um novo movimento: o socialismo. Libertários do 
presente estão acostumados a pensar no socialismo como o extremo oposto 
do credo libertário. Mas isto é um erro grave, responsável por uma séria 
desorientação ideológica dos libertários contemporâneos. Como nós vimos, o 
conservadorismo é o extremo oposto da liberdade; e o socialismo, enquanto à 
“esquerda” do conservadorismo, era essencialmente um movimento confuso e 
híbrido. Ele era, e ainda é, um movimento híbrido porque tenta alcançar fins 
Liberais pelo uso de meios Conservadores. 
Em resumo, tanto Russell Kirk, quando afirma que o socialismoé o herdeiro do 
liberalismo clássico, quanto Ronald Hamowy, quando vê o socialismo como 
herdeiro do conservadorismo, estão certos; o que importa é sobre que aspecto 
deste movimento confuso e centrista reside nosso foco. Em concordância com 
o Liberalismo e contra o Conservadorismo, o Socialismo aceitava o sistema 
industrial e as metas liberais de liberdade, mobilidade, progresso, padrões de 
vida mais altos para as massas, e um fim à teocracia e guerra; entretanto, ele 
tentava alcançar esses fins através do uso de meios conservadores 
incompatíveis: estatismo, planejamento central, comunitarismo, etc. De outra 
forma, para ser mais preciso, houve desde o início duas correntes dentro do 
socialismo: uma era a corrente autoritária, a direitista, de Saint-Simon em 
diante, aquela que glorificava o estatismo, hierarquia, e o coletivismo e a qual 
representava uma projeção do conservadorismo tentando aceitar e dominar a 
nova civilização industrial. A outra corrente era a esquerdista, a corrente 
relativamente libertária, exemplificada de maneiras diferentes por Marx e 
Bakunin, revolucionária e muito mais interessada em alcançar as metas 
libertárias do liberalismo e socialismo; interessada especificamente em 
esmagar o aparato estatal para conseguir a “devastação do Estado” [*6] e o 
“fim da exploração do homem pelo homem”. Surpreendentemente, a máxima 
Marxista, a “substituição do governo de homens pela administração de coisas”, 
pode ser traçada diretamente desde os grandes liberais Franceses do século 
XIX, que eram radicalistas do laissez-faire, Charles Comte (nenhuma relação 
com Auguste Comte) e Charles Dunoyer. Como também pode ser traçado até 
esses liberais, da mesma maneira, o conceito de “luta de classes”; exceto que 
para Dunoyer e Comte as classes inerentemente antitéticas não eram 
capitalistas versus trabalhadores, mas os produtores na sociedade (incluindo 
capitalistas livres [*7], trabalhadores, pequenos camponeses, etc.) versus as 
classes exploradoras que constituem o Estado ou são privilegiadas por ele. [4] 
Saint-Simon em algum ponto da sua conturbada e confusa vida chegou a ser 
próximo a Comte e Dunoyer e foi deles de onde ele tirou sua análise de classe, 
confundindo tudo no processo e convertendo capitalistas dentro do mercado, 
assim como senhores feudais e outros privilegiados pelo Estado, em 
“exploradores”. Marx e Bakunin pegaram a idéia dos Saint-Simonianos, e o 
resultado desorientou gravemente todo o movimento Socialista de Esquerda; 
porque então, além de esmagar o Estado repressivo, tornou-se supostamente 
necessário esmagar a propriedade capitalista privada dos meios de produção. 
Rejeitando a propriedade privada, especialmente de capital, os socialistas de 
esquerda caíram numa contradição interna: se o Estado irá desaparecer após 
a revolução (imediatamente para Bakunin, gradualmente “se desfazendo” para 
Marx), então como o “coletivo” irá administrar a propriedade sem se tornar um 
Estado enorme na prática, mesmo que não seja chamado assim? Esta era 
uma contradição que nem Marxistas ou Bakuninistas foram capazes de 
resolver. 
Tendo substituído o liberalismo radical como o partido da “esquerda”, o 
socialismo caiu na armadilha desta contradição na virada do século XX. A 
maior parte dos socialistas (Fabianos, Lassaleanos, até Marxistas) virou 
bruscamente em direção à direita, completamente abandonando as velhas 
metas libertárias, ideais de revolução e o desmantelamento do Estado, para se 
tornarem Conservadores satisfeitos e permanentemente reconciliados com o 
Estado, o status quo, e todo o aparato do neo-mercantilismo, capitalismo de 
monopólio estatal, imperialismo e guerra, a qual estava sendo rapidamente 
estabelecida e pressionada na sociedade européia da virada do século XX. 
Também o Conservadorismo tinha se reformado e reagrupado na tentativa de 
se conciliar com o sistema industrial moderno, tornando-se um renovado 
mercantilismo, um regime de estatismo, marcado direta ou indiretamente pelo 
privilégio monopolístico estatal, que favorecia capitalistas e proprietários de 
terra quase feudais. A afinidade entre o Socialismo de Direita e o novo 
Conservadorismo se tornou muito próxima, com a diferença de o primeiro 
advogar políticas semelhantes, mas com teor demagógico populista. De 
maneira que o outro lado da moeda do imperialismo era o “imperialismo 
social”, o qual Joseph Schumpeter definiu vigorosamente como “um 
imperialismo no qual os empreendedores e outros elementos cortejam os 
trabalhadores por meios de concessões ao bem-estar social que parecem 
depender do sucesso do monopolismo de exportação”. [5] 
Historiadores têm reconhecido há muito tempo a afinidade, e o amálgama, do 
Socialismo de Direita com o Conservadorismo na Itália e Alemanha, onde a 
fusão foi absorvida primeiro pelo Bismarckismo e então o Fascismo e o 
Nacional Socialismo – o último satisfazendo o programa Conservador de 
nacionalismo, imperialismo, militarismo, teocracia, e um coletivismo direitista 
que preservou e ate cimentou o poder das velhas classes privilegiadas. Mas 
apenas recentemente os historiadores começaram a notar que um padrão 
similar ocorreu na Inglaterra e nos Estados Unidos. Bernard Semmel, no seu 
brilhante trabalho sobre a história do movimento social-imperialista na 
Inglaterra na virada do século XX, mostra como a Sociedade Fabiana recebeu 
bem a escalada dos imperialistas na Inglaterra. [6] Quando, nos meados dos 
anos 1890, o Partido Liberal da Inglaterra se dividiu nos radicais à esquerda e 
nos imperialistas liberais à direita, Beatrice Webb, co-líder dos Fabianos, 
denunciou os radicais como “laissez-faire e antiimperialistas”, enquanto 
saudava os últimos como “coletivistas e imperialistas”. Um manifesto oficial 
Fabiano, Fabianism and the Empire (1900), rascunhado por George Bernard 
Shaw (que mais tarde foi muito coerente ao apoiar as políticas domésticas de 
Stalin e Mussolini e Sir Oswald Mosley), glorificavam o imperialismo e 
atacavam os radicais, os quais “ainda estavam presos aos ideais fixos de 
republicanismo individualista (e) não-interferência”. Em contraste, “um Grande 
poder... deve governar (um império mundial) de acordo com os interesses da 
sociedade como um todo”. Após isso, os Fabianos colaboraram de perto com 
Tories e Liberal-Imperialistas. De fato, no fim de 1902, Sidney e Beatrice Webb 
estabeleceram um grupo pequeno e secreto de conselheiros, chamados The 
Coefficients [*8]; como um dos membros de alto escalão deste clube, o 
imperialista “Tory” Leopold S. Amery revelou: 
Sidney e Beatrice estavam muito mais preocupados em colocar em 
prática suas idéias de estado de bem-estar-social por qualquer um que 
estivesse pronto para ajudar, mesmo na escala mais modesta, do que com o 
triunfo de um francamente declarado Partido Socialista... Não havia, afinal de 
contas, nada muito estranho, como a carreira do próprio (Joseph) Chamberlain 
mostrou, numa combinação de Imperialismo nos assuntos externos com 
socialismo municipal ou semi-socialismo em casa. [7] 
Outros membros dos Coefficients, que, como escreveu Amery, iriam funcionar 
como “Conselheiros ou Supervisores de guerra” [*9] para o movimento, eram 
eles: o liberal-imperialista Richard B. Haldane; o geopolítico Halford J. 
Mackinder; o Imperialista e Germanófobo Leopold Maxse, editor do National 
Review [*10]; o socialista Tory e imperialista Viscount Milner; o imperialista 
naval Carlyon Bellairs; o famoso jornalista J. L. Garvin; Bernard Shaw; Sir 
Clinton Dawkins, parceiro do Morgan Bank; e Sir Edward Grey, que num 
encontro do clube foi o primeiro a sugerir a política de aliança com a França e 
a Rússia que desencadeou na Primeira Guerra Mundial.[8] 
A famosa traição durante a Primeira Guerra Mundial dos velhos ideais de 
pacifismo revolucionário pelos Socialistas Europeus, e até pelos Marxistas, 
não deve ter surpreendido de forma alguma; foi a personificação do colapso do 
Socialismo de Esquerda clássico o fato que cada Partido Socialista apoiou seu 
“próprio” governo nacional na guerra (com a honorável exceção do Partido 
Socialista de Eugene Victor Deb nos Estados Unidos). Desde então, os 
Socialistas e quase socialistas se uniram aos Conservadores num amálgama 
básico, aceitando o Estado e a Economia Mista (= neo-mercantilismo = estado 
de bem-estar-social = intervencionismo = capitalismo de monopólio estatal, 
meros sinônimos da mesma realidade essencial). Foi em reação a este 
colapso que Lênin rompeu com a Segunda Internacional para restabelecer o 
Marxismo revolucionário como um “revival” do socialismo de esquerda. 
De fato, Lênin, quase sem saber, conquistou mais que isso. É de 
conhecimento geral que movimentos de “purificação”, ansiosos em retornar à 
pureza clássica do movimento livre das recentes corrupções, geralmente 
purificam muito além daquilo que defendiam as fontes clássicas originais. 
Havia, na verdade, um notável caráter “conservador” nos escritos de Marx e 
Engels que freqüentemente justificava o Estado, o imperialismo Ocidental e o 
nacionalismo agressivo, e foram esses temas, na visão ambivalente dos 
Mestres deste assunto, que fomentaram a virada futura da maioria dos 
Marxistas para o campo dos “imperialistas sociais”. [9] O ambiente de Lênin se 
tornou mais “esquerdista” que o dos próprios Marx e Engels. A postura de 
Lênin em relação ao Estado era decididamente mais revolucionária, ele 
defendeu e apoiou coerentemente movimentos de liberação nacional contra o 
imperialismo. A virada Leninista era mais “esquerdista” em outros pontos 
importantes também. Enquanto Marx centrou seu ataque no capitalismo de 
mercado per se, o foco principal das preocupações de Lênin estava no que ele 
considerava os estágios mais altos de capitalismo: imperialismo e monopólio. 
Conseqüentemente, o foco de Lênin era de certa forma muito mais natural 
para o Libertário que o de Karl Marx, uma vez que era concentrado, na prática, 
no monopólio estatal e imperialismo em vez de se preocupar com o 
capitalismo laissez-faire. No passado recente, os rachas no mundo Leninista 
trouxeram à tona uma tendência ainda mais esquerdista: a dos Chineses. Em 
sua ênfase quase exclusiva na revolução em países subdesenvolvidos, os 
Chineses, além de ridicularizarem os compromissos direitistas Marxistas com o 
Estado, focaram sem erros sua hostilidade nas posses de terra feudais e 
quase feudais, e no imperialismo Ocidental. Nesse abandono virtual da ênfase 
Marxista clássica na classe trabalhadora, os Maoístas concentraram os 
esforços Leninistas ainda mais na derrubada das maiores fortalezas da Velha 
Ordem no mundo moderno. [10] 
Fascismo e Nazismo eram a culminação nos assuntos domésticos da guinada 
moderna em relação ao coletivismo de direita. Tornou-se comum entre 
libertários, como também ao Establishment do Ocidente, considerar o 
Fascismo e Comunismo como fundamentalmente idênticos. Mas enquanto 
ambos os sistemas eram indubitavelmente coletivistas, eles eram bastante 
diferentes em se tratando de assuntos socioeconômicos. Comunismo era um 
movimento genuinamente revolucionário que cruelmente deslocava e 
sobrepujava as velhas classes dominantes, enquanto fascismo, ao contrário, 
cimentava as velhas classes dominantes no poder. Dessa forma, o fascismo 
era um movimento contra-revolucionário que congelava um arranjo de 
privilégios monopolísticos na sociedade; em resumo, o Fascismo foi a 
apoteose do moderno capitalismo de monopólio estatal. [11] Por esta razão o 
fascismo provou ser muito atrativo aos interesses das grandes corporações no 
Ocidente (o que o comunismo, claro, nunca conseguiu) – abertamente e de 
forma desconcertante nos anos de 1920 e início da década de 1930. [12] 
Estamos agora em condições de aplicar nossa análise ao cenário americano. 
Aqui nós encontramos o contrastante mito sobre a recente história Americana 
o qual tem sido propagado por conservadores contemporâneos e adotado pela 
maior parte dos libertários Americanos. O mito segue aproximadamente da 
seguinte maneira: os Estado Unidos eram, mais ou menos, um refúgio de 
laissez-faire até o New Deal; então Roosevelt, influenciado por Felix 
Frankfurter, a Intercollegiate Socialist Society [*11], e outros conspiradores 
“Fabianos” e comunistas engendraram uma revolução que colocou os Estados 
Unidos no caminho do socialismo, e num futuro mais distante, do comunismo. 
O libertário atual que adota esta ou uma visão similar da experiência 
americana tende a enxergar a si mesmo como um “direitista extremo”; estando 
um pouco à esquerda dele o Conservador, à esquerda o meio-termo, e então 
no campo da esquerda o socialismo e comunismo. Explica-se então a enorme 
tentação de alguns libertários em “caçar vermelhos” [*12]. Já que eles 
enxergam o país caminhado inexoravelmente à esquerda, para o socialismo e, 
assim, comunismo, a grande tentação é ignorar os estágios intermediários e 
condicionar toda sua oposição aos odiados Vermelhos. 
Alguém pensaria que o “libertário de extrema direita” rapidamente seria capaz 
de ver algumas falhas drásticas nessa concepção. Primeiro, a emenda do 
imposto de renda, a qual ele lamenta como o começo do socialismo nos 
Estados Unidos, foi ratificado pelo Congresso em 1909 pela maioria 
esmagadora dos dois partidos. Olhar para esse evento como um movimento 
brusco de esquerda em direção ao socialismo requereria tratar o presidente 
William Howard Taft, o qual ratificou a décima sexta Emenda, como um 
Esquerdista, e com certeza poucos teriam a temeridade de fazê-lo. De fato, o 
New Deal não foi em sentido algum uma revolução; todo seu programa 
coletivista foi antecipado: proximamente por Herbert Hoover durante a 
depressão, e, além daí, pelo coletivismo de guerra e planejamento central que 
governou o país durante a Primeira Guerra Mundial. Todo elemento no 
programa do New Deal: planejamento central, criação de uma rede de cartéis 
compulsórios para a indústria e agricultura, inflação e expansão do crédito, 
elevação artificial de salários e promoção de sindicatos no interior da estrutura 
monopolística geral, regulação e propriedade governamental, tudo isso tinha 
sido antecipado e esboçado durante as duas décadas anteriores [13]. E esse 
programa, com suas garantias de privilégios à vários interesses dos grandes 
negócios no topo da pilha coletivista, não era de forma alguma remanescente 
do socialismo ou esquerdismo; não havia nada cheirando [*13] à igualitarismo 
ou proletariado aqui. Não, o berço desse coletivismo explosivo não era de 
forma alguma o Socialismo-Comunismo, mas sim o Fascismo, ou Socialismo-
da-direita, um berço o qual muitos grandes empresários dos anos vinte 
expressaram abertamente em seu desejo de abandono de um sistema quase 
laissez-faire para um coletivismo o qual pudessem controlar. E, com certeza, 
William Howard Taft, Woodrow Wilson, e Herbert Clark Hoover se fazem 
figuras muito mais reconhecíveis como proto-Fascistas do que como cripto-
Comunistas. 
A essência do New Deal foi compreendida, de maneira muito mais clara do 
que na mitologia conservadora, pelo movimento Leninista do começo dos anos 
30 – isto é, até a metade da década, quando as exigências das relações 
externas Soviéticas causaram uma mudança brusca da linha mundial 
Comunista para a aprovação estilo “Frente Popular” do New Deal. Dessa 
forma, em 1934, o teórico Leninista britânico R.Palme Dutt publicou uma curtaporém severa análise do New Deal como “fascismo social” – já que a realidade 
do Fascismo era encoberta com verniz de demagogia populista. Nenhum 
oponente conservador trouxe antes uma denúncia mais vigorosa ou incisiva do 
New Deal. As políticas de Roosevelt, escreveu Dutt, iriam “se mover em 
direção à uma forma de ditadura de guerra”; as políticas essenciais visavam 
impor um capitalismo de monopólio estatal através da NRA [*14], subsidiar 
negócios, bancos e agricultura através de inflação de expropriação parcial da 
massa do povo através de salários reais mais baixos [*15], e regular e explorar 
o trabalho se utilizando de salários governamentais fixos e arbitração 
compulsória. Quando o New Deal, escreveu Dutt, é retirado de sua 
“camuflagem social reformista progressiva”, “a realidade do novo tipo de 
sistema Fascista de capitalismo de estado concentrado e servidão industrial 
permanece”, incluindo um implícito “avanço á guerra”. Dutt efetivamente 
concluiu com uma citação de um editor da muito respeitada “Current History 
Magazine”: ”A nova América (o editor escreveu no meio de 1933) não será 
capitalista no sentido antigo, nem será Socialista. Se no momento a moda é 
em direção ao Fascismo, será então um Fascismo Americano, incorporando a 
experiência, as tradições e as esperanças de uma grande nação da classe 
média”. [14] 
Assim, o New Deal não foi um rompimento qualitativo com o passado 
Americano; pelo contrário, foi meramente uma extensão da rede de privilégios 
estatais que tinha sido proposta e trabalhada anteriormente: na administração 
Hoover, no coletivismo de guerra da Primeira Guerra Mundial, e na Era 
Progressiva. A exposição mais profunda das origens do capitalismo de 
monopólio estatal nos Estados Unidos, ou o que é chamado pelo autor de 
“capitalismo político” se encontra no brilhante trabalho do Dr. Gabriel Kolko. 
Em seu Triumph of Conservatism [*16], Kolko traça as origens do capitalismo 
político nas “reformas” da Era Progressiva. Historiadores ortodoxos sempre 
trataram o período Progressivo (basicamente 1900-1916) como uma época 
onde o capitalismo de livre-mercado estava se tornando crescentemente 
“monopolístico”; em reação à esse reino do monopólio e dos grandes 
negócios, assim diz a história convencional, intelectuais altruístas e políticos 
visionários se utilizaram de intervenção governamental para reformar e regular 
esses males. O grande trabalho de Kolko demonstra que a realidade era 
quase precisamente o oposto desse mito. Apesar da onda de fusões e trustes 
formados lá pelo início do século, Kolko revela que as forças da competição e 
do livre-mercado rapidamente enfraqueceram e dissolveram essas tentativas 
de estabilizar e perpetuar o poder econômico dos interesses dos grandes 
negócios. Foi precisamente em reação a essa iminente derrota nas mãos das 
chuvas competitivas do mercado que tais negócios se voltaram, cada vez mais 
após 1900, para o governo federal para buscar ajuda e proteção. Em resumo, 
a intervenção do governo federal foi planejada não para restringir o monopólio 
em benefício do bem estar público, mas sim para criar monopólios que os 
grandes negócios (assim como trade associations e negócios menores) não 
teriam sido capazes de estabelecer em meio às tempestades do livre-mercado. 
Ambas Direita e Esquerda tem sido persistentemente enganadas pela noção 
de que intervenção governamental é ipso facto esquerdista e anti-negócios. 
Consequentemente a mitologia do New-Fair-Deal como “vermelho” é endêmica 
na Direita. Ambos os grandes negócios, liderados pelos interesses de Morgan 
[*17], e professor Kolko, de forma quase única no mundo acadêmico, 
perceberam que privilégios monopolísticos podem ser criados apenas pelo 
Estado e não como um resultado de operações de livre-mercado. 
Dessa forma, Kolko mostra que, começando com o “New Nationalism (Novo 
Nacionalismo)” Theodore Roosevelt e culminando na “New Freedom (Nova 
Liberdade)” de Wilson, em ramo após ramo, por exemplo, seguros, bancos, 
carne, exportações e negócios em geral, regulações que Direitistas 
contemporâneos consideram “socialistas” não foram aclamadas 
uniformemente, mas concebidas e animadas por grandes empresários. Esse 
foi um esforço para jogar sobre a economia um cimento de subsídios, 
estabilização, e privilégios monopolísticos. Uma visão típica era de Andrew 
Carnegie; profundamente preocupado com a competição na indústria de aço, a 
qual nem a formação da US.Steel nem os famosos “Jantares de Gary” 
patrocinados por essa companhia de Morgan puderam deter, Carnegie 
declarou em 1908 que “sempre me volta a cabeça que o controle 
Governamental, e apenas ele, irá resolver o problema apropriadamente.” Não 
há nada mais alarmante com relação a intervenção governamental per se, 
anunciou Carnegie, “o capital está perfeitamente seguro na companhia de 
combustíveis, apesar de estar sob controle dos tribunais. Assim todo o capital 
estará, apesar de sob o controle Governamental...” [15] 
O Partido Progressista, como mostra Kolko, era basicamente um partido criado 
por Morgan para reeleger Roosevelt e punir o presidente Taft, o qual havia 
sido super-zeloso ao perseguir as empresas de Morgan; os trabalhadores 
sociais de esquerda costumaram mesmo sem saber prover uma cobertura 
demagógica para um movimento estatista conservador. A “New Freedom” de 
Wilson, culminando na criação da Federal Trade Comission (FTC) [*18], longe 
de ser considerada perigosamente socialista pelos grandes negócios, foi 
recebida entusiasticamente ao implementar seu há muito elogiado programa 
de suporte, privilégio, e regulação da competição (e o coletivismo de guerra de 
Wilson foi recebido de maneira ainda mais exuberante). Edward N. Hurley, 
presidente da FTC e antigo presidente da Associação de Manufatureiros de 
Illinois, alegremente anunciou, no fim de 1915, que a FTC foi criada para “fazer 
para os negócios em geral” o que a ICC [*19] vinha avidamente fazendo para 
as estradas de ferro e marinheiros, o que o Federal Reserve [*20] vinha 
fazendo pelos banqueiros, e o que o Departamento de Agricultura vinha 
realizando para os fazendeiros [16]. Como aconteceria de maneira mais 
dramática no Fascismo Europeu, cada grupo de interesse econômico estava 
sendo cartelizado e monopolizado e encaixado em seu nicho de privilégio 
numa estrutura sócio-econômica hierarquicamente organizada. 
Particularmente influentes eram as opiniões de Arthur Jerome Eddy, um 
eminente advogado de corporações que se especializou em formar 
associações comerciais e que ajudou a criar a FTC. Em sua obra magna, 
denunciando inflamadamente a competição nos negócios e clamando por 
proteção industrial e “cooperações” controladas pelo governo, Eddy proclamou 
que “Competição era Guerra e Guerra era inferno”. [17] 
E quanto aos intelectuais do período Progressivo, condenados pela direita 
presente como “socialistas”? Socialistas em certo sentido eles eram, mas que 
tipo de “socialismo”? O Socialismo Estatal conservador da Alemanha de 
Bismarck, o protótipo de muitas das formas políticas Européias e Americanas, 
e sob o qual a massa de intelectuais Americanos do final do século dezenove 
recebiam seu ensino superior. Como diz Kolko: 
“O conservadorismo dos intelectuais contemporâneos, (...) a 
idealização do estado por Lester Ward, Richard T. Ely, ou Simon N. 
Patten... foi também o resultado de um treinamento peculiar de muitos 
dos acadêmicos Americanos desse período. Ao final do século 
dezenove a influência primária na teoria acadêmica social e econômica 
Americana foi exercida pelas universidades. A idealização Bismarckiana 
do estado, com suas funções de bem-estar centralizadas... foi 
apropriadamenterevisada pelos milhares de acadêmicos chave que 
estudaram nas universidades alemãs nas décadas de 1880 e 1890...” 
[18] 
O ideal dos principais professores alemães ultra-conservadores, que, aliás, 
também eram chamados de “socialistas de cadeira” [*21], era se tornar em 
“guarda-costas intelectuais da casa de Hohenzollern” – e eles realmente eram. 
Como um exemplo do intelectual Progressivo, Kolko cita aptamente Hervert 
Croly, editor da financiada por Morgan “New Republic”. Ao sistematizar o 
“Novo Nacionalismo” de Theodore Roosevelt, Crolly saudou esse novo 
Hammiltonianismo como um sistema para controle federal coletivista e 
integração da sociedade numa estrutura hierárquica. 
Antecipando direto da Era Progressiva, Gabriel Kolko conclui que: 
“uma síntese de negócios e política a nível federal foi criada 
durante a guerra, em várias agências administrativas e emergenciais, 
que continuaram ao longo da década seguinte. De fato, o período de 
guerra representa o triunfo dos negócios da maneira mais enfática 
possível... os grandes negócios ganharam total suporte das várias 
agências regulatórias e do Executivo. Foi durante a guerra que um 
oligopólio efetivo, funcional e acordos de preços e mercados se 
tornaram operacionais nos setores dominantes da economia Americana. 
A rápida difusão de poder na economia e a entrada relativamente fácil 
virtualmente acabaram. Apesar da cessação da aprovação de novas leis 
importantes, a união dos negócios com o governo federal continuou 
durante a década de 20 e depois, utilizando as fundações montadas na 
Era Progressiva para estabilizar e consolidar condições entre os vários 
ramos de negócio... O princípio de utilizar o governo federal para 
estabilizar a economia, princípio estabelecido no contexto do 
industrialismo moderno durante a Era Progressiva, se tornou a base do 
capitalismo político em suas diversas ramificações posteriores. 
Nesse sentido o progressivismo não morreu nos anos 20, mas se 
tornou uma parte básica do tecido da sociedade Americana.” [19] 
Dessa forma chegamos ao New Deal. Após um pouco de agitação esquerdista 
na metade e final dos anos 30, a administração Roosevelt re-cimentou sua 
aliança com os grandes negócios na economia de defesa nacional e contratos 
de guerra que começaram em 1940. Essa era uma economia e um regime que 
vem comandando a América desde então, personificada na economia de 
guerra permanente, num completamente desenvolvido capitalismo monopolista 
e neo-mercantilismo, no complexo militar-industrial da era presente. As 
características essenciais da sociedade Americana não mudaram desde que a 
última foi profundamente militarizada e politizada na Segunda Guerra Mundial 
– com exceção do fato das tendências terem se intensificado, e até mesmo na 
vida cotidiana os homens foram cada vez mais moldados para se conformar 
com o “Homem Organizacional” [*22] servindo o Estado e seu complexo 
militar-industrial. William H. Whyte Jr, em seu merecidamente famoso livro 
“The Organization Man”, deixou claro que esse molde se fez em meio a 
adoção de visões coletivistas de sociólogos “iluminados” e outros engenheiros 
sociais por parte do mundo dos negócios. Também é claro que essa harmonia 
de visões não é simplesmente o resultado de inocência por parte dos grandes 
empresários – nem quando tal “inocência” coincide com a necessidade de 
comprimir o trabalhador e gerente no molde do servidor disposto na grande 
burocracia da máquina militar-industrial. E, sob o disfarce de “democracia”, a 
educação se tornou um mero treinamento em massa nas técnicas de ajuste à 
tarefa de se tornar uma parte na engrenagem da vasta máquina burocrática. 
Enquanto isso, os Republicanos e Democratas continuam bipartidários ao 
formar e apoiar esse Establishment da mesma forma em que faziam nas duas 
primeiras décadas do século vinte. “Me tooism” – apoio bipartidário ao status 
quo que fundamenta as diferenças superficiais entre os partidos – não 
começou em 1940. 
Como foi que a guarda militar dos libertários remanescentes reagiu a essas 
mudanças do espectro ideológico na América? Uma resposta instrutiva pode 
ser encontrada ao se olhar a carreira de um dos grandes libertários da América 
do século vinte: Albert Jay Nock. Na década de 20, quando Nock formulou sua 
filosofia libertária radical, ele foi universalmente considerado um membro da 
extrema esquerda, e assim ele também o fez. É sempre essa a tendência, na 
vida política e ideológica, em concentrar suas atenções ao maior inimigo da 
época, e o maior inimigo da época foi o estatismo conservador da 
administração de Coolige-Hoover: era natural, então, para Nock, seu amigo e 
companheiro libertário Mencken, e outros radicais em se unir com quase-
socialistas em uma batalha contra o inimigo comum. quando o New Deal 
sucedeu Hoover, por outro lado, os socialistas vacilantes e vagos esquerdistas 
intervencionistas pularam em seu vagão; na Esquerda, apenas libertários 
como Nock e Mencken, e os Leninistas (antes do período da Frente Popular) 
perceberam que Roosevelt era apenas uma continuação de Hoover em outra 
retórica. Era perfeitamente natural para radicais formarem uma frente unida 
contra FDR [*23] com velhos conservadores como Hoover e Al Smith que 
acreditavam que Roosevelt tinham ido longe demais ou não gostavam de sua 
retórica populista exibicionista. Mas o problema foi que Nock e seus 
companheiros radicais, de início propriamente ridicularizando seus novos 
aliados, logo começaram a aceitá-los e até vestiram alegremente o 
antigamente desprezado rótulo de “conservador”. Com os radicais comuns, 
essa mudança aconteceu, já que existem muitas transformações de ideologia 
na história, sem saber e por culpa de liderança ideológica apropriada; para 
Nock, e até certo ponto para Mencken, por outro lado, o problema foi ainda 
mais profundo. 
Isso porque sempre houve uma grave falha na brilhante e bem-afiada doutrina 
libertária martelada em suas diferentes visões por Nock e Mencken; ambos 
adotaram o grande erro do pessimismo. Ambos não viam esperança na raça 
humana adotar algum dia o sistema da liberdade; sem esperanças de que a 
radical doutrina da liberdade fosse algum dia aplicada na prática, cada um à 
sua maneira pessoal se eximiu da responsabilidade de liderança ideológica, 
Mencken de maneira feliz e hedonista, Nock de maneira arrogante e secreta. 
Apesar da contribuição maciça de ambos à causa da liberdade, dessa forma, 
nenhum poderia nuca se tornar o líder consciente de um movimento libertário: 
como ambos não podiam ver o partido da liberdade como o partido da 
esperança, o partido da revolução, ou a fortiori, o partido do messianismo 
secular. O erro do pessimismo é o primeiro passo abaixo na ladeira 
escorregadia que leva ao Conservadorismo; e consequentemente era muito 
fácil para o radical pessimista Nock, mesmo ainda basicamente um libertário, 
aceitar o rótulo conservador e até resmungar a superficialidade que existe 
numa presunção a priori contra qualquer mudança social. 
É fascinate que Albert Jay Nock seguiu então o caminho ideológico de seu 
prezado ancestral espiritual Herbert Spencer; ambos começaram como puros 
radicais libertários, ambos rapidamente abandonaram táticas radicais ou 
revolucionárias que estavam presentes em seu desejo de colocar suas teorias 
em prática através de ação em massa, e ambos eventualmente escorregando 
de táticas “Tory” para um conteúdo “Tory” pelo menos parcial. 
E então os libertários, especialmente em seu sentido de onde se localizavam 
no espectro ideológico, se fundiram com os antigos conservadores que foram 
forçados a adotar o vocabulário libertário (mas com nenhum conteúdo libertário 
real)ao se opor à administração Roosevelt que havia se tornado coletivista 
demais, tanto em retórica quanto em conteúdo. A Segunda Guerra Mundial 
reforçou e cimentou essa aliança; em contraste com todas as guerras 
Americanas anteriores do século, as forças pró-paz e “isolacionistas” foram 
todas identificadas, por seus inimigos e subsequentemente por elas mesmas, 
como homens da “Direita”. Ao final da Segunda Guerra Mundial, era hábito 
para os libertários se considerarem no pólo de “extrema direita” junto com os 
conservadores imediatamente ao seu lado; e consequentemente o grande erro 
do espectro persiste até hoje. Em particular, os libertários modernos 
esqueceram ou nunca perceberam que a oposição à guerra sempre foi uma 
tradição de “esquerda” que incluía os libertários; e dessa maneira quando a 
aberração histórica do período do New Deal se corrigiu e a “Direita” era 
novamente a grande defensora da guerra total, os libertários estavam 
despreparados para compreender o que estava acontecendo e seguiram na 
cola de seus supostos “aliados” conservadores. Os liberais tinham perdido 
completamente suas diretrizes e marcas ideológicas. 
Dada uma própria reorientação do espectro ideológico, quais então seriam os 
prospectos para a liberdade? Não é mistério que o libertário contemporâneo, 
vendo o mundo se tornar socialista e Comunista, e crendo ser virtualmente 
isolado e barrado de qualquer prospecto para a ação unida em massa, tende a 
ser empapado por um pessimismo à longo prazo. Mas a cena brilha 
imediatamente quando percebemos que esse requisito indispensável da ordem 
moderna, a derrubada da Velha Ordem, foi realizada através de ação libertária 
em massa desembocando em grandes revoluções do Ocidente como as 
Revoluções Francesa e Americana, e trazendo as glórias da Revolução 
Industrial e os avanços da liberdade, mobilidade, e maiores padrões de vida 
que possuímos atualmente. Apesar das oscilações reacionárias de volta ao 
estatismo, o mundo moderno se mantém acima do mundo do passado. 
Quando consideramos também que, de uma maneira ou de outra, a Velha 
Ordem do despotismo, feudalismo, teocracia e militarismo dominou toda 
civilização humana até o Ocidente do século dezoito, o otimismo sobre o que o 
homem conseguiu e pode ainda atingir fica ainda maior. 
Poderia ser replicado, entretanto, que esse inóspito arquivo histórico de 
despotismo e estagnação apenas aumenta o pessimismo, já que ele mostra a 
persistência e a durabilidade da Velha Ordem e a aparente fragilidade e 
desaparecimento da Nova – especialmente com o regresso do século 
passado. Mas uma análise superficial negligencia a grande mudança que 
ocorreu com a Revolução da Nova Ordem, uma mudança que é claramente 
irreversível. A Velha Ordem foi capaz de persistir com seu sistema de 
escravidão por séculos precisamente porque ela não faz nascer nenhuma 
expectativa ou esperanças nas mentes das massas submersas; seu destino 
era sobreviver com seu consumo de subsistência na escravidão enquanto 
obedeciam sem questionar os comandos de seus mestres apontados 
divinamente. Mas a Revolução liberal implantou permanentemente nas mentes 
das massas – não apenas no Ocidente, mas no mundo subdesenvolvido de 
domínio ainda feudal – o ardente desejo por liberdade, por terras para os 
camponeses, por paz entre as nações, e, talvez acima de tudo, por mobilidade 
e melhores padrões de vida que podem ser trazidos a ele apenas pela 
civilização industrial. As massas nunca irão aceitar novamente a servidão sem 
sentido da Velha Ordem; e dadas essas demandas que foram acordadas pelo 
liberalismo e pela Revolução Industrial, a vitória em longo prazo da liberdade é 
inevitável. 
Apenas a liberdade, apenas um livre mercado, pode organizar e manter um 
sistema industrial, e quanto mais a população se expande e explode, mais é 
necessário o trabalho desimpedido de tal economia industrial. Laissez-faire e o 
livre mercado se tornaram cada vez mais necessários conforme o sistema 
industrial se desenvolve; desvios radicais causam panes e crises econômicas. 
Essas crises de estatismo se tornam particularmente dramáticas e agudas 
numa sociedade socialista; e consequentemente a inevitável derrocada do 
estatismo primeiro se tornou aparentemente visível nos países do campo 
socialista (isto é, Comunista). O socialismo confronta sua suas contradições 
internas de maneira severa. Desesperadamente, ele tenta cumprir suas metas 
proclamadas de crescimento industrial, padrões de vida mais altos para as 
massas, e eventual desaparecimento do Estado, e é cada vez menos capaz de 
fazê-lo através de meios coletivistas. Assim temos a inevitável derrocada do 
socialismo. Essa derrocada progressiva do planejamento socialista foi 
primeiramente obscurecida de forma parcial. Isso porque em todos os casos 
os Leninistas tomaram o poder não num país capitalista como Marx 
erroneamente previu, mas num país sofrendo a opressão do feudalismo. 
Depois, os Comunistas não tentaram impor o socialismo sobre a economia 
depois de muitos anos após terem tomado o poder: na Rússia Soviética até a 
coletivização forçada de Stalin no começo da década de 30 ter revertido a 
perspicácia da Nova Política Econômica [*24] de Lênin, cujo teórico favorito 
Bukharin teria estendido em direção a um livre mercado. Mesmo os supostos 
fanáticos líderes Comunistas da China não impuseram uma economia 
socialista naquele país até o final dos anos 50. Em todos os casos, a crescente 
industrialização impôs uma série de problemas econômicos tão severos que os 
países Comunistas, contra seus princípios ideológicos, tiveram que recuar 
passo a passo do planejamento central e retornar a vários degraus e formas 
de um livre mercado. O Plano Liberman para a União soviética ganhou um 
bocado de publicidade; mas o processo inevitável de dessocialização seguiu 
mais longe ainda na Polônia, Hungria e Checoslováquia. A mais avançada de 
todas foi na Iugoslávia, a qual liberta da rigidez Stalinista antes que suas 
parceiras, em uma dúzia de anos se dessocializou tão rápido e tão 
avançadamente que sua economia agora é pouco mais socialista do que a da 
França. O fato de que pessoas se rotulando de “Comunistas” ainda governam 
o país é irrelevante para os fatos sociais e econômicos básicos. O 
planejamento central na Iugoslávia virtualmente desapareceu; o setor privado 
predomina não só na agricultura mais é forte até na indústria, e o setor público 
em si foi tão radicalmente descentralizado e colocado sob livre precificação, 
testes de lucros e perdas, e posse cooperativa dos trabalhadores de cada 
planta que o socialismo em si quase não existe mais. Apenas o passo final de 
converter o controle sindical dos trabalhadores em cotas individuais de 
propriedade fica no caminho em direção ao capitalismo. A China Comunista e 
os hábeis teóricos Marxistas da Monthly Review discerniram claramente a 
situação e soaram o alarme de que a Iugoslávia não é mais um país socialista. 
Alguém poderia pensar que os economistas de livre-mercado saudariam a 
confirmação e contínua relevância do notável insight do Professor Ludwig von 
Mises há meio século: que os Estados socialistas, sendo necessariamente 
desprovidos de um sistema de preços genuíno não poderiam calcular 
economicamente e assim não poderiam planejar sua economia com sucesso 
algum. De fato, um seguidor de Mises efetivamente previu esse processo de 
dessocialização num romance há alguns anos. Mesmo assim nem esse autor 
nem outro economista de livre-mercado mostraram a menor indicação de ao 
menos reconhecer, para não falar em cumprimentar esse processo nos países 
Comunistas – talvez porque sua visão quase histérica da suposta ameaça do 
Comunismoos previne de compreender qualquer dissolução no suposto 
monólito da ameaça [20]. 
Países comunistas, então, estão cada vez mais e de forma não erradicável 
forçados a se dessocializarem, e acabarão inevitavelmente atingindo o livre-
mercado. A condição dos países subdesenvolvidos também é motivo para 
otimismo libertário sustentado. Em todo o mundo, os habitantes de nações 
subdesenvolvidas estão engajados na revolução de se livrarem de sua Velha 
Ordem feudal. É verdade que os EUA estão fazendo seu melhor para suprimir 
esse mesmo processo revolucionário que um dia livrou ele e a Europa 
Ocidental das algemas da Velha Ordem; mas é cada vez mais claro que 
mesmo um devastador poder armado não pode suprimir o desejo das massas 
de irromper no mundo moderno. 
Sobram assim os EUA e os países da Europa Ocidental. Aqui, o motivo para 
otimismo é menos claro, uma vez que o seu sistema quase coletivista não 
apresenta uma crise de auto-contradição tão clara como o socialismo. E ainda 
por cima, muitas crises econômicas se aproximam no futuro e nos consumirão 
com a complacência dos gerentes econômicos Keynesianos: inflação 
assustadora, refletida no agravante colapso do balanço de pagamentos do um 
dia todo poderoso dólar; assustador desemprego persistente trazido através da 
fixação de salários mínimos; e a acumulação profunda e de longo prazo das 
distorções não econômicas da economia de guerra permanente. Além disso, 
crises potenciais nos EUA não são meramente econômicas; há um florescente 
e inspirador fermento moral em meio a juventude da América contra as 
correntes da burocracia centralizada, da educação de massas uniformes, e da 
brutalidade e opressão exercidas pelos asseclas do Estado. 
Somando-se a isso tudo, a manutenção de um grau substancial de liberdade 
de expressão e formas democráticas facilita, pelo menos no curto prazo, o 
possível crescimento de um movimento libertário. Os EUA têm sorte em 
possuírem, mesmo se meio esquecida em meio ao ofuscamento estatista e 
tirânico da última metade de século, uma grande tradição de pensamento e 
ação libertários. O próprio fato de que muita dessa herança ainda é refletida na 
retórica popular, mesmo estando desprovida de significância na prática, 
garante uma base ideológica substancial para um futuro partido da liberdade. 
O que os Marxistas chamaram de “condições objetivas” para o triunfo da 
liberdade existem, então, em todo o mundo, e mais do que em qualquer época 
passada; em todos os lugares as massas optaram por melhores padrões de 
vida e promessa de liberdade e sempre os vários regimes de estatismo e 
coletivismo não conseguiram cumprir essas metas. O que é necessário então 
são simplesmente “condições subjetivas” para a vitória, isto é, um grupo 
crescente de libertários informados que espalharão a mensagem para os 
povos do mundo de que a liberdade e um mercado puramente livre 
proporcionam a saída para seus problemas e crises. A liberdade não pode ser 
completamente alcançada a menos que libertários existam em número 
suficiente para guiar as pessoas para a trilha apropriada. Mas talvez o maior 
impedimento para a criação de tal movimento seja a desesperança e 
pessimismo típicos do libertário no mundo atual. Muito desse pessimismo é 
devido a sua má leitura da história e sua crença de serem ele e seu punhado 
de colegas irremediavelmente isolados das massas e por tabela dos ventos da 
história. Consequentemente ele se torna um crítico isolado dos eventos 
históricos ao invés de uma pessoa que se considera parte de um movimento 
potencial e que pode e irá fazer história. O libertário moderno esqueceu que o 
liberal dos séculos XVII e XVIII enfrentou dificuldades incrivelmente maiores do 
que enfrenta o liberal de hoje; já que naquela era anterior a Revolução 
Industrial a vitória do liberalismo estava longe de ser inevitável. E mesmo 
assim o liberalismo daquele dia não estava contente em continuar uma 
pequena seita obscura; ao invés disso, unificou teoria e ação. O liberalismo 
cresceu e se desenvolveu como uma ideologia e, liderando e guiando as 
massas, fez a Revolução que mudou o destino do mundo; através de sua 
monumental penetração, a Revolução do século XVIII transformou a história 
de uma crônica de estagnação e despotismo em um movimento contínuo 
avançando em direção a uma verdadeira Utopia secular de liberdade e 
racionalidade e abundância. A Velha Ordem está morta ou moribunda; e as 
tentativas reacionárias de conduzir a moderna sociedade e economia através 
de regressos a Velha Ordem estão fadadas ao fracasso total. Os liberais do 
passado deixaram aos libertários modernos uma herança gloriosa, não apenas 
de ideologia, mas de vitórias contra perspectivas mais devastadoras. Os 
liberais do passado também deixaram uma herança de estratégias e táticas 
apropriadas a serem seguidas pelos libertários: não apenas liderando ao invés 
de ficar distante das massas; mas também de não ser vítima do otimismo de 
curto prazo. O otimismo de curto prazo, sendo irrealista, leva direto à desilusão 
e então ao pessimismo de longo prazo; assim como, por outro lado, 
pessimismo de longo prazo leva à exclusiva e auto-destrutiva concentração em 
assuntos imediatos e de curto prazo. Otimismo de curto prazo deriva de uma 
coisa, de uma visão de estratégia ingênua e simplista: que a liberdade irá 
ganhar meramente ao se educar mais intelectuais, os quis então educarão 
formadores de opinião, os quais por sua vez irão convencer as massas, e após 
tudo o Estado irá de alguma forma enrolar suas barracas e desaparecer 
silenciosamente. As coisas não são assim tão fáceis; os libertários não 
enfrentam um problema apenas de educação mas também um de poder; e é 
uma lei da história que a casta dominante nunca entregou seu poder 
voluntariamente. 
Mas certamente o problema do poder está, nos EUA, bem no futuro. Para o 
libertário, a tarefa principal da época presente está em se livrar de seus 
desnecessário e debilitante pessimismo, alçar suas visões na vitória à longo 
prazo e estabelecer o caminho para atingi-la. Para fazer isso ele deve, talvez 
antes de tudo, drasticamente realinhar sua visão errada do espectro 
ideológico; ele deve descobrir quem são seus aliados naturais, e talvez acima 
de tudo, quem são seus inimigos. Armado com esse conhecimento, deixe-o 
proceder no espírito do otimismo radical de longo prazo que uma de nossas 
grandes figuras da história do pensamento libertário, Randolph Bourne, 
corretamente identificou como o espírito da juventude. Deixe as palavras 
emocionantes de Bourne servirem também como uma sinalização para o 
espírito da liberdade: 
 “a juventude é a encarnação da razão contrastada com a rigidez 
da tradição. A juventude coloca sem remorsos questões à tudo que é velho e 
estabelecido – Por que? Porque isso é bom? E quando ela enfrenta as 
respostas evasivas, resmungadas dos defensores ela aplica seu próprio 
espírito limpo, fresco de razão às instituições, costumes, e idéias, e achando-
as estúpidas, vazias ou venenosas, trabalha instintivamente para derruba-las e 
construir em seu lugar as coisas com as quais suas visões transbordam... 
 A juventude é a levedura que mantém todos esses 
questionamentos, testando atitudes fermentando no mundo. Se não fosse por 
essa atividade problemática da juventude, com seu ódio de sofismas e 
disfarces, sua insistência nas coisas como elas são, a sociedade morreria por 
pura decadência. É a política da geração mais velha assim que ela se ajusta 
ao mundo esconder as coisas desagradáveis aonde pode, ou preservar uma 
conspiração de silêncio e uma elaborada pretensão de que elas não existem. 
Mas enquanto isso as feridas vão inflamando, domesmo jeito. A juventude é o 
anti-séptico drástico... Ela traz à discussão assuntos indesejados [*25] e insiste 
que sejam explicados. Não surpreende que a geração mais velha tema e não 
confie na mais nova. A juventude é a Nêmesis vingativa no seu rastro. 
Nossos anciões estão sempre otimistas em suas visões do 
presente, pessimistas em suas visões do futuro; a juventude é 
pessimista com relação ao presente e gloriosamente otimista com 
relação ao futuro. E é essa esperança que é a levedura do progresso – 
a única levedura do progresso poderia ser dito... 
O segredo da vida é então que esse belo espírito de juventude 
nunca se perca. Da turbulência da juventude deveria surgir esse 
magnífico precipitado – um espírito são, forte, agressivo de ousadia e 
ação. Deve ser um espírito crescente, flexível, com hospitalidade á 
novas idéias, e uma percepção acurada à experiência. Manter as 
reações quentes e verdadeiras é ter achado o segredo da juventude 
perpétua, e a juventude perpétua é a salvação. [21]” 
 
Notas do Texto: 
 
[1] Gertrude Himmelfarb, Lord Acton (Chicago: University of Chicago Press, 
1962), pp. 204-205. 
[2] Ibid., p. 209. 
[3] Cf. Carl Becker, The Declaration of Independence (New York: Vintage 
Books ed., 1958), Chapter VI. 
[4] A informação sobre Comte e Dunoyer, assim como a análise completa do 
espectro ideológico eu devo ao Sr. Leonard P. Liggio. Para uma ênfase no 
aspecto dinâmico e positivo da guinada Utópica, muito caluniada em nossa 
época, ver Alan Milchman, "The Social and Political Philosophy of Jean-
Jacques Rousseau: Utopia and Ideology," The November Review (November, 
1964), pp. 3-10. Também cf., Jurgen Ruhle, "The Philosopher of Hope: Ernst 
Bloch," em Leopold Labedz, ed., Revisionism (New York: Praeger, 1962), pp. 
166-178. 
[5] Joseph A. Schumpeter, Imperialism and Social Classes (New York: 
Meridian Books, 1955), p. 175. Schumpeter, acidentalmente, percebeu que, 
longe de ser um estágio inerente do capitalismo, o imperialismo moderno era 
um regresso ao imperialismo pré-capitalista de eras anteriores, mas com uma 
minoria de capitalistas privilegiados agora unidos às castas militares e feudais 
ao promover agressão imperialista. 
[6] Bernard Semmel, Imperialism and Social Reform: English Social-Imperial 
Thought, 1895-1914 (Cambridge: Harvard University press, 1960). 
[7] Leopold S. Amery, My Political Life (London, 1953), citado em Semmel, op. 
cit., pp. 74-75. 
[8] O argumento, é claro, não é que esses homens foram produtos de alguma 
“conspiração Fabiana”; mas, pelo contrário, que o Fabianismo, na virada do 
século, era um Socialismo tão conservadorizado ao ponto de estar 
proximamente aliado com outras tendências neo-Conservadoras na vida 
política Britânica. 
[9] Assim, ver Horace B. Davis. "Nations, Colonies, and Social Classes: The 
Position of Marx and Engels," Science and Society (Winter, 1965), pp. 26-43. 
[10] A cismática ala do movimento Trotskista incorporado no Comitê 
Internacional para a Quarta Internacional é agora o único grupo dentro do 
Marxismo-Leninismo que continua a enfatizar exclusivamente a classe 
trabalhadora industrial. 
[11] Ver o artigo penetrante de Alexander J. Groth, "The 'Isms' in 
Totalitarianism," American Political Science Review (December, 1964), pp. 
888-901. Groth escreve: “Os Comunistas... tomaram geralmente medidas 
direta e indiretamente arrancando pela raiz as elites socioeconômicas 
existentes: a nobreza proprietária de terras, empresários, grandes seções da 
classe média e camponeses, assim como as elites burocráticas, os militares, o 
serviço civil, o judiciário e os corpos diplomáticos... Em segundo lugar, em 
todos os exemplos de tomada Comunista do poder houve um significante 
comprometimento propagandístico com um estado proletário ou dos 
trabalhadores... (o qual) foi acompanhado de oportunidades de ascensão 
social para as classes economicamente mais baixas, em termos de educação 
e emprego, as quais invariavelmente excederam consideravelmente as 
oportunidades disponíveis sob regimes passados. Finalmente, em todos os 
casos os Comunistas tentaram mudar basicamente o caráter dos sistemas 
econômicos que caíram sob seu jugo, tipicamente de uma economia agrária 
para uma industrial... O Fascismo (tanto na versão Alemã quanto na Italiana)... 
foi sócio-economicamente um movimento contra-revolucionário... Ele 
certamente não despossuiu nem aniquilou as elites socioeconômicas 
existentes... Pelo contrário, o Fascismo não deteve a tendência à 
concentração monopolística nos negócios mas ao invés disso aumentou tal 
tendência... 
Sem dúvida, o sistema econômico Fascista não foi uma economia de livre-
mercado, e consequentemente não foi “capitalista” se se deseja restringir o 
uso desse termo para um sistema laissez-faire. Mas ele não operava... para 
preservar a existência, e manter as recompensas materiais das existentes 
elites socioeconômicas? Ibid., pp. 890-891. 
[12] Para exemplos da atração das idéias e planos coletivistas de direita e 
Fascistas e grandes empresários nessa eram ver Murray N. Rothbard, 
America's Great Depression (Princeton: Van Nostrand, 1963). Também cf. 
Gaetano Salvemini and George LaPiana, What To Do With Italy (New York: 
Duell, Sloan, and Pearce, 1943), pp. 65ff. 
Sobre a economia Fascista, Salvemini perceptivamente escreveu: “Na verdade 
é o Estado, isto é, o contribuinte que paga pelos erros das empresas 
privadas... Lucro é privado e individual. Perdas são públicas e sociais.” 
Gaetano Salvemini, Under the Axe of Fascism (London: Victor Gollancz, 1936), 
p. 416. 
[13] Ver Rothbard, ao longo do ensaio. 
[14] R. Palme Dutt, Fascism and Social Revolution (New York: International 
publishers, 1934), pp. 247-251. 
[15] Ver Gabriel Kolko, The Triumph of Conservatism: A Re-interpretation of 
American History, 1900-1916 (Glencoe, Ill.: The Free Press, 1963), pp. 173 e 
ensaio. Para um exemplo da forma pela qual Kolko já começou a influenciar a 
historiografia Americana, ver David T. Gilchrist and W. David Lewis, eds., 
Economic Change in the Civil War Era (Greenville, Del.: Eleutherian Mills-
Hagley Foundation, 1965), p. 115. O trabalho complementar e confirmador 
sobre as estradas de ferro, Railroads and Regulation, 1877-1916 (Princeton. 
Princeton University Press, 1965) veio muito tarde para ser considerado aqui. 
Um breve tratamento do papel monopolizador da ICC para a o setor ferroviário 
pode ser encontrado em Christopher D. Stone, "ICC: Some Reminiscences on 
the Future of American Transportation," New Individualist Review (Spring, 
1963), pp. 3-15. 
[16] Kolko, Triumph of Conservatism, p. 274. 
[17] Arthur Jerome Eddy, The New Competition: An Examination of the 
Conditions Underlying the Radical Change That Is Taking Place In the 
Commercial and Industrial World--The Change from A COMPETITIVE TO A 
COOPERATIVE BASIS (7th Ed., Chicago: A. C. McClurg and Co., 1920). 
[18] Kolko, Triumph of Conservatism, p. 214. 
[19] Ibid., pp. 286-287. 
[20] Uma feliz exceção é William D. Grampp, "New Directions in the 
Communist Economies," Business Horizons (Fall, 1963), pp. 29-36. Grampp 
escreve; “Hayek disse que o planejamento central levará a servidão. Disso 
segue que um decréscimo na autoridade econômica do Estado deveria nos 
afastar dessa servidão. Os países Comunistas podem prová-lo. Seria um 
desaparecimento do estado que os Marxistas não contavam com e que não 
tinha sido antecipado por aqueles que concordam com Hayek.” Ibid., p. 35. O 
romance em questão é de Henry Hazlitt, The Great Idea (New York: Appleton-
Century-Crofts, 1951.) 
[21] Randolph Bourne, "Youth," The Atlantic Monthly (April, 1912); reimpressoem Lillian Schlissel, ed., The World of Randolph Bourne (New York: E. P. 
Dutton and Co., 1965), pp. 9-11, 15. 
 
Notas dos Tradutores: 
 
[*1] “Nasty, brutish, and short”, o autor está citando Hobbes. 
[*2] Membro do partido liberal inglês – o termo significa algo como “bandido”, 
“escória” que era como os Tories (os membros do partido conservador) os 
denominavam. 
[*3] “Higher law theory”: Uma teoria segundo a qual existe um direito superior à 
legislação, sendo possível verificar a validez desta em comparação com 
aquele. 
[*4] No original “Tory blindness”. Como já foi dito, o partido dos “tories” 
representavam os conservadores. 
[*5] “Peasant property”. 
[*6] No original: “withering away of the State”. O autor está citando Lênin e o 
“fim da exploração do homem pelo homem”, ou no original, “end of the 
exploitation of man by man”. 
[*7] O autor se refere aos capitalistas que não se beneficiam dos privilégios do 
Estado. Para muitos autores libertários, o próprio termo capitalista se refere 
aos homens de negócio que usam o aparato estatal para obter privilégios 
monopolísticos, etc. No original Rothbard usou o termo “free businessmen”, 
para incluir tanto empreendedores quanto capital holders que não se 
beneficiam do estado, eu escolhi traduzir dessa forma para caracterizar de 
maneira apropriada a luta de classes marxista “capitalistas versus 
trabalhadores”. 
[*8] “Os Coeficientes”. 
[*9] No original: “General Staff”. Ou um grupo de oficiais militares encarregados 
do planejamento e supervisão de operações. 
[*10] O National Review fazia jornalismo com viés conservador. 
[*11] Uma organização não-partidária que se dedicava à divulgação do ideal 
socialista nos campus das universidades americanas. 
[*12] No original: “red-bait”, expressão comum nos anos paranóicos de caça ao 
comunismo nos Estado Unidos. 
[*13] “Smacking of”. 
[*14] A NRA a qual se trata era a National Recovery Administration, órgão 
governamental criado para implementar os programas do New Deal 
[*15] Um salário real menor significa o salário perdeu poder real de compra, 
mesmo tendo se modificado em outra direção em termos numéricos. 
[*16] Link para o livro: 
[*17] Referência à JP. Morgan, grande banqueiro da história dos EUA. 
[*18] Órgão regulador do comércio nos EUA. 
[*19] ICC ou “Intestate Commerce Comission” 
[*20] FED é o banco central americano. 
[*21] “Socialists of the chair”. 
[*22] No original “Organizational Man”, uma referência ao livro citado logo em 
seguida. 
[*23] “Franklin Delano Roosevelt”. 
[*24] A NEP foi basicamente uma volta à economia de mercado na URSS após 
a revolução. 
[*25] “Drags skeletons from closets” no orginal. 
 
Mais Em: 
http://www.enxurrada.blogspot.com

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