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Trato gastrointestinal

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Resumo + slide 
O processo digestivo
A mastigação
A mastigação é a primeira fase do processo digestivo; sua função é a digestão mecânica , ou seja, a fragmentação do alimento, permitindo a mistura do bolo alimentar com a saliva; essa irá exercer sua função de lubrificação e digestão química (pela amilase salivar), facilitando a deglutição. Lembrando que, nesse processo, os dentes em bom estado e articulações eficientes são importantes.
A deglutição
A deglutição é um processo, ao mesmo tempo, voluntário e involuntário. Principalmente na parte final da faringe, perde-se progressivamente o controle voluntário.
O processo de deglutição pode ser dividido em três fases: oral, faríngea e esofagiana. A fase oral tem como estágios o transporte, a modificação da consistência do bolo alimentar e produção de uma onda, que parte da ponta da língua para a parte posterior, comprimindo o palato duro, de forma que o bolo alimentar se dirija ao palato mole. E a passagem do bolo alimentar pelo palato mole produz o início da fase faríngea , que já é uma atividade motora bastante involuntária.
A chegada do alimento na faringe produz, através de receptores mecânicos, uma resposta constritora, os chamados anéis faríngeos, que facilitam a onda peristáltica.
No ponto da faringe onde se tem a presença do alimento, ou seja, o reflexo de estiramento, há um reflexo curto de constrição nesse mesmo ponto, e o relaxamento do ponto seguinte, ocorrendo a propulsão na direção distal (chamadas ondas faríngeas).
O esfíncter esofagiano superior é uma estrutura muscular que se relaxa quando o conteúdo do alimento estiver exatamente proximal a ele. Esse efeito é decorrente de um reflexo curto, ou seja, a presença do alimento na faringe distal faz uma constrição nesse ponto, e um relaxamento à frente.
A partir do momento que o alimento está no esôfago, há ondas peristálticas esofagianas. Normalmente, só se tem peristalse primária, de modo a levar de uma vez só o alimento até o estômago, desde que se tenha uma mastigação adequada. A consistência e o tamanho do bolo alimentar adequados fazem com que uma só onda leve o alimento até o esfíncter esofagiano inferior. Quando isso não acontece, a presença do bolo leva a outras ondas, assim chamadas secundárias. A inervação básica responsável por isso é aquela do plexo mioentérico.
Inervação
A acetilcolina é um neurotransmissor importante, que leva à constrição do tubo GI, ou seja, uma ativação motora, ao passo que, no esfíncter esofagiano superior, tem-se peptídeos inibitórios, que possuem ação inibitória nas células musculares lisas do plexo intestinal.
Quando há ativação neural, tem-se a liberação de neurotransmissores que levam à constrição, exceto nos esfíncteres, onde há relaxamento. Então, se o indivíduo possuir alguma doença que destrua os gânglios e nervos do plexo intestinal, no esôfago, haverá relaxamento, enquanto que os esfíncteres estarão contraídos, e o sujeito não conseguirá engolir. E, se o alimento estiver no esôfago, não passará para o estômago, levando à acalásia.
Um estágio avançado de acalásia pode desenvolver mega-esôfago; uma causa é a doença de Chagas, pois o tripanossoma tem tropismo por gânglios parassimpáticos colinérgicos. A pessoa tem fome porque está hipoglicêmica e, então, procura comida mesmo assim. Nos processos neoplásicos, a pessoa emagrece por alterações no metabolismo sistêmico, normalmente perdendo o apetite. Assim, o fato de não conseguir deglutir ou vomitar fala a favor de uma lesão GI (o indivíduo ainda tenta comer). Esse não relaxamento esfincteriano pode ser variável, determinando uma menor ou maior gravidade.
A importância dos esfíncteres
Tão importante quanto o relaxamento para a passagem do alimento, a constrição desse mesmo esfíncter, dado a passagem do bolo, evita que haja refluxo . Portanto, as funções do esfíncter são: controlar o fluxo anterógrado e evitar o fluxo retrógrado. Um exemplo importante a ser destacado é que, dependendo da magnitude de abertura do esfíncter pilórico, entre o estômago e o intestino delgado, há maior ou menor controle da velocidade do esvaziamento gástrico.
O esfíncter esofagiano inferior não é tão desenvolvido quanto o superior; o último é um espessamento da camada muscular interna, ao passo que o primeiro é mais uma organização da relação de estruturas, do que uma especificação da parede do tubo GI. Em outras palavras, uma boa parte da função do esfíncter inferior deve-se à relação entre esôfago, estômago e diafragma.
O esôfago, ao passar pelo óstio esofagiano do diafragma, se abre como estômago imediatamente abaixo. Então, se houver algum problema nessas relações, como disfunções de contração do diafragma, a função no esfíncter inferior ficará prejudicada. E, além de prejudicar a função de propulsão, poderá haver refluxo gastresofágico. O refluxo é a passagem de alimento, por algum motivo, do estômago para o esôfago; suas causas incluem: a obesidade, o aumento da pressão intra-abdominal, a posição em decúbito (por anulação da força da gravidade), o enchimento exagerado do estômago, principalmente, se o conteúdo for irritativo, do ponto de vista hídrico (muita gordura ou proteína), ou a ingestão de bebida alcoólica. O principal sintoma desse refluxo é a azia, também chamada de queimação retroesternal ou pirose. Existem medicamentos que atenuam os sintomas, mas não as causas do refluxo; logo, as medidas mais importantes são: dieta, não deitar depois de comer, não fumar...
A hérnia de hiato
Hiato é o espaço onde há a transição esôfago-gástrico; e hérnia é a passagem de um tecido de uma cavidade para outra. Então, hérnia de hiato é quando uma parte do estômago desliza até a cavidade torácica, podendo favorecer o refluxo, sendo a cirurgia cabível para consertar essa condição. O problema é que, muitas vezes, só se indica a cirurgia quando o paciente já desenvolveu esôfago de Barret , que é a metaplasia do epitélio do esôfago terminal; metaplasia é a transformação de um tecido em outro. Neste caso, é causada pela agressão do conteúdo gástrico refluindo; as células epiteliais esofagianas se transformam em colunares, sendo este estado pré-neoplásico. Se, em uma endoscopia, com biópsia, for identificado esôfago de Barret, deve ser indicada cirurgia para retirada deste pedaço.
Os potenciais de ação
Do ponto de vista elétrico, existe, no tubo GI, um potencial de repouso flutuante e os potenciais em ponta . A musculatura lisa do tubo GI tem um potencial de repouso flutuante; as fibras nervosas do plexo mioentérico possuem tônus autonômico, fazendo com que o potencial de repouso seja flutuante. Em alguns momentos, essa onda pode ultrapassar o limiar, deflagrando um potencial de ação; e, enquanto essa onda estiver acima do limiar, serão disparados quantos potenciais forem possíveis. Quando há aumento da excitabilidade elétrica (sendo a acetilcolina um dos mediadores) do tubo GI, as ondas flutuantes permanecem mais tempo acima do limiar, fazendo com que mais potenciais sejam disparados. Já alguma coisa que iniba a estimulação do tubo GI, faz com que essas ondas continuem abaixo do limiar, ou ainda, menor tempo acima do mesmo. Por exemplo, um estímulo anticolinérgico promove uma hiperpolarização, diminuindo muito a atividade motora. Anti-diarréicos são normalmente anticolinérgicos; como exemplo, o Imosec é muito potente: bloqueia completamente a atividade motora e a secreção intestinal.
Os movimentos do tubo intestinal
Os tipos básicos de movimento do tubo intestinal são os movimentos de mistura e propulsivo . A combinação de um anel constritor com relaxamento distal irá produzir movimentos propulsivos. Quando os anéis constritores não forem acompanhados de relaxamento distal, eles tendem a produzir o movimento de mistura, o que não só promove uma digestão mecânica, como também a mistura do bolo alimentar com as secreções. Podem durar de 5 a 30 segundos e ocorrer ao longo de todo o trato intestinal.
O reflexo de constrição está coordenado com o relaxamento ou não do segmento distal. O movimento de misturatende a ser constante ao longo do tubo intestinal, aumentando no período pós-prandial. Os movimentos peristálticos têm uma freqüência sempre maior do proximal para o distal. Então, no estômago têm-se alguns por minuto, no intestino delgado, alguns poucos por minuto, e, no intestino grosso, alguns por dia. Isto facilita a propulsão distal do alimento no tubo GI.
Esses movimentos peristálticos têm um nome próprio no cólon: movimentos de massa, de propulsão grande, que correm desde o ceco até o cólon sigmóide e acontecem até 5 vezes por dia, preparando para a defecação.
A defecação nada mais é do que um reflexo peristáltico; a presença do bolo fecal no reto, distendendo a parede, provoca um anel constritor naquele ponto e um relaxamento à frente. Tem-se controle voluntário da musculatura esquelética do assoalho pélvico, pelo esfíncter anal externo. Como é um reflexo automático, ao ser retardado por muito tempo, pode provocar perda de água (ressecamento das fezes) e causar constipação.
Em alguns indivíduos, a inervação terminal do reto é predominantemente noradrenérgico, o que seria uma das explicações para a dor de barriga, quando submetido a uma situação de stress; entretanto, essas relações ainda não estão totalmente esclarecidas.
Os reflexos longos e curtos
Existem alguns reflexos longos e curtos mais típicos. Um deles é o reflexo gastro-cólico , em que a distensão gástrica estimula atividade do cólon. Então, não é raro que se coma e tenha vontade de evacuar depois, especialmente de manhã, quando há aumento da atividade parassimpática, o que favorece a motilidade do trato GI, de um modo geral.
Há também o reflexo gastro-entérico, que é desencadeado pela distensão do estômago, aumentando a atividade peristáltica do intestino.
Existem reflexos excitatórios de proximal para distal, e inibitórios de distal para proximal. Então, a presença do alimento no cólon inibe o esvaziamento do intestino delgado.
À noite, há aumento da atividade parassimpática, sendo o pico de ação pela manhã; indivíduos que trabalham à noite têm o ciclo dia-noite alterado, apresentando, geralmente, um ressecamento no tubo GI.
De uma maneira geral, há uma combinação dos reflexos, de modo que as partes pelas quais o alimento já passou são inibidas, enquanto os segmentos distais são estimulados.

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