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DIREITO CIVIL
Parte Geral e Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro
ALYNE RIBEIRETE PELISSON
Lei de Introdução 
às normas do 
Direito 
(continuação) / 
Fontes do Direito
Decreto-Lei 4.657/42
RECAPITULANDO...
2
Conteúdo da LINDB
 Existência, Vigência e Revogação das normas (art. 1º e 2º)
Obrigatoriedade das normas (art. 3º)
 Interpretação das normas jurídicas (art. 5º)
 Regras de aplicação das normas jurídicas no tempo (art. 6º)
 Regras de aplicação das normas jurídicas no espaço (art. 19)
 Formas de integração das normas jurídicas (art. 4°)
 Fontes do Direito
SUBSUNÇÃO X INTEGRAÇÃO
FATO
Tem 
lei?
SIM
Aplicação 
direta = 
SUBSUNÇÃO
NÃO
INTEGRAÇÃO 
FONTES DO DIREITO
Fontes
Fontes 
Formais
Fontes 
primárias 1- Lei 
Fontes 
secundárias 
2- Analogia
3- Costumes
4- Princípios
gerais do 
DireitoFontes 
Não-
formais
5-
Doutrina
6-
Jurisprudênci
a
7-??? 
Equidade
Lei de 
Introdução às 
normas do 
Direito Brasileiro 
– LINDB 
Decreto-Lei 
4.657/42
ANTINOMIAS 
6
7
Antinomias Jurídicas
Também chamada lacuna de colisão. É a presença de 
duas normas válidas e conflitantes, emanadas pelo órgão 
competente, sem saber qual utilizar.
Requisitos: normas incompatíveis
Indecisão devido à incompatibilidade
Necessidade de decisão 
8
Critérios básicos de solução
Critério Cronológico: Norma posterior prevalece sobre a 
anterior
Critério da Especialidade: Norma Especial prevalece 
sobre a geral
Critério Hierárquico: norma superior prevalece sobre a 
inferior
9
Classificação das Antinomias
 Antinomia de primeiro grau: Conflito envolve apenas um dos 
critérios
 Antinomia de segundo grau: envolve dois dos critérios acima 
ou não há possibilidade de solucionar um conflito pelos 
critérios acima
 Antinomia aparente: pode ser resolvida por qualquer um dos 
critérios
 Antinomia real: não há critério para a solução do conflito, 
sendo necessário criar nova norma
10
ANTINOMIAS DE 2º GRAU
Norma especial e anterior X norma geral posterior
(especialidade x cronológico) - Prevalece a primeira, em 
razão da especialidade.
Norma superior anterior X norma inferior posterior 
(hierárquico x cronológico) - Prevalece a primeira, pela 
hierarquia.
Norma geral superior X norma especial inferior 
(hierárquico x especialidade) – Divergência doutrinária
11
Posicionamento sobre a divergência
“No conflito entre o critério hierárquico e o de especialidade, havendo uma norma superior-geral 
e outra norma inferior especial, não será possível estabelecer uma metarregra geral, preferindo 
o critério hierárquico ao da especialidade ou vice-versa, sem contrariar a adaptabilidade do 
direito. Poder-se-á, então, preferir qualquer um dos critérios, não existindo, portanto, qualquer 
prevalência. Todavia, segundo Bobbio, dever-se-á optar, teoricamente, pelo hierárquico; uma lei 
constitucional geral deverá prevalecer sobre uma lei ordinária especial, pois se se admitisse o 
princípio de que uma lei ordinária especial pudesse derrogar normas constitucionais, os 
princípios fundamentais do ordenamento jurídico estariam destinados a esvaziar-se, 
rapidamente, de seu conteúdo. Mas, na prática, a exigência de se adotarem as normas gerais de 
uma Constituição a situações novas levaria, às vezes, à aplicação de uma lei especial, ainda 
que ordinária, sobre a Constituição. A supremacia do critério da especialidade só se justificaria, 
nessa hipótese, a partir do mais alto princípio da justiça: suum cuique tribuere, baseado na 
interpretação de que ‘o que é igual deve ser tratado como igual e o que é diferente, de maneira 
diferente’. Esse princípio serviria numa certa medida para solucionar antinomia, tratando 
igualmente o que é igual e desigualmente o que é desigual, fazendo as diferenciações exigidas 
fática e valorativamente” (DINIZ, apud TARTUCE, 2020)
12
Como solucionar?
Ou o Legislativo cria nova norma ou o Juiz escolhe qual 
aplicar, adotando a justiça a as suas “prerrogativas” 
estipuladas na LINDB, bem como no artigo 8º do CPC:
ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
legalidade, a publicidade e a eficiência.
o juiz buscar a função social da norma e as exigências do 
bem comum, ou seja, a pacificação social. 
VAMOS RESOLVER ALGUMAS QUESTÕES?
13
ATIVIDADE
PRÁTICA 1
14
1 - (Magistratura SP – 176.º) Analise as assertivas abaixo:
I – Quando houver conflito entre o critério hierárquico e o critério cronológico para a solução 
de uma antinomia jurídica, estaremos diante de uma antinomia de segundo grau, que se 
resolve através da metarregra de prevalência do critério temporal.
II – Toda interpretação jurídica pressupõe a valoração objetivada na proposição normativa.
III – Os conflitos de leis no espaço relativos aos direitos reais regem-se pelo princípio da 
extraterritorialidade.
IV – Deparando com lacuna jurídica, o juiz, para seu preenchimento, deverá se valer da 
analogia, do costume e dos princípios gerais do direito.
São corretas apenas as assertivas:
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
15
2- (Procurador do Ministério Público de Contas – TCE-RO – CESPE – CESPE) Acerca da vigência 
das leis e da vacatio legis, assinale a opção correta.
(A) Vacatio legis consiste no intervalo de tempo existente entre o momento da aprovação de lei 
pelo poder legislativo e o início de sua vigência.
(B) O legislador poderá determinar prazo específico de vacatio legis.
(C) O legislador poderá determinar a vigência imediata de norma jurídica a partir de sua 
aprovação pelo congresso nacional.
(D) Na ausência de manifestação do legislador, o prazo de vacatio legis será de 90 dias no 
território nacional.
(E) O prazo de vacatio legis da lei brasileira, quando esta for admitida, será de 30 dias nos 
estados estrangeiros.
16
3- (UECE/FUNECE – Advogado – 2017) Atente ao seguinte dispositivo legal: “A lei posterior 
revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou 
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior” (§ 1º do art. 2º da Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
O dispositivo em destaque remete ao critério de solução de antinomias jurídicas denominado:
(A) critério cronológico.
(B) critério da especialidade.
(C) critério ontológico.
(D) critério hierárquico.
174- (MP-SP – 83.º) É exato afirmar que entre a irretroatividade e a retroatividade há uma situação 
intermediária: a da imediata aplicabilidade da nova lei a relações que embora nascidas sob a vigência da 
lei antiga não se aperfeiçoaram e não se consumaram. Diante dessa assertiva, será correto reconhecer 
que em se cuidando de efeito imediato das leis a respeito da capacidade das pessoas:
(A) iniciado o lapso de transcurso da vacatio legis, se ocorrer nova publicação de seu texto, a fim de que 
sejam corrigidos erros materiais ou falhas ortográficas, o prazo de obrigatoriedade não começará 
necessariamente a fluir da nova publicação.
(B) no caso de vir a ser reduzido o limite da maioridade civil para dezoito anos, não será preciso em 
nenhuma hipótese aguardar o decurso do prazo da vacatio legis para que as pessoas que já tenham 
alcançado essa idade se tornem maiores automaticamente.
(C) se a lei aumentar o limite para vinte e cinco anos, por exemplo, não será respeitada a maioridade dos 
que já haviam completado vinte e um anos na data da sua entrada em vigor.
(D) as que ainda não haviam completado vinte e um anos não terão que aguardar o momento em que 
completarem vinte e cinco anos para se tornarem maiores.
(E) caso a lei eventualmente reduza o limite da maioridade civil para dezoito anos, fará com que se 
tornem maiores todos os que já tenham alcançado essa idade.
18
GABARITO
1- D
2- B
3- A
4 -E
Aspectos 
Introdutórios 
O QUE É DIREITO?
DIVISÃO DO DIREITO
19
20
O QUE É DIREITO?
Para Aristótelesé “dar a cada um o que é seu”
Miguel Reale fala em “ordenação heterônoma das relações sociais 
baseada em uma integaração normativa de fatos e valores”
 Conceito aberto, com significado multifacetário.
 Do latim directum = aquilo que está de acordo com a lei.
 Existe em função do homem, pressupondo uma relação com o
outro (jus –simboliza a ideia de jugo)
21
O QUE É DIREITO?
O Direito é o conjunto de normas gerais e impositivas 
responsável pelo regramento social.
 O Direito manifesta-se como um produto cultural que
disciplina a vida social seja impondo deveres e
obrigações, seja reconhecendo garantias, benefícios e
vantagens às pessoas naturais e jurídicas.
22
Por que o Homem aceita essa interferência?
Porque o homem é um ser social que nasceu para viver
em sociedade e precisa desse “regramento” para criar
uma ordem, preservar a paz e o bom convívio bem como
para contornar os conflitos de interesses e as disputas
surgidas das suas relações interpessoais.
23
O que fundamenta a norma?
A norma fundamenta-se na natureza social humana e na 
necessidade de organização no seio da sociedade, para 
regular as interações sociais.
24
O que é ordenamento jurídico?
 Ordenamento jurídico é o contexto mais amplo em que
se dá a produção normativa e de onde se extrai as
orientações para o regramento social. Como tal, é
composto por lei, princípios, jurisprudência, costumes,
doutrina... Por tudo que regulamenta a conduta humana.
É, portanto, mais que lei.
O Direito é expresso no ordenamento jurídico.
25
Institutos que expressam direito e regem a consciência humana
 Lei: norma jurídica escrita
 Costume: prática reiterada que se prolonga no tempo. Nas comunidades
primitivas, o costume era a principal fonte do Direito, por isso era chamado de
Direito Consuetudinário
 Jurisprudência: interpretação do Direito feita pelos tribunais
 Doutrina: interpretação do Direito feita pelos estudiosos
 Princípios gerais do Direito: são as ideias fundamentais, são as bases do
ordenamento jurídico, independentemente de estarem positivados. Infuenciam o
Legislativo e o Judiciário.
 Consciência Humana: capacidade que o homem possui de julgar moralmente o que
é certo e o que é errado nos atos praticados por ele mesmo e pelos outros.
QUAL A DIFERENÇA 
ENTRE MORAL E 
DIREITO, JÁ QUE 
AMBOS ESTÃO LIGADOS 
À ESSA ESCOLHA ENTRE 
CERTO E ERRADO? 
26
Vamos pensar 
em uma 
situação 
problema....
27
Para ajudar
Um cliente te procura queixando-se que se sente ofendido
por causa de um vizinho que nunca o cumprimenta em
reação aos seus constantes e diários desejos de “bom dia”.
Essa situação está no campo do Direito ou da moral? Cabe
ao cliente alguma ação em tese de danos morais ou crimes
contra a honra (injúria ou difamação), por exemplo?
Como você pode orientá-lo?
28
Qual a diferença entre o Direito e a Moral?
 MORAL: individual, intencional, o que cada um pensa. Você tem
INTENÇÃO de agir “bem” e se você não age, você se arrepende,
você se chateia.
 DIREITO: Bilateral, atrelado à coercitibilidade. Há um DEVER
JURÍDICO e se você não cumpre você recebe uma sanção. Regula
a conduta humana exteriorizada, fixando deveres e
a prática de atos
Direito
Diagrama de Benthan
29
Direito positivo X direito Natural
 Direito natural ou jusnaturalismo: relacionado à noção de
justiça, consciência e equidade = direito ideal, atemporal,
superior e eterno.
 Direito Positivo: é o ordenamento jurídico vigente em uma
civilização, em uma nação e em um país, em um
determinado tempo, contexto e época. É o Direito como
norma estabelecido em códigos e leis.
30
Direito Objetivo X Direito Subjetivo
 Direito Objetivo: conjunto de normas (princípios e regras)
que originam do Estado e disciplinam a conduta da pessoa,
mediante sanções
 Direito Subjetivo: autorização concedida pela norma para
que o sujeito possa praticar determinada conduta ou exigir
do Estado o respeito à prática, que esteja de acordo com o
direito subjetivo. (direito de defender direitos)
- São interdependentes
31
Direito Público X Direito Privado 
A divisão entre direito público e privado vem do direito
romano.
Direito Público: direito relativo ao Estado, sua
organização, política e serviços.
Direito Privado: direito relativo à utilidade e ao interesse
das pessoas.
32
Essa divisão é suficiente?
Muitas vezes o interesse da norma é ao mesmo tempo de
interesse dos cidadãos e do Estado.
Muitas vezes o Estado se envolve em relações
particulares.
Muitas vezes particulares cuidam de coisa pública.
Então, a resposta é NÃO!
33
34
A divisão é meramente didática e o critério para
enquadrar em um ou outro ramo parte de uma visão
subjetiva, que considera ou não a presença do Estado (o
Estado é parte atuante?), aliada a um aspecto objetivo,
indicando sua atuação como poder soberano, atuando na
tutela do bem coletivo.
Cada vez mais observa-se publicização do direito privado
e privatização do direito público
35
Direito como corpo único
 De acordo com Luciano e Roberto Figueiredo: 
O ordenamento é enxergado como um corpo único , dividido apenas por
necessidades didáticas. As normas não mais são analisadas de forma isolada,
sem a visão do conjunto (unicidade). A interpretação normativa depende do
todo, o qual sofre sucessivas, diversas e progressivas interpenetrações. Avulta o
papel interpretativo da Constituição Federal, a qual aumenta sua função de
tábua axiológica, informadora e unificadora de todo o sistema. (FIGUEIREDO,
FIGUEIREDO, 2020 p. 90)
O Estudo do Direito, portanto, deve ocorrer de forma
multidisciplinar e sistêmica, por meio de uma análise
constitucional
Conceito, 
codificação e 
Histórico do 
Direito Civil
CONCEITO
HISTORICIDADE
CODIFICAÇÃO
36
37
Direito Civil - Conceito
 De acordo com Pablo Stolze,
o Direito Civil pode ser conceituado como o “ramo do direito que
disciplina todas as relações jurídicas da pessoa, seja uma com as
outras (físicas e jurídicas), envolvendo relações familiares e
obrigacionais, seja com as coisas (propriedade e posse)”.
 Direito do dia a dia, direito da vida social (amplitude conceitual)
DIREITO CIVIL - CONCEITO
De acordo com Francisco Amaral ( p. 27):
O Direito Civil “regula as relações entre os indivíduos nos seus
conflitos de interesses e nos problemas de organização de sua vida
diária, disciplinando os direitos referentes ao indivíduo e à sua
família, e os direitos patrimoniais, pertinentes à atividade
econômica, à propriedade dos bens e à responsabilidade civil”.
DIREITO CIVIL - CONCEITO
- Direito do dia a dia, direito da vida social..
- São normas, princípios e regras que disciplinam, tutelam e regem a vida e
as relações pessoais e patrimoniais da pessoa desde a concepção até a
morte, cuidando de seus direitos e deveres.
- É a “Constituição do Homem” (GONÇALVES E LENZA)
 Curiosidade: Ler artigos 1.799, art. 1.857 e art. 12, parágrafo único do CC)
DIREITO CIVIL - História
 1)Roma antiga – berço do direito Civil
- Existência do jus civile - direito civil aplicado aos súditos romanos, e o jus
gentium, o direito das gentes, aplicado aos estrangeiros e às relações entre
estrangeiros e romanos.
- Marcado por elementos individualistas, de onde se extraiu a ideia de família,
herança, patrimônio.
 2) Idade Média:
- Predominância ao bem social sobre a vontade dos indivíduos.
- o direito Romano passou a sofrer influência do Direito Germânico e do
Direito Canônico trazendo mais Socialização das relações Jurídicas. Também
influenciado pela Igreja Católica, pensou-se em um direito mais ético, ideário
DIREITO CIVIL - História
 3) Estado moderno
- Na idade moderna fenômenos importantes contribuíram pra história do
direito civil:
a) do absolutismo à ascensão da burguesia (revoluções americana e francesa)
b) O liberalismo econômico (resultado das revoluções burguesas e o Bill of
Rights, inglês de 1689, a Declaração dos Direitos de Virgínia (EUA) de 1776
e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789)
c) Houve a racionalização do pensamentoe buscou-se a garantia da
propriedade e das liberdades individuais (primado da lei)
d) Surgimento de codificações
Codificação
 Ordenações Afonsinas (1446), Manoelinas (1521) e Filipinas (1603) 
influenciaram o Brasil Colônia
 Com a Independência, ocorrida em 1822, a legislação portuguesa 
continuou sendo aplicada entre nós, mas com a ressalva de que 
vigoraria até que se elaborasse o Código Civil.
 Constituição de 1824 cobrou pela organização de um Código Civil 
“baseado na justiça e na equidade” - tarefa confiada a Teixeira de 
Freitas em 1865, que elaborou o “Esboço do Código Civil”, com cinco 
mil artigos 
 1916 –Código Civil – autoria de Clovis Beviláqua
Codificação
 Nos primeiros séculos: Aplicação do direito Português (influência 
das ordenações afonsinas (1446), Manuelinas (1521) e Filipinas 
(1603)
 Mesmo com a independência, as Ordenações Filipinas vigeram no 
Brasil até o nascimento do Código
 Constituição de 1824 cobrou um código em busca da unicidade 
 Augusto Teixeira de Freitas esboçou um projeto de Código Civil , 
consolidando as leis civis (1858), mas antes de concluir renunciou ao 
trabalho em 1866
 Em 1899, nomeou-se Clóvis Beviláquia para a tarefa
44
O Código de 1916
 promulgado em 01/01/1916 e passou a viger em 01/01/1917
 patrimonialista, agrário, conservador e individualista , influenciado 
pelo código napoleônico (1804) e pelo código alemão (1896).
 Protagonismo do proprietário, do contratante, marido, testador.
 Associado a ideia do ter – posse (patrimonialização do direito civil)
 Desprezo aos valores como a igualdade e função social da 
propriedade
 Incompatível com as mudanças sociais “massacrado” pela nova 
ordem constitucional”, que tutelava o ser humano e sua dignidade
Fase de Transição
 A evolução social, o progresso cultural e o desenvolvimento
científico pelos quais passou a sociedade brasileira no decorrer do
século passado provocaram transformações que exigiram do direito
uma contínua adaptação, mediante crescente elaboração de leis
especiais, que trouxeram modificações relevantes ao direito civil,
sendo o direito de família o mais afetado. Basta lembrar a Lei n.
4.121/62 (Estatuto da Mulher Casada), a Lei n. 6.515/77 (Lei do
Divórcio), a Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e
as leis que reconheceram direitos aos companheiros e conviventes
(Leis n. 8.971/94 e 9.278/96).
O Código de 2002
- “Atualização” do Código de 1916, mas com a revogação total
- Ação conjunta de vários colaboradores, coordenados por Miguel 
Reale
- Preocupação principiológica
- Constitucionalização do Direito Civil (Direito civil 
constitucionalizado) – eficácia radiante dos direitos fundamentais.
- Despatrimonialização: ser humano passa a ser a figura central. 
- Presença de conceitos jurídicos abertos e cláusulas gerais abstratas
Divisão do Código Civil
PARTE ESPECIAL
DAS PESSOAS DIREITOS DAS OBRIGAÇÕES
DOS BENS DIREITO DA EMPRESA
DOS FATOS JURÍDICOS DIREITO DAS COISAS
DIREITO DE FAMÍLIA
DIREITO DAS SUCESSÕES 
Livro complementar: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
PERSPECTIVA 
CONSTITUCIONAL 
DO DIREITO CIVIL
- DIREITO CIVIL 
CONSTITUCIONAL
- EFICÁCIA DOS 
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS
Código Civil Constitucional – Direito Civil Contemporâneo
- A Constituição Federal com seus valores passa a legitimar o 
ordenamento jurídico como um todo 
- Abandono da concepção positivista extrema 
- Acréscimo da funcionalidade às estruturas e aos institutos do 
direito civil
- Presença de cláusulas abertas gerais que permitem a atualização 
jurídica e de conceitos indeterminados que permitem uma maior 
aproximação do direito com a ética e com a moral e uma 
aproximação do direito privado com os valores constitucionais 
- Parâmetro no Estado Democrático de Direito
DIREITO CIVIL CONSTITUCIONAL
- Institutos privados passam a ocupar “locus” constitucional
- Reforça a visão unitária do sistema
- Interpretação do direito Civil à Luz da Constituição
- Redefinição de conceitos civilistas, sob a perspectiva da 
dignidade da pessoa humana, da igualdade substancial, da 
solidariedade social
- Despatrimonialização do direito civil 
- rompimento do individual pra um ideal mais difuso
Teoria irradiante ou da eficácia Horizontal
- Aplicação direta dos direitos fundamentais às relações 
do Direito Civil
- Quebra da noção de que as normas de proteção da 
pessoa, previstas na Constituição Federal são dirigidas 
ao legislador e ao Estado (normas programáticas). 
- As normas constitucionais que protegem os direitos 
fundamentais têm aplicação imediata.
PRINCÍPIOS 
INFORMADORES 
DO CÓDIGO 
CIVIL
ETICIDADE, 
SOCIALIDADE E 
OPERABILIDADE
Eticidade
- Dever de condução das relações civis de forma pobra e ética, 
segundo os valores sociais e morais relevantes
- Priorização da equidade, da boa fé, da justa causa
- Pessoa humana é fonte de valores
- Juiz tem mais poder para uma solução mais justa ou 
equitativa , valorando o contexto social.
- Ex: boa fé nos contratos, socioafetividade, equilíbrio 
econômico dos contratos, imprevisibilidade como meio de 
resolução contratual, prestação muito onerosa
Sociabilidade
- Quebra do paradigma liberal individual e ascensão do transindividual
- Transmutação do individualismo possessivo para uma visão mais 
solidária/coletiva
- Funcionalização do Direito Civil
- Revisão dos direitos do proprietário, do contratante, do empresário, do pai 
de família..
- Preocupação com o impacto coletivo no exercício dos direitos
- Busca eliminar as desigualdades sociais (art 3º da CF)
- Ex: função social dos contratos, da posse, da propriedade
Operabilidade
- Execução pratica e efetiva do Direito Civil
- Simplificação do Direito Civil para dar mais dinamismo
- Operabilidade x acesso a justiça(art. 5º XXXV, CF) : 
norma mais operável, mais acessível facilita o acesso à 
justiça 
Direitos da Personalidade e a eficácia horizontal 
dos Direitos fundamentais
 “ os direitos fundamentais estão para a Constituição
Federal, assim como os direitos da Personalidade estão
para o Código Civil..”
 - São direitos indisponíveis, irrenunciáveis e
intransmissíveis. Ninguém pode impedir o gozo desses
direitos
VAMOS RESPONDER MAIS ALGUMAS 
QUESTÕES??
57
ATIVIDADE
PRÁTICA 2
58I – A teoria da aplicação horizontal dos direitos fundamentais analisa a possibilidade do particular, não 
somente o Poder Público, ser o destinatário direto das obrigações decorrentes desses direitos 
fundamentais;
II – O Brasil adotou, como discurso majoritário e influenciado pelo direito constitucional português, a não 
incidência dos direitos fundamentais no âmbito das relações privadas; 
III – O indivíduo que é expulso de cooperativa sem a observância da ampla defesa, visto que esse direito 
não está garantido pelo estatuto, sendo respeitado todo o normativo interno da entidade, não pode 
pleitear a anulação do ato perante o Poder Judiciário, visto que o indivíduo pactuou com o estatuto 
quando se filiou à cooperativa, sabendo que esse direito fundamental não era garantido; 
IV – Aplicação direta e imediata do efeito externo dos direitos fundamentais tem por objetivo impedir que 
o indivíduo saia de uma condição de liberdades frente ao Estado e caia em uma relação de servidão com 
os entes privados.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) assertiva(s): 
(A) I e II;
(B) (B) I e III;
(C) (C) I e IV;
(D) (D) II; 
(E) (E) III.
592. (Prev. São José – PR – Advogado – FAUEL – 2017) Sobre a constitucionalização do 
Direito Civil, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Interpreta-se o Código Civil a partir da Constituição e não o contrário.
(B) O Direito Civil Constitucional está baseado em uma visão fragmentária do 
ordenamento jurídico.
(C) A dignidade da pessoa humana, como vetor axiológico fundamental da 
Constituição Federal, orienta não só o Estado, mas também os particulares, nas suas 
relações privadas.
(D) O princípio da isonomia, em seu aspecto unicamente formal, não se mostra 
suficiente, sendo imprescindívela busca pela igualdade material ou substancial.
(E) A constitucionalização do Direito Civil relaciona-se diretamente com a consagração 
da ideia da força normativa das normas constitucionais, não mais perdurando a 
concepção da Carta Constitucional como mera declaração política.
603 (TRT-16.ª Região/MA – TRT 16R – Juiz do Trabalho Substituto – 2015) Acerca do Direito Civil brasileiro, 
assinale a opção CORRETA:
(A) O Direito Civil volta-se à solução de problemas abstratamente previstos, independentemente de sua 
expressão concreta e simplificada.
(B) Diante da ausência de legislação, o aplicador do Direito valer-se-á de outras fontes, tais como 
analogias, costumes e princípios gerais de direito. Para tanto, recorrerá à doutrina e à jurisprudência, 
sendo-lhe vedado, no entanto, o recurso à equidade.
(C) O princípio da eticidade, utilizando-se de critérios éticos, tem como base o valor da pessoa humana 
como fonte de todos os demais valores, o que possibilita a relativização do princípio do pacta sunt 
servanda, quando o contrato estabelecer vantagens exageradas para um contratante em detrimento do 
outro.
(D) A obrigatoriedade da lei surge a partir da sua publicação oficial, o que implica, salvo disposição em 
contrário, na sua vigência e vigor imediatos, tanto no âmbito nacional quanto no âmbito internacional.
(E) O princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, razão pela 
qual o direito de propriedade individual, de matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de propriedade 
coletiva, tal como preconizado no socialismo real.
6104. (Promotor de Justiça/MPE/MG – Gestão de Concursos/2014) Assinale a alternativa 
CORRETA:
É possível afirmar que a adoção do sistema de cláusulas gerais no Código Civil de 2002 
reverencia:
(A) O princípio da boa-fé objetiva.
(B) O princípio da eticidade.
(C) O princípio da sociabilidade.
(D) O princípio da operabilidade.
62
GABARITO
1 - c
2 – B
3- C
4- D
Encerramento
63
64
O que vimos hoje?
Terminamos LINDB
Noções de Direito
Conceito e Histórico de Direito Civil
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Na próxima aula...
 Sujeitos da relação jurídica
Conceito de pessoa natural
Começo da personalidade
Capacidade jurídica 
66
REFERÊNCIAS 
 FIGUEIREDO, Luciano; FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil. 
Parte Geral. 5 ed. Salvador: JusPodivm, 2015
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro - Parte 
geral . Vol.1.18. ed. São Paulo : Saraiva, 2020
 JANKOVIC, Elaine Karina. Direito Civil: pessoas e Bens. 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015.
 TARTUCE, Flávio. Direito civil: lei de introdução e parte geral 
. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

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