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Controle da Expressão Gênica

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Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 1 
Controle da Expressão Gênica 
Cada célula do seu corpo, com raríssimas exceções, carrega o conjunto completo de instruções que 
perfaz todo o seu corpo. Nas células de seus olhos há genes que fazem seu cabelo crescer. Nas 
células da sua pele há genes que determinam a cor dos seus olhos. Mesmo os genes supostamente 
ativos em certos tipos de células não estão ativos o tempo todo. Ao invés disso, estes genes são 
ligados apenas quando sua expressão é necessária e depois são desligados de novo, como quando 
você acende a luz do quarto pra procurar alguma coisa e depois desliga pra sair do quarto. 
Esta aula tentará explicar porque, por exemplo, seu globo ocular não tem cabelos. Controlando a 
expressão gênica, a célula produz o que precisa no tempo certo. Todos os genes disponíveis não 
estão ativos o tempo todo e a expressão gênica é tecido-específica (o que significa que apenas 
alguns genes são ativados em um determinado tecido). 
Primeiro caso de expressão gênica descrito – Operon Lac. 
Bactérias cultivadas em laboratório da espécie E. coli apresentam um padrão bem interessante de 
utilização de nutrientes. Mais especificamente, na utilização de açúcares, estes organismos, sempre 
dão preferência à utilização de glicose, de modo que se houver glicose e outros açúcares, elas 
sempre utilizam a glicose. Com isso podemos dizer que: 
1. Se houver glicose e lactose no meio, a bactéria utiliza glicose 
2. Se houver apenas glicose no meio, a bactéria utiliza glicose 
3. Se houver apenas lactose no meio, a bactéria utiliza lactose. 
Se pensarmos que a degradação tanto da glicose quanto da lactose depende de enzimas dentro da 
célula, podemos concluir que existem enzimas para metabolizar ambos os açúcares, mas que as 
enzimas para metabolizar a lactose só são ativadas na presença de lactose e na ausência de glicose. 
Este mecanismo foi mais tarde explicado com a descrição do Operon Lac. Um operon é um transcrito 
de mRNA que carrega informação para a formação de mais de uma proteína. No caso do Operon 
Lac, as proteínas β-galactosidase e permease, entre outras, têm seu RNA transcrito num único 
transcrito. 
Ora, sabemos que para ativar um gene é preciso transcrever o mRNA e este mRNA deve ser 
traduzido, de modo a formar as proteínas. Com isso, quando o Operon é transcrito, as proteínas 
podem ser traduzidas. Então, por que as proteínas que degradam a lactose não estão disponíveis 
sempre? 
Porque o sítio promotor do Operon (no DNA) fica bloqueado por um repressor, que impede que a 
transcrição do mRNA ocorra. Quando presente no meio, a lactose se liga ao repressor, que 
imediatamente deixa o sítio promotor do Operon, permitindo que a RNA polimerase faça seu 
trabalho. Assista ao vídeo OperonLac presente no FTP para entender melhor esta história (a figura 
abaixo mostra parte dela): 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 2 
 
Figura 1 : Esquema do Operon Lac. 
 
Você deve estar se perguntando sobre o papel da glicose nisso tudo. Pois é, o vídeo não mostra, nem 
a figura, mas a transcrição do Operon depende também da presença de AMP cíclico na célula. O 
AMP é o último produto da degradação do ATP, a molécula que fornece energia para a célula. O 
AMP primeiro é quebrado em ADP e depois em AMP. Com isso, se há alta concentração de AMP na 
célula, é porque os níveis de energia estão baixos, ou seja, faltou glicose! 
Mantendo os genes sob controle 
Controle Espacial 
Voltando para o mundo dos eucariotos, o controle da expressão gênica se inicia na formação do 
zigoto e se estende por toda a vida de um organismo. No início, todas as células são iguais, ou 
totipotentes (o que chamamos de células tronco, que podem se tornar qualquer tipo de célula do 
corpo). Em um determinado momento uma célula se especializa, ou seja, “decide” qual conjunto de 
genes poderá nela ser expresso e desliga permanentemente todos os demais. 
Como isso acontece? Em Drosophila, alguns experimentos mostraram resultados interessantes: 
marcadores coloridos para determinados tipos de proteínas foram aplicados a ovos de Drosophila, e 
o resultado foi um ovo com listras coloridas, mostrando que diferentes partes do embrião 
continham proteínas diferentes. Estas proteínas promovem a transcrição de outros genes, que por 
sua vez promovem a transcrição de outros, numa cascata que culmina com a diferenciação das 
células e dos tecidos. 
 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 3 
 
 
Neste caso, o desenvolvimento de diferentes estruturas em adultos de Drosophila depende da 
posição das diferentes células no embrião. Experimentos de trocas de segmentos depois de algumas 
horas após a fertilização do óvulo de Drosophila provocam o aparecimento de estruturas como 
antenas no lugar de pernas ou vice-versa. O mais interessante disso é que os genes que provocam a 
diferenciação em Drophila foram encontrados em outros animais, inclusive nos mamíferos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Ovo e adulto de Drosophila. As 
diferentes cores indicam os genes 
homeóticos ativados em cada local do 
ovo que darão origem a diferentes 
estruturas nos adultos. 
 
Figura 2: Ovo de Drosophila. As cores 
evidenciam que diferentes proteínas 
são expressas em diferentes 
localizações do embrião. 
Figura 4: Curiosamente, os mesmos 
genes que acionam o desenvolvimento 
em Drosophila acionam o 
desenvolvimento em outros animais. 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 4 
Controle temporal 
Assim como diferentes genes são acionados em localidades diferentes no embrião, outros são 
acionados em tempos diferentes do desenvolvimento. As hemoglobinas dão um bom exemplo disso. 
Seu genoma contém um grande grupo de genes que codificam as hemoglobinas, que transportam o 
oxigênio ao longo do corpo. Durante o seu desenvolvimento, nove genes de globinas se combinam 
de maneira a formar três tipos de hemoglobina, que atuam em diferentes estágios de sua vida. 
Quando você era um embrião, e logo depois, um feto, você dependia completamente do oxigênio 
captado por sua mãe. Este oxigênio precisava atravessar uma membrana para chegar até você. Este 
processo é um tanto ineficiente, e esta ineficiência precisava ser compensada por uma grande 
afinidade por oxigênio por parte destas moléculas para sustentar o seu crescimento e 
desenvolvimento. 
 
 
 
Os genes que controlam a produção destas hemoglobinas estão nos cromossomos 11 e 16. Estes 
genes em ambos os cromossomos são acionados em ordem (5’ → 3’, figura 3) ao longo do tempo. 
Nós sabemos que as hemoglobinas são sempre formadas por quatro polipeptídeos, formando um 
tetrâmero. Nossa primeira hemoglobina, durante as primeiras semanas de vida, é formada por duas 
cadeias épsilon e duas zeta (zeta 1 e zeta 2). Após este período, tanto a produção das cadeias épsilon 
quanto zeta cessam, e as cadeias alfa e gama começam a ser produzidas (de modo que temos 
hemoglobinas com duas cadeias alfa, alfa 1 e alfa 2 e duas gama, gama G e gama A). Esta é a nossa 
hemoglobina fetal. Quando o bebê nasce, a produção de globina gama decai enquanto a produção 
da globina beta aumenta. A combinação de duas cadeias alfa e duas beta compõe a hemoglobina 
adulta normal, ou hemoglobina A (HbA). O gene delta, localizado entre os genes gama e beta no 
cromossomo 11 produz um pequeno número de globinas delta em crianças e adultos. O produto da 
Figura 5. Os genes que 
produzem diferentes 
tipos de hemoglobinas 
são ligados na mesma 
ordem em que aparecem 
nos cromossomos. 
 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 5 
globina delta é chamado hemoglobinaA2 (HbA2), normalmente perfaz menos de 3% do total de 
hemoglobinas adultas e é composto por duas cadeia alfa e duas delta. 
 
Controle Ambiental: 
As plantas precisam responder rapidamente a modificações ambientais. Uma planta converte 
energia luminosa em açúcares com o auxílio da enzima RBC (1,5-bifosfato carboxilase). As plantas só 
produzem a RBC quando são expostas à luz. RBC é uma proteína grande e complexa formada por 
partes grandes e pequenas conhecidas como subunidades, que são produzidas por diferentes genes, 
que, em muitas plantas são produzidas pelo cloroplasto. A exposição à luz incentiva a produção dos 
transcritos de RBC. 
Vários tipos de aves são capazes de perceber alterações do tamanho dos dias para saber a hora certa 
de migrar. Seu ritmo circadiano (de sono e vigília) também é controlado, em parte, pela luz (seu 
humor é influenciado pela luz). Em países de altas latitudes, as pessoas sofrem de uma doença 
chamada SAD (Seazonal affective desorder), ou tristeza de inverno, que deprime as pessoas e as faz 
não ter vontade de viver. A luz do sol diminui a produção de melatonina, o hormônio que ajuda a 
dormir, mas quando os dias são curtos e escuros, o seu cérebro produz melatonina demais. Os 
sintomas são facilmente eliminados com exposições ao sol ou a tratamentos com luz artificiais, que 
desligam a produção de melatonina. (a luz desliga a produção da melatonina enquanto a escuridão 
liga!). 
Controle transcricional da expressão gênica 
A maior parte do controle da expressão gênica em eucariotos ocorre durante a transcrição. 
Na maior parte das vezes, quando um gene é acionado, ele está sendo transcrito. Se este gene for 
desligado, é porque a transcrição foi suspensa. A única maneira de produzir proteínas é pela 
produção de mRNA. A transcrição produz os mRNAs usados na tradução. Com isso, se a transcrição 
está ocorrendo, a tradução também está, e a expressão gênica está acionada. Quando a transcrição 
cessa, a expressão gênica é desligada também. A coordenação da transcrição é controlada por uma 
série de fatores que incluem: 
� Acessibilidade do DNA 
� Regulação por outros genes 
� Sinais enviados aos genes por outras células na forma de hormônios. 
 Acessibilidade do DNA 
Os seus genes estão normalmente desligados, ou seja, só serão ligados se houver um estímulo pra 
isso. Este estado faz sentido se você se lembrar que quase todas as células do seu corpo contêm o 
genoma completo. É simplesmente impossível ligar todos os genes de todas as suas células ao 
mesmo tempo, é preciso especificar a ação gênica apenas nos tecidos onde esta ação é necessária. 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 6 
Portanto, manter a maior parte dos genes desligados é tão ou mais importante que ligar um 
pequeno conjunto de genes por célula. 
Os genes são mantidos desligados de duas maneiras diferentes 
1) O Empacotamento é um mecanismo muito efetivo de assegurar que a maior parte dos 
genes vai ficar desligada durante a maior parte do tempo, porque evita a transcrição de 
fatores que acessam diferentes genes. O DNA é uma molécula enorme, e a única maneira 
dele caber numa célula é mantê-lo compactado (ele se enrola nas histonas e forma os 
nucleossomos). Nesta forma ele não pode ser transcrito, já que os fatores de transcrição são 
incapazes de se ligar ao DNA para encontrar a fita molde e transcrevê-la. 
 
 
 
2) Repressores. Em partes desempacotadas do DNA, algumas proteínas bloqueiam a 
transcrição se ligando nos mesmos sítios onde ocorre a ativação da transcrição ou 
interferindo na ação do grupo de enzimas que iniciam a transcrição (holoenzima). Em 
qualquer destes casos, os genes permanecem desligados. 
No entanto, nem todos os genes podem ficar desligados pra sempre. Com isso, algumas seções do 
DNA podem ser acionadas caso necessário. Para acionar estas seções, o DNA precisa ser 
desempacotado. Para desfazer os nucleossomos, proteínas específicas precisam se ligar ao DNA. 
Várias proteínas, que incluem os fatores de transcrição, coletivamente conhecidos como complexos 
de remodelamento de cromatina, fazem o trabalho de disponibilizar o DNA de acordo com as 
necessidades do organismo. A maioria destas proteínas se liga a uma região próxima ao gene a ser 
ativado e empurra os nucleossomos para liberar o DNA. Assim que o DNA fica disponível, os fatores 
de transcrição começam seu trabalho. 
Conforme explicado na aula de transcrição, ela se inicia quando um grupo de enzimas, chamado 
holoenzima, se liga à seqüência promotora. Seqüências promotoras são partes dos genes que 
controlam a transcrição, mas se encontram distantes deles. As proteínas ativadoras de transcrição 
são parte do conjunto. Estas proteínas ajudam a posicionar os componentes certos no momento 
Figura 5. Regiões de 
cromatina condensada e 
não condensada 
Cromatina 
condensada 
Cromatina não 
condensada 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 7 
certo da transcrição. Estes ativadores de transcrição também empurram os nucleossomos para 
manter o DNA livre para a transcrição. 
 
Regulação por outros genes 
Os genes são freqüentemente controlados pela ação de outros genes. Há quatro tipos de genes que 
gerenciam a atividade de outros. 
Gerenciamento da Transcrição. Três tipos de genes atuam como agentes reguladores que 
aumentam as taxas de transcrição (enhancers, ou acentuadores) ou as diminuem (silencers, ou 
silenciadores), ou especificam os efeitos dos acentuadores ou silenciadores (insulators, ou 
isoladores). 
� Enhancers: Este tipo de seqüência inicia a transcrição e a acelera, fazendo que ela ocorra 
várias vezes mais rápido e com freqüência maior. Os acentuadores podem estar localizados 
antes da unidade de transcrição, depois dela ou no meio dela. Os acentuadores podem 
controlar genes a distâncias bem longas (vários milhares de bases). No entanto, estes 
elementos são tecido-específicos em suas atividades – eles somente influenciam genes 
normalmente ativados em um determinado tipo de célula. 
� Silencers: Servem para fazer com que a transcrição fique mais lenta ou cesse. Assim como os 
enhancers, os silenciadores podem estar localizados há vários milhares de bases do gene 
que controlam. Os silenciadores mantêm o DNA empacotado e não disponível para a 
transcrição. 
� Insulators: às vezes chamados de elementos de ligação, estas seqüências têm um trabalho 
um pouco diferente. Elas protegem alguns genes dos efeitos de silenciadores e 
acentuadores, confinando a atividade destes elementos ao conjunto adequado de genes. Em 
geral esta proteção significa que o isolador precisa estar posicionado entre o acentuador (ou 
silenciador) e os genes que estão fora dos limites da ação destes elementos. 
Como os acentuadores e silenciadores estão freqüentemente localizados a muitos pares de bases 
dos genes que controlam, a maioria dos geneticistas acredita que o DNA se dobra de forma a 
permitir que acentuadores e silenciadores se aproximem do gene que influenciam. A figura 3 ilustra 
a dobra. 
 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 8 
 
Hormônios 
Hormônios são substâncias complexas que controlam a expressão gênica. São secretados por 
diversos tecidos no cérebro, gônadas e outras glândulas ao longo do corpo. Eles circulam na corrente 
sanguínea e podem afetar tecidos localizados muito longe da área onde foram secretados. Neste 
sentido, podem afetar genes em vários tecidos simultaneamente. Essencialmente, hormônios atuam 
como uma chave geral para a regulação gênica para o corpo todo. 
Alguns hormônios não podem cruzar as membranas das células diretamente, pois são moléculas 
grandes. Estas grandes moléculas se ligama proteínas receptoras que transmitem sua mensagem 
através da transdução de sinal. Veja o filme do you tube sobre transdução de sinal: 
http://www.youtube.com/watch?v=tMMrTRnFdI4. Outros hormônios, como os esteróides, são 
solúveis em gorduras e pequenos, então passam diretamente pelas membranas e se ligam a 
proteínas receptoras. Esteróides e proteínas receptoras foram um complexo que entra no núcleo 
celular para atuar como um fator de transcrição que aciona genes específicos. 
Genes que reagem a sinais hormonais são controlados por seqüência de DNA conhecidas como 
elementos de resposta a hormônios. Estes elementos se situam proximamente aos genes a serem 
transcritos e se ligam ao complexo receptor de hormônios. Vários destes elementos podem 
influenciar o mesmo gene. Na verdade, quanto maior for a quantidade de elementos presentes, 
mais rápido ocorrerá a transcrição. 
 
Hormônios esteróides: Anabolizantes esteróides são formas sintéticas da testosterona, o hormônio 
que controla a masculinização. O aspecto anabólico destes esteróides refere-se ao aumento da 
massa muscular pelo aumento do número de células, e não pelo aumento das células, como 
acontece após o exercício. Há notícias do uso de anabolizantes esteróides tanto por atletas de alto 
nível quanto jovens freqüentadores de academias de ginástica. 
Hormônios como a testosterona controlam a expressão gênica. Pesquisas sugerem que a 
testosterona exerce seus efeitos anabólicos reprimindo a atividade do gene que produz a proteínas 
p27, um supressor de tumor. (mutações no p27 foram vistas em uma forma de leucemia). Quando a 
quantidade de p27 diminui no tecido muscular, as células podem se dividir mais rapidamente. 
Defeitos em genes supressores de tumor como o p27 em geral são associados a câncer. Não só isso, 
mas alguns cânceres dependem de hormônios que fornecem sinais captados por células tumorais 
Figura 6: dobra no DNA para que um acentuador (enhancer) possa 
acessar o gene sob seu controle. 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 9 
(para se multiplicar). Alguns trabalhos sugerem que anabolizantes esteróides são carcinogênicos. 
Além disso, esteróides obtidos de forma ilegal podem conter contaminantes potencialmente 
carcinogênicos, o que no fim das contas é introduzido no corpo junto com um repressor do gene 
supressor de tumor. Não é preciso ser um gênio pra adivinhar o quão perigoso isso pode ser. 
Cânceres associados a anabolizantes esteróides incluem o câncer de fígado, de testículo, de próstata 
e leucemia. Homens com histórico familiar de câncer de próstata ou de mama devem tomar cuidado 
especial. 
Além de tudo isso, o uso de anabolizantes tem vários efeitos colaterais indesejados. Homens que 
possuem o gene para a calvície aparentemente apresentam o fenótipo mais cedo se usarem 
anabolizantes. Hormônios esteróides podem causar perda temporária da produção de esperma e 
crescimento de mamas. Essas drogas provocam o aumento da libido, mas diminuem a habilidade de 
manter uma ereção. Anabolizantes esteróides também aumentam a pressão sanguínea a níveis 
perigosos. Tem mais: homens que usam anabolizantes podem sofrer de ataques do coração e 
apresentam comportamento violento. 
 
 
 
 
 
Depois da transcrição é possível haver controle da expressão gênica? 
Sim! Após a transcrição pode ocorrer controle da expressão gênica! 
 Splice do RNA. O mRNA de eucariotos contém exons e íntrons, e os primeiros compõe a parte que 
de fato será traduzida em proteínas. Os íntrons são porções não codificadoras de DNA que se 
encontram entre os éxons. Antes de ocorrer a tradução do mRNA, os íntrons devem ser retirados, ou 
seja, o mRNA deve ser editado. Quando vários íntrons estão presentes no mesmo mRNA, várias 
combinações de éxons podem resultar do processo de edição, ou seja, várias proteínas podem ser 
formadas. Esta flexibilidade genética explica como pode ser produzida uma quantidade tão grande 
de proteínas com tão poucos genes. 
Exemplo: Dscam. Um gene grande que tem 115 exons e pelo menos 100 sítios de “splice”. O Dscam 
pode ser transcrito em 30.016 proteínas diferentes. No entanto, a produção de proteínas do Dscam 
é regulada. Alguns dos produtos só são produzidos durante os primeiros estágios do 
desenvolvimento embrionário. 
Convenções: Os elementos que interferem na transcrição do mRNA são divididos entre elementos de 
ação CIS e TRANS. Elementos de ação CIS são todos aqueles presentes na mesma molécula de DNA, 
podem ser proximais, como as seqüências promotoras ou distais, como os acentuadores e 
silenciadores. Elementos de ação TRANS são aqueles produzidos em outra molécula de DNA, em geral 
são proteínas que interagem com as seqüências de ação CIS, promovendo ou inibindo a síntese de 
mRNA, ou transcrição. 
 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 10 
 
Silenciamento do mRNA 
Depois que o mRNA é transcrito, os genes podem ser regulados através do silenciamento do mRNA. 
Silenciar o mRNA significa basicamente interferir com o mRNA de forma que não possa ser 
traduzido. O silenciamento é chamado de interferência. Este mecanismo não é usado unicamente 
para regular a expressão gênica do organismo, ele é usado também para proteger o organismo de 
genes de vírus. Quando as defesas do organismo detectam um vírus de RNA dupla-fita, uma enzima 
denominada Dicer é produzida. Esta enzima quebra o RNA em pedaços pequenos (de 20 a 25 pares 
de bases). Estes pedaços pequenos, chamados de pequenos RNAs interferentes (siRNAs) são então 
usados como armas contra RNAs virais. O RNA viral é então sumariamente destruído e degradado. 
Veja o vídeo sobre o silenciamento do mRNA por siRNA (http://www.youtube.com/watch?v=D-
77BvIOLd0) . 
Data de validade dos mRNAs 
Depois que o mRNA é transcrito, editado (cap 5’, cauda poli-A) e tem seus íntrons retirados, é 
transportado para o citoplasma. Deste momento em diante, inicia-se a destruição do mRNA, já que 
as enzimas do citoplasma começam a atacá-lo assim que ele chega. mRNAs têm tempos de vida 
relativamente curtos, que dependem de uma série de fatores. Dentre estes fatores, a cauda poli-A 
parece ser o mais importante, já que quanto maior a cauda, mais tempo o mRNA dura. 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: “Splice” alternativo de um 
transcrito com quatro éxons e três 
íntrons. 
Na aula de estrutura e replicação do DNA foi falado sobre as diferenças do DNA e do RNA. Uma destas 
diferenças era o fato do RNA conter uma molécula de oxigênio a mais que o DNA, o que torna a molécula mais 
reativa (ou menos estável). Outra diferença sempre ressaltada nos livros didáticos é o fato do RNA ter a base 
Uracila ao invés da Timina, presente no DNA. A principal diferença entre estas bases é que a Timina contém um 
grupo metil ausente na Uracila. Sabemos que a metilação ajuda a proteger o DNA da ação de nucleases 
(enzimas que quebram moléculas de ácidos nucléicos). Além disso, o DNA permanece no núcleo, onde fica 
protegido, enquanto o RNA migra para o citoplasma. Todas estas características, somadas ao fato de que 
moléculas de DNA são dupla-fita, enquanto as moléculas de RNA são simples-fita, sugerem que o DNA é uma 
molécula a ser protegida de modificações, que poderiam levar a mutações indesejadas, enquanto o RNA é, e 
precisa ser, uma molécula efêmera, com curto tempo de duração. Refletindo um pouco, o pequeno prazo de 
validade do RNA permite que a regulação gênica seja precisa, ou seja, uma determinada proteína só é 
produzida quando a transcrição do mRNA que a codifica é permitida, ou seja, regulada. 
Genética Básica – Bio 240 
Profa. Karla Yotoko Página 11 
Controle gênico pelo controle da tradução 
A tradução do mRNA em aminoácidos é umpasso crítico na expressão gênica, mas às vezes os genes 
são regulados durante ou depois da tradução. 
Local da tradução: A tradução de determinados genes só ocorre em alguns locais do citoplasma. 
Com isso, algumas proteínas que se encontram em locais específicos da célula. Embriões utilizam 
esta estratégia para o desenvolvimento. Proteínas são produzidas em diferentes lados do ovo para 
criar, por exemplo, a parte de frente e a de trás do embrião. 
Modificações que ocorrem durante a tradução: Muitas vezes, a chegada do mRNA no citoplasma 
não é suficiente para que ocorra a tradução. Alguns genes são limitados por determinadas condições 
que evitam que a tradução ocorra. Por exemplo, um ovo não fertilizado contém muitos mRNAs 
produzidos pela fêmea. A tradução ocorre no óvulo não fecundado, mas é lenta e seletiva. Quando o 
espermatozóide entra no óvulo, várias modificações acontecem e estas modificações são causadas 
pela tradução do mRNA que já estava no citoplasma. 
O controle da expressão gênica pelo controle da tradução pode ocorrer de duas maneiras: 
� A maquinaria que faz a tradução, como as proteínas de iniciação que interagem com os 
ribossomos, é modificada para aumentar ou diminuir a efetividade da tradução 
� O mRNA carrega uma mensagem que controla quando e onde será transcrito. 
Todo mRNA carrega pequenas seqüências em suas extremidades 5’ que não são traduzidas, e estas 
sequências podem levar mensagens a respeito do “timing” da tradução. As seqüências não 
traduzidas são reconhecidas por fatores de iniciação que ajudam o ribossomo a se ligar ao códon de 
inciação do mRNA. 
Algumas células produzem mRNAs, mas atrasam sua tradução até que certas condições sejam 
atendidas. Algumas células respondem a níveis críticos de elementos químicos a que são expostas. 
Por exemplo, proteínas que precisam se ligar a moléculas de ferro só são traduzidas quando o ferro 
está disponível, mesmo que o mRNA seja produzido o tempo todo. Em outros casos, as condições do 
organismo enviam mensagens que controlam a tradução. Por exemplo, a insulina, hormônio que 
controla os níveis de açúcar no sangue, controla a tradução de alguns genes, que é bloqueada na 
ausência de insulina. 
 
Este texto é uma tradução livre do cap. 10 do livro Genetics for Dummies, 2005 – Tara Robinson.

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