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Movimentos do Trato gastrointestinal As paredes do Trato gastrointestinal em todos os níveis são musculares e capazes de realizar movimentos, estes tem ação direta sobre a ingesta, possuem importantes funções: propulsionar o alimento de um segmento para outro; reter a ingesta em determinado segmento para possível digestão, armazenamento ou absorção; quebrar o material alimentar pra que se misture aos sucos digestivos e circular este alimento para que atinja o máximo de superfícies absortivas.a dinâmica de movimento de líquidos não é bem compreendida como em outros sistemas, como o cardiovascular, o qual funciona como um sistema de bombeamento mecânico: uma bomba central empurra o líquido por um tubo diâmetro relativamente fixo. No caso do sistema gastrointestinal a bomba de líquido e o tubo são o mesmo órgão, isto torna o estudo da dinâmica de líquidos um pouco mais complexa. O movimento da parede do trato digestivo é referido como motilidade, esta pode ser retentiva, propulsora ou mista, e o tempo que leva para o material passa de um segmento para outro é chamado de tempo de trânsito. Um aumento na motilidade propulsiva diminui o tempo de transito e um aumento na motilidade retentora reduz o tempo de transito. O primeiro nível de controle da motilidade do sistema gastrointestinal ta relacionado às propriedades elétricas intrínsecas da massa muscular lisa; essas propriedades elétrica consistem em ondas ondulantes espontâneas de despolarização parcial que correm sobre o músculo liso especializado, chamadas de células intersticiais de cajal (CIC), estas formam uma treliça de interconexões de células que circundam as camadas de músculo circular e longitudinal por toda extensão do trato. As CIC exibem oscilações rítmica e espontânea em seus potenciais transelétricos de membrana. São conectadas umas as outras e às células da massa muscular lisa como um todo por zônulas de oclusão ou nexos, essas conexões permitem o fluxo de íons de uma célula para outra, o movimento resultante leva a propagação de ondas parciais de despolarização de membrana celular por meio de um grande número de células; dentro das CIC aparecem flutuações nas concentrações de íons de cálcio, responsáveis pelas alterações espontâneas na polarização da membrana. A propriedade de ritimicidade elétrica espontânea, em combinação com suas conexões a massa muscular lisa dà as CIC seu papel como marca-passos elétricos do intestino. As CIC iniciam as alterações e assim determinam a origem e direção da propagação. Sob circunstâncias normais no TGI as alterações no potencial de membrana se iniciam na porção proximal do duodeno e são propagadas no sentido aboral (para longe da boca), ao longo do intestino delgado. Essas ondas são chamadas de ondas lentas; no estomago e cólon ocorrem em menor frequência, estão presentes em todas as porções do musculo liso, sua frequência varia entre as espécies, mas sua presença não. A presença de ondas lentas depende apenas das CIC, já a amplitude e frequência são moduladas pelo SNC e endócrino/parácrino. As ondas lentas possuem relação importante com as contrações musculares, mas não são um estimulo direto para as contrações, as ondas passam constantemente pelo musculo liso, quer eles estejam contraídos ou não. As células do musculo liso contraem em associação a potenciais de ação ou pulso. Estas são caracterizadas pela despolarização completa da membrana por um curto espaço de tempo. Quando o potencial de membrana do musculo se aproxima de zero, os potenciais de ação ocorrem os potenciais de ação ocorrem e o musculo Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Nota são originadas de células do musculo liso especializado - CIC Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce se contrai. As contrações musculares podem ocorrer em frequência não maior que as ondas lentas, pois se a passagem de ondas lentas não gerar nenhum potencial de ação o musculo não se contrairá. Os padrões de motilidade são programados pelo SNE e coordenados em conjunto com as ondas lentas. Antes de poder iniciar a digestão, o alimento precisa ser direcionado para o TGI, os animais precisam apreendê-los com lábios, dentes ou língua, isto envolve a atividade altamente coordenada dos músculos esqueléticos voluntários. O método de preensão varia de uma espécie para outra, os cavalos utilizam os lábios, os bovinos a língua, em todos os animais domésticos é um processo altamente coordenado que envolve o SNC. A mastigação, ou ato de mastigar, envolve ações da mandíbula, língua e bochecha, é a primeira ação da digestão, serve não apenas para quebrar as partículas do alimento, mas também para lubrificar e umedecer com a saliva. A anormalidade dos dentes é uma causa comum dos distúrbios digestivos em animais. A deglutição, ou ato de engolir, ocorre após a mastigação, na deglutição o alimento é moldado pela língua e então empurrado para faringe, quando o alimento entra na faringe inicia-se a porção involuntária do reflexo de deglutição; as ações involuntarias do processo de deglutição ocorrem primordialmente na faringe e esôfago; a faringe é uma abertura comum ao sistema digestório e respiratório, a função da faringe é assegurar que somente ar entre no sistema respiratório e somente agua e comida entre no sistema digestório, esse reflexo envolve a seguinte serie de ações: o palato mole é elevado, alingua é pressionada pelo palato duro e a glote é pressionada sob a epligote bloqueando a abertura faríngea. Quando todas as aberturas da faringe estão fechadas o bolo alimentar segue em direção ao esôfago, quando o alimento atinge o esôfago, o esfíncter esofágico superior relaxa para aceitar o material, os nervos motores inferiores, controlam as reações da deglutição. O esôfago contem uma camada muscular longitudinal externa e uma camada muscular circular interna, ele é o único em que muito da parede muscular é composta da fibra de musculo esquelético estriado. Na área de musculatura estriada o plexo mioentérico uma função sensorial e atual para coordenar os movimentos da porção de músculo estriado com o segmento de musculo liso do esôfago e estomago. O esôfago é constituído de esfíncter superior, corpo e esfíncter inferior, o esfíncter superior é chamado musculo cricofaríngeo, durante a deglutição ele relaxa, tende a manter aberto o orifício esofágico superior; o corpo do esôfago é um canal que transfere o alimento da faringe para o estomago, o alimento é propelido por um movimento chamado de peristaltismo, que consiste num anel de constrição que se move na parede do órgão tubular, os anéis reduzem ou aumentam o lúmen, empurrando o bolo alimentar. O peristaltismo é um tipo universal de motilidade própria do do GI em todos os níveis do TGI; quando o alimento atinge a extremidade distal do esôfago o esfíncter inferior relaxa e a matéria ingerida entra no estomago; quando a deglutição não esta ocorrendo o corpo fica relaxado e os esfíncteres contraídos, impedidndo o refluxo da igesta do estomago. No caso de equinos o refluxo da ingesta é raro, pois possuem um arranjo anatômico, durante a deglutição o musculo longitudinal do esôfago se contrai encurtando o esôfago e abrindo a válvula da junção com o estomago, quando a pressão intragastrica dos cavalos esta patologicamente aumentada o estômago se rompe. A função do estomago é o alimento ao intestino delgado, há dois aspectos importantes nessa função: a velocidade de entrega e a consistência do material, o estomago serve tanto de Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce recipiente de armazenamento controlando a velocidade de esvaziamento, como moedor e peneira que reduz o tamanho da partícula e libera apenas quando estão quebradas a uma consistência compatível com a digestão do intestino delgado. É dividido em duas regiõesfisiológicas, a proximal tem funções armazenamento e a distal de moedor e peneira. Na porção proximal a contração é fraca e contínua, nesse local ocorre um reflexo muscular chamado de relaxamento adaptativo, devido a ele o estomago pode se dilatar pra aceitas grandes quantidades de alimento sem um aumento da pressão intraluminal, ocorre pouca mistura neste local, quando o estomago esvazia a tensão na parede aumenta e o alimento é empurrado distalmente. O estomago distal é conhecido como antro, há uma intensa atividade de ondas lentas e as contrações musculares estão presente com frequência; as partículas que deixam o estomago tem menos de 2 mm as maiores voltam para o antro para passagem na onda peristáltica, o antro serve não apenas para propelir o alimento, mas talvez mais importante para triturar e misturar o alimento. A motilidade do estomago é controlada pelo controle neuro-humoral. Os efeitos do estimulo vagal nas porções proximal e distal são opostos, na proximal a atividade vagal suprime as contrações e leva ao relaxamento e na porção distal o estimulo vagal causa uma atividade peristáltica intensa. O estimulo vagal da motilidade antral é mediado pela acetilcolina o mediador proximal não esta estabelecido. A expectativa pelo consumo causa um estimulo vagal no estomago, e assim prepara o estomago para receber a refeição, as alterações do TGI que se originam no SNC são chamadas de fase cefálica da digestão, esta é aumentada quando o alimento entra no estomago. Ainda não se estabeleceu o papel xato dos hormônios a gastrina parece aumentar a motilidade, a CCK, secretina e o peptídeo gástrico inibitório parece suprimir a motilidade gástrica, a velocidade pela qual o alimento deixa o estomago deve ser compatível com a velocidade para este ser digerido e absorvido no intestino, assim existem reflexos que regulam o esvaziamento gástrico e permite ao estomago servir como local de armazenamento, os receptores destes reflexos estão no duodeno e são ativados pelo baixo pH, alta osmolalidade e presença de gordura; o controle do reflexo do esvaziamento é referido como reflexo enterogastrico, ele controla o esvaziamento gástrico pelo controle da motilidade estomacal, esta afeta de forma diferente o esvaziamento de sólidos e líquidos, a velocidade com que os sólidos são expelidos é regulada pela velocidade com que eles são quebrados no tamanho idela para passar pelo piloro, isto é controlado pela motilidade do antro; o material liquido deixa o estomago mais rapidamente. A atividade de mistura no estomago proximal é mínima, a tensão aumentada na parede do corpo do estomago força o liquido para o antro, o liquido deixa rapidamente o antro, dependendo da atividade do piloro. Assim a motilidade do corpo parece ser responsável pelo esvaziamento de líquidos e a do antro pelo esvaziamento de sólidos. Alguns tipos de materiais ingeridos não são reduzidos a partículas menores que 2 mm, para limpar o estomago existe um padrão de motilidade especial: o complexo interdigestivo de motilidade, associado a ele o piloro relaxa e quando a onda peristáltica passa leva o material para o duodeno. O vomito é um reflexo complexo coordenado pelo troco cerebral, e esta associado as seguintes ações: relaxamento do musculo do estomago e esfíncter esofágico inferior, contração da musculatura abdominal, expansão da cavidade torácica, abertura do esfíncter esofágico superior e motilidade anti peristatltica – move a ingesta para a boca. O estimulo aferente do reflexo do vomito vem de um grande numero de receptores, o estimulo desses Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce receptores envia sinais ao centro do vomito no tronco cerebral, o centro do vomito recebe inervações de uma variedade de órgão, portanto o vomito é um sinal inespecífico de doença. A motilidade do intestino delgado ocorre em 2 fases: primeiro durante o período digestivo, após a ingestão do alimento e segundo durante o período interdigestivo, quando a pouco alimento no trato. Há dois padrões de motilidade na fase digestiva: propulsor e não-propulsor referido como segmentação que resulta de contrações localizadas no musculo circular, essa ação mistura o conteúdo intestinal com os sucos digestivos e circula-os sobre as superfícies absortivas. A fase propulsora é constituída por contrações peristálticas que migram pelo intestino estas passam por curtos segmentos e então morrem, assim a ingesta é empurrada por uma curta distância. A fase interdigestiva é caracterizada por ondas de poderosas contrações peristálticas que progridem por grandes extensões do intestino delgado, são chamadas complexo motor migrante, tem função de faxineira, empurra o material não digerido para fora do ID, este pode ser importante no controle da população bacteriana da porção superior do trato. O cólon é intensamente colonizado por um numero de bactérias. O esfíncter ileocecal evita o movimento retrogrado dos conteúdos, este consiste de um anel bem desenvolvido e permanece constrito a maior parte do tempo. O cólon possui múltipla funções: armazenamento de água e eletrólitos, armazenamento de fezes e fermentação da matéria orgânica que escapa. Sua importância varia de acordo com a espécie; o principal determinante do tamanho do cólon é a importância da fermentação colônica para as necessidades energéticas; o cavalo e o coelho fazem largo uso dos produtos da fermentação para as necessidades nutricionais e possuem cólons grande e complexos. Há similaridade no cólon dos animais, é a atividade de mistura, esta é proeminente em todas as espécies. Em muitas espécies a segmentação colônica é pronunciada como no cavalo, resulta em formação de saculações, conhecidas como haustras. Uma característica particular da motilidade do colon é o antiperistaltismo, que causa intensa atividade de mistura. A motilidade do ceco equino consiste sem segmentação ativa e mistura. A forma esférica casrterista das fezes representa a intensa motilidade tipo segmentação no cólon menor onde são formadas; o ruminante e suíno tem ceco de comprimento intermediário. A abertura anal é constituída por dois esfincters um interno de musculo liso e um externo de musculo estriado , o interno recebe inervação parassimaptica e o externo simpática; na maioria das espécies o estimulo simpático resulta em constrição e o parassimpático em relaxamento. A entrada das fezes no reto é acompanhado por relaxamento no esfíncter anal interno, seguido por contrações peristálticas do reto, isto é conhecido como reflexo retoesfincterico, é uma parte importante do ato da defecação. Algumas particularidades das aves afeta a motilidade. Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce Carol Realce
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