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1- Introdução

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TEXTO 1 
Arquitetura, Bioclimatismo e Sustentabilidade: introdução ao tema
Qual é o futuro de nossas cidades? Supondo que continuaremos a adensá-las, serão então repletas de edifícios de 200 andares, computadorizados e isolados de seu entorno, como em “Blade Runner” ?
E se tivermos que liberar o solo para fins de subsistência neste planeta, serão cidades totalmente aéreas (“Família Jetsons”), sobre estruturas pneumáticas suspensas como os melhores projetos do grupo Archigram (Europa, anos 60/70) ? 
E ainda se pensarmos que o ideal seria morarmos em bucólicas comunidades locais, pulverizando a cidade, não correríamos o risco de tornar-nos demasiadamente fechados, egocêntricos, perdendo o encanto cosmopolita que é a chave para a existência das cidades?
Questões assim nos remetem a uma reflexão sobre nosso modo de vida no planeta, e uma certeza: não há futuro se não existir o presente. A partir do que sabemos e fazemos hoje, construímos o que está por vir. 
Sabemos, por exemplo, que a degradação ambiental atinge um nível crítico: se não revertermos este quadro a tempo (leia-se 20-25 anos) as mudanças climáticas e sobre os recursos naturais se tornarão irreversíveis.
Alguns sabem como esta degradação ocorre, por conhecerem os processos históricos que a geraram, e por haverem se especializado no conhecimento técnico do assunto. Este é o objetivo maior do grupo de disciplinas chamadas de “Conforto Ambiental” no curso de arquitetura: o domínio deste conhecimento técnico visando reverter a degradação ambiental local e global, construindo cidades e edifícios adequados ao clima, e ao entorno, à cultura do lugar, e com materiais obtidos com o mínimo impacto possível.
Auto-sustentabilidade e economia
A preservação da qualidade do meio ambiente é um dos assuntos mais discutidos no mundo e está cada vez mais presente na mídia e na mira da opinião pública. Passado o momento inicial, em que a discussão era mais teórica e as soluções pareciam utópicas, hoje a questão ambiental torna-se elemento de peso na avaliação do desempenho de governos, indústrias e empresas, levando a considerar o que antes era uma opção a uma quase obrigação.
Com o previsto aumento da degradação do meio, a questão ambiental torna-se elemento de peso e presença obrigatória nas políticas públicas relativas ao meio ambiente natural e construído, por exemplo, os planos diretores das cidades, as normas de construção de edificações, etc. No setor privado, inserir a preocupação com o ambiente entre as prioridades de uma empresa de construção é uma questão de necessária para a manutenção de seus lucros.
Preocupar-se com o meio ambiente como um todo é inserí-lo entre as preocupações dos agentes (empresas de construção, poderes públicos normativos, administrações locais, profissionais liberais, etc) que intervêm na produção do espaço construído ou cujas ações são de extrema interferência com o meio ambiente.
Uma atitude ética em relação a esse tema traz benefícios para além da simples preservação do meio ambiente e seus recursos naturais. A empresa ou profissional que demonstra responsabilidade com a questão ambiental pode melhorar sua imagem no mercado, seu relacionamento com os clientes, fornecedores e com toda a comunidade, obtendo assim vantagens competitivas sobre os demais. A mídia e a opinião pública têm se mostrado favoráveis a empresas que demonstram bom desempenho ambiental, isso sem mencionar a redução do consumo de água e energia, por exemplo. Com a diminuição da quantidade de resíduos gerados, ou mesmo o seu reaproveitamento em alguns casos, o que representava custo (resíduos, entulho, desperdícios) passa a ser visto como resultado benéfico.
Arquitetura auto-sustentável
Na construção civil internacional, portanto, a tendência de considerar o meio ambiente já está presente e deve se tornar uma exigência que supera a questão ideológica, não só pelas leis e normas a serem seguidas, mas pela própria escassez de recursos que certamente vai exigir um melhor controle e uso racional. É dentro desta perspectiva que se encaixa a chamada arquitetura auto-sustentável, uma concepção de edifícios e cidades de modo a favorecer o uso racional de recursos naturais. 
A obrigatória utilização de materiais “ecologicamente corretos”, com selos de qualidade ambiental, está se tornando comum nos países mais industrializados, Canadá e Inglaterra a frente. Já é clara a consolidação dessa mentalidade, e a concretização de obras verdes (ecológicas) torna-se até mesmo um interessante atrativo para a apresentação do produto imobiliário resultante. 
 No Brasil, a linha de produtos que se enquadram nesse conceito ainda é modesta, mas o aumento da procura faz com que as indústrias lancem novos produtos freqüentemente. A fábrica de tintas Renner produz tintas e solventes a base de água, usando um vinil acrílico a base de água, com baixa emissão de VOC (sigla inglesa para compostos voláteis).
Algumas madeireiras usam matéria-prima advinda de empresas que detêm florestas remanejadas e com selo de identificação. O bambu, por seu fácil cultivo e tempo de corte curto, ganha o status de ecologicamente correto, ainda disponível a poucos.
No item Energia surgem equipamentos solares mais eficientes, além de geradores eólicos. No item Água existem agora torneiras acionadas pela proximidade das mãos, evitando contaminações e desperdícios. 
Se adota com maior freqüência um posicionamento ético de defesa de nossa cidade, de nosso planeta, e mais, uma postura de valorização do lugar.
Arquitetura do lugar
No trato do espaço construído muitas vezes negligenciamos os aspectos relativos aos elementos próprios do lugar, especialmente os ambientais. Antes de falarmos em bioclimatismo na arquitetura, devemos mudar nossa forma de ver, e usar uma abordagem que leva em conta o lugar onde está inserido o espaço objeto de intervenção.
O lugar é ponto de partida e chegada da arquitetura, pois só pode ser concebida a partir e para influir em um sítio determinado e seu entorno. Os aspectos climáticos, culturais, tecnológicos e históricos do mesmo são definidores da arquitetura a ser adotada.
Bioclimatismo na Arquitetura
Arquitetura Bioclimática é aquela em que a qualidade ambiental e a eficiência energética são obtidas através do aproveitamento racional dos recursos da natureza, de modo a contribuir com o equilíbrio do ecossistema no qual está inserida. Suas principais características são : 
 	a) Adequação do espaço construído ao clima e às necessidades humanas. 
b) Racionalização do consumo de energia. 
c) Conforto ambiental proporcionado pelo uso otimizado de recursos renováveis.
Seu objetivo é promover e incentivar a incorporação das técnicas bioclimáticas na construção do habitat humano, visando otimizar sua qualidade ambiental e sua eficiência energética através do uso privilegiado de recursos naturais renováveis. Enfatiza a adequação de soluções bioclimáticas que possam proporcionar condições ótimas de habitabilidade através do condicionamento natural das edificações. 
Referências Bibliográficas:
Ajteszyc, Lorena Quiroga e Almeida, Rubens de. – “Edificações Auto-sustentáveis”, in Revista A Construção, s/ número, p 42. Ed. PINI,São Paulo, 1999. 
Berlinck, Tatiana – “Como será morar no novo milênio?”, in Comunidade, p 2. Brasília, 26 Set 1999.
Roriz, Maurício – citação na homepage da Associação Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído (www.antac.org.br). (2000).
			
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