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Teoria Geral dos Recursos

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PROCESSO PENAL
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
Teoria Geral dos Recursos
 Os Recursos é a possibilidade de poder rever, reexaminar a decisão proferida pelo magistrado em uma instancia superior. Ele funciona como um remédio para uma decisão que apresentou algum defeito, que deixou de apreciar alguma prova, até mesmo para quando ocorreu uma interpretação errada dos fatos apresentados pelas partes, visando até mesmo servir de justiça contra as decisões injustas.
Reforma: o recurso pode ser objeto de reforma judicial impugnada (é a mais frequente), isso ocorrerá quando o recorrente alegar a existência de um erro in indicando, isto é, um erro de julgamento. Esse erro ocorre quando o magistrado profere uma decisão que não corresponde com a vontade da lei, contrariando-a.
Invalidação: diferente da reforma a invalidação busca a nulidade da decisão, é utilizada quando ocorre o erro in procedendo, que é um inadimplemento de uma norma processual, caracterizando o vício formal da decisão, acarretando assim a nulidade da decisão judicial. Ao contrário da reforma a invalidação busca o desaparecimento da decisão no processo, já a reforma busca uma nova elaboração da decisão.
Esclarecimento: há situações em que a decisão proferida nos autos é obscura ou contraditória, nessa hipótese é possível a interposição de um recurso com o fim de se obter um esclarecimento da decisão. O que se pretende nestas situações é que o juízo prolator da decisão reexprima o que já havia afirmado em sua decisão, mas agora de forma mais clara para que todos entendam. O recurso utilizado aqui são os Embargos de declaração.
Integração da decisão: aqui o recurso será destinado a suprir lacunas na decisão, ou seja, suprir omissões na decisão. O juízo se omitiu em questão que deveria ter se pronunciado. Neste caso, quer-se não somente que o juiz reexprima o que já havia pronunciado, mas que também aprecie a questão que ainda não havia sido apreciada. O recurso utilizado aqui são os Embargos de declaração.
Fundamentação dos Recursos:
 	 Os recursos têm como bases legais alguns princípios, é através do recurso que a parte exerce o duplo grau de jurisdição, onde uma decisão é revisada por uma instancia superior. Ele assegura o principio do contraditório, onde a parte pode discordar apresentar contradição àquilo que foi decidido judicialmente. 
 	 Como um meio constitutivo e uma característica essencial dos recursos, também está o direito da ampla defesa que é legitimo de qualquer parte no processo, podendo se valer do mais extenso meio licito possível para se defender da decisão, ou recorrer dela. 
As suas fontes podem ser: 
Constitucionais, aqueles previstos na própria constituição federal, como o recurso extraordinário ou especial. 
Legais, são vêm dispostas pelo código de Processo penal ou de leis especiais.
Características do Recurso:
 	Os recursos guardam três peculiaridades, características fundamentais em sua forma sendo elas:
 	 Voluntariedade- que é nada, mas nada menos do que a vontade o desejo da parte de interpor, apresentar o recurso, a parte que se sentir lesada com a decisão proferida, pode buscar então através do recurso uma reforma ou anulação dela. Via de regra esse recurso não pode ocorrer de oficio, cabendo exceção.
 	 Tempestividade- tem um período para apresentar o recurso, não pode ser a qualquer tempo, tem um tempo determinado para interpor, ou seja, tem um tempo certo e determinado, sendo esse geralmente de 5 dias após a decisão. Ele é prazo improrrogável e definitivo. 
Segundo LENZA, “Os prazos são peremptórios e a perda implica o não recebimento da impugnação.” (LENZA, 2015, p.643).
 Taxatividade- as partes só podem usar um recurso se sua possibilidade estiver e estabelecida em lei, tanto o recurso quanto a decisão que ele pode atacar. Para proteger o andamento do processo, sem que uma das partes pare a todo e qualquer momento, para questionar toda e qualquer decisão tomada. 
 NUCCI trata de o recurso ser taxativo como “segurança jurídica, visto que toda e qualquer decisão, sob qualquer circunstância, desagradando uma das partes, permitiria ser questionada em instância superior.” (Manual de Processo Penal, e Execução Penal, p.844)
Efeitos do Recurso:
Os recursos produzem três consequências para a decisão atacada por ele, podendo ser ele:
 Efeito devolutivo- é o efeito que permite que a matéria seja reapreciada, de forma simples, esse é o efeito genérico dos recursos que visam reapreciação da matéria, o mérito da causa, é aquele que devolve. 
Segundo NUCCI esse efeito “permite que o tribunal superior reveja integralmente a matéria controversa”. (Manual de Processo Penal, e Execução Penal, p.844)
Ele, portanto permite que o tribunal superior discuta a matéria novamente. 
 Efeito suspensivo- este tem o propósito de impedir que a sentença proferida passe a valer, antes que a matéria seja reavaliada e decidida por uma instancia superior. 
 Efeito regressivo- aquele que volta ao estado anterior, aquele que permite que o mesmo juiz que prolatou a decisão a reexamine. 
Ainda temos o efeito extensivo, que como o próprio nome diz, se entende, aos outros, desde que o recurso não tenha caractere de exclusivo e pessoal. 
Recurso de Oficio:
Este é a exceção a voluntariedade, não estando vinculado a vontade das partes o ato de revisar a matéria, por alguns é chamado de “recurso obrigatório”
O código de processo penal traz os casos onde a matéria deverá ser reapreciada sem que as partes assim lhes peçam.
Art. 574.  Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: 
 I - da sentença que conceder habeas corpus; 
 II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
 O habeas corpus deve ser revisado pelo magistrado de 1°grau, bem como a absolvição sumaria.
Particularidade dos Recursos:
Existem alguns aspectos que pertencem aos recursos sendo, eles:
Desvio da administração publica no processamento do recurso: 
 	 Quando por algum motivo os funcionários públicos cometerem alguma irregularidade no recurso, deixando até mesmo praticar algum ato, no prazo estabelecido, a lei determina que as partes não possam ser afetadas, nem mesmo prejudicadas. 
Impossibilidade de desistência do recurso do MP
 	 É claro que a interposição do recurso, depende via de regra da vontade das partes, porém em casos de ação penal publica incondicionada, depois de apresentado, o ministério público não pode desistir, ainda que o recurso seja feito por um promotor distinto do atual, e o atual não o aceite, ele não tem a possibilidade de desfazer o feito. 
Múltipla Legitimidade Recursal 
São varias as pessoas que tem legitimidade para interpor o recurso, desde que tenha o interesse poderá apresentar o pedido de reexame o: Ministério Publico, o querelante, o réu pessoalmente, pelo seu defensor, ou procurador. Podendo ainda sim se manifestar ao processo pessoas integrantes do “CADI”(cônjuge, ascendente, descendente, ou irmãos) entrarem com recurso pelo ofendido, ainda que não sejam partes no processo, ou que estejam autorizadas para isso. 
Podendo ainda interpor recurso, o terceiro de boa fé que teve seu bem lesado pelo réu. 
Interesse Recursal:
		É uma conjectura, um pressuposto subjetivo. Não é aceito a interposição de recurso, se a parte não tiver interesse na modificação da decisão, é fundamental o que esse reexame traga algum beneficio ganho ou proveito para a parte, se ela não tiver interesse, qual o ganho que ela terá? Nenhum. Ele tem que ter uma finalidade, e ser útil a parte, sendo assim importante para ela. 
Sobre isso NUCCI (2010), destrincha o feito da seguinte forma:
“Recorrer por recorrer é algo inútil, constitutivo de obstáculo á economia processual, além do que o Judiciárioé voltado à solução de conflitos e não simplesmente a proferi consultas ou esclarecer questões puramente acadêmicas.” (NUCCI 2010, p.849)
Cabe recurso até contra sentença absolutória, não é errado o réu recorrer dessa decisão, haja vista que a mesma ainda sim, dependendo da sua fundamentação pode acarretar efeitos na esfera cível. 
Principio da Fungibilidade dos Recursos 
Pode ocorrer a troca do recurso, desde que a parte tenha ficado com duvida de qual usar, e escolha o meio errado, contanto que não seja erro grosseiro ou ela esteja de má fé. 
NUCCI (2010) descreve o erro grosseiro e a má fé, da seguinte forma:
Erro grosseiro é aquele que evidencia completa e injustificável ignorância da parte, isto é, havendo nítida indicação na lei quanto ao recurso cabível e nenhuma divergência doutrinária e jurisprudencial [...] A má-fé surge em variados aspectos, embora o mais saliente seja a utilização de um determinado recurso unicamente para contornar a perda do prazo do cabível. (NUCCI 2010, p.854).
Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos 
Existem alguns requisitos que o recurso deve seguir para ser aceito, e admitido. 
 	O recurso deverá seguir seguinte formalidade: ser interposto através de uma petição (a Petição não precisa conter as fundamentações), ou por termo, a parte que propor o recurso deve assina-lo, ou seu representante, devendo depois ser despachada pelo juiz, que entregará ao escrivão. Essa é a regra de como deve ser, cabendo, porém que o desejo de recorrer a decisão ser verbalmente, onde será reduzida a termo. 
É admitida ainda a simples expressão “recorro”, que deverá ser formalizado depois, ele pode ser interposto por fax, apresentando o recurso original em cartório.
Os pressupostos se dividem em objetivo e subjetivos.
a)Objetivos:
Cabimento- Só serão acolhidos às interposições que atacarem decisão cuja lei prevê recurso. Tem que exigir previsão legal. 
Adequação- as partes devem usar para cada decisão o recurso que lhe cabe legalmente. NUCCI (2010) traz que “adequação, significa que a parte necessita respeitar o recurso exato indicando na lei para cada tipo de decisão impugnada, não lhe sendo cabível eleger o recurso que bem entenda” (Manual de Processo Penal, e Execução Penal, p.852)
Tempestividade- este visa o respeito ao prazo estabelecido em lei para a interposição de cada recurso. 
b)Subjetivos:
Interesse da parte- É importante que a parte tenha motivo plausível para interpor o recurso, como o fato de ser a parte sucumbente, e ainda que não seja, tem que ser para evitar algum tipo de prejuízo. 
A respeito disso disserta Capez: “Desta forma só tem interesse recursal quem teve desacolhido, no processo, alguma pretensão, desejando, com o recurso, obter um provimento jurisdicional mais favorável” (CAPEZ,2011, p.740).
Legitimidade- só pode interpor o recurso aquele que for parte, ou aquele que assim a lei lhe autorize, podendo ser até terceiro, desde que siga os requisitos supracitados anteriormente. 
Fatos Impeditivos e Extintivos do Recurso:
Ocorre o impedimento por meio de Renuncia: aqui a parte antes mesmo de entrar com o recurso ela abdica, desiste. 
A extinção através da Desistência: quando o réu solicita o encerramento da via recursal, ocasião em que o se abstêm, cessa sua vontade recorrer a decisão. 
Podendo ser também, por Deserção: após pedir o recurso, o réu deixar de pagar as custas.
Reformatio in pejus 
 	A reformatio in pejus, é veda pelo art. 617 do Código de Processo Penal, que o recurso interposto pela defesa, receba do tribunal decisão que torne mais gravosa sua situação, ainda que haja erro evidente na sentença, como por exemplo, pena fixada abaixo do mínimo legal.
 	A reformatio in pejus indireta segundo Pedro Lenza “Se for anulada uma decisão em decorrência de recurso exclusivo da defesa, no novo julgamento o juiz não poderá tornar a situação mais gravosa do que aquela proferida na decisão inicial.” (LENZA, 2015, p.649).
Esse, portanto impossibilita que a parte que recorrer contra uma decisão, ao invés de conseguir a modificação do julgado, segundo sua visão, termine obtendo uma alteração ainda mais prejudicial do que se não tivesse recorrido.
Reformatio im mellius
 	Quando o recurso for exclusivo da acusação (MP, e querelante), o tribunal pode reconhecer e aplicar ao réu repreensão mais benéfica em relação àquela constante na sentença.
 	Ocorre quando existe a possibilidade do tribunal, em recurso exclusivo da acusação, melhora a situação processual do acusado. Onde a acusação entra com recurso atacando a decisão proferida, e ao invés de acatar a ideia da acusação, concede pena ainda mais benéfica ao réu.
BIBLIOGRAFIA:
CAPEZ, Fernando. Curso de Processual Penal. 18ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2011.
LENZA, Pedro. Direito Processual Penal Esquematizado. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2015.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 5ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2010.

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