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Noção de arcaico e de moderno - Alberto Carlos Almeida

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02) Como o autor relaciona a noção de arcaico e de moderno com as variáveis escolaridade, renda e religião.
Segundo Alberto Carlos Almeida, existem dois “brasis”: o arcaico e o moderno. Um lado seria quem apoia o jeitinho, é hierárquico, patrimonialista, fatalista, não tem espírito público, defende a lei do olho no olho dente por dente, e defende a intervenção do Estado na economia. No outro extremo, está localizado a população com elevado grau de escolaridade (cerca de 10% do país) que defenderá os valores modernos, principalmente a condenação ao jeitinho e a defesa de valores liberais na esfera econômica (menos Estado mais mercado, empreendedorismo). 
O grupo que tende a ser mais arcaico são mulheres de meia idade, com ensino fundamental incompleto e que vivem numa cidade do Nordeste que não é capital. O grupo que tende a ser mais moderno são homens, jovens, com ensino superior completo e que vivem numa cidade do Sul ou Sudeste que é capital, mas a escolaridade é a característica que mais diferencia as mentalidades. A escolarização faz a visão arcaica perder força, aumentando a qualidade da democracia porém a cultura “brasileira” seja própria de qualquer país com escolaridade baixa.
De fato, o brasileiro com superior completo tende a ser mais liberal e mais “americano” A herança cultural portuguesa, com seu peso de 500 anos, leva o Brasil a ser culturalmente muito diferente dos Estados Unidos, em particular quanto aos aspectos relevantes da vida social, como o respeito à lei. Mesmo com uma mudança na escolaridade dos brasileiros, as mudanças de visão de mundo, cultura e ideologia, seriam muito pequenas face ao legado ibérico.

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