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DIREITO CIVIL I IVANESIO

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DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL
PROF. LUCY FIGUEIREDO
2012.2
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1.	APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
	- Plano de ensino;
	- Metodologia de ensino;
	- Bibliografia adotada.
2.	CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
 - A estrutura do Código Civil.
 - Os fundamentos principiológicos do Código Civil Brasileiro.
 - A constitucionalização do Direito Civil.
 - Direito Civil e constituição de 1988.
DIREITO CIVIL I – Semana 1
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O Direito Civil compreende as relações entre os indivíduos, as relações entre estes e as associações particulares, as destas entre si, as entre os indivíduos ou associações particulares e as associações publicas, quando são sujeitos de Direitos ou de obrigações, do mesmo modo que o pode ser o individuo. 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
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O objeto do Direito Civil é a tutela da personalidade humana, disciplinando a personalidade jurídica, a família, o patrimônio e a sua transmissão.
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Conteúdo: o conjunto de direitos, relações e instituições que formam o seu ordenamento jurídico, o seu sistema legal.
Sob o ponto de vista objetivo, compreende as regras sobre a pessoa, a família, o direito das coisas, o direito das obrigações e o direito das sucessões, ou seja: a personalidade, as relações patrimoniais, a família e a transmissão dos bens por morte.
DIREITO CIVIL - CONTEÚDO E OBJETO
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PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA
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O Código Civil Brasileiro
 A Pessoa Natural. 
 Pessoa e Direitos da Personalidade
 A Pessoa Jurídica.
 Os Bens.
Dos Fatos Jurídicos. 
Dos Negócios Jurídicos
Defeitos nos negócios jurídicos
Invalidade dos Negócios Jurídicos
Prescrição e Decadência
Atos Ilícitos e Responsabilidade Civil
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METODOLOGIA DE ENSINO
Web aula
Aula +
Material doutrinário selecionado
Resolução dos casos concretos
Leitura direcionada
Consulta jurisprudencial e doutrinária
Aulas presenciais
DIREITO CIVIL I
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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
DIREITO CIVIL TEORIA GERAL
Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald
Lumen Juris – 8 edição 2009
DIREITO CIVIL BRASILEIRO
Carlos Roberto Gonçalves
Saraiva – 8 edição revista e atualizada 2010
NOVO CURSO DE DIREITO CIVIL – PARTE GERAL –Vol. I
Pablo Stolze Pamplona Gagliano
Saraiva – 12 edição 2010, 
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Código Civil de 1916
1822 - Independência do Brasil - Ordenações Filipinas
1824 – Constituição - tentativa de consolidação das leis por Teixeira de Freitas
1889 – Proclamação da República – Projeto de Clóvis Beviláqua
1916 – Aprovação do projeto Clóvis Beviláqua
1917 – (01/01) Entrada em vigor 
 Código Civil de 2002
1967 – Nomeada Comissão de Juristas para elaboração de um novo Código Civil, coordenada por Miguel Reale.
1972 – apresentação de um anteprojeto pela comissão
1984 – Publicação no DOU do Projeto de Lei n 634-B/75
2002 – Publicado no DOU A Lei n 10.406 – O Novo Código Civil
2003 – Entrada em vigor do Novo Código Civil (01/01/2003)
O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
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Características dos Códigos de 16 e 02
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Código Civil Brasileiro - Lei nº 10.406, de 10.01.2002
Entrada em vigor: 11 de janeiro de 2003
Tramitação no Congresso: desde 1968
Importância jurídica e social: representa a consolidação das mudanças sociais e legislativas surgidas nas últimas nove décadas, incorporando outros novos avanços na técnica jurídica.
O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
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ESTRUTURA DO CÓDIGO CIVIL
A nova Codificação tem 2.046 artigos, organizados da seguinte maneira:
Parte Geral
I - Das Pessoas 
II - Dos Bens 
III - Dos Fatos Jurídicos 
Parte Especial 
Livro I - Do Direito das Obrigações 
Livro II - Do Direito de Empresa 
Livro III - Do Direito das Coisas 
Livro IV - Do Direito de Família 
Livro V - Do Direito das Sucessões 
Parte Final ou Das Disposições Finais e Transitórias 
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Princípios estruturantes do Código Civil
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O Código Civil Brasileiro fundamenta-se em três princípios:
Princípio da Eticidade: prioriza o critério ético, a boa-fé e a equidade
Princípio da Socialidade: É o sentido social das relações. O interesse coletivo prevalece sobre o interesse individual.
Princípio da Operabilidade: buscou-se simplificar o direito material para que a eventual relação jurídica material seja mais simples.
Esses três princípios visam garantir uma interpretação ética, operacional e social, o que só poderá ser alcançado se em consonância com a principiologia da constituição, mais precisamente se erigida sempre à categoria de interesse que deve preponderar a dignidade da pessoa humana.
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O PRINCÍPIO DA ETICIDADE - a eticidade no Novo Código Civil visa imprimir eficácia e efetividade aos princípios constitucionais da valorização da dignidade humana, da cidadania, da personalidade, da confiança, da probidade, da lealdade, da boa-fé, da honestidade nas relações jurídicas de direito privado.
 O princípio da eticidade funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores. Prioriza a equidade, a boa-fé, a justa causa e demais critérios éticos. 
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O PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana; vem tentar a superação do caráter manifestamente individualista do Diploma revogado, reflexo mesmo da publicização do Direito Civil, admitindo ainda a propriedade pública dos bens cuja apreensão individual configuraria um risco para o bem comum. 
O princípio da socialidade altera a visão individualista constante no Código Civil/1916, partindo-se da premissa de que devem prevalecer os valores fundamentais da pessoa humana, dando a estes sentido social.
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Art. 1228, § 1.º “O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas." 
Art. 1228, § 2.º "São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem."
Alguns exemplos do Princípio da socialidade no Código Civil 
. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Função Social da Propriedade:
Função social do contrato:
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O PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE leva em consideração que o direito é feito para ser efetivado, para ser executado. Por essa razão o Código Civil de 2002 evitou as complexidades. Diversas soluções normativas foram tomadas no sentido de possibilitar uma compreensão maior e mais simplificada para sua interpretação e aplicação pelo operador do Direito. Com o princípio da operabilidade busca-se que as matérias dispostas no Código Civil fossem de fácil aplicação, não causando embaraço na sua execução. 
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distinções mais claras entre prescrição e decadência e os casos em que são aplicadas; 
diferença objetiva entre associação e sociedade, servindo a primeira para indicar as entidades de fins não econômicos, e a última para designar as de objetivos econômicos.
Uso de conceitos vagos como as cláusulas gerais para a melhor aplicação do Código.
Alguns exemplos do Princípio da operabilidade
 no Código Civil 
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Cláusulas gerais: são normas que não prescrevem uma certa conduta, mas, simplesmente, definem valores e parâmetros hermenêuticos. Servem assim como ponto de referência interpretativo e oferecem ao intérprete os critérios axiológicos e os limites para a aplicação de demais disposições normativas. São normas com diretrizes indeterminadas, que não trazem expressamente uma solução jurídica (consequência). A norma é inteiramente aberta. Ex: o princípio da boa-fé objetiva art. 422,CC.
Objetivo: um dos principais objetivos das cláusulas gerais é possibilitar a evolução do pensamento e do comportamento
social, com segurança jurídica. Assim, somente com "flexibilização" e a mesmo tempo "segurança" teremos um sistema eternamente em construção, conforme conclui Adriana Mello,  o que se dá com as cláusulas gerais.
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Antes do Código Civil de 2002
Código Civil - centro normativo de direito privado, preocupando-se em regular com inteireza e completude as relações entre particulares cabendo-lhe o regime das relações humanas, o espaço sagrado e inviolável da autonomia privada. 
Constituição - caberia apenas se preocupar em regular a dinâmica organizacional dos poderes do Estado. 
Ou seja, havia uma verdadeira cisão na estrutura jurídica liberal. Essa era a lógica do Código Civil de 1916
A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL
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O Código Civil de 1916, surgiu fortemente influenciado pelo Código Napoleônico de 1804 e pelo BGB da Alemanha de 1896. Com aspirações de um jusnaturalismo racionalista, o Código Civil de 1916 defende os valores do patrimonialismo e de um excessivo individualismo inerentes às codificações liberais. 
Liberalismo é uma doutrina política e econômica defendida pela burguesia. Prega basicamente a livre concorrência, a livre iniciativa e o direito a propriedade privada (são os pilares do capitalismo, mas nem sempre funcionaram nessa essência).
A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL
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Assim, pelo liberalismo econômico, a Constituição exerceria um papel meramente interpretativo, somente podendo ser aplicada diretamente em casos excepcionais de lacunas dos códigos, a quem realmente caberia a missão de regular e equilibrar as relações inter-pessoais. 
Aos poucos o Código Civil foi perdendo o seu papel de “Constituição” do direito privado. A ideia de código concebido como um sistema fechado foi sendo destruída, surgindo diversas leis especiais e, ao poucos, o Direito Civil foi se fragmentando. 
A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL
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A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL
A Constituição assume um novo papel de regência das relações privadas, conferindo uma nova unidade do sistema jurídico. A posição hierárquica da Constituição e sua ingerência nas relações econômicas e sociais possibilitam a formação de um novo centro unificador do sistema, definindo seus verdadeiros pilares e pressupostos de fundamentação. 
A constitucionalização do Direito privado objetiva proporcionar uma releitura dos velhos institutos e conceitos do âmbito privado, visando à concretização dos valores e preceitos constitucionais.
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A Constituição, por ser um sistema de normas, é dotada de coercibilidade e imperatividade e, sendo assim, é perfeitamente suscetível de ser aplicada nas relações de direito privado. 
A constitucionalização do Direito privado tem por objetivo conferir uma releitura dos velhos institutos e conceitos do âmbito privado, visando à concretização dos valores e preceitos constitucionais. 
A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL
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A Constitucionalização do Direito Civil é a analise do direito privado com base nos fundamentos constitucionalmente estabelecidos. É a aplicação dos mandamentos constitucionais no direito privado. 
A Publicização do direito privado é o processo de intervenção estatal no direito privado, principalmente mediante a legislação infraconstitucional. 
Constitucionalização do Direito Civil 
X 
Publicização do Direito Privado. 
A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL
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A Constituição de 1988, refletindo as mudanças nas relações familiares ocorridas ao longo do século XX deu um novo perfil aos institutos do direito de família.
Assim o novo CC teve que adaptar-se aos novos ditames constitucionais aprofundando-os:
União Estável- reconhecida; ( também para pessoas do mesmo sexo)
Maioridade Civil – aos 18 anos;
Regime de bens – pode ser alterado por acordo entre os cônjuges;
Exames de DNA para comprovação de paternidade – a recusa implica em reconhecimento da filiação ;
Filhos nascidos fora do casamento – não há mais distinção entre filhos;
Guarda dos filhos em caso de separação -  os filhos podem ficar com o pai ou a mãe;
Testamento – não mais precisa ser feito à mão pelo testador;
Sucessão  - o cônjuge passa a ser herdeiro necessário. 
Direito Civil e constituição de 1988
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 Em plena Copa do Mundo de Futebol, Augusto é torcedor fanático da seleção da Argentina. No setor que trabalha, há grande rivalidade “amistosa” entre os funcionários, sendo que a maioria maciça é torcedora da seleção brasileira. 
Na tentativa de preservar-se um pouco mais, requereu que fosse reservado um local de trabalho para uso exclusivo seu e de outros colegas de trabalho que também torcem pelo país vizinho e por outras equipes, haja vista que os deboches e as provocações têm sido difíceis de suportar. 
Embasa sua pretensão no fato de o Código Civil dispor ser vedada a limitação de exercício de direitos sem expressa previsão legal, bem como a Constituição garantir a liberdade de expressão. 
Caso Concreto 1
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Analise o caso concreto a partir dos seguintes tópicos:
1)  Diante do exposto, poderíamos afirmar que a ausência de um  local reservado para Augusto poderia caracterizar lesão aos postulados constitucionais e legais?
2)  O que é a constitucionalização do Direito Civil ?
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Caso Concreto 2
A Indústria Farmacêutica XYZ coloca no mercado um eficaz remédio, recentemente descoberto pelos seus químicos, que neutraliza os efeitos da Síndrome da Imunodeficiência adquirida, conhecida como AIDS. O valor do medicamento inviabiliza a compra pela maior parte dos que sofrem da doença. 
 
É certo que a Lei 9.279/96, nos artigos 40 e 42, dispõe que o prazo será de 20 (vinte) anos para vigência da patente, ou seja, poderá o titular (Indústria farmacêutica XYZ), durante este tempo, usar, gozar, dispor e impedir terceiro de reproduzir a fórmula. Contudo, a Constituição Federal (art. 5º, XXIII ) e o Código Civil, artº 1.228, § 1º, reconhecem para o ordenamento pátrio o princípio da função social da propriedade, que tem natureza de cláusula geral. 
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Pergunta-se:
 
1) O princípio da função social da propriedade decorre de qual princípio do Código Civil de 2002 ? 
 
2) A função social se apresenta no Código Civil como uma cláusula geral. Qual o conceito de cláusula geral e qual sua finalidade?
 
3) O tema direito de propriedade pode ao mesmo tempo ser previsto e disciplinado no Código Civil e na Constituição? Esclareça:
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